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Aula 03 Prosa Romântica • Brasil pós-Independência; • Romance = instrumento de redescoberta do país e de busca de identidade nacional; • Reconhecimento dos espaços nacionais: a selva, o campo e a cidade. Características gerais: • Impasse amoroso com final feliz ou trágico; • Amor como redenção; • Idealização do herói; • Idealização da mulher; • Personagens planas; • Flash-back narrativo; • Linguagem metafórica. Principais Autores e Obras: Joaquim Manuel de Macedo: sentimental, adaptou o romance europeu às necessidades nacionais. Mostrou superficialmente a vida da burguesia urbana da época. • A Moreninha (1844): amor entre Augusto e Carolina. José de Alencar: elaborou um projeto literário comprometido com a construção de uma cultura brasileira, além de se preocupar com a língua nacional. Suas obras de abrangência social, histórica e geográfica procuraram abarcar a multiplicidade dos aspectos brasileiros, no mais das vezes, idealizados. • Romances Indianistas: Iracema, O Guarani e Ubirajara • Romances Históricos: A Guerra dos Mascates, As Minas de Prata e Alfarrábios. • Romances Regionalistas: O Gaúcho, O Sertanejo, O Tronco do Ipê, ... • Romances Urbanos: Lucíola, Diva, A Pata da Gazela, Senhora, Sonhos d’Ouro, ... Obras em destaque: Iracema: relato de caráter lendário do Ceará, por meio do romance entre Iracema, a virgem dos lábios de mel, e Martim, o colonizador branco, cujo filho, Moacir (o filho da dor), simboliza a submissão do índio ao homem branco. Lucíola: em cartas a Sra. G.M., Paulo conta sua história de amor vivida com a cortesã Lúcia no Rio de Janeiro imperial. Apesar das diferenças sociais, eles se apaixonam e Lúcia, para provar seu verdadeiro amor, abdica da vida de devassidão a que foi obrigada para salvar a família vitimada pela febre amarela e assume seu verdadeiro nome – Maria da Glória - . Fica grávida, mas sofre um abordo e morre nos braços de seu amado. Senhora: narra a história de amor e vingança entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas abordando a influência do dinheiro nas relações amorosas e nos casamentos da época. O romance divide-se em quatro partes, que correspondem às etapas de uma transação comercial: preço, quitação, posse e resgate. Manuel Antônio de Almeida: escritor de uma só obra, antecipou o Realismo com Memórias de um Sargento de Milícias. • Narrativa de costumes Corte de D. João VI • Narrador: 3ª pessoa • Predomínio do humor • Precursor do Realismo Crítica social Anti-herói (1º malandro da literatura brasileira) • Linguagem coloquial • Enfoque nas classes populares • Leonardo e Luizinha • Major Vidigal = Lei e Ordem Realismo 1857 – Madame Bovary, Gustave Flaubert 1881 – Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis » Contexto histórico trouxe o fim do Idealismo Romântico e a necessidade de uma nova arte: Realismo. No Brasil: Na década de 1880, o Brasil ainda era uma nação agrária, monarquista e escravocrata. Apesar dos movimentos liberais, só nos últimos anos dessa década, ocorreram a Abolição (1888) e a Proclamação da República (1889). Entre os fatos históricos que marcaram o Brasil de 1880 a 1900, destacam-se a aprovação da Lei Áurea, a Proclamação da República, a promulgação da primeira Constituição Republicana brasileira e a criação da Academia Brasileira de Letras. Características Gerais: • Objetividade e racionalismo; • Verossimilhança; • Contemporaneidade; • Anti-herói e mulher não idealizada (desmistificação dos heróis românticos); • Crítica aos valores burgueses; • Análise psicológica; •Narração lenta. Temáticas: • Descrença na estrutura familiar e no casamento; • Parasitismo social; • Fracasso permeando a vida dos indivíduos; • Adultério, egoísmo, vaidade, hipocrisia, interesse; • Limite entre loucura e razão; • Ambiguidade nas ações e nos personagens; • Crítica ao clero, à Monarquia e ao preconceito racial. Principal Autor e Obras: MACHADO DE ASSIS 1ª Fase: Romântica • Convencionalismo • Conformismo • Personagens Planas Romances: A mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia 2ª Fase: Realista • Análise crítica da burguesia • Desprezo pelas Instituições • Análise Psicológica • Ironia • Humor melancólico • Pessimismo Contos: O