Buscar

livro abdome agudo em equinos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

~ti~~dQ...
.4
Abdomeagudoeqüino
L. ele -r/]e-Io,
Barbara Goloubeff
rJ(\~ LQa J~Q
2 910 - êD0 J---
dh -jdo
OjGOOI-6'141-
ABDOME AGUDO--
EQUINO
5I?YLivr~sdeVeterináriaLtda.
CAIXA POSTAL 8135 - BONSUCESSO
TEL.: (021) 270-1979 - CEP 21.041
RIO DE JANEIRO - RJ
Livraria
ay~~]
1993
Capae gravuras:
AdeleStefanieEngl
Fotografias:
Barbara Goloubef!
LivrariaVarela
ISBN: 85-85519-05-3
Todososdireitosreservados.Nenhumapartedestaobra
podeserreproduzidaoutransmitidaporqualquerforma
e/ouquaisquermeios(eletrônico,oumecânico,incluindo
fotocópiae gravação)ou arquivadaemqualquersistema
oubancodedadossempermissãoescritadaEditora.
@EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 1993
-J ( \o-n doe. lecxnd~ de -rY)z:fo
~e:' ê9<ô- GOl1.l
Há doispoderososelementosna existênciahumana:
a compaixãoe a curiosidade.
A curiosidadesemcompaixãoé desumana,
a compaixãosemcuriosidadenãoé efetiva.
V. WESTKOPF
íNDICE
PREFÁCIO .~f\~ ~..:..~.h.......................................9
CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES SOBRE A FISIOLOGIA DA DIGESTÃO .......................
Digestãono estômago...................................................................................
Trânsitodo conteúdogástricoaoduodeno.................................................
Digestãono intestinodelgado.....................................................................
Digestãoparietal...........................................................................................
Digestãono intestinogrosso........................................................................
Motilidade intestinal...................................................................................
Permanênciado alimentono tratodigestório.............................................
Absorçãodaágua.........................................................................................
Formaçãodefezesedefecação""""""""""""""""""""""""""""""""""
Bibliografia...................................................................................................
11
12
13
13
13
14
15
15
16
16
16
CAPITULO II
DISTÚRBIO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR...................................17
Bibliografia...................................................................................................
CAPÍTULO III
DORESPLÂNCNICA .........................
21
23
Dorvisceral ,..............................................................................
Dorreferida .............................................................
Bibliografia .
CAPÍTULO IV
SEMIOLOGIA DO ABDOME AGUDO ...........................................................
PLANO DIAGNÓSTICO """"""""""""""'" ............
1)Anamnese.................................................................................................
3)Contenção ..........
Tipos decontenção......................................................................................
4) Dadosvitais..............................................................................................
5.Examedo abdomeeprocedimentosespeciais :.................
6)Examedacavidadeoral...........................................................................
7)Avaliaçãodador referida........................................................................
8)Cateterizaçãoendovenosa.......................................................................
9)Exameslaboratoriais................................................................................
10.Parâmetrosparadecisão:tratamentoclínico ou cirúrgico?.................
11.Eutanásia................................................................................................
12.Necrópsia................................................................................................
Bibliografia...................................................................................................
23
24
25
27
27
27
29
30
32
36
60
61
62
63
64
64
67
70
CAPÍTULOV
DIAGNÓSTICODIFERENCIAL:
FATORESPREDISPONENTESE DESENCADEANTES................................
Classificaçãodoabdomeagudo 82
Abdomeagudogástrico 84
Abdomeagudointestinal- semsurgimentodeperitonite 95
Abdomeagudointestinalcomsurgimentodeperitonite 113
Patologiascorrelatasaoquadrodeabdomeagudo 125
Bibliografia 130
71
CAPÍTULO VI
CHOQUE 133
Bibliografia : 138
CAPÍTULO VII
DESEQUILÍBRIO HIDROSSALINO 139
Bibliografia 143
CAPÍTULO VIII
TERAPÊUTICA APLICADA AO ABDOME AGUDO 145
I- Terapiadoestadodedesiquilíbrioácido-baseedochoque 145
II- Analgésicos 154
III- Antibióticosequimioterápicos 157
IV- Terapiadaimpacçãocolônica-laxantes 158
V- Carminativos 161
VI-Antiácidos 161
VII- Adsorventes 162
VIII- Adstringentes 163
IX- Antiespasmódicoseestimulantesintestinais 164
X- Hemostáticos.. 164
XI- Eubióticos. 165
XII- Anti-helmínticosdeL1-L4deS.vulgaris: 166
Bibliografia. 166
CAPÍTULO IX
DIETAS PARA CONVALESCENTES E NUTRIÇÃO ENTERAL
E PARENTERAL 169
1)Alimentorefrescante: 169
2)Alimentaçãoenteral:. 170
3)Alimentaçãoparenteral: 172
Bibliografia 174
PREFÁCIO
o livro daDrBBarbaraGoloubeffé o resultadodaperseverançae intuição
de médico veterinárioque obstinadamentevem-seespecializandoem
gastroenterologiaaplicadaaoseqüinos.A carênciadeumlivronacional,ende-
reçadodeformaobjetivaparao esclarecimentodasquestõesobscurasqueen-
volvema patologiado sistemadigestório,semprefoi motivodepreocupação
entreprofessoresealunosdeVeterinária.Há aindaasdificuldadescomlínguas
estrangeirasquedeixamnossosalunossemum referencialconfiável.
