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Exercício Maquiavel

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EXERCÍCIO DE CIÊNCIA POLITICA – MAQUIAVEL
A partir da leitura dos capítulos sugeridos em sala de aula do livro “O Príncipe” de Maquiavel e dos comentários da obra realizados por Maria Tereza Sadek no livro “Os Clássicos da Política”, argumente cada item abaixo exemplificando a partir de trechos dos capítulos do livro. (Todos os capítulos devem ser referenciados)
O contexto histórico de produção das obras os objetivos do autor no “Príncipe”.
A visão dura e implacável de Maquiavel sobre o fenômeno do poder ainda provoca grandes debates, séculos depois do exílio que lhe permitiu escrever “O Príncipe”. Conforme o capítulo 2, da obra “Os Clássicos da Política”, o contexto histórico de produção da obra “O Príncipe” foi proveniente da desordem imutável da natureza humana. Neste período a Europa como palco de grandes transformações culturais, políticas, econômicas e religiosas. 
Exemplo disso é quando Maquiavel acresce um importante fator social de instabilidade a presença inevitável, em todas as sociedades, de duas forças opostas. Uma das forças quer dominar, enquanto a outra não quer ser dominada. O problema político era então encontrar mecanismos que imponham a estabilidade das relações, que sustentem uma determinada correlação de forças. Maquiavel sugere duas respostas à anarquia decorrente da natureza humana e do confronto entre os grupos sociais: o Principado e a República. 
No que diz respeito à política, este foi o período da centralização do poder político e da formação dos primeiros Estados. O príncipe não é visto como um ditador, é mais propriamente visto como um fundador do Estado, um agente da transição numa fase em que a nação se acha ameaçada de decomposição. Face de sua época, Maquiavel não tinha dúvidas: era necessário sua unificação e regeneração. Tais tarefas tornavam imprescindível o surgimento de um homem virtuoso capaz de fundar um Estado. Era preciso, enfim, um príncipe.
Maquiavel fez de “O Príncipe” um manual de ação política, foi dedicado ao Lourenço de Médici, cujo objetivo maior era a concretização de um poder absoluto, inabalável. Maquiavel não é idealista. É realista. Nesta obra, o Estado é o centro das preocupações. Segundo Maquiavel o Estado deve ser estável, forte e capaz de impor a ordem. O objeto de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos de prática humana concreta. Seu maior interesse é o fenômeno do poder formalizado na instituição do Estado, procurando compreender como as organizações políticas se fundam, se desenvolvem, persistem e decaem.
A concepção da natureza humana.
No capítulo 2, da obra “Os Clássicos da Política”, Maquiavel estuda a história e reavalia sua experiência como funcionário do Estado. Guiado pela busca da "verdade efetiva", o pensador florentino descreve os traços humanos imutáveis que ele acredita observar no estudo da história dos homens e afirma: os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes, ante os perigos, ávidos lucros”. Estes atributos negativos compõem a natureza humana e mostram que o conflito e a anarquia são desdobramentos necessários dessas paixões e instintos malévolos. 
Em toda sua obra Maquiavel apresenta uma visão pessimista acerca da natureza humana. Para ele o homem é mau, carregado de ambições e de desejos que busca a todo curso satisfaze-lo. É uma ideia carregada de um conteúdo maniqueísta de ser humano que exclui o homem de seu contexto específico e histórico. A principal crítica que é feita é de que a natureza humana não existe, pois, o homem é histórico. O que coloca a visão de Maquiavel numa perspectiva fatalista e pouco dinâmica dos seres humanos. Dando ao seu pensamento, que foi um importante marco para o renascimento, um caráter limitado ante as concepções contemporâneas. 
Ademais, pode-se dizer que a obra “O Príncipe” caracteriza-se pela busca da “verdade efetiva”, traz consigo uma discussão sobre a sociedade e o "jogo de forças humanas e o conflito de paixões”, que atualiza a reflexão maquiavélica, deparada séculos após na obra de Rousseau. Pode-se exemplificar naquelas amizades que se adquirem por dinheiro, e não pela grandeza e nobreza de alma; os homens têm menos escrúpulos em ofender alguém que se faça amar.
A concepção de História.
A concepção de história tem uma ligação muito próxima da concepção de natureza humana. Conforme exposto no capítulo 2, da obra “Os Clássicos da Política”, sustenta o pensador florentino que a história pode ser transformada em uma importante fonte de ensinamentos. Por isso, o estudo do passado não é um exercício de mera erudição, nem a história um suceder de eventos em conformidade com os desígnios divinos até que chegue o dia do juízo final, mas sim um desfile de fatos dos quais se deve extrair as causas e os meios utilizados para enfrentar o caos resultante da expressão da natureza humana. 
	Para Maquiavel, a vida política não se fundamenta como algo estático, sendo o governo dos Estados suscetível a constantes mudanças que o levam da ordem à corrupção em um processo repetitivo, logo cíclico, em que o conhecimento do passado nos leva ao aprendizado sobre o presente e o futuro. Nesse ponto o pensador florentino segue as lições do historiador grego Políbio que passa a relatar que a história passa por inevitável ciclo. Portando a história é cíclica, repete-se indefinidamente. Assim, a ordem sucede à desordem e esta, por sua vez, clama por uma nova ordem. Como exemplo, é impossível extinguir as paixões e os instintos humanos, e o ciclo se repete. O que pode variar são os tempos de duração das formas de convívio entre os homens. 
