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EPE HUNT Cap14

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UNIVERSIDADE ESTADUAL
DE MONTES CLAROS
EVOLUÇÃO DO
PENSAMENTO ECONÔMICO
II
LUIZ PAULO FONTES DE REZENDE
2
História do Pensamento Econômico: Uma perspectiva crítica
Hunt e Laustzenheiser, 2013
Capítulo 14 – Consumação, consagração e
destruição da “Mão Invisível”: a economia
neoclássica do Bem-Estar
• VILFREDO PARETO (1848-1923) – a economia neoclássica do
bem-estar ou ótimo de Pareto
3
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• Capitalismo: Duas mudanças significativa e um período de turbulência:
• 1) concentração industrial e a constituição de corporação gigantescas, com
trustes e carteis em escala mundial.
• 2) imperialismo
• Estas mudanças tornaram-se mais intensas, pois o sistema capitalista
sempre foi um sistema econômico instável, passando por períodos de
prosperidade e de depressões que se alternavam (ciclos econômicos).
• As depressões aumentar culminando com a Grande Depressão Mundial dos
anos 1930 e juntamente com a inquietação social resultaram numa
instabilidade cada vez maior
• A grande turbulência social desta data se manifestou na grande convulsão da
primeira Guerra Mundial, na Revolução Soviética (Socialismo) e o fascismo
na Itália e Alemanha.
4
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• A maior instabilidade econômica do capitalismo, em particular, a Grande
Depressão fizeram com que John Maynard Keynes reavaliasse as teorias
neoclássicas para compreender a natureza e as causas das depressões em
um sistema capitalista.
• Os economistas de tradição utilitarista e neoclássica teriam que reconhecer
que o capitalismo estava passando por um período de mudanças turbulentas.
• Say, Senior e Bastiat tinham depurado as teorias de Smith e Ricardo,
rejeitando todos os elementos da perspectiva da teoria do valor-trabalho na
economia clássica. Eles concentram na perspectiva utilitarista, enfatizando: a
troca no mercado, o comportamento calculista, racional e maximizador, a
harmonia universalmente benéfica criada pela mão invisível da troca no livre
mercado
• Três aspectos da teoria neoclássica obscurantistas: concepções de
empresário, da natureza da produção e do produção pelo qual os preços de
equilíbrio concorrenciais eram determinados
5
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• Empresário – agente econômico que contratava os fatores de produção,
transformava-os em mercadorias acabadas e vendia essas mercadorias, o
empresário só se motivava pelo desejo de maximizar os lucros, embora, no
esquema neoclássico, nunca houvesse lucros, quando a economia estava
em equilíbrio concorrencial. Os empresários nunca reconheciam que havia a
inexistência de lucros no mercado de equilíbrio concorrencial, e sempre
verifica que no final do processo de produção (equilíbrio) que o pagamento, a
cada proprietário de fator equivalia ao valor total do que tinha produzido
(valor da produção).
• A única remuneração do empresário era o retorno normal por ele recebido
por seus próprios fatores usados no processo de produção. Não tinha lucro
algum e, portanto, teria ficado na mesma situação, se estivesse limitado a
vender seu fator de produção a outro empresário, não tendo o trabalho de se
preocupar com lucros.
6
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• Processo produtivo – os neoclássicos nunca mencionavam patrões e
empregados, greves, duração de jornada de trabalho, disciplinas nas fábricas,
linhas de montagem, taylorismo ou qualquer característica negativa do processo
produtivo no capitalismo
• A produção na teoria neoclássica era como um processo de alquimia
fundamentado numa fórmula matemática, função de produção, que combina as
quantidades de insumos e desta combinação resulta no produto final
• Determinação de preços de equilíbrio em concorrência – cada empresário e
consumidor, donos dos fatores de produção, eram tomadores de preços. Todos
os preços eram determinados pelo mercado em concorrência, de modo
completamente independente dos atos praticados por qualquer indivíduo ou
firma.
• Walrás tentou mostrar que os preços em determinados por um processo de
tateamento, mas nem ele e nem os economistas neoclássicos conseguiram
apresentar um argumento teórico ou empírico convincente para mostrar que este
tateamento não afastaria mais a economia do equilíbrio em vez de aproximá-los.
