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~ti~~dQ... .4 Abdomeagudoeqüino L. ele -r/]e-Io, Barbara Goloubeff rJ(\~ LQa J~Q 2 910 - êD0 J--- dh -jdo OjGOOI-6'141- ABDOME AGUDO-- EQUINO 5I?YLivr~sdeVeterináriaLtda. CAIXA POSTAL 8135 - BONSUCESSO TEL.: (021) 270-1979 - CEP 21.041 RIO DE JANEIRO - RJ Livraria ay~~] 1993 Capae gravuras: AdeleStefanieEngl Fotografias: Barbara Goloubef! LivrariaVarela ISBN: 85-85519-05-3 Todososdireitosreservados.Nenhumapartedestaobra podeserreproduzidaoutransmitidaporqualquerforma e/ouquaisquermeios(eletrônico,oumecânico,incluindo fotocópiae gravação)ou arquivadaemqualquersistema oubancodedadossempermissãoescritadaEditora. @EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 1993 -J ( \o-n doe. lecxnd~ de -rY)z:fo ~e:' ê9<ô- GOl1.l Há doispoderososelementosna existênciahumana: a compaixãoe a curiosidade. A curiosidadesemcompaixãoé desumana, a compaixãosemcuriosidadenãoé efetiva. V. WESTKOPF íNDICE PREFÁCIO .~f\~ ~..:..~.h.......................................9 CAPÍTULO I CONSIDERAÇÕES SOBRE A FISIOLOGIA DA DIGESTÃO ....................... Digestãono estômago................................................................................... Trânsitodo conteúdogástricoaoduodeno................................................. Digestãono intestinodelgado..................................................................... Digestãoparietal........................................................................................... Digestãono intestinogrosso........................................................................ Motilidade intestinal................................................................................... Permanênciado alimentono tratodigestório............................................. Absorçãodaágua......................................................................................... Formaçãodefezesedefecação"""""""""""""""""""""""""""""""""" Bibliografia................................................................................................... 11 12 13 13 13 14 15 15 16 16 16 CAPITULO II DISTÚRBIO DO COMPORTAMENTO ALIMENTAR...................................17 Bibliografia................................................................................................... CAPÍTULO III DORESPLÂNCNICA ......................... 21 23 Dorvisceral ,.............................................................................. Dorreferida ............................................................. Bibliografia . CAPÍTULO IV SEMIOLOGIA DO ABDOME AGUDO ........................................................... PLANO DIAGNÓSTICO """"""""""""""'" ............ 1)Anamnese................................................................................................. 3)Contenção .......... Tipos decontenção...................................................................................... 4) Dadosvitais.............................................................................................. 5.Examedo abdomeeprocedimentosespeciais :................. 6)Examedacavidadeoral........................................................................... 7)Avaliaçãodador referida........................................................................ 8)Cateterizaçãoendovenosa....................................................................... 9)Exameslaboratoriais................................................................................ 10.Parâmetrosparadecisão:tratamentoclínico ou cirúrgico?................. 11.Eutanásia................................................................................................ 12.Necrópsia................................................................................................ Bibliografia................................................................................................... 23 24 25 27 27 27 29 30 32 36 60 61 62 63 64 64 67 70 CAPÍTULOV DIAGNÓSTICODIFERENCIAL: FATORESPREDISPONENTESE DESENCADEANTES................................ Classificaçãodoabdomeagudo 82 Abdomeagudogástrico 84 Abdomeagudointestinal- semsurgimentodeperitonite 95 Abdomeagudointestinalcomsurgimentodeperitonite 113 Patologiascorrelatasaoquadrodeabdomeagudo 125 Bibliografia 130 71 CAPÍTULO VI CHOQUE 133 Bibliografia : 138 CAPÍTULO VII DESEQUILÍBRIO HIDROSSALINO 139 Bibliografia 143 CAPÍTULO VIII TERAPÊUTICA APLICADA AO ABDOME AGUDO 145 I- Terapiadoestadodedesiquilíbrioácido-baseedochoque 145 II- Analgésicos 154 III- Antibióticosequimioterápicos 157 IV- Terapiadaimpacçãocolônica-laxantes 158 V- Carminativos 161 VI-Antiácidos 161 VII- Adsorventes 162 VIII- Adstringentes 163 IX- Antiespasmódicoseestimulantesintestinais 164 X- Hemostáticos.. 164 XI- Eubióticos. 165 XII- Anti-helmínticosdeL1-L4deS.vulgaris: 166 Bibliografia. 166 CAPÍTULO IX DIETAS PARA CONVALESCENTES E NUTRIÇÃO ENTERAL E PARENTERAL 169 1)Alimentorefrescante: 169 2)Alimentaçãoenteral:. 170 3)Alimentaçãoparenteral: 172 Bibliografia 174 PREFÁCIO o livro daDrBBarbaraGoloubeffé o resultadodaperseverançae intuição de médico veterinárioque obstinadamentevem-seespecializandoem gastroenterologiaaplicadaaoseqüinos.A carênciadeumlivronacional,ende- reçadodeformaobjetivaparao esclarecimentodasquestõesobscurasqueen- volvema patologiado sistemadigestório,semprefoi motivodepreocupação entreprofessoresealunosdeVeterinária.Há aindaasdificuldadescomlínguas estrangeirasquedeixamnossosalunossemum referencialconfiável. A autorasensibilizou-secomestesquestionamentos,acrescidosdassuas indagaçõesquenão foramsatisfatoriamenteresolvidasquandoestudantede MedicinaVeterinária.Maistarde,elasoubeaproveitaraspropostase queixas formuladaspor alunosestagiários,seusorientadosna ClínicadeEqüinosdo Regimentode CavalariaAlferesTiradentes,da Polícia Militar do Estadode MinasGerais. AbdomeAgudoEqüino,o títulodaobra,nãopoderiatersidoescolhame- lhor,noamplopanoramaclínicodagastroenterologia.Suaconstruçãocientífica é feitacomumapedagogiacompreensívele original.Dasuaoriginalidade,eu destacoa ênfaseemmostrarqueo problemadascrisesabdominais,umadas maisantigasdetodaHipiatria,merecerevelaçõesouleiturasqueanteriormente nãoforamsatisfatoriamenteinterrelacionadascoma semiologia,diagnósticoe terapêutica.A bemdaverdade,estasimportantesquestõesforampesquisadas pelosautoresestrangeiros,porémnestelivro elassãoexplicadascomlógicae honestidadequedesmistificaarelaçãodocavalocomumdosseusmaispersis- tentespredadores- o homem.Nestaconceituação,indispensávelà compreen- sãodasrazõesquefazemdeabdomeagudoa tragédiado cavaloestabuladoe explorado,a autoratrazinovações. A noçãoea demonstraçãodosagentescriadoresdasagressõeseviolências, quetransformadasemforçasestressorasdesequilibrama biologiainternados eqüinos,aindanãohaviamsidodiscutidascomo objetivodeunir a medicina do comportamentocomaquelado tubointestinale suasglândulasanexas.A autoradeixamuito claroque o pacienteeqüinoé conduzidoàs doenças gastroenterológicasporcontadasalteraçõesno seuecossistemae naofertade prótesesexteriotipadasquevãodosmanejosatéospressupostosdediagnose, terapêuticao propedêutica- dadosque forambempostose selecionadosnos capítulosI, II e VI. OScapítulosIII, IV eV sãoexcelentesexemplosdemetodologiainovadoura, emespecialquandosalientaeensinaapráticadeumaboaleituradalinguagem dosgestos(mímica);linguagemabdominal(sinaisfísicospercebidosà auscul- tação);linguagemcifradasoucodificadores(dorreferida,tecladosudoral,tecla- dodereflexosexercitadose observadosemregiõesespecíficasdasuperfíciedo corpo;ritmossensoriaisperceptíveisao toquetransretal).Na descriçãoda 9 semiologia,percebe-seapreocupaçãocomo legítimoaprendizadodaanamnese nascrisesabdominais.A orientaçãodidáticaésegura,particularmenteseforem estudadoscomatençãoasfigurase gráficos,e osquadrossinóticosdo exame transretaledaseqüênciadosexamesderotina. Emgrausdegrandeimportâncianaescalaouseqüênciadedadosqueforam minuciosamentedescritos,visandoensinaro processomaisseguroparase construirumadiagnose,comprognósticoe propostaterapêutica,a autorain- cluiuno capítuloVII a oportunadescriçãodo desequilíbriohidrossalino.As explicaçõessãoclaraseobjetivas,emperfeitaharmoniacomosdadosdebiofísica, bioquímicae fisiologiade fluídose sais.Estesdadosmerecemconsideração especialporqueaautorafoi felizquandocorrelacionou-oscomafisiopatologia do choquee dastoxemiasintestinaisno construtodasterapêuticase dietas indicadasparao abdomeagudoeqüino. O livrodaDI"IBarbaraGoloubeffprecisaecertamenteconsultadoportodos