Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – RS Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia Livro didático – 2ª edição - 2007 essora de Parasitologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento de Microbiologia e Parasitologia Este livro didático tem a finalidade de auxiliar os alunos em Medicina Veterinária no estudo dos parasitas dos animais domésticos. INDICE: • Conteúdo Programático 13 • Conceitos em Parasitologia 17 • Tipos de Parasitos 17 • Tipos de Hospedeiros 18 18 • Tipos de Ciclo dos Parasitos • Especificidade dos Parasitos 18 • Ação do Parasito sobre o Hospedeiro 18 • Períodos de Parasitismo 19 • Classificação dos Seres Vivos 19 • Regras Internacionais de Nomenclatura Zoológica 20 22 • Filo Arthropoda • Classe Arachnida 23 • Ordem Acari (Acarina) 24 • Subordem Mesostigmata 24 • Família Dermanyssidae 24 o Gênero Dermanyssus 24 • Família Macronyssidae 25 o Gênero Ornithonyssus 26 • Família Laelapidae 26 o Gênero Laelaps 26 • Família Macrochelidae 27 o Gênero Macrocheles 27 28 • Família Varroidae o Gênero Varroa 28 • Família Raillietidae 29 o Gênero Raillietia 29 • Subordem Metastigmata (Carrapatos) 30 • Família Ixodidae (carrapatos duros) 30 o Gênero Rhipicephalus 33 o Gênero Boophilus 35 o Gênero Amblyomma 37 o Gênero Anocentor 38 38 • Família Argasidae (carrapatos moles) o Gênero Argas 39 o Gênero Ornithodorus 40 o Gênero Otobius 41 • Pôster Carrapatos 42 • Subordem Astigmata (sarnas) 43 44 • Morfologia das Sarnas • Família Sarcoptidae 45 o Gênero Sarcoptes 45 o Gênero Notoedres 45 • Família Cnemidocoptidae 46 o Gênero Cnemidocoptes 46 47 • Família Psoroptidae o Gênero Psoroptes 47 o Gênero Otodectes 48 o Gênero Chorioptes 48 • Subordem Actinedida (Prostigmata) 54 • Família Cheyletidae 54 o Gênero Cheyletiella 54 • Família Myobiidae 54 o Gênero Myobia 54 • Família Demodecidae 55 o Gênero Demodex 55 • Família Trombiculidae 57 o Gênero Trombicula, Eutrombicula 57 • Subordem Cryptostigmata 58 • Família Oribatidae 58 • Classe Insecta 59 • Classificação dos insetos 64 65 • Ordem Phthiraptera (Piolhos) • Subordem Amblycera (Antenas escondidas) 66 o Gênero Menopon 67 o Gênero Menacanthus 67 o Gênero Heterodoxus 68 • Subordem Ischnocera (Antenas livres) 68 o Gênero Trichodectes 68 o Gênero Bovicola 69 o Gênero Felicola 69 o Gênero Goniodes 69 o Gênero Lipeurus 70 • Subordem Anoplura (Picadores - Sugadores) 70 o Gênero Pediculus 70 o Gênero Pthirus 72 o Gênero Haematopinus 73 o Gênero Linognathus 74 • Pôster Piolhos 76 • Ordem Hemiptera 77 o Família Reduviidae (Barbeiros) 77 • Gênero 78 Panstrongylus • Gênero 78 Triatoma • Gênero 79 Rhodnius o Família Cimicidae (Percevejos) 79 • Gênero 79 Cimex o Gênero Ornithocoris 80 • Ordem Siphonaptera (Pulgas) 82 o Gênero Tunga 83 o Gênero Ctenocephalides 84 o Gênero Pulex 85 o Gênero Xenopsylla 85 • Pôster Pulgas 87 • Ordem Diptera 88 • Classificação dos Diptera 89 91 • Subordem Nematocera - Classificação • Subordem Nematocera (Mosquitos) 92 o Gênero Anopheles 92 o Gênero Aedes 93 o Gênero Culex 94 o Gênero Culicoides 96 o Gênero Lutzomyia 98 • Gênero 100 Simulium • Subordem Brachycera Tabanomorpha (Mutucas) 102 o Gênero Chrysops 104 o Gênero Tabanus 105 • Subordem Brachycera Cyclorrapha (Moscas) 107 o Gênero Musca 108 o Gênero Fannia 109 o Gênero Stomoxys 109 o Gênero Haematobia 110 o Gênero Cochliomyia 111 o Gênero Chrysomyia 113 o Gênero Phaenicia 114 o Gênero Sarcophaga 114 • Gênero Oestrus 115 • Gênero Dermatobia 116 o Gênero Gasterophilus 118 • Seção Pupipara 119 • Família Hippoboscidae 119 o Gênero Hippobosca 119 o Gênero Pseudolinchia 119 o Gênero Lipoptena 120 o Gênero Melophagus 120 • Filo Protozoa – Chave de Classificação 121 • Filo Protozoa (Unicelulares) 122 • Subfilo Sarcomastigophora 123 • Classe Mastigophora – Locomoção por Flagelos 124 o Gênero Tritrichomonas 125 o Gênero Giardia 126 o Gênero Histomonas 127 o Gênero Trypanosoma 128 o Gênero Leishmania 131 • Subfilo Apicomplexa 134 134 • Classe Sporoazida ou Coccidia o Gênero Eimeria 136 o Gênero Isospora 137 o Gênero Cryptosporidium 138 o Gênero Toxoplasma 139 o Gênero Cystoisospora 137 o Gênero Neospora 140 o Gênero Hepatozoon 142 • Classe Piroplasmasida 144 o Gênero Babesia 144 • Ordem Rickettsias 147 o Gênero Ehrlichia 147 o Gênero Anaplasma 149 151 • Helmintologia (Metazoários) • Filo Plathelmintos (Vermes Achatados) 151 • Classe Trematoda (Vermes em forma de folha) 152 o Gênero Fasciola 153 o Gênero Eurytrema 154 o Gênero Paramphistomum 156 o Gênero Schistosoma 156 • Classe Cestoda (Vermes segmentados) 159 o Gênero Taenia 161 o Gênero Echinococcus 163 o Gênero Davainea 165 o Gênero Raillietina 165 o Gênero Dipylidium 166 o Gênero Amoebotaenia 167 o Gênero Anoplocephala 168 o Gênero Paranoplocephala 168 o Gênero Moniezia 170 o Gênero Thysanosoma 171 • Filo Nemathelminto (Vermes redondos) – Chave de 173 Classificação • Classe Nematoda 174 • Ordem Rhabditida 176 o Gênero Strongyloides 176 • Ordem Oxyurida 178 o Gênero Oxyuris 178 • Ordem Ascaridida 179 o Gênero Heterakis 179 o Gênero Ascaridia 180 o Gênero Ascaris 180 o Gênero Parascaris 181 o Gênero Neoascaris 182 o Gênero Toxocara 182 o Gênero Toxascaris 183 • Ordem Strongylida 184 o Gênero Strongylus 185 o Gênero Triodontophorus 188 o Gênero Syngamus 189 o Gênero Stephanurus 190 o Gênero Oesophagostomum 192 o Gênero Ancylostoma 194 o Gênero Bunostomum 196 o Gênero Trichostrongylus 198 o Gênero Haemonchus 199 o Gênero Cooperia 201 o Gênero Ostertagia 202 o Gênero Hyostrongylus 203 o Gênero Dictyocaulus 205 o Gênero Nematodirus 206 207 • Ordem Spirurida o Gênero Habronema 207 o Gênero Draschia 208 o Gênero Dipetalonema 209 o Gênero Dirofilaria 210 • Ordem Enoplida 211 o Gênero Trichuris 211 o Gênero Capillaria 213 o Gênero Dioctophyma 213 • TÉCNICAS 215 • Coleta e montagem de endoparasitas 215 • Pesquisa de ectoparasitas 217 • Pesquisa e coletade ácaros produtores de sarna 220 221 • Técnicas helmintológicas • Técnica de Willis 222 • Técnica de Hoffman 222 • Técnica de Baermann 223 • Técnica de Sedimentação pelo acetato de etila 224 • Técnica de centrífugo-flutuação 225 225 • Técnica de Mac Master • Exame direto de fezes 227 • Coprocultura 227 • Esfregaço direto de fezes 228 • Método da gota espessa 228 • Fórmulas 230 232 • Exame de fezes de cão e gato • Exame de fezes de ruminantes 238 • Exame de fezes de suínos 246 • Exame de fezes de equinos 251 • Exame de fezes de aves 257 • Diagnóstico dos principias protozoários 261 • Principais artefatos encontrados em exame de fezes 271 13 ______________________________________________________________________________________________ CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Os ectoparasitos devem ser entregues em C, identificados com nome do o álcool 70Disciplina: Parasitologia Veterinária espécime, data e local da coleta. A etiqueta Curso : Medicina Veterinária deve ser escrita em papel de seda à lápis e Departamento: Microbiologia e Parasitologia imersa dentro do vidro onde está o parasito. Horas/aula : 90 Validade: a partir de 2002 Os endoparasitos devem ser fixados em Railliet- Henry (ácido acético+formol+água), EMENTA : Estudo morfológico, ecológico, identificados com nome do espécime, data e biológico e sistemático dos principais parasitas local da coleta. A etiqueta deve ser escrita em dos animais domésticos. Estudo do controle e papel de seda a lápis e imersa dentro do vidro diagnóstico. onde está o parasito. OBJETIVOS : PROGRAMA DA DISCIPLINA: Oferecer aos estudantes do Curso de Medicina Veterinária: UNIDADE I Conhecimentos sobre taxonomia, nomenclatura, sinonímias, morfologia, fisiologia, localização e INTRODUÇÃO A PARASITOLOGIA hospedeiros dos parasitos dos animais - Conceito domésticos. - Definição de Parasito Conhecimentos sobre o ciclo evolutivo, a - Tipos de parasito epidemiologia e a importância econômica dos - Tipos de Hospedeiro parasitos dos animais domésticos. - Tipos de ciclos do parasito Aplicação das técnicas de diagnóstico - Especificidade dos Parasitos parasitológico para identificação dos parasitas - Ação do parasito sobre o hospedeiro dos animais domésticos. - Períodos de Parasitismo MATERIAL PARA AULAS PRÁTICAS: REGRAS INTERNACIONAIS DE Jaleco, Agulha histológica, pinça. NOMENCLATURA -Classificação dos seres vivos AVALIAÇÕES: -Classificação das Espécies, Gêneros, Famílias, Os alunos serão avaliados através de duas -Ordem e Classes. provas (práticas, escritas e/ou orais) e apresentação de coleção de parasitas. UNIDADE II FILO ARTHROPODA COLEÇÃO: 1.1-CLASSE ARACHNIDA A coleção é composta por seis alunos. 