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Parasitologia Veterinária - UFSM [S/ MARCA D'AGUA]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – RS 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Livro didático – 2ª edição - 2007 
 
essora de Parasitologia Veterinária 
 
Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Ciências da Saúde 
Departamento de Microbiologia e Parasitologia 
Este livro didático tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinária no 
estudo dos parasitas dos animais domésticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICE: 
• Conteúdo Programático 13 
• Conceitos em Parasitologia 17 
• Tipos de Parasitos 17 
• Tipos de Hospedeiros 18 
18 • Tipos de Ciclo dos Parasitos 
• Especificidade dos Parasitos 18 
• Ação do Parasito sobre o Hospedeiro 18 
 
• Períodos de Parasitismo 19 
• Classificação dos Seres Vivos 19 
• Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica 20 
22 • Filo Arthropoda 
• Classe Arachnida 23 
• Ordem Acari (Acarina) 24 
• Subordem Mesostigmata 24 
• Família Dermanyssidae 24 
o Gênero Dermanyssus 24 
 • Família Macronyssidae 
25 
o Gênero Ornithonyssus 
26 
• Família Laelapidae 
26 
o Gênero Laelaps 
26 
• Família Macrochelidae 27 
 
o Gênero Macrocheles 27 
28 • Família Varroidae 
o Gênero Varroa 28 
• Família Raillietidae 29 
o Gênero Raillietia 29 
• Subordem Metastigmata (Carrapatos) 30 
 
 
• Família Ixodidae (carrapatos duros) 30 
o Gênero Rhipicephalus 33 
o Gênero Boophilus 35 
o Gênero Amblyomma 37 
 
o Gênero Anocentor 38 
38 • Família Argasidae (carrapatos moles) 
o Gênero Argas 39 
o Gênero Ornithodorus 40 
o Gênero Otobius 41 
• Pôster Carrapatos 42 
• Subordem Astigmata (sarnas) 43 
44 • Morfologia das Sarnas 
• Família Sarcoptidae 45 
o Gênero Sarcoptes 45 
o Gênero Notoedres 45 
• Família Cnemidocoptidae 46 
o Gênero Cnemidocoptes 46 
47 • Família Psoroptidae 
 
o Gênero Psoroptes 47 
o Gênero Otodectes 48 
o Gênero Chorioptes 48 
• Subordem Actinedida (Prostigmata) 54 
• Família Cheyletidae 54 
 
o Gênero Cheyletiella 54 
• Família Myobiidae 54 
o Gênero Myobia 54 
• Família Demodecidae 55 
o Gênero Demodex 55 
• Família Trombiculidae 57 
 
 
o Gênero Trombicula, Eutrombicula 57 
• Subordem Cryptostigmata 58 
• Família Oribatidae 58 
• Classe Insecta 59 
 
• Classificação dos insetos 64 
65 • Ordem Phthiraptera (Piolhos) 
• Subordem Amblycera (Antenas escondidas) 66 
o Gênero Menopon 67 
o Gênero Menacanthus 67 
o Gênero Heterodoxus 68 
• Subordem Ischnocera (Antenas livres) 68 
o Gênero Trichodectes 68 
o Gênero Bovicola 69 
o Gênero Felicola 69 
o Gênero Goniodes 69 
o Gênero Lipeurus 70 
• Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores) 70 
o Gênero Pediculus 70 
 
o Gênero Pthirus 72 
o Gênero Haematopinus 73 
o Gênero Linognathus 74 
• Pôster Piolhos 76 
• Ordem Hemiptera 77 
 
o Família Reduviidae (Barbeiros) 77 
• Gênero 78 Panstrongylus 
• Gênero 78 Triatoma 
• Gênero 79 Rhodnius 
o Família Cimicidae (Percevejos) 79 
• Gênero 79 Cimex 
 
 
o Gênero Ornithocoris 80 
• Ordem Siphonaptera (Pulgas) 82 
o Gênero Tunga 83 
o Gênero Ctenocephalides 84 
 
o Gênero Pulex 85 
o Gênero Xenopsylla 85 
• Pôster Pulgas 87 
• Ordem Diptera 88 
• Classificação dos Diptera 89 
91 • Subordem Nematocera - Classificação 
• Subordem Nematocera (Mosquitos) 92 
o Gênero Anopheles 92 
o Gênero Aedes 93 
o Gênero Culex 94 
o Gênero Culicoides 96 
o Gênero Lutzomyia 98 
• Gênero 100 Simulium 
• Subordem Brachycera Tabanomorpha (Mutucas) 102 
 
o Gênero Chrysops 104 
o Gênero Tabanus 105 
• Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas) 107 
o Gênero Musca 108 
o Gênero Fannia 109 
 
o Gênero Stomoxys 109 
o Gênero Haematobia 110 
o Gênero Cochliomyia 
111 
o Gênero Chrysomyia 
113 
o Gênero Phaenicia 
114 
o Gênero Sarcophaga 
114 
 
 
• Gênero Oestrus 115 
• Gênero Dermatobia 
116 
o Gênero Gasterophilus 
118 
• Seção Pupipara 
119 
 • Família Hippoboscidae 
119 
o Gênero Hippobosca 
119 
o Gênero Pseudolinchia 
119 
o Gênero Lipoptena 
120 
o Gênero Melophagus 
120 
 
• Filo Protozoa – Chave de Classificação 121 
• Filo Protozoa (Unicelulares) 122 
• Subfilo Sarcomastigophora 123 
• Classe Mastigophora – Locomoção por Flagelos 124 
o Gênero Tritrichomonas 
125 
o Gênero Giardia 
126 
o Gênero Histomonas 
127 
o Gênero Trypanosoma 
128 
o Gênero Leishmania 
131 
 
• Subfilo Apicomplexa 134 
134 • Classe Sporoazida ou Coccidia 
o Gênero Eimeria 
136 
o Gênero Isospora 
137 
o Gênero Cryptosporidium 
138 
 
o Gênero Toxoplasma 
139 
o Gênero Cystoisospora 
137 
o Gênero Neospora 
140 
o Gênero Hepatozoon 
142 
• Classe Piroplasmasida 144 
o Gênero Babesia 144 
 
 
• Ordem Rickettsias 147 
o Gênero Ehrlichia 147 
o Gênero Anaplasma 149 
151 • Helmintologia (Metazoários) 
 
• Filo Plathelmintos (Vermes Achatados) 151 
• Classe Trematoda (Vermes em forma de folha) 152 
o Gênero Fasciola 153 
o Gênero Eurytrema 154 
o Gênero Paramphistomum 156 
o Gênero Schistosoma 156 
• Classe Cestoda (Vermes segmentados) 159 
o Gênero Taenia 161 
o Gênero Echinococcus 163 
o Gênero Davainea 165 
o Gênero Raillietina 165 
o Gênero Dipylidium 166 
o Gênero Amoebotaenia 167 
o Gênero Anoplocephala 168 
 
o Gênero Paranoplocephala 168 
o Gênero Moniezia 170 
o Gênero Thysanosoma 171 
• Filo Nemathelminto (Vermes redondos) – Chave de 173 
Classificação 
 • Classe Nematoda 174 
• Ordem Rhabditida 176 
o Gênero Strongyloides 176 
• Ordem Oxyurida 
178 
o Gênero Oxyuris 
178 
• Ordem Ascaridida 179 
o Gênero Heterakis 179 
 
 
o Gênero Ascaridia 180 
o Gênero Ascaris 180 
o Gênero Parascaris 181 
o Gênero Neoascaris 182 
 
o Gênero Toxocara 182 
o Gênero Toxascaris 183 
• Ordem Strongylida 184 
o Gênero Strongylus 185 
o Gênero Triodontophorus 188 
 
o Gênero Syngamus 189 
o Gênero Stephanurus 190 
o Gênero Oesophagostomum 192 
o Gênero Ancylostoma 194 
o Gênero Bunostomum 196 
o Gênero Trichostrongylus 198 
o Gênero Haemonchus 199 
o Gênero Cooperia 201 
o Gênero Ostertagia 202 
 
o Gênero Hyostrongylus 203 
o Gênero Dictyocaulus 205 
o Gênero Nematodirus 206 
207 • Ordem Spirurida 
o Gênero Habronema 207 
 
o Gênero Draschia 208 
o Gênero Dipetalonema 209 
o Gênero Dirofilaria 210 
• Ordem Enoplida 211 
o Gênero Trichuris 211 
o Gênero Capillaria 213 
 
 
o Gênero Dioctophyma 213 
• TÉCNICAS 215 
• Coleta e montagem de endoparasitas 215 
• Pesquisa de ectoparasitas 217 
 
• Pesquisa e coletade ácaros produtores de sarna 220 
221 • Técnicas helmintológicas 
• Técnica de Willis 222 
• Técnica de Hoffman 222 
• Técnica de Baermann 223 
• Técnica de Sedimentação pelo acetato de etila 224 
• Técnica de centrífugo-flutuação 225 
225 • Técnica de Mac Master 
• Exame direto de fezes 227 
• Coprocultura 227 
• Esfregaço direto de fezes 228 
• Método da gota espessa 228 
• Fórmulas 230 
232 • Exame de fezes de cão e gato 
• Exame de fezes de ruminantes 238 
• Exame de fezes de suínos 246 
• Exame de fezes de equinos 251 
• Exame de fezes de aves 257 
• Diagnóstico dos principias protozoários 261 
• Principais artefatos encontrados em exame de fezes 271 
 
