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Literatura Aula 03 apostila romantismo III

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Aula 03 
 
 
 
 
Prosa Romântica 
 
• Brasil pós-Independência; 
• Romance = instrumento de redescoberta do 
país e de busca de identidade nacional; 
• Reconhecimento dos espaços nacionais: a 
selva, o campo e a cidade. 
 
Características gerais: 
• Impasse amoroso com final feliz ou trágico; 
• Amor como redenção; 
• Idealização do herói; 
• Idealização da mulher; 
• Personagens planas; 
• Flash-back narrativo; 
• Linguagem metafórica. 
 
Principais Autores e Obras: 
 
 
 
Joaquim Manuel de Macedo: 
sentimental, adaptou o romance europeu às 
necessidades nacionais. Mostrou 
superficialmente a vida da burguesia urbana 
da época. 
• A Moreninha (1844): amor entre Augusto e 
Carolina. 
 
José de Alencar: elaborou um projeto 
literário comprometido com a construção de 
uma cultura brasileira, além de se preocupar 
com a língua nacional. Suas obras de 
abrangência social, histórica e geográfica 
procuraram abarcar a multiplicidade dos 
aspectos brasileiros, no mais das vezes, 
idealizados. 
• Romances Indianistas: Iracema, O Guarani e 
Ubirajara 
• Romances Históricos: A Guerra dos 
Mascates, As Minas de Prata e Alfarrábios. 
• Romances Regionalistas: O Gaúcho, O 
Sertanejo, O Tronco do Ipê, ... 
• Romances Urbanos: Lucíola, Diva, A Pata da 
Gazela, Senhora, Sonhos d’Ouro, ... 
 
 
 
 
Obras em destaque: 
Iracema: relato de caráter lendário do Ceará, 
por meio do romance entre Iracema, a virgem 
dos lábios de mel, e Martim, o colonizador 
branco, cujo filho, Moacir (o filho da dor), 
simboliza a submissão do índio ao homem 
branco. 
Lucíola: em cartas a Sra. G.M., Paulo conta 
sua história de amor vivida com a cortesã 
Lúcia no Rio de Janeiro imperial. Apesar das 
diferenças sociais, eles se apaixonam e Lúcia, 
para provar seu verdadeiro amor, abdica da 
vida de devassidão a que foi obrigada para 
salvar a família vitimada pela febre amarela e 
assume seu verdadeiro nome – Maria da Glória 
- . Fica grávida, mas sofre um abordo e morre 
nos braços de seu amado. 
Senhora: narra a história de amor e vingança 
entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas 
abordando a influência do dinheiro nas 
relações amorosas e nos casamentos da 
época. O romance divide-se em quatro partes, 
que correspondem às etapas de uma 
transação comercial: preço, quitação, posse e 
resgate. 
 
Manuel Antônio de Almeida: escritor 
de uma só obra, antecipou o Realismo com 
Memórias de um Sargento de Milícias. 
• Narrativa de costumes 
Corte de D. João VI 
• Narrador: 3ª pessoa 
• Predomínio do humor 
• Precursor do Realismo 
Crítica social 
Anti-herói (1º malandro da literatura 
brasileira) 
 
 
• Linguagem coloquial 
• Enfoque nas classes populares 
• Leonardo e Luizinha 
• Major Vidigal = Lei e Ordem 
 
 
Realismo 
1857 – Madame Bovary, Gustave Flaubert 
1881 – Memórias Póstumas de Brás Cubas, 
Machado de Assis 
 
 
 
» Contexto histórico trouxe o fim do Idealismo 
Romântico e a necessidade de uma nova arte: 
Realismo. 
 
 
No Brasil: 
 
Na década de 1880, o Brasil ainda era uma 
nação agrária, monarquista e escravocrata. 
Apesar dos movimentos liberais, só nos 
últimos anos dessa década, ocorreram a 
 
 
Abolição (1888) e a Proclamação da República 
(1889). Entre os fatos históricos que marcaram 
o Brasil de 1880 a 1900, destacam-se a 
aprovação da Lei Áurea, a Proclamação da 
República, a promulgação da primeira 
Constituição Republicana brasileira e a criação 
da Academia Brasileira de Letras. 
 
 
Características Gerais: 
 
• Objetividade e racionalismo; 
• Verossimilhança; 
• Contemporaneidade; 
• Anti-herói e mulher não idealizada 
(desmistificação dos heróis românticos); 
• Crítica aos valores burgueses; 
• Análise psicológica; 
•Narração lenta. 
 
