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Estudos para V2 - Civil IV

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PROPRIEDADE
- Art. 1.228, Código Civil:
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
§ 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.
§ 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem.
§ 3º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
§ 4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante.
§ 5º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
- Art. 5º, XXII, CF:
CF, Art. 5º, XXII - é garantido o direito de propriedade;
- Conceito: 
* Registro do proprietário na matrícula do imóvel:
	- Pela Lei, só é proprietário quem estiver na matrícula do imóvel.
- Abrangência:
- Abrangência vertical: céu e subsolo pertencem ao proprietário. 
* Para exploração do subsolo, deve haver autorização do órgão competente.
* Exploração de minério -> exclusividade do Estado; o explorador recebe participação no resultado da exploração. 
* Construção de prédios -> necessária autorização estatal. 
	- Abrangência horizontal: até a divisa (marcos ou medição). 
- Presunção de direito exclusivo do proprietário:
- Presunção frágil, uma vez que prevalece o interesse público sobre o privado. Ex.: função social da propriedade. 
 AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL:
- Se dá pelo registro na matrícula do imóvel, em Cartório de Registro de Imóveis. 
- Modo:
- Particular: para imóvel com valor até 30 salários mínimos. Leva-se o CONTRATO no cartório de registro de imóveis, para que seja feita a averbação de alteração de propriedade na matrícula do imóvel. 
- Instrumento público: para imóveis com valor superior a 30 salários mínimos, ou por opção das partes. É feita ESCRITURA PÚBLICA DE TRANSFERÊNCIA, e esta é levada ao Cartório de Registro de Imóveis para averbação na matrícula do imóvel. 
* Aquisição de propriedade por contrato de compra e venda, por doação, por herança, por permuta etc. 
Aquisição pelo registro em Cartório de Registro de Imóveis:
- Modos:
- Particular: Contrato de Compra e venda (imóvel no valor de até 30 salários mínimos). 
- Público: Escritura pública -> escritura pública registrada no Cartório de Títulos (por opção ou imóvel com valor superior a 30 salários mínimos).
- Efeitos: erga omnes -> registro no Cartório de Registro de Imóveis garante a publicidade, obrigando seu conhecimento a todos. 
- Momento da aquisição: momento da averbação da alteração de propriedade na matrícula do imóvel (Cartório de Registro de Imóveis).
* Prenotação = protocolo da solicitação de averbação no cartório (entrega de documentos). O registro, neste momento, já possui eficácia, constituindo o novo proprietário. 
* Transcrição: anotação na matrícula do imóvel, que garante a publicidade do ato.
- Retificação/anulação: feita geralmente por decisão judicial; porém, pode ser feita por via administrativa, pelo tabelião, desde que o registro não exprima a verdade.
* Ação cabível quando o registro é cancelado = Ação de Reivindicação do Imóvel. 
- Princípios dos títulos de registro de imóveis:
a) Publicidade -> Art. 17, Lei 6.015/73:
Art. 17. Qualquer pessoa pode requerer certidão do registro sem informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou interesse do pedido.
Parágrafo único. O acesso ou envio de informações aos registros Públicos, quando forem realizados por meio da rede mundial de computadores - Internet deverão ser assinados com uso de certificado digital, que atenderá os requisitos da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP.
* Exceção quanto à publicidade de registros públicos = certidão de nascimento de criança adotada. 
b) Continuidade -> Art. 195, Lei 6.015/73:
Art. 195 - Se o imóvel não estiver matriculado ou registrado em nome do outorgante, o oficial exigirá a prévia matrícula e o registro do título anterior, qualquer que seja a sua natureza, para manter a continuidade do registro.
c) Força probante -> Art. 1.245, §2º, Código Civil => presunção de veracidade. 
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
d) Obrigatoriedade -> 1.245, caput, Código Civil -> obrigatoriedade de registro do título de propriedade no cartório de Registro de Imóveis. 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL POR ACESSÃO:
- Conceito: Aquela pela qual a pessoa torna-se proprietário de coisa imóvel, por fato natural ou industrial.
- Classificação pela origem:
- Naturais: não há intervenção do homem (aquisição de propriedade derivada de fenômeno da natureza).
	- Industriais: há intervenção do homem. 
- Classificação pelo objeto:
	- Imóvel a imóvel: para coisas naturais. 
	- Móvel a imóvel: via de regra, para coisas artificiais ou industriais.
Ilhas -> Art. 1249:
- Regras gerais:
* Formação por fenômeno natural. Ilhas formadas em decorrência de construção de barragens não geram direito de aquisição de propriedade por aluvião. Área inundada gera indenização em benefício do antigo proprietário. 