A autorasensibilizou-secomestesquestionamentos,acrescidosdassuas
indagaçõesquenão foramsatisfatoriamenteresolvidasquandoestudantede
MedicinaVeterinária.Maistarde,elasoubeaproveitaraspropostase queixas
formuladaspor alunosestagiários,seusorientadosna ClínicadeEqüinosdo
Regimentode CavalariaAlferesTiradentes,da Polícia Militar do Estadode
MinasGerais.
AbdomeAgudoEqüino,o títulodaobra,nãopoderiatersidoescolhame-
lhor,noamplopanoramaclínicodagastroenterologia.Suaconstruçãocientífica
é feitacomumapedagogiacompreensívele original.Dasuaoriginalidade,eu
destacoa ênfaseemmostrarqueo problemadascrisesabdominais,umadas
maisantigasdetodaHipiatria,merecerevelaçõesouleiturasqueanteriormente
nãoforamsatisfatoriamenteinterrelacionadascoma semiologia,diagnósticoe
terapêutica.A bemdaverdade,estasimportantesquestõesforampesquisadas
pelosautoresestrangeiros,porémnestelivro elassãoexplicadascomlógicae
honestidadequedesmistificaarelaçãodocavalocomumdosseusmaispersis-
tentespredadores- o homem.Nestaconceituação,indispensávelà compreen-
sãodasrazõesquefazemdeabdomeagudoa tragédiado cavaloestabuladoe
explorado,a autoratrazinovações.
A noçãoea demonstraçãodosagentescriadoresdasagressõeseviolências,
quetransformadasemforçasestressorasdesequilibrama biologiainternados
eqüinos,aindanãohaviamsidodiscutidascomo objetivodeunir a medicina
do comportamentocomaquelado tubointestinale suasglândulasanexas.A
autoradeixamuito claroque o pacienteeqüinoé conduzidoàs doenças
gastroenterológicasporcontadasalteraçõesno seuecossistemae naofertade
prótesesexteriotipadasquevãodosmanejosatéospressupostosdediagnose,
terapêuticao propedêutica- dadosque forambempostose selecionadosnos
capítulosI, II e VI.
OScapítulosIII, IV eV sãoexcelentesexemplosdemetodologiainovadoura,
emespecialquandosalientaeensinaapráticadeumaboaleituradalinguagem
dosgestos(mímica);linguagemabdominal(sinaisfísicospercebidosà auscul-
tação);linguagemcifradasoucodificadores(dorreferida,tecladosudoral,tecla-
dodereflexosexercitadose observadosemregiõesespecíficasdasuperfíciedo
corpo;ritmossensoriaisperceptíveisao toquetransretal).Na descriçãoda
9
semiologia,percebe-seapreocupaçãocomo legítimoaprendizadodaanamnese
nascrisesabdominais.A orientaçãodidáticaésegura,particularmenteseforem
estudadoscomatençãoasfigurase gráficos,e osquadrossinóticosdo exame
transretaledaseqüênciadosexamesderotina.
Emgrausdegrandeimportâncianaescalaouseqüênciadedadosqueforam
minuciosamentedescritos,visandoensinaro processomaisseguroparase
construirumadiagnose,comprognósticoe propostaterapêutica,a autorain-
cluiuno capítuloVII a oportunadescriçãodo desequilíbriohidrossalino.As
explicaçõessãoclaraseobjetivas,emperfeitaharmoniacomosdadosdebiofísica,
bioquímicae fisiologiade fluídose sais.Estesdadosmerecemconsideração
especialporqueaautorafoi felizquandocorrelacionou-oscomafisiopatologia
do choquee dastoxemiasintestinaisno construtodasterapêuticase dietas
indicadasparao abdomeagudoeqüino.
O livrodaDI"IBarbaraGoloubeffprecisaecertamenteconsultadoportodos
nós,interessadosnoaprendizadodaclínicagastroenterológicadeeqüinos.Ele
émuitoricoeminformaçõescientíficas,técnicase práticasindispensáveisaos
programase metodologiasdoexameclínicoe controleexperimental.
Belo Horizonte, 16 de junho de 1993.
JAIR FERRElRA DO NASCIMENTO
10
CAPÍTULO I
-
CONSIDERAÇOES SOBRE A-
FISIOLOGIA DA DIGESTAO
o eqüideo alimenta-sebasicamentede vegetais compostos de ligações
nitrogenadase nãoE-itrog~adase de saisminerais.!:::Iac.om20siçãodos-primei-
ro~entramas próteínas,áffiinoácidos,saisamoniacais,etc.Na composiçãodas
Ug9-çilesnãonitrogenadasentramoslípides e carbohidratos.Além disto,nestes
alImentosencontram-sea água,as vitaminase enzimas.
A maior partedos alimentosentrano organismosob a formainsolúvel. O
tratamentomecânicoe bioquímica do alimento,no tratodigestório,leva à for-
maçãode substânciasnutritivas solúveis,que posteriormentesão absorvidas
através da mucosa para o sangue e linfa. Elementos não absorvidos são
excretados.
Os animaiscomemo alimentodeformasvariadas.A preensãodo capimé
basicamentefeitapelalínguae dentesincisivos,porémo eqüinousao lábio
superior,muitomóvele sensível.Entretanto,aocomerno cacho,o cavalousa
tambémintensamentea língua.