 
Temáticas: 
 
• Descrença na estrutura familiar e no 
casamento; 
• Parasitismo social; 
• Fracasso permeando a vida dos indivíduos; 
• Adultério, egoísmo, vaidade, hipocrisia, 
interesse; 
• Limite entre loucura e razão; 
• Ambiguidade nas ações e nos personagens; 
• Crítica ao clero, à Monarquia e ao 
preconceito racial. 
 
Principal Autor e Obras: MACHADO DE ASSIS 
 
1ª Fase: Romântica 
• Convencionalismo 
• Conformismo 
• Personagens Planas 
 
Romances: A mão e a Luva, Helena, Iaiá Garcia 
 
2ª Fase: Realista 
• Análise crítica da burguesia 
• Desprezo pelas Instituições 
• Análise Psicológica 
• Ironia 
• Humor melancólico 
• Pessimismo 
 
 
 
 
Contos: O Alienista, Missa do Galo, A 
Cartomante, Conto de Escola, O Caso da Vara, 
Pai contra Mãe, etc. 
 
 
Romances: Memórias Póstumas de Brás 
Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e 
Jacó e Memorial de Aires. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Memórias Póstumas de Brás Cubas: esse 
romance é uma revolução em termos de 
estrutura e linguagem. O público do romance 
romântico estava acostumado ao episódio, aos 
incidentes circunstanciais das personagens. 
Machado de Assis escreve um romance que se 
caracteriza pela lentidão, pela análise 
exaustiva. O enfoque central não é a vida social 
ou a descrição da paisagem, mas a maneira 
como as personagens veem e sentem as 
circunstâncias em que vivem. É narrado em 
primeira pessoa por um defunto, Brás Cubas, 
que está preocupado em reexaminar, de modo 
irônico, mas radical, os principais momentos 
de sua vida. As lembranças não aparecem 
linearmente, dependem das oscilações da 
memória. O personagem mostra seus mais 
secretos desejos e anomalias e também as 
hipocrisias de uma sociedade que estrutura 
sua vida sobre falsos valores. Brás Cubas 
conta seus amores por Marcela, paixão 
desenfreada de sua juventude, seus ideais 
para vencer na vida, sempre equivocados, e 
sua relação amorosa com Virgília, esposa do 
seu amigo Lobo Neves. No livro, o autor 
analisa a teoria do Humanitismo, do seu amigo 
filósofo Quincas Borba. A análise individual e 
social é sarcástica, impiedosa, até corrosiva, e 
o romance está impregnado de amargura 
cruel e niilista, que encontramos nas palavras 
de Brás Cubas: “ Ao chegar a este outro lado 
do mistério, achei-me com um pequeno saldo, 
que é a derradeira negativa deste capítulo de 
negativas: - Não tive filhos, não transmito a 
nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” 
 
Quincas Borba: narrado em 3ª pessoa, o 
romance conta a história do modesto 
professor Rubião que recebe a grande herança 
do falecido filósofo Quincas Borba, com a 
condição de cuidar de seu cachorro, também 
 
chamado Quincas Borba. Rubião abandona a 
pequena cidade do interior, mudando-se para 
o Rio de Janeiro, onde é enganado e explorado 
por um bando de parasitas sociais, 
especificamente pelo casal Cristiano Palha e 
Sofia. Sofia percebe a paixão do professor por 
ela e se diverte com sua ingenuidade. Tais 
reveses, além do amor frustrado por Sofia 
acabam levando o professor à demência. Ele 
retorna acidade natal – Barbacena - , onde 
morre abandonado e ridicularizado por quase 
todos. Ao seu lado, apenas o cão, que também 
vem a falecer. 
 
Dom Casmurro: o romance se vale de uma 
situação cheia de incertezas para sugerir 
quase tudo e revelar muito pouco. Já 
envelhecido, Bentinho, apelidado de Dom 
Casmurro devido a sua amarga solidão, 
resolve “atar as duas pontas da vida” através 
da reconstituição dos principais fatos de sua 
existência. Assim, em retrospectiva, técnica 
que lhe dá chances para um aprofundado 
estudo psicológico, o autor faz Bentinho contar 
de seu amor por Capitu, sua experiência no 
seminário, sua amizade com Escobar e 
finalmente o casamento com sua amada – 
Capitu. Transtornado pelociúme e pela dúvida 
sobre a traição de Capitu e Escobar, Bentinho 
separa-se da mulher e do filho ficando cada 
vez mais solitário e casmurro. 
 