1.1.1-Ordem Acarina Subordem Mesostigmata _____________________________________________________________________________________________ a 14 ______________________________________________________________________________________________ -Família Dermanyssidae - Família Pediculidae -Família Macronyssidae -Família Laelapidae 1.2.2. – Ordem Hemiptera -Família Macrochelidae a- Sub-Ordem Gymnocerata -Família Varroidae - Família Reduviidae -Família Raillietidae - Família Cimicidae Sub-Ordem Metastigmata 1.2.3. – Ordem Siphonaptera - Família Ixodidae a- Sub-Ordem Fracticipta - Família Argasidae - Família Hystrichopsyllidae Sub-Ordem Astigmata b- Sub-Ordem Integricipta - Família Sarcoptidae - Família Hectopsyllidae - Família knemidocoptidae - Família Pulicidae - Família Psoroptidae 1.2.4. –Ordem Diptera Sub-Ordem Prostigmata a- Sub-Ordem Nematocera Famílias: - Família Culicidae - Demodecidae- Demodex - Família Ceratopogonidae - Myobiidae- Myobia - Família Simulidae -Cheyletidae - Cheyletiella - Família Psychodidae -Trombiculidae- Trombicula b- Sub-Ordem Brachycera Tabanomorpha Sub-Ordem Cryptostigmata - Família Tabanidae - Família Oribatidae c- Sub-Ordem Brachycera Cyclorrhapha 1.2.- CLASSE INSECTA - Família Muscidae 1.2.1. – Ordem Phthiraptera - Família Calliphoridae a- Sub-Ordem Amblycera - Família Sarcophagidae - Família Menoponidae - Família Oestridae - Família Boopidae - Família Cuterebridae - Família Gasterophilidae b- Sub-Ordem Ischnocera - Família Hippoboscidae - Família Trichodectidae - Família Philopteridae UNIDADE III Protozoários c- Sub-Ordem Anoplura - Conceito. Morfologia Geral - Família Haematopinidae - Endamoebidae, Trichomonadidae _____________________________________________________________________________________________ a 15 ______________________________________________________________________________________________ - Hexamitidae, Mastigoamoebidae - Trichuriidae - Trypanosomatidae - Eimeridae AULAS PRÁTICAS - Sarcocystidae - Plasmodidae, Haemoproteidae, - Coleta e conservação de Artrópodes - Hepatozoidae - Mallophaga e Anoplura - Babesiidae, Theileridae - Diptera - Anaplasmataceae e Rickettsiaceae - Culicidae,Ceratopogonidae, Psychodidae e Simulidae UNIDADE IV - Brachycera e Muscidae Trematoda - Calliphoridae, Sarcophagidae, Oestridae, - Conceito. Morfologia Geral Cuterebridae, Gasterophilidae - Fasciolidae, Dicrocoelidae - Acari, Gamasida e Oribatida - Paramphistomatidae - Ixodida e Acaridida - Schistosomatidae - Coleta e conservação de Helmintos - Técnicas de exames de fezes - Técnicas de exame de fezes - Morfologia de ovos e oocistos UNIDADE V - Diagnóstico de Hemoparasitos Cestoda - Identificação de larvas de Trichostrongylidae - Conceito. Morfologia Geral - Morfologia de Nematódeos - Taeniidae. - Morfologia de Cestódeos - Davaineidae, Hymenolepidae - Morfologia de Trematódeos - Dilepididae, Anoplocephalidae. - Morfologia de Protozoários UNIDADE VI BIBLIOGRAFIA Nematoda BARRIGA, O. O. 2002. Las Enfermedades - Conceito. Morfologia Geral Parasitarias de los animales domésticos em la - Rhabditidae, Strongyloididae américa latina. Editorial Germinal, Santiago do - Oxyuridae Chile. 1 edição. 247 p. a - Ascaridae, Subuluridae, Heterakidae - Ancylostomatidae, Syngamidae, CARRERA, M. 1991. Insetos de Interesse a - Stephanuridae. Médico-Veterinário. Editora UFPR. 1 edição - Trichostrongylidae. 228 p. - Protostrongylidae, Dioctophymatidae. - Spiruridae, Ascaropidae. COSTA LIMA, A 1960. Insetos do Brasil – vols. - Physalopteridae. 1, 2 e 4. Ed. ENA/UFRRJ. - Acuriidae, Tetrameridae, Thelazidae. - Dipetalonematidae, Filariidae, _____________________________________________________________________________________________ a 16 ______________________________________________________________________________________________ FLECHTMANN, C. H. W. 1975. Elementos de REY. L. 2002. Bases da Parasitologia Médica. Acarologia. Editora Nobel. 344p. Editora Guanabara-Koogan. Segunda edição. 380 p. FORATINI, O. P. 1973. Entomologia Médica. a Volume 1-4 1 edição Universidade de São SLOSS, M. W. 1999. Parasitologia clínica 0 Paulo, 535 p. veterinária. 6 edição. Editora Manole. 208 p. FORTES, E. 1987. Parasitologia Veterinária – SOULSBY, E. J. L. 1977. Helminths, Arthropods a Editora Sulina 453 p. & Protozoa of Domestic Animals. 6 ed. Lea & Febiger 824 p. FREITAS, M. G. et al – 1982. Manual de a Acarologia Médica e Veterinária 6 edição URQUART,G.M.; ARMOUR, J.; DUNCAN, J. L.; UFMG, 252 p. DUNN, A. M.; JENNINGS, F. W. 1998. Parasitologia Veterinária. Segunda edição. GEORGI, J.R. Parasitologia veterinária. Editora Guanabara koogan. 273 p. Philadelphia. Portuguesa, Saunders. 1980. E-mail: HARDWOOD, R. F. & JAMES, M. T. 1979. Homepage: http://w3.ufsm.br/parasitologia Entomology in Human and Animal Health, 548 p parasito@w3.ufsm.br E-mail laboratório: HOFFMANN, R. P. 1987. Diagnóstico de Parasitismo Veterinário. Editora Sulina. 156 p. NEVES, J. 1983. Diagnóstico e Tratamento das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan. 1248p. PESSOA, S. B. 1978. Parasitologia Médica – a 10 edição Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 851 p. PINTO, C. 1938. Zooparasitos de Interesse Médico Veterinário. Pimenta de Mello & Cia, Rj. 375 p. REY, L. 2001. Parasitologia. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 856 p. _____________________________________________________________________________________________ a 17 ______________________________________________________________________________________________CAPÍTULO I Conceitos e Classificação ____________________________________________________________________________________ utilizado para endoparasitos (pode ocorrer I - CONCEITOS EM PARASITOLOGIA infecção sem haver manifestação de doença). 1) PARASITO: Origem grega significa ser que se alimenta de 5) INFESTAÇÃO: outro (hospedeiro). É o estado ou condição de ser infestado, Indivíduo que necessita outro ser para ter restrito à presença de parasitas externos.Termo abrigo, alimento, para reproduzir e perpetuar a utilizado para ectoparasitos. espécie. A relação parasita - hospedeiro é muito importante, por exemplo: - Acantocéfalos e cestóides: têm uma II - TIPOS DE PARASITOS: dependência de 100 % do hospedeiro, pois 1) OBRIGATÓRIO: necessitam deles para sua nutrição. Aquele que precisa de um hospedeiro para - Nematóides: têm uma dependência menor, sobreviver. Ex: Toxoplasma . pois possuem tubo digestivo e obtêm seu O no 2 próprio habitat. 2) FACULTATIVO: Aquele que pode ou não viver parasitando, ou 2) ENDOPARASITOS: seja têm fase de vida livre. Ex.: Sarcophagidae São aqueles que têm contato undo com (As moscas são atraídas pelo exsudato das tecidos e órgãos dos hospedeiros. Ex: helmintos lesões, botam ovos, eclodem as larvas que se e protozoários. alimentam do tecido necrosado. Normalmente essas larvas são encontradas em animais em 3) ECTOPARASITOS: putrefação. São aqueles que têm contato com a pele dos hospedeiros. Ex: artrópodes (ácaros e insetos) 3) ACIDENTAL: como berne, carrapatos, pulgas. Acidentalmente entra em contato com o hospedeiro porém não evolui nele. Aquele que 4) INFECÇÃO: vai a outro lugar que não o ideal e fica por Invasão de um hospedeiro por organismos acaso. Ex.: Dipylidium . (vírus, bactérias, protozoários, helmintos).Termo 4) TEMPORÁRIO : Procura o hospedeiro somente para se alimentar. Ex.: pulgas e mosquitos. _____________________________________________________________________________________________ a 18 ______________________________________________________________________________________________ 5) PERMANENTE : berne ovipõe na mosca de estábulo e passa de Permanece no hospedeiro em todas suas fases. ovo à larva. Ex.: sarnas. IV - TIPO DE CICLO DO PARASITO 6) PERIÓDICO: Apenas em uma determinada fase de sua vida 1) MONOXENO: é parasito. Aquele que parasita por tempo Infesta ou infecta diretamente seu HD, sem determinado. Ex: carrapato, berne, miíase. necessitar de HI. Ex: Haemonchus. III - TIPOS DE HOSPEDEIROS 2) HETEROXENO: Quando existe um ou mais HIs ou HDs . Ex: 1) DEFINITIVO (HD): Ciclo de Dipylidium, Fasciola. É aquele onde o parasito é encontrado na sua forma adulta. Em protozoários, ele se encontra V - ESPECIFICIDADE DOS PARASITOS na fase sexuada. 1) ESTENOXENOS: 2) INTERMEDIÁRIO (HI): Quando são muito específicos, só aceitam É aquele onde se encontra a forma imatura do aquele hospedeiro. Ex: Plasmodium . parasito. Em protozoários, ele se encontra na fase assexuada. Ex: Anopheles (HI do 2) EURIXENOS: Plasmodium ). Quando são pouco específicos, tendo uma variedade de hospedeiros. Ex: Toxoplasma . 3) PARATÊNICO : Hospedeiro de transporte. É aquele que alberga VI - AÇÃO DO PARASITO SOBRE O o parasito. É quase indispensável, entra no ciclo HOSPEDEIRO por acidente. Ex: Heterakis (no ciclo do Histomonas ). 1) AÇÃO MECÂNICA: A) Obstrução: como a de Ascaris , formam bolos de vermes no intestino e o obstruem. 