13 
 
______________________________________________________________________________________________ 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Os ectoparasitos devem ser entregues em 
C, identificados com nome do o álcool 70Disciplina: Parasitologia Veterinária espécime, data e local da coleta. A etiqueta 
Curso : Medicina Veterinária deve ser escrita em papel de seda à lápis e 
Departamento: Microbiologia e Parasitologia imersa dentro do vidro onde está o parasito. 
Horas/aula : 90 
Validade: a partir de 2002 Os endoparasitos devem ser fixados em Railliet- 
Henry (ácido acético+formol+água), 
EMENTA : Estudo morfológico, ecológico, identificados com nome do espécime, data e 
biológico e sistemático dos principais parasitas local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em 
 dos animais domésticos. Estudo do controle e papel de seda a lápis e imersa dentro do vidro 
diagnóstico. onde está o parasito. 
OBJETIVOS : PROGRAMA DA DISCIPLINA: 
Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina 
Veterinária: UNIDADE I 
Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura, 
sinonímias, morfologia, fisiologia, localização e INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA 
hospedeiros dos parasitos dos animais - Conceito 
domésticos. - Definição de Parasito 
Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a - Tipos de parasito 
epidemiologia e a importância econômica dos - Tipos de Hospedeiro 
parasitos dos animais domésticos. - Tipos de ciclos do parasito 
 Aplicação das técnicas de diagnóstico - Especificidade dos Parasitos 
parasitológico para identificação dos parasitas - Ação do parasito sobre o hospedeiro 
dos animais domésticos. - Períodos de Parasitismo 
MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS: REGRAS INTERNACIONAIS DE 
Jaleco, Agulha histológica, pinça. NOMENCLATURA 
-Classificação dos seres vivos 
 AVALIAÇÕES: -Classificação das Espécies, Gêneros, Famílias, 
Os alunos serão avaliados através de duas -Ordem e Classes. 
provas (práticas, escritas e/ou orais) e 
apresentação de coleção de parasitas. UNIDADE II 
FILO ARTHROPODA 
COLEÇÃO: 1.1-CLASSE ARACHNIDA 
A coleção é composta por seis alunos. 1.1.1-Ordem Acarina 
Subordem Mesostigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
14 
 
______________________________________________________________________________________________ 
-Família Dermanyssidae - Família Pediculidae 
-Família Macronyssidae 
-Família Laelapidae 1.2.2. – Ordem Hemiptera 
-Família Macrochelidae a- Sub-Ordem Gymnocerata 
-Família Varroidae - Família Reduviidae 
-Família Raillietidae - Família Cimicidae 
Sub-Ordem Metastigmata 1.2.3. – Ordem Siphonaptera 
- Família Ixodidae a- Sub-Ordem Fracticipta 
- Família Argasidae - Família Hystrichopsyllidae 
 
Sub-Ordem Astigmata b- Sub-Ordem Integricipta 
- Família Sarcoptidae - Família Hectopsyllidae 
- Família knemidocoptidae - Família Pulicidae 
- Família Psoroptidae 
1.2.4. –Ordem Diptera 
Sub-Ordem Prostigmata a- Sub-Ordem Nematocera 
Famílias: - Família Culicidae 
- Demodecidae- Demodex - Família Ceratopogonidae 
- Myobiidae- Myobia - Família Simulidae 
-Cheyletidae - Cheyletiella - Família Psychodidae 
-Trombiculidae- Trombicula 
b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha 
Sub-Ordem Cryptostigmata 
 - Família Tabanidae 
- Família Oribatidae 
c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha 
1.2.- CLASSE INSECTA 
- Família Muscidae 
1.2.1. – Ordem Phthiraptera 
- Família Calliphoridae 
a- Sub-Ordem Amblycera 
- Família Sarcophagidae 
- Família Menoponidae 
- Família Oestridae 
- Família Boopidae 
 - Família Cuterebridae 
- Família Gasterophilidae 
b- Sub-Ordem Ischnocera 
- Família Hippoboscidae 
- Família Trichodectidae 
- Família Philopteridae 
UNIDADE III 
Protozoários 
c- Sub-Ordem Anoplura 
- Conceito. Morfologia Geral 
- Família Haematopinidae 
- Endamoebidae, Trichomonadidae 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
15 
 
______________________________________________________________________________________________ 
- Hexamitidae, Mastigoamoebidae - Trichuriidae 
- Trypanosomatidae 
- Eimeridae AULAS PRÁTICAS 
- Sarcocystidae 
- Plasmodidae, Haemoproteidae, - Coleta e conservação de Artrópodes 
- Hepatozoidae - Mallophaga e Anoplura 
- Babesiidae, Theileridae - Diptera 
- Anaplasmataceae e Rickettsiaceae - Culicidae,Ceratopogonidae, Psychodidae e 
Simulidae 
UNIDADE IV - Brachycera e Muscidae 
 Trematoda - Calliphoridae, Sarcophagidae, Oestridae, 
- Conceito. Morfologia Geral Cuterebridae, Gasterophilidae 
- Fasciolidae, Dicrocoelidae - Acari, Gamasida e Oribatida 
- Paramphistomatidae - Ixodida e Acaridida 
- Schistosomatidae - Coleta e conservação de Helmintos 
- Técnicas de exames de fezes - Técnicas de exame de fezes 
- Morfologia de ovos e oocistos 
UNIDADE V - Diagnóstico de Hemoparasitos 
Cestoda - Identificação de larvas de Trichostrongylidae 
- Conceito. Morfologia Geral - Morfologia de Nematódeos 
- Taeniidae. - Morfologia de Cestódeos 
- Davaineidae, Hymenolepidae - Morfologia de Trematódeos 
- Dilepididae, Anoplocephalidae. - Morfologia de Protozoários 
 
UNIDADE VI BIBLIOGRAFIA 
Nematoda BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades 
- Conceito. Morfologia Geral Parasitarias de los animales domésticos em la 
- Rhabditidae, Strongyloididae américa latina. Editorial Germinal, Santiago do 
- Oxyuridae Chile. 1 edição. 247 p. a 
- Ascaridae, Subuluridae, Heterakidae 
 - Ancylostomatidae, Syngamidae, CARRERA, M. 1991. Insetos de Interesse 
a - Stephanuridae. Médico-Veterinário. Editora UFPR. 1 edição 
- Trichostrongylidae. 228 p. 
- Protostrongylidae, Dioctophymatidae. 
- Spiruridae, Ascaropidae. COSTA LIMA, A 1960. Insetos do Brasil – vols. 
- Physalopteridae. 1, 2 e 4. Ed. ENA/UFRRJ. 
- Acuriidae, Tetrameridae, Thelazidae. 
- Dipetalonematidae, Filariidae, 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
16 
 
______________________________________________________________________________________________ 
FLECHTMANN, C. H. W. 1975. Elementos de REY. L. 2002. Bases da Parasitologia Médica. 
Acarologia. Editora Nobel. 344p. Editora Guanabara-Koogan. Segunda edição. 
380 p. 
FORATINI, O. P. 1973. Entomologia Médica. 
a Volume 1-4 1 edição Universidade de São SLOSS, M. W. 1999. Parasitologia clínica 
0 Paulo, 535 p. veterinária. 6 edição. Editora Manole. 208 p. 
FORTES, E. 1987. Parasitologia Veterinária – SOULSBY, E. J. L. 1977. Helminths, Arthropods 
a Editora Sulina 453 p. & Protozoa of Domestic Animals. 6 ed. Lea & 
Febiger 824 p. 
 FREITAS, M. G. et al – 1982. Manual de 
a Acarologia Médica e Veterinária 6 edição URQUART,G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.; 
UFMG, 252 p. DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W. 1998. 
Parasitologia Veterinária. Segunda edição. 
GEORGI, J.R. Parasitologia veterinária. Editora Guanabara koogan. 273 p. 
Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. 
E-mail: 
HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. 
Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia 
Entomology in Human and Animal Health, 548 p 
parasito@w3.ufsm.br E-mail laboratório: 
HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnóstico de 
Parasitismo Veterinário. Editora Sulina. 156 p. 
NEVES, J. 1983. Diagnóstico e Tratamento das 
 Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de 
Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p. 
PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Médica – 
a 10 edição Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 
851 p. 
 PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse 
Médico Veterinário. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 
375 p. 
REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
17 
 
______________________________________________________________________________________________CAPÍTULO I 
Conceitos e Classificação 
____________________________________________________________________________________ 
 
utilizado para endoparasitos (pode ocorrer I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA 
infecção sem haver manifestação de doença). 
1) PARASITO: 
Origem grega significa ser que se alimenta de 5) INFESTAÇÃO: 
outro (hospedeiro). É o estado ou condição de ser infestado, 
Indivíduo que necessita outro ser para ter restrito à presença de parasitas externos.Termo 
 
abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a utilizado para ectoparasitos. 
espécie. A relação parasita - hospedeiro é muito 
importante, por exemplo: 
- Acantocéfalos e cestóides: têm uma II - TIPOS DE PARASITOS: 
dependência de 100 % do hospedeiro, pois 1) OBRIGATÓRIO: 
necessitam deles para sua nutrição. Aquele que precisa de um hospedeiro para 
- Nematóides: têm uma dependência menor, sobreviver. Ex: Toxoplasma . 
pois possuem tubo digestivo e obtêm seu O no 2 
próprio habitat. 2) FACULTATIVO: 
Aquele que pode ou não viver parasitando, ou 
2) ENDOPARASITOS: seja têm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae 
São aqueles que têm contato undo com (As moscas são atraídas pelo exsudato das 
tecidos e órgãos dos hospedeiros. Ex: helmintos lesões, botam ovos, eclodem as larvas que se 
 
e protozoários. alimentam do tecido necrosado. Normalmente 
essas larvas são encontradas em animais em 
3) ECTOPARASITOS: putrefação. 
São aqueles que têm contato com a pele dos 
hospedeiros. Ex: artrópodes (ácaros e insetos) 3) ACIDENTAL: 
como berne, carrapatos, pulgas. Acidentalmente entra em contato com o 
hospedeiro porém não evolui nele. Aquele que 
 