Esaú e Jacó: narrado em 3ª pessoa, a história 
criada pelo Conselheiro Aires, também 
personagem do romance, gira em torno dos 
irmãos gêmeos, Pedro e Paulo. Adversários na 
infância, na juventude e na maturidade; vão se 
opor em tudo. Um será conservador, o outro 
liberal. Só num aspecto coincidem, além da 
 
 
semelhança física: a paixão por Flora, jovem 
indecisa entre o amor de ambos. Flora termina 
morrendo sem conseguir optar por nenhum 
dos gêmeos, que continuam cada vez mais 
desunidos. Vale lembrar que a inimizade dos 
irmãos, além de remeter à disputa entre os 
personagens bíblicos Esaú e Jacó, é também 
uma alegoria política do Brasil da época que 
viva o processo de transição entre a monarquia 
e a república. 
 
Memorial de Aires: a obra não tem 
propriamente um enredo: estrutura-se em 
forma de um diário escrito pelo Conselheiro 
Aires (personagem que já aparecera em Esaú 
o Jacó), onde o narrador relata, miudamente, 
sua vida de diplomata aposentado no Rio de 
Janeiro de 1888 e 1889. Sucedem-se, nas 
anotações do conselheiro, episódios 
envolvendo pessoas de suas relações, leituras 
do seu tempo de diplomata e reflexões quanto 
aos acontecimentos políticos, sociais e 
culturais. Destaca-se, dando uma certa 
unidade aos fragmentos de que o livro é 
composto, a história de Tristão e Fidália. Ela, 
viúva moça e bonita, é grande amiga do casal 
Aguiar, uma espécie de filha postiça de D. 
Carmo. Tristão, afilhado do mesmo casal, 
viajara para a Europa, em menino, com os pais. 
Visitando, agora, o Rio de Janeiro, dá muita 
alegria aos velhos padrinhos. Tristão e Fidélia 
acabam por apaixonar-se e, depois de 
casados, seguem para a Europa, deixando a 
saudade e a solidão como companheiros dos 
velhos Aguiar e D. Carmo. 
 
 
 
 
 
O Naturalismo, assim como o Realismo, se 
volta para a realidade. Entretanto, observa-a, 
analisa-a, disseca-a sob uma ótica 
rigorosamente científica. Os escritores 
naturalistas, valendo-se de temas inovadores, 
mostram a decadência das instituições, 
denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas 
sociais, com espírito participativo e reformista. 
 
Características: 
 
Características do Realismo 
 Racionalismo / Objetivismo 
 Verossimilhança 
 Denúncia Social 
 Homem reduzido à condição animal 
 determinado pelos instintos 
 Predomínio do coletivo sobre o 
individual 
 Personagens patológicas 
 Enfoque nas classes populares 
 Descritivismo fotográfico 
 
Autor Principal e Obras: Aluísio de Azevedo 
 
 
 
O Mulato – 1ª obra do naturalismo brasileiro 
• tragédia de Raimundo 
• racismo em São Luís, MA 
 
Casa de Pensão 
• narração em 3ª pessoa 
• Influência do ambiente no indivíduo 
• Amâncio, João Coqueiro, Mme. Brizard 
 
O Cortiço 
• Principal obra do naturalismo brasileiro 
• Painel do subúrbio do RJ 
• Denúncia contra a discriminação e a miséria 
• Influência do meio no comportamento 
•Taras sexuais e anomalias psicológicas 
 » Cortiço = personagem principal 
» João Romão / Bertoleza 
» Miranda / Estela / Zulmira 
» Jerônimo / Rita Baiana 
 
 
Movimento literário de origem francesa, que 
representou na poesia o espírito positivista e 
 
científico da época, surgindo no século XIX em 
oposição ao romantismo. Diferentemente do 
Realismo e do Naturalismo, que se voltavam 
para o exame da realidade, o Parnasianismo 
representou na poesia o retorno à orientação 
clássica, ao princípio do belo na arte, à busca 
do equilíbrio e da perfeição formal. Os 
parnasianos acreditavam que o sentido maior 
da arte residia nela mesma, em sua perfeição, 
e não no mundo exterior. 
CARACTERÍSTICAS: 
1. Objetividade / Racionalismo 
2. Arte pela Arte > sem sentido utilitário, 
desvinculada das questões sociais, vale pela 
Beleza 
3. Culto à Forma > Métrica Rigorosa, Rimas 
Ricas, Formas Fixas 
4. Temática greco-romana 
5. Descritivismo > natureza, objetos, cenas, 
corpo feminino, etc. 
 