7
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• Os neoclássicos recorreram a uma ficção útil de um deus exmachina para
defender a teoria de equilíbrio perante a presença do leiloeiro walrasiano.
• os neoclássicos demonstraram que existência do conjunto de preço de
equilíbrio não era logicamente impossível e que era conhecido por todos os
indivíduos e firmas.
• Três pilares da defesa ideológica neoclássica do capitalismo de livre mercado:
teoria da distribuição baseada na produtividade marginal, o argumento da mão
invisível e a crença de que as forças de mercado da oferta e da demanda
resultaria automaticamente e eficazmente a economia ao equilíbrio com pleno
emprego.
• Economia neoclássica do bem-estar é a apoteose (exaltação) final e mais bem
elaborada do argumento da mão invisível de Adam Smith. Ela é uma elaboração,
com modificações relativamente insignificantes, da análise de Walrás. O
aperfeiçoamento foi introduzido pelo discípulo de Walras, Vilfredo Pareto.
• Contribuição de Pareto à economia foi tão importante denominando-a de
economia neoclássica do bem-estar ou economia paretiana do bem-estar.
8
A Economia neoclássica do Bem-Estar
• A contribuição de Pareto foi formular as ideias de Walras em termos das “curvas
de indiferença” que tinham sido formuladas pela primeira vez por Francis Y.
Edgeworth (1845 -1926).
• Economia neoclássica do bem-estar: curvas de indiferenças (teoria do
consumidor) e as isoquantas (teoria da firma ou produção)
• A teoria de Pareto é a teoria de Walrás pois as ideias de Pareto e dos outros
teóricos posteriores aperfeiçoaram a versão de Walras do argumento da mão
invisível. A economia de Walrás tornou-se o ramo dominante da economia
neoclássica e outra escola fortemente influenciada pelas ideias de Menger
sendo conhecida como a escola austríaca e a partir de 1950 como a escola de
Chicago.
• Aperfeiçoamentos da teoria neoclássica nas décadas de 1950 e 1960 com o
conceito de Externalidades.
9
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• A teoria microeconômica neoclássica serve de base para a teoria neoclássica do
bem-estar e é, em geral, dividida em duas partes separadas: teoria da
maximização da utilidade pelo consumidor e a teoria da maximização do lucro
pela firma. Ambas as teorias são simples demonstrações da lógica da
maximização sujeita a restrições.
• A teoria da maximização da utilidade pelo consumidor mostra dedutivamente
que uma variação no preço de uma mercadoria leva, em geral, uma variação em
direção oposta da quantidade demandada desta mercadoria.
• A variação da quantidade pode ser separada conceitualmente em uma parte
causada pelo “ efeito substituição” (variação do preço) e em outra parte pelo
“efeito renda”.
• O uso das curvas de indiferença permite que as análises sobre a utilidade
marginal da maximização da utilidade pelo consumidor deixem de lado a
hipótese de que a utilidade possa ser quantificada (avaliação cardinal) . Basta o
consumidor listar, segundo um escalonamento de preferências, as diferentes
mercadorias (avaliação ordinal).
10
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• Isso representa apenas uma quantificação ordinal (escalonamento) de utilidade
dispensando comparações interpessoais de utilidade, que são conceitualmente
impossíveis.
• Condições necessárias para as curvas de indiferença atenderem aos resultados
neoclássicos: convexas em relação a origem (substitutibilidade – Taxa marginal
de substituição) e que o consumidor seja consistente na escolha.
• Consistência: se um indivíduo preferir X a Y e Y a Z, terá de preferirX a Z (
preferência revelada)
• Curvas de indiferença mostra como o consumidor maximiza a utilidade. Sendo
as mercadorias A e B, o consumidor pode escalonar todas a possíveis
combinações de A e B. Se o indivíduo obtiver maior utilidade adicional de A e
menor de B (ou vice-versa) supõe-se que ele sempre possa determinar quando
a utilidade adicional de A compensa exatamente a utilidade perdida com a
diminuição de B, e manter o mesmo nível de utilidade (permanecer na mesma
curva de indiferença).
