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ADMINISTRATIVO AULA 02

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ADMINISTRATIVO - AULA 02 (13/04/12)
Continuação de Poderes Administrativos – Poder de Polícia
Delegação no Exercício do Poder de Polícia:
- De acordo com a ADIN 1.717, o STF entendeu que o conselho de classe exerce poder de polícia. Então, o poder de polícia nas mãos do particular compromete a segurança jurídica. Imagine um particular cassando a carteira de outro particular dentro da entidade de classe. Com isso, o STF entendeu que não é possível delegar o poder de polícia ao particular.
- Então, não é possível delegação (transferência) ao particular. Esta questão já foi cobrada em muitos concursos.
- Quanto aos atos materiais de polícia (ou atos instrumentais de polícia), que são atos preparatórios, podem ser delegados ao particular. Ex: bater a foto de um carro multado, mas a multa será aplicada pela administração; Caso haja um prédio que corre o risco de cair, a Prefeitura pode determinar a implosão do prédio. Se o dono do prédio não implodir, a Administração poderá fazer. Mas como a implosão é um trabalho muito arriscado e técnico, é possível que a Prefeitura contrate uma empresa particular para implodir o prédio.
- Então, o ato material de polícia pode ser delegado.
Atributos do Poder de Polícia:
- São três os atributos, que não podem ser confundidos com atributos de atos administrativos.
- Os atributos são:
Discricionariedade: O exercício do poder de polícia é, em regra, discricionário. Mas, excepcionalmente, poderá ser vinculado. Quando a administração decide a velocidade de uma avenida, ela está usando da discricionariedade. Também é o caso do número de andares de um prédio na orla da praia.
OBS: A autorização é exemplo de poder de polícia discricionário. A licença é exemplo de poder de polícia vinculado.
Autoexecutoriedade: É a atuação independentemente do controle prévio do poder judiciário. No exercício do poder de polícia, o administrador poderá atuar sem a autorização prévia do poder judiciário. É o caso de quando o poder público verifica que um estabelecimento não respeita as regras sanitárias. O poder público poderá fechar o estabelecimento sem que seja necessário ir ao judiciário para pedir uma autorização. No caso do proprietário do estabelecimento entender que não houve desrespeito às regras, ele poderá ir ao judiciário. Então a autoexecutoriedade não impede que a parte insatisfeita/inconformada busque a tutela do judiciário.
Para a doutrina majoritária, a autoexecutoriedade se subdivide em dois enfoques diferentes:
Exigibilidade: É o poder que tem o Estado de decidir sem o poder judiciário. Ex: decide e aplica a multa de trânsito; decide e embarga a obra. Então, a exigibilidade está presente em todos os atos administrativos. A exigibilidade é um meio de coerção indireto.
Executoriedade: Significa executar sem o judiciário, buscar a execução. Ex: determinar a apreensão de mercadoria, e ir até o local para apreender. A executoriedade nem sempre está presente, e só poderá ser realizada no caso de situações previstas em lei e em situações urgentes.
OBS: Quando se fala de autoexecutoriedade é necessário duas bases: a exigibilidade e a executoriedade. Se nem sempre a executoriedade é verifica, então a autoexecutoriedade nem sempre está presente no ato de polícia. Ex: sanção pecuniária. Então, se na prova perguntar se todo poder de polícia goza de autoexecutoriedade, a resposta será falsa.
Imperatividade (Coercibilidade): esta é a regra do poder de polícia.
Polícia Administrativa ≠ Polícia Judiciária
	Polícia Administrativa
	Polícia Judiciária
	Exercício do poder de polícia
	Contenção do crime
	Diversos órgãos são competentes
	Aplicação da lei penal
	
	Corporação/Órgão Especial
Ato Administrativo:
- Fato é um acontecimento do mundo em que vivemos.
- Quando este acontecimento produz efeitos jurídicos, ele é chamado de fato jurídico.
- Se o acontecimento produz efeitos jurídicos, mais especificamente no âmbito administrativo, ele será chamado de fato administrativo.
- Fato é diferente de ato. O ato é uma manifestação de vontade.
- A manifestação de vontade do ato poderá ou não produzir efeitos no mundo jurídico. E se esta manifestação de vontade produzir efeitos no mundo jurídico, esta manifestação é chamada de ato jurídico.
- Se a manifestação de vontade produzir efeitos no mundo jurídico, mais especificamente na fatia do direito administrativo, estaremos diante de um ato administrativo.
- Diferença entre ato administrativo e ato da administração.
- Deve ter em mente que o ato da administração é praticado pela administração.
- Mas a administração poderá praticar atos no regime público e no regime privado.
- Quando os atos administrativos seguem o regime público, eles são dotados de um segundo nome. Eles são chamados de atos administrativos.
- No entanto, existem atos administrativos que seguem o regime público, mas estão fora da administração.
- Desta forma, temos três tipos de ato:
1) Atos da administração, praticado pela administração, com regime de direito privado.
2) Atos administrativos, praticado pela administração, com regime de direito público.
