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FARMACOCINÉTICA NA GESTAÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
FACULDADE DE MEDICINA
Acadêmico: Dário Rafael Macêdo MED-63
Como as alterações farmacocinéticas influenciam a posologia das
drogas durante a gravidez?
A gravidez causa mudanças fisiológicas na farmacocinética que podem influenciar 
consideravelmente a distribuição e o metabolismo do fármaco na mãe e no feto. Espera-se, por 
exemplo, o aumento da volemia na gestação a fim de suprir as necessidades do território uterino 
durante a gestação e, principalmente, como reserva para a perda sanguínea esperada durante o 
parto e o puerpério. Esse aumento de volemia se dá pelo aumento de eritrócitos e outros 
elementos figurados do sangue, mas principalmente pelo volume plasmático, explicando, assim, a 
hemodiluição. 
A absorção dos fármacos via oral e inalatória tende a ser maior pelo aumento de sangue no TGI e 
nos vasos pulmonares devido ao aumento do débito cardíaco. Além disso, o fluxo gastrointestinal 
tende a ser diminuído reduzindo a excreção fecal desses fármacos e a hiperventilação presente 
favorece a inalação do medicamento. 
O ganho de peso (gordura e líquido) é significativo no período gestacional e somado à 
hemodiluição podem aumentar em torno de 3,2 litros de líquido corporal materno e 4,8 litros de 
componentes fetais (feto, liq. amniótico e '‘placenta’'). Com isso, a concentração plasmática 
materna de albumina é reduzida por diluição, além da ocupação de seus sítios de ligação por 
esteroides e hormônio placentários, influenciando, assim, o aumento da fração livre do fármaco no
plasma, o que favorece a sua filtração e/ou excreção (clearance - hepático e renal). 
Tanto o ganho de peso materno como, a hemodiluição e a hipoalbuminemia dilucional somada à 
ocupação dos seus sítios de ligação favorecem um aumento no Volume de Distribuição – VD dos 
fármacos em gestantes. Os princípios gerais dos fármacos, entretanto, continuam os mesmos, ou 
seja, fármacos lipossolúveis, não-ionizados e de baixo peso molecular têm mais facilidade de 
passar a barreira placentária. Assim como aqueles que possuem alta dissociação em meios com PH
abaixo do fisiológico se utilizam da diferença de PH entre sangue materno e fetal para se distribuir 
com mais facilidade pelo sangue fetal/embrionário.
 
E de modo semelhante, aqueles com maior volume de distribuição nos tecidos maternos e que 
conseguirem alcançar a circulação fetal tenderão a se distribuir nos tecidos fetais aumentando, 
assim, o período de ação desses fármacos no feto e trazendo a este complicações por isso, sendo 
em alguns casos até teratogênicos.
A ideia principal não é apenas saber que fármacos com tais características podem ultrapassar a 
barreira placentária, mas ter a concepção que além desses, diversos outros fatores, como 
aumento na concentração sanguínea materna, podem induzir drogas antes de passagem não 
favoráveis a ter ações semelhantes e até mais graves que os com características favoráveis.
Outro fator essencial, que deve ser considerado ao medicar uma gestante, é que assim como a 
mãe o feto também possui metabolismo hepático, e placentário, que dependendo do fármaco 
pode torná-lo tóxico. 
Percebe-se, portanto, que tudo isso favorece uma redução da concentração plasmática 
(biodisponibilidade) do fármaco e uma tendência ao aumento de dose. Cabendo, no entanto, ao 
clínico saber dos riscos que o feto corre com medidas terapêuticas durante a gestação e pondere 
sempre um tratamento eficaz e seguro para a mãe e para o feto, mediante tudo que foi 
anteriormente esplainado.

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