11
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
Maximização da utilidade pelo consumidor
Restrição orçamentária
Quantidade de A
Q
ua
nt
id
ad
e 
de
 B
Curvas de indiferença
3
2
1
k
A
B
12
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• Em cada curva, existem pontos que representam “cestas” de A e B que tem o
mesmo grau de utilidade. À medida que passamos de um para outro ponto da
mesma curva, a utilidade conseguida com uma quantidade maior de uma
mercadoria é exatamente compensada pela utilidade que se perde. Portanto, o
consumidor é indiferente em relação a ter qualquer das cestas de A e B
representadas pelos vários pontos em uma única curva de indiferença.
• O gráfico apresenta três curvas de indiferença. A curva 1 representa o nível mais
baixo de utilidade; a curva 2 representa um nível de utilidade mais alto (possível
obter maior quantidade de A e B passando da curva 1 para a curva 2); a curva 3
representa um nível mais alto ainda de utilidade.
• A linha reta representa a restrição orçamentária do consumidor que mostra as
combinações de A e B que o indivíduo pode comprar com a renda recebida pela
venda de seus fatores de produção (poder aquisitivo), sendo a inclinação desta
linha o preço relativo dos bem A (preço do bem A dividido pelo preço do bem B).
• Consumidor maximiza sua utilidade comprando as quantidades A e B na curva
de indiferença 2, pois nenhuma curva de indiferença mais alta pode ser atingida,
dada a restrição orçamentária do consumidor.
13
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• Qualquer outro ponto atingível dentro desta restrição fica em uma curva de
indiferença abaixo da curva 2. Portanto o ponto K maximiza a utilidade do
indivíduo e este, de acordo com a teoria econômica clássica, sempre escolherá
este ponto.
• Inclinação da curva de utilidade, em qualquer ponto, mede a razão entre a
utilidade marginal de A e a utilidade marginal de B.
• Inclinação da linha orçamentária mede a razão de preços Pa/Pb
• Ponto K: (UmgA/UmgB) = (Pa/Pb) ou equivalente (UmgA/Pa) = (UmgB/Pb)
satisfazendo a condição de maximização da utilidade formulada por Jevons e
Walras.
• Os preços de equilíbrio de mercado de A e B, tal como determinados pelo
mercado em concorrência (leiloeiro) refletem perfeitamente a avaliação psíquica
marginal de A e B para cada consumidor, quer dizer, se o preço de equilíbrio de A,
por exemplo, for o dobro do preço de equilíbrio de B, todo individuo achará, em
termos físicos, que A terá o dobro da utilidade de B. após ter atingido seu nível
ótimo de consumo. Os preços refletem perfeitamente a utilidade marginal de todo
consumidor.
14
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• Demonstração da maximização do lucro por uma firma é quase idêntica à
demonstração da utilidade por um indivíduo.
• Teoria da firma: trabalho (L) e Capital (K)
• Isoquantas são as curvas 1, 2 e 3 mostrando que as várias combinações dos
fatores (trabalho e capital) produzem um determinado nível de produto
• Cada curva (isoquanta) representa um nível de produto determinado pela função
de produção, e quanto mais próxima a curva estiver da origem do gráfico, menor o
nível de produção.
• A linha reta é a linha de isocusto que é a combinação de trabalho e capital que a
firma pode comprar com determinada quantia de dinheiro (mesmo custo).
• Ponto J – maximização do lucro sendo interpretada de duas formas:
1) Produzir um nível de produção na isoquanta 2 com o menor custo representado
pela isocusto.
2) Se a firma resolver gastar apenas a quantia determinada pela isocusto, a
isoquanta 2 representará a produção máxima possível para este nível de despesa.
15
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
Maximização do lucro
Linha de isocusto
Quantidade de trabalho (L)
Q
ua
nt
id
ad
e 
de
 C
ap
ita
l (
K
)
Isoquantas
3
2
1
J
L
K
16
A maximização da Utilidade e Maximização do lucro
• Situação de equilíbrio em concorrência perfeita: a curva de isoquanta tangencia a
curva de isocusto. Em uma situação de equilibro em concorrência perfeita, todas
as firmas terão de pagar os mesmos preços pelo capital e trabalho (determinado
pelo leiloeiro).