3) Atos administrativos, praticado fora da administração, com regime de direito público. Ex: ato de concessionária, ato de permissionária de serviço. Se não pagar a conta de telefone, a empresa corta a linha.
Conceito de Ato Administrativo: É uma manifestação de vontade do Estado, ou de quem o represente, que cria, modifica ou extingue direitos, protegendo o interesse público e estará sujeito a regime jurídico de direito público. Este ato é complementar e inferior à lei (infralegal), e está sujeito ao controle do poder judiciário (controle de legalidade)
Conceito de Ato Administrativo em Sentido Estrito: É a mesma definição, com a adição de dois requisitos: concreto (concretude) e unilateral (unilateralidade). Esta idéia foi inserida por Hely Lopes Meirelles.
Elementos/Requisitos do Ato Administrativo (de acordo com a doutrina majoritária):
- O ideal é estudar pelo material do site, para verificar o posicionamento da maioria e de Celso Antonio Bandeira de Mello. Este segundo posicionamento esta sendo cobrado em provas.
- Seguiremos a doutrina majoritária.
- O fundamento/respaldo é a ação popular (L. 4.717/65).
- De acordo com essa doutrina, são cinco os elementos/requisitos:
Sujeito Competente
Forma
Motivo
Objeto
Finalidade
- Para Celso Antonio Bandeira de Mello, deveria haver a divisão entre elementos e pressupostos. O elemento é condição para a existência de um ato jurídico. Ex: a exteriorização da vontade é um elemento do ato jurídico. A grande maioria seria o pressuposto, que é dividido em dois grandes grupos. Existem os pressupostos de existência, que são a condição de existência do ato administrativo, e o pressuposto de validade, que significa condição para ato administrativo válido. Ex: a forma do ato.
- Então, Celso faz a distinção dos aspectos do ato administrativo em dois pontos diferentes, os elementos e os pressupostos. O elemento é condição de existência de ato jurídico enquanto que pressuposto é dividido em existência (condição de existência de ato administrativo) e validade (condição de validade do ato).
- Continuando o estudo dos elementos/requisitos do ato de acordo com a doutrina majoritária.
1) Sujeito Competente:
- É aquele que está no exercício de uma função pública. Se o sujeito exerce uma função pública, ele é chamado de agente público. Independe do tempo de exercício da função ou se há remuneração.
- Não basta o exercício da função, mas também deve ser o agente público competente para praticar o ato.
- A fonte da competência normalmente é a Lei, e excepcionalmente é a CF.
- A lei afirma que o Prefeito é competente para cuidar dos bens municipais. Esta competência é de exercício obrigatório (é poder-dever), não havendo que falar em liberalidade do administrador.
- Se é um poder-dever, a regra de competência é irrenunciável. Ela também é imodificável pela vontade das partes.
- A competência administrativa não admite transação.- Esta competência não prescreve pelo decurso do tempo, ou seja, é imprescritível. Se ele não exerceu sua competência por um determinado período, ele não deixará de ser competente.
- A competência administrativa não admite prorrogação, ou seja, é improrrogável. Isso quer dizer que caso o administrador não seja competente para exercer o ato, e não houver contestação, não haverá que falar que ele se tornará competente. A (in)competência decorre da lei.
- Portanto a competência é um exercício obrigatório, irrenunciável, imodificável, não admite transação, é imprescritível e improrrogável.
- A delegação de competência administrativa é excepcional e depende de justificação.
- Na delegação, o sujeito competente transfere a sua competência para outras pessoas. Ex: A delega para B. A continua sendo competente, mas agora B também será competente. Então tanto A quanto B serão competentes. Desta forma, a delegação de competência cria uma competência cumulativa.
- Avocação de competência é diferente de delegação. Na avocação haverá o caminho inverso. Ex: a competência é de B (pela lei), mas A pode puxar a competência de B.
- A delegação e a avocação estão proibidas em algumas circunstâncias:
Não se admite no caso de competência exclusiva (Ex: Compete exclusivamente à União). Competência exclusiva é diferente de competência privativa. A privativa admite delegação.
Não se admite no caso de atos normativos
Não se admite no caso de decisão em recurso administrativo
- Ler arts. 11 a 15 da L. 9.784/99, que diz respeito à avocação.
- A competência administrativa possui vários elementos definidores. Algumas competências são definidas em razão de matéria, território, grau hierárquico, dentre outros.
2) Forma:
- Deve seguir a forma prevista em lei.
- A primeira condição da forma é a exteriorização da vontade. Esta exteriorização deve atender formalidades/exigências específicas. Ex: publicar no diário oficial, realizar por portaria, edital ou decreto.
- A primeira exigência é que o ato, regra geral, deve ser escrito. No entanto, é possível que se faça de outra maneira, desde que a lei autorize/permita. Ex: sujeito pára na blitz da polícia. Ao gesticular para que o sujeito pare o carro, o policial esta praticando um ato administrativo de forma gesticulada. Também é possível pedir para parar através do apito.