 
 
AUTORES: 
OLAVO BILAC (1865 – 1918): foi o mais 
popular dos poetas parnasianos brasileiros, 
sendo eleito em 1913 o primeiro "Príncipe dos 
Poetas Brasileiros". Seus poemas foram 
 
 
decorados e declamados por toda parte, tanto 
nas ruas como em saraus e salões literários. 
Temas Principais: 
• Questionamento da própria poesia (o fazer 
poético); 
• Amor > Sensualidade e platonismo 
alternam-se em seus poemas líricos; 
• Natureza; 
• Pátria; 
• Antiguidade greco-romana. 
 
Obras: Via láctea, Sarças de Fogo, O caçador 
de Esmeraldas (tentativa épica). 
Profissão de fé 
Invejo o ourives quando escrevo: 
Imito o amor 
Com que ele, em ouro, o alto relevo 
Faz de uma flor. 
(...) 
Assim procedo. Minha pena 
Segue esta norma, 
Por te servir, Deusa serena, 
Serena Forma! 
 
 
A um poeta 
Longe do estéril turbilhão da rua, 
Beneditino, escreve! No aconchego 
Do claustro, na paciência e no sossego, 
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! 
 
Mas que na forma se disfarce o emprego 
Do esforço; e a trama viva se construa 
De tal modo, que a imagem fique nua, 
Rica mas sóbria, como um templo grego. 
 
 
 
 
Via láctea – XIII 
Ora (direi) ouvir estrelas! Certo 
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto, 
Que, para ouvi-las, muita vez desperto 
E abro as janelas pálido de espanto ... 
 
E conversamos toda a noite, enquanto 
A Via-Láctea, como um pálio aberto, 
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, 
Inda as procuro pelo céu deserto. 
 
Direi agora: “Tresloucado amigo ! 
Que conversas com ela? Que sentido 
Tem o que dizem, quando estão contigo?” 
 
E eu vos direi: “Amai para entendê-las! 
Pois só quem ama pode ter ouvido 
Capaz de ouvir e entender as estrelas.” 
 
 
Satânia 
Nua , de pé, solto o cabelo às costas, 
Sorri. Na alcova perfumada e quente, 
Pela janela, como um rio enorme 
Profusamente a luz do meio-dia 
 
Entra e se espalha, palpitante e viva. 
Como uma vaga preguiçosa e lenta 
Vem lhe beijar a pequenina ponta 
Do pequenino pé macio e branco 
 
Sobe... Cinge-lhe a perna longamente; 
 Sobe... e que volta sensual descreve 
Para abranger todo o quadril! – prossegue 
 
Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura 
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios 
Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo 
Da axila, acende-lhe o coral da boca. 
 
E aos mornos beijos, às carícias ternas 
Da luz, cerrando levemente os cílios 
Satânia... abre um curto sorriso de volúpia. 
 
 
 
 
 
ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937): 
considerado o mais parnasiano dos 
parnasianos. 
Temas: natureza, objetos e temática Greco-
latina. 
Poemas mais conhecidos: “Vaso Grego”, “Vaso 
Chinês”, “A Estátua” 
 
RAIMUNDO CORREIA (1859 – 1911): sua 
poesia possui tom filosófico e melancólico, 
quase pessimista. 
Poemas mais conhecidos: “As Pombas” e “Mal 
secreto” 
 
 
 
No final do século XIX, ao mesmo tempo em 
que ainda vigorava a onda cientificista e 
materialista que deu origem ao Realismo e ao 
Naturalismo, já surgia um grupo de artistas e 
pensadores que punha em dúvida a capacidade 
absoluta da ciência de explicar todos os 
fenômenos relacionados ao homem. A 
literatura que representou essa nova forma de 
ver o mundo, mais voltada para o subjetivo, 
para o inconsciente, para o místico, foi o 
Simbolismo. 
 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
1. Subjetivismo – descoberta do inconsciente e 
do subconsciente;2. Irracionalismo – há um mergulho no 
irracional, fuga do mundo proposto pelo 
racionalismo. A ciência explica o mundo, o 
poeta deve comunicar o irracional, o mundo 
interior. Há um clima de mistério, situações 
vagas, obscuras, presença do inconsciente e 
do subconsciente; 
3. Misticismo, religiosidade; 
4. Sugestão – imagens, metáforas, símbolos, 
sinestesias, etc. A poesia não deve dizer nada, 
apenas sugerir; 
5. Musicalidade – na tentativa de sugerir 
infinitas sensações, os simbolistas aproximam 
a poesia da música através do ritmo, das 
combinações estranhas de rimas, repetição de 
palavras e versos, aliterações, assonâncias,... 
6. A linguagem é simbólica e musical; 
7. Desejo de transcendência, de integração 
cósmica; 
8. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela 
morte. 
AUTORES 
 