4) INFECÇÃO: vai a outro lugar que não o ideal e fica por 
Invasão de um hospedeiro por organismos acaso. Ex.: Dipylidium . 
(vírus, bactérias, protozoários, helmintos).Termo 
4) TEMPORÁRIO : 
Procura o hospedeiro somente para se 
alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
18 
 
______________________________________________________________________________________________ 
5) PERMANENTE : berne ovipõe na mosca de estábulo e passa de 
Permanece no hospedeiro em todas suas fases. ovo à larva. 
Ex.: sarnas. 
IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 
6) PERIÓDICO: 
Apenas em uma determinada fase de sua vida 1) MONOXENO: 
é parasito. Aquele que parasita por tempo Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem 
determinado. Ex: carrapato, berne, miíase. necessitar de HI. Ex: Haemonchus. 
III - TIPOS DE HOSPEDEIROS 2) HETEROXENO: 
 Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: 
1) DEFINITIVO (HD): Ciclo de Dipylidium, Fasciola. 
É aquele onde o parasito é encontrado na sua 
forma adulta. Em protozoários, ele se encontra V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS 
na fase sexuada. 
1) ESTENOXENOS: 
2) INTERMEDIÁRIO (HI): Quando são muito específicos, só aceitam 
É aquele onde se encontra a forma imatura do aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium . 
parasito. Em protozoários, ele se encontra na 
fase assexuada. Ex: Anopheles (HI do 2) EURIXENOS: 
Plasmodium ). Quando são pouco específicos, tendo uma 
variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma . 
3) PARATÊNICO : 
 Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga VI - AÇÃO DO PARASITO SOBRE O 
o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo HOSPEDEIRO 
por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do 
Histomonas ). 1) AÇÃO MECÂNICA: 
A) Obstrução: como a de Ascaris , formam 
bolos de vermes no intestino e o obstruem. 4) VETOR: 
Usado para Artrópodes. 
 Podem ser: B) Compressão: como a do cisto hidático, 
- Mecânico: que conforme vai crescendo vai comprimindo os 
Mero transportador. Ex: o ácaro Macrocheles orgãos. 
usa o besouro para se transportar. 
- Biológico: 2) AÇÃO ESPOLIADORA: 
É como um HI, pois vai haver um Seqüestram nutrientes e fluidos do hospedeiro. 
desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do Ex: Haemonchus. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
19 
 
______________________________________________________________________________________________ 
3) AÇÃO INFLAMATÓRIA/ IRRITANTE: 
Penetração ativa de larvas na pele. Ex: CLASSIFICA ÇÃO ARTIFICIAL: 
Strongyloides papillosus. Apoia-se em caracteres de certos órgãos 
estudados pelo especialista e por ele escolhidos 
4) AÇÃO DE TRANSMISSÃO: arbitrariamente. 
Transmitem agentes patogênicos. Ex: Carrapato 
transmitindo Babesia. DIVISÕES: 
VII - PERÍODOS DE PARASITISMO ESPÉCIE - é a reunião de indivíduos que 
possuem características semelhantes e que ao 
 reproduzirem-se transmitem a sua descendência 1) PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP): 
Do momento da infecção até a maturidade esses mesmos caracteres, dando origem assim 
sexual. a novos indivíduos igualmente semelhantes. 
A espécie distingue-se pelos seus caracteres 
2) PERÍODO PATENTE (PP): próprios, porém podem possuir certo número de 
Da fase adulta até a fase de fim da vida dos caracteres comuns com outros organismos que 
parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é lhes são vizinhos. Descendência comum: Graus 
a fase de reprodução sexuada. de variação quase que imperceptíveis; até em 
indivíduos da mesma geração, há grande 
semelhança entre eles. Cada grupo de CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS 
indivíduos representante da unidade zoológica 
-NECESSIDADE: constitui uma espécie. São tão semelhantes 
Distribuição dos seres em grupos formados entre si como os descendentes de um só 
 segundo as afinidades mais ou menos íntimas e indivíduo, tendo traços comuns a todos eles e 
que pareçam evidentes para o especialista. que são denominados de caracteres 
específicos. 
CLASSIFICAÇÃO NATURAL: 
Apoia-se em dados filogenéticos (estuda a VARIEDADE E RAÇA: 
evolução de um grupo ou espécie de plantas ou Na mesma espécie podem ocorrer um ou mais 
animais, estudo da evolução das espécies), grupos com uma ou várias pequenas diferenças 
 ontogênicos (estudo da origem e da forma específica típica, e que se perpetuam 
desenvolvimento desde o nascimento até na geração. Este grupo ou grupos recebem o 
adulto) e biogeografia procurando evidenciar as nome de variedade ou raça. 
diferenças e as relações de parentesco entre os Pode desaparecer ao modificar o meio em que 
pontos extremos da árvore genealógica dos vivem. 
seres vivos e que representam as espécies 
atuais conhecidas. Desta forma procura-se SUB-ESPÉCIE: 
esclarecer a história da evolução destes seres. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
20 
 
______________________________________________________________________________________________ 
Formas intermediárias entre espécie e Ramo ou Filo – Conjunto de Classes. 
variedade. Grupo de indivíduos que apresenta Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino 
dentro da espécie alguma característica animal ou ao Reino vegetal . 
particular que se transmite por herança. Ex: 
Felis catus domesticus . TERMOS INTERMEDIÁRIOS: 
Há necessidade, em diversos casos, de 
GÊNERO: fazermos grupamentos intermediários entre os 
A reunião de espécies chama-se de GÊNERO. diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou 
Muitos gêneros, além dos caracteres que lhes super conforme o grupamento situar-se 
são peculiares, apresentam (em comum com respectivamente abaixo ou acima de um certo 
 outros gêneros) certo número de caracteres grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO – sub- 
também semelhantes, e a reunião desses filo, CLASSE – sub-classe. 
grupos todos constituem um conjunto mais vasto ORDEM – sub-ordem – super-família – FAMÍLIA 
que se denomina FAMÍLIA. – sub-família – Tribu.Grupos de espécies consideradas próximas GÊNERO – sub-gênero – ESPÉCIE – sub- 
entre si pela comunidade de certos caracteres espécie – variedade. 
denominados genéricos, recebendo cada grupo 
o nome de gênero (genus). A validade dos REGRAS INTERNACIONAIS DE 
caracteres genéricos apoiados em poucos NOMENCLATURA ZOOLÓGICA 
caracteres podem carecer de base, pois a 
descoberta de grupos intermediários de Código que visa impedir confusões na 
espécies nas quais estes aspectos apresentam designação científica dos animais 
grande gama de variação, levam o especialista uniformizando-a. Tem como ponto de partida a 
 a agrupar vários gêneros sob uma designação classificação de Linnaeus 1758. 
única. 
Nomenclatura Zoológica é o sistema de nomes 
GRUPOS SUPERIORES AO GÊNERO: científicos aplicados aos animais vivos ou 
Família – Terminam sempre em idae. Conjunto fósseis. A nomenclatura zoológica é 
de gêneros que mantêm entre si grandes independente de outros sistemas. 
afinidades, oferecendo certo número de traços 
 comuns. No caso da existência de famílias Uma só palavra (uninominal): 
também com certo número de características O nome de um grupo superior à espécie. Ex: 
comuns com outras famílias, sua reunião vai se Necator (gênero), Ancylostomidae (família), 
constituir numa ORDEM. Strongyloidea (superfamília), Nematoda 
Ordem – Conjunto de Famílias. As diversas (Classe). 
ORDENS do mesmo modo podem reunir-se 
formando uma CLASSE. Duas palavras (binominal): 
Classe – Conjunto de Ordens. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
21 
 
______________________________________________________________________________________________ 
O nome de espécie. Ex: Necator americanus, 
Ancylostoma caninum. 
Três palavras (trinominal): 
O nome de subespécie. Ex: Hymenolepis nana 
fraterna, Trypanosoma vivax vienes. 
Parênteses: 
O nome de um subgênero é escrito dentro de 
parênteses, entre o nome genérico e o nome 
 específico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, 
Oesophagostomum (Bovicola) radiatum. 
A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; 
se for uma combinação arbitrária de letras deve 
ser formado de modo a ser tratado como palavra 
latina. 
O nome genérico (gênero) deve ser empregado 
como substantivo no nominativo singular e 
sempre escrito com a primeira letra maiúscula. 
Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi. 
 O nome específico (espécie) deve ser sempre 
escrito em letra minúscula. Um nome específico 
dedicado a uma mulher deve terminar em ae e 
se for para homem em i. Ex: cuvieri – ruthae. 
-O nome de uma sub-família é formado 
acrescentando-se inae. Ex: Culicinae 
 
-O nome de família é formado acrescentando-se 
idae. Ex: Eimeriidae 
-O nome de uma superfamília deve ter a 
terminação oidea. Ex: Strongyloidea 
-Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
22 
 
______________________________________________________________________________________________ 
CAPÍTULO II 
Artrópodes 
____________________________________________________________________________________ 
 