Art. 1.249. As ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas as regras seguintes:
I - as que se formarem no meio do rio consideram-se acréscimos sobrevindos aos terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as margens, na proporção de suas testadas, até a linha que dividir o álveo em duas partes iguais;
II - as que se formarem entre a referida linha e uma das margens consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos fronteiros desse mesmo lado;
III - as que se formarem pelo desdobramento de um novo braço do rio continuam a pertencer aos proprietários dos terrenos à custa dos quais se constituíram.
* Álveo = largura do rio.
* Testada = confrontação da propriedade com a margem do rio. 
* Aquisição de ilhas por aluvião só será possível se o rio não for navegável (navegável = rio cadastrado no órgão competente como de navegação comercial). 
Aluvião -> Art. 1250:
- Regras gerais:
* Formação lenta e gradativa. 
* Pertence ao proprietário do prédio em frente ao terreno aluvial, no limite de sua testada, até o centro do álveo. 
***Aluvião imprópria -> decorrente de recuo do rio, devido a seca. 
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
Parágrafo único - O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga margem.
Avulsão -> Art. 1251:
- Regras gerais:
* Fenômeno causado por força natural violenta.
* Acontece subitamente (rapidamente) um deslocamento de terra de uma propriedade,e a terra deslocada se une a propriedade diversa. 
* Aquisição de propriedade mediante indenização em benefício do antigo proprietário. 
* Caso o antigo proprietário da terra não a reclame no prazo de 1 ano (prazo decadencial), há a aquisição sem a necessidade de indenização. 
***Uma vez impetrada a ação de indenização pela acessão, não chegando as partes em um valor comum, tal valor será arbitrado judicialmente. Portanto, a indenização não é um direito potestativo (não há a possibilidade de não se resistir). 
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado.
Parágrafo único - Recusando-se ao pagamento de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a parte acrescida.
Álveo Abandonado -> Art. 1252:
- Regras gerais:
* Acontece mediante secagem do rio, de forma natural. 
* Aquisição da propriedade pelo dono da propriedade marginal, no limite do centro do álveo. 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
SUBSEÇÃO V
DAS CONSTRUÇÕES E PLANTAÇÕES
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário.
- Regra: o que é plantado ou construído pertence ao proprietário da coisa principal. Presunção juris tantum (admite prova em contrário)
Art. 1.254. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno próprio com sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
- Construção ou plantação em terreno próprio com materiais e esforço de terceiros -> acessório pertence ao proprietário da coisa principal, mas o valor despendido pelo construtor ou plantador deve ser indenizado. 
- Se o proprietário agiu de má-fé, responde por perdas e danos. 
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização.
- Construção ou plantação em terreno alheio -> acessórios pertencem ao proprietário da coisa principal, havendo direito de indenização àquele que construiu ou plantou de boa-fé. 
* Indenização pelo valor despendido (matérias-primas + mão-de-obra + outros gastos), e não pelo valor da obra (ou plantação) concluída. 
Parágrafo único - Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
- Plantação ou construção feita por terceiro com valor superior ao do terreno -> o terceiro de boa fé adquire a propriedade do solo mediante pagamento de indenização ao proprietário do terreno. 
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões. 
- Ambas as partes agiram de má-fé -> os acessórios pertencem ao proprietário, que deverá ressarcir o terceiro pelo preço do acessório pronto, evitando enriquecimento indevido. 
Parágrafo único - Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
- Presunção de má-fé pela inércia voluntária do proprietário da coisa principal, na tentativa de tirar proveito de sua torpeza. 
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de não pertencerem as sementes, plantas ou materiais a quem de boa-fé os empregou em solo alheio.
- Presunção de má-fé do proprietário da coisa principal -> ocorre quando a matéria-prima empregada em sua propriedade não o pertence e este se mantém inerte. 
Parágrafo único - O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou construtor.
- Proprietário do solo tem o dever de indenizar o terceiro proprietário das matérias-primas, quando este não puder reclamá-la junto ao plantador ou construtor (responsabilidade subsidiária). 
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente.
- Invasão parcial de solo alheio -> se feita em porção não superior a 5% do total do terreno invadido (porção considerada ínfima) e o valor da obra exceder o valor da porção invadida, o invasor de boa-fé adquire a propriedade do solo invadido mediante indenização (indeniza o valor da terra invadida + desvalorização da área remanescente).
Parágrafo único - Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
- Invasão parcial de má-fé (porção de até 5% do terreno invadido) -> indenização valorada em 10 vezes o valor gerado de perdas e danos (desvalorização da área remanescente + valor da porção invadida), aplicável se o valor da obra for consideravelmente superior ao da porção invadida e se não for razoável a demolição da porção invasora (tendo em vista o custo total da obra). 
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
- Construtor de boa-fé em invasão superior a 5% do terreno alheio -> aquisição do terreno invadido pagando perdas e danos = valor que a invasão acrescer à construção + valor da área invadida + valor da desvalorização da área remanescente.
