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Slide As Revoluções Burguesas

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As Revoluções Burguesas
História Contemporânea I
Prof. Paulo Cotias
Prof. Ms. Paulo Cotias.
Recordando o Absolutismo
Prof. Ms. Paulo Cotias.
Revoluções Burguesas
Conceito
As Revoluções Burguesas são o processo histórico de consolidação econômica e política da burguesia ao longo dos séculos XVII e XVIII.
O período engloba os seguintes fenômenos históricos:
Revolução Puritana (Inglaterra 1649/58).
Revolução Gloriosa (Inglaterra 1688/89).
Revolução Industrial (Inglaterra/Europa).
Revolução Americana (EUA -1776).
Revolução Francesa (França 1789/99).
Prof. Ms. Paulo Cotias.
Por que o Burguês?
Passou a ser o principal agente econômico (comércio e finanças) atuando nos Estados.
Coaduna sua prática com a teologia protestante (predestinação/prosperidade).
Vê o trabalho como meio e não como punição.
Substituição da visão caritativa pela operativa.
Não vê óbices religiosos entre lucro e fé.
É empreendedor ao invés de parasitário.
É investidor ao invés de ostentatório.
Revoluções Inglesas
A aurora do século XVII começa sem a presença da rainha Elizabeth I no trono. Todavia, a governante deixara a Inglaterra numa boa posição econômica.
As praticas mercantilistas favoreceram o tesouro real, além de enriquecer os setores comerciais ligados às atividades marítimas.
Os nobres proprietários de pastagens também lucraram muito com o aquecimento da lã nos mercados interno externo.
Contexto geral
Já a burguesia que se dedicava às manufaturas tinha ainda seus lucros reduzidos, e via com desconfiança os privilégios dados pela coroa aos setores comerciais.
A burguesia manufatureira, adepta ao calvinismo (moderados e puritanos/quakers), lutava contra a imposição do anglicanismo como religião oficial.
Ainda havia o problema da expulsão dos camponeses das suas terras, o que nos da um quadro difuso da Inglaterra do século XVII. Próspera e pobre ao mesmo tempo...
Dinastia Stuart
Como a rainha Elizabeth I morre sem deixar herdeiros, o trono inglês passa para a dinastia real dos Stuarts, sob a condução de Jaime I.
Jaime I era um monarca do tipo absolutista, notadamente de inspiração francesa.
Em 1614 ao aumentar os impostos sem a convocação do parlamento, este protesta e é fechado pelo rei por sete anos.
Antecedentes da Revolta
Apesar do relativo sucesso da continuidade das políticas mercantilistas, o setor da burguesia comercial ainda se encontrava desprivilegiado.
Havia ainda dois grandes problemas: o governo perseguia a católicos e calvinistas (moderados e puritanos) e não possuía um exército profissional, diferente da França.
Antecedentes da Revolta
Um dos fatores primordiais das Revoluções Burguesas na Inglaterra foi o crescente número dos calvinistas moderados no parlamento.
Com a morte de Jaime I em 1625, assume o trono Carlos I, seu filho. 
Seu reinado também é de cunho absolutista a ainda mais autoritário.
Antecedentes da Revolta
Formou um exército profissional permanente e abriu guerra contra a França, num momento de fragilidade do Cardeal Richelieu.
Além dos resultados desfavoráveis da guerra, o rei amplia os atritos com o parlamento, levando a fechá-lo por duas vezes em 1625 e 26. 
A perseguição aos puritanos foi retomada com força ainda maior. É nesse período que começa sua migração para a colônia americana.
Antecedentes da Revolta
Em 1628, Carlos I precisou aumenta impostos, já que os gastos militares com suas tropas se faziam necessários. Mas o preço político foi a imposição por parte do parlamento da assinatura de um acordo que limitava os poderes absolutos do rei. Era a “Petição de Direitos” (Bill of Rights), que na prática não altera muito a relação com o parlamento.
Antecedentes da Revolta
A tentativa de impor o anglicanismo ao povo escocês foi o estopim que faltava para a guerra civil.
Isso levou a Escócia a uma rápida reação, com a invasão militar ao norte da Inglaterra.
O reforço das tropas contra os escoceses força Carlos I a convocar novamente o parlamento.
