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DIREITO CIVIL V - CCJ0111 Semana Aula: 6 Celebração, Prova e Efeitos do Casamento Tema Celebração, Prova e Efeitos do Casamento Palavras-chave Objetivos 1. Estudar as regras sobre celebração do casamento e determinar o momento a partir do qual passa a produzir efeitos. 2. Verificar as exceções às regras de celebração do casamento. 3. Compreender o sistema probatório do casamento no ordenamento civil. 4. Determinar os efeitos sociais e pessoais do casamento. 5. Compreender o alcance dos deveres do casamento do art. 1.566, CC. Estrutura de Conteúdo 1. Celebração do Casamento. a. Formalidades b. Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos 2. Prova do Casamento. a. Sistema de prova pré-constituída b. Posse do estado de casados 3. Efeitos sociais e pessoais do Casamento. a. Efeitos sociais do casamento b. Efeitos pessoais do casamento c. Deveres do casamento ? art. 1.566, CC Procedimentos de Ensino O presente conteúdo pode ser trabalhado em uma única aula, podendo o professor dosá-lo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma. CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO Processada a habilitação, verificados os pressupostos de existência e de validade do casamento, publicados os editais, é extraído o certificado de habilitação que autoriza os nubentes a realizarem o casamento. A celebração do casamento é um dos atos mais solenes do Direito Civil e assim o é para garantir a seriedade, a publicidade (para permitir a oposição de impedimentos) e certeza do ato, bem como, para facilitar a prova de sua existência e exaltar sua relevância social. Sobre o rigorismo do Código Civil quanto às solenidades do casamento, afirmam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2009, p. 166) que ?a relevância de tais formalidades é tamanha que o ordenamento brasileiro reputa inexistente o casamento celebrado ao arrepio das solenidades estabelecidas em lei. Merece críticas a obsessão do legislador por exageradas solenidades na celebração do casamento. Com efeito, a vocação plural e aberta emprestada à família pela Carta Maior (art. 226, ?caput?) é inconciliável com um apego exacerbado à solenidade nupcial que termina por dar a falsa ideia de uma superioridade jurídica (não existente no sistema constitucional) à família formada pelo matrimônio?. Ainda que existam críticas sobre as solenidades excessivas, é preciso estudá-las. Determina o art. 1.533, CC, que o casamento será celebrado no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade celebrante. No entanto, na prática, são os nubentes que escolhem o dia e horário, limitando-se o oficial a deferir ou não o pedido. A celebração deverá ocorrer no mesmo cartório onde se efetuou a publicação dos proclamas (se presidido por juiz de paz) ou no próprio Fórum da Comarca (se presidido por juiz de Direito), mas nada impede que se escolha outro prédio (público ou particular[1]1), desde que com o novo local consinta a autoridade celebrante. O art. 1.534, CC, determina que a cerimônia seja realizada a portas abertas a fim de garantir sua publicidade. Trata-se de uma velharia mantida no Código Civil para não ser observada (Silvio Rodrigues). A realização do casamento a portas fechadas não implica sua invalidade, caracterizando-se, tão-somente, como uma irregularidade sem nenhuma implicação prática. Durante a cerimônia devem estar presentes duas testemunhas, parentes ou não dos nubentes, elevando- se este número para quatro caso o casamento seja realizado em edifício particular ou se um dos contraentes não souber ou não puder escrever. Frise-se que as testemunhas do casamento não são meramente instrumentárias, mas participam do ato como representantes da sociedade. São exceções a algumas das solenidades do casamento: 1) Casamento com moléstia grave[2]2 (art. 1.539, CC) ou iminente risco de vida ? é casamento que pressupõe que já estejam satisfeitas as formalidades preliminares, mas, devido ao agravamento do estado de saúde de um ou de ambos os nubentes, não é possível esperar para a realização da cerimônia ou, então, o nubente se deslocar até o Registro Civil. a. Pressupõe que o certificado de habilitação já tenha sido expedido. b. Caso o certificado ainda não tenha sido expedido a autoridade celebrante deve exigir a apresentação dos documentos, podendo dispensar, em face da urgência, tão-somente os proclamas (flexibilização mínima das solenidades). c. O casamento pode ser celebrado onde se encontrar o enfermo, ainda que à noite e não sendo necessário aumentar o número de testemunhas. Portanto, o casamento será acompanhado por duas testemunhas parentes ou não dos nubentes, aumentando-se para quatro as testemunhas apenas se o enfermo não souber ou não puder assinar o termo. 