4) VETOR: Usado para Artrópodes. Podem ser: B) Compressão: como a do cisto hidático, - Mecânico: que conforme vai crescendo vai comprimindo os Mero transportador. Ex: o ácaro Macrocheles orgãos. usa o besouro para se transportar. - Biológico: 2) AÇÃO ESPOLIADORA: É como um HI, pois vai haver um Seqüestram nutrientes e fluidos do hospedeiro. desenvolvimento do parasito. Ex: a mosca do Ex: Haemonchus. _____________________________________________________________________________________________ a 19 ______________________________________________________________________________________________ 3) AÇÃO INFLAMATÓRIA/ IRRITANTE: Penetração ativa de larvas na pele. Ex: CLASSIFICA ÇÃO ARTIFICIAL: Strongyloides papillosus. Apoia-se em caracteres de certos órgãos estudados pelo especialista e por ele escolhidos 4) AÇÃO DE TRANSMISSÃO: arbitrariamente. Transmitem agentes patogênicos. Ex: Carrapato transmitindo Babesia. DIVISÕES: VII - PERÍODOS DE PARASITISMO ESPÉCIE - é a reunião de indivíduos que possuem características semelhantes e que ao reproduzirem-se transmitem a sua descendência 1) PERÍODO PRÉ-PATENTE (PPP): Do momento da infecção até a maturidade esses mesmos caracteres, dando origem assim sexual. a novos indivíduos igualmente semelhantes. A espécie distingue-se pelos seus caracteres 2) PERÍODO PATENTE (PP): próprios, porém podem possuir certo número de Da fase adulta até a fase de fim da vida dos caracteres comuns com outros organismos que parasitos ou fim da infecção. Em protozoários, é lhes são vizinhos. Descendência comum: Graus a fase de reprodução sexuada. de variação quase que imperceptíveis; até em indivíduos da mesma geração, há grande semelhança entre eles. Cada grupo de CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS indivíduos representante da unidade zoológica -NECESSIDADE: constitui uma espécie. São tão semelhantes Distribuição dos seres em grupos formados entre si como os descendentes de um só segundo as afinidades mais ou menos íntimas e indivíduo, tendo traços comuns a todos eles e que pareçam evidentes para o especialista. que são denominados de caracteres específicos. CLASSIFICAÇÃO NATURAL: Apoia-se em dados filogenéticos (estuda a VARIEDADE E RAÇA: evolução de um grupo ou espécie de plantas ou Na mesma espécie podem ocorrer um ou mais animais, estudo da evolução das espécies), grupos com uma ou várias pequenas diferenças ontogênicos (estudo da origem e da forma específica típica, e que se perpetuam desenvolvimento desde o nascimento até na geração. Este grupo ou grupos recebem o adulto) e biogeografia procurando evidenciar as nome de variedade ou raça. diferenças e as relações de parentesco entre os Pode desaparecer ao modificar o meio em que pontos extremos da árvore genealógica dos vivem. seres vivos e que representam as espécies atuais conhecidas. Desta forma procura-se SUB-ESPÉCIE: esclarecer a história da evolução destes seres. _____________________________________________________________________________________________ a 20 ______________________________________________________________________________________________ Formas intermediárias entre espécie e Ramo ou Filo – Conjunto de Classes. variedade. Grupo de indivíduos que apresenta Os diversos ramos ou filos pertencem ao Reino dentro da espécie alguma característica animal ou ao Reino vegetal . particular que se transmite por herança. Ex: Felis catus domesticus . TERMOS INTERMEDIÁRIOS: Há necessidade, em diversos casos, de GÊNERO: fazermos grupamentos intermediários entre os A reunião de espécies chama-se de GÊNERO. diversos grupos, antepondo-se prefixos sub ou Muitos gêneros, além dos caracteres que lhes super conforme o grupamento situar-se são peculiares, apresentam (em comum com respectivamente abaixo ou acima de um certo outros gêneros) certo número de caracteres grupo. Desta forma, podemos Ter: FILO – sub- também semelhantes, e a reunião desses filo, CLASSE – sub-classe. grupos todos constituem um conjunto mais vasto ORDEM – sub-ordem – super-família – FAMÍLIA que se denomina FAMÍLIA. – sub-família – Tribu.Grupos de espécies consideradas próximas GÊNERO – sub-gênero – ESPÉCIE – sub- entre si pela comunidade de certos caracteres espécie – variedade. denominados genéricos, recebendo cada grupo o nome de gênero (genus). A validade dos REGRAS INTERNACIONAIS DE caracteres genéricos apoiados em poucos NOMENCLATURA ZOOLÓGICA caracteres podem carecer de base, pois a descoberta de grupos intermediários de Código que visa impedir confusões na espécies nas quais estes aspectos apresentam designação científica dos animais grande gama de variação, levam o especialista uniformizando-a. Tem como ponto de partida a a agrupar vários gêneros sob uma designação classificação de Linnaeus 1758. única. Nomenclatura Zoológica é o sistema de nomes GRUPOS SUPERIORES AO GÊNERO: científicos aplicados aos animais vivos ou Família – Terminam sempre em idae. Conjunto fósseis. A nomenclatura zoológica é de gêneros que mantêm entre si grandes independente de outros sistemas. afinidades, oferecendo certo número de traços comuns. No caso da existência de famílias Uma só palavra (uninominal): também com certo número de características O nome de um grupo superior à espécie. Ex: comuns com outras famílias, sua reunião vai se Necator (gênero), Ancylostomidae (família), constituir numa ORDEM. Strongyloidea (superfamília), Nematoda Ordem – Conjunto de Famílias. As diversas (Classe). ORDENS do mesmo modo podem reunir-se formando uma CLASSE. Duas palavras (binominal): Classe – Conjunto de Ordens. _____________________________________________________________________________________________ a 21 ______________________________________________________________________________________________ O nome de espécie. Ex: Necator americanus, Ancylostoma caninum. Três palavras (trinominal): O nome de subespécie. Ex: Hymenolepis nana fraterna, Trypanosoma vivax vienes. Parênteses: O nome de um subgênero é escrito dentro de parênteses, entre o nome genérico e o nome específico. Ex: Heterakis (Heterakis) gallinarum, Oesophagostomum (Bovicola) radiatum. A nomenclatura deve ser em latim ou latinizada; se for uma combinação arbitrária de letras deve ser formado de modo a ser tratado como palavra latina. O nome genérico (gênero) deve ser empregado como substantivo no nominativo singular e sempre escrito com a primeira letra maiúscula. Ex: Oxyuris equi, Babesia caballi. O nome específico (espécie) deve ser sempre escrito em letra minúscula. Um nome específico dedicado a uma mulher deve terminar em ae e se for para homem em i. Ex: cuvieri – ruthae. -O nome de uma sub-família é formado acrescentando-se inae. Ex: Culicinae -O nome de família é formado acrescentando-se idae. Ex: Eimeriidae -O nome de uma superfamília deve ter a terminação oidea. Ex: Strongyloidea -Tribo deve terminar em ini. Ex: Anophelini _____________________________________________________________________________________________ a 22 ______________________________________________________________________________________________ CAPÍTULO II Artrópodes ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA ( ARTHRON = ARTICULAÇÃO, E PODOS =PÉS) - Tubo digestivo completo. CARACTERÍSTICAS: - Sistema circulatório aberto (a hemolinfa não - Apêndices articulados. está contida em vasos, é transparente, contém - Simetria bilateral. hemócitos e circula entre os órgãos). - Corpo geralmente segmentado (somitos, - Respiração por traquéias, brânquias e/ou metâmeros) e articulado exteriormente. pulmões. - Cabeça, tórax e abdômen diferenciados - Fecundação interna. (insetos) ou fusionados (ácaros). - Presença de órgãos de sentido como antenas, - Exoesqueleto endurecido (quitina). pêlos sensitivos. - Fazem mudas. - Reprodução sexuada. CLASSES DE IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRI A: Classes ARACHNIDA INSECTA PENTASTOMIDA Exemplos Aranha, escorpião, Piolho, pulga, mosca, Linguatulídeos. carrapato e sarna. mosquito. Regiões do corpo Cefalotórax, abdômen Cabeça, tórax, abdômen Corpo lanceolado Peças bucais Quelíceras, palpos Labro, mandíbulas, Dois pares de ganchos maxilas e lábio o N de Antenas Áceros Díceros Áceros Pares de patas 4 pares patas 3 pares patas Ápodes Ciclo evolutivo Direto, exceto acarinos indireto Indireto _____________________________________________________________________________________________ a ______________________________________________________________________________________________ 23 CLASSE ARACHNIDA Ordem Acarina (Acari) MESOSTIGMATA METASTIGMATA PROSTIGMATA ASTIGMATA ORIBATIDA o o (sem dentes no hipostômio) (Estigma entre o 3 e 4 par (estigma situado (sem estigma respiratório) Cryptostigmata o de patas ou atrás do 4 par anteriormente) (respiração de patas e hipostômio com cutânea) dentes recurrentes) Dermanyssidae - Dermanyssus Argas Demodecidae- Demodex Notoedr es Oribatuloidea Argasidae- Ornithodorus Sarcoptidae - Sarcoptes Macronyssidae- Ornythonissus Otobius Myobiidae- Myobia Knemidocoptidae- Knemidocoptes Laelapidae- Laelaps Ixodidae- Rhipicephalus Cheyletidae - Cheyletiella Psoroptidae - Psoroptes Varroidae- Varroa Boophilus Otodectes Amblyomma Chorioptes Trombiculidae- Trombicula Macrochelidae - Macrocheles Anocentor (só a larva é parasita, com 3 pares de patas) Railletidae- Railletia Myocoptidae - Myocoptes Analgidae - Megninia Acaridae - Ácaros da poeira __________________________________________ ___________________________________________________ a 24 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ PARTE I Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ GÊNERO: Dermanyssus FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA ESPÉCIE: Dermanyssus gallinae ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERÍSTICAS: CARACTERÍSTICAS: - Escudo dorsal redondo. - Ácaros de pequeno porte. - Quelíceras que terminam em quelas - Quelíceras modificadas e palpos curtos. (bifurcação). - Cefalotórax e abdômen fusionados. - Todas as patas com garras e carúnculas. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Escudos truncados posteriormente. - Larvas com três pares de patas. - Chamado vulgarmente de piolhinho, ácaro - Ninfas e adultos com quatro pares de patas. vermelho das aves). - Respiração cutânea ou traqueal. - Passa a maior parte do tempo fora do hospedeiro, em frestas e gaiolas. Quando no SUBORDEM MESOSTIGMATA (Gamasida) hospedeiro, preferem a região da cloaca. (meso - mediano; stigmata - espiráculo) - Especificidade baixa e ciclo rápido (45 dias). CARACTERÍSTICAS: HOSPEDEIROS: - Um par de estigmas respiratórios ao nível da Parasita de galinhas e outras aves coxa II e III abrindo-se em peritremas (principalmente canários). alongados. - Presença de escudo dorsal. CICLO: - Hipostômio desprovido de dentes recurrentes. - Podem ser de vida livre ou parasitas internos (vias respiratórias) ou externos de répteis, aves e mamíferos. - Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocar reações cutâneas e alguns podem causar anemia. - Ciclo: ovo - larva - protoninfa - deutoninfa - adultos FAMÍLIA DERMANYSSIDAE Figura 1. Visão dorsal do ácaro das aves, Dermanyssus sp. _____________________________________________________________________________________________ a 25 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________desenvolvimento das aves jovens. - Pode atacar o homem causando dermatites. - Podem ser vetores de agentes patogênicos (vírus, bactérias). - A anemia pode levar a morte dos animais. - CONTROLE: - Remoção dos ninhos das aves. - Limpeza dos galinheiros, gaiolas. - Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações. - Higiene e isolamento das aves parasitadas. - Aquisição de aves livres de ácaros. Figura 2. Dermanyssus sp. montado em lâmina FAMÍLIA MACRONYSSIDAE A fêmea desse ácaro inicia a postura 12 a 24 GÊNERO Ornithonyssus horas após se alimentar de sangue no ESPÉCIES: Ornithonyssus bursa, hospedeiro. Ovos são depositados em fendas Ornithonyssus sylviarum ou detritos acumulados no galinheiro, ninhos das galinhas ou de outras aves. As fêmeas CARACTERÍSTICAS: fazem várias posturas sucessivas, sendo cada - Escudo dorsal pontiagudo. postura precedida de uma alimentação de - Quelíceras finas e longas. sangue. 48 a 72 horas após a postura há a - Especificidade baixa e ciclo rápido. eclosão das larvas (estas não se alimentam) e - Geralmente passa todo o ciclo sobre a ave. em 24 a 48 horas passam a protoninfa. 24 a 48 - Hematófago. horas passam a deutoninfa (estas se alimentam) - Fora do hospedeiro pode sobreviver até dois e em mais 24 a 48 horas passam a adultos. meses sem alimentação. O ciclo todo pode ser completado em 7 dias. - Localização preferida é na cloaca que fica com Adultos podem sobreviver até 4 a 5 meses no aparência de suja (escura), mas em grandes ambiente sem alimentação. infestações é encontrado em todo o corpo da O hábito alimentar é noturno. De dia são ave. encontrados nos ninhos e frestas dos galinheiros. HOSPEDEIROS: Galinhas e outras aves domésticas (perus, IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA patos) e silvestres (pombos, pardais). E SAÚDE PÚBLICA: - Provoca diminuição da postura, perda de ESPÉCIE: Ornithonyssus bacoti peso, irritação, anemia, influencia no _____________________________________________________________________________________________ a 26 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ animais devem ser tratados com acaricidas. CARACTERÍSTICAS: - Parasita de ratos silvestres, podendo parasitar FAMÍLIA LAELAPIDAE GÊNERO Laelaps ratos brancos e camundongos, pois podem entrar em laboratórios. ESPÉCIES: Laelaps nuttalli, Echinolaelaps echidninus CICLO: As fêmeas fazem a postura sobre o hospedeiro - O 1 par de patas é em forma de S e projeta- o ou nos ninhos, sendo grande o número de ovos se anteriormente. nas plumas das aves - As larvas eclodem em - Placa genito-ventral ou placa epiginial em cerca de três dias (não se alimentam) - em 17 forma de gota e escavada posteriormente. horas passam a protoninfas que se alimentam - - Presença de cerdas no corpo. mais 1 a 2 dias passam a deutoninfas - mais 1 a - Placa dorsal não é dividida e cobre quase todo 2 dias à adultos. o dorso. Ciclo pode ser completado em 7 dias. Figura 4. Ácaro Laelaps sp. HOSPEDEIROS: Ratos Figura 3. Ornithonyssus adulto. CICLO: São ovovivíparos. A fêmea dá nascimento a IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA larvas que não se alimentam após 10 a 12 horas E SAÚDE PÚBLICA: da fecundação - em 3 a 8 dias passam a Mesmo do gênero Dermanyssus. protoninfa - em 3 a 8 dias passa a deutoninfa - e em mais 5 a 6 dias a adultos. CONTROLE : Habitam os ninhos dos ratos. Mesmo do gênero Dermanyssus , porém os _____________________________________________________________________________________________ a 27 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ HOSPEDEIROS: IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA Moscas (principalmente Musca domestica ) e E SAÚDE PÚBLICA: outros insetos. Tem importância em animais de laboratório. O Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de CICLO: um protozoário ( Hepatozoon muris ) que se aloja As fêmeas deste ácaro utilizam-se das moscas no fígado dos ratos. e outros insetos para dispersão e efetuam a Os ácaros adquirem o protozoário ao postura nos locais de criação de mosca (fezes). parasitarem ratos infestados. O rato ao ingerir o As larvas eclodem em 6 a 10 horas apresentam ácaro adquire a infecção. 3 pares de patas e não se alimentam. Em 6 a 11 O Echinolaelaps pode provocar dermatite no horas mudam para protoninfas, em 13 a 24 homem. horas para deutoninfas e levam quase 24 horas da fase de deutoninfa à adultos. CONTROLE: Limpeza das gaiolas, esterilizá-las com calor, vapor, acaricidas. Aplicação de acaricida nos ratos. FAMÍLIA MACROCHELIDAE GÊNERO Macrocheles ESPÉCIE Macrocheles muscaedomesticae CARACTERÍSTICAS: - Quelíceras queladas fortemente. Figura 5. Ácaro Macrocheles sp. - Placa dorsal única. - Primeiro par de patas mais fino, mais longo e sem carúnculas e garras que os demais. - Escudo ventral e genital separados. - Encontra-se em fezes de ruminantes, eqüinos e aves de postura. - Alimentam-se de larvas de moscas e nematóides. - Funciona como controle biológico dos outros, pois os insetos carregam agentes patogênicos (bactérias). - Parasita outros artrópodes. Figura 6. Ácaro Macrocheles parasitando Musca domestica. _____________________________________________________________________________________________ a 28 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ O ciclo é completado em 2 a 3 dias. CARACTERÍSTICAS: Enquanto a mosca completa 1 geração o ácaro - Escudos desenvolvidos e bastante completa 3 gerações. quitinizados (ex: escudo metapodal ou As fêmeas podem ficar ovipositando por até 24 metapodossomal). dias e cada uma coloca um total de 90 ovos. - Patas bem desenvolvidas com ventosas. - Corpo mais largo do que longo. IMPORTÂNCIA: - A larva da abelha morre ou tem disfunção de - Os adultos são predadores dos ovos e larvas alguma estrutura devido à alimentação do o de 1 ínstar de moscas, enquanto que as ácaro com hemolinfa. ninfas alimentam-se mais comumente de nematóides promovendo um controle biológico. - É problemático em insetos criados em laboratório. CONTROLE: - Por ser um problema em laboratórios, recomenda-se o uso de telas nas janelas e portas para impedir o acesso de moscas, já que estas podem estar dispersando os ácaros. - Pulverizar as fezes para controlar as larvas (não é ideal porque mata também os predadores e passada a ação do inseticida há uma superpopulação de larvas) e pulverizar o ambiente (instalações). CONTROLE BIOLÓGICO: É complicado por requerer ambiente úmido, porém não fluído e não se alimentam de larvas Figura 7. Visão ventral (acima) e dorsal de o o de 2 e 3 ínstar, consomem em média dez Varroa jacobsoni . presas por dia, não são muito longevos (a fêmea vive em média três semanas). HOSPEDEIROS : FAMÍLIA VARROIDAE Abelhas. GÊNERO Varroa CICLO: ESPÉCIE Varroa jacobsoni Pouco conhecido. Alguns estudos relatam a _____________________________________________________________________________________________ a 29 Ácaros - Mesostigmata ____________________________________________________________________________________ preferência desse ácaro por zangões, pois estes ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas têm livre acesso a outras colméias, levando a no meio ambiente. As fêmeasdão nascimento dispersão do ácaro. as larvas (ovovivíparas) que não se alimentam. Esse ácaro provoca escarificação da pele do IMPORTÂNCIA: animal ao fixar-se (o pedicelo possui garras) o Ocorrem grandes prejuízos em apiários, que leva a uma otite bacteriana subclínica principalmente em regiões frias pelo estresse, o (facilita a penetração das bactérias). Os ácaro parasita principalmente larvas e pupas, o zebuínos são mais sensíveis a esse ácaro do que causa má formação dos insetos ou morte. que o gado europeu, e a presença do ácaro no Quando os insetos adultos são ouvido é comum nos animais (20-40 ácaros por parasitados eles tem diminuição na sua ouvido). produção e no caso de zangões há o perigo do ácaro alastrar-se para IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA outras colméias E SAÚDE PÚBLICA: Os prejuízos maiores são em colméias puras Tem importância apenas como porta de entrada onde os insetos são mais sensíveis (Europa, para bactérias e conseqüentemente otites EUA), no Brasil com os bacterianas. cruzamentos das espécies melíferas, estas adquirem maior resistência a esse ácaro. CONTROLE: Limpeza e aplicação de acaricida no conduto FAMÍLIA RAILLIETIDAE auditivo, pois a presença do ácaro pode levar a GÊNERO Raillietia otite. CARACTERÍSTICAS: - Parasita o conduto auditivo externo. - Escudo dorsal sem forma. - Presença de placa anal. ESPÉCIES Raillietia flecthmanni, Raillietia auris, Raillietia caprae. HOSPEDEIROS: Raillietia flecthmanni - búfalos e bovinos Raillietia auris - bovinos Raillietia caprae - caprinos (principal) e ovinos CICLO: As fêmeas, machos e larvas localizam-se no _____________________________________________________________________________________________ a 30 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ PARTE II Carrapatos ____________________________________________________________________________________ FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA ORDEM ACARI (ACARINA) CARACTERÍSTICAS: - Ácaros de pequeno porte. - Quelíceras modificadas e palpos curtos. - Cefalotórax e abdômen fusionados. - Corpo coberto por placas dorsais e ventrais. - Larvas com três pares de patas. - Ninfas e adultos com quatro pares de patas. Figura 9. Teleógina de carrapato. - Respiração cutânea ou traqueal. - Fêmeas com área porosa na base do capítulo. - Hipostômio com dentes recurrentes. SUBORDEM METASTIGMATA (carrapatos) - Carrapatos com escudo dorsal cobrindo toda a (meta - atrás; stigmata - espiráculo) face dorsal no macho e somente 1/3 face dorsal da fêmea, ninfa e larva. FAMÍLIA IXODIDAE - Podem ser vetores de agentes patogênicos, provocarem reações cutâneas e causarem anemia. - Dimorfismo sexual nítido. - Ciclo: ovo - larva - ninfa – adultos. CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS: As fêmeas após se destacarem dos hospedeiros procuram um abrigo próximo ao solo, onde Escudo põem grande quantidade de ovos. O período de ovipostura é de vários dias. Terminada a oviposição as fêmeas morrem. Figura 8. Escudo incompleto na fêmea e completo no macho de Ixodidae. Os ovos são castanhos, esféricos e pequenos. O desenvolvimento do ovo até adulto depende CARACTERÍSTICAS : muito das condições de temperatura. As baixas - Possuem um par de estigmas respiratórios ao temperaturas prolongam os estádios de nível da coxa IV abrindo-se em peritremas desenvolvimento. curtos. _____________________________________________________________________________________________ a 31 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ alguns dias, a larva sofre muda da cutícula e se transforma em ninfa. Esta que é octópoda espera alguns dias para o enrijecimento da cutícula, ingurgita-se de sangue e muda novamente de cutícula para se transformar em adultos (macho ou fêmea). As fêmeas repletas de sangue se desprendem do hospedeiro e no solo após um período de descanso, iniciam a ovipostura. Os machos permanecem mais tempo no Figura 10. Postura de Ixodidae. hospedeiro. A cópula usualmente ocorre sobre o Durante o desenvolvimento os ixodídeos hospedeiro. passam pelos estádios de larva hexápoda, ninfa octópoda e adulto. CLASSIFICAÇÃO DO CICLO DE ACORDO Larvas eclodidas sobem pelas gramíneas e COM O NÚMERO DE HOSPEDEIROS: arbustos e esperam a passagem do hospedeiro 1- Monoxeno - Carrapato de um só hospedeiro para os quais se transferem. – É quando todos os três estádios (larva, ninfa e Após sugar o sangue dos hospedeiros durante adulto) se alimentam no mesmo hospedeiro, Figura 11. Ciclo de Boophilus microplus. _____________________________________________________________________________________________ a 32 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ onde também realizam as mudas. – Carrapato de três hospedeiros – 3- Trioxeno 2- Dioxeno – Carrapato de dois hospedeiros – Para cada estádio há um hospedeiro, todas as Os estádios de larva e ninfa são no mesmo mudas são feitas fora do hospedeiro. hospedeiro, onde também é realizada a primeira ecdise. A segunda ecdise se realiza no solo e o ixodídeo adulto procura um segundo hospedeiro. Figura 12. Ciclo de um carrapato monoxeno. Amblyomma (Trioxeno) 1- Larvas se alimentam no animal e ingurgitam. 2- Larva muda para ninfa no solo. 3- Ninfa se alimenta, ingurgita e deixa o animal. 4- Ninfa muda para macho ou fêmea 5- Machos e fêmeas copulam e se alimentam no animal. 6- Fêmea vai ao solo fazer postura. Figura 13. Ciclo de um carrapato trioxeno. _____________________________________________________________________________________________ a 33 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ Chave para identificação dos gêneros da família Ixodidae encontrados no Brasil 1- Escudo sem ornamentação 2 Escudo com ornamentação 4 2- Olhos ausentes 3 Olhos presentes 4 3- Festões ausentes e sulco anal anterior ao ânus Ixodes Festões presentes, sulco anal posterior ao ânus, segundo artículo dos palpos angular Haemaphysalis lateralmente 4- Festões presentes 5 Festões ausentes 6 5- Com 11 festões e olhos presentes Amblyomma Com 7 festões e olhos presentes Anocentor Festões presentes somente nos machos, escudo usualmente sem ornamentação, coxa I Rhipicephalus com 2 espinhos longos, com 4 placas adanais ventrais (2 pouco desenvolvidas) 6- Sulco pós-anal ausente nas fêmeas e pouco evidente nos machos, Coxa I com dois Boophilus espinhos curtos em ambos os sexos, com 4 placas adanais bem desenvolvidas OBS: Larvas – Possuem 3 pares de patas e escudo incompleto. Ninfas – Possuem 4 pares de patas e escudo incompleto. Fêmeas – Possuem 4 pares de patas e aparelho genital. Machos - Possuem 4 pares de patas, escudo completo e aparelho genital. GÊNERO: Rhipicephalus - Base do gnatossoma geralmente hexagonal. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Palpos e rostro curtos. Base do capítulo hexagonal Placas adanais Figura 15. Macho de Rhipicephalus Figura 14. Ninfa de Rhipicephalus sanguineus. sanguineus. _____________________________________________________________________________________________ a 34 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________- Escudo sem ornamentação; olhos e festões presentes, coxa I bífida. - Machos com um par de placas adanais desenvolvidas e um par rudimentar. - Peritremas em forma de vírgula acentuados no macho e pouco acentuados na fêmea. ESPÉCIE: Rhipicephalus sanguineus HOSPEDEIROS: - Parasita de cães, mas pode parasitar também gato e carnívoros silvestres. CICLO: É um carrapato que exige três Figura 16. Cão parasitado por Rhipicephalus sanguineus. hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), As fêmeas põem de 2000 a 3000 ovos em toda pois todas as mudas são feitas fora dos sua vida. hospedeiros. PARÂMETROS BIOLÓGICOS PERÍODO DIAS Pré- postura 3 Incubação 17-60 Sucção da larva 2-7 Muda da larva 5-23 Sucção da ninfa 4-9 Muda da ninfa 11-73 Sucção da fêmea 6-30 SOBREVIVÊNCIA Altas infestações provocam desde leves As larvas não alimentadas podem sobreviver até irritações até anemia por ação espoliadora. oito meses e meio. O carrapato pode atacar qualquer região do As ninfas seis meses. corpo, porém é mais freqüente nos membros Adultos até 19 meses. anteriores e nas orelhas. É considerado o principal transmissor da babesiose canina; a IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA transmissão pode ser transovariana ou E SAÚDE PÚBLICA: transestadial, pode também transmitir vírus e Este carrapato é comum em cães. _____________________________________________________________________________________________ a 35 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ bactérias. Pode atacar o homem causando dermatites. CONTROLE: -Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes com intervalos de 14 dias. -Limpeza dos canis. -Aplicação de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalações. -Higiene e isolamento dos cães. Figura 18. Macho de Boophilus microplus. - Festões ausentes. GÊNERO Boophilus ou - Peritremas arredondados ou ovais. Rhipicephalus - Machos com dois pares de placas adanais Atualmente, após sequenciamento genético o desenvolvidas e geralmente com gênero Boophilus passou a ser subgênero de prolongamento caudal. Rhipicephalus , passando então a se chamar Rhipicephalus (Boophilus) microplus. ESPÉCIE Rhipicephalus ( Boophilus) microplus HOSPEDEIROS: Bovídeos, pode ser encontrado em outros hospedeiros domésticos e silvestres. CICLO: O R.