nós,interessadosnoaprendizadodaclínicagastroenterológicadeeqüinos.Ele émuitoricoeminformaçõescientíficas,técnicase práticasindispensáveisaos programase metodologiasdoexameclínicoe controleexperimental. Belo Horizonte, 16 de junho de 1993. JAIR FERRElRA DO NASCIMENTO 10 CAPÍTULO I - CONSIDERAÇOES SOBRE A- FISIOLOGIA DA DIGESTAO o eqüideo alimenta-sebasicamentede vegetais compostos de ligações nitrogenadase nãoE-itrog~adase de saisminerais.!:::Iac.om20siçãodos-primei- ro~entramas próteínas,áffiinoácidos,saisamoniacais,etc.Na composiçãodas Ug9-çilesnãonitrogenadasentramoslípides e carbohidratos.Além disto,nestes alImentosencontram-sea água,as vitaminase enzimas. A maior partedos alimentosentrano organismosob a formainsolúvel. O tratamentomecânicoe bioquímica do alimento,no tratodigestório,leva à for- maçãode substânciasnutritivas solúveis,que posteriormentesão absorvidas através da mucosa para o sangue e linfa. Elementos não absorvidos são excretados. Os animaiscomemo alimentodeformasvariadas.A preensãodo capimé basicamentefeitapelalínguae dentesincisivos,porémo eqüinousao lábio superior,muitomóvele sensível.Entretanto,aocomerno cacho,o cavalousa tambémintensamentea língua. A águaé bebidaporsucção.Paraissoos lábiossãoreunidos,deixando-se nafrenteumapequenaabertura,comalínguafuncionandocomoumpistãode bomba,quediminuia pressãooralpossibilitandoa capacidadedesugar. O tratamentomecânicodo alimentoinicia-sena boca.Isto é alcançado atravésdeumamastigaçãocriteriosa.A trituraçãoé feitapormovimentoslate- rais da mandíbulae requera açãode músculosfortes.Por esteprocessoo alimentotema suaáreadecontatoaumentadae sesubmetemaisfácile rapi- damentea açãodossucosdigestivos.Ao mesmotempo,o alimentoé umede- cidopelasaliva,tornando-seescorregadioe passíveldeserdeglutido. Os eqüinosmastigamsempreemum dosladosdamandíbula,ocorrendo umatrocaordenadaealternadadaproduçãodesalivapelaparótida.A secreção é maiordo ladoqueo animalestivermastigandono momento.O volumede salivadependedaquantidadede alimentoingeridoe dasuacondiçãofísica, quantomaissecoo alimento,tantomaissalivaé produzida.Os estimulantes maisfracosdasalivaçãosãoosalimentosverdesmacioseosmaisfortessãoos alimentosgrosseiros.Umeqüinoadultode400kgsecretapordia,emcondições normaisaté40litrosdesaliva.A saliva,depH básico,favoreceo crescimentg debactériasfermentativasno eStô~~------ 11 ~endode..8lutido,oalimentoélevadopormovimentosperistálticosdoesôfago- p-arao estô~ago.Ao aproximar-sea ~n~aperistáltica,a cárdiaseabre,permi- tindoae.ass~emàOãlimento,e sefechadenovo. Digestãono estômago O estômagodoeqüinodivide-seemquatroregiões:esofagica,cárdia,fúndica e pilórica.A regiãoesofágicaocupaa maiorpartedo estômago:é cobertapor epitélioplano,aglandular.Nacárdiaenosacocegoháglandulastubulares,que produzemsecreçãoalcalinaouneutra.As glândulasdaregiãofúndicasecretam sucoácidoe asdaregiãopilórica,suco~e~eutra. Q sucogástricoé compostodeAgua,substânciasorgânicas(enzimas, amin,oácidos,mucina}, ácigo-clorídriçoJivre e saisminerais,Além do suco gástricoé produzidotambémummuco,queprotegeasparedesdo estômago contratraumase daauto-digestão. O estômagosecontraiindependentemente,atémesmodiantedasupressão vagalesimpáticaqueregulama ação.'Temasfunçõesdeesfarelaro alimento, misturá-tocomo sucogástricoe encaminhá-lo ao duodeno.O alimento,no estômagodo eqüinosedispõeemcamadas,graçasaosmovimentosfracosdo sacocego.tAcapacidadegástricaérelativamentepequena(15-18litros),porém o eqüinoé capazde comerum volumeduasou maisvezesmaiorqueesta capacidade.-Istosignificaqueasprimeirasporçõesdaingestapassampeloes- tômagomaisrápido(GRAF.1},60eqüinobebedeumavezemtornode15litros deáguaquenãoseconservano estômago.a maiorpartepassaaointestino. (M) 22,44 3,3 3,08 1,0 EJ Estômago Cólon Cólon (1) I. Delgado CeGo Maior Menor Graf,1. Capacidadevolumétricaecomprimentodediferentespartesdotratodigestivo deeqüinos.AdaptadodeCOLIN, 1871apudDUKES& SWENSON,1977. 