Antecedentes da Revolta 
Contudo, as relações entre o rei e o parlamento continuavam muito tensas. A cada nova ameaça ou mesmo a efetiva dissolução deste, mais os parlamentares calvinistas se articulavam politicamente contra o absolutismo desmedido da coroa.
Com a nova ordem de dissolução, Carlos I não esperava a reação dos parlamentares que, desobedecendo, permaneceram reunidos.
Antecedentes da Revolta 
Carlos I manda seus soldados armados invadirem o parlamento. A população de Londres, majoritariamente calvinista, reage violentamente e arma-se contra o rei, que se vê obrigado a fugir em 1642.
Em socorro ao rei, a alta nobreza constitui o “Exército de Cavaleiros”. O parlamento também organiza o seu, composto de cidadãos revoltados, liderados por Oliver Cromwell. Era uma guerra santa e política a um só tempo.
A consolidação
Se não bastassem os problemas já causados, Carlos I enfrenta também problemas com a Irlanda católica. 
A Batalha de Naseby em 1646, consolida a vitória final dos puritanos. Carlos I ainda tenta se refugiar na Escócia, mas é deportado e entregue ao parlamento inglês.
Cromwell percebe o momento de indecisão e relativa desorganização para dar um golpe de estado e assumir o poder. Expurga os calvinistas moderados do parlamento, entregando-o aos puritanos. Decreta a morte de Carlos I em 1649.
República de Cromwell
A república advinda do golpe de estado de Cromwell se consolida. Ele esmaga com mãos de ferro tanto as rebeliões católicas da Irlanda quanto os separatistas escoceses.
Divide a Inglaterra em 12 províncias e dá seu governo a militares, criando um clima de nacionalismo extremado e de espírito belicoso.
Em 1651 declara-se Lorde Protetor da Comunidade Britânica (Commomwealth). 
República de Cromwell
É uma época de intensa vigilância e imposição de costumes. Os bailes e outras atividades dita mundanas são proibidas.
Promulga os “Ato de Navegação”, nos quais fortalece em amplia consideravelmente a frota de navios mercantes, obrigando a toda mercadoria comercializada a ser transportada pelos navios ingleses ou pelos países de origem das mercadorias.
República de Cromwell
Essas medidas vão afetar diretamente os interesses holandeses que, em reação, declaram guerra a Inglaterra. 
Sem a mínima condição de vitória, ela derrotada em 1654, consolidando ainda mais o poder de Cromwell. Entre 1653/1658, seu domínio pessoal é tão intenso que podemos falar numa “Ditadura Puritana”.
Nova Transição
Com a morte de Cromwell em 1658 seu filho Ricardo é chamado como sucessor. Mas a Inglaterra já estava cansada do período de ditadura. Com a demissão de Ricardo do cargo, generais de seu pai brigam pelo poder.
A tensão e indefinição só será resolvida com uma solução consensual e que foi apoiada por todo país: O retorno à monarquia, com a chamada ao trono de Carlos II em 1660.
A Restauração Stuart
Carlos II era absolutista e fortemente ligado ao Rei francês Luís XIV. O segundo na linha de sucessão, Jaime II, já estava abertamente convertido ao catolicismo. 
O grande medo era de novas relações tensas e autoritárias com parlamento, com o risco, inclusive, de novas rebeliões populares armadas.
Com a morte de Carlos II e ascensão ao trono de Jaime II, o parlamento põe em execução um bem sucedido plano.
A Revolução Gloriosa
O holandês Guilherme de Orange, casado com uma das filhas protestantes de Jaime II (Maria Stuart) é cooptado para assumir o poder após uma destituição do rei pelo parlamento.
Ele desembarca com suas tropas em 1668 e conta com uma frágil reação de Jaime II que, com a grande deserção de seu exército, deixa o poder e exila-se na França.
A Revolução Gloriosa
Temendo um novo ciclo absolutista, o parlamento obriga Guilherme e sua esposa a assinar um segundo “Bill of Rights” em 1689. Com ele estava consolidado o princípio que rege a Inglaterra até os dias atuais “o rei reina mas não governa”. 
O governo agora está sob a autoridade do parlamento, que limitará sobremaneira o poder real.
Consequências
Com a mudança de regime consolida-se no poder uma nova
classe social, a burguesia. O progressivo fim das práticas mercantilistas e adoção do livre-comércio intensifica e fortalece as práticas e setores industriais.
Estavam criadas as bases políticas e econômicas da Revolução Industrial.