- Construtor de má-fé em invasão superior a 5% do terreno alheio -> obrigado a demolir o que foi construído + pagar perdas e danos apurados em dobro.
- Explicar, exemplificar e fundamentar os seguintes questionamentos:
- Em regra, a quem pertencem os acessórios incorporados à coisa principal?
* Os acessórios incorporados à coisa principal, em regra, pertencem ao seu proprietário. Ex.: tudo o que for plantado ou construído no terreno de alguém, a este pertence, até que se prove que tal construção ou plantação foi feito às expensas de terceiros. Tal regra se deve ao fato de que se presume que terceiro não tenha interesse em construir ou plantar em terreno alheio. 
- Resolve-se a obrigação:
Proprietário da coisa principal que adere acessório:
De boa-fé: adere acessório mediante pagamento do valor correspondente às matérias-primas aplicadas em seu solo. Ex.: Proprietário de um terreno é surpreendido com uma construção em sua propriedade; para não haver enriquecimento sem justa causa, como não houve manifestação do proprietário no momento da construção por desconhecimento da realização da obra, deve o proprietário indenizar o terceiro. 
De má-fé: adere o acessório mediante pagamento de indenização correspondente ao valor da acessão (coisa pronta). Se o proprietário teria como saber da obra e não se manifesta, deve indenizar o construtor pelo valor da obra pronta, sob pena de enriquecimentosem justa causa, uma vez que seu imóvel foi valorizado injustamente pela obra. 
Proprietário do acessório que adere a coisa principal de terceiro:
De boa-fé: se o valor do acessório exceder o valor da coisa principal (terreno), o proprietário do acessório adere a coisa principal mediante indenização. Tal fato ocorre por respeito a princípio da razoabilidade e proporcionalidade. Não seria razoável dar perdimento de coisa de maior valor devido à propriedade de valor inferior. Porém, garante-se o direito de justa indenização ao prejudicado. 
De má-fé: só haverá o direito de indenização se o proprietário da coisa principal também agir de má-fé (ex.: manter-se inerte durante a construção). Se o proprietário da coisa principal sabe estar havendo uma obra em seu terreno e permanece inerte, presume-se que quer se beneficiar de sua torpeza, fato proibido no ordenamento jurídico brasileiro. Assim, se o proprietário da coisa principal agir de má-fé, deve indenizar o terceiro pelo valor correspondente à valorização de seu imóvel. 
Pessoa que adere acessório sem lhe pertencer este, bem como o terreno:
Aplicador de boa-fé: o proprietário da coisa principal o indeniza pelo valor da matéria-prima (se o proprietário for de boa-fé), e como esta pertence a terceiro, o terceiro deve ser o beneficiado pela indenização. Ex.: Plantador utiliza sementes de terceiros e planta em terreno de terceiros; a indenização é cabível se o aplicador for de boa-fé. Se o terceiro agiu de boa-fé, o valor da indenização é pelo valor da matéria-prima, e o beneficiário de tal indenização é o proprietário desta. 
Aplicador de má-fé: o proprietário da coisa principal não tem o dever de indenizá-lo; porém, se o aplicador não indenizar o proprietário da matéria-prima, o dever de indenizar passa ao proprietário da coisa principal (mesmo sendo o proprietário de boa-fé, uma vez que o prejuízo seria do dono da matéria-prima, que não agiu de má-fé).
Proprietário da coisa principal de boa-fé: indeniza o valor das matérias-primas aplicadas, se o aplicador for de boa-fé. Se o aplicador for de má-fé, não cabe indenização a este, mas cabe a responsabilidade subsidiária ao proprietário da coisa principal caso o plantador ou construtor de má-fé não indenize o dono da matéria-prima aplicada. 
Proprietário da coisa principal de má-fé: indeniza o aplicador pelo preço do acessório pronto. Como a matéria-prima é de terceiro, este tem o direito sobre seu valor, cabendo ao construtor ou plantador o valor da diferença indenizável. 
Obs.: Boa-fé ou má-fé de ambos os envolvidos, ou seja, aderente (aplicador) e proprietário do terreno.
Se ambos agirem de má-fé, o proprietário da coisa principal adquire o acessório mediante indenização correspondente ao valor da coisa pronta. 
- Como resolve-se o direito do proprietário do material aplicado no item anterior?
O proprietário do material tem direito de reavê-lo diante do construtor ou do plantador; caso não haja tal possibilidade, subsidiariamente poderá reclamar o valor do material perante o proprietário do solo. 
AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE IMÓVEL
Aquisição por Acessão: 
Acessões artificiais:
- Possibilidades:
a) Semeadura, plantação ou construção feita em terreno próprio, com materiais alheios:
- Boa-fé do proprietário do imóvel: 
	- Proprietário desconhece o vício.
