Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Contrato de Câmbio Marítimo: Breve Considerações. Não há como falar sobre o cambio marítimo sem explicar o início da atividade empresarial, conforme sabemos o direito comercial surge em razão da necessidade de se regulamentar as atividades comerciais, assim sendo fica claro que a ciência do Direito acompanha o fato social, que no caso em apreço é o comércio. Nesse sentido todos os institutos do Direito Comercial, inclusive o Câmbio Marítimo foram surgindo de acordo com que as necessidades foram sendo criadas. É fato que o comércio marítimo fora amplamente desenvolvido pelos Fenícios em razão da habilidade em desenvolver a atividade da mercancia bem como a destreza de serem excelentes navegadores, entretanto os Fenícios não possuíam grandes regras marítimas, talvez pelo fato do comércio marítimo surgir de forma efetiva para o mundo nesse momento. Sendo assim as maiores regras de Direito Marítimo só foram criadas pela civilização grega, mais precisamente, na Ilha de Rodes, notável centro comercial da época, sendo que os costumes comerciais praticados neste local ficaram conhecidos na história do Direito como Leis Ródias. É nesse momento histórico, com o desenvolvimento do Direito Marítimo que surge o instituto comercial denominado Câmbio Marítimo, também conhecido como Empréstimo à Risco, salientando que tal instituto ainda se faz presente no nosso ordenamento jurídico. Podemos definir Câmbio Marítimo como o contrato de empréstimos de dinheiro ou valores sob garantia de um navio, sua carga, fretes ou pertences, subordinado o não perecimento do navio, dinheiro a risco. Para um melhor entendimento desse instituto, devemos analisá-lo de forma pormenorizada, assim temos a figura do Dador sujeito que realiza o empréstimo de dinheiro e portanto é quem está sujeito aos riscos da atividade (comércio marítimo), do lado oposto dessa relação negocial temos a figura do Tomador, sujeito que recebe o empréstimo e pagará um prêmio ao Dador, sendo que o Tomador dará como garantia o casco, o frete e pertences do navio e a carga sobre a totalidade desses objetos, conjunta ou separadamente, ou sobre uma parte determinada de cada um deles. Observe que o prêmio do Câmbio Marítimo é o valor que será pago ao Dador pelo Tomador para que aquele suporte os riscos do mar. Apenas com intuito de esclarecer o Tomador em regra era o comerciante. Estudamos até o momento que comerciante é aquele que assume o risco pela atividade econômica, nesses casos em razão do alto custo e risco existente na atividade comercial marítima principalmente na época onde esse instituto surgiu e se desenvolveu, os comerciantes precisavam diminuir seus riscos na atividade empresarial, dessa forma socorriam se aos contratos de Câmbio Marítimo. Salienta-se que em caso de avaria no navio ou perda da carga, o Dador, se responsabilizaria pelos prejuízos, sendo que no caso do Câmbio Marítimo recair sobre o casco do navio o tomador se responsabilizará pelo frete da respectiva viagem. Outro ponto importante é que o Cambio Marítimo, qual é representado pela Letra de Risco exarada a ordem possui força de Letra de Câmbio contra o tomador e eventual garantes, sendo transferível e exeqüível por meio de endosso. Em nosso ordenamento jurídico o Contrato de Dinheiro a Risco ou Câmbio Marítimo está previsto nos art. 633 ao 665 do Código Comercial, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. Importante lembrar ainda que o Contrato de Câmbio Marítimo viabilizou a atividade comercial marítima e também originou os contratos de seguros terrestres que conhecemos atualmente. Autor: José Branco Peres Neto, advogado e professor universitário. Bibliografia: MARTINS, Fran, Curso de Direito Comercial, 36ª Edição. 2013. Editora Forense. SALQUES, Oto. Breve Introdução ao Direito Marítimo. Disponível em: <http://www.salgues.com.br/vartigos.php?cod=6>. Acesso em: 20 fevereiro 2013.
Compartilhar