• A inclinação da linha de isocusto é Pl/Pk (razão entre o preço do trabalho –
salários e o preço do capital – juros)
• Inclinação da isoquanta PmgL/PmgK (razão entre o produto marginal do trabalho
e do capital)
• Equilíbrio dado pela relação (PmgL/Pmgk) = (PL/Pk)
• O valor do produto marginal de cada fator é igual ao preço de cada fator VPmgL=
PL e VPmgk= Pk, assim a teoria da distribuição baseada na produtividade
marginal é válida. Cada fator recebe exatamente o equivalente ao que produz
dentro da determinada margem. A produção é maximizada e cada fator recebe
exatamente a renda da contribuição marginal de seus fatores.
17
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
• A visão Beatífica e a Felicidade eterna
• Com base nas condições de maximização da utilidade e do lucro, os
economistas neoclássicos construíram um modelo dedutivo e matemático, que
sob as condições de concorrência, os consumidores que maximizem a utilidade
e que façam trocas, bem como os empresários que maximizem os lucros e
façam trocas, automaticamente agirão e interagirão de maneira a maximizar o
bem-estar social.
• A condição de maximização do lucro é uma condição necessária e suficiente
para se atingir o que se conhece como fronteira de possibilidade de produção,
que mostra todas as possíveis combinações de mercadorias que podem ser
produzidas, quando o trabalho e capital de toda sociedade são utilizados
eficientemente.
• A eficiência é atingida, quando, para qualquer combinação de mercadorias
produzidas, o aumento da produção de qualquer mercadoria implica,
obrigatoriamente a diminuição da produção de outras mercadorias.
18
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
• O ponto sobre a fronteira de possibilidade de utilidades é o que os economistas
neoclássicos chamam de (ponto) ótimo de Pareto. Representa o bem-estar
máximo que a sociedade pode conseguir com uma certa distribuição de riqueza.
O comportamento de maximização da utilidade e do lucro em concorrência leva,
automaticamente, a esse ponto.
• Qualquer ponto na fronteira de possibilidade de produção representa um produto
total que compreende uma determinada combinação de quantidades de cada
uma das mercadorias produzidas.
• Taxa marginal de transformação na produção de duas mercadorias A e B igual a
2:1, significa que se desistirmos de duas unidades da A, poderemos produzir
mais uma unidade de B.
• Pontos sobre a fronteira de possibilidade de produção (FPP) representa a
eficiência econômica, isto é, ótimo de Pareto. Assim não é possível aumentar a
produção de um bem sem reduzir a produção do outro
• Pontos dentro da FPP representa a ineficiência sendo possível aumentar a
produção de pelo menos um bem, sem reduzir a produção do outro.
Máquinas
(milhares)
Alimentos
(milhões de
toneladas)
B
A
C
D
E
F
00 2
2
4
4
6
6
8
8
10
10
Fonte: Introdução à economia
Autores: Márcio Bobik Braga e Marco A. S. de Vasconcellos
Curva ou fronteira de possibilidade de produção
Pontos sobre a fronteira de possibilidadede produção (FPP) representa a eficiência
econômica (ótimo de Pareto).
Pontos dentro da FPP representa a ineficiência econômica.
Pontos fora da FPF representa a impossibilidade de produção, recursos insuficientes.
20
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
• Um sistema de concorrência perfeita e de livre iniciativa garante o máximo bem-
estar social. A prova disso está no comportamento maximizador dos produtores
e consumidores. Lembro o que disse Smith, cada indivíduo, buscando seu
próprio interesse pessoal, é levado por uma mão invisível a agir de modo tal que
promova o bem-estar geral de todos.
21
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
Bases hedonistas da economia do bem-estar
• A economia neoclássica do bem-estar baseia-se pura e simplesmente no
hedonismo.
• O hedonismo (do grego hedonê, "prazer", "vontade" ) é uma teoria ou doutrina
filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. O
hedonismo filosófico moderno procura fundamentar-se numa concepção mais
ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
• As curvas de indiferença permitem a substituição da quantificação cardinal pela
quantificação ordinal da utilidade. A palavra utilidade é quase sempre omitida em
favor da palavra preferência, a qual mostra que os consumidores fazem
escolhas de forma racional (ordenamento de preferência).