A águaé bebidaporsucção.Paraissoos lábiossãoreunidos,deixando-se
nafrenteumapequenaabertura,comalínguafuncionandocomoumpistãode
bomba,quediminuia pressãooralpossibilitandoa capacidadedesugar.
O tratamentomecânicodo alimentoinicia-sena boca.Isto é alcançado
atravésdeumamastigaçãocriteriosa.A trituraçãoé feitapormovimentoslate-
rais da mandíbulae requera açãode músculosfortes.Por esteprocessoo
alimentotema suaáreadecontatoaumentadae sesubmetemaisfácile rapi-
damentea açãodossucosdigestivos.Ao mesmotempo,o alimentoé umede-
cidopelasaliva,tornando-seescorregadioe passíveldeserdeglutido.
Os eqüinosmastigamsempreemum dosladosdamandíbula,ocorrendo
umatrocaordenadaealternadadaproduçãodesalivapelaparótida.A secreção
é maiordo ladoqueo animalestivermastigandono momento.O volumede
salivadependedaquantidadede alimentoingeridoe dasuacondiçãofísica,
quantomaissecoo alimento,tantomaissalivaé produzida.Os estimulantes
maisfracosdasalivaçãosãoosalimentosverdesmacioseosmaisfortessãoos
alimentosgrosseiros.Umeqüinoadultode400kgsecretapordia,emcondições
normaisaté40litrosdesaliva.A saliva,depH básico,favoreceo crescimentg
debactériasfermentativasno eStô~~------
11
~endode..8lutido,oalimentoélevadopormovimentosperistálticosdoesôfago-
p-arao estô~ago.Ao aproximar-sea ~n~aperistáltica,a cárdiaseabre,permi-
tindoae.ass~emàOãlimento,e sefechadenovo.
Digestãono estômago
O estômagodoeqüinodivide-seemquatroregiões:esofagica,cárdia,fúndica
e pilórica.A regiãoesofágicaocupaa maiorpartedo estômago:é cobertapor
epitélioplano,aglandular.Nacárdiaenosacocegoháglandulastubulares,que
produzemsecreçãoalcalinaouneutra.As glândulasdaregiãofúndicasecretam
sucoácidoe asdaregiãopilórica,suco~e~eutra.
Q sucogástricoé compostodeAgua,substânciasorgânicas(enzimas,
amin,oácidos,mucina}, ácigo-clorídriçoJivre e saisminerais,Além do suco
gástricoé produzidotambémummuco,queprotegeasparedesdo estômago
contratraumase daauto-digestão.
O estômagosecontraiindependentemente,atémesmodiantedasupressão
vagalesimpáticaqueregulama ação.'Temasfunçõesdeesfarelaro alimento,
misturá-tocomo sucogástricoe encaminhá-lo ao duodeno.O alimento,no
estômagodo eqüinosedispõeemcamadas,graçasaosmovimentosfracosdo
sacocego.tAcapacidadegástricaérelativamentepequena(15-18litros),porém
o eqüinoé capazde comerum volumeduasou maisvezesmaiorqueesta
capacidade.-Istosignificaqueasprimeirasporçõesdaingestapassampeloes-
tômagomaisrápido(GRAF.1},60eqüinobebedeumavezemtornode15litros
deáguaquenãoseconservano estômago.a maiorpartepassaaointestino.
(M)
22,44
3,3
3,08
1,0
EJ
Estômago
Cólon Cólon (1)
I. Delgado CeGo Maior Menor
Graf,1. Capacidadevolumétricaecomprimentodediferentespartesdotratodigestivo
deeqüinos.AdaptadodeCOLIN, 1871apudDUKES& SWENSON,1977.
12
No estÔmagodo eqüinosãodigeridossimultaneamenteoscarbohidratos,e
asproteínas,pelaaçãodeenzimadosalimentosvegetaise dasbactérias,assim
como pelo sucogástricoe dos sucosquesãoemitidosdo duodenoparao
estÔmago.Sobaaçãodasbactérias,ocorreafermentaçãoláticaea celulosenão
é digeridano estÔmago.
O sucogástricoéproduzidosemcessar.Em24hsãosecretados10-30litros.Um
eqüinocomo estômagovaziopermanececommovimentosgástricosconstantes.Tra-
balhoscomeqüinosgastrostomizadosprovama produçãoreflexadesucogástrico.
A capacidadedigestivadosucogástricodependeempartedacomposição
do alimento:paraconcentradosa capacidadedigestivaé maiordo quepara
forragem.Além disto,o sucogástricoeqüinopossuiconcentraçãobaixade
ácidoclorídrico:"Odescansoapósa alimentaçãoé maisfavorávelparaa diges-
tãogástrica,queo exercício.
Trânsitodo conteúdogástricoao duodeno
O alimentopaultinamenteélevado,emporções,doestômagoparaoduodeno.
Passamapenasasmassasliquefeitas,enquantoo alimentomaisconsistenteé
retido.O quimoédeslocadoparao intestinopelascontraçõesgástricasfavorecidas
aindapelapressãoosmoticae pelarepleçãododuodeno,queestandorepleto,
retardao trânsito.
O alimentocontendomaiorteordeproteínase lípides,permaneceno estô-
magomaistempoqueo alimentoricoemcarbohidratos.No eqüinoo estômago
seesvaziaem24h.