FILO ARTHROPODA ( ARTHRON = 
ARTICULAÇÃO, E PODOS =PÉS) 
- Tubo digestivo completo. 
CARACTERÍSTICAS: - Sistema circulatório aberto (a hemolinfa não 
 - Apêndices articulados. está contida em vasos, é transparente, contém 
- Simetria bilateral. hemócitos e circula entre os órgãos). 
- Corpo geralmente segmentado (somitos, - Respiração por traquéias, brânquias e/ou 
metâmeros) e articulado exteriormente. pulmões. 
- Cabeça, tórax e abdômen diferenciados - Fecundação interna. 
(insetos) ou fusionados (ácaros). - Presença de órgãos de sentido como antenas, 
- Exoesqueleto endurecido (quitina). pêlos sensitivos. 
- Fazem mudas. - Reprodução sexuada. 
CLASSES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRI A: 
Classes ARACHNIDA INSECTA PENTASTOMIDA 
 Exemplos Aranha, escorpião, Piolho, pulga, mosca, Linguatulídeos. 
carrapato e sarna. mosquito. 
Regiões do corpo Cefalotórax, abdômen Cabeça, tórax, abdômen Corpo lanceolado 
Peças bucais Quelíceras, palpos Labro, mandíbulas, Dois pares de ganchos 
maxilas e lábio 
o N de Antenas Áceros Díceros Áceros 
Pares de patas 4 pares patas 3 pares patas Ápodes 
 Ciclo evolutivo Direto, exceto acarinos indireto Indireto 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
 a 
 
______________________________________________________________________________________________ 23 
CLASSE ARACHNIDA 
Ordem Acarina (Acari) 
MESOSTIGMATA METASTIGMATA PROSTIGMATA ASTIGMATA ORIBATIDA 
 o o 
(sem dentes no hipostômio) (Estigma entre o 3 e 4 par (estigma situado (sem estigma respiratório) Cryptostigmata 
o de patas ou atrás do 4 par anteriormente) (respiração 
de patas e hipostômio com cutânea) 
dentes recurrentes) 
Dermanyssidae - Dermanyssus Argas Demodecidae- Demodex Notoedr es Oribatuloidea 
Argasidae- Ornithodorus Sarcoptidae - Sarcoptes 
Macronyssidae- Ornythonissus Otobius 
Myobiidae- Myobia Knemidocoptidae- Knemidocoptes 
Laelapidae- Laelaps 
Ixodidae- Rhipicephalus Cheyletidae - Cheyletiella Psoroptidae - Psoroptes 
Varroidae- Varroa Boophilus Otodectes 
Amblyomma Chorioptes 
Trombiculidae- Trombicula Macrochelidae - Macrocheles Anocentor 
(só a larva é parasita, com 
3 pares de patas) 
Railletidae- Railletia Myocoptidae - Myocoptes 
Analgidae - Megninia 
Acaridae - Ácaros da poeira 
 
__________________________________________ ___________________________________________________ 
 
 a 
 
 
24 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
PARTE I 
Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
GÊNERO: Dermanyssus FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA ESPÉCIE: Dermanyssus gallinae 
ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERÍSTICAS: 
CARACTERÍSTICAS: - Escudo dorsal redondo. 
- Ácaros de pequeno porte. - Quelíceras que terminam em quelas 
 - Quelíceras modificadas e palpos curtos. (bifurcação). 
- Cefalotórax e abdômen fusionados. - Todas as patas com garras e carúnculas. 
- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Escudos truncados posteriormente. 
- Larvas com três pares de patas. - Chamado vulgarmente de piolhinho, ácaro 
- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. vermelho das aves). 
- Respiração cutânea ou traqueal. - Passa a maior parte do tempo fora do 
hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no 
SUBORDEM MESOSTIGMATA (Gamasida) hospedeiro, preferem a região da cloaca. 
(meso - mediano; stigmata - espiráculo) - Especificidade baixa e ciclo rápido (45 dias). 
CARACTERÍSTICAS: HOSPEDEIROS: 
- Um par de estigmas respiratórios ao nível da Parasita de galinhas e outras aves 
coxa II e III abrindo-se em peritremas (principalmente canários). 
 alongados. 
- Presença de escudo dorsal. 
CICLO: 
- Hipostômio desprovido de dentes recurrentes. 
- Podem ser de vida livre ou parasitas internos 
(vias respiratórias) ou externos de répteis, 
aves e mamíferos. 
- Podem ser vetores de agentes patogênicos, 
provocar reações cutâneas e alguns podem 
causar anemia. 
- Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - 
adultos 
FAMÍLIA DERMANYSSIDAE 
Figura 1. Visão dorsal do ácaro das aves, 
Dermanyssus sp. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
25 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________desenvolvimento das aves jovens. 
- Pode atacar o homem causando dermatites. 
- Podem ser vetores de agentes patogênicos 
(vírus, bactérias). 
- A anemia pode levar a morte dos animais. 
- CONTROLE: 
- Remoção dos ninhos das aves. 
- Limpeza dos galinheiros, gaiolas. 
- Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos 
 das instalações. 
- Higiene e isolamento das aves parasitadas. 
- Aquisição de aves livres de ácaros. 
Figura 2. Dermanyssus sp. montado em 
lâmina 
FAMÍLIA MACRONYSSIDAE 
A fêmea desse ácaro inicia a postura 12 a 24 
GÊNERO Ornithonyssus 
horas após se alimentar de sangue no 
ESPÉCIES: Ornithonyssus bursa, 
hospedeiro. Ovos são depositados em fendas 
Ornithonyssus sylviarum 
ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos 
das galinhas ou de outras aves. As fêmeas 
CARACTERÍSTICAS: 
fazem várias posturas sucessivas, sendo cada 
- Escudo dorsal pontiagudo. 
postura precedida de uma alimentação de 
- Quelíceras finas e longas. 
sangue. 48 a 72 horas após a postura há a 
- Especificidade baixa e ciclo rápido. 
eclosão das larvas (estas não se alimentam) e 
 - Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. 
em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 
- Hematófago. 
horas passam a deutoninfa (estas se alimentam) 
- Fora do hospedeiro pode sobreviver até dois 
e em mais 24 a 48 horas passam a adultos. 
meses sem alimentação. 
O ciclo todo pode ser completado em 7 dias. 
- Localização preferida é na cloaca que fica com 
Adultos podem sobreviver até 4 a 5 meses no 
aparência de suja (escura), mas em grandes 
ambiente sem alimentação. 
infestações é encontrado em todo o corpo da 
O hábito alimentar é noturno. De dia são 
 ave. 
encontrados nos ninhos e frestas dos 
galinheiros. 
HOSPEDEIROS: 
Galinhas e outras aves domésticas (perus, 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
patos) e silvestres (pombos, pardais). 
E SAÚDE PÚBLICA: 
- Provoca diminuição da postura, perda de 
ESPÉCIE: Ornithonyssus bacoti 
peso, irritação, anemia, influencia no 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
26 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
animais devem ser tratados com acaricidas. 
CARACTERÍSTICAS: 
- Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar FAMÍLIA LAELAPIDAE 
GÊNERO Laelaps ratos brancos e camundongos, pois podem 
entrar em laboratórios. ESPÉCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps 
echidninus 
CICLO: 
As fêmeas fazem a postura sobre o hospedeiro - O 1 par de patas é em forma de S e projeta- o 
ou nos ninhos, sendo grande o número de ovos se anteriormente. 
nas plumas das aves - As larvas eclodem em - Placa genito-ventral ou placa epiginial em 
 cerca de três dias (não se alimentam) - em 17 forma de gota e escavada posteriormente. 
horas passam a protoninfas que se alimentam - - Presença de cerdas no corpo. 
mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a - Placa dorsal não é dividida e cobre quase todo 
2 dias à adultos. o dorso. 
Ciclo pode ser completado em 7 dias. 
 