2) Casamento ?in extremis vitae?, ?in articulo mortis? ou nuncupativo (arts. 1.540 e 1.541, CC). É o casamento realizado na iminência da morte, provocada por fato inesperado. a. Permite que o oficial do registro mediante despacho da autoridade competente e verificados os documentos exigidos pelo art. 1.525, CC, extraia o certificado de habilitação, dispensando-se o procedimento regular. b. Devido à urgência imposta pela situação, pode-se inclusive dispensar o certificado e a presença de autoridade celebrante, sendo os próprios nubentes considerados celebrantes, quando se exigirá a presença de seis testemunhas que não sejam seus parentes em linha reta ou colateral até segundo grau (flexibilização máxima das solenidades). i. As testemunhas e o consorte sobrevivo deverão comparecer ao cartório até dez dias depois de realizado o casamento a fim de que tenham suas declarações reduzidas a termo (processo de justificações avulsas). ii. Se as testemunhas não comparecerem espontaneamente qualquer interessado poderá requerer sua notificação. iii. Se apenas uma das testemunhas não confirmar a celebração do casamento ou não confirmar ter o enfermo manifestado sua vontade de forma livre e espontânea, será o matrimônio considerado inexistente. iv. A autoridade competente para ouvir as testemunhas e realizar as diligências necessárias é a que estiver mais próxima do local onde se realizou a cerimônia. A competência para processar e julgar o pedido de homologação desta forma de casamento é do juiz da Vara de Registros Públicos. v. Se o cônjuge convalescer dentro dos dez dias, poderá ele mesmo confirmar a realização do casamento. vi. Como é casamento que depende de homologação judicial, o regime imposto será o da separação legal de bens (art. 1.641, CC). Saindo das exceções e retornando ao estudo das solenidades da celebração, estando presentes os contraentes ou seus representantes especiais, as testemunhas e o oficial do registro, proceder-se-á à celebração do casamento, momento em que o juiz perguntará aos nubentes se persistem no propósito de casar, devendo a resposta ser pessoal e oral (exceções: sinais ou escrita para o surdo-mudo e por meio de intérprete, se necessário, para o estrangeiro) demonstrando a inequívoca e espontânea vontade de casar. Deve-se ressaltar que: a) o silêncio no momento da manifestação da vontade não pode ser interpretado como manifestação da vontade; b) o consentimento não pode estar vinculado a um termo ou condição. Havendo qualquer dúvida sobre a livre manifestação de vontade dos nubentes, sendo negativa, ou inexistindo, a autoridade celebrante deve imediatamentesuspender a cerimônia, só podendo retomá-la passadas 24 horas de sua suspensão (art. 1.538, CC). No entanto, a retomada antes desde prazo não influencia na validade do casamento, sendo apenas considerada uma mera irregularidade (nulidade virtual). Tendo os nubentes manifestado de forma inequívoca o seu consentimento, o juiz deve declará-los casados, proferindo a ?fórmula sacramental? contida no art. 1.535, CC. À luz do CC/16 instaurou-se a polêmica sobre o momento da efetuação do casamento, polêmica que parece superada com a redação adotada pelo artigo retro citado. Para parte da doutrina (por exemplo, Carvalho Santos e Arnaldo Rizzardo) o casamento considerava-se realizado a partir da manifestação de vontade dos nubentes, sendo a declaração da autoridade meramente declaratória, mera homologação da vontade dos contraentes. No entanto, a maioria da doutrina (por exemplo, Washington de Barros Monteiro e Carlos Roberto Gonçalves) afirma que a declaração dos nubentes não é suficiente, sendo a declaração do celebrante essencial para se considerar o casamento realizado. Nesse sentido, afirma Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 85-86) que ?na verdade, a declaração do celebrante é essencial, como expressão do interesse do Estado na constituição da família, bem como do ponto de vista formal, destinada a assegurar a legitimidade da formação do vínculo matrimonial e conferir-lhe certeza. Sem ela, o casamento perante o nosso direito é inexistente. Pode-se afirmar, pois, que o ato só se tem por concluído com a solene declaração do celebrante. Basta lembrar que a retratação superveniente de um dos nubentes, quando ?manifestar-se arrependido? (CC, art. 1.538, III) após o consentimento antes da referida declaração acarreta a suspensão da solenidade. Tal fato demonstra