Digestãono intestinodelgado
O conteúdogástrico,levadoao intestinodelgado,é compostode água,
ácidoclorídricoe saisminerais;e principalmenteda dissociaçãoinicial de
proteínas,carbohidratose lípides.Tal digestãocontinuanos intestinos.No
intestinodelgadoo alimentoé digeridosoba açãodos sucospancreático,
intestinalebile.As enzimaspancreáticasagemsobreasproteínas,oscarbohidratos
eoslípides,talcomoosucointestinal.A bilenocavaloéliberadacontinuadamente.
Ageeniulsificandooslípides,favorecendoaaçãodalipase.Alémdisto,osácidos
graxassomentesãoabsorvidosseestiveremunidosaosácidosbiliares.
Digestãoparietal
No intestinodelgadoocorrea digestãodamaiorpartedospolipeptídeos,
polissacarídeos,lípidese ácidosnucleicos.As partículasmaioressãodigeridas
atétornarem-se.menores,poréma hidrólisefinal ocorrequandodo contato
destaspequenaspartículascoma mucosaintestinal.
13
Oscíliosdointestinodelgadoestãorecobertosporumaquantidadeimensa
demicro-cílios,bemvisualisadosàmicroscopiaeletrônica.Entreeleshápeque-
nas.6S.qaCt.asandeseencontramenzimas.Elasprovemdoquimo,sendotambém
b'iin~ [NiJascélulasintestinais.Como auxíliodelasé queocorrea diges-
.w 1W..aJJlJlJ J.llJ>JJ1!l..cJ..a..sn,utritiva;ali mesmoabsorvidas'parao san.sue.Estas
am.imasal1.Bmemcondiçõesestéreis,poisasbactérias,emconsequêncíadoseu
'~mUlnn().nrl.oc.onse~uem.\lenetrarno es\laçoentreos micro-cfiios \l"l~. ~I'
1 FIG.1. Esquemadadigestãoentérica(I) eparietal(II).
1- Microvilosidades;2- Enzimas(na superfície
dasvilosidadeselassãorigorosamenteorienta-
das);3-Micróbio(devidoaoseutamanho,eleé
incapaz de atravessar os poros entre as
vilosidades);4- Substânciasalimentaresemdi-
versosestágiosdedigestão.
t
2
I
n
~
, -
--:r.-
'8
Digestãono intestinogrosso
O quenãofoi absorvidono intestinodelgado,é levadoaointestinogrosso.
Istoé reguladonoeqüinoporumpiloro.O quimoentraempequenasporções
no ceco,sendoquequandoo mesmoestácheio,o piloroíleo-cecalsefecha,
retendoo conteúdono intestinodelgado.Ointestinogrossodoseqüinosébem
desenvolvido,medede6 a 13mdecomprimento.
O sucodointestinogrossocontémbasicamentemucoeumapequenaquan-
tidadedeenzimasdefracaação.Portanto,a digestãono intestinogrossosedá,
basicamente,pelasenzimasdointestinodelgado,queestãojuntocomo quimo,
assimcomopelaaçãodebactérias.Estasfermentamoscarbohidratos,dissociando
a celulose,causandoputrefaçãodasproteínase a oxidaçãodoslípides.Como
resultado,formam-seosácidosgraxosvoláteise assubstânciasgasosas,consti-
tuídaspelosgasessulfidrico,carbônicoe metano.A putrefaçãodasproteínas
originaassubstânciastóxicas:fenol,cresol,indol,escato!.
Nos eqüinosa celuloseé digeridano cecoe colonmaior,ondea massa
alimentarpermanecepelomenosporsetentae duashoras.
14
Dependendodacomposiçãoalimentar,no intestinogrossopodeprevalecer
oraafermentaçãodecarbohidratose produçãodeácidosgraxosvoláteis,oraa
putrefaçãoproteicae produçãode fenol,indol escatol,etc.
Motilidadeintestinal
A funçãosecretoraintestinalé dependentedasuafunçãomotora.A mus-
culaturalisadointestinoencontra-seemumtonusconstante,podendoinstalar-
sehipotoniaemconsequnciaà doençaou envelhecimento.
Distinguem-sequatro tipos de motilidade intestinal: peristáltica,
antiperistáltica,segmentare pendular.O movimentoperistálticoconsisteno
fatodequea musculaturado intestinosecontrairitmicamenteempartesdis-
tintas,estreitandoo lume,enquantoasporçõesadjacentes,duranteestemovi-
mento,serelaxam.Destaforma,a massaalimentaré impulsionadadaporção
contraídaparaa relaxadae gradativamentedirige-seno sentidoaboral.
O movimentoantiperistálticoé desentidocontrário.Istointensificaamistura
doquimo.Estemovimentopodeserobservadonoesôfagoe no intestinogrosso.
A misturadosalimentosé favorecidapelasegmentaçãorítmica.Ela seca-
racterizapelo fatode queo intestinoorase divideemsegmentos,oraestes
segmentosseunemnovamente.
Em pequenasseçõesisoladasdo intestinoé possívelveroraseuencurta-
mentooraseualongamento.A massaalimentar,destaforma,semistura,porém
permaneceno mesmolugar.Estessãoosmovimentospendulares.