Alienista, Missa do Galo, A Cartomante, Conto de Escola, O Caso da Vara, Pai contra Mãe, etc. Romances: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Memórias Póstumas de Brás Cubas: esse romance é uma revolução em termos de estrutura e linguagem. O público do romance romântico estava acostumado ao episódio, aos incidentes circunstanciais das personagens. Machado de Assis escreve um romance que se caracteriza pela lentidão, pela análise exaustiva. O enfoque central não é a vida social ou a descrição da paisagem, mas a maneira como as personagens veem e sentem as circunstâncias em que vivem. É narrado em primeira pessoa por um defunto, Brás Cubas, que está preocupado em reexaminar, de modo irônico, mas radical, os principais momentos de sua vida. As lembranças não aparecem linearmente, dependem das oscilações da memória. O personagem mostra seus mais secretos desejos e anomalias e também as hipocrisias de uma sociedade que estrutura sua vida sobre falsos valores. Brás Cubas conta seus amores por Marcela, paixão desenfreada de sua juventude, seus ideais para vencer na vida, sempre equivocados, e sua relação amorosa com Virgília, esposa do seu amigo Lobo Neves. No livro, o autor analisa a teoria do Humanitismo, do seu amigo filósofo Quincas Borba. A análise individual e social é sarcástica, impiedosa, até corrosiva, e o romance está impregnado de amargura cruel e niilista, que encontramos nas palavras de Brás Cubas: “ Ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: - Não tive filhos, não transmito a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” Quincas Borba: narrado em 3ª pessoa, o romance conta a história do modesto professor Rubião que recebe a grande herança do falecido filósofo Quincas Borba, com a condição de cuidar de seu cachorro, também chamado Quincas Borba. Rubião abandona a pequena cidade do interior, mudando-se para o Rio de Janeiro, onde é enganado e explorado por um bando de parasitas sociais, especificamente pelo casal Cristiano Palha e Sofia. Sofia percebe a paixão do professor por ela e se diverte com sua ingenuidade. Tais reveses, além do amor frustrado por Sofia acabam levando o professor à demência. Ele retorna acidade natal – Barbacena - , onde morre abandonado e ridicularizado por quase todos. Ao seu lado, apenas o cão, que também vem a falecer. Dom Casmurro: o romance se vale de uma situação cheia de incertezas para sugerir quase tudo e revelar muito pouco. Já envelhecido, Bentinho, apelidado de Dom Casmurro devido a sua amarga solidão, resolve “atar as duas pontas da vida” através da reconstituição dos principais fatos de sua existência. Assim, em retrospectiva, técnica que lhe dá chances para um aprofundado estudo psicológico, o autor faz Bentinho contar de seu amor por Capitu, sua experiência no seminário, sua amizade com Escobar e finalmente o casamento com sua amada – Capitu. Transtornado pelociúme e pela dúvida sobre a traição de Capitu e Escobar, Bentinho separa-se da mulher e do filho ficando cada vez mais solitário e casmurro. Esaú e Jacó: narrado em 3ª pessoa, a história criada pelo Conselheiro Aires, também personagem do romance, gira em torno dos irmãos gêmeos, Pedro e Paulo. Adversários na infância, na juventude e na maturidade; vão se opor em tudo. Um será conservador, o outro liberal. Só num aspecto coincidem, além da semelhança física: a paixão por Flora, jovem indecisa entre o amor de ambos. Flora termina morrendo sem conseguir optar por nenhum dos gêmeos, que continuam cada vez mais desunidos. Vale lembrar que a inimizade dos irmãos, além de remeter à disputa entre os personagens bíblicos Esaú e Jacó, é também uma alegoria política do Brasil da época que viva o processo de transição entre a monarquia e a república. Memorial de Aires: a obra não tem propriamente um enredo: estrutura-se em forma de um diário escrito pelo Conselheiro Aires (personagem que já aparecera em Esaú o Jacó), onde o narrador relata, miudamente, sua vida de diplomata aposentado no Rio de Janeiro de 1888 e 1889. Sucedem-se, nas anotações do conselheiro, episódios envolvendo pessoas de suas relações, leituras do seu tempo de diplomata e reflexões quanto aos acontecimentos políticos, sociais e culturais. Destaca-se, dando uma certa unidade aos