Figura 4. Ácaro Laelaps sp. 
HOSPEDEIROS: 
Ratos 
Figura 3. Ornithonyssus adulto. CICLO: 
São ovovivíparos. A fêmea dá nascimento a 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
larvas que não se alimentam após 10 a 12 horas 
E SAÚDE PÚBLICA: 
da fecundação - em 3 a 8 dias passam a 
Mesmo do gênero Dermanyssus. 
protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e 
em mais 5 a 6 dias a adultos. 
CONTROLE : 
Habitam os ninhos dos ratos. 
Mesmo do gênero Dermanyssus , porém os 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
27 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
HOSPEDEIROS: 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA Moscas (principalmente Musca domestica ) e 
E SAÚDE PÚBLICA: outros insetos. 
Tem importância em animais de laboratório. O 
Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de CICLO: 
um protozoário ( Hepatozoon muris ) que se aloja As fêmeas deste ácaro utilizam-se das moscas 
no fígado dos ratos. e outros insetos para dispersão e efetuam a 
Os ácaros adquirem o protozoário ao postura nos locais de criação de mosca (fezes). 
parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam 
ácaro adquire a infecção. 3 pares de patas e não se alimentam. Em 6 a 11 
 O Echinolaelaps pode provocar dermatite no horas mudam para protoninfas, em 13 a 24 
homem. horas para deutoninfas e levam quase 24 horas 
da fase de deutoninfa à adultos. 
CONTROLE: 
Limpeza das gaiolas, esterilizá-las com calor, 
vapor, acaricidas. 
Aplicação de acaricida nos ratos. 
FAMÍLIA MACROCHELIDAE 
GÊNERO Macrocheles 
ESPÉCIE Macrocheles muscaedomesticae 
CARACTERÍSTICAS: 
 - Quelíceras queladas fortemente. Figura 5. Ácaro Macrocheles sp. 
- Placa dorsal única. 
- Primeiro par de patas mais fino, mais longo e 
sem carúnculas e garras que os demais. 
- Escudo ventral e genital separados. 
- Encontra-se em fezes de ruminantes, eqüinos 
e aves de postura. 
 - Alimentam-se de larvas de moscas e 
nematóides. 
- Funciona como controle biológico dos outros, 
pois os insetos carregam agentes patogênicos 
(bactérias). 
- Parasita outros artrópodes. 
Figura 6. Ácaro Macrocheles parasitando 
Musca domestica. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
O ciclo é completado em 2 a 3 dias. CARACTERÍSTICAS: 
Enquanto a mosca completa 1 geração o ácaro - Escudos desenvolvidos e bastante 
completa 3 gerações. quitinizados (ex: escudo metapodal ou 
As fêmeas podem ficar ovipositando por até 24 metapodossomal). 
dias e cada uma coloca um total de 90 ovos. - Patas bem desenvolvidas com ventosas. 
- Corpo mais largo do que longo. 
IMPORTÂNCIA: - A larva da abelha morre ou tem disfunção de 
- Os adultos são predadores dos ovos e larvas alguma estrutura devido à alimentação do 
o de 1 ínstar de moscas, enquanto que as ácaro com hemolinfa. 
ninfas alimentam-se mais comumente de 
 nematóides promovendo um controle 
biológico. 
- É problemático em insetos criados em 
laboratório. 
CONTROLE: 
- Por ser um problema em laboratórios, 
recomenda-se o uso de telas nas janelas e 
portas para impedir o acesso de moscas, já 
que estas podem estar dispersando os ácaros. 
- Pulverizar as fezes para controlar as larvas 
(não é ideal porque mata também os 
predadores e passada a ação do inseticida há 
 uma superpopulação de larvas) e pulverizar o 
ambiente (instalações). 
CONTROLE BIOLÓGICO: 
É complicado por requerer ambiente úmido, 
porém não fluído e não se alimentam de larvas 
Figura 7. Visão ventral (acima) e dorsal de o o de 2 e 3 ínstar, consomem em média dez 
Varroa jacobsoni . 
 presas por dia, não são muito longevos (a fêmea 
vive em média três semanas). 
HOSPEDEIROS : 
FAMÍLIA VARROIDAE Abelhas. 
GÊNERO Varroa 
CICLO: ESPÉCIE Varroa jacobsoni 
Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
29 
 
Ácaros - Mesostigmata 
____________________________________________________________________________________ 
preferência desse ácaro por zangões, pois estes ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas 
têm livre acesso a outras colméias, levando a no meio ambiente. As fêmeasdão nascimento 
dispersão do ácaro. as larvas (ovovivíparas) que não se alimentam. 
Esse ácaro provoca escarificação da pele do 
IMPORTÂNCIA: animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o 
Ocorrem grandes prejuízos em apiários, que leva a uma otite bacteriana subclínica 
principalmente em regiões frias pelo estresse, o (facilita a penetração das bactérias). Os 
ácaro parasita principalmente larvas e pupas, o zebuínos são mais sensíveis a esse ácaro do 
que causa má formação dos insetos ou morte. que o gado europeu, e a presença do ácaro no 
Quando os insetos adultos são ouvido é comum nos animais (20-40 ácaros por 
 parasitados eles tem diminuição na sua ouvido). 
produção e no caso de zangões há o perigo do 
ácaro alastrar-se para IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
outras colméias E SAÚDE PÚBLICA: 
Os prejuízos maiores são em colméias puras Tem importância apenas como porta de entrada 
onde os insetos são mais sensíveis (Europa, para bactérias e conseqüentemente otites 
EUA), no Brasil com os bacterianas. 
cruzamentos das espécies melíferas, estas 
adquirem maior resistência a esse ácaro. CONTROLE: 
Limpeza e aplicação de acaricida no conduto 
FAMÍLIA RAILLIETIDAE auditivo, pois a presença do ácaro pode levar a 
GÊNERO Raillietia otite. 
CARACTERÍSTICAS: 
 - Parasita o conduto auditivo externo. 
- Escudo dorsal sem forma. 
- Presença de placa anal. 
ESPÉCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia 
auris, Raillietia caprae. 
 HOSPEDEIROS: 
Raillietia flecthmanni - búfalos e bovinos 
Raillietia auris - bovinos 
Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos 
CICLO: 
As fêmeas, machos e larvas localizam-se no 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
30 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
PARTE II 
Carrapatos 
____________________________________________________________________________________ 
 
FILO ARTHROPODA 
CLASSE ARACHNIDA 
ORDEM ACARI (ACARINA) 
CARACTERÍSTICAS: 
- Ácaros de pequeno porte. 
 - Quelíceras modificadas e palpos curtos. 
- Cefalotórax e abdômen fusionados. 
- Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. 
- Larvas com três pares de patas. 
- Ninfas e adultos com quatro pares de patas. Figura 9. Teleógina de carrapato. 
- Respiração cutânea ou traqueal. - Fêmeas com área porosa na base do capítulo. 
- Hipostômio com dentes recurrentes. 
SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos) - Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a 
(meta - atrás; stigmata - espiráculo) face dorsal no macho e somente 1/3 face 
dorsal da fêmea, ninfa e larva. 
FAMÍLIA IXODIDAE - Podem ser vetores de agentes patogênicos, 
provocarem reações cutâneas e causarem 
anemia. 
 - Dimorfismo sexual nítido. 
- Ciclo: ovo - larva - ninfa – adultos. 
CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS: 
As fêmeas após se destacarem dos hospedeiros 
procuram um abrigo próximo ao solo, onde 
Escudo põem grande quantidade de ovos. 
 O período de ovipostura é de vários dias. 
Terminada a oviposição as fêmeas morrem. Figura 8. Escudo incompleto na fêmea e 
completo no macho de Ixodidae. Os ovos são castanhos, esféricos e pequenos. 
O desenvolvimento do ovo até adulto depende 
CARACTERÍSTICAS : muito das condições de temperatura. As baixas 
- Possuem um par de estigmas respiratórios ao temperaturas prolongam os estádios de 
nível da coxa IV abrindo-se em peritremas desenvolvimento. 
curtos. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
31 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
alguns dias, a larva sofre muda da cutícula e se 
transforma em ninfa. Esta que é octópoda 
espera alguns dias para o enrijecimento da 
cutícula, ingurgita-se de sangue e muda 
novamente de cutícula para se transformar em 
adultos (macho ou fêmea). 
As fêmeas repletas de sangue se desprendem 
do hospedeiro e no solo após um período de 
descanso, iniciam a ovipostura. 
Os machos permanecem mais tempo no Figura 10. Postura de Ixodidae. 
 hospedeiro. A cópula usualmente ocorre sobre o 
Durante o desenvolvimento os ixodídeos 
hospedeiro. 
passam pelos estádios de larva hexápoda, ninfa 
octópoda e adulto. 
CLASSIFICAÇÃO DO CICLO DE ACORDO 
Larvas eclodidas sobem pelas gramíneas e 
COM O NÚMERO DE HOSPEDEIROS: 
arbustos e esperam a passagem do hospedeiro 
1- Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro 
para os quais se transferem. 
– É quando todos os três estádios (larva, ninfa e 
Após sugar o sangue dos hospedeiros durante 
adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro, 
 
 
Figura 11. Ciclo de Boophilus microplus. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
32 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
onde também realizam as mudas. 
– Carrapato de três hospedeiros – 3- Trioxeno 
2- Dioxeno – Carrapato de dois hospedeiros – Para cada estádio há um hospedeiro, todas as 
Os estádios de larva e ninfa são no mesmo mudas são feitas fora do hospedeiro. 
hospedeiro, onde também é realizada a primeira 
ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o 
ixodídeo adulto procura um segundo 
hospedeiro. 
 
Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno. 
 
Amblyomma (Trioxeno) 
1- Larvas se alimentam no animal 
e ingurgitam. 
2- Larva muda para ninfa no solo. 
3- Ninfa se alimenta, ingurgita e 
deixa o animal. 
 