A motilidadeintestinalé induzidaporestímulomecânico- dealimentos
grosseiros,e químico- pelabile, ácidos,basese produtosda digestão.O
estímulovagalaumentae o estímulosimpáticoenfraquecea motilidade.Os
estímulosmecânicoe químicoagemsobreterminaçõesnervosasdamucosae
submucosaintestinal.Estasligaçõesnervosasgarantemo automatismo,poisas
contraçõesintestinaise a progressãodo quimoemdireçãoaboralé observado
tambémnosanimaisnosquaiso intestinofoi completamentedesligadodoSNC.
No cecoexisteum padrãodeprogressãoquese inicia no ápicececal,se
propagandopelabasee orifícioceco-cólicoparao colonventraldireito.Este
fenômenoocorreacadatrêsminutos,aproximadamente.Produzsomepropulção
deingesta,ouvidoà auscultação.Existeummarca-passopróximoaoápice,que
desencadeiaesteeventomotor,comumaocecoe colonventraldireito.
Permanênciado alimentono tratodigestório
Noseqüinos,o alimentopermanecemaisdequatrodiasnotratodigestório.
Influenciamnestapermanênciao tipodealimento,a suacomposiçãoquímica,
o estadofísico,etc.
15
Absorçãoda água
A águaé absorvidatantono intestinodelgadoquantonogrosso.No eqüino
adulto,aproximadamente90litrosdeáguasãoabsorvidospordia.
Formaçãodefezese defecação
As fezessãoconstituídasde restosalimentaresnãodigeridos,célulasde
eliminação,bileemineraiseliminadospelointestino.Maisde30%dasubstân-
ciasecadasfezesécompostademicroorganismos,mortosevivos.As fezessão
formadasa partir do quimo, na porçãofinal do intestinogrossoe são
gradativamenteespessadasemconsequênciada absorçãohídrica.Os eqüinos
eliminampordia até17kgdefezes.
A defecaçãoé um atoreflexocomplexo,do SNC,constituídodereflexos
condicionadose incondicionados.O tenesmosurgeemconsequênciadeestí-
mulosdosreceptoresdaporçãofinaldocólonmenor.Esteestímuloétransmi-
tidoparao centrodadefecação,queselocalizana porçãolombardamedula
espinhal.O atodadefecaçãoéauxiliadopelosmúsculosdiafragmaabdominais
e diafragmapelvino.A defecaçãoocorrede5 a 12vezesaodiae sofregrande
influênciadosfatoresemocionais,sedentarismoe estruturadobolo fecal.
Bibliografia
AZIMOV,G.1.,BOIKO,V. I.,IELISSEIEV,A.P.Fiziologiapichtchevarenia.In.:
Anatomiai fiziologiaselhskokhoziaistvenikhjivotnikh.Moscou:Kolos,1978.
p. 224-250.
DAVIES,J. V. Normalintestinalmotility.Advancesin equineabdominalsurgery.VeI.
Clin.NorthAm.,v. 5,n. 2,p. 271-282,1989.
GACEK,F. Característicasanatõmicase fisiológicasdoaparelhodigestivonoseqüinos.
In.:Mini-Simpósiodo ColégioBrasileirodeNutrição.
HILL, K. J. Prehension,masticationy deglucion.EI esofago.In.: DUKES, H. H. &
SWENSON,M. J. Fisiologiadelosanimalesdomesticos.Madrid:Aguilar,1977.
p. 4,45-458.Piracicaba.Anais...Piracicaba:CBNA,1988.
16
CAPITULO II
DISTÚRBIO DO COMPORTAMENTO
ALIMENT AR
Nutricionistasespecializadosemeqüinos,atéhá pouco tempodesconheci-
am as variáveiscomportamentaisque regulama ingestãode alimentos.Hoje já
se sabeque o volumeingerido dependedos seguintesfatores:se o animal está
só ou emgrupo;quemsãoosoutroscomponentesdogrupo,suaidadeesexo,além
do seu aprendizadoanterior.Os eqüinospossuemum tratodigestóriobastante
peculiar,designadoà digerirfibrabruta,relativamentepobreemnutrientes.Até a
formadentáriados eqüinosé bastanteespecíficaparaa trituraçãoda celulose.
É peculiar do eqüinonão vomitar,de formaque o alimentoqueele ingere
destina-seobrigatoriamenteparao tratodigestório.Estemecânismonãovanta-
joso desenvolveu no cavalo, paranãoingerirsubstânciasnocivas,hábitocom-
portamentalque garantasua preservação.
Ainda é pouco conhecida a maneira como os eqüinos selecionamo ali-
mento. De alguma forma eles possuemum conhecimentoque lhes permite
diferenciar se algo é venenosoou se há dieteticamenteem excessoou em
deficiência.Eles então,agemde acordo,procurandoou evitandoestaou aque-
la substância.O hábito funcionabememeqüinosmantidosa pasto.É pior nos
animaisquerecebemalimentosconcentradosprocessadosartificialmente.Uma
outra maneira pela qual os animais aparentementeaprendem em parte, a
selecionara dietaé pela imitação.O potro aprendecom a éguao que é
apropriado à sua alimentação.Além de selecionaro que é bom para a nutri-
ção, os eqüinosselecionamalimentosque lhes agradampela texturae gosto.