	- Proprietário ressarce o valor dos materiais alheios.
	- Não há pagamento de indenização por perdas e danos. 
- Má-fé do proprietário do imóvel:
	- Proprietário ressarce o valor dos materiais alheios.
	- Proprietário indeniza o proprietário dos materiais por perdas e danos. 
b) Semeadura, plantação ou construção feita em terreno alheio, com materiais próprios:
- Boa-fé do proprietário do material: proprietário do terreno ressarce o valor dos materiais + mão-de-obra utilizada. 
- Má-fé do proprietário do material: não cabe qualquer ressarcimento feito pelo proprietário do terreno ao proprietário do material. 
* Acessão superior ao valor do imóvel (valor considerável):
- Boa-fé do proprietário do material: o proprietário do material se torna proprietário do imóvel, ressarcindo o proprietário do imóvel por valor acordado entre as partes ou, em na falta de acordo, por valor fixado judicialmente. 
- Má-fé do proprietário do material: Não cabe qualquer ressarcimento feito pelo proprietário do terreno ao proprietário do material. 
c) Semeadura, plantação ou construção feita em terreno alheio, com materiais alheios:
- Má-fé do proprietário do material e má-fé do proprietário do imóvel: o proprietário do imóvel adquirirá a acessão, mediante indenização do valor da acessão (valor econômico incorporado ao seu bem imóvel).
- O dono dos materiais tem direito de ser indenizado pelo construtor de má-fé; caso o construtor não o indenize, a indenização será cobrada do proprietário do imóvel (responsabilidade subsidiária). 
- O construtor tem direito de indenização no valor acrescido ao imóvel (devido à má-fé do proprietário do imóvel), excluindo o valor dos materiais que eram de terceiro. 
* Obs.: Má-fé presumida: o proprietário tinha como ter conhecimento da construção ou plantação em seu imóvel, mas nada faz. 
- Construção em solo próprio, com invasão de solo alheio:
* Invasão não superior a 5%, de boa fé -> Art. 1.258, caput:
- Requisitos:
	- Construção parcial em solo próprio.
	- Invasão de solo alheio.
	- Boa fé (desconhece o vício).
	- Valor da construção é superior ao da área invadida. 
- Invasor deve pagar para ficar com a área invadida (aquisição = direito potestativo) => prejuízos eventuais (ex.: perdas e danos) + valor da área perdida + desvalorização da área remanescente.
* Invasão não superior a 5%, de má-fé -> Art. 1.258, parágrafo único:
- Requisitos:
	- Construção parcial em solo próprio.
	- Invasão de solo alheio.
	- Má fé (invasor conhece o vício).
- Valor da construção é consideravelmente superior ao da área invadida. 
- Impossibilidade de demolição sem grave prejuízo à construção. 
- Invasor deve pagar para ficar com a área invadida (aquisição = direito potestativo, somente se não houver possibilidade de demolir) => 10 x (prejuízos + valor da área invadida + desvalorização da área remanescente). 
Art. 1.258. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio em proporção não superior à vigésima parte deste, adquire o construtor de boa-fé a propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente. 
Parágrafo único - Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
* Invasão superior a 5%, de boa fé -> Art. 1.259, primeira parte:
- Requisitos:
	- Construção parcial em solo próprio.
	- Invasão superior a 5% do solo alheio.
	- Valor da construção é superior ao da área invadida. 
	- Boa fé.
- Invasor deve pagar para ficar com a área invadida => prejuízos (perdas e danos) + valor que a invasão acrescer à construção + valor da área invadida + desvalorização da área remanescente do imóvel invadido. 
* Invasão superior a 5%, de má fé -> Art. 1.259, segunda parte:
- Requisitos:
	- Má fé.
	- Obrigado a demolir.
	- Obrigado a pagar perdas e danos apurados, em dobro. 
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu, pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL:
- Modalidades:1) Usucapião (modo originário de aquisição) -> aquisição por posse contínua num decurso de tempo, sem oposição do proprietário. 
* Não se adquire propriedade pela usucapião; se adquire uma sentença declaratória de propriedade (declaratória, e não constitutiva de direito). 
Usucapião Ordinária -> Art. 1.260:
- Requisitos:
	- Tempo = 3 anos.
	- Posse contínua.
	- Posse mansa e pacífica (incontestadamente). 
	- Justa posse.
	- Animus domini (ânimo de ser dono). 
	- Boa-fé. 
	- Justo título. 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
- Usucapião Extraordinária -> Art. 1.261:
- Requisitos:
	- Tempo = 5 anos.
	- Posse contínua.
	- Posse mansa e pacífica (incontestadamente). 
	- Justa posse.