4- Ninfa muda para macho ou 
fêmea 
5- Machos e fêmeas copulam e se 
alimentam no animal. 
6- Fêmea vai ao solo fazer 
postura. 
Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
33 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
Chave para identificação dos gêneros da família Ixodidae encontrados no Brasil 
1- Escudo sem ornamentação 2 
Escudo com ornamentação 4 
2- Olhos ausentes 3 
Olhos presentes 4 
3- Festões ausentes e sulco anal anterior ao ânus Ixodes 
Festões presentes, sulco anal posterior ao ânus, segundo artículo dos palpos angular Haemaphysalis 
lateralmente 
4- Festões presentes 5 
Festões ausentes 6 
 5- Com 11 festões e olhos presentes Amblyomma 
Com 7 festões e olhos presentes Anocentor 
Festões presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentação, coxa I Rhipicephalus 
com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas) 
6- Sulco pós-anal ausente nas fêmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois Boophilus 
espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas 
OBS: 
Larvas – Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. 
Ninfas – Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. 
Fêmeas – Possuem 4 pares de patas e aparelho genital. 
Machos - Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital. 
 GÊNERO: Rhipicephalus - Base do gnatossoma geralmente hexagonal. 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Palpos e rostro curtos. 
Base do 
capítulo 
hexagonal 
Placas adanais 
Figura 15. Macho de Rhipicephalus Figura 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus. 
sanguineus. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
34 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________- Escudo sem ornamentação; olhos e festões 
presentes, coxa I bífida. 
- Machos com um par de placas adanais 
desenvolvidas e um par rudimentar. 
- Peritremas em forma de vírgula acentuados no 
macho e pouco acentuados na fêmea. 
ESPÉCIE: Rhipicephalus sanguineus 
HOSPEDEIROS: - Parasita de cães, mas pode 
 parasitar também gato e carnívoros silvestres. 
CICLO: É um carrapato que exige três Figura 16. Cão parasitado por Rhipicephalus 
sanguineus. hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), 
As fêmeas põem de 2000 a 3000 ovos em toda pois todas as mudas são feitas fora dos 
sua vida. hospedeiros. 
PARÂMETROS BIOLÓGICOS 
PERÍODO DIAS 
Pré- postura 3 
Incubação 17-60 
Sucção da larva 2-7 
Muda da larva 5-23 
Sucção da ninfa 4-9 
Muda da ninfa 11-73 
Sucção da fêmea 6-30 
SOBREVIVÊNCIA Altas infestações provocam desde leves 
As larvas não alimentadas podem sobreviver até irritações até anemia por ação espoliadora. 
oito meses e meio. O carrapato pode atacar qualquer região do 
As ninfas seis meses. corpo, porém é mais freqüente nos membros 
Adultos até 19 meses. anteriores e nas orelhas. É considerado o 
principal transmissor da babesiose canina; a 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA transmissão pode ser transovariana ou 
E SAÚDE PÚBLICA: transestadial, pode também transmitir vírus e 
Este carrapato é comum em cães. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
35 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
bactérias. Pode atacar o homem causando 
dermatites. 
CONTROLE: 
-Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, 
repetindo-se o tratamento duas ou três vezes 
com intervalos de 14 dias. 
-Limpeza dos canis. 
-Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e 
piso das instalações. 
 -Higiene e isolamento dos cães. Figura 18. Macho de Boophilus microplus. 
- Festões ausentes. GÊNERO Boophilus ou 
- Peritremas arredondados ou ovais. 
Rhipicephalus 
- Machos com dois pares de placas adanais 
Atualmente, após sequenciamento genético o 
desenvolvidas e geralmente com 
gênero Boophilus passou a ser subgênero de 
prolongamento caudal. 
Rhipicephalus , passando então a se chamar 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus. 
ESPÉCIE Rhipicephalus ( Boophilus) 
microplus 
HOSPEDEIROS: 
Bovídeos, pode ser encontrado em outros 
hospedeiros domésticos e silvestres. 
CICLO: 
O R.(B.) microplus é um carrapato de um só 
hospedeiro (monoxeno). 
As fêmeas ingurgitadas (denominadas 
teleóginas) e prestes a darem início a Figura 17. Gnatossoma de 
Rhipicephalus (Boophilus) microplus ovoposição desprendem-se naturalmente do 
hospedeiro e no solo procuram um lugar 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: apropriado para a ovipostura. 
- Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos A oviposição pode durar vários dias. As 
lateral e dorsalmente. teleóginas realizam a postura de 3000 a 4000 
- Base do gnatossoma hexagonal. ovos que permanecem aglutinados. Terminada 
- Escudo sem ornamentação. a ovoposição a fêmea morre. 
- Olhos presentes. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
36 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
A duração do ciclo não parasitário varia muito *NAS PASTAGENS: 
dependendo das condições climáticas, sendo 27 a)Limpeza das pastagens 
0 C e 80% umidade as condições ideais para o Mudança de vegetação através de drenagem, 
desenvolvimento do ciclo. calagem e gradagem do solo diminui 
consideravelmente a quantidade de larvas na 
pastagem. 
A limpeza, com corte de pastos, de arbustos IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA: 
1- Dano direto causado pela picada do (abrigos naturais das larvas) contribui para 
carrapato, com irritação local e perda de sangue diminuição da infestação dos rebanhos. 
-A picada do carrapato provoca irritação e 
 predispõe o animal a ataques de moscas – b)Rotação das pastagens 
miíases. Consiste na mudança dos rebanhos para novas 
-A pele irritada serve de via de acesso para pastagens em épocas estratégicas, de acordo 
infecções secundárias. com a biologia do carrapato. 
-Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de A pastagem deve permanecer em descanso por 
sangue, o que provoca anemia e perda na determinado tempo até que as larvas morram 
produtividade de carne e leite. por falta de alimentação. 
-Desvio de energia: Há um enorme esforço do 
animal para compensar os danos causados pelo c)Queima das pastagens 
carrapato o que representa um desvio de É um método bastante utilizado no Brasil, porém 
energia que seria convertida para produção. pouco eficaz, pois algumas larvas não morrem 
-Desvalorização dos couros e diminuição na porque penetram no solo ou nas partes mais 
produção das vacas leiteiras. undas da vegetação. 
 
2- Inoculação de toxinas d)Tratamento das pastagens com 
-Durante a sucção eles injetam substâncias carrapaticida 
tóxicas prejudiciais a saúde dos bovinos. Não compensa, é uma operação difícil e 
-As picadas podem produzir uma paralisia que onerosa. 
se inicia nos membros anteriores e em poucos 
dias atinge todos os órgãos. Não se tem notícia *CONTROLE NO HOSPEDEIRO 
 disso no Brasil. a)Banho de Imersão 
É o método preferido há vários anos. 
3- Transmissão de doenças Utilizado para propriedades com grande número 
-Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes de animais, pois o custo das instalações e gasto 
causadores da tristeza parasitária bovina. com produtos químicos é alto. 
-Pode transmitir também viroses e bactérias. 
b)Aspersão ou spray 
CONTROLE: 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
37 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
É econômico e prático, utilizado em pequenas não deixar que entrem em açudes após o 
propriedades. banho. 
Os resultados dependem muito da habilidade e - Enviar ao laboratório se preciso, amostras do 
do cuidado do operador. banho para medir concentração do 
O jato de deve molhar o animal no sentido medicamento. 
oposto a implantação do pelos. 
GÊNERO Amblyomma É mais seguro que o de imersão para animais 
novos e vacas gestantes. 
Deve-se seguir a risca as instruções dos CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
fabricantes dos carrapaticidas. - Palpos e hipostômio longos. 
 
- Geralmente ornamentado. 
RECOMENDAÇÕES NA APLICAÇÃO DOS - Olhos e festões presentes. 
BANHOS: - Base do gnatossoma de formas variadas. 
- Verificar o nível da suspensão ou emulsão no - Placas adanais ausentes no macho. 
tanque carrapaticida, ajustando o volume com - Peritremas em forma de vírgula ou triangular. 
adição de água ou de carrapaticida. 
- Homogeneizar a emulsão ou suspensão, 
revolvendo o sedimento antes de banhar o 
gado. 
- Fazer a recarga do banheiro de acordo com as 
instruções do fabricante. 
- Banhar os animais descansados e sem sede. 
- Banhar os animais nas horas mais frescas do 
 dia. 
- Evitar exposição dos animais ao sol quente. 
- Evitar banhar os animais em dias de chuva, e 
Figura 20. Carrapato Amblyomma sp. 
ESPÉCIE Amblyomma cajennense 
 HOSPEDEIROS: 
- Parasita a maioria dos animais domésticos e 
alguns silvestres. 
- Pode parasitar o homem. 
Figura 19. Peritrema de Amblyomma. 
CICLO: 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
38Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
É um carrapato que exige três hospedeiros para 
completar o ciclo (trioxeno), pois todas as ESPÉCIE Anocentor nitens 
mudas são feitas fora dos hospedeiros. 
A fêmea põe de 6000 a 8000 ovos em toda sua HOSPEDEIROS: Eqüídeos. 
vida. 
LOCALIZAÇÃO: Principalmente no pavilhão 
IMPORTÂNCIA: auricular. 
Pode transmitir vários agentes patogênicos, 
como Borrelia, agente da doença de Lyme e CICLO: 
Rickettsia rickettsi causadora da febre Monoxeno. 
 maculosa. As fêmeas põem em média 3000 ovos no solo. 
A sua picada pode originar ferimentos na pele As larvas podem resistir até 71 dias sem se 
de cura demorada. alimentar quando as condições são favoráveis. 
CONTROLE: IMPORTÂNCIA: 
Mesmo do Rhipicephalus. Pode transmitir vários agentes patogênicos 
como Babesia . 
GÊNERO Anocentor A sua picada pode originar ferimentos na pele 
com até perda da orelha. . 
Favorece miíases. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Rostro e palpos relativamente curtos. 
- Peritremas circulares (parece um dial de 
telefone). 
 
- Escudo sem ornamentação. 
- Com sete festões. 
- Coxas IV muito maiores que as demais. 
- Sem placas adanais. 
Figura 22. Fêmea de A. nitens 
FAMÍLIA ARGASIDAE 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Não possuem escudo. 
- Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e 
anterior nas larvas. Figura 21. Peritrema de Anocentor 
nitens 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
39 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
- Palpos livres. 
- Orifício genital entre as coxas I e II. 
- Fêmeas sem áreas porosas na base do 
capítulo. 
- Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. 
- Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. 
- Dimorfismo sexual pouco acentuado. 
GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA: 
Argas, Ornithodorus e Otobius . 
 