Revolução America
Destino Manifesto
Por Rainer de Souza:
“ Essa sociedade mobilizada em torno do objetivo de conquistar terras construiu uma auto-imagem de uma nação eleita por Deus para civilizar novas terras e prosperar economicamente. Dessa forma, estavam estabelecidas as condições e o sentimento que transformaram as antigas Treze Colônias em uma grande potência mundial.” 
O Processo de Independência
O processo histórico da independências das Treze Colônias, está intimamente ligado às disputas entre a Inglaterra e a França, quando da Guerra dos Sete Anos (1756-1763). Após a vitória inglesa, a posição das colônias, antes sujeitas ao regime de “negligência salutar”, passa a ser estratégica na reparação dos custos de guerra. 
Na prática, a metrópole resolve apertar o garrote, dando novo vigor à dominação.
Atos e Leis Intoleráveis
Lei do Açúcar (1764) –propunha a exclusividade da compra de açúcar advindo das Antilhas Britânicas. Proibição da importação de rum estrangeiro.
Lei do Selo (1765) – taxava jornais e diversos documentos.
Lei dos Alojamentos (1765) – fornecimento compulsório de alojamento e mantimentos ás tropas inglesas.
Lei do Chá (1773) - Monopólio do comércio de chá na companhia das índias orientais.
Leis intoleráveis (1774) - O fechamento do porto de Boston até que os colonos pagassem os prejuízos; A ocupação de Massachusetts pelo Exército inglês; O julgamento dos colonos rebelados pelos tribunais ingleses.
A guerra
Em represália, é convocado em 5 de setembro de 1774 um congresso na cidade de Filadélfia, cujo fruto foi uma declaração veemente de protesto, de fundo iluminista.
Já no Segundo Congresso da Filadélfia, em 1775, com a recusa do Rei Jorge III em ceder às pressões, George Washington é nomeado comandante das forças rebeldes, e o povo é conclamado a pegar em armas.
No dia 4 de julho de 1776, a independência é proclamada
A guerra dividiu-se em das etapas, a primeira, de 1775 a 1778 as tropas coloniais contavam apenas com suas próprias forças. Já a partir de 1778 a 1781, passou a receber ajuda financeira e militar da França e da Espanha, decisivas para a vitória. 
Em 1781, os britânicos são vencidos na Batalha de Yorktown.
Em 1783, a Inglaterra reconhece a independência dos EUA. Em 1787, o novo país ganha uma Constituição, adotando a República Federativa como forma de governo, a divisão entre os três poderes, sendo as principais forças políticas o presidente, o congresso e a suprema corte.
Vários direitos civis e liberdades foram estabelecidas, no entanto, o sul continuava escravagista.
Marcha para Oeste
A marcha para a colonização da porção oeste dos Estados Unidos foi um processo histórico decisivo para sua constituição enquanto nação.
Até 1783, os Estados Unidos já haviam triplicado sua área inicial. À guisa de comparação, o processo de colonização das terras foi tão intenso que ao final do período colonial (1770) a população não passava de 5000 habitantes, distribuídos na faixa litorânea. Em 1840 esse número sobe para aproximadamente 8 milhões, espalhando-se em todas as direções. Em 1860, a intensa imigração européia faz a população saltar para 31 milhões de habitantes.
Consolidação Burguesa
Esse nível de integração se dá pela percepção por parte da burguesia do leste de que o oeste só sobreviveria pela aquisição de créditos bancários e de compra e venda de produtos. A integração passa pelo viés econômico capitalista.
Os estados do sul é que se vêem em situação temerária de enfraquecimento, tendo em vista ainda praticarem a escravidão. O surgimento de estados livres baseados na exploração da pequena propriedade ameaçava seu sistema, que vai entrar em colapso quando da Guerra de Secessão (1861/1865).
O Modelo
O modelo estadunidense no tocante ao processo de industrialização passa por momentos singulares. A decrescente oferta de mão-de-obra,com a expansão para o Oeste, eleva o preço dos salários e da qualificação do trabalhador. Essa situação só será diluída com a imigração em massa, dos ex-escravos e seus descendentes e exploração desse tipo de mão-de-obra mais barata.
Ainda assim, conta com grande criatividade e investimentos para a mecanização e racionalização da produção. Dentre elas destacamos a “fabricação de peças permutáveis”, e a “fabricação em etapas”, compartimentando a produção, concebida para ser em escala.