12 No estÔmagodo eqüinosãodigeridossimultaneamenteoscarbohidratos,e asproteínas,pelaaçãodeenzimadosalimentosvegetaise dasbactérias,assim como pelo sucogástricoe dos sucosquesãoemitidosdo duodenoparao estÔmago.Sobaaçãodasbactérias,ocorreafermentaçãoláticaea celulosenão é digeridano estÔmago. O sucogástricoéproduzidosemcessar.Em24hsãosecretados10-30litros.Um eqüinocomo estômagovaziopermanececommovimentosgástricosconstantes.Tra- balhoscomeqüinosgastrostomizadosprovama produçãoreflexadesucogástrico. A capacidadedigestivadosucogástricodependeempartedacomposição do alimento:paraconcentradosa capacidadedigestivaé maiordo quepara forragem.Além disto,o sucogástricoeqüinopossuiconcentraçãobaixade ácidoclorídrico:"Odescansoapósa alimentaçãoé maisfavorávelparaa diges- tãogástrica,queo exercício. Trânsitodo conteúdogástricoao duodeno O alimentopaultinamenteélevado,emporções,doestômagoparaoduodeno. Passamapenasasmassasliquefeitas,enquantoo alimentomaisconsistenteé retido.O quimoédeslocadoparao intestinopelascontraçõesgástricasfavorecidas aindapelapressãoosmoticae pelarepleçãododuodeno,queestandorepleto, retardao trânsito. O alimentocontendomaiorteordeproteínase lípides,permaneceno estô- magomaistempoqueo alimentoricoemcarbohidratos.No eqüinoo estômago seesvaziaem24h. Digestãono intestinodelgado O conteúdogástrico,levadoao intestinodelgado,é compostode água, ácidoclorídricoe saisminerais;e principalmenteda dissociaçãoinicial de proteínas,carbohidratose lípides.Tal digestãocontinuanos intestinos.No intestinodelgadoo alimentoé digeridosoba açãodos sucospancreático, intestinalebile.As enzimaspancreáticasagemsobreasproteínas,oscarbohidratos eoslípides,talcomoosucointestinal.A bilenocavaloéliberadacontinuadamente. Ageeniulsificandooslípides,favorecendoaaçãodalipase.Alémdisto,osácidos graxassomentesãoabsorvidosseestiveremunidosaosácidosbiliares. Digestãoparietal No intestinodelgadoocorrea digestãodamaiorpartedospolipeptídeos, polissacarídeos,lípidese ácidosnucleicos.As partículasmaioressãodigeridas atétornarem-se.menores,poréma hidrólisefinal ocorrequandodo contato destaspequenaspartículascoma mucosaintestinal. 13 Oscíliosdointestinodelgadoestãorecobertosporumaquantidadeimensa demicro-cílios,bemvisualisadosàmicroscopiaeletrônica.Entreeleshápeque- nas.6S.qaCt.asandeseencontramenzimas.Elasprovemdoquimo,sendotambém b'iin~ [NiJascélulasintestinais.Como auxíliodelasé queocorrea diges- .w 1W..aJJlJlJ J.llJ>JJ1!l..cJ..a..sn,utritiva;ali mesmoabsorvidas'parao san.sue.Estas am.imasal1.Bmemcondiçõesestéreis,poisasbactérias,emconsequêncíadoseu '~mUlnn().nrl.oc.onse~uem.\lenetrarno es\laçoentreos micro-cfiios \l"l~. ~I' 1 FIG.1. Esquemadadigestãoentérica(I) eparietal(II). 1- Microvilosidades;2- Enzimas(na superfície dasvilosidadeselassãorigorosamenteorienta- das);3-Micróbio(devidoaoseutamanho,eleé incapaz de atravessar os poros entre as vilosidades);4- Substânciasalimentaresemdi- versosestágiosdedigestão. t 2 I n ~ , - --:r.- '8 Digestãono intestinogrosso O quenãofoi absorvidono intestinodelgado,é levadoaointestinogrosso. Istoé reguladonoeqüinoporumpiloro.O quimoentraempequenasporções no ceco,sendoquequandoo mesmoestácheio,o piloroíleo-cecalsefecha, retendoo conteúdono intestinodelgado.Ointestinogrossodoseqüinosébem desenvolvido,medede6 a 13mdecomprimento. O sucodointestinogrossocontémbasicamentemucoeumapequenaquan- tidadedeenzimasdefracaação.Portanto,a digestãono intestinogrossosedá, basicamente,pelasenzimasdointestinodelgado,queestãojuntocomo quimo, assimcomopelaaçãodebactérias.Estasfermentamoscarbohidratos,dissociando a celulose,causandoputrefaçãodasproteínase a oxidaçãodoslípides.Como resultado,formam-seosácidosgraxosvoláteise assubstânciasgasosas,consti- tuídaspelosgasessulfidrico,carbônicoe metano.A putrefaçãodasproteínas originaassubstânciastóxicas:fenol,cresol,indol,escato!. Nos eqüinosa celuloseé digeridano cecoe colonmaior,ondea massa alimentarpermanecepelomenosporsetentae duashoras. 14 Dependendodacomposiçãoalimentar,no intestinogrossopodeprevalecer oraafermentaçãodecarbohidratose produçãodeácidosgraxosvoláteis,oraa putrefaçãoproteicae produçãode fenol,indol escatol,etc. Motilidadeintestinal A funçãosecretoraintestinalé dependentedasuafunçãomotora.A mus- culaturalisadointestinoencontra-seemumtonusconstante,podendoinstalar- sehipotoniaemconsequnciaà doençaou envelhecimento. Distinguem-sequatro tipos de motilidade intestinal: peristáltica, antiperistáltica,segmentare pendular.O movimentoperistálticoconsisteno fatodequea musculaturado intestinosecontrairitmicamenteempartesdis- tintas,estreitandoo lume,enquantoasporçõesadjacentes,duranteestemovi- mento,serelaxam.Destaforma,a