Pelo fatodo estômagodos eqüinosserrelativamentepequeno,ele armazena
poucoalimento.O resultadodistoé queo eqüinopassa,emmédia,16h(14-18h)
do dia se alimentando.Ocorretrituraçãono momentoda alimentação,por isto o
eqüinocomelentamentee por conseguintepor períodoslongosde tempo.
Assim, eqüinos selvagensda Camarguia(DUNCAN, 1980)se comportam
quantoao tempo:
60% comendo
20% em pé
10% deitados
10% outrasatividades
17
Comparandocomeqüinosestabuladoscomofertarestritadefibra(3kg/dia),
onde o único contatoé o visual, atravésdas portasdas baias (KILEY-
WORTHINGTON,1987),a distribuiçãoemfunçãodo tempoé a seguinte:
15%comendo
65%empé
15%deitados
5% outrasatividades
Esta comparaçãoregistraa gravedeturpaçãoda fisiologia no eqüino
estabulado.
Osfatoresestressantescomoapermanênciaemcondiçõesanti-homeostáticas,
comunsnassituaçõesdeexplicitaprivaçãodaliberdadeindividual,produzem
desconfortos,sofrimentose dor;independentedosestágios,sesub-agudo,agudo
oucrônico.A tolerânciaaosdesequilíbriosé variávelentreos eqüinos.Pode-se
dizerqueosofrimentoimplicaemumestadoemocionalsevero,queédesprazeiroso,
atingindoníveisquecomumentequebramo equilíbriobiológicointernoereflete-
senasdisfunçõesfisiológicasaníveldotubointestinal,queassimfuncionacomo
verdadeiraválvuladeescapamentodastensões.
Osanimaistêmnasuaestruturapsicossomáticaumamplopredomíniodos
centrosgeradoresdoprazer.O desprazerquegeradesconforto,sofrimentoedor,
poderáterorígemexógena,quandoo organismocaptarosestímulosdomundo
ambientedeformaaversivaouagressiva,semchancedefuga.Contudo,pode-
se-iaafirmarqueo eqüinoestabulado,queingerealimentosdebaixaqualidade,
estaráacumulandodesprazerendógeno.
Estesfenômenosafetamdeinícioacortexcerebral,núcleosdohipotálamo,dabasedotelencéfaloedotroncoencefálico,dandoorigemaoscomplexosproblemas
emocionaisquedesencadeiamimpulsosreflexoslesivossobreostecidoseórgãos
esplâncnicos.Paralelamente,à influênciasobreostecidosacimamencionados,
taisfenômenostambémafetamoscentroscontroladoresdavidainconscienteou
vegetativa,alterandoasrelaçõesvivenciaispessoaise interpessoais.Estesníveis
dealteraçõestêmsidoclassificadoscomoansiedadeefrustração.Éassimqueuma
TABELA I
EXEMPLOSDE SITUAÇOESCAUSADORASDE DESCONFORTOE DOREMOCIONALEM EQUINOS.
Sede não saciada
Fome não saciada
Movimentos impedidos
Movimentos não desejados
Confinamento e pobreza de estímulos desejáveis
Agressividade sem chances de defesa ou revide
Privação de experiência ecosslstêmlca
Privação de individualidade
Ruptura dos laços grupais
Fadiga especifica e inespecífica
Processos autoagresslvos
Desempenho de trabalho sem a condição biomecânica necessária
Desempenhos blomecânlcos comprometedores da integridade blofísica
Monotonia consequente à vida artificial
Estado de incerteza perante às manipulações humanas
NASCIMENTO, J.F.. 1988
18
dordeorigememocionalpodesercausadoradeestadosdoentioschamadosde
doençadocomportamento(TAB .I).
Oseqüinossofremosestágiosdedorfísicaepsíquicaouemocional,porque
os sistemasdeconfinamentoestritoe deexploraçãocontínuado trabalhosão
executadossemo respeitodasnecessidades,dospotenciaise daslimitações
peculiaresa cadaanimal.Seforemavaliadasaperdadeperformancee o insis-
tenteempregodo eqüinonas diversasatividadesequestres,observar-se-áas
causasgeradorasdasdoençasorgânicaseoudocomportamento(TAB. II).
TABELA 11
ALTERAÇÕES ORGÂNICAS OU COMPORTAMENTAISCONSEQÜENTESAO SOFRIMENTO EMOCIONAL.
Perda de peso
Dores na musculaturae nos ossos
Lesões de pele
Desidratação
Obnubliaçãoe indiferençaao ambiente
Disfunçõesgastroenterológicas
Expressividadede agressãoao horáriode alimentar
Perversãodo apetite
Vícios e neuroses
Alteraçõesna fisiologiada digestão
Desgastedos epitéliose mucosas
Desgastese degeneraçõesósseas
Depressãoimunológica
Distúrbiose inversõeshematopoiéticas
Perda da visão
Doençaarticulardegenerativa
NASCIMENTO, J.F., 1988
Os afastamentosperiódicosoupermanentesdopadrãoreferêncialquenamédia
designa-secomonormal,sãofreqüentes,masnão estãovinculadosa uma causa
patológicaprimária.Muito ao contrário,sãoos fatoresprimáriose externosque
maiscontribuemcomovariáveisintervenientesno processodesignávelcornosaú-
deou higidez.Estasdoençastêmsido expressaspelosestadosneuróticosdaauto-
agressividadee violênciano momentoda alimentaçãocom nutrientesconcentra-
dos (FIGS. 2 e 3),no geraldistribuidos emproporçãoe horáriosfracionados.As
conseqüênciasimediatassão observadasnas hiperemiasde origemnervosaque
atingemamucosagástrica;auto-intoxicaçõescrônicas;alteraçãodeperfusãohepato-
renal; perversãoalimentarrepresentadapelo vício do coprofagismo;hipotonia
intestinal;descontrolecorticoentérico;perdado controleposturaldevidoà mono-
tonia do caminharem pisos duros e habitarespaçofísico que impossibilitaa
ginásticafuncional espontânea;finalmente,urna gravedepressãopsico-reativa
habituale perdada vocalizaçãoparasinalizaçãoe intercomunicação.