que o casamento ainda não estava aperfeiçoado e que a manifestação de vontade dos nubentes só seria irretratável a partir da declaração do celebrante?. O ciclo formal do casamento se encerra com o assento do casamento no Registro Civil (formalidade ?ad probationem tantum?) observados os requisitos obrigatórios do art. 1.536, CC e do art. 70, da Lei n. 6.015/73. O registro, ressalte-se, constitui prova pré-constituída do casamento (cuja presunção é ?iuris tantum?), mas não é o que o insere no mundo jurídico e, portanto, a sua falta não torna o casamento inválido ou inexistente (art. 1.543, CC). PROVA DO CASAMENTO O art. 1.543, CC, adotou o sistema da prova direta (pré-constituída ou específica[3]3) determinando que o casamento realizado no Brasil se prova pela certidão do casamento. No entanto, o mesmo artigo em seu parágrafo único, admite excepcionalmente a prova supletória quando justificada a falta (perda ou inutilização) ou a perda do registro civil. A prova supletória (direta) se realiza por meio de ação declaratória (nas Varas de Família) que se divide em duas grandes fases: a primeira em que se demonstram os fatos que ocasionaram a perda ou a falta do registro; a segunda que admite a prova de existência do casamento por outros meios (assentamentos eclesiásticos, provas circunstanciais como passaportes, certidão de proclamas, fotografias da celebração...). A sentença será registrada no livro de Registro Civil e seus efeitos retroagirão à data da celebração do casamento (art. 1.546, CC). Também se admite a posse do estado de casados que é meio de prova indireta do casamento e ocorre quando duas pessoas vivem como casadas e assim são consideradas pelo meio social em que vivem. Ressalte-se que não se trata de conferir o estado de casados a pessoas que vivem em união estável, mas sim, em reconhecer uma situação de fato em que há vivência ?more uxorio? com evidentes provas de que aquele casamento foi celebrado (não se admite prova exclusivamente testemunhal). Caracteriza-se por três elementos: ?nomem? (documentos em que um utiliza o sobrenome do outro); ?tractatus? (tratavam- se publicamente e mutuamente como se casados fossem); ?fama? ou ?reputatio? (o meio social os reconhecia como casados). A posse de estados de casado só é admitida quando as pessoas não possam manifestar sua vontade (por doença mental, ausência...) ou tenham falecido e que venha em benefício da prole (art. 1.545, CC). Os efeitos do reconhecimento do casamento em processo judicial são ?ex tunc? até a data da suposta celebração (art. 1.546, CC). Havendo dúvida com relação à existência do casamento, o juiz deve julgar a favor deste ? ?in dubio pro matrimonio? (at. 1.547, CC). Por fim, o casamento celebrado no exterior de acordo com lei estrangeira prova-se de acordo com o disposto naquela lei (arts. 7º., 13, 14, LICC). Para a validade deste casamento no Brasil deverá ser o registro estrangeiro traduzido e autenticado pelo agente consular brasileiro, devendo ser registrado no Cartório de Registro Civil do domicílio de um ou de ambos os cônjuges e, na sua falta, no 1º. Ofício da Capital do Estado, segundo o art. 32, da Lei n. 6.015/73. EFEITOS DO CASAMENTO Superadas as fases de existência e validade do casamento, bem como, de sua celebração, o legislador ocupa-se da eficácia jurídica do casamento que, sem dúvidas, produz amplos e complexos efeitos[4]4, sendo impossível prevê-los de forma taxativa, embora todos sejam diretamente informados pelos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da igualdade. Ensina Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 164) que ?a união conjugal não é só uma relação jurídica, mas ? e antes de tudo ? relação moral. As relações que formam a teia da vida íntima pertencem ao domínio da moral. São corolários imediatos da afeição recíproca e o seu estudo não compete à técnica do direito. Este apenas intervém para normatizar os efeitos mais importantes do casamento, uns regulados como direitos e deveres decorrentes da convivência entre os cônjuges, cuja inobservância, contrariando o fim do casamento, pode ocasionar graves perturbações; outros, resultantes das ligações entre os diversos integrantes da família; outros, ainda, decorrentes das relações destes com terceiros?. Por isso, pode-se afirmar que os efeitos do casamento dividem-se em efeitos pessoais (projeção do casamento entre os cônjuges, efeitos que materializam a comunhão plena de vida); efeitos sociais (projeção do casamento a terceiros) e efeitos patrimoniais (delimitação do impacto econômico do casamento entre os cônjuges e face a