- Contrato Administrativo pode ser verbal? R: De acordo com o art. 60, p. único da L. 8.666, é possível no caso de pronta entrega, pronto pagamento e até R$ 4.000,00.
- Diante desta situação, o ato administrativo, no que diz respeito à forma, segue o princípio da solenidade (formalidades específicas).
OBS: Silêncio administrativo é quando há um requerimento do indivíduo e a administração é silente. Neste caso, o silêncio é considerado como nada jurídico, e não produz efeito algum. Neste caso, é possível ir ao judiciário. A ação é o MS, porque o silêncio jurídico fere o direito líquido e certo de petição (art. 5º, inc. XXXIV da CF), que é o direito de pedir e obter uma resposta. É possível ainda um pedido liminar neste MS. Neste caso, o juiz não poderá conceder a licença, mas fixará um prazo para decidir o requerimento, estabelecendo uma coerção (multa, pena de desobediência). Celso Antonio Bandeira de Mello (posição minoritária) afirma que o juiz, em caso de ato estritamente vinculado (conferência de requisitos), poderá decidir.
- Existem três vícios de forma:
Mera irregularidade: não compromete o ato. Este ato continua válido. Ex: o documento deveria ser escrito de caneta azul, mas foi feito de caneta vermelha. Este é um defeito de padronização/uniformização.
Vício Sanável: o ato é anulável, que pode ser corrigido. Ex: deveria ser publicado no diário oficial, mas não foi publicado. É possível publicar no dia seguinte.
Vício Insanável: o ato é nulo, e deverá ser anulado (retirar do ordenamento jurídico)
- O ato administrativo é resultado de um processo administrativo. Portanto, é condição de forma do ato a realização de processo administrativo prévio.
- Assim, o ato administrativo depende de processo administrativo prévio. Este processo é mais uma condição de forma.
- O processo administrativo legitima/fundamenta o ato administrativo.
- Mas este processo deve ser conforme o modelo constitucional, ou seja, com contraditório e ampla defesa (art. 5º, inc. LV da CF).
- O último aspecto da forma é a motivação.
- A motivação é a correlação lógica entre os elementos do ato e a previsão legal.
- A motivação é a fundamentação, a justificativa, o raciocínio lógico.
- A motivação é diferente de motivo, pois motivo é o fato mais o fundamento jurídico. A motivação é aquele raciocínio, a coerência lógica que levará à prática do ato.
- Para a maioria da doutrina, a motivação é obrigatória e deve acontecer antes, ou no máximo durante a prática do ato. A questão da obrigatoriedade tem como fundamento o art. 1º da CF (o poder emana do povo). Se o direito é do povo e o administrador é apenas um representante, ele é obrigado a motivar o ato, para explicar o que está fazendo com os direitos do povo. O inc. II do art. 1º da CF consagra o direito à cidadania, e, no exercício de sua cidadania, o cidadão tem direito de conhecer a motivação, mesmo porque, só poderá ajuizar uma Ação Popular se souber da motivação do ato. O art. 5º, inc. XXXIII da CF assegura o direito à informação, e, por isso, tem direito de ser informado do que motivou o ato. A motivação também dá a garantia que qualquer lesão ou ameaça de lesão poderá ser levada ao judiciário (art. 5º, inc. XXXV da CF). De acordo com o art. 93, inc. X da CF, se o ato judiciário tem que ser motivado, com mais razão ainda o ato administrativo tem que ser motivado. Já o art. 50 da L. 9.784/99 é tão amplo, que todos os atos administrativos estão na lista, ou seja, todos os atos devem ser motivados.
- Para a doutrina minoritária, a motivação é facultativa. Para eles, a motivação é aconselhável e só será obrigatória quando o legislador disser. O fundamento é o art. 93, inc. X da CF. A defesa a este posicionamento é que, quando o legislador quis que houvesse motivação ele disse, como é o caso do art. 50 da L. 9.784/99.
- Colocando a idéia no quadro:
	Obrigatoriedade da Motivação
	Faculdade da Motivação
	Art. 1º, caput, CF
Art. 1º, inc. II da CF
Art. 5º, inc. XXXIII da CF
Art. 5º, inc. XXXV da CF
art. 93, inc. X da CF
art. 50 da L. 9.784/99
	Aconselhável
art. 93, inc. X da CF
art. 50 da L. 9.784/99
- Então para a maioria dos autores, a motivação é obrigatória como regra.
3) Motivo:
- Motivo é o fato e fundamento jurídico que levam à prática do ato.
- Ex: alguns servidores decidiram realizar uma passeata. Mas por onde passam estão criando muito tumulto. O poder público poderá dissolver a passeata. O motivo é o tumulto; Fechamento de fábrica poluente tem como motivo a poluição.
- O motivo tem que ter legalidade. Isso significa que o motivo é verdadeiro, ou seja, tem que acontecer. É chamado pela doutrina de materialidade. Se o motivo é falso, o motivo é ilegal, e, portanto, o ato torna-se ilegal.
- O motivo declarado tem que ser compatível com o motivo previsto na lei.

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