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DIP 10 3 Tendências do Direito Internacional 2016

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Tendências do 
Direito Internacional
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Prof. Luiz Albuquerque
2016
Relembrando
2
COOPERAÇÃO

• Existe muita competição, rivalidade e
concorrência entre os Estados, mas mesmo assim,
a tendência dominante das relações internacionais
e o gradual crescimento da cooperação entre os
países em assuntos cada vez mais diversificados e
abrangentes;
• Influencia multilaterização e institucionalização;
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MULTILATERALIZAÇÃO
 
•Pode desde já dizer-se que o multilateralismo corresponde à institucionalização progressiva da cooperação 
internacional assente em formas colectivas de tomada de decisões que pretendem dar resposta a um mundo 
de crescente complexidade e à necessidade de dar uma outra estabilidade às relações entre os Estados.
•A. Knight entende que “ a evolução do conceito de multilateralismo não se compreende corretamente se 
não se assinalar o seu objetivo normativo subjacente”. Ou , como mais sinteticamente escreve Moreau
Defarges, “releva do multilateralismo todo o sistema associando vários Estados, ligados por obrigações iguais 
e mútuas, e por regras comuns”. 
• Vemos, assim, que esta é uma via diferente da dimensão bilateral do relacionamento diplomático e 
naturalmente antagónica de ações unilaterais. E que ela assenta em alguns princípios chave, como: a não 
discriminação (todos os Estados se obrigam a cumprir os deveres contraídos em comum no pacto 
constitutivo); a indivisibilidade (cada Estado signatário se obriga a cumprir os acordos realizados); a 
igualdade de tratamento; a continuidade (não são multilaterais as coligações de Estados formados para um 
objectivo episódico).
• E ainda: uma organização multilateral implica um pacto prévio entre diversos Estados, estabelecendo 
regras comuns; deve ter uma vocação inclusiva, acolhendo os Estados dispostos a cumprir as respectivas 
normas constitutivas; deve observar o princípio da reciprocidade entre os seus membros. 
•No plano geográfico pode ser universal (ONU), regional (UE, OEA, União Africana), ou intercontinental 
(NATO); no domínio da organização, pode ser comunitário e integracionista (UE); no quadro estrutural pode 
repartir-se entre organizações internacionais, conferencias, cimeiras aliança militar (NATO); no campo temático 
pode dizer respeito à saúde, ao desenvolvimento económico, ao desarmamento, aos problemas ecológicos 
ou à cultura; bem como, assumir a forma de reuniões anuais, formais ou informais (Grupo de Davos, G-10). 
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• Por tudo isto, os autores coincidem em sublinhar que o
multilateralismo consiste num método de cooperação
internacional, de regulação e institucionalização da comunidade
de Estados através da negociação, mas insistem também sobre os
valores universais em que assenta a Carta das Nações Unidas, mundo
interdependente dos nossos dias, o multilateralismo afirma-se como
caminho indispensável de progresso, via privilegiada e necessária para
substituir a força pelo direito na resolução dos conflitos e
contenciosos, garantindo a paz entre as nações. Sistema e
relacionamento internacional de que a ONU é exemplo, tanto nos seus
sucessos como nas omissões, a sua evolução dependerá da forma
como os Estados, através da vontade política dos respectivos governos,
gerirem a adaptação dos organismos internacionais às novas formas
de tensões, conflitos ou crises, e com a sua ajuda procurarem
harmonizar os seus interesses.
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OBJETIVAÇÃO

•O voluntarismo – valorização do papel da “vontade 
soberana” na construção do DI (especialmente nos 
tratados) – perde muito a importância no contexto 
em que todos os principais temas são resolvidos no 
plano multilateral e não mais no bilateral (onde a 
vontade de cada Estado tem muito importância).
• No multilateralismo, os caprichos de cada Estado 
são diluídos no pragmatismo exigido para se atingir 
consensos entre um grande número de países;
•Influencia Codificação, Institucionalização e 
Jurisdicionalização;
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CODIFICAÇÃO