Antecedentes
A França Pré-Revolucionária
A crescente expansão da burguesia em território francês, tanto a comercial quanto a nascente burguesia manufatureira sofriam com as políticas do estado absoluto.
Os impostos e taxas cobrados pela nobreza, associado às restrições impostas pela racionalidade do antigo sistema mercantil, levarão ao insustentável. 
As idéias iluministas, encontrarão fértil terreno
França Antes
Com uma população de aproximadamente 26 milhões de pessoas, a França ainda sofria com o atraso estrutural. No campo, a agricultura escandia para práticas feudais, o que é justificado pelo fato de que boa parte das terras estavam nas mãos da nobreza, mais interessada em impostos do que na racionalidade da produção capitalista da terra. 
A mão de obra, trabalhava miseravelmente, mostrando um cenário no campo pouco favorável ao desenvolvimento.
França Antes
Já as cidades apresentavam maior dinamismo econômico e social e isso graças à ação da burguesia manufatureira, comercial e financeira.
Contudo, esse mesmo grande conjunto de burgueses não possuíam nenhum tipo de destaque ou privilégio social e político, compondo junto com camponeses o chamado Terceiro Estado.
Ao lado dessa burguesia, temos no cenário os trabalhadores livres que dela dependem. Esses trabalhadores se configurarão numa camada-satélite dos interesses burgueses, compondo o que poderíamos chamar de camadas médias/populares.
França Antes
À exceção da Alta Burguesia, que conseguia comprar títulos de nobreza que lhes conferiam a dignidade mas não a fidalguia. Era a nobreza judiciária ou togada, ocupada nos cargos da magistratura.
A nobreza era sustentada pelo Estado por meio de transferência da renda campesina ou por pensões e auxílios estatais. Não pagavam impostos.
França Antes
Esse sistema dependia visceralmente da arrecadação de tributos e com o passar do tempo o Estado começa a apresentar severos déficits orçamentários, chegando a atingir 5% no século XVIII.
A solução geralmente encontrada, além do aumento das taxas, era a recorrente prática dos empréstimos bancários (burguesia financeira) para cobrir despesas correntes e evitar a bancarrota.
Com uma estrutura mercantil atrasada, não conseguia gerar divisas e, somado ao custo das guerras (auxílio aos EUA), faziam a monarquia gastar acentuadamente sem o devido lastro.
O andamento da crise
Quando foi nomeado por Luís XVI em 1774 para o cargo de Controlador Geral de Finanças, Turgot traz a concepção de que havia um grande desequilíbrio no pagamento de impostos e que não se sustentava mais uma camada não o fazê-lo. Propõe uma reforma na qual os impostos passassem a ser cobrados de modo proporcional por toda a sociedade. A idéia foi vetada pela nobreza, levando ao afastamento de Turgot.
O andamento da crise
Quando a França entra na guerra ao dos Estados Unidos (1778), Turgot é substituído por Jacques Necker. De início, a prática corrente de recorrer a empréstimos para cobrir os gastos de guerra. Tenta também uma reforma tributária em 1783, mas é afastado pelo rei, sob intensa pressão da nobreza. 
A autoridade do rei estava novamente posta em cheque.
O andamento da crise
Calonne assume o cargo em 1783 e proporá quatro anos depois uma reunião entre os nobres (Assembléia dos Notáveis de 1787) para discussão da reforma tributária. Calonne é demitido.
Brienne assume a pasta e,como o costume, tenta recorrer a empréstimos para mais uma vez salvar a França
da insolvência. Mas dessa vez, o parlamento só concorda em aprová-los se fosses convocados os Estados Gerais, uma assembléia consultiva imposta pela nobreza à monarquia no século XIV.
O andamento da crise
Essa assembléia era composta por todos os segmentos da sociedade, ainda dividida na antiga forma dos três Estados:
O andamento da crise
Contudo, as deliberações aconteciam em separado, levando cada estamento sua proposta para ser votada pela Assembléia. Cada estamento tinha direito a um voto, ou seja, a nobreza sempre possuía dois votos contra o restante de toda a população.
Mas o Terceiro Estado dessa vez está mais articulado e vai lutar não só pelas reformas necessárias aos seus interesses, como também pela mudança na composição dos votos. A idéia é a votação por deputado em cada proposta, o que lhes devolvia a vantagem.
