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tripanossoma E leishmania

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Prof. Dr. ROBERTO CÉSAR ARAUJO DE LIMA 
MEDICINA VETERINÁRIA 
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA 
BOM DESPACHO 
2016 
Trypanosoma spp 
Trypanosoma spp. 
Ordem Kinetoplastida 
 
 Protozoários que apresentam um ou mais flagelos e somente uma 
mitocôndria longa percorrendo todo o corpo celular. Os flagelos se originam 
numa depressão (bolso flagelar). Junto à base dos flagelos a mitocôndria 
diferencia-se numa organela denominada de cinetoplasto. 
 Cinetoplasto – região rica em DNA , capaz de auto-replicação, 
constituída de moléculas dupla fita circulares de minicírculos e maxicírculos, 
concatenados em uma rede. Maxicirculos – codificam proteínas necessárias 
para atividade mitocondrial. 
Cinetoplasto 
Coloração por Giemsa (vermelho-violáceo) 
ORDEM KINETOPLASTIDA 
 
KINETOPLASTIDA 
 Morfologia dos estágios evolutivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: Cox, 1993 
 
• (a) – Promastigota – o flagelo emerge da parte anterior da célula 
• (b) – Epimastiga - o flagelo emerge ao lado do núcleo da célula 
• (c) – Tripomastigota - o flagelo emerge da parte posterior da célula 
• (d) – Amastigota – somente o cinetoplasto é visível. Não há flagelo. 
 
 
 TRYPANOSOMA VIVAX EM UM SANGUE DE UM BOVINO 
INFECTADO 
Trypanosoma cruzi 
Trypanosoma cruzi (Esquemas) 
CICLO BIOLÓGICO T. CRUZI 
Mecanismos de transmissão 
da 
Doença de Chagas 
a)Barbeiros (triatomíneos) – penetração de 
tripomastigotas metacíclicos (eliminados nas fezes ou 
urina de triatomíneos, durante o hematofagismo) em 
solução de continuidade da pele ou mucosa íntegra; 
b)Transfusão sangüínea; 
c)Transmissão congênita; 
 
Mecanismos de transmissão 
da 
Doença de Chagas 
 
 d) Acidentes de laboratório; 
e) Transmissão oral; 
f) Coito; 
g) Transplante. 
 
d) Acidentes de laboratório; 
e) Transmissão oral; 
f) Coito; 
g) Transplante. 
 
PATOGENIA 
 
•Dilatação linfóide; 
•Esplenomegalia; 
•Anemia; 
•Degeneração celular; 
•Infiltrados inflamatórios. 
 
SINTOMAS 
 
•Mucosas pálidas; 
•Dilatação generalizada dos linfonodos superficiais; 
•Letargia e emagrecimento progressivo; 
•Febre e inapetência. 
 
 
 
 MUCOSA CONJUNTIVAL ANÊMICA DE BOVINO 
NATURALMENTE INFECTADO PELO TRYPANOSOMA VIVAX. 
 
Lacrimação em bovino naturalmente 
infectado pelo Trypanosoma vivax. 
 
 
Caquexia em bovinos naturalmente infectados pelo 
Trypanosma vivax. 
 
 
 
RAÇAS ZEBUÍNAS 
DIAGNÓSTICO 
 
•Esfregaço sanguíneo; 
•Centrifugação em tubo capilar de hematócrito; 
•Volume globular. 
 
CONTROLE 
 
•Aceturato de diminazeno; 
•Aplicação de inseticidas contra os vetores; 
•Quarentena. 
Continua... 
Leishmania spp. 
GÊNERO LEISHMANIA 
Numerosos protozoários desse gênero 
infectam o homem nas regiões quentes do 
Velho e do Novo Mundo, sendo trans-
mitidos por insetos da família Phlebo-
tomidae. 
Em função de suas afinidades, as 
Leishmania do Continente Americano são 
agrupadas em “complexos”, cada um com 
várias espécies: 
Complexo Leishmania braziliensis, 
Complexo Leishmania mexicana, 
Complexo Leishmania donovani. 
As doenças que produzem são chama-
das leishmanioses, ou melhor, leishma-
níases. 
25 
Em seu ciclo vital, essas leishmânias 
apresentam apenas 2 formas: 
Amastigota, nos vertebrados; 
Promastigota, no tubo digestivo dos insetos. 
Estrutura das leishmânias: A, 
forma amastigota; B, forma 
promastigota. 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
DO CALAZAR 
Distribuição geográfica das áreas endêmicas de 
leishmaníase visceral no mundo. Os pontos indicam a 
existência de casos isolados. (OMS, 1984) 
Espécies Características Foco de maior 
incidência 
L (L) donovani 
 