22
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
Bases hedonistas da economia do bem-estar
• O hedonismo da economia do bem-estar significa que se você gosta de alguma
coisa, o melhor é ter mais. Assim mais prazer é, melhor do que menos prazer
(Bentham); mais utilidade é melhor do que menos utilidade (versão neoclássica
dos fins do século XIX) e uma posição preferida no ordenamento de
preferências de um indivíduo é melhor do que uma posição não preferida
(versão neoclássica contemporânea).
• Cada indivíduo é o único juiz com capacidade de avaliar o prazer, a utilidade ou
a preferência de um objeto, porque se presume que esses níveis de bem-estar
dependam somente da relação entre o indivíduo e o objeto de consumo.
• Os desejos individuais são os critérios últimos dos valores sociais. Sempre que a
utilidade para a um indivíduo não seja uma questão puramente pessoal,
individual, quer dizer, sempre que a utilidade para uma pessoa seja afetada pelo
consumo das outras pessoas (ou produção das firmas), esses efeitos
interpessoais são chamados de Externalidades.
23
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
Bases hedonistas da economia do bem-estar
Ótimo de Pareto - a regra fundamental do ótimo de Pareto afirma que a situação
econômica é ótima, quando nenhuma mudança pode melhorar a posição de um
indivíduo (avaliada por ele próprio) sem prejudicar ou piorar a posição do outro
indivíduo (avaliada por este outro).
Uma melhora de Pareto, é uma mudança que tira a sociedade de uma posição não
ótima e a aproxima mais de uma posição ótima: “qualquer mudança que não
prejudique quem quer que seja e que melhore a situação de alguém (avaliada entre
as pessoas) tem que ser considerada uma melhora”
O significado das noções neoclássicas de eficiência e racionalidade está associado
ao ótimo de Pareto.
Os únicos valores que contam na análise de Pareto são as preferências de cada
indivíduo isolado ( melhores juízes do seu bem-estar) não considerando os valores
sociais. (trade off eficiência x justiça social; lucros x distribuição de renda)
Uma distribuição justa de renda pode ser socialmente ótima, mas uma
situação não ótima de Pareto (não eficiente).
24
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
Premissas da teoria neoclássica para atingir o equilíbrio de concorrência perfeita e
ter uma situação de ótimo de Pareto:
1) Grande número de compradores e vendedores, cuja parcela é pouca
significativa no mercado;
2) Livre entrada e saída de firmas em qualquer setor;
3) Insumos e produtos homogêneos;
4) Nenhuma incerteza quanto ao futuro;
5) Conhecimento perfeito de todas as alternativas de produção e consumo;
6) Funções de produção com as condições de optimalidade de segunda ordem
(curva pouco acentuada, não rendimentos crescentes de escala, taxas
marginais de substituição decrescentes ao longo da isoquanta);
7) Funções de utilidade com características similares à função de produção;
25
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
Premissas da teoria neoclássica para atingir o equilíbrio de concorrência perfeita e
ter uma situação de ótimo de Pareto:
8) Produtividade geralmente insensível à distribuição de riqueza e renda;
9) Apenas economias e desconomias externas ( ou externalidades) que possam
ser corrigidas ou anuladas com impostos ou subsídios;
10) Mercados sempre em equilíbrio, com toda mudança representando mudanças
instantâneas de uma situação de equilíbrio estático para outro.
Essas premissas vão além da análise neoclássica do equilíbrio em concorrência e
domina toda a análise microeconômica.
Premissas 1 e 2 – fundamentos do conceito ortodoxo de concorrência
Verdadeira concorrência capitalista: luta mortal entre os capitalistas para eliminar
seus rivais do mercado e conseguir a posição de monopólio
O equilíbrio no longo prazo é conceito da economia neoclássica, mas o verdadeiro
desenvolvimento do capitalismo ocorre numa direção oposta e generalizada da
concentração de mercado ( monopólio e oligopólio)
26
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
ECONOMIA DO BEM-ESTAR E EXTERNALIDADES
- Deficiência da economia do bem-estar é o tratamento da externalidades. De todas
as premissas irrealistas, a menos plausível é este tratamento.