• Princípios e costumes – que já eram 
fontes de DI – foram positivados em 
grandes acordos multilaterais que criam 
“códigos” legais longos e detalhados;
• EX: Direito dos tratados, das relações 
diplomáticas, do mar;
• Influencia a institucionalização e a 
jurisdicionalização;
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 Alargamento 
 Normativo 
• Muitos novos temas são submetidos a algum tipo 
de regulamentação no plano internacional 
(multilateral e regional);
• Questões que antes eram reguladas apenas pelo 
direito interno passaram a ser também regidas por 
normas internacionais;
• Agências especializadas; 8
ESPECIALIZAÇÃO 
NORMATIVA
• “Funcionalização”
• O DI cresce também no sentido de desenvolver vários 
ramos especializados de regulamentação de temas 
técnicos;
• Grande – porém discreta – inserção na legislação 
interna dos países; 
• DI deixa de ser apenas inter estatal e passa a regular 
questões internas aos mínimos detalhes (Direito da 
OMC)
• EX: UIT, OIT, FAO, UNICEF, OMS, OMM, 
• Influencia jurisdicionalização, fortalece 
Institucionalização; 9
Regionalização
•Formação de blocos regionais de integração 
econômica estruturados em organizações 
internacionais com competências normativas 
abrangentes e profundas;
•Paradigma intergovernamental tradicional 
que é o modelo dominante está sendo 
influenciado pelo paradigma da 
supranacionalidade europeia;
•Integração em diferentes níveis: União 
Monetária; Mercado Comum; União 
Aduaneira; Área de Livre Comércio;
•Ex: União Europeia; Mercosul; NAFTA; 
ASEAN; CAN; CARICOM; SACU; 
•Influencia Codificação e Institucionalização 10
UNIVERSALIZAÇÃO

•O DI, como o conhecemos, surgiu e se desenvolveu como um 
sistema eurocêntrico (depois se tornou euro-americano)
•Valorização do nacionalismo e do princípio da auto-
determinação dos povos;
•Dissolução dos grandes impérios coloniais acarretou o rápido 
aumento do número de Estados;
•Novos Estados se inserem no sistema do direito internacional 
“universalizando” um sistema que antes era basicamente um 
arranjo entre os reinos europeus;
• Importante papel da ONU neste processo;
•Universalização influencia a Codificação; Institucionalização e 
Humanização
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 GLOBALIZAÇÃO
•Planetarização da política (organizações 
internacionais, EMN, ONGI)
•Liberalização das políticas econômicas 
nacionais (influência de OMC, FMI, Mercosul);
•Transnacionalização de mercados (mega-
conglomerados multinacionais, corporações 
estratégicas; mercados transnacionais; )
•Mundialização da cultura
•Influencia multilateralismo, codificação e 
institucionalização 12
INSTITUCIONALIZAÇÃO

•Estados soberanos concordam em criar mecanismos 
multilaterais materializados em estruturas jurídicas 
internacionais dotadas de instrumentos, competências e 
poderes para que possam desempenhar as funções para as 
quais essas organizações foram criadas, partindo do 
entendimento de que há interesses comuns que poderiam 
ser atingidos de maneira mais eficiente através de uma 
cooperação institucionalizada do que por meio de 
iniciativas isoladas ou meramente bilaterais. 
•Ex: instituições universais: ONU, OMC, UIT, UNESCO; 
•Instituições regionais: União Européia, Mercosul;
•Influencia Jurisdicionalização; Especialização; 
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 Jurisdicionalização
•Aumento do número de tribunais internacionais;
•Generalização da jurisdição compulsória;
•Surgimento de novos tipos de jurisdições (OMC);
•Redução da importância do poder de barganha nos 
foros e nas relações internacionais;
•Contribuição para a efetividade do DI, 
previsibilidade, segurança jurídica;•Importância 
•Importância da jurisprudência no julgamento de 
novos conflitos;
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 HUMANIZAÇÃO
•A pessoa humana passa a ser sujeito direto 
de direitos e deveres previstos em normas 
de DI;
•A pessoa humana passa a ter capacidade 
processual para acionar tribunais 
internacionais, mesmo contra seus Estados 
(Jus Standi)
•Ex: Direitos Humanos/CEDH; Direito 
Comunitário;
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HUMANIZAÇÃO
Jurisdicionalização
ESPECIALIZAÇÃO NORMATIVA
Alargamento Normativo 
INSTITUCIONALIZAÇÃO
CODIFICAÇÃO
OBJETIVAÇÃO
Regionalização UNIVERSALIZAÇÃO
MULTILATERALIZAÇÃO
COOPERAÇÃO
GLOBALIZAÇÃO

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