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Crime Consumado e tentativa Prof. Evander CRIME CONSUMADO Iter criminis é o itinerário do crime. A doutrina mais tradicional aponta quatro fases diferentes no caminho do crime: Cogitação: nesta fase, o agente somente está pensando, pretendendo a prática do crime. Não existe fato típico; preparação: é a prática de todos os atos antecedentes necessários ao início da execução. Não existe fato típico; Execução: começa a agressão ao bem jurídico. Nesse momento, passa a existir o fato típico; Consumação:quando todos os elementos do fato típico são realizados. TENTATIVA É a não consumação de um crime, cuja execução foi iniciada por circunstâncias alheias à vontade do agente. Aplicação da Pena A tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado, reduzida de 1/3 a 2/3. O critério para essa redução é a proximidade do momento consumativo, ou seja, quanto mais próximo chegar da consumação, maior será a pena. Espécies de Tentativa 1. Tentativa imperfeita ou inacabada Ocorre quando a execução do crime é interrompida por circunstâncias alheias à vontade do agente. 2. Tentativa perfeita ou acabada Mais conhecida como “crime falho”. Ocorre quando a execução do crime se encerra, o agente executa o crime até o final, mas o resultado não se produz por circunstâncias alheias à sua vontade Tentativa Abandonada ou Qualificada Ocorre quando, iniciada a execução, o resultado não se produz por interferência da vontade do próprio agente. Comporta duas espécies: 1. Desistência voluntária O agente desiste de prosseguir na execução, ou seja, ele mesmo,voluntariamente, interrompe a execução. Não há que se falar em desistência voluntária em crime unissubsistente, visto que este é composto de um único ato. 2. Arrependimento eficaz O agente executa o crime até o último ato, esgotando-os, e logo após se arrepende, impedindo o resultado. Ocorre somente nos crimes materiais que se consuma com o resultado naturalístico. A desistência ou arrependimento não precisam ser espontâneos, devendo ser voluntários, ou seja, desde que sejam voluntários, poderão ser provocados por terceiros e terão plena validade. A tentativa abandonada exclui a aplicação da pena por tentativa, ou seja, o agente responderá somente pelos atos até então praticados. Tentativa Inidônea ou Inadequada Também chamada de “quase crime” ou “crime impossível”, ocorre quando a consumação é, desde o início, impossível, portanto, o fato é atípico. A impossibilidade da consumação pode derivar de ineficácia absoluta do meio ou impropriedade absoluta do objeto.A conseqüência do crime impossível é o fato ser atípico. 1. Ineficácia absoluta do meio O meio empregado jamais poderá levar à consumação do crime. A ineficácia do meio deve ser absoluta, não podendo ser relativa (ex.: arma totalmente inapta a produzir disparos utilizada num homicídio). Deve-se lembrar, entretanto, que essa ineficácia pode ser considerada para um crime e para outro não (ex.: num crime de roubo, uma arma totalmente inapta a produzir disparos pode ser utilizada para intimidar a vítima). 2 Impropriedade absoluta do objeto A pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta jamais poderia ser alvo do crime (ex.: matar alguém que já está morto). ARREPENDIMENTO POSTERIOR Ocorre após a consumação do crime. É uma causa obrigatória de redução de pena. O crime já está consumado e o agente responderá pelo crime consumado com uma diminuição de pena de 1/3 a 2/3. Requisitos • Só cabe em crime cometido sem violência ou grave ameaça contra a pessoa. Visa o legislador dar oportunidade ao agente, que pratica crime contra o patrimônio sem violência ou grave ameaça, de reparar o dano ou restituir a coisa. É cabível no homicídio culposo, visto que a violência de que a lei fala é a violência dolosa. • Reparação do dano ou restituição da coisa (deve ser integral). • Por ato voluntário do agente. Não há necessidade de ser ato espontâneo, podendo haver influência de terceira pessoa. • O arrependimento posterior só pode ocorrer até o recebimento da denúncia ou queixa. Após o recebimento da denúncia ou queixa, a reparação do dano será somente atenuante genérica. Infrações que Não Admitem Tentativa 1. Crimes culposos e crimes preterdolosos Se o sujeito não quer o resultado, não há que se falar em tentativa. 2. Crimes omissivos próprios No caso, omite-se ou não, não havendo que se falar em tentativa. 3. Contravenção penal Conforme texto expresso da Lei de Contravenções Penais.
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