Antropozoonose, 
provoca a forma 
visceral e a 
leishmaniose dérmica 
pós-calazar em 
adultos 
 
Índia 
L (L) infantum 
 
Zoonose (cão, chacal 
e roedores) provoca 
a forma visceral em 
crianças 
Região do Mar 
Mediterrâneo, 
Europa, África e 
China 
 
L (L) chagasi Zoonose (cão e 
raposa), provoca a 
forma visceral em 
crianças 
América Latina 
CICLO BIOLÓGICO 
CICLO BIOLÓGICO 
 
 
 
MOSQUITO TRANSMISSOR 
 Flebótomo 
ANIMAIS RESERVATÓRIOS DO CALAZAR 
- O GÊNERO LEISHMANIA APRESENTA DUAS FORMAS 
FUNDAMENTAIS: 
 amastígota, nos reservatórios 
 Promastígota, nos vetores 
 
VARIEDADES DE LEISHMANÍOSE 
VISCERAL 
Paciente com acentuada 
hepatoesplenomegalia e 
emagrecimento. 
Crianças de Sobral, CE, 
com calazar por 
Leishmania infantum 
QUESTÃO AMBIENTAL: 
 Desmatamentos 
 Políticas de controle ambiental e controle do 
mosquito vetor 
 
 Legislação 
 Controle de natalidade animal 
MÉTODOS DE PREVENÇÃO 
 Vacina (Leishtec) 
 
 Coleiras repelentes 
 
 Aprimoramento dos métodos de detecção da 
doença 
LEISHMANIA DONOVANI 
 leishmaniose visceral 
 
 
 
 Nos CÃES 
 
 No Homem 
 
principais sintomas : 
MORFOLOGIA 
 Parasitas intracelulares obrigatórios que se 
reproduzem dentro do sistema fagocitário dos 
mamíferos. 
 Há possibilidade de dois estágios diferentes do 
parasito: 
 
 Amastígotas 
 Promastigotas 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
 Temperatura elevada 
 
 Umidade relativa do ar alta 
 
 Altitudes pequenas 
 
PATOGENIA 
 
 A sintomatologia é devida principalmente a 
alterações que ocorrem: 
 
 No baço 
 No fígado 
 Na medula óssea 
DIAGNOSTICO 
 Clinico 
 
 
 Laboratorial 
 
 
Sintomas 
Sintomas 
TRATAMENTO 
 Deve ser feito precocemente 
 
Medicamentos: 
o Glucantime, Neostibosan (humano) 
 
 Diagnosticada a doença, ao contrário do 
que ocorre no caso humano em que o 
tratamento pode curar, no caso do animal, 
se recomenda que seja sacrificado 
CONTROLE 
 Fazer o levantamento sorológico de “todos” 
os cães; 
 Eliminar todos os cães positivos e 
“suspeitos”; 
 Uso de inseticida no domicilio; 
 Tratamento dos casos humanos positivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVENÇÃO 
EPIDEMIOLOGIA E ECOLOGIA 
A leishmaníase cutânea 
é uma zoonose de animais 
silvestres e autóctone do 
Continente Americano. 
Predomina na Amazônia, 
em zonas florestais dos 
países vizinhos, na Améri-
ca Central e no México. 
No Brasil, estende-se da 
Mata Atlântica para oeste, 
sendo prevalente nos Esta-
dos da Bahia, de Minas 
Gerais, do Espírito Santo, 
Mato Grosso do Sul e 
Goiás. Já foi importante 
em S. Paulo. 
Em 1993, os casos 
registrados chegaram a 
cerca de 20.000, havendo 
tendência para aumento 
de sua incidência. 
 
 Leishmania b. braziliensis 
 Leishmania b. guyanensis 
 Leishmania braziliensis s. sp. 
 Leishmania mexicana amazonensis 
 
 Leishmania mexicana s. sp. 
 Leishmania n. sp. 
 Leishmania major-like 
 Leishmania sp. 
 