massaalimentaré impulsionadadaporção contraídaparaa relaxadae gradativamentedirige-seno sentidoaboral. O movimentoantiperistálticoé desentidocontrário.Istointensificaamistura doquimo.Estemovimentopodeserobservadonoesôfagoe no intestinogrosso. A misturadosalimentosé favorecidapelasegmentaçãorítmica.Ela seca- racterizapelo fatode queo intestinoorase divideemsegmentos,oraestes segmentosseunemnovamente. Em pequenasseçõesisoladasdo intestinoé possívelveroraseuencurta- mentooraseualongamento.A massaalimentar,destaforma,semistura,porém permaneceno mesmolugar.Estessãoosmovimentospendulares. A motilidadeintestinalé induzidaporestímulomecânico- dealimentos grosseiros,e químico- pelabile, ácidos,basese produtosda digestão.O estímulovagalaumentae o estímulosimpáticoenfraquecea motilidade.Os estímulosmecânicoe químicoagemsobreterminaçõesnervosasdamucosae submucosaintestinal.Estasligaçõesnervosasgarantemo automatismo,poisas contraçõesintestinaise a progressãodo quimoemdireçãoaboralé observado tambémnosanimaisnosquaiso intestinofoi completamentedesligadodoSNC. No cecoexisteum padrãodeprogressãoquese inicia no ápicececal,se propagandopelabasee orifícioceco-cólicoparao colonventraldireito.Este fenômenoocorreacadatrêsminutos,aproximadamente.Produzsomepropulção deingesta,ouvidoà auscultação.Existeummarca-passopróximoaoápice,que desencadeiaesteeventomotor,comumaocecoe colonventraldireito. Permanênciado alimentono tratodigestório Noseqüinos,o alimentopermanecemaisdequatrodiasnotratodigestório. Influenciamnestapermanênciao tipodealimento,a suacomposiçãoquímica, o estadofísico,etc. 15 Absorçãoda água A águaé absorvidatantono intestinodelgadoquantonogrosso.No eqüino adulto,aproximadamente90litrosdeáguasãoabsorvidospordia. Formaçãodefezese defecação As fezessãoconstituídasde restosalimentaresnãodigeridos,célulasde eliminação,bileemineraiseliminadospelointestino.Maisde30%dasubstân- ciasecadasfezesécompostademicroorganismos,mortosevivos.As fezessão formadasa partir do quimo, na porçãofinal do intestinogrossoe são gradativamenteespessadasemconsequênciada absorçãohídrica.Os eqüinos eliminampordia até17kgdefezes. A defecaçãoé um atoreflexocomplexo,do SNC,constituídodereflexos condicionadose incondicionados.O tenesmosurgeemconsequênciadeestí- mulosdosreceptoresdaporçãofinaldocólonmenor.Esteestímuloétransmi- tidoparao centrodadefecação,queselocalizana porçãolombardamedula espinhal.O atodadefecaçãoéauxiliadopelosmúsculosdiafragmaabdominais e diafragmapelvino.A defecaçãoocorrede5 a 12vezesaodiae sofregrande influênciadosfatoresemocionais,sedentarismoe estruturadobolo fecal. Bibliografia AZIMOV,G.1.,BOIKO,V. I.,IELISSEIEV,A.P.Fiziologiapichtchevarenia.In.: Anatomiai fiziologiaselhskokhoziaistvenikhjivotnikh.Moscou:Kolos,1978. p. 224-250. DAVIES,J. V. Normalintestinalmotility.Advancesin equineabdominalsurgery.VeI. Clin.NorthAm.,v. 5,n. 2,p. 271-282,1989. GACEK,F. Característicasanatõmicase fisiológicasdoaparelhodigestivonoseqüinos. In.:Mini-Simpósiodo ColégioBrasileirodeNutrição. HILL, K. J. Prehension,masticationy deglucion.EI esofago.In.: DUKES, H. H. & SWENSON,M. J. Fisiologiadelosanimalesdomesticos.Madrid:Aguilar,1977. p. 4,45-458.Piracicaba.Anais...Piracicaba:CBNA,1988. 16 CAPITULO II DISTÚRBIO DO COMPORTAMENTO ALIMENT AR Nutricionistasespecializadosemeqüinos,atéhá pouco tempodesconheci- am as variáveiscomportamentaisque regulama ingestãode alimentos.Hoje já se sabeque o volumeingerido dependedos seguintesfatores:se o animal está só ou emgrupo;quemsãoosoutroscomponentesdogrupo,suaidadeesexo,além do seu aprendizadoanterior.Os eqüinospossuemum tratodigestóriobastante peculiar,designadoà digerirfibrabruta,relativamentepobreemnutrientes.Até a formadentáriados eqüinosé bastanteespecíficaparaa trituraçãoda celulose. É peculiar do eqüinonão vomitar,de formaque o alimentoqueele ingere destina-seobrigatoriamenteparao tratodigestório.Estemecânismonãovanta- joso desenvolveu no cavalo, paranãoingerirsubstânciasnocivas,hábitocom- portamentalque garantasua preservação. Ainda é pouco conhecida a maneira como os eqüinos selecionamo ali- mento. De alguma forma eles possuemum conhecimentoque lhes permite diferenciar se algo é venenosoou se há dieteticamenteem excessoou em deficiência.Eles então,agemde acordo,procurandoou evitandoestaou aque- la substância.O hábito funcionabememeqüinosmantidosa pasto.