 
 
CRUZ E SOUSA (1863 – 1898) – considerado 
o mais importante poeta simbolista brasileiro, 
inaugura o movimento com as obras “Missal” e 
“Broquéis” (1893). Manteve em sua obra a 
estrutura formal típica do Parnasianismo (uso 
de sonetos, rimas ricas, etc.), mas em um tom 
mais musical, rítmico, com uma variedade de 
efeitos sonoros, uma riqueza de vocabulários, 
e um precioso jogo de correspondências 
(sinestesias) e contrastes (antíteses). 
 
Temas Principais: 
• Morte; 
•Sofrimento da condição humana, conflito 
entre matéria e espírito; 
• Espiritualização e religiosidade; 
• Sublimação dos desejos carnais; 
• Obsessão pela cor branca 
 
Obras: Missal (prosa), Broquéis (versos), 
Faróis (versos), Evocações (prosa) e Últimos 
sonetos. 
 
Antífona 
Ó formas alvas, brancas, Formas claras 
De luares, de neves, de neblinas! ... 
Ó formas vagas fluidas, cristalinas ... 
Incensos dos turíbulos das aras ... 
(...) 
Infinitos espíritos dispersos, 
Inefáveis, edênicos, aéreos, 
Fecundai o Mistério destes versos 
Com a chama ideal de todos os mistérios ... 
 
 
 
Violões que Choram 
Ah! Plangentes violões dormentes, mornos 
Soluços ao luar, choros ao vento... 
Tristes perfis, os mais vagos contornos, 
Bocas murmurejantes de lamento 
( ... ) 
Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas, 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. 
 
ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870 – 
1921): Marcado pela morte da prima 
Constança – a quem amava e que tinha apenas 
17 anos – sua poesia, marcada por uma 
profunda suavidade e lirismo, com uma 
linguagem simples e um ritmo bem musical, 
cheio de aliterações e sinestesias, é toda 
voltada ao tema da morte da mulher amada. 
 
Temas: 
• Amor 
• Morte 
• Atmosfera mística e litúrgica 
• Loucura 
 
Obras: Dona Mística, Kiriale, Câmara Ardente 
 
Ismália 
Quando Ismália enlouqueceu, 
Pôs-se na torre a sonhar ... 
Viu uma lua no céu, 
Viu uma lua no mar. 
(...) 
 
 
E como um anjo pendeu 
As asas para voar ... 
Queria a lua do céu 
Queria a lua do mar ... 
 
E as asas que Deus lhe deu 
Ruflaram de par em par ... 
Sua alma subiu ao céu, 
Seu corpo desceu ao mar ... 
 
 
Exercícios 
 
1. A vinda da família real portuguesa para o 
Brasil, em 1808, fomentou econômica, política 
e, principalmente, culturalmente o cenário 
local. A prosa romântica brasileira foi 
beneficiária direta da presença da corte de D. 
João VI no Rio de Janeiro, já que a criação dos 
jornais diários possibilitou o sucesso do 
romance estruturado em folhetins. Sobre este 
tipo de estrutura romanesca e sua utilização 
no Romantismo brasileiro somente NÃO se 
pode afirmar que: 
 
(A) Apresenta enredos baseados nos 
acontecimentos narrados, de modo a produzir 
uma trama cheia de peripécias cuja finalidade 
é contrapor-se ao desejo do par romântico de 
realizar seu amor. 
(B) Sempre apresentam um final feliz através 
da união do par romântico, que consegue 
vencer todas as dificuldades que se 
apresentam a seu mútuo amor, consumando 
seus sentimentos. 
(C) Tal como nas fábulas, suas personagens 
desempenham papéis preconcebidos nas 
narrativas, simbolizando a sociedade de modo 
maniqueísta e cristalizado. 
 
(D) São construídas mediante tramas 
superficiais, onde as personagens, no mais das 
vezes bastante moralistas, apresentam-se 
como criaturas rasas do ponto de vista 
psicológico. 
(E) Não visava à análise crítica da sociedade, 
uma vez que a descrevia através de extrema 
idealização, primando pelo entretenimento de 
um público leitor que pouco exigia da 
Literatura além de um simples modo de 
diversão. 
 