Estados Gerais e 
Assembléia Nacional
Logo na abertura, o Rei tenta direcionar o rumo das discussões para a esfera econômica, amparado por Necker, de volta ao comando da pasta das finanças. 
O Terceiro Estado reage e politiza as discussões ao ponto de se auto-declararem em Assembléia Nacional,exigindo uma nova constituição para a França.
Os Estados Gerais e
A Assembléia Nacional
O rei e os setores conservadores reagiram prontamente, impedindo a reunião e trancando todos os espaços destinados a essa finalidade. O Terceiro Estado se mantém no propósito e se reúne desafiadoramente numa sala de jogos (péla) e lá juraram não terminar o estado de reunião até que a França tivesse uma nova constituição (Juramento da Péla).
Necker é novamente substituído e o rei reúne suas tropas em Paris e Versalhes.
A Revolta
Quando em 14 de julho de 1789 a notícia de que as tropas reais estavam se concentrado em Paris chega ao conhecimento e percepção da população (a camada mais pobre), esta arma-se e toma de assalto a Bastilha, antiga prisão do rei. As armas que lá se encontravam foram distribuídas entre os revoltosos. O clima de revolta se acentua. 
O exército real é dissolvido e em seu lugar, a burguesia forma uma milícia de cidadãos, na intenção de controlar a rebeldia popular e, claro, canalizá-la propiciamente para os seus interesses.
A Revolta 
Os camponeses e revoltosos das camadas populares urbanas rebelaram-se violentamente, invadindo, queimando e destruindo propriedades, documentos e tudo que simbolizasse os séculos de opressão e miséria.
Os ânimos só começam a se acalmar com duas medidas impactantes, a abolição dos direitos feudais na França (agosto de 1789) e a Declaração dos Direitos do Homem, que garantia as idéias burguesas de salvaguarda da propriedade e a igualdade jurídica.
A Revolta
Os rumores de que o rei não assinaria os documentos aliado a carestia e aumento do preço do pão estancaram novas rebeliões (jornadas de outubro), estancadas quando o rei assina os decretos. 
O próximo passo foi atacar o clero. Em 1790 a Constituição Civil do Clero os transformavam em funcionários do Estado, inclusive com o confisco de bens das ordens religiosas. A aristocracia assusta-se e, prevendo o que ainda virá, começa a refugiar-se em reinos vizinhos (Holanda e Sacro-Império).
A Revolução em Processo
No exterior, o Conde de Artois, irmão do rei, prepara a contra-revolução, na tentativa de devolver à França ao absolutismo e estancando a monarquia constitucional que se constituía com amplos poderes do parlamento.
O parlamento era composto à sua direta pelos membros da aristocracia e nobreza, no centro por defensores da monarquia parlamentar (como La Fayette, Sieyès e Talleyrand) e à esquerda os grupos republicanos democráticos liderados por Danton, Marat, Herbert, Robespierre e Desmoulins.
A Revolução em Processo
Essas diferentes tendências tinham o costume de se reunir para as deliberações antes e depois das assembléias. No caso das alas mais radicais essas reuniões tinham o costume de ser públicas, formando clubes ou agremiações como os Cordelliers que defendia o voto universal e era liderado por Danton, Marat e Herbert; e o Clube dos Jacobinos, ligado à pequena e média burguesia e de espírito republicano, liderados por Robespierre.
A Revolução em Processo
Os trabalhos na Assembléia já estavam para se concluir quando o Rei Luís XVI protagoniza o vexame de ser capturado tentando fugir da França em 1791 para se juntar a contra-revolução no exterior e invadir a França. Apesar da vontade popular pela sua abdicação, a alta burguesia consegue mantê-lo no poder como forma de controle popular. Tem início com a Constituição de 1791 a Monarquia Constitucional.
Monarquia Constitucional
Na prática, o rei perdera os poderes de decretar leis, além da política exterior, forças armadas, guarda nacional e nomeação de ministros ficarem a cargo do parlamento.
Com o voto censitário, a burguesia garantia folgadamente o controle do parlamento e, por conseguinte, o controle da vida política da França.
No novo parlamento, a direita era ocupada pelos Feulliants e Girondinos, membros da Alta Burguesia. No centro os deputados independentes que costumeiramente votavam com os Girondinos. À esquerda, os Jacobinos e Cordelliers, com o apoio popular e da pequena e média burguesia.