(B.) microplus é um carrapato de um só hospedeiro (monoxeno). As fêmeas ingurgitadas (denominadas teleóginas) e prestes a darem início a Figura 17. Gnatossoma de Rhipicephalus (Boophilus) microplus ovoposição desprendem-se naturalmente do hospedeiro e no solo procuram um lugar CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: apropriado para a ovipostura. - Rostro e palpos curtos, achatados, rugosos A oviposição pode durar vários dias. As lateral e dorsalmente. teleóginas realizam a postura de 3000 a 4000 - Base do gnatossoma hexagonal. ovos que permanecem aglutinados. Terminada - Escudo sem ornamentação. a ovoposição a fêmea morre. - Olhos presentes. _____________________________________________________________________________________________ a 36 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ A duração do ciclo não parasitário varia muito *NAS PASTAGENS: dependendo das condições climáticas, sendo 27 a)Limpeza das pastagens 0 C e 80% umidade as condições ideais para o Mudança de vegetação através de drenagem, desenvolvimento do ciclo. calagem e gradagem do solo diminui consideravelmente a quantidade de larvas na pastagem. A limpeza, com corte de pastos, de arbustos IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA: 1- Dano direto causado pela picada do (abrigos naturais das larvas) contribui para carrapato, com irritação local e perda de sangue diminuição da infestação dos rebanhos. -A picada do carrapato provoca irritação e predispõe o animal a ataques de moscas – b)Rotação das pastagens miíases. Consiste na mudança dos rebanhos para novas -A pele irritada serve de via de acesso para pastagens em épocas estratégicas, de acordo infecções secundárias. com a biologia do carrapato. -Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5 ml de A pastagem deve permanecer em descanso por sangue, o que provoca anemia e perda na determinado tempo até que as larvas morram produtividade de carne e leite. por falta de alimentação. -Desvio de energia: Há um enorme esforço do animal para compensar os danos causados pelo c)Queima das pastagens carrapato o que representa um desvio de É um método bastante utilizado no Brasil, porém energia que seria convertida para produção. pouco eficaz, pois algumas larvas não morrem -Desvalorização dos couros e diminuição na porque penetram no solo ou nas partes mais produção das vacas leiteiras. undas da vegetação. 2- Inoculação de toxinas d)Tratamento das pastagens com -Durante a sucção eles injetam substâncias carrapaticida tóxicas prejudiciais a saúde dos bovinos. Não compensa, é uma operação difícil e -As picadas podem produzir uma paralisia que onerosa. se inicia nos membros anteriores e em poucos dias atinge todos os órgãos. Não se tem notícia *CONTROLE NO HOSPEDEIRO disso no Brasil. a)Banho de Imersão É o método preferido há vários anos. 3- Transmissão de doenças Utilizado para propriedades com grande número -Transmite a Babesia e o Anaplasma agentes de animais, pois o custo das instalações e gasto causadores da tristeza parasitária bovina. com produtos químicos é alto. -Pode transmitir também viroses e bactérias. b)Aspersão ou spray CONTROLE: _____________________________________________________________________________________________ a 37 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ É econômico e prático, utilizado em pequenas não deixar que entrem em açudes após o propriedades. banho. Os resultados dependem muito da habilidade e - Enviar ao laboratório se preciso, amostras do do cuidado do operador. banho para medir concentração do O jato de deve molhar o animal no sentido medicamento. oposto a implantação do pelos. GÊNERO Amblyomma É mais seguro que o de imersão para animais novos e vacas gestantes. Deve-se seguir a risca as instruções dos CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: fabricantes dos carrapaticidas. - Palpos e hipostômio longos. - Geralmente ornamentado. RECOMENDAÇÕES NA APLICAÇÃO DOS - Olhos e festões presentes. BANHOS: - Base do gnatossoma de formas variadas. - Verificar o nível da suspensão ou emulsão no - Placas adanais ausentes no macho. tanque carrapaticida, ajustando o volume com - Peritremas em forma de vírgula ou triangular. adição de água ou de carrapaticida. - Homogeneizar a emulsão ou suspensão, revolvendo o sedimento antes de banhar o gado. - Fazer a recarga do banheiro de acordo com as instruções do fabricante. - Banhar os animais descansados e sem sede. - Banhar os animais nas horas mais frescas do dia. - Evitar exposição dos animais ao sol quente. - Evitar banhar os animais em dias de chuva, e Figura 20. Carrapato Amblyomma sp. ESPÉCIE Amblyomma cajennense HOSPEDEIROS: - Parasita a maioria dos animais domésticos e alguns silvestres. - Pode parasitar o homem. Figura 19. Peritrema de Amblyomma. CICLO: _____________________________________________________________________________________________ a 38Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ É um carrapato que exige três hospedeiros para completar o ciclo (trioxeno), pois todas as ESPÉCIE Anocentor nitens mudas são feitas fora dos hospedeiros. A fêmea põe de 6000 a 8000 ovos em toda sua HOSPEDEIROS: Eqüídeos. vida. LOCALIZAÇÃO: Principalmente no pavilhão IMPORTÂNCIA: auricular. Pode transmitir vários agentes patogênicos, como Borrelia, agente da doença de Lyme e CICLO: Rickettsia rickettsi causadora da febre Monoxeno. maculosa. As fêmeas põem em média 3000 ovos no solo. A sua picada pode originar ferimentos na pele As larvas podem resistir até 71 dias sem se de cura demorada. alimentar quando as condições são favoráveis. CONTROLE: IMPORTÂNCIA: Mesmo do Rhipicephalus. Pode transmitir vários agentes patogênicos como Babesia . GÊNERO Anocentor A sua picada pode originar ferimentos na pele com até perda da orelha. . Favorece miíases. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Rostro e palpos relativamente curtos. - Peritremas circulares (parece um dial de telefone). - Escudo sem ornamentação. - Com sete festões. - Coxas IV muito maiores que as demais. - Sem placas adanais. Figura 22. Fêmea de A. nitens FAMÍLIA ARGASIDAE CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Não possuem escudo. - Gnatossoma ventral nos adultos e nas ninfas e anterior nas larvas. Figura 21. Peritrema de Anocentor nitens _____________________________________________________________________________________________ a 39 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ - Palpos livres. - Orifício genital entre as coxas I e II. - Fêmeas sem áreas porosas na base do capítulo. - Tegumento coriáceo, rugoso e granuloso. - Peritrema entre o 3 e 4 par de coxas. - Dimorfismo sexual pouco acentuado. GÊNEROS DE IMPORTÂNCIA: Argas, Ornithodorus e Otobius . GÊNERO Argas CARACTERÍSTICAS MORFOLOGICAS: - Face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido. - Achatado dorso-ventralmente. - Aparelho bucal na face ventral. Figura 24. Face dorsal e ventral de Argas sp. . - Durante o dia os adultos permanecem escondidos em buracos e frestas, sob cascas de árvores, lugares protegidos da luz. - À noite saem dos esconderijos e sobem nas aves para sucção que dura em média 30 minutos. - Após a alimentação as ninfas e adultos voltam para os esconderijos e as fêmeas se preparam para postura. - Cada sucção corresponde a uma postura de 120 a 180 ovos. Figura 23. Carrapato Argas sp. - A fêmea põe ao todo uns 600 ovos. - O período de incubação dos ovos é de três HOSPEDEIROS: semanas dependendo da temperatura e Galinha, peru, pombo e outras aves. Carrapato umidade. comum em galinheiros. - A larva hexápoda ataca as aves, fixando-se geralmente na pele do peito e sob as asas onde CICLO: _____________________________________________________________________________________________ a 40 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ suga durante 5 a 10 dias, depois disso ela - Os adultos copulam fora do hospedeiro, nos retorna ao esconderijo. esconderijos, e as fêmeas só realizam postura - Depois de ingurgitada ela volta ao após o repasto sangüíneo. esconderijo onde muda a cutícula transformando-se na N1 (ninfa 1 ou protoninfa). IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA - Esta procura o hospedeiro e alimenta-se por E SAÚDE PÚBLICA: -Tem importância pela sua ação espoliadora 30 a 60 min. levando à anemia e mortalidade de aves, - Regressa ao abrigo e muda para N2. principalmente as jovens. - Esta também procura o hospedeiro se - Há lesões hemorrágicas na pele. alimenta e muda. -Os carrapatos irritam as aves, estas bicam a - Após a muda aparecem os adultos. pele e conseqüentemente há diminuição da - Ciclo biológico em condições favoráveis de postura. temperatura e umidade se completa em 2 -Há desenvolvimento retardado das aves novas. meses. -Serve como transmissor de microorganismos (Borreliose). DIAGNÓSTICO: Procurar os ácaros à noite, larvas a qualquer hora do dia principalmente embaixo das asas. GÊNERO Ornithodorus CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: -Argasidae sem limitação das faces dorsal e ventral. - Formato de corpo retangular. Figura 25. Ciclo do carrapato de aves Argas. -Hipostômio bem desenvolvido nos adultos. 