terceiros). São efeitos sociais do casamento: a legalização das relações sexuais do casal, bem como, estabelecimento do ?debitum conjugale? entre os consortes; constituição de família constitucionalmente protegida (art. 226, §§1º. e 2º., CF); a antecipação da maioridade civil ( forma de emancipação prevista no art. 5º., parágrafo único, II, CC); o livre planejamento familiar, ao qual se impõe diretamente o princípio da paternidade responsável (art. 226, §7º., CF); atribuição do estado civil de casado; estabelecimento das presunções (relativas) de paternidade (art. 1.597, CC); estabelecimento da afinidade como parentesco (art. 1.595, CC). Vale lembrar, ainda, que o art. 1.513, CC, reconhecendo a proteção da comunhão plena de vida instituída pelo matrimônio proíbe a qualquer pessoa (de Direito Público ou Privado) interferir nesta comunhão. Dentre os efeitos pessoais do casamento além da possibilidade (faculdade) de adoção do patronímico do outro[5]5 (art. 1.565, §1º., CC), destaca-se a comunhão plena de vida estabelecida com base na igualdade (arts. 1.511 e 1.565, CC) da qual decorrem os direitos e deveres recíprocos impostos pelo art. 1.566,CC (considerados elementos mínimos da estabilidade conjugal a que cada cônjuge adere limitando voluntariamente sua liberdade pessoal): I.Fidelidade recíproca - decorrência do princípio da monogamia trata de dever que impõe uma obrigação negativa, qual seja, abstenção de relacionamento sexual com terceiros, uma vez que o casamento supõe uma leal dedicação de vida. Sua quebra é considerada adultério (art. 1.573, I, CC), indicativo da falência moral do casamento. II. Vida em comum no domicílio conjugal ? decorrência natural do estabelecimento da comunhão plena de vida que compreende não apenas a coabitação, como também estabelece o ?debitum conjugale?. a. O domicílio conjugal é escolhido por ambos os cônjuges (art. 1.569, CC). b. O dever de convivência sexual é dispensado nos casamentos ?in extremis vitae? e em caso de moléstia grave. c. O dever de coabitação foi relativizado pelo art. 1.569, CC, que permite que qualquer dos consortes se ausente do lar para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão ou a interesses particulares relevantes (como o tratamento de uma doença, a realização de um curso...). Justificada a ausência, não há que se falar em abandono do lar. d. A quebra se dá por abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo (art. 1.573, IV, CC); ou em caso de recusa injustificada e constante ao ?debitum conjugale? ? injúria grave (art. 1.573, III, CC). III. Mútua assistência ? é dever que deve ser tomado em seu amplo aspecto, ou seja, não se trata apenas de apoio material ou econômico, mas também de apoio espiritual ou conforto moral (?affectio maritalis?). Portanto, é dever que corresponde ao conjunto de atitudes, gestos, desvelo com o consorte que revelam o auxílio mútuo que deve permear a relação. A inobservância deste dever é caracterizada como injúria grave (art. 1.573, III, CC). IV. Sustento, guarda e educação dos filhos ? deveres e direitos decorrentes do próprio poder familiar e cuja inobservância caracteriza injúria grave (art. 1.573, III, CC), além de caracterizar os crimes dos arts. 244 a 247, CP e hipóteses de perda do poder familiar. V. Respeito e consideração mútuos (novidade no CC/02) ? o respeito compreende o cordial tratamento, a valorização do outro, a manutenção de sua individualidade; a consideração decorre da exteriorização do respeito no meio social. Trata-se, portanto, de estima mútua. A inobservância deste dever pode se dar por sevícia ou injúria grave (art. 1.573, III, CC); conduta desonrosa (art. 1.573, V, CC) ou tentativa de homicídio (art. 1.573, II, CC). Além destes deveres, decorre do casamento o compartilhamento da direção da sociedade conjugal[6]6 (art. 1.567, CC) que deve ser exercida em atenção aos interesses do casal e dos filhos e, havendo divergência de opiniões, poderá o juiz ser instado a decidir. Apenas em alguns casos é possível que a direção da sociedade conjugal se concentre em apenas um dos cônjuges (art. 1.570, CC ? rol exemplificativo) e, ainda assim, seus poderes serão limitados conforme as regras do art. 1.562, CC. Os cônjuges são obrigados a concorrer na proporção de seus bens e rendimentos para o sustento[7]7 da família (art. 1.568, CC), podendo a medida da contribuição ser compensada pelo trabalho que cada um exerce dentro lar conjugal. O exercício de atividade empresária entre os cônjuges sofre a limitação do art. 977, CC, que proíbe a constituição de sociedade entre pessoas casadas pelo regime de comunhão