	- Animus domini (ânimo de ser dono). 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
2) Ocupação (modo originário de aquisição) -> aquisição de coisa móvel que não tem proprietário. 
- Art. 1.263:
Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não sendo essa ocupação defesa por lei.
- Conceito: Aquisição de coisa de ninguém, passando a ser proprietário “desde logo”. 
	* A coisa pode, um dia, ter tido um dono, ou nunca ter tido dono. 
		 
- Modalidades:
	- Res nullius: coisa de ninguém que nunca teve dono. 
- Exemplos ligados à natureza -> peixe pescado (sem legislação proibitiva da pesca). 
- Res derelictae: coisa de ninguém que já teve dono = estado de abandono.
3) Descoberta: 
- Art. 1.233:
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor.
Parágrafo único - Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à autoridade competente.
- Conceito: Achar coisa perdida (se a coisa é perdida, esta tem dono). 
- Dever: devolver a coisa ao legítimo proprietário ou ao possuidor. 
* Não sendo conhecido o proprietário, entrega-se a coisa à autoridade competente (Polícia Civil, por meio de “Auto de Depósito”). 
* Coisa achada e não devolvida = apropriação indébita por erro, caso fortuito ou força da natureza (Código Penal, Art. 169, II). 
Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
(...)
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias.
- Recompensa: OBRIGAÇÃO do proprietário. 
* Não é faculdade do proprietário da coisa. Se não receber a recompensa, cabe direito de retenção, sem o cometimento de ato ilícito. 
- Valor = no mínimo 5% do valor da coisa achada.
* Se houver despesas com a coisa achada (ex.: cão achado = alimentos, veterinário etc.), o valor destas será acrescido ao valor da recompensa. 
- Responsabilidade civil por dolo: o depositário, que achou o objeto, responde pelo perecimento da coisa somente em caso de DOLO (exceção ao Art. 186).
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
- Publicidade -> Art. 1.171, CPC: dever da autoridade:
- Publicação em edital (órgão oficial) da coisa perdida, por duas vezes, com intervalo de 10 dias. 
- Coisa de pequeno valor -> afixação da notícia de que foi encontrada a coisa no mural do fórum. 
Art. 1.171 - Depositada a coisa, o juiz mandará publicar edital, por duas vezes, no órgão oficial, com intervalo de 10 (dez) dias, para que o dono ou legítimo possuidor a reclame.
§ 1º - O edital conterá a descrição da coisa e as circunstâncias em que foi encontrada.
§ 2º - Tratando-se de coisa de pequeno valor, o edital será apenas afixado no átrio do edifício do forum.
- Hasta pública -> Art. 1.173, CPC: leilão de coisa encontrada e não reclamada. 
- Se coisa de pequeno valor, não compensando a hasta pública, pode o inventor (quem encontrou a coisa) reclamar sua propriedade junto à autoridade a que a coisa foi entregue.
- Portanto, pode ser modo originário de aquisição.
- Se o proprietário anterior abre mão da coisa perdida, por ser de pequeno valor (não compensando o pagamento da recompensa, por exemplo), o modo de aquisição é derivado. 
Art. 1.173 - Se não for reclamada, será a coisa avaliada e alienada em hasta pública e, deduzidas do preço as despesas e a recompensa do inventor, o saldo pertencerá, na forma da lei, à União, ao Estado ou ao Distrito Federal.
Art. 1.174 - Se o dono preferir abandonar a coisa, poderá o inventor requerer que lhe seja adjudicada.
4) Achado tesouro (modo derivado de aquisição):
- Art. 1.264 a 1.266:
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Art. 1.265. O tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário do prédio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro não autorizado.
Art. 1.266. Achando-se em terreno aforado, o tesouro será dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou será deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.
- Requisitos: objeto não encontrado na natureza (se encontrado na natureza, enquadra-se em extração de minério). 
a) Tesouro antigo: se for tesouro novo, há possibilidade de se encontrar o proprietário. 
b) Oculto: encontrado em local não provável (escondido) -> caracteriza o mérito de quem encontrou o tesouro. 
c) Sem memória: não há possibilidade de se buscar quem era o proprietário do tesouro. 
- Beneficiado pelo achado tesouro:
- Regra geral: 100% do proprietário do imóvel (encontrado pelo próprio dono do imóvel). 
- Se achado por terceiros = 50% do proprietário do imóvel X 50% do terceiro.
* Terceiro que encontra o tesouro de forma não ocasional (não pode estar procurando o tesouro), sem estar a mando do proprietário. 
- 0% proprietário: quando houver enfiteuse (o enfiteuta substitui o proprietário=senhorio). 
* Enfiteuta pode usar, gozar, dispor e transferir por herança o imóvel; por isso, este substitui o senhorio nos direitos do proprietário. 
5) Tradição -> Art. 1.264 a 1.266, CC:
- Real: Transferência efetiva da coisa. 