1- Adultos ingurgitam sobre a ave. 2- Fêmea cai e faz postura dos ovos. HOSPEDEIROS: 3- Larvas fixam-se na ave. Homem e animais domésticos. 4- Larvas ingurgitam. 5- Larvas caem e fazem ecdise. CICLO: 6- Ninfas 1 fixam-se na ave e ingurgitam. Vivem em solo arenoso, em áreas sombreadas, 7- Ninfas 1 caem e fazem ecdise para Ninfas 2 ao redor de árvores. 8- Ninfas 2 sobem na ave e ingurgitam. 9- No solo as N2 passam a adultos, macho e fêmea. Muito parecido com o anterior, só mudam os 10- Adultos sobem na ave e alimentam-se. hospedeiros e passam por duas ou mais fases de ninfa antes de chegarem a adultos. _____________________________________________________________________________________________ a 41 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ HOSPEDEIROS: - Eqüinos. - Ruminantes. - Suínos. - Caninos. - Homem. ESPÉCIE: Otobius megnini CARACTERÍSTICAS: - Vive nos estádios larvais e ninfais nas orelhas de eqüídeos, bovinos, ovinos e outras espécies. - Os adultos não são parasitos. - Todas as mudas são realizadas no hospedeiro. - Os parasitos sugam sangue e causam Figura 26. Vista dorsal e ventral de Ornithodorus sp. irritação que resulta em inflamações. - As larvas e ninfas localizam-se na orelha. IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA - Os adultos vivem em esconderijos como E SAÚDE PÚBLICA: galhos de árvores onde ocorre a cópula e a -Transmissor da Borrelia causadora da doença postura (adultos não se alimentam). de Lyme. - As larvas eclodem, vão até o hospedeiro -São hematófagos e provocam grande irritação. (orelha) em 5 a 15 dias passam a ninfa1 – ninfa2 – podem ficar até seis meses na orelha CONTROLE: – deixam o hospedeiro e vão para lugares Destruição dos esconderijos, aplicação de altos e secos onde se transformam em acaricidas. adultos. GÊNERO Otobius DIAGNÓSTICO: Otoscopia para visualizar larvas e ninfas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Argasidae com tegumento granuloso no estádio adulto. - Olhos ausentes. - Hipostômio bem desenvolvido na ninfa e vestigial nos adultos. _____________________________________________________________________________________________ a 42 Carrapatos - Metastigmata _____________________________________________________________________________________________ Labor at ór i o de Par as i tol og ia V eter iná r ia da UF SM Res po nsáv el : Dr a Si l vi a Go nzal ez M ont ei r o Principais Carrapatos de Importância Médica Veterinária Amblyomma Amblyomma (peritrema) Anocentor Anocentor (peritrema) Boophilus Boophilus (peritrema) Rhipicephalus Rhipicephalus (Peritrema) _____________________________________________________________________________________________ a 43 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________PARTE III Sarnas ____________________________________________________________________________________ SUBORDEM: SARCOPTIFORMES OU um hospedeiro susceptível. Contato direto entre ASTIGMATA os animais e fômites. CARACTERÍSTICAS: PERÍODO DE INCUBAÇÃO : -Ácaros sem estigmas respiratórios (trocas Varia com a espécie, susceptibilidade do gasosas pela pele). hospedeiro, número de ácaros transferidos e -Coxas fundidas a face ventral do corpo. local de transferência. Varia de 2 a 6 semanas. -Quelíceras com quelas. -Corpo pouco quitinizado. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO: -Tarsos com empódio unciforme ou em forma de Ovos, larvas, duas gerações de ninfas e adultos. ventosa. -Olhos ausentes. CICLO COMPLETO -Psoroptidae: 8 a 20 dias / -Sarcoptidae: 10 a TRANSMISSÃO: 20 dias. Ocorre quando os ácaros são transferidos para Família Gênero Hospedeiro Vertebrado Espécie Sarcoptidae Sarcoptes Homem Sarcoptes scabiei (Ácaros escavadores) Eqüinos S. scabiei var . equi Cães S. scabiei var. canis Suínos S. scabiei var. suis Bovinos S. scabiei var. bovis Ovinos S. scabiei var . ovis Caprinos Notoedres Gatos, coelhos,rato Notoedres cati, N. cuniculi, N. muris Cnemidocoptidae Cnemidocoptes Galiformes Cnemidocoptes gallinae (Ácaros escavadores) (sarna podal das aves) Galiformes Cnemidocoptes mutans Periquito Cnemidocoptes pilae Eqüinos Psoroptes equi Coelhos Psoroptes cuniculi Psoroptes Ovinos Psoroptes ovis Psoroptidae Bovinos Psoroptes natalensis (Ácaros superficiais) Psoroptes bovis Psoroptes caprae Chorioptes Ruminantes, eqüinos e coelhos Chorioptes ovis, Chorioptes bovis, Chorioptes equi, Chorioptes cuniculi Otodectes Cão, Gato, e outros carnívoros Otodectes cynotis _____________________________________________________________________________________________ a 44 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ MORFOLOGIA DAS SARNAS: Figura 27. Sarcoptes sp. Figura 30. Psoroptes sp Figura 28. Notoedres sp. Figura 31. Chorioptes sp. Figura 29. C nemidocoptes sp. Figura 32. Otodectes sp. _____________________________________________________________________________________________ a 45 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ 1-FAMÍLIA SARCOPTIDAE: (ESCAVADORES) - Escavam galerias na pele (intradérmicas) na CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: qual penetram undamente provocando um - 0,2 a 0,5 mm espessamento da pele, sem formação de - Gnatossoma cônico, tão longo quanto largo. crostas. - Corpo estriado com áreas escamosas e - Corpo globoso. espinhos curtos e grossos na face dorsal. - Rostro curto e largo. - Machos com ventosas nas patas I, II, e IV. - Patas curtas e grossas - Fêmeas com ventosas nas patas I e II. - Patas posteriores encaixadas total ou - Ânus terminal. parcialmente no idiossoma (parte final do - Pedicelo longo e simples corpo). - Corpo globoso. GÊNERO: Notoedres - Machos sem ventosas copuladoras adanais. - Gêneros: Sarcoptes, Notoedres. ESPÉCIE: Notoedres cati (gato), muris(rato) Figura 33. Túneis escavados por Sarcoptes e Notoedres na epiderme. GÊNERO: Sarcoptes ESPÉCIE: Sarcoptes scabiei: var. equi, var. Ânus dorsal canis, var. suis. Figura 35. Sarna do gênero Notoedres CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Sarna da cabeça do gato. - Ânus dorsal. Presença de - Corpo globoso. espinhos - 0,1 a 0,25 mm. - Machos com ventosas nas patas 1, 2 e 4. Figura 34. Sarna do gênero Sarcoptes sp. - Fêmeas com ventosas nas patas 1 e 2. _____________________________________________________________________________________________ a 46 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ - Face dorsal com escamas rombas. - Corpo estriado, face dorsal com saliências mamelonadas. CICLO BIOLÓGICO : - Gnatossoma mais largo do que longo. GÊNERO Sarcoptes e Notoedres - Fêmeas sem ventosas nas patas. Em seu ciclo evolutivo passam pelas fases de - Machos com cerdas longas e ventosas em ovo, larva, duas fases de ninfa, macho, fêmea todas as patas. imatura e fêmea adulta ou ovígera. A - Pedicelos não segmentados. transformação da fêmea imatura em adulta - Ânus terminal ocorre após a fertilização. A fêmea fertilizada - Apresentam duas cerdas ao lado do ânus escava galerias na epiderme, onde se nutre de linfa. À medida que escava seu túnel, vai efetuando a postura dos ovos. Esses vão surgindo com 2 a 3 dias de intervalo e se Gnatossoma mais sucedem durante dois meses, ficando para trás largo que longo os mais velhos. A fêmea gasta cerca de meia hora para atravessar a camada córnea da pele. O trajeto das galerias pode ser reconhecido pelo aspecto irritativo e pelas excreções enegrecidas que a fêmea vai deixando. Os ovos dão nascimento, em cerca de cinco dias, a larvas hexápodes que passam para a superfície da pele onde procuram alimento, abrigo e passam por uma ecdise, surgindo as ninfas, octópodes. Após nova muda de pele, surgem os machos e as fêmeas imaturas; o primeiro procura essas últimas para a fertilização. Passados alguns dias, a fêmea imatura, já fertilizada, passa por nova ecdise resultando na fêmea adulta, que procura penetrar na pele recomeçando o ciclo. Assim, o ciclo se completa em 10 a 14 dias. Figura 36. Sarna do gênero Cnemidocoptes 2- FAMÍLIA CNEMIDOCOPTIDAE Ciclo biológico do gênero Cnemidocoptes GÊNERO Cnemidocoptes As fêmeas não praticam galerias como fazem as ESPÉCIE Cnemidocoptes mutans do gênero Sarcoptes; elas permanecem CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: sedentárias e sua presença determina uma - Sarna podal dos galináceos. proliferação epidérmica acompanhada de - Não possuem espinhos na face dorsal. aumento da substância córnea. Essa _____________________________________________________________________________________________ a 47 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ proliferação é bem marcada nas excrescências em que se desenvolve o tecido esponjoso, não das patas, resultado de um tecido alveolar se nota mais qualquer sinal de inflamação. tomado de numerosas pequenas câmaras, repletas de ácaros em todos os estágios do 3- FAMÍLIA PSOROPTIDAE – ácaros não desenvolvimento. O ácaro invade ativamente a escavadores epiderme, penetrando no folículo plumoso ou - São ácaros superficiais, produzem formação atravessando diretamente a camada córnea de crostas espessas. epidérmica, Instala-se nas camadas superficiais - Corpo ovóide. da epiderme, danificando-a em direção à derme. - Face dorsal sem espinhos. Ao mesmo tempo os bordos da depressão por - Rostro longo e cônico. onde penetrou reagem produzindo uma - Machos com ventosas (copuladoras) adanais. 