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PROCESSO PENAL AULA 10

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PROCESSO PENAL - AULA 10 (14/06/12)
Continuação Medidas Cautelares
2.6) Revogação e/ou Substituição das Medidas Cautelares
- Toda decisão que decreta uma medida cautelar é baseada na cláusula rebus sic stantibus.
- Segundo esta cláusula, mantidos seus pressupostos fáticos e jurídicos, a decisão deve ser mantida; alterados seus pressupostos, a decisão pode ser alterada.
Ex: Se o acusado for preso por estar constrangendo e ameaçando a testemunha, no momento em que todas testemunhas forem ouvidas, não haverá mais necessidade da prisão do acusado.
- Hoje, o juiz pode revogar a prisão, e, se entender necessário, pode aplicar uma ou mais de uma das medidas cautelares diversa da prisão.
- O art. 282, § 5º, CPP, afirma que, quando faltar motivo para que subsista, a medida cautelar pode ser revogada, ou senão, poderá ser substituída.
- A Resolução Conjunta n° 1 do CNJ /CNMP (29/09/09) estabelece a obrigatoriedade de reavaliação da necessidade de manutenção das prisões cautelares (periodicidade mínima anual).`
2.7) Recursos Cabíveis
- Deve dividir da seguinte forma:
01) Em favor da acusação:
- Neste caso, seria o Recurso em Sentido Estrito (art. 581, V, CPP).
- Este inciso é velho, e por isso que deve ser interpretado de maneira extensiva, no seguinte sentido: indeferir requerimento de prisão preventiva “ou de medida cautelar diversa da prisão”...
- Este RESE pode ser interposto pelo MP, querelante e assistente da acusação. Delegado não pode, pois não é parte na relação processual.
- O RESE do inciso V não tem efeito suspensivo (detalhe importantíssimo). Isso na prática significa que a decisão, mesmo impugnada, irá produzir seus efeitos regulares, ou seja, o acusado será solto.
- Então, de nada adianta interpor o RESE se ele não tem efeito suspensivo. O problema é resolvido conjugando o RESE juntamente com um Mandado de Segurança.
- O Mandado de Segurança será impetrado para que se consiga o efeito suspensivo ao RESE (art. 5º, II, L. 12.016/09). Este artigo deve ser interpretado a contrariu sensu.
02) Em favor da defesa:
- Neste caso, poderá impetrar habeas corpus, seja para discutir uma prisão, seja para discutir as medidas cautelares diversas da prisão.
2.8) Detração
- Está prevista no art. 42, CP.
- Detração é o desconto do tempo de prisão provisória, do tempo de prisão penal.
- EX: Se o acusado foi condenado a uma pena de 10 anos, e já foi preso provisoriamente por 03 anos. Neste caso, terá que cumprir somente mais 07 dias.
- Não deve confundir com a remissão, que é o caso que a cada 03 dias de trabalho haverá um dia a menos de pena (art. 126, LEP). Também haverá remissão a cada 12 horas de aula no prazo de 03 dias, haverá um dia a menos de pena.
- O problema da detração ocorre quanto às medidas cautelares diversas da prisão. Nada disse a L. 12.403/11 quanto à detração em relação às cautelares diversas da prisão.
- Diante do silêncio desta lei, a doutrina (tema novo – não há jurisprudência) vem entendendo que, havendo semelhança (homogeneidade) entre a medida cautelar imposta durante o processo e a pena definitiva aplicada na sentença condenatória, deve ser feita a detração.
- Ex: durante o processo o juiz impôs o recolhimento domiciliar no período noturno, e o acusado foi condenado a uma pena de limitação de final de semana. Neste caso, poderá haver o desconto.
- Quando não houver semelhança, a doutrina sugere que a detração seja feita nos termos da remissão, prevista no art. 126, da LEP, cujo critério deve variar de acordo com a gravidade da medida cautelar diversa da prisão.
3) PRISÃO
3.1) Conceito
- Prisão é a privação da liberdade de locomoção, com o recolhimento da pessoa humana ao cárcere, seja em virtude de flagrante delito, ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, seja nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar definidos em lei.
- Este conceito é retirado basicamente do art. 50, LXI da CF. Deve realizar uma interpretação a contrariu sensu.
3.2) Espécies de Prisão
- A doutrina divide em:
a) Prisão Extrapenal
b) Prisão Penal
c) Prisão Cautelar (ou Processual ou Sem Pena ou Provisória)
4) PRISÃO EXTRAPENAL
4.1) Prisão Civil
- A CF autoriza a prisão civil em duas situações: devedor de alimentos e depositário infiel.
- O dispositivo constitucional não é auto-aplicável, demandando uma norma infraconstitucional.
- A CF então, somente autoriza esta prisão.
- Já a Convenção Americana sobre Direitos Humanos autoriza a prisão civil somente no caso do devedor de alimentos (art. 7º, § 7º). Esta Convenção não autoriza a prisão civil do depositário infiel.
- A partir do RE 466.343, o STF interpretou que os tratados internacionais sobre direitos humanos, ainda que não submetidos ao quorum qualificado, passaram a gozar de um status normativo supralegal, ou seja, entre a CF e a legislação infraconstitucional.
- A partir desta decisão, o STF editou a Súmula vinculante 25, que afirma que a prisão civil do depositário é ilícita. A Súmula 419 do STJ também é no mesmo sentido.
4.2) Prisão do Falido
- A antiga lei de falência (DEc.-Lei 7.661/45) previa a prisão civil do falido no art. 35.