GÊNERO Argas 
CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: 
- Face dorsal separada da ventral por um bordo 
lateral nítido. 
- Achatado dorso-ventralmente. 
- Aparelho bucal na face ventral. 
Figura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp. . 
- Durante o dia os adultos permanecem 
escondidos em buracos e frestas, sob cascas de 
árvores, lugares protegidos da luz. 
 - À noite saem dos esconderijos e sobem nas 
aves para sucção que dura em média 30 
minutos. 
- Após a alimentação as ninfas e adultos 
voltam para os esconderijos e as fêmeas se 
preparam para postura. 
- Cada sucção corresponde a uma postura de 
 120 a 180 ovos. Figura 23. Carrapato Argas sp. 
- A fêmea põe ao todo uns 600 ovos. 
- O período de incubação dos ovos é de três 
HOSPEDEIROS: 
semanas dependendo da temperatura e 
Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato 
umidade. 
comum em galinheiros. 
- A larva hexápoda ataca as aves, fixando-se 
geralmente na pele do peito e sob as asas onde 
CICLO: 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
40 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela - Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos 
retorna ao esconderijo. esconderijos, e as fêmeas só realizam postura 
- Depois de ingurgitada ela volta ao após o repasto sangüíneo. 
esconderijo onde muda a cutícula 
transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa). IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA 
- Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por E SAÚDE PÚBLICA: 
-Tem importância pela sua ação espoliadora 30 a 60 min. 
levando à anemia e mortalidade de aves, - Regressa ao abrigo e muda para N2. 
principalmente as jovens. - Esta também procura o hospedeiro se 
- Há lesões hemorrágicas na pele. alimenta e muda. 
 -Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a - Após a muda aparecem os adultos. 
pele e conseqüentemente há diminuição da - Ciclo biológico em condições favoráveis de 
postura. temperatura e umidade se completa em 2 
-Há desenvolvimento retardado das aves novas. meses. 
-Serve como transmissor de microorganismos 
(Borreliose). 
DIAGNÓSTICO: 
Procurar os ácaros à noite, larvas a qualquer 
hora do dia principalmente embaixo das asas. 
GÊNERO Ornithodorus 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
 -Argasidae sem limitação das faces dorsal e 
ventral. 
- Formato de corpo retangular. 
Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas. 
-Hipostômio bem desenvolvido nos adultos. 
1- Adultos ingurgitam sobre a ave. 
2- Fêmea cai e faz postura dos ovos. 
HOSPEDEIROS: 
3- Larvas fixam-se na ave. 
Homem e animais domésticos. 
4- Larvas ingurgitam. 
 
5- Larvas caem e fazem ecdise. 
CICLO: 6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam. 
Vivem em solo arenoso, em áreas sombreadas, 7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2 
ao redor de árvores. 8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam. 
9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fêmea. Muito parecido com o anterior, só mudam os 
10- Adultos sobem na ave e alimentam-se. hospedeiros e passam por duas ou mais fases 
de ninfa antes de chegarem a adultos. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
41 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
HOSPEDEIROS: 
- Eqüinos. 
- Ruminantes. 
- Suínos. 
- Caninos. 
- Homem. 
ESPÉCIE: Otobius megnini 
 CARACTERÍSTICAS: 
- Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas 
de eqüídeos, bovinos, ovinos e outras 
espécies. 
- Os adultos não são parasitos. 
- Todas as mudas são realizadas no 
hospedeiro. 
- Os parasitos sugam sangue e causam Figura 26. Vista dorsal e ventral de 
Ornithodorus sp. 
irritação que resulta em inflamações. 
- As larvas e ninfas localizam-se na orelha. 
IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA - Os adultos vivem em esconderijos como 
E SAÚDE PÚBLICA: galhos de árvores onde ocorre a cópula e a 
-Transmissor da Borrelia causadora da doença postura (adultos não se alimentam). 
 de Lyme. - As larvas eclodem, vão até o hospedeiro 
-São hematófagos e provocam grande irritação. (orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 – 
ninfa2 – podem ficar até seis meses na orelha 
CONTROLE: – deixam o hospedeiro e vão para lugares 
Destruição dos esconderijos, aplicação de altos e secos onde se transformam em 
acaricidas. adultos. 
GÊNERO Otobius DIAGNÓSTICO: 
Otoscopia para visualizar larvas e ninfas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Argasidae com tegumento granuloso no 
estádio adulto. 
- Olhos ausentes. 
- Hipostômio bem desenvolvido na ninfa e 
vestigial nos adultos. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
Carrapatos - Metastigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
Labor at ór i o de Par as i tol og ia V eter iná r ia da UF SM 
Res po nsáv el : Dr a Si l vi a Go nzal ez M ont ei r o 
Principais Carrapatos de Importância Médica Veterinária 
 
Amblyomma 
Amblyomma (peritrema) 
 
Anocentor 
Anocentor (peritrema) 
Boophilus 
 
Boophilus (peritrema) 
Rhipicephalus 
Rhipicephalus (Peritrema) 
 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
43 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________PARTE III 
Sarnas 
____________________________________________________________________________________ 
 
SUBORDEM: SARCOPTIFORMES OU um hospedeiro susceptível. Contato direto entre 
ASTIGMATA os animais e fômites. 
CARACTERÍSTICAS: PERÍODO DE INCUBAÇÃO : 
-Ácaros sem estigmas respiratórios (trocas Varia com a espécie, susceptibilidade do 
gasosas pela pele). hospedeiro, número de ácaros transferidos e 
 -Coxas fundidas a face ventral do corpo. local de transferência. Varia de 2 a 6 semanas. 
-Quelíceras com quelas. 
-Corpo pouco quitinizado. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO: 
-Tarsos com empódio unciforme ou em forma de Ovos, larvas, duas gerações de ninfas e adultos. 
ventosa. 
-Olhos ausentes. CICLO COMPLETO 
-Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a 
TRANSMISSÃO: 20 dias. 
Ocorre quando os ácaros são transferidos para 
Família Gênero Hospedeiro Vertebrado Espécie 
Sarcoptidae Sarcoptes Homem Sarcoptes scabiei 
(Ácaros escavadores) Eqüinos S. scabiei var . equi 
Cães S. scabiei var. canis 
 
Suínos S. scabiei var. suis 
Bovinos S. scabiei var. bovis 
Ovinos S. scabiei var . ovis 
Caprinos 
Notoedres Gatos, coelhos,rato Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris 
Cnemidocoptidae Cnemidocoptes Galiformes Cnemidocoptes gallinae 
(Ácaros escavadores) (sarna podal das aves) Galiformes Cnemidocoptes mutans 
Periquito Cnemidocoptes pilae 
 
Eqüinos Psoroptes equi 
Coelhos Psoroptes cuniculi 
Psoroptes Ovinos Psoroptes ovis 
Psoroptidae Bovinos Psoroptes natalensis 
(Ácaros superficiais) Psoroptes bovis 
Psoroptes caprae 
Chorioptes Ruminantes, eqüinos e coelhos Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes 
equi, Chorioptes cuniculi 
Otodectes Cão, Gato, e outros carnívoros Otodectes cynotis 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
MORFOLOGIA DAS SARNAS: 
 
 
Figura 27. Sarcoptes sp. 
Figura 30. Psoroptes sp 
Figura 28. Notoedres sp. 
 
Figura 31. Chorioptes sp. 
 
Figura 29. 
C nemidocoptes sp. 
Figura 32. Otodectes sp. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
 
45 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
1-FAMÍLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES) 
- Escavam galerias na pele (intradérmicas) na CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
qual penetram undamente provocando um - 0,2 a 0,5 mm 
espessamento da pele, sem formação de - Gnatossoma cônico, tão longo quanto largo. 
crostas. - Corpo estriado com áreas escamosas e 
- Corpo globoso. espinhos curtos e grossos na face dorsal. 
- Rostro curto e largo. - Machos com ventosas nas patas I, II, e IV. 
- Patas curtas e grossas - Fêmeas com ventosas nas patas I e II. 
- Patas posteriores encaixadas total ou - Ânus terminal. 
parcialmente no idiossoma (parte final do - Pedicelo longo e simples 
 corpo). - Corpo globoso. 
GÊNERO: Notoedres - Machos sem ventosas copuladoras adanais. 
- Gêneros: Sarcoptes, Notoedres. ESPÉCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato) 
Figura 33. Túneis escavados por Sarcoptes e 
Notoedres na epiderme. 
GÊNERO: Sarcoptes 
 ESPÉCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var. Ânus dorsal 
canis, var. suis. 
Figura 35. Sarna do gênero 
Notoedres 
 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Sarna da cabeça do gato. 
- Ânus dorsal. 
Presença de 
- Corpo globoso. 
espinhos 
- 0,1 a 0,25 mm. 
- Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4. 
Figura 34. Sarna do gênero Sarcoptes sp. - Fêmeas com ventosas nas patas 1 e 2. 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
46 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
- Face dorsal com escamas rombas. - Corpo estriado, face dorsal com saliências 
mamelonadas. 
CICLO BIOLÓGICO : - Gnatossoma mais largo do que longo. 
GÊNERO Sarcoptes e Notoedres - Fêmeas sem ventosas nas patas. 
Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de - Machos com cerdas longas e ventosas em 
ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea todas as patas. 
imatura e fêmea adulta ou ovígera. A - Pedicelos não segmentados. 
transformação da fêmea imatura em adulta - Ânus terminal 
ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada - Apresentam duas cerdas ao lado do ânus 
escava galerias na epiderme, onde se nutre de 
 linfa. À medida que escava seu túnel, vai 
efetuando a postura dos ovos. Esses vão 
surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se 
Gnatossoma mais sucedem durante dois meses, ficando para trás 
largo que longo 
os mais velhos. A fêmea gasta cerca de meia 
hora para atravessar a camada córnea da pele. 
O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo 
aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas 
que a fêmea vai deixando. Os ovos dão 
nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas 
hexápodes que passam para a superfície da 
pele onde procuram alimento, abrigo e passam 
por uma ecdise, surgindo as ninfas, octópodes. 
 Após nova muda de pele, surgem os machos e 
as fêmeas imaturas; o primeiro procura essas 
últimas para a fertilização. Passados alguns 
dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por 
nova ecdise resultando na fêmea adulta, que 
procura penetrar na pele recomeçando o ciclo. 
Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias. 
Figura 36. Sarna do gênero Cnemidocoptes 
 