- Ficta: Entrega de algo simbólico, que representa a coisa principal (ex.: chave do carro). 
- Consensual:
* Constituto possessório -> vendedor continua de posse da coisa vendida (transferência da propriedade, sem transferência da posse).
Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
Parágrafo único - Subentende-se a tradição quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessório; quando cede ao adquirente o direito à restituição da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico.
Art. 1.268. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono.
§ 1º Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
§ 2º Não transfere a propriedade a tradição, quando tiver por título um negócio jurídico nulo.
6) Especificação (modo derivado de aquisição) -> Art. 1.269 a 1.271, CC:
- Conceito: objeto trabalhado pelo especificador e transformado em outra espécie, não podendo retornar ao status quo ante.
Material próprio: não há discussão ->propriedade do especificador. 
Parte do material é do especificador, parte é de propriedade de terceiro:
Propriedade do especificador com indenização do material (parte da matéria-prima é de terceiro) + perdas e danos (independentemente de estar de boa-fé).
Material totalmente alheio (de terceiro), mas especificador age de boa-fé, desconhecendo o vício (especifica em material alheio pensando que o material é próprio):
Propriedade do especificador com indenização do valor do material + perdas e danos.
Material totalmente alheio (de terceiros), agindo o especificador de má-fé:
Regra geral -> Material especificado é de propriedade do dono do material (o especificador perde o material especificado em favor do dono da matéria-prima), cabendo indenização por perdas e danos.
O dono da matéria-prima pode, por opção, não querer ficar com o material especificado, solicitando indenização pelo valor da matéria-prima + perdas e danos. 
***Obs.: Material especificado que supere “em muito” (no mínimo, o dobro) o valor da matéria prima: o especificador poderá ficar com o objeto especificado (mesmo agindo de má-fé), indenizando o dono da matéria-prima pelo seu valor + perdas e danos. 
Obs.: Em todos os casos, quando houver possibilidade de retorno ao status quo ante, devolve-se a matéria-prima ao seu legítimo proprietário. 
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova, desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.
Art. 1.270. Se toda a matéria for alheia, e não se puder reduzir à forma precedente, será do especificador de boa-fé a espécie nova.
§ 1º Sendo praticável a redução, ou quando impraticável, se a espécie nova se obteve de má fé, pertencerá ao dono da matéria-prima.
§ 2º Em qualquer caso, inclusive o da pintura em relação à tela, da escultura, escritura e outro qualquer trabalho gráfico em relação à matéria-prima, a espécie nova será do especificador, se o seu valor exceder consideravelmente o da matéria-prima.
Art. 1.271. Aos prejudicados, nas hipóteses dos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que sofrerem, menos ao especificador de má-fé, no caso do § 1º do artigo antecedente, quando irredutível a especificação.
7) CONFUSÃO, COMISTÃO, ADJUNÇÃO -> Art. 1.272 a 1.276:
* Aplica-se na impossibilidade ou inviabilidade de se retornar o objeto ao status quo ante. 
- Confusão = mistura de líquidos.
- Comistão = mistura de sólidos. 
- Adjunção = justaposição de uma coisa sobre a outra. 
***A mistura não gera espécie nova (se gerar, trata-se de especificação).
Art. 1.272. As coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração.
§ 1º Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, subsiste indiviso o todo, cabendo a cada um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado.
§ 2º Se uma das coisas puder considerar-se principal, o dono sê-lo-á do todo, indenizando os outros.
Art. 1.273. Se a confusão, comistão ou adjunção se operou de má-fé, à outra parte caberá escolher entre adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização que lhe for devida, ou renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado.
Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.269 e 1.271.
- Possibilidade de separá-las: 
- Se houver possibilidade, devolve-se ao proprietário a sua parte, retornando ao status quo ante. 
- Regra geral: a coisa em confusão, comistão ou adjunção pertence ao dono da coisa principal, tendo este que indenizar os demais de acordo com seu quinhão (parte que era devida ao dono de cada parte). 
- Se a confusão, comistão ou adjunção ocorreu por má-fé de algum dos proprietários, o de boa-fé tem o direito de ficar com a coisa, ser indenizado por perdas e danos e pagar a outra parte a diferença entre o valor do objeto da outra parte deduzido da indenização devida, ou optar pela indenização. 
DIREITO DE VIZINHANÇA
LIMITADOR DO DIREITO DE PROPRIEDADE:
- Mitigação do direito de usar e gozar de propriedade.
- Ex.: barulho, passagem de águas, passagem de cabos etc. 
* Não confundir com direitos reais, tais como servidões ou direitos de superfície (erga omnes). O direito de vizinhança é pessoal (inter partes). 