Estava claro para quem as leis serviriam nessa divisão.
Uma Guerra para Todos?
Com a ameaça de invasão por parte dos demais reinos absolutistas europeus, em especial o Sacro-Império e a Áustria, todos viam na guerra uma esperança de consolidar definitivamente os seus interesses:
O rei – com a derrota poderia restabelecer seu poder absoluto.
A Alta,Média e Pequena Burguesia/População salvaguardariam seus lucros e a revolução em caso de vitória.
Uma Guerra para Todos?
Em abril de 1792 o rei Luís XVI propões à Assembléia uma declaração de guerra à Áustria e ao Sacro-Império. Com as sucessivas derrotas francesas, a oposição no parlamento começava a vociferar contra uma suposta traição real. Ela se comprova quando um adversário, o Duque de Brunswick ameaçava de morte quem tentasse defender Paris e ameaçar a família real.
Era a gota d’água. A pregação republicana incendeia a população que, junto à Guarda Nacional tomam o Palácio das Tulherias em 9 de agosto de 1792, prendendo o rei e sua família e decretando o fim da monarquia.
Em 20 de setembro, com a vitória da Comuna Revolucionária de Paris contra as tropas invasoras, tem início a República.
Governo Girondino e Revolução Jacobina
O início da nascente república estava marcado pela divisão interna. Jacobinos que eram minoritários defendiam o controle social das atividades comerciais, o voto universal e a administração centralizada. Os girondinos, primavam pelo voto censitário e defesa da propriedade. E os independentes (pântano), oscilavam entre seus interesses.
A questão do que fazer com o rei traidor acendeu dissensões no parlamento. Por fim, prevalece a proposta jacobina de execução, contando com votos dos demais segmentos. Em 20 de janeiro de 1793 a execução é aplicada.
A política econômica se deteriora e a especulação financeira cresce. A população volta a experimentar período de intensa carestia. É hora de por fim ao governo girondino.
A Convenção
Durante essa fase, foram tomadas medidas de considerável impacto, como a abolição da realeza com o pronto estabelecimento da República em 1792 (conhecido como o Ano I) e o processo contra Luís XVI, acusado de traição. Ele será condenado à morte na guilhotina e executado em 1793.
Em reação ao regicídio, Inglaterra, Áustria, Prussia, Espanha capitanearam uma reação contra a França, a chamada “Primeira Coligação”.
A Convenção toma medidas: organiza um exército popular para enfrentar a invasão estrangeira; criação do Tribunal Popular, para julgar processos políticos (sem direito à apelação).
A Convenção
Nesse contexto também fora instituída a Junta de Salvação Pública, que assume os poderes executivos. Começa liderada por Danton e passa posteriormente ao controle de Robespierre. 
Uma nova constituição é elaborada em 1793, instituindo o mecanismo do referendo, o sufrágio universal, reconhecendo
e consolidando, desse modo, a soberania do povo.
O Terror 
A Junta de Salvação Pública mostra sai face mais violenta. Com Robespierre no comando os Girondinos foram proscritos e expulsos da cena política. Condenação em massa à guilhotina de adversários como Luís Egalité, Maria Antonieta e aliados como Lavoisier e Danton.
Instala as chamadas “Medidas de Salvação Pública”, dentre elas: Uma Lei dos Suspeitos, na prática um mecanismo de aprisionar adversários e simpatizantes do regime monárquico ou moderado; Requisição em massa, colocando todos os maiores de 18 anos a disposição do exército; Empréstimos Forçados, tomado aos mais abastados e a Lei do Máximo Geral, fixando o preço dos gêneros de consumo.
O Terror
O culto a Deusa Razão é instituído e os religiosos,católicos em especial, são duramente perseguidos. O calendário gregoriano é substituído pelo republicano (vendémiaire, brumaire, frimaire, nivôse, pluviôse, ventôse, germinal, floréal, prairial, messidor, thermidor e fructidor). 
Robespierre governa absoluto a revolução, após eliminar boa parte de seus adversários, especialmente os partidários de Herbert e Danton. 
Todavia, em 1794, o próprio Robespierre é acusado de tirania e condenado à mesma guilhotina na qual mandara tantos anteriormente. Era a reação termidoriana.
A Reação Termidoriana
Um a nova Convenção elabora em 1795 uma outra constituição (Ano III), que daria início à fase do Diretório.