0 abundante quantidade de substância córnea que - Patas longas e espessas, 4 par de patas nos vai recobrir totalmente a depressão, machos é menor que o terceiro. transformando-a em uma pequena bolsa - Gêneros: Psoroptes, Chorioptes, Otodectes . fechada. No estágio seguinte as células GÊNERO Psoroptes epidérmicas entram em proliferação, englobando o ácaro. No interior da câmara o ácaro CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: permanece separado do estrato por germinativo - Corpo ovóide. da pele por uma fina camada de queratina. - Parasitas deeqüídeos, bovinos, ovinos,e Pouco a pouco a câmara vai se aundando coelhos. na derme. Parece que todo o desenvolvimento - 0,5 a 0,8 mm. do ácaro se verifica no interior dessas bolsas. Em certo momento a bolsa primitiva dará origem, por meio de um mecanismo semelhante ao brotamento, a uma bolsa secundária que acaba por se separar da bolsa mãe. A repetição do mecanismo conduz finalmente à produção de um tecido esponjoso. Apenas na fase inicial da invasão das camadas superficiais da epiderme pelo ácaro estabelece- se uma reação inflamatória; esta consiste em uma necrose focal da parte da derme ou epiderme imediatamente subjacente ao ponto de penetração do ácaro. Observa-se também a presença de um exsudato inflamatório. Logo que Pedicelo triarticulado o ácaro se instala mais undamente na Figura 37. Sarna do gênero Psoroptes epiderme, essas manifestações inflamatórias desaparecem e durante os estágios seguintes, _____________________________________________________________________________________________ a 48 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ - Gnatossoma mais longo que largo. - Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Patas grossas e longas terminando em longos - Machos sem tubérculos abdominais. pedicelos tri-segmentados GÊNERO Chorioptes : - Machos com ventosas nas patas I, II e III. - Fêmeas com ventosas nas patas I, II e IV. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Machos apresentam duas ventosas - Sarna de ovinos, bovinos, caprinos e eqüinos. copulatórias ao lado do ânus - 0,3 a 0,6 mm. 0 - Machos com 4 par de patas bem reduzido. - Gnatossoma tão longo quanto largo. - Ânus terminal. - Machos com ventosas nas patas I, II, III e IV. - Fêmeas com ventosas nas patas I,II e IV. GÊNERO Otodectes - Pedicelo curto e simples, sem segmentação. - Peças bucais arredondadas. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS: - Machos com tubérculos abdominais. - Sarna auricular de cães e gatos. - 0,3 a 0,5 mm. Pedicelo curto - Ventosas com pedicelos curtos e simples, sem segmentação. Ápódemas - Corpo ovóide. divergentes 0 - O 4 par de patas das fêmeas é muito pequeno. - Gnatossoma em forma de cone. - Fêmeas com ventosas nas patas I e II. Figura 39. Ácaro Chorioptes sp. Ciclo biológico dos gêneros Psoroptes, Otodectes e Chorioptes Ápódemas convergentes As sarnas psorópticas são produzidas por ácaros dos gêneros Psoroptes, Otodectes e Chorioptes , da família Psoroptidae dos ácaros Astigmata parasitos. Caracterizam-se por serem sarnas não penetrantes, superficiais, em que o agente causal não pratica galerias dentro da Figura 38. Macho de Otodectes sp. _____________________________________________________________________________________________ a 49 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ pele do hospedeiro, e se desenvolve nas regiões intermamário, escroto, regiões glúteas, podendo, lanosas ou bem dotadas de pêlos dos animais. no entanto, estender-se por todo o corpo, sendo Elas apresentam as mesmas fases evolutivas raro no rosto. O papel patogênico não reside em seu ciclo que Sarcoptes scabiei , no entanto, somente na lesão produzida pelo ácaro mas não praticam galerias no interior da pele. Esses também na contaminação secundária desta ou ácaros picam a pele causando irritação, das escoriações provocadas pelo indivíduo ao descamação e exsudação de soro, vivem e se se coçar. multiplicam sob a descamação provocada e a Ácaros das sarnas sarcópticas dos animais sua contínua atividade provoca o agravamento domésticos podem infestar o homem, porém a da lesão. Alastra-se de preferência nas regiões de origem animal é muito menos grave do que a bem dotadas de pêlos do corpo do animal. humana, porque os ácaros não escavam a pele e não se multiplicam. Ocorre apenas uma DIAGNÓSTICO DAS SARNAS : erupção papular avermelhada, com prurido que Detecção dos ácaros nas galerias (extração desaparece em poucas semanas. mediante agulhas) ou em raspados de pele. A Os ácaros que causam a sarna sarcóptica dos verificação dos túneis, das vesículas que se animais domésticos são estruturalmente formam na parte terminal desses e a distribuição semelhantes à espécie que causa a escabiose zonal das lesões são elementos para o humana, mas representam subespécies de S. diagnóstico. A sua confirmação é obtida scabiei , pois não são facilmente transferidas de fazendo um raspado do material cutâneo para a um hospedeiro para outro. obtenção de exemplares do ácaro e observação microscópica. SINTOMAS: Família Sarcoptidae : EPIDEMIOLOGIA DA SARNA SARCÓPTICA: Pus, crostas e escamas, alopecia, prurido e A sarna sarcóptica humana é conhecida desde engrossamento da pele. remota antigüidade. A infecção alastra-se Uma das características principais dessa rapidamente em grupos de pessoas como em parasitose é o prurido que vem sobretudo à hospitais, escolas, estabelecimentos comerciais noite, quando o indivíduo deita para dormir. A etc., causando sérios inconvenientes. O lesão cutânea é típica: observam-se áreas contágio se realiza quando as fêmeas do ácaro eritematosas, pápulas foliculares e vesículas nas passam do indivíduo atacado para o indivíduo regiões afetadas. sadio; é favorecido pelo uso de roupas de cama A maioria dos sintomas cutâneos é devida a ocupados anteriormente por pessoas infestadas, infecções secundárias. Há indicações de que a peças do vestuário e quase sempre é noturno. O primeira infestação pelo ácaro não determina contágio é facilitado pela falta de higiene e coceira imediata; depois de cerca de um mês promiscuidade. O ácaro localiza-se na epiderme, aparece o prurido e então se instala a coceira - o sob a camada córnea, predominantemente nos paciente tornou-se agora sensível ao ácaro. espaços interdigitais, cotovelos, axilas, sulco Após ter sido infestado uma vez, ao se _____________________________________________________________________________________________ a 50 Sarnas - Astigmata _____________________________________________________________________________________________ reinfestar, a inflamação tem lugar em poucas escamas semelhantes às da caspa. Não sendo horas. Uma pessoa já sensibilizada começa a se tratada, a sarna sarcóptica prejudica muito a coçar imediatamente e freqüentemente remove saúde dos animais que passam por um período o ácaro, terminando a infecção, enquanto que de desnutrição progressiva terminando com a na pessoa não sensibilizada o parasita se morte do animal. desenvolve por cerca de um mês antes que o hospedeiro tome conhecimento. - A sarna sarcóptica do carneiro e ovelhas se desenvolve nas partes não recobertas de lã, - Na cabra a sarna sarcóptica geralmente se portanto, na cabeça do animal. Provoca coceira inicia pela cabeça e orelhas, podendo intensa, determinando o ato de coçar generalizar-se e invadir o corpo e membros. ocasionando lesões cutâneas; freqüentemente Caracteriza-se pela formação de crostas há infecção nos olhos que podem conduzir à acompanhada de coceira, perda de pêlos e perda da visão. espessamento da pele. - Na sarna sarcóptica dos cavalos , as primeiras - No cão a sarna sarcóptica manifesta-se no lesões visíveis ocorrem na cernelha e em torno início por um prurido ou coceira que coincide da cabeça, podendo também se iniciar pelo com o aparecimento de pequenos pontos peito e pelos
Compartilhar