fragmentos de que o livro é composto, a história de Tristão e Fidália. Ela, viúva moça e bonita, é grande amiga do casal Aguiar, uma espécie de filha postiça de D. Carmo. Tristão, afilhado do mesmo casal, viajara para a Europa, em menino, com os pais. Visitando, agora, o Rio de Janeiro, dá muita alegria aos velhos padrinhos. Tristão e Fidélia acabam por apaixonar-se e, depois de casados, seguem para a Europa, deixando a saudade e a solidão como companheiros dos velhos Aguiar e D. Carmo. O Naturalismo, assim como o Realismo, se volta para a realidade. Entretanto, observa-a, analisa-a, disseca-a sob uma ótica rigorosamente científica. Os escritores naturalistas, valendo-se de temas inovadores, mostram a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas sociais, com espírito participativo e reformista. Características: Características do Realismo Racionalismo / Objetivismo Verossimilhança Denúncia Social Homem reduzido à condição animal determinado pelos instintos Predomínio do coletivo sobre o individual Personagens patológicas Enfoque nas classes populares Descritivismo fotográfico Autor Principal e Obras: Aluísio de Azevedo O Mulato – 1ª obra do naturalismo brasileiro • tragédia de Raimundo • racismo em São Luís, MA Casa de Pensão • narração em 3ª pessoa • Influência do ambiente no indivíduo • Amâncio, João Coqueiro, Mme. Brizard O Cortiço • Principal obra do naturalismo brasileiro • Painel do subúrbio do RJ • Denúncia contra a discriminação e a miséria • Influência do meio no comportamento •Taras sexuais e anomalias psicológicas » Cortiço = personagem principal » João Romão / Bertoleza » Miranda / Estela / Zulmira » Jerônimo / Rita Baiana Movimento literário de origem francesa, que representou na poesia o espírito positivista e científico da época, surgindo no século XIX em oposição ao romantismo. Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame da realidade, o Parnasianismo representou na poesia o retorno à orientação clássica, ao princípio do belo na arte, à busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte residia nela mesma, em sua perfeição, e não no mundo exterior. CARACTERÍSTICAS: 1. Objetividade / Racionalismo 2. Arte pela Arte > sem sentido utilitário, desvinculada das questões sociais, vale pela Beleza 3. Culto à Forma > Métrica Rigorosa, Rimas Ricas, Formas Fixas 4. Temática greco-romana 5. Descritivismo > natureza, objetos, cenas, corpo feminino, etc. AUTORES: OLAVO BILAC (1865 – 1918): foi o mais popular dos poetas parnasianos brasileiros, sendo eleito em 1913 o primeiro "Príncipe dos Poetas Brasileiros". Seus poemas foram decorados e declamados por toda parte, tanto nas ruas como em saraus e salões literários. Temas Principais: • Questionamento da própria poesia (o fazer poético); • Amor > Sensualidade e platonismo alternam-se em seus poemas líricos; • Natureza; • Pátria; • Antiguidade greco-romana. Obras: Via láctea, Sarças de Fogo, O caçador de Esmeraldas (tentativa épica). Profissão de fé Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. (...) Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma! A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Via láctea – XIII Ora (direi) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas pálido de espanto ... E conversamos toda a noite, enquanto A Via-Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direi agora: “Tresloucado amigo ! Que conversas com ela? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e entender as estrelas.” Satânia Nua , de pé, solto o cabelo às costas, Sorri. Na alcova perfumada e quente, Pela janela, como um rio enorme Profusamente a luz do meio-dia Entra e se espalha, palpitante e viva. Como uma vaga preguiçosa e lenta Vem lhe beijar a pequenina ponta Do pequenino pé macio e branco Sobe... Cinge-lhe a perna longamente; Sobe... e que volta sensual descreve Para abranger todo o quadril! – prossegue Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura Morde-lhe os bicos túmidos dos seios Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo Da axila, acende-lhe o coral da boca. E aos mornos beijos, às carícias ternas Da luz, cerrando levemente os cílios Satânia... abre um curto sorriso de volúpia. ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937): considerado o mais parnasiano dos parnasianos. Temas: natureza, objetos e temática Greco- latina. Poemas mais conhecidos: “Vaso Grego”, “Vaso Chinês”, “A Estátua” RAIMUNDO CORREIA (1859 – 1911): sua poesia possui tom filosófico e melancólico, quase pessimista. Poemas mais conhecidos: “As Pombas” e “Mal secreto” No final do século XIX, ao mesmo tempo em que ainda vigorava a onda cientificista e materialista que deu origem ao Realismo e ao Naturalismo, já surgia um grupo de artistas e pensadores que punha em dúvida a capacidade absoluta da ciência de explicar todos os fenômenos relacionados ao homem. A literatura que representou essa nova forma de ver o mundo, mais voltada para o subjetivo, para o inconsciente, para o místico, foi o Simbolismo. CARACTERÍSTICAS: 1. Subjetivismo – descoberta do inconsciente e do subconsciente;2. Irracionalismo – há um mergulho no irracional, fuga do mundo proposto pelo racionalismo. A ciência explica o mundo, o poeta deve comunicar o irracional, o mundo interior. Há um clima de mistério, situações vagas, obscuras, presença do inconsciente e do subconsciente; 3. Misticismo, religiosidade; 4. Sugestão – imagens, metáforas, símbolos, sinestesias, etc. A poesia não deve dizer nada, apenas sugerir; 5. Musicalidade – na tentativa de sugerir infinitas sensações, os simbolistas aproximam a poesia da música através do ritmo, das combinações estranhas de rimas, repetição de palavras e versos, aliterações, assonâncias,... 6. A linguagem é simbólica e musical; 7. Desejo de transcendência, de integração cósmica; 8. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte. AUTORES CRUZ E SOUSA (1863 – 1898) – considerado o mais importante poeta simbolista brasileiro, inaugura o movimento com as obras “Missal” e “Broquéis” (1893). Manteve em sua obra a estrutura formal típica do Parnasianismo (uso de sonetos, rimas ricas, etc.), mas em um tom mais musical, rítmico, com uma variedade de efeitos sonoros, uma riqueza de vocabulários, e um precioso jogo de correspondências (sinestesias) e contrastes (antíteses). Temas Principais: • Morte; •Sofrimento da condição humana, conflito entre matéria e espírito; • Espiritualização e religiosidade; • Sublimação dos desejos carnais; • Obsessão pela cor branca Obras: Missal (prosa), Broquéis (versos), Faróis (versos), Evocações (prosa) e Últimos sonetos. Antífona Ó formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas! ... Ó formas vagas fluidas, cristalinas ... Incensos dos turíbulos das aras ... (...) Infinitos espíritos dispersos, Inefáveis, edênicos, aéreos, Fecundai o Mistério destes versos Com a chama ideal de todos os mistérios ... Violões que Choram Ah! Plangentes violões dormentes, mornos Soluços ao luar, choros ao vento... Tristes perfis, os mais vagos contornos, Bocas murmurejantes de lamento ( ... ) Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpias dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870 – 1921): Marcado pela morte da prima Constança – a quem amava e que tinha apenas 17 anos – sua poesia, marcada por uma profunda suavidade e lirismo, com uma linguagem simples e um ritmo bem musical, cheio de aliterações e sinestesias, é toda voltada ao tema da morte da mulher amada. Temas: • Amor • Morte • Atmosfera mística e litúrgica • Loucura Obras: Dona Mística, Kiriale, Câmara Ardente Ismália Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar ... Viu uma lua no céu, Viu uma lua no mar. (...) E como um anjo pendeu As asas para voar ... Queria a lua do céu Queria a lua do mar ... E as asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par ... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar ... Exercícios 1. A vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, fomentou econômica, política e, principalmente, culturalmente o cenário local. A prosa romântica brasileira foi beneficiária direta da presença da corte de D. João VI no Rio de Janeiro, já que a criação dos jornais diários possibilitou o sucesso do romance estruturado em folhetins. Sobre este tipo de estrutura romanesca e sua utilização no Romantismo brasileiro somente NÃO se pode afirmar que: (A) Apresenta enredos baseados nos acontecimentos narrados, de modo a produzir uma trama cheia de peripécias cuja finalidade é