A nova constituição dividia do seguinte modo os poderes:
O executivo – desempenhado pelo Diretório (5 membros).
O legislativo – agora composto por duas assembléias, a dos Quinhentos e a dos Anciãos.
Era uma fase de revoltas, nas quais os exaltados como Babeuf e seus liderados vão para a guilhotina por sua insurreição. Ao mesmo tempo, levanta-se uma segunda Coligação contra a França, agora tendo a frente a Inglaterra, a Austria e Rússia.
Revolução Termidoriana
Com o golpe do 9 Termidor, houve uma mescla entre a classe da pequena e média burguesia que já estava no governo com os revoltosos, banqueiros, financistas, agiotas e fornecedores de suprimentos de guerra.
Várias foram as modificações no edifício jacobinista, como o regresso da escravidão nas colônias, supressão dos preços máximos e feroz perseguição a todos os membros e colaboradores jacobinos.
Diretório
A estrutura do governo foi alterada, constituindo-se o Diretório, com funções executivas e comandado por cinco diretores. O legislativo agora dividia-se entre a Câmara dos Quinhentos e a Câmara dos Anciãos.
Contudo, o novo governo enfrentava forte oposição tanto da extrema direita (monarquistas) quanto da extrema esquerda (jacobinos). Em 1795 os monarquistas iniciam uma rebelião em Paris.
Diretório
Em termos macroecnômicos o Diretório trouxe alguns avanços significativos, como o desenvolvimento da indústria têxtil e da metalurgia. Contudo o constante estado de guerra com as demais monarquias europeias minaria as conquistas econômicas do regime.
A ofensiva contra a Áustria, Itália e Alemanha, encerrada com a rendição austríaca de 1797 (Paz de Campofórmio). Napoleão doara o butim ao governo, bem como as conquistas advindas da vitória: Direitos da França sobre a Bélgica e Milão.
Napoleão 
A solução foi trazer de volta ao cenário a figura do general Bonaparte, afastado por ser simpatizante dos jacobinos, mas que reaparece para por fim às rebeliões.
No ano seguinte, foi a vez de uma revolta jacobina, liderada por Babeuf e novamente esmagada por Napoleão, que agora carreira definitivamente nas graças do Diretório.
Napoleão
As vitórias trouxeram grande prestígio pessoal a Napoleão e grandes recursos naturais e estratégicos para a França. Com a vitória, a Primeira Coligação formada pela Itália, Áustria, Espanha, Holanda e Inglaterra, em luta com a França desde 1792, fora desfeita, permanecendo apenas a Inglaterra em guerra.
Agora Napoleão estava prestes a desferir um importante golpe, convencendo o governo do Diretório a autorizar uma invasão à Índia, celeiro estratégico de matérias-primas da Inglaterra.
Transformações do Regime
Todos queriam um governo estável. Napoleão percebe isso e consegue ludibriar a marinha inglesa e desembarcar em Paris, localizando sua armada estrategicamente. No 18 Brumário, ele assume o controle geral dos exércitos e a guarda pessoal das casas legislativas. 
Era o fim do regime revolucionário francês e o início da Era Napoleônica.
Governo de Napoleão
A primeira modificação foi em termos de estrutura política. O Golpe do 18 Brumário pôs fim ao Diretórios e instalou o Consulado. A Alta Burguesia tinha, assim seus poderes consolidados, já que indicava os cônsules, eleitos pelo Senado.
Porém, no âmago do processo estava a centralização do poder em Napoleão, o Primeiro Cônsul. Os primeiros anos do governo de Napoleão teriam como tarefa principal consolidar um ambiente de estabilidade e segurança, essenciais para o bom andamento dos negócios de toda a burguesia.
Era hora de por fim às ameaças externas e internas.
Governo de Napoleão
Após a derrota dos inimigos externos, o primeiro passo foi a centralização dos poderes e da administração. O setor creditício e organizado e torna-se acessível à burguesia empreendedora, por meio da criação do Banco da França.
Legaliza propriedades de camponeses, o que vai dar a Napoleão grande popularidade no interior.
Consegue um acordo com o papado, que se curva a reconhecer a autoridade do governo francês sobre a Igreja.
Governo de Napoleão
A educação era uma preocupação estratégica de Napoleão e ela serviria com uma dupla finalidade: a de gerar mão-de-obra qualificada para a crescente indústria francesa e de ser um excelente meio de controle social e difusor da ideologia do governo.