CONCEITO DE VIZINHO:
- Vizinho não é apenas o confrontante. Considera-se vizinho (com legitimidade processual) todo imóvel que pode ser afetado pelo ato praticado na propriedade em questão. 
TIPO DE RESPONSABILIDADE:
- Responsabilidade objetiva -> regra geral, a responsabilidade civil independe de comprovação de culpa. Basta a comprovação da existência do fato e o dano causado. 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O DIREITO DE VIZINHANÇA COMPREENDE:
a) USO ANORMAL DA PROPRIEDADE:
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Parágrafo único - Proíbem-se as interferências considerando-se a natureza da utilização, a localização do prédio, atendidas as normas que distribuem as edificações em zonas, e os limites ordinários de tolerância dos moradores da vizinhança.
Art. 1.278. O direito a que se refere o artigo antecedente não prevalece quando as interferências forem justificadas por interesse público, caso em que o proprietário ou o possuidor, causador delas, pagará ao vizinho indenização cabal.
Art. 1.279. Ainda que por decisão judicial devam ser toleradas as interferências, poderá o vizinho exigir a sua redução, ou eliminação, quando estas se tornarem possíveis.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.
- REQUISITOS ANALISADORES:
1) PRÉ-OCUPAÇÃO: quem está no local primeiro. Ex.: analisar se a casa foi construída em setor industrial, ou se a indústria foi construída em bairro residencial (quem se instalou previamente, encontra-se em local certo). Por critérios de boa convivência, deve-se minimizar o prejuízo ao vizinho, mesmo que a ocupação do perturbador seja prévia. 
2) UTILIZAÇÃO: natureza de utilização (função social ligada a interesse público – ex.: escola). 
3) LOCALIZAÇÃO: adequação de acordo com o setor ocupado (central, com vizinhança residencial etc.)
4) NORMAS EDIFICAÇÃO: segurança, poluição etc. 
5) TOLERÂNCIA: subjetividade. Critério do homem médio, para saber qual é o critério de normalidade. 
- PEDIDO ALTERNATIVO: a obrigação pode ser cumprida por mais de um meio. Ex.: pedido principal = cessar a perturbação; pedido alternativo = indenização, redução da perturbação a níveis mínimos. 
b) ÁRVORES LIMÍTROFES:
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, presume-se pertencer em comum aos donos dos prédios confinantes.
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos de árvore do terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram, se este for de propriedade particular.
REGRAS GERAIS: 
- Frutos pertencem em comum aos donos dos prédios confinantes, se o tronco estiver na linha divisória das propriedades.
- Frutos que caírem no terreno do vizinho, a este pertencem (mesmo que plantada exclusivamenteno terreno de outro, o fruto pertence ao dono do terreno onde caiu).
- Poda: quem se sentir incomodado pode podar a parte que invada seu terreno (direito potestativo do dono do terreno, não cabendo resistência do dono da árvore). 
- Se não podar os galhos que invadirem o terreno, o proprietário deste é obrigado a deixar o proprietário da árvore (em terreno vizinho) a colher os frutos (direito potestativo do dono da árvore). 
PASSAGEM FORÇADA – ART. 1.285:
- Condição para passagem forçada -> deve ser indenizada (sobre o valor do chão + perdas e danos).
- É direito potestativo para quem precisa ter acesso a recursos naturais, subsistência, direito de ir e vir e outros.
- Objetivo: subsistência, acesso a recursos naturais, direito de ir e vir, entre outros. 
- Encravamento: 
	- Absoluto -> a pessoa não tem como passar de forma alguma.
- Relativo -> a pessoa tem condições de passar, mas é muito oneroso ou perigoso. 
- Provocado -> Quem provoca o encravamento é quem deve pagar a indenização + perdas e danos. 
- Direito inter-partes -> não há perseguição da coisa.
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo rumo será judicialmente fixado, se necessário.
§ 1º Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.
§ 2º Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
§ 3º Aplica-se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando, antes da alienação, existia passagem através de imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.
PASSAGEM DE CABOS E TUBULAÇÕES:
- Art. 1286 e 1287:
Art. 1.286. Mediante recebimento de indenização que atenda, também, à desvalorização da área remanescente, o proprietário é obrigado a tolerar a passagem, através de seu imóvel, de cabos, tubulações e outros condutos subterrâneos de serviços de utilidade pública, em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo for impossível ou excessivamente onerosa.
Parágrafo único - O proprietário prejudicado pode exigir que a instalação seja feita de modo menos gravoso ao prédio onerado, bem como, depois, seja removida, à sua custa, para outro local do imóvel.
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de obras de segurança.
- Conceito -> é o direito de se passar cabos e/ou tubulações de utilidade pública e indispensável. 
- Direito potestativo (não cabe resistência do dono do imóvel).
- Indenização -> status quo ante + desvalorização do imóvel.