Distribuição geográfica das Leishmania, no 
Brasil, segundo Deane & Grimaldi, 1985. 
48 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS 
Na foto, jovem com uma lesão úlcero-
crostosa da pele. Doc. do Prof. C.M. Aguilar, 
Valência, Venezuela. 
Lesão recente ulcerada com 
aspecto típico. 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
Ulcerações cutâneas de vários 
tipos, simples ou múltiplas, podem 
ser observadas. 
Não tratado, o processo tende 
para a cronicidade. Nas formas 
crônicas costuma haver infecção 
bacteriana associada. 
49 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
 
Com freqüência, as 
ulcerações cutâneas se 
acompanham também de 
lesões secundárias, loca-
lizadas na mucosa nasalou na bucofaringiana. 
As leishmânias podem 
ser isoladas da mucosa 
nasal tempos antes de 
surgirem as lesões locais. 
 Estas ocorrem em 15 a 
20% dos casos de leish-
maníose por Leishmania 
brasiliensis. 
50 
 
Lesões no nariz e na mucosa nasal. 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
O processo inflamatório tende 
a destruir o septo nasal, que é 
perfurado. Depois, também o 
dorso do nariz, o palato e a 
região faringiana são atingidos. 
As lesões, de odor 
fétido e de aspecto 
repugnante, afetam a 
vida social e econô-
mica do paciente 
que tende para o 
isolamento. 
Nos casos mais 
graves, a fala e até a 
deglutição são com-
prometidas, de modo 
que o paciente pode 
apresentar um qua-
dro de desnutrição 
de grau variável. Escultura pré- -
colombiana 
52 
LEISHMANÍASE TEGUMENTAR DIFUSA 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
LEISHMANÍASE MUCOCUTÂNEA 
LEISHMANIA BRAZILIENSIS 
LEISHMANIA BRAZILIENSIS 
LEISHMANIOSE 
LEISHMANIOSE CUTÂNEA 
TRATAMENTO DA LEISHMANÍOSE 
MUCOCUTÂNEA 
 
É feito com: 
Antimoniais trivalentes – 
dos quais o mais recomen-
dado é a glucantime ou 
antimoniato de meglumine, 
por via intramuscular. Taxa 
de cura em torno de 70%. 
Pentamidinas – menos efi-
cazes e mais tóxicas que 
glucantime, como 2a opção, 
via intramuscular; porém são 
Indicadas na infecção por 
L. guianensis. 
Anfotericina B – adminis-
trada gota a gota, por via 
intravenosa. 
Azitromicina – nova droga, 
por via oral, sem efeitos 
colaterais e capaz de curar 
85% dos casos. 
 
Quase todos os pacientes 
apresentam reações colate-
rais com tais medicamentos, 
como cefaléia, artralgias, 
mialgias e, em alguns casos, 
depressão da medula óssea; 
exceto no tratamento com a 
azitromicina. 
Não há método seguro 
para o controle de cura, que 
exige repetidos testes diag-
nósticos (PCR, imunofluores-
cência). 
As lesões mucosas podem 
surgir tempos depois da “cura” dos processos cutâ-
neos. 
Em alguns casos, aparen-
temente curados, podem 
ocorrer recidivas. 
59 
CONTROLE DAS INFECÇÕES 
POR L. BRAZILIENSIS 
Durante as campanhas anti-
maláricas, as leishmaníoses 
tendem a desaparecer, devido 
ao uso prolongado e extensivo 
de inseticidas, como já se viu 
na Baixada Fluminense e em 
vários outros lugares. 
Interrompida a desinsetiza-
ção, volta a transmissão das 
leishmaníoses. 
Entre as medidas práticas de 
controle estão as que consistem 
em construir as casas longe das 
matas ou desmatar o terreno em 
torno dos povoados. 
No interior das casas, aplicar 
inseticidas nas paredes ou em 
cortinados e mosquiteiros. 
A telagem de portas e jane-
las, para impedir a entrada 
dos flebotomíneos, exige 
telas com trama muito fina (e, 
em geral, muito quentes, por 
dificultarem a ventilação). 
Os animais domésticos in-
fectados, fontes importantes 
de parasitos, devem ser trata-
dos reiteradamente (cura difí-
cil) ou eliminados. 
Medida essa de aplicação 
mais difícil, devido aos hábi-
tos e à afeição que muitos 
dedicam aos seus animais 
domésticos. Mas também à 
incompreensão do problema. 
Eliminar os animais vadios. 
60 
FIM...

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