As intervençõesnegativase com reflexoimediatono cursoda estabilidade
fisiológica de todo tratodigestórioagravamquandoassociadasà pobezaquali-
tativa dos alimentose a um percapta insatisfatórioàs exigênciasdiárias.Por
exemplo, a oferta de forragemfibrosa ou com alta porcentagemde matéria
apodrecida,é causafreqüentede obstruçãointestinal.Não alimentae aumenta
o débitoenergéticoem razãodas dificuldadesde digestão.
19
ousoprolongadodestaforragemimprópriaocasionaum estágiogeneralizado
ire1'T:Iun'D\'Dn1aa\imentarcomlesõesna coberturamucosado lume intestinal.As
lesõesnamucosa e a faltade plenitudeou de volumeadequadode alimentono
lumeintestinalalteramaspressõesnegativasepredispõemàocorrênciadeectopias
quecriamas possibilidadesparaa torçãode segmentosintestinais.
FIG.2. O cativeiroinduz a agressividadesemchances
de revide.
Oseqüinossãoanimaisexigentesesensíveisàsalteraçõesdemanejoalimentar
e ambiental.A carêncianestasexigênciasprovocarápidocomprometimentobio-
lógico,expressonasalteraçõesdedigestãoe absorçãodealimentos.(FIG.4)
Observou-sequeemanimaisqueduranteumtempoprolongadorecebiam
determinadotipodearraçoamentopassandoabruptamenteparaoutro,opâncre-
asporumcertotempocontinuasecretandosucopancreáticocomasqualidades
anterioreseprecisadeumtempobastanteprolongadoparaseadaptarà produ-
çãodesucocoma novaconstituição.
Outrasglândulastambémseadaptamlentamenteàsnovascondiçõesali-
mentares,assimcomoa microfloraintestinal.Por estemotivosãocomunsal-
teraçõesgastrointestinaisquandohá bruscamudançade arraçoamento.Um
exemploéatransferênciaderegimeintensivo,comconcentrados,paraoregime
extensivo,a pasto,quandoobservam-sealteraçõesde digestãona formade
diarréias.Outrasvezes,estaalteraçãoéacompanhadadetetaniadospastos,que
nãoé observadanatransferênciagradualdo regimealimentar.
Na alteraçãodamicloflorado tratogastrointestinalo desenvolvimentode
algunstiposdemicroorganismosé deprimido,criando-secondiçõesfavoráveis
paraoutros.O organismonãoseadaptaimediatamenteà assimilaçãodassubs-
tânciasproduzidaspelasnovaspopulaçõesdemicroorganismos,o quetambém
levaàsalteraçõesnadigestão.
20
FIG.3.A agressividadeno momentoda alimentaçãogera
violenciaextrema.Estesanimaisdesenvolvemseve-
ras lesõesosteotendinosas,emrespostaaoimpacto
desferido.
Bibliografia
KILEY-WORTHINGTON, M. Feedingbehavioranddigestion.In.: . The behavior
of horses- in relationto managementandtraining.London:Allen,1987.p. 160-167.
NASCIMENTO, J. F. Trabalhonãopublicado,1988.(DepartamentodeMorfologia,Instituto
de CiênciasBiológicasda UFMG, CampusUniversitário- Pampulha,30000Belo
Horizonte,MG, BRASIL)
DUNCAN, P. Time budgetsof Camarguehorses.Behav.v. 72,p. 26-47,1980.
21
~
CATIVEIRO
~
TÉDIO
~
ALIMENTAÇÃO POBRE E MONÓTONA
~
LABILlDADE DO SNA
...
ABDOME AGUDO
FIG. 4. Alguns eventosfísicos e psicológicos desencadeadores do abdome agudo nos
eqüinos.
22
CAPÍTULO 111
DOR ESPLÂNCNICA
Dor visceral
As viscerassão reguladaspelo SNA, não participandoda percepçãocons-
ciente.Há um plexo enterico,na paredeintestinal,que funcionade formain-
dependente,e há tambémáreasespecíficas,de atividademarca-passo.
As víscerasemestadonormalnão sentema maioriados estímulospercebi-
dos pela pele,comotoque,pinçamentoou corte.Todavia, superfíciesviscerais
inflamadas,tornam-sesensíveisao toquee ao corte.A isquemiavisceraltam-
bém é fontede dor. As partesmais sensíveissãoos revestimentosperitoniais.
Assim uma peritonitepode ser extremamentedolorosa.
Ao nível de uma ulterior concientizaçãodo impulso visceral aferente,o
cavalopoderásentirumador constantee profunda,de localizaçãoinespecífica,
quandoocorrerdistençãoseveraou contraçãodaparede,ou traçãodomesentério
(FIG. 5).