É pior nos animaisquerecebemalimentosconcentradosprocessadosartificialmente.Uma outra maneira pela qual os animais aparentementeaprendem em parte, a selecionara dietaé pela imitação.O potro aprendecom a éguao que é apropriado à sua alimentação.Além de selecionaro que é bom para a nutri- ção, os eqüinosselecionamalimentosque lhes agradampela texturae gosto. Pelo fatodo estômagodos eqüinosserrelativamentepequeno,ele armazena poucoalimento.O resultadodistoé queo eqüinopassa,emmédia,16h(14-18h) do dia se alimentando.Ocorretrituraçãono momentoda alimentação,por isto o eqüinocomelentamentee por conseguintepor períodoslongosde tempo. Assim, eqüinos selvagensda Camarguia(DUNCAN, 1980)se comportam quantoao tempo: 60% comendo 20% em pé 10% deitados 10% outrasatividades 17 Comparandocomeqüinosestabuladoscomofertarestritadefibra(3kg/dia), onde o único contatoé o visual, atravésdas portasdas baias (KILEY- WORTHINGTON,1987),a distribuiçãoemfunçãodo tempoé a seguinte: 15%comendo 65%empé 15%deitados 5% outrasatividades Esta comparaçãoregistraa gravedeturpaçãoda fisiologia no eqüino estabulado. Osfatoresestressantescomoapermanênciaemcondiçõesanti-homeostáticas, comunsnassituaçõesdeexplicitaprivaçãodaliberdadeindividual,produzem desconfortos,sofrimentose dor;independentedosestágios,sesub-agudo,agudo oucrônico.A tolerânciaaosdesequilíbriosé variávelentreos eqüinos.Pode-se dizerqueosofrimentoimplicaemumestadoemocionalsevero,queédesprazeiroso, atingindoníveisquecomumentequebramo equilíbriobiológicointernoereflete- senasdisfunçõesfisiológicasaníveldotubointestinal,queassimfuncionacomo verdadeiraválvuladeescapamentodastensões. Osanimaistêmnasuaestruturapsicossomáticaumamplopredomíniodos centrosgeradoresdoprazer.O desprazerquegeradesconforto,sofrimentoedor, poderáterorígemexógena,quandoo organismocaptarosestímulosdomundo ambientedeformaaversivaouagressiva,semchancedefuga.Contudo,pode- se-iaafirmarqueo eqüinoestabulado,queingerealimentosdebaixaqualidade, estaráacumulandodesprazerendógeno. Estesfenômenosafetamdeinícioacortexcerebral,núcleosdohipotálamo,dabasedotelencéfaloedotroncoencefálico,dandoorigemaoscomplexosproblemas emocionaisquedesencadeiamimpulsosreflexoslesivossobreostecidoseórgãos esplâncnicos.Paralelamente,à influênciasobreostecidosacimamencionados, taisfenômenostambémafetamoscentroscontroladoresdavidainconscienteou vegetativa,alterandoasrelaçõesvivenciaispessoaise interpessoais.Estesníveis dealteraçõestêmsidoclassificadoscomoansiedadeefrustração.Éassimqueuma TABELA I EXEMPLOSDE SITUAÇOESCAUSADORASDE DESCONFORTOE DOREMOCIONALEM EQUINOS. Sede não saciada Fome não saciada Movimentos impedidos Movimentos não desejados Confinamento e pobreza de estímulos desejáveis Agressividade sem chances de defesa ou revide Privação de experiência ecosslstêmlca Privação de individualidade Ruptura dos laços grupais Fadiga especifica e inespecífica Processos autoagresslvos Desempenho de trabalho sem a condição biomecânica necessária Desempenhos blomecânlcos comprometedores da integridade blofísica Monotonia consequente à vida artificial Estado de incerteza perante às manipulações humanas NASCIMENTO, J.F.. 1988 18 dordeorigememocionalpodesercausadoradeestadosdoentioschamadosde doençadocomportamento(TAB .I). Oseqüinossofremosestágiosdedorfísicaepsíquicaouemocional,porque os sistemasdeconfinamentoestritoe deexploraçãocontínuado trabalhosão executadossemo respeitodasnecessidades,dospotenciaise daslimitações peculiaresa cadaanimal.Seforemavaliadasaperdadeperformancee o insis- tenteempregodo eqüinonas diversasatividadesequestres,observar-se-áas causasgeradorasdasdoençasorgânicaseoudocomportamento(TAB. II). TABELA 11 ALTERAÇÕES ORGÂNICAS OU COMPORTAMENTAISCONSEQÜENTESAO SOFRIMENTO EMOCIONAL. Perda de peso Dores na musculaturae nos ossos Lesões de pele Desidratação Obnubliaçãoe indiferençaao ambiente Disfunçõesgastroenterológicas Expressividadede agressãoao horáriode alimentar Perversãodo apetite Vícios e neuroses Alteraçõesna fisiologiada digestão Desgastedos epitéliose mucosas Desgastese degeneraçõesósseas Depressãoimunológica Distúrbiose inversõeshematopoiéticas Perda da visão Doençaarticulardegenerativa