2. Preencha as lacunas com V (verdadeira) ou 
F (falsa), com base no romance Memórias de 
um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de 
Almeida. Após assinale a alternativa que 
apresenta a sequencia correta, de cima para 
baixo. 
(_) O romance retrata a elite e as classes 
abastadas do Rio de Janeiro, na época de D. 
Pedro II, anterior à abolição. 
(_) Leonardo Pataca é "o primeiro grande 
malandro que entra na novelística brasileira". 
(_) A vida de Leonardo transita entre a "ordem 
constituída" (Major Vidigal) e a "desordem 
tolerada" (Maria Regalada), para proveito da 
personagem principal. 
(_) O narrador da obra, embora se mantenha 
distanciado do texto narrado, revela uma 
atitude crítica em face das convenções sociais 
da época. 
(_) Enquadrada no período Romântico, a obra 
foi considerada precursora do Realismo e 
rotulada, por Mário de Andrade, como 
"romance picaresco". 
(_) Apesar de malandro, Leonardo encarna o 
típico herói romântico, capaz de desafiar o mal 
e lutar pela pureza do seu amor até tornar-se 
um sargento de milícias. 
 
 
(_) Irreverência e esperteza marcam a vida de 
Leonardo Pataca, despreocupado com os 
valores sociais, exceto quando estes 
funcionam a seu favor, instaurando a ideologia 
da malandragem. 
 
(A) V – V – V – F – V – F – V. 
(B) F – V – F – F – V – F – V. 
(C) F – F – F – V – F – V – F. 
(D) F – V – V – F – V – F – V. 
(E) V – F – V – V – F – V – F. 
 
3. Leia atentamente o trecho que segue. 
“Algum tempo hesitei se devia abrir estas 
memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se 
poria em primeiro lugar o meu nascimento ou 
a minha morte. Suposto o uso vulgar seja 
começar pelo nascimento, duas considerações 
me levaram a adotar diferente método: a 
primeira é que não sou propriamente um autor 
defunto, mas um defunto autor, para quem a 
campa foi outro berço; a segunda é que o 
escrito ficaria assim mais galante e mais 
novo.” 
A condição na qual anteriormente se 
apresenta o narrador das Memórias Póstumas 
de Brás Cubas, de Machado de Assis, permitiu-
lhe 
(A) isentar-se de qualquer compromisso com a 
realidade objetiva, permanecendo no plano do 
imaginário e do fantástico. 
(B) reconstruir caprichosamente a totalidade 
da própria história, com humor crítico e 
discreta melancolia. 
(C) manter um frio julgamento de sua própria 
história, dispensando as marcas subjetivas da 
ironia e do humor. 
 
(D) pairar acima das fraquezas humanas, 
analisando-as com rigor ético e severidade 
moral. 
(E) satirizar as tendências românticas e 
espiritualistas da época, submetendo-as a 
uma visão cientificista da História. 
 
4. As seguintes afirmações referem-se à obra 
de Machado de Assis. 
I. Em Esaú e Jacó, uma das interpretações 
para o conflito que se estabelece entre os dois 
irmãos gêmeos é que ele pode simbolizar o 
momento histórico em que se passa a 
narrativa, na transição política do Império para 
a República. 
II. Em Dom Casmurro, Bentinho, o narrador, 
retoma a história de sua vida e reflete sobre a 
infidelidadeconjugal e sobre o sentido da 
existência. 
III. Machado de Assis altera o foco do romance 
brasileiro romântico, quando deixa de enfatizar 
a descrição da natureza para centrar-se nas 
atitudes e psicologia das personagens. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) I, II e III. 
 
 
 
 
 
 
5. Considere as seguintes afirmações. 
I. Os romances do Naturalismo sustentam-se 
nas teorias deterministas da época; por isso os 
personagens geralmente apresentam 
características patológicas. 
II. Aluísio Azevedo seguiu rigidamente os 
pressupostos teóricos do Naturalismo e, no 
romance O Cortiço, apresentou um painel das 
relações sociais do Rio de Janeiro no final do 
século XIX. 
III. Nos textos naturalistas, a subjetividade do 
narrador contrasta com o rigor científico que 
permeia a construção do enredo. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas I e III. 
(E) I, II e III. 
 
 
 
 
 
Gabarito 
1 – B 2 – D 3 – B 4 – E 5 – C

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