FIG.5. O sequestrode fluidos
dentroda luz intes-.
tinal produzpressão
intensa sobre suas
paredes.
23
As viasaferentesdasviscerasemgeralsãoescassase raramentesecompletam
ao nível da percepçãoconsciente.Destaforma,o cérebrotempoucachanceem
localizaraorigemdador,provenientedeestruturasquenãopodemservisualizadas.
Dor referida
É umadorsentidaemregiõesespecíficasdasuperfíciedocorpo,originada
dadorvisceral.Estárelacionadaàdistribuiçãodermatômicadasfibrasaferentes
somáticasquevêmderegiõescomalgumarelaçãocomo órgãoviscerale com
o términosinápticodaalçacentralsomáticae visceralnosmesmosneurônios
daslâminasdacolunacinzentadorsal.P. ex.,adordeanginapectorisésentida
sobreo peitoou partesuperiordobraço,emboraorigine-seno coração.
1)Áreasde"ZAKHARIN-HEAD-ROGE"(assimchamadasporcausadeum
médicorusso,ummédicoinglêseummédicoveterináriofrancêsquepesquisaram
estefenômeno),sãoáreasdemaiorsensibilidadedolorosanapelee no tecido
subcutâneo,emdecorrênciadedoençasdeórgãosinternos(FIG.6).Os impul-
sosdolorosossãotransmitidosapartirdosórgãosinternospelasfibrasaferentesvisceraisoriginadasnosplexosabdominais,edirecionadasaoscorrespondentes
segmentosdostroncossimpáticoseparassimpáticosatéosnúcleosdamedula
espinhal.As excitaçõesquechegamaestesnúcleossãoigualmentetransmitidos
pelosnervossensitivossomáticos,quetemorigememdeterminadasáreasda
pele,regional,nosantímerosesquerdoe direitodocorpo.
As áreasZHR foramestudadasno cavaloe sãoevidenciadasatravésda
pressãodigitalsuavesobrea pele,do uso de martelode percussãoou por
pressãocoma cabeçadeumalfinete,evocandocomistonoanimal,movimen-
tosdeflexãodecabeça,tentativasdemorder,tremordepeleeoutrossinaisde
inquetação.A dificuldadenadefiniçãodasáreasdesensibilidadedolorosanos
cavalosdoentessedápelofatodequeumapressãomaisfortepodecausartanto
dorreflexaquantolocal,porcompressãodasterminaçõesnervosassensoriais.
Por outrolado,umacompressãomuitofracanãoé efetiva.
Nos casosde depressãogeneralizadae de doresfortementemanifestadas
nosórgãosinternos,acompanhadosdegrandeinquetação,autilizaçãodasáreas
ZHRtorna-seimpossível.
2)Reflexomiotônicooudomastóideumeral:Ocorredevidoà relaçãoexis-
tenteentreo nervovagoe o m.braquiocefálico.Podeserevidenciadoquando
asinflamaçõesdaparededoestômagoproduzemirritaçãodasterminaçõesdo
n. vago.Ao contráriodaszonasZHR,parasuapesquisafaz-seumapercussão
enérgica,coma pontadosdedos,naregiãocaudo-ventraldopescoço,adiante
daespádua.
Paratanto,o pescoçodocavalodevecolocar-senoprolongamentodoeixo
do corpoe a cabeçamantidaum poucoalta,paraqueos músculoscervicais
estejamtensos.Havendohipersensibilidade,o músculoreagepor contração
enérgica,acompanhadadaflexãolateraldacabeçasobreo pescoço.
24
oexametopográfico,associadoaoconjuntodaexploraçãosemiótica,éum
auxiliarvaliosonoestabelecimentododiagnósticodiferencialdoabdomeagudo
deeqüinos.
'"
~ ~
\0 n.'~18 ~*)Jj. 1 2 3 4~@)~. I"
FIG.6.Zonasde projeçãocutâneadas irritaçõesvisceraisno cavalo.a)
reflexomiotônico(do lado direito).Lado esquerdo:1- reflexo
olecraniano:coração;2-plexosolaranterior:estômagoeduodeno;
3-plexosolarposterior:intestinodelgado,ceco,colonventral;4-
plexomesentéricoanterior:colondorsal;5-plexoreno-aórtico:aorta
abdominal;6-plexomesentéricoposterior:colonmenor;7-ponto
gástricodorsal;8-plexolombo-aórtico:aortaerins;9-reflexolom-
bar:rins; 10-plexosagrado:órgãospélvicos.
Bibliografia
BRAZ, M. B. Semiologiado aparelhodigestivo.In.:
Lisboa:CalousteGulbenkian,1981.p. 227-362.
CHICHKOV, V. P. Ed. Veterinarnyientsiklopeditchesküslovar'Moscou:S. Ent., 1981.
IGGO, A. Mecanismossensoriaissomestésicos.In.: SWENSON,M. J. Dukes'Fisiologiados
animaisdomésticos.Rio deJaneiro: Guanabara,1984.p. 557-573.
LAHUNTA, A. Visceralafferentsystems.In.:Veterinaryneuroanatomyandclínicalneurology.
Philadelphia:Saunders,1977.p. 288-295.
. Semiologiamédicaanimal.
25

Outros materiais