NASCIMENTO, J.F., 1988 Os afastamentosperiódicosoupermanentesdopadrãoreferêncialquenamédia designa-secomonormal,sãofreqüentes,masnão estãovinculadosa uma causa patológicaprimária.Muito ao contrário,sãoos fatoresprimáriose externosque maiscontribuemcomovariáveisintervenientesno processodesignávelcornosaú- deou higidez.Estasdoençastêmsido expressaspelosestadosneuróticosdaauto- agressividadee violênciano momentoda alimentaçãocom nutrientesconcentra- dos (FIGS. 2 e 3),no geraldistribuidos emproporçãoe horáriosfracionados.As conseqüênciasimediatassão observadasnas hiperemiasde origemnervosaque atingemamucosagástrica;auto-intoxicaçõescrônicas;alteraçãodeperfusãohepato- renal; perversãoalimentarrepresentadapelo vício do coprofagismo;hipotonia intestinal;descontrolecorticoentérico;perdado controleposturaldevidoà mono- tonia do caminharem pisos duros e habitarespaçofísico que impossibilitaa ginásticafuncional espontânea;finalmente,urna gravedepressãopsico-reativa habituale perdada vocalizaçãoparasinalizaçãoe intercomunicação. As intervençõesnegativase com reflexoimediatono cursoda estabilidade fisiológica de todo tratodigestórioagravamquandoassociadasà pobezaquali- tativa dos alimentose a um percapta insatisfatórioàs exigênciasdiárias.Por exemplo, a oferta de forragemfibrosa ou com alta porcentagemde matéria apodrecida,é causafreqüentede obstruçãointestinal.Não alimentae aumenta o débitoenergéticoem razãodas dificuldadesde digestão. 19 ousoprolongadodestaforragemimprópriaocasionaum estágiogeneralizado ire1'T:Iun'D\'Dn1aa\imentarcomlesõesna coberturamucosado lume intestinal.As lesõesnamucosa e a faltade plenitudeou de volumeadequadode alimentono lumeintestinalalteramaspressõesnegativasepredispõemàocorrênciadeectopias quecriamas possibilidadesparaa torçãode segmentosintestinais. FIG.2. O cativeiroinduz a agressividadesemchances de revide. Oseqüinossãoanimaisexigentesesensíveisàsalteraçõesdemanejoalimentar e ambiental.A carêncianestasexigênciasprovocarápidocomprometimentobio- lógico,expressonasalteraçõesdedigestãoe absorçãodealimentos.(FIG.4) Observou-sequeemanimaisqueduranteumtempoprolongadorecebiam determinadotipodearraçoamentopassandoabruptamenteparaoutro,opâncre- asporumcertotempocontinuasecretandosucopancreáticocomasqualidades anterioreseprecisadeumtempobastanteprolongadoparaseadaptarà produ- çãodesucocoma novaconstituição. Outrasglândulastambémseadaptamlentamenteàsnovascondiçõesali- mentares,assimcomoa microfloraintestinal.Por estemotivosãocomunsal- teraçõesgastrointestinaisquandohá bruscamudançade arraçoamento.Um exemploéatransferênciaderegimeintensivo,comconcentrados,paraoregime extensivo,a pasto,quandoobservam-sealteraçõesde digestãona formade diarréias.Outrasvezes,estaalteraçãoéacompanhadadetetaniadospastos,que nãoé observadanatransferênciagradualdo regimealimentar. Na alteraçãodamicloflorado tratogastrointestinalo desenvolvimentode algunstiposdemicroorganismosé deprimido,criando-secondiçõesfavoráveis paraoutros.O organismonãoseadaptaimediatamenteà assimilaçãodassubs- tânciasproduzidaspelasnovaspopulaçõesdemicroorganismos,o quetambém levaàsalteraçõesnadigestão. 20 FIG.3.A agressividadeno momentoda alimentaçãogera violenciaextrema.Estesanimaisdesenvolvemseve- ras lesõesosteotendinosas,emrespostaaoimpacto desferido. Bibliografia KILEY-WORTHINGTON, M. Feedingbehavioranddigestion.In.: . The behavior of horses- in relationto managementandtraining.London:Allen,1987.p. 160-167. NASCIMENTO, J. F. Trabalhonãopublicado,1988.(DepartamentodeMorfologia,Instituto de CiênciasBiológicasda UFMG, CampusUniversitário- Pampulha,30000Belo Horizonte,MG, BRASIL) DUNCAN, P. Time budgetsof Camarguehorses.Behav.v. 72,p. 26-47,1980. 21 ~ CATIVEIRO ~ TÉDIO ~ ALIMENTAÇÃO POBRE E MONÓTONA ~ LABILlDADE DO SNA ... ABDOME AGUDO FIG. 4. Alguns eventosfísicos e psicológicos desencadeadores do abdome agudo nos eqüinos. 