- Formas menos gravosas -> opção pela forma que gerar menos custo. 
- Futura remoção -> os custos se dão por conta de quem solicitar a remoção, caso tenha designado o local da passagem e queira alterá-lo posteriormente. 
- Obras de segurança -> Informativos de responsabilidade de quem realizar a obra. 
TIPOS DE ÁGUA:
- Natural: Não passam por manipulação alguma do homem. 
* Água que cai do telhado não é natural. Por isso, há a possibilidade de se constranger o vizinho a fazer a captação de água que cai do telhado dele e causa infiltração no imóvel ao lado. 
* O vizinho é obrigado a receber águas naturais -> direito potestativo. 
- Artificial: São águas manipuladas pelo homem. Ex.: irrigação.
* Águas artificiais que prejudiquem terreno vizinho geram direito a indenização. 
* Captar águas de chuva ou de rede de esgoto configura infração ambiental.
- Agravação: Mistura de água natural com artificial. 
* O terreno baixo não é obrigado a recebê-las. 
- Retenção -> Órgão de regulação = IGAM. 
* Necessário outorga do IGAM para fazer retenção de águas, uma vez que a retenção pode causar impactos ambientais. 
Poluição -> Art. 1.291
- Incompatível com leis ambientais que proíbem poluição de qualquer tipo de água (e não somente a poluição de águas indispensáveis).
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.
DAS ÁGUAS
Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior.
Art. 1.289. Quando as águas, artificialmente levadas ao prédio superior, ou aí colhidas, correrem dele para o inferior, poderá o dono deste reclamar que se desviem, ou se lhe indenize o prejuízo que sofrer.
Parágrafo único - Da indenização será deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.290. O proprietário de nascente, ou do solo onde caem águas pluviais, satisfeitas as necessidades de seu consumo, não pode impedir, ou desviar o curso natural das águas remanescentes pelos prédios inferiores.
Art. 1.291. O possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.
Art. 1.292. O proprietário tem direito de construir barragens, açudes, ou outras obras para represamento de água em seu prédio; se as águas represadas invadirem prédio alheio, será o seu proprietário indenizado pelo dano sofrido, deduzido o valor do benefício obtido.
Art. 1.293. É permitido a quem quer que seja, mediante prévia indenização aos proprietários prejudicados, construir canais, através de prédios alheios, para receber as águas a que tenha direito, indispensáveis às primeiras necessidades da vida, e, desde que não cause prejuízo considerável à agricultura e à indústria, bem como para o escoamento de águas supérfluas ou acumuladas, ou a drenagem de terrenos.
§ 1º Ao proprietário prejudicado, em tal caso, também assiste direito a ressarcimento pelos danos que de futuro lhe advenham da infiltração ou irrupção das águas, bem como da deterioração das obras destinadas a canalizá-las.
§ 2º O proprietário prejudicado poderá exigir que seja subterrânea a canalização que atravessa áreas edificadas, pátios, hortas, jardins ou quintais.
§ 3º O aqueduto será construído de maneira que cause o menor prejuízo aos proprietários dos imóveis vizinhos, e a expensas do seu dono, a quem incumbem também as despesas de conservação.
Art. 1.294. Aplica-se ao direito de aqueduto o disposto nos arts. 1.286 e 1.287.
Art. 1.295. O aqueduto não impedirá que os proprietários cerquem os imóveis e construam sobre ele, sem prejuízo para a sua segurança e conservação; os proprietários dos imóveis poderão usar das águas do aqueduto para as primeiras necessidades da vida.
Art. 1.296. Havendo no aqueduto águas supérfluas, outros poderão canalizá-las, para os fins previstos no art. 1.293, mediante pagamento de indenização aos proprietários prejudicados e ao dono do aqueduto, de importância equivalente às despesas que então seriam necessárias para a condução das águas até o ponto de derivação.
Parágrafo único - Têm preferência os proprietários dos imóveis atravessados pelo aqueduto.
LIMITE ENTRE PRÉDIOS E DIREITO DE TAPAGEM:
- Conceito: Direito de definir os limites da propriedade particular, assim como de cercar, valar ou tapar esta. 
- Direito potestativo:
	- Direito de demarcação, definindo os limites propriedade. 
	- Direito de construir muro divisório.
- Custo das obras/demarcação:
- Direito de reivindicar o pagamento de 50% dos custos de construção ou de demarcação contra o confinante (na medida de sua testada). 
 - Obs.: Tapumes especiais:
- A obrigaçãodo confrontante é de pagar 50% do valor de um muro “padrão”. Se o muro for dotado de características especiais, o custo extra não pode ser alegado. 
DOS LIMITES ENTRE PRÉDIOS E DO DIREITO DE TAPAGEM
Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
§ 1º Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação.
§ 2º As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários.
§ 3º A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro.

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