Já o poder político tem uma origem mundana. O poder aparece como a única possibilidade de enfrentar o conflito e não há garantias de sua permanência. A perversidade das paixões humanas sempre volta a se manifestar, mesmo que tenha permanecido oculta por algum tempo. Deste modo, a obra histórica de Maquiavel representa uma continuidade com relação à sua obra política.
A relação de Política e Moral
A política tem uma ética e uma lógica próprias. Ainda no capítulo 2, da obra “Os Clássicos da Política”, Maquiavel descortina um horizonte para se pensar e fazer política que não se enquadra no tradicional moralismo piedoso. Afirmar a política maquiavélica como algo que exclui a moral seria válido apenas a partir de uma perspectiva cristã e de fato, se pensarmos sob o ponto de vista cristão, seria acertado dizer que o caráter político é destituído de moral. O mito, uma constante em sua obra, é falado para ser desmistificado. Maquiavel não o aceita como quer a tradição. Recupera no mito as questões que aí jaziam adormecidas e pacificadas, e ao fazer isto, subverte as concepções acomodadas, de há muito estabelecidas, instaurando a modernidade no pensar a política. 
O pensamento político moderno e crítico constitui da vida política e o homem público, que segundo Maquiavel, não deveriam buscar externamente a própria moralidade, seja em imperativos, seja em livros sagrados ou em tábuas de mandamentos. A política é auto normativa e a relação entre a moral e a política só se sustenta a partir do que é efetivo, e não a partir do que é afetivo. A esfera política é assim relativista, o que para nós individualmente é definido como vício ou virtude, na política assume roupagem de vício benéfico e virtude perniciosa.
A relação de Violência e Lei
Maquiavel em sua obra “O Príncipe”, relata como os conflitos sociais trabalham organizando a sociedade e como devemos usá-los para um melhor direcionamento social. Para isso Maquiavel faz uma retomada de ideias da antiguidade ou melhor especificamente o contexto de Roma antiga, nela ele analisa a violência de Romulo que matou seu irmão para construir o império romano. Na mesma obra, especificamente no capítulo XVIII, Maquiavel diz que é louvável a um príncipe conservar a fé e viver com integridade, mas se observa pela experiência que naquela época houve aqueles que perturbaram a cabeça dos homens superado os leais. 
A partir desse pressuposto ele explica que há dois modos de combater:um pelas leis, outros, pela força. A força explica o fundamento do poder. As leis são naturais do homem, e a força relativo aos animais. Todavia como em muitas ocasiões o a lei não é suficiente, imprescindível se faz recorrer ao segundo. “O Príncipe”, contudo, deve saber empregar adequadamente o animal e o homem. Uma sem a outra é causa da instabilidade. Para ele a violência é fundadora do estado, para uma formação adequada sem o indesejável elemento da corrupção, se faz necessário o retorno às origens, uma retomada do passado usando a violência como um norteador, o uso da boa violência faz que ocorra a participação política, que justifica as afirmações de Maquiavel que revela que as boas leis nascem dos conflitos sociais. A violência surge de anseios dos dois grandes grupos sociais os grandes e o povo, disso parte um enfrentamento de dois desejos fundamentais para compreender a ideia principal do desejo de dominar que parte dos grandes e o desejo de não ser dominado.
A relação de Virtú e Fortuna
Na obra “Os Clássicos da Política” ainda no capítulo 2, Maquiavel faz distinção entre Virtude, que é a capacidade de agir no plano político de acordo com as circunstâncias, com o fim último de manter o poder, e a Fortuna, que é aquilo que não pode ser modificado, uma força inabalável fechada a qualquer influência. A virtude não se baseia na virtude cristã, enquanto na questão da fortuna, o destino depende da vontade divina, da sorte e do acaso. Maquiavel contesta a crença na predestinação. Para ele, a atividade política era uma prática do homem, livre de freios extraterrenos. O homem é um sujeito da história, por isso, a importância do livre arbítrio e da capacidade da virtude fazer frente à fortuna. Maquiavel reinterpreta a política como o resultado das ações concretas dos homens em sociedade e não como algo dado, de uma ordem natural e eterna.
A crença na predestinação dominava há longo tempo. Este era um dogma que Maquiavel teria que enfrentar, por mais fortes que fossem os rancores que atraísse contra si. Afinal, a atividade política, tal como arquitetara, era uma prática do homem livre de freios extraterrenos, do homem sujeito da história. Esta prática exigia virtù, o domínio sobre a fortuna. Assim, o homem que possuísse virtù no mais alto grau seria beneficiado com os presentes da cornucópia da Fortuna. Virtú era denominado como capacidade, esperteza, competência, oportunismo e o saber fazer maldade.
Maquiavel ainda sublinha que o poder se funda na força mas é necessário virtù para se manter no poder. Consequentemente, sem virtù, sem boas leis, geradoras de boas instituições, e sem boas armas, um poder rival poderá impor-se. Homem de virtù deve atrair os favores da alta riqueza, conseguindo, assim, a fama, a honra e a glória para si e a segurança para seus governados. É desta perspectiva que ganha um novo sentido a discussão sobre as qualidades do príncipe. Assim, a qualidade exigida do príncipe que deseja se manter no poder é sobretudo a sabedoria de agir conforme as circunstâncias.
REFERÊNCIAS
MACHIAVELLI, Niccolò. O Príncipe (1469 – 1527). Edição Eletrônica: Ridendo Castigat Moraes, 2005. Disponível em: <www. jahr.org>. Acesso em: 06 out. 2015
WEFFORT, Francisco C. Os Clássicos da Política. 1.ed.; v.l; edição eletrônica. - São
Paulo : Ática, 2011. Disponível em: <www. lelivros.site>. Acesso em: 06 out. 2015

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