22 CAPÍTULO 111 DOR ESPLÂNCNICA Dor visceral As viscerassão reguladaspelo SNA, não participandoda percepçãocons- ciente.Há um plexo enterico,na paredeintestinal,que funcionade formain- dependente,e há tambémáreasespecíficas,de atividademarca-passo. As víscerasemestadonormalnão sentema maioriados estímulospercebi- dos pela pele,comotoque,pinçamentoou corte.Todavia, superfíciesviscerais inflamadas,tornam-sesensíveisao toquee ao corte.A isquemiavisceraltam- bém é fontede dor. As partesmais sensíveissãoos revestimentosperitoniais. Assim uma peritonitepode ser extremamentedolorosa. Ao nível de uma ulterior concientizaçãodo impulso visceral aferente,o cavalopoderásentirumador constantee profunda,de localizaçãoinespecífica, quandoocorrerdistençãoseveraou contraçãodaparede,ou traçãodomesentério (FIG. 5). FIG.5. O sequestrode fluidos dentroda luz intes-. tinal produzpressão intensa sobre suas paredes. 23 As viasaferentesdasviscerasemgeralsãoescassase raramentesecompletam ao nível da percepçãoconsciente.Destaforma,o cérebrotempoucachanceem localizaraorigemdador,provenientedeestruturasquenãopodemservisualizadas. Dor referida É umadorsentidaemregiõesespecíficasdasuperfíciedocorpo,originada dadorvisceral.Estárelacionadaàdistribuiçãodermatômicadasfibrasaferentes somáticasquevêmderegiõescomalgumarelaçãocomo órgãoviscerale com o términosinápticodaalçacentralsomáticae visceralnosmesmosneurônios daslâminasdacolunacinzentadorsal.P. ex.,adordeanginapectorisésentida sobreo peitoou partesuperiordobraço,emboraorigine-seno coração. 1)Áreasde"ZAKHARIN-HEAD-ROGE"(assimchamadasporcausadeum médicorusso,ummédicoinglêseummédicoveterináriofrancêsquepesquisaram estefenômeno),sãoáreasdemaiorsensibilidadedolorosanapelee no tecido subcutâneo,emdecorrênciadedoençasdeórgãosinternos(FIG.6).Os impul- sosdolorosossãotransmitidosapartirdosórgãosinternospelasfibrasaferentesvisceraisoriginadasnosplexosabdominais,edirecionadasaoscorrespondentes segmentosdostroncossimpáticoseparassimpáticosatéosnúcleosdamedula espinhal.As excitaçõesquechegamaestesnúcleossãoigualmentetransmitidos pelosnervossensitivossomáticos,quetemorigememdeterminadasáreasda pele,regional,nosantímerosesquerdoe direitodocorpo. As áreasZHR foramestudadasno cavaloe sãoevidenciadasatravésda pressãodigitalsuavesobrea pele,do uso de martelode percussãoou por pressãocoma cabeçadeumalfinete,evocandocomistonoanimal,movimen- tosdeflexãodecabeça,tentativasdemorder,tremordepeleeoutrossinaisde inquetação.A dificuldadenadefiniçãodasáreasdesensibilidadedolorosanos cavalosdoentessedápelofatodequeumapressãomaisfortepodecausartanto dorreflexaquantolocal,porcompressãodasterminaçõesnervosassensoriais. Por outrolado,umacompressãomuitofracanãoé efetiva. Nos casosde depressãogeneralizadae de doresfortementemanifestadas nosórgãosinternos,acompanhadosdegrandeinquetação,autilizaçãodasáreas ZHRtorna-seimpossível. 2)Reflexomiotônicooudomastóideumeral:Ocorredevidoà relaçãoexis- tenteentreo nervovagoe o m.braquiocefálico.Podeserevidenciadoquando asinflamaçõesdaparededoestômagoproduzemirritaçãodasterminaçõesdo n. vago.Ao contráriodaszonasZHR,parasuapesquisafaz-seumapercussão enérgica,coma pontadosdedos,naregiãocaudo-ventraldopescoço,adiante daespádua. Paratanto,o pescoçodocavalodevecolocar-senoprolongamentodoeixo do corpoe a cabeçamantidaum poucoalta,paraqueos músculoscervicais estejamtensos.Havendohipersensibilidade,o músculoreagepor contração enérgica,acompanhadadaflexãolateraldacabeçasobreo pescoço. 24 oexametopográfico,associadoaoconjuntodaexploraçãosemiótica,éum auxiliarvaliosonoestabelecimentododiagnósticodiferencialdoabdomeagudo deeqüinos. '" ~ ~ \0 n.'~18 ~*)Jj. 1 2 3 4~@)~. I" FIG.6.Zonasde projeçãocutâneadas irritaçõesvisceraisno cavalo.a) reflexomiotônico(do lado direito).Lado esquerdo:1- reflexo olecraniano:coração;2-plexosolaranterior:estômagoeduodeno; 3-plexosolarposterior:intestinodelgado,ceco,colonventral;4- plexomesentéricoanterior:colondorsal;5-plexoreno-aórtico:aorta abdominal;6-plexomesentéricoposterior:colonmenor;7-ponto gástricodorsal;8-plexolombo-aórtico:aortaerins;9-reflexolom- bar:rins; 10-plexosagrado:órgãospélvicos. Bibliografia BRAZ, M. B. Semiologiado aparelhodigestivo.In.: Lisboa:CalousteGulbenkian,1981.p. 227-362. CHICHKOV, V. P. Ed. Veterinarnyientsiklopeditchesküslovar'Moscou:S. Ent., 1981. IGGO, A. Mecanismossensoriaissomestésicos.In.: SWENSON,M. J. Dukes'Fisiologiados animaisdomésticos.Rio deJaneiro: Guanabara,1984.p. 557-573. LAHUNTA, A. Visceralafferentsystems.In.:Veterinaryneuroanatomyandclínicalneurology. Philadelphia:Saunders,1977.p. 288-295. . Semiologiamédicaanimal. 25
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