Para maior controle ideológico, instaura a censura e toma outras medidas como a reformulação do exército e uma série de grande obras públicas, gerando um clima de euforia popular.
Governo de Napoleão
Em termos jurídicos destaca-se a criação do Código Napoleônico, que legislava sobre a propriedade privada, as restrições às organizações de trabalhadores e o forte controle moral do lar nas mãos do homem, a “cabeça pensante do casal”. Contudo, garantia o direito ao divórcio.
Mas faltava ainda conquistar definitivamente o apoio dos monarquistas e acalmar desse modo os demais reinos europeus.
Surge o imperador.
E Napoleão vai habilmente articular a solução: a volta do regime monárquico, tornando-se imperador da França. A favor conta a simpatia da França por essa modalidade de governo, mas para evitar suspeitas de um regresso ao poder absolutista, ele convoca um plebiscito popular para receber do povo a coroa.
Os títulos de nobreza são vendidos, permitindo que a Alta Burguesia ocupasse os cargos principais e a formasse majoritariamente a nova corte.
Império de Napoleão
O recrutamento obrigatório, advindo da reforma do exército, possibilitara a formação da maior tropa da Europa, com cerca de 1 milhão de soldados constritos.
A Inglaterra, vendo o crescimento do governo francês, articula uma nova aliança com a Rússia, Áustria , Nápoles e apoio da Prússia e declara ofensiva à França.
Napoleão obtém vitórias rápidas e significativas, sobretudo com a ocupação de Viena. Consegue a aliança com a Espanha, mas as esquadras aliadas foram derrotadas pelos Ingleses na Batalha de Trafalgar em 1805.
Império de Napoleão
Em 2 de dezembro de 1805 Napoleão vence a Prússia. Em 1806 é dissolvido o Sacro Império e é formada a Confederação do Reno, sob o controle e liderança da França. Esse fato leva a mais frágil Quarta Coligação, com Rússia, Prússia e Saxônia, que exigiam a dissolução da Confederação.
Mas a vitória militar sobre a principal nação rival, a Inglaterra, exigiria uma estratégia ainda maior. Em 1806 Napoleão decreta o Bloqueio Continental, proibindo as nações européias de comercializar com a Inglaterra. Isso obviamente gerou uma enorme reserva de mercado para a burguesia francesa, que consegue rápido e consistente crescimento econômico.
Império de Napoleão
Os efeitos
foram rápidos. Em 1807 a Rússia assina paz com a França e adere ao Bloqueio. As indústria inglesas já começa a sentir o baque das ações de Napoleão.
As nações aliadas da Inglaterra, em especial Portugal e Espanha foram invadidas, levando o governo português a transferir a sede do governo para sua maior colônia, o Brasil. Mesmo com D. José I, irmão de Napoleão na Espanha, havia resistência tenaz contra a invasão.
Declínio do Império
As conspirações internas aumentam e vem de todos os lados, dos monarquistas e da extrema esquerda, contando com ampla insatisfação popular.
A Rússia abandonara o Bloqueio em 1810. dois anos depois Napoleão decide invadir a Rússia. Mas a estratégia russa e o clima, se encarregaram de reduzir 600 mil soldados franceses a 30 homens maltrapilhos e derrotados. A derrota anima a Áustria e a Prússia e se levantar contra o domínio napoleônico.
Declínio do Império
As tropas francesas são derrotadas de forma generalizado. Na Península Ibérica e nas demais regiões conquistadas, a desocupação pela derrota já mostrava que o regime estava prestes a ruir.. Os soldados prussianos e os aliados entram em Paris em 1814. O diplomata Talleyrand assume o governo provisório. Napoleão é destituído e banido para a Ilha de Elba. O trono é entregue posteriormente a Luís XVIII, irmão de Luís XVI.
Os Cem Dias
Mas secretamente em seu exílio Napoleão articulava a retomada do poder. Em março de 1815 ele desembarca em Cannes e monta um exército em marcha para Paris. O rei Luís XVIII, apavorado, foge e deixa o governo nas mãos do general Bonaparte.
Mas os aliados externos não teriam a mesma temeridade do governante francês. Inglaterra e Prússia vencem Napoleão na Batalha de Waterloo, devolvendo o trono a Luís XVIII e banindo novamente Napoleão para a Ilha de Santa Helena.
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