contrapor-se ao desejo do par romântico de realizar seu amor. (B) Sempre apresentam um final feliz através da união do par romântico, que consegue vencer todas as dificuldades que se apresentam a seu mútuo amor, consumando seus sentimentos. (C) Tal como nas fábulas, suas personagens desempenham papéis preconcebidos nas narrativas, simbolizando a sociedade de modo maniqueísta e cristalizado. (D) São construídas mediante tramas superficiais, onde as personagens, no mais das vezes bastante moralistas, apresentam-se como criaturas rasas do ponto de vista psicológico. (E) Não visava à análise crítica da sociedade, uma vez que a descrevia através de extrema idealização, primando pelo entretenimento de um público leitor que pouco exigia da Literatura além de um simples modo de diversão. 2. Preencha as lacunas com V (verdadeira) ou F (falsa), com base no romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Após assinale a alternativa que apresenta a sequencia correta, de cima para baixo. (_) O romance retrata a elite e as classes abastadas do Rio de Janeiro, na época de D. Pedro II, anterior à abolição. (_) Leonardo Pataca é "o primeiro grande malandro que entra na novelística brasileira". (_) A vida de Leonardo transita entre a "ordem constituída" (Major Vidigal) e a "desordem tolerada" (Maria Regalada), para proveito da personagem principal. (_) O narrador da obra, embora se mantenha distanciado do texto narrado, revela uma atitude crítica em face das convenções sociais da época. (_) Enquadrada no período Romântico, a obra foi considerada precursora do Realismo e rotulada, por Mário de Andrade, como "romance picaresco". (_) Apesar de malandro, Leonardo encarna o típico herói romântico, capaz de desafiar o mal e lutar pela pureza do seu amor até tornar-se um sargento de milícias. (_) Irreverência e esperteza marcam a vida de Leonardo Pataca, despreocupado com os valores sociais, exceto quando estes funcionam a seu favor, instaurando a ideologia da malandragem. (A) V – V – V – F – V – F – V. (B) F – V – F – F – V – F – V. (C) F – F – F – V – F – V – F. (D) F – V – V – F – V – F – V. (E) V – F – V – V – F – V – F. 3. Leia atentamente o trecho que segue. “Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.” A condição na qual anteriormente se apresenta o narrador das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, permitiu- lhe (A) isentar-se de qualquer compromisso com a realidade objetiva, permanecendo no plano do imaginário e do fantástico. (B) reconstruir caprichosamente a totalidade da própria história, com humor crítico e discreta melancolia. (C) manter um frio julgamento de sua própria história, dispensando as marcas subjetivas da ironia e do humor. (D) pairar acima das fraquezas humanas, analisando-as com rigor ético e severidade moral. (E) satirizar as tendências românticas e espiritualistas da época, submetendo-as a uma visão cientificista da História. 4. As seguintes afirmações referem-se à obra de Machado de Assis. I. Em Esaú e Jacó, uma das interpretações para o conflito que se estabelece entre os dois irmãos gêmeos é que ele pode simbolizar o momento histórico em que se passa a narrativa, na transição política do Império para a República. II. Em Dom Casmurro, Bentinho, o narrador, retoma a história de sua vida e reflete sobre a infidelidadeconjugal e sobre o sentido da existência. III. Machado de Assis altera o foco do romance brasileiro romântico, quando deixa de enfatizar a descrição da natureza para centrar-se nas atitudes e psicologia das personagens. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III. 5. Considere as seguintes afirmações. I. Os romances do Naturalismo sustentam-se nas teorias deterministas da época; por isso os personagens geralmente apresentam características patológicas. II. Aluísio Azevedo seguiu rigidamente os pressupostos teóricos do Naturalismo e, no romance O Cortiço, apresentou um painel das relações sociais do Rio de Janeiro no final do século XIX. III. Nos textos naturalistas, a subjetividade do narrador contrasta com o rigor científico que permeia a construção do enredo. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III. Gabarito 1 – B 2 – D 3 – B 4 – E 5 – C
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