universal de bens (por a sociedade não passaria de uma ficção) e pelo regime da separação legal (porque a sua instituição caracterizaria tentativa de fraude à disposição legal). Os arts. 979 e 980, CC, impõem a obrigatoriedade da inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis dos pactos e declarações antenupciais do empresário, registro que visa dar publicidade à disponibilidade dos bens do empresário após a modificação de seu estado civil. Por fim, tem-se os efeitos patrimoniais do casamento (decorrentes da própria imposição de comunhão plena de vida[8]8) dos quais se destacam: o regime de bens (cujo estudo iniciará na próxima aula); a obrigação alimentar; a constituição do bem de família; o usufruto dos bens dos filhos menores (todos serão estudados no curso do semestre); os direitos sucessórios (objeto de estudo no próximo semestre). Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos trabalhados na aula, preparando o aluno para o tema da próxima aula: regimes de bens. NOTAS [1] Não se admitem locais impróprios, inacessíveis ou que dificultem a publicidade do ato como a realização da cerimônia em navios ou aeronaves. [2] Carlos Roberto Gonçalves (2010, p. 114) afirma que ?moléstia grave é aquela que pode acarretar a morte do nubente em breve tempo, embora o desenlace não seja iminente, e cuja remoção o sujeita a riscos?. [3] Também se prova pela certidão de casamento o realizado no exterior perante autoridade diplomática ou consular (art. 1.544, CC). [4] Ensina Luiz Edson Fachin (2003, p. 173) que ?realizada a decolagem para o elevar-se matrimonial, durante a navegação os cônjuges governam, de uma especial cabine, o tráfego jurídico da sua convivência. Convívio que pode instalar-se na procriação dos filhos e na educação da prole. Pode ser mais, no delimitar as relações jurídicas e lhes dar a passagem desse papel de estabilização das relações sociais?. [5] A adoção do sobrenome do outro normalmente é feita no processo de habilitação para o casamento, mas nada impede que seja feito a qualquer tempo (na sua constância) por meio de ação de retificação de registro civil (art. 109, Lei n. 6.015/73). Entende-se que o caminho contrário também é possível sem que para isso seja necessária a dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal. [6] Frise-se que a direção compartilhada da sociedade conjugal não autoriza a invasão da privacidade do consorte. [7] Na noção de sustento compreende-se não apenas as necessidades econômicas, mas também, as necessidades pessoais, culturais, escolares, profissionais... [8] Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2009, p. 166) ressaltam que ?não se pense, entretanto, que a repercussão econômica sobrepujaria o caráter afetivo-solidarista do casamento ? e das relações familiares, como um todo. Em verdade, as consequências patrimoniais do matrimônio têm de estar conectadas na proteção da dignidade humana e de seus valores existenciais. O interesse econômico ?é subalterno? e, por conseguinte, o regime de bens ?está atualmente submetido a uma defesa dos fins morais do casamento?, como lembra San Tiago Dantas?. Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica Recursos quadro e pincel; datashow Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto Thiago e Deise se casaram em maio deste ano, mas no processo de habilitação esqueceram de informar que Thiago adotaria o sobrenome de Deise. Realizado e registrado o casamento Thiago ainda pode pedir a inclusão do sobrenome da esposa? Em caso afirmativo, como deveria ele proceder? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas. Questão objetiva 1 (TJSP 2013) A respeito do casamento, é certo afirmar: a. É vedado, em qualquer circunstância, o casamento de pessoa menor de 16 anos. b. Enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal, não pode casar o divorciado, sendo nulo o casamento se assim contraído. c. O casamento nuncupativo poderá ser celebrado na presença de seis testemunhas que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau, devendo ser comunicado à autoridade judicial mais próxima no prazo de 10 dias. d. O casamento pode ser feito por procuração outorgada mediante instrumentoparticular, desde que com poderes especiais. Questão objetiva 2 (MPAP 2012 Analista) Ana Carolina e José Augusto casaram-se no dia 30 de Junho de 2012 na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro uma vez que são católicos e pretendiam trocar seus votos de união e fidelidade perante Autoridade Religiosa. No dia 04 de Julho de 2012, eles registraram o respectivo casamento religioso no registro próprio objetivando a sua equiparação ao casamento civil. De acordo com o Código Civil brasileiro, neste caso, o respectivo casamento religioso produzirá efeitos a partir: a. da data do registro. b. da data de sua celebração. c. do dia seguinte ao registro do referido casamento. d. do dia seguinte da data de sua celebração. e. do primeiro dia útil posterior a data do registro. Avaliação Caso Concreto Thiago e Deise se casaram em maio deste ano, mas no processo de habilitação esqueceram de informar que Thiago adotaria o sobrenome de Deise. Realizado e registrado o casamento Thiago ainda pode pedir a inclusão do sobrenome da esposa? Em caso afirmativo, como deveria ele proceder? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas. Gabarito: o art. 1565, §1o., CC, autoriza o acréscimo do sobrenome do cônjuge. Esquecido o pedido durante o procedimento de habilitação o acréscimo pode ser requerido a qualquer tempo, por meio de ação de retificação de nome (arts. 57 e 109 da Lei n. 6515/73), desde que se demonstre que o casal ainda está junto e que haja concordância do outro cônjuge. Vide: STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 910094 SC 2006/0272656-9 (STJ). Data de publicação: 19/06/2013. Ementa: RECURSO ESPECIAL. CIVIL. REGISTRO PÚBLICO. DIREITO DE FAMÍLIA. CASAMENTO. ALTERAÇÃO DO NOME. ATRIBUTO DA PERSONALIDADE. ACRÉSCIMO DE SOBRENOME DE UM DOS CÔNJUGES POSTERIORMENTE À DATA DE CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO E DA LAVRATURA DO RESPECTIVO REGISTRO CIVIL. VIA JUDICIAL. POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. O art. 1.565, § 1º, do Código Civil de 2002 autoriza a inclusão do sobrenome de um dos nubentes no nome do outro, o que se dá mediante solicitação durante o processo de habilitação, e, após a celebração do casamento, com a lavratura do respectivo registro. Nessa hipótese, a alteração do nome de um ou de ambos os noivos é realizada pelo oficial de registro civil de pessoas naturais, sem a necessidade de intervenção judicial. 2. Dada a multiplicidade de circunstâncias da vida humana, a opção conferida pela legislação de inclusão do sobrenome do outro cônjuge não pode ser limitada, de forma peremptória, à data da celebração do casamento. Podem surgir situações em que a mudança se faça conveniente ou necessária em período posterior, enquanto perdura o vínculo conjugal. Nesses casos, já não poderá a alteração de nome ser procedida diretamente pelo oficial de registro de pessoas naturais, que atua sempre limitado aos termos das autorizações legais, devendo ser motivada e requerida perante o Judiciário, com o ajuizamento da ação de retificação de registro civil prevista nos arts. 57 e 109 da Lei 6.015 /73. Trata-se de procedimento judicial de jurisdição voluntária, com participação obrigatória do Ministério Público. 3. Recurso especial a que se nega provimento. Questão objetiva 1 (TJSP 2013) A respeito do casamento, é certo afirmar: a. É vedado, em qualquer circunstância, o casamento de pessoa menor de 16 anos. b. Enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal, não pode casar o divorciado, sendo nulo o casamento se assim contraído. c. O casamento nuncupativo poderá ser celebrado na presença de seis testemunhas que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau, devendo ser comunicado à autoridade judicial mais próxima no prazo de 10 dias. d. O casamento pode ser feito por procuração outorgada mediante instrumento particular, desde que com poderes especiais. Gabarito: C - art. 1540, CC. Questão objetiva 2 (MPAP 2012 Analista) Ana Carolina e José Augusto casaram-se no dia 30 de Junho de 2012 na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro uma vez que são católicos e pretendiam trocar seus votos de união e fidelidade perante Autoridade Religiosa. No dia 04 de Julho de 2012, eles registraram o respectivo casamento religioso no registro próprio objetivando a sua equiparação ao casamento civil. De acordo com o Código Civil brasileiro, neste caso, o respectivo casamento religioso produzirá efeitos a partir: a. da data do registro. b. da data de sua celebração. c. do dia seguinte ao registro do referido casamento. d. do dia seguinte da data de sua celebração. e. do primeiro dia útil posterior a data do registro. Gabarito: B - art. 1515, CC Considerações Adicionais Referências Bibliográficas: Nome do livro: Direito Civil Brasileiro - Direito de Família Nome do autor: GONÇALVES, Carlos Roberto. Editora: Saraiva Nome do capítulo: Capítulos VI, VII e X. Número de páginas do capítulo: 40
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