2- FAMÍLIA CNEMIDOCOPTIDAE 
Ciclo biológico do gênero Cnemidocoptes 
GÊNERO Cnemidocoptes 
As fêmeas não praticam galerias como fazem as 
ESPÉCIE Cnemidocoptes mutans 
do gênero Sarcoptes; elas permanecem 
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
sedentárias e sua presença determina uma 
- Sarna podal dos galináceos. 
proliferação epidérmica acompanhada de 
- Não possuem espinhos na face dorsal. 
aumento da substância córnea. Essa 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
47 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
proliferação é bem marcada nas excrescências em que se desenvolve o tecido esponjoso, não 
das patas, resultado de um tecido alveolar se nota mais qualquer sinal de inflamação. 
tomado de numerosas pequenas câmaras, 
repletas de ácaros em todos os estágios do 3- FAMÍLIA PSOROPTIDAE – ácaros não 
desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a escavadores 
epiderme, penetrando no folículo plumoso ou - São ácaros superficiais, produzem formação 
atravessando diretamente a camada córnea de crostas espessas. 
epidérmica, Instala-se nas camadas superficiais - Corpo ovóide. 
da epiderme, danificando-a em direção à derme. - Face dorsal sem espinhos. 
Ao mesmo tempo os bordos da depressão por - Rostro longo e cônico. 
 onde penetrou reagem produzindo uma - Machos com ventosas (copuladoras) adanais. 
0 abundante quantidade de substância córnea que - Patas longas e espessas, 4 par de patas nos 
vai recobrir totalmente a depressão, machos é menor que o terceiro. 
transformando-a em uma pequena bolsa - Gêneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes . 
fechada. No estágio seguinte as células 
GÊNERO Psoroptes epidérmicas entram em proliferação, englobando 
o ácaro. No interior da câmara o ácaro CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
permanece separado do estrato por germinativo - Corpo ovóide. 
da pele por uma fina camada de queratina. - Parasitas deeqüídeos, bovinos, ovinos,e 
Pouco a pouco a câmara vai se aundando coelhos. 
na derme. Parece que todo o desenvolvimento - 0,5 a 0,8 mm. 
do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. 
Em certo momento a bolsa primitiva dará 
 origem, por meio de um mecanismo semelhante 
ao brotamento, a uma bolsa secundária que 
acaba por se separar da bolsa mãe. A repetição 
do mecanismo conduz finalmente à produção de 
um tecido esponjoso. 
Apenas na fase inicial da invasão das camadas 
superficiais da epiderme pelo ácaro estabelece- 
 se uma reação inflamatória; esta consiste em 
uma necrose focal da parte da derme ou 
epiderme imediatamente subjacente ao ponto de 
penetração do ácaro. Observa-se também a 
presença de um exsudato inflamatório. Logo que 
Pedicelo triarticulado o ácaro se instala mais undamente na 
Figura 37. Sarna do gênero Psoroptes epiderme, essas manifestações inflamatórias 
desaparecem e durante os estágios seguintes, 
_____________________________________________________________________________________________ 
 
a 
 
 
 
 
48 
 
Sarnas - Astigmata 
_____________________________________________________________________________________________ 
- Gnatossoma mais longo que largo. - Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. 
- Patas grossas e longas terminando em longos - Machos sem tubérculos abdominais. 
pedicelos tri-segmentados 
GÊNERO Chorioptes : - Machos com ventosas nas patas I, II e III. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I, II e IV. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Machos apresentam duas ventosas - Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqüinos. 
copulatórias ao lado do ânus - 0,3 a 0,6 mm. 
0 - Machos com 4 par de patas bem reduzido. - Gnatossoma tão longo quanto largo. 
- Ânus terminal. - Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I,II e IV. 
 
GÊNERO Otodectes - Pedicelo curto e simples, sem segmentação. 
- Peças bucais arredondadas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: 
- Machos com tubérculos abdominais. - Sarna auricular de cães e gatos. 
- 0,3 a 0,5 mm. 
Pedicelo curto 
- Ventosas com pedicelos curtos e simples, 
sem segmentação. 
Ápódemas - Corpo ovóide. 
divergentes 
0 - O 4 par de patas das fêmeas é muito 
pequeno. 
- Gnatossoma em forma de cone. 
- Fêmeas com ventosas nas patas I e II. 
 
Figura 39. Ácaro Chorioptes sp. 
Ciclo biológico dos gêneros Psoroptes, 
Otodectes e Chorioptes Ápódemas 
 
convergentes As sarnas psorópticas são produzidas por 
ácaros dos gêneros Psoroptes, Otodectes e 
Chorioptes , da família Psoroptidae dos ácaros 
Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem 
sarnas não penetrantes, superficiais, em que o 
agente causal não pratica galerias dentro da 
Figura 38. Macho de Otodectes sp. 
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pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regiões intermamário, escroto, regiões glúteas, podendo, 
lanosas ou bem dotadas de pêlos dos animais. no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo 
Elas apresentam as mesmas fases evolutivas raro no rosto. O papel patogênico não reside 
em seu ciclo que Sarcoptes scabiei , no entanto, somente na lesão produzida pelo ácaro mas 
não praticam galerias no interior da pele. Esses também na contaminação secundária desta ou 
ácaros picam a pele causando irritação, das escoriações provocadas pelo indivíduo ao 
descamação e exsudação de soro, vivem e se se coçar. 
multiplicam sob a descamação provocada e a Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais 
sua contínua atividade provoca o agravamento domésticos podem infestar o homem, porém a 
da lesão. Alastra-se de preferência nas regiões de origem animal é muito menos grave do que a 
 bem dotadas de pêlos do corpo do animal. humana, porque os ácaros não escavam a pele 
e não se multiplicam. Ocorre apenas uma 
DIAGNÓSTICO DAS SARNAS : erupção papular avermelhada, com prurido que 
Detecção dos ácaros nas galerias (extração desaparece em poucas semanas. 
mediante agulhas) ou em raspados de pele. A Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos 
verificação dos túneis, das vesículas que se animais domésticos são estruturalmente 
formam na parte terminal desses e a distribuição semelhantes à espécie que causa a escabiose 
zonal das lesões são elementos para o humana, mas representam subespécies de S. 
diagnóstico. A sua confirmação é obtida scabiei , pois não são facilmente transferidas de 
fazendo um raspado do material cutâneo para a um hospedeiro para outro. 
obtenção de exemplares do ácaro e observação 
microscópica. SINTOMAS: 
Família Sarcoptidae : 
 EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCÓPTICA: Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e 
A sarna sarcóptica humana é conhecida desde engrossamento da pele. 
remota antigüidade. A infecção alastra-se Uma das características principais dessa 
rapidamente em grupos de pessoas como em parasitose é o prurido que vem sobretudo à 
hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais noite, quando o indivíduo deita para dormir. A 
etc., causando sérios inconvenientes. O lesão cutânea é típica: observam-se áreas 
contágio se realiza quando as fêmeas do ácaro eritematosas, pápulas foliculares e vesículas nas 
 passam do indivíduo atacado para o indivíduo regiões afetadas. 
sadio; é favorecido pelo uso de roupas de cama A maioria dos sintomas cutâneos é devida a 
ocupados anteriormente por pessoas infestadas, infecções secundárias. Há indicações de que a 
peças do vestuário e quase sempre é noturno. O primeira infestação pelo ácaro não determina 
contágio é facilitado pela falta de higiene e coceira imediata; depois de cerca de um mês 
promiscuidade. O ácaro localiza-se na epiderme, aparece o prurido e então se instala a coceira - o 
sob a camada córnea, predominantemente nos paciente tornou-se agora sensível ao ácaro. 
espaços interdigitais, cotovelos, axilas, sulco Após ter sido infestado uma vez, ao se 
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Sarnas - Astigmata 
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reinfestar, a inflamação tem lugar em poucas escamas semelhantes às da caspa. Não sendo 
horas. Uma pessoa já sensibilizada começa a se tratada, a sarna sarcóptica prejudica muito a 
coçar imediatamente e freqüentemente remove saúde dos animais que passam por um período 
o ácaro, terminando a infecção, enquanto que de desnutrição progressiva terminando com a 
na pessoa não sensibilizada o parasita se morte do animal. 
desenvolve por cerca de um mês antes que o 
hospedeiro tome conhecimento. - A sarna sarcóptica do carneiro e ovelhas se 
desenvolve nas partes não recobertas de lã, 
- Na cabra a sarna sarcóptica geralmente se portanto, na cabeça do animal. Provoca coceira 
inicia pela cabeça e orelhas, podendo intensa, determinando o ato de coçar 
 generalizar-se e invadir o corpo e membros. ocasionando lesões cutâneas; freqüentemente 
Caracteriza-se pela formação de crostas há infecção nos olhos que podem conduzir à 
acompanhada de coceira, perda de pêlos e perda da visão. 
espessamento da pele. 
- Na sarna sarcóptica dos cavalos , as primeiras 
- No cão a sarna sarcóptica manifesta-se no lesões visíveis ocorrem na cernelha e em torno 
início por um prurido ou coceira que coincide da cabeça, podendo também se iniciar pelo 
com o aparecimento de pequenos pontos peito e pelos

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