- Mas se a CF só previu a prisão civil no caso de depositário infiel e devedor de alimentos, não haveria como aplicar este artigo. Desta forma, sempre prevaleceu o entendimento que este art. 35 não fora recepcionado pela CF. Tanto é verdade que a súmula 280 do STJ partilha do mesmo entendimento.
- A Nova Lei de Falência (L. 11.101/05) tratou a prisão do falido no art. 99, VII. Mas agora, a nova lei passou a dispor que esta prisão é preventiva, e não mais civil.
- O art. 99, VII, L. 11.101/05 passou a prever a possibilidade da prisão preventiva. Mas deve entender, à luz da CF, que esta prisão preventiva só poderá ser decretada pelo juízo criminal competente, em detrimento do juízo cível que decretar a falência.
4.3) Prisão Administrativa
- É uma espécie de prisão decretada por autoridade administrativa com o objetivo de compelir alguém a cumprir um dever de direito público.
- Esta prisão administrativa não foi recepcionada pela CF, já que a mesma afirma que a prisão só pode ser decretada pela autoridade judiciária competente.
- Esta prisão administrativa estava prevista no CPP (art. 319). Mas a L. 12.403/11 revogou esta previsão.
OBS: No Estado de Defesa e Estado de Sítio autoridades não-judiciárias podem decretar prisões, por força da própria CF. Neste caso, teríamos uma espécie de prisão administrativa excepcional.
OBS2: Quanto ao estrangeiro, ele poderá ser preso para fins de extradição, expulsão e deportação. A L. 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) afirma que estas três prisões seriam decretadas pelo Ministro da Justiça, mas, de acordo com a CF, isso não é possível. Em se tratando de extradição e expulsão quem julga é o STF. No caso de deportação, quem decreta é o juiz federal.
4.4) Prisão do Militar
- A CF, no art. 5º, LXI autoriza a prisão do militar em duas situações: no caso de transgressão disciplinar e no caso de crime propriamente militar.
OBS: Esta prisão independe de prévia autorização judicial.
OBS: Quanto ao cabimento de HC contra punições disciplinares, o art. 142, § 2º da CF deve ser interpretado da seguinte maneira: Não caberá HC em relação ao mérito das punições disciplinares militares, mas aspectos relativos à legalidade da punição poderão ser questionados por meio do remédio heróico. Ex: a prisão disciplinar pode durar no máximo 30 dias. No caso de aplicar 60 dias, poderá impetrar HC.
5) PRISÃO PENAL (carcer ad poenam)
- É aquela que resulta de sentença condenatória com trânsito em julgado que impôs o cumprimento de pena privativa de liberdade.
6) PRISÃO CAUTELAR (carcer ad custodium)
- É aquela decretada antes do trânsito em julgado de sentença condenatória, com o objetivo de assegurar a eficácia da persecução penal, quando revelada a insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão (parte final acrescida pela L. 12.403/11).
OBS: A prisão cautelar é compatível com a regrade tratamento que deriva do princípio da presunção de inocência, desde que seja utilizada excepcionalmente e apenas quando comprovada sua necessidade.
6.1) Espécies de Prisão Cautelar
A) Prisão em Flagrante*
B) Prisão Preventiva
- Se o acusado estava preso por ocasião da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deve permanecer preso, salvo se desaparecer o motivo que autorizava sua prisão preventiva. Neste caso, a manutenção da prisão deve ser devidamente fundamentada pelo juiz.
- Se o acusado estava em liberdade por ocasião da pronúncia ou da sentença condenatória recorrível, deve permanecer solto, salvo se surgir alguma hipótese que autorize sua prisão preventiva.
- O art. 387, p. único, CPP trata da sentença condenatória, e afirma que o juiz decidirá fundamentadamente sobre a imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar.
- Desta forma, já não existe mais uma prisão automática da pronúncia ou da sentença.
C) Prisão Temporária (L. 7.960/89)
D) Prisão decorrente de Pronúncia
- Já não existe mais. Extinta pela L. 11.689/08 e 12.403/11. Prova disso é o art. 283, CPP.
E) Prisão decorrente de sentença condenatória recorrível
- Já não existe mais. Extinta pela L. 11.719/08 e 12.403/11. Prova disso é o art. 283, CPP.
7) MOMENTO DA PRISÃO
- Quanto ao momento da prisão, em regra a pessoa pode ser presa a qualquer hora e em qualquer lugar.
7.1) Inviolabilidade Domiciliar
- É a principal exceção quanto ao momento da prisão.
- Previsão legal: art. 283, § 2º, CPP.
- A CF trata do domicílio no art. 5º, XI.
- O conceito de casa é trabalhado pela doutrina através do art. 150, § 4º do CP.
OBS: O auditor da Receita Federal necessita de autorização judicial para adentrar, por exemplo, no escritório, que é considerado como casa.
OBS: Escritório de Advocacia: o mandado de busca e apreensão deve ser cumprido com a presença de representante da OAB, sendo vedada a apreensão de documentos pertencentes à clientes do advogado investigado, salvo se também estiverem sendo investigados pelo mesmo crime que deu ensejo à expedição do mandado.
7.2) Código Eleitoral
- O art. 236, CE, dá ao eleitor um salvo conduto durante um determinado tempo.
- O eleitor, desde 05 dias antes até 48 horas depois das eleições, não pode ser preso preventiva nem temporariamente.
- No mesmo sentido é a situação do candidato, no art. 236, § 1º, CE. Neste caso, a imunidade é de 15 dias antes da eleição e 48 horas depois das eleições.

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