- Teoria neoclássica: os processos de produção e consumo têm efeitos diretos
apenas sobre uma ou poucas pessoas que estão produzindo ou consumindo.
- Externalidades são geradas quando a função de utilidade de uma firma é
afetada pela produção de outra firma ou – o que é mais importante – quando a
utilidade para um indivíduo é afetada por um processo de produção com o qual
ele não tem qualquer ligação direta.
- Economia do BEM-ESTAR: simulação de um preço de mercado racional,
correto, do efeito não precificado da externalidade, através de um processo de
extrapolação ou de interpolação denominado de análise custo-benefício.
- A análise custo-benefício que pode ser feita para corrigir as externalidades é, ela
própria, uma mera extensão da teoria da eficiência alocativa, de Pareto.
27
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
ECONOMIA DO BEM-ESTAR E EXTERNALIDADES
- Externalidade – o governo bem intencionado e imparcial pode tributar ou subsidiar
de maneira a anular ou neutralizar a externalidade isolada, restabelecendo assim o
ótimo de Pareto através de uma análise de custo-benefício. ( Tributar as empresas
poluidoras que provocam doenças respiratórias, tributar o desperdício de água)
No mundo real, observamos que os atos de produção e consumo envolvem,
diariamente, externalidades ( acúmulo de lixo, destruição dos recursos naturais)
A falta de realismo da economia do bem-estar é a manifestação do hedonismo
individualista do utilitarismo, enquanto na realidade, a atividade econômica não é
ato individual e isolado, mas sim, a interação da sociedade (conjunto de indivíduos).
O Bem-estar de todo indivíduo é afetado de inúmeras maneiras pelos padrões
sociais e pelas instituições que determinam quem, o que e de que forma consome e
produz.
Em economia de mercado, qualquer ato de um indivíduo ou empresa que induza ao
prazer ou à dor de qualquer outro indivíduo ou empresa e que não tenha preço num
mercado constitui uma externalidade na economia neoclássica do bem-estar.
28
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
ECONOMIA DO BEM-ESTAR E EXTERNALIDADES- Em economia de mercado, qualquer ato de um indivíduo ou empresa que induza
ao prazer ou à dor de qualquer outro indivíduo ou empresa e que não tenha preço
num mercado constitui uma externalidade na economia neoclássica do bem-estar.
- Os atos de produção e de consumo são, em sua maioria, sociais envolvendo
um grande número de pessoas e estes atos envolvem externalidades.
- Tendo em vista estas externalidades, é difícil sustentar que no mundo da mão
invisível dos utilitaristas neoclássicos, cada um só se preocupando com seus
interesses próprios, e que todos estes atos egoístas promovem o bem-estar
geral.
- Com o reconhecimento da presença das externalidades, a solução do tipo
imposto-subsídio é claramente percebida como uma fantasia. Esta solução
exigiriam milhões de impostos e subsídios, e além disso estes tributos criariam
novas externalidades (inveja, simpatia ) e não resultaria no ótimo de Pareto.
- Escola austríaca, mais reacionária do que os teóricos neoclássicos ortodoxos,
nunca aceitaram a intervenção do governo no mercado, ignorando as
externalidades.
29
Teoria Microeconômica – A Economia Neoclássica do Bem-estar
ECONOMIA DO BEM-ESTAR E EXTERNALIDADES
- Escola austríaca ou de Chicago, mais reacionária do que os teóricos neoclássicos
ortodoxos, nunca aceitaram a intervenção do governo no mercado, ignorando as
externalidades.
Já na década de 1960, quando o debate das externalidades estava em voga em
virtude da degradação do meio ambiente pelo capitalismo, a escola de Chicago
também passou a recomendar política para lidar com as externalidades.
Política da criação de diretos de propriedade de poluir e a formação de mercados
nos quais tais direitos poderiam ser negociados ( exemplo negociação do crédito de
carbono).
- A tributação arrecadada pelo governo. A quem seria destinados estes direitos de
poluir? Aos pobres moradores das áreas poluídas? As pessoas escolhidas
aleatoriamente? Aos monopólios e oligopólios poluidores? Ou ficaria para o
governo?

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