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08/05/2016 1 REDAÇÃO CIENTÍFICA ECO- UFRJ Profa. Filomena Varejão LP I 1.FICHAMENTO Fichamentos são arquivos que constituem recursos facilitadores à tarefa de produzir trabalhos acadêmicos. Podem ser de variados tipos: fichamento de leitura; fichamento de transcrição direta; fichamento de resumo; fichamento de avaliação crítica (cf. MEDEIROS, 2004): 1. Fichamento de leitura É aquele em que se registram informações bibliográficas completas, informações sobre o autor, resumo, transcrições diretas, comentários apreciativos. FICHAMENTO (CONT.) II. Fichamento de transcrição A transcrição exige a colocação de aspas no início e no final do trecho transcrito. Não se pode alterar o texto (trocar palavras, eliminar aspas, pontuação etc.). Inclusões do tipo itálico, negrito ou sublinhado devem ser informadas em nota. No entanto, podem ser feitas supressões de palavras ou trechos, indicadas por meio de parênteses e reticências: (...). Tal indicação fica dispensada se ocorrer no início ou no final do trecho transcrito. A supressão de um parágrafo inteiro deve ser indicada por meio de uma linha pontilhada entre os parágrafos transcritos e o suprimido. Modelo de fichamento de transcrição BAGNO, Marcos. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. 5. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. p.21-22. “A demonstração mais nítida que se pode oferecer do caráter eminentemente social do preconceito linguístico é que a noção de erro, sobretudo de erro crasso (...), não é absoluta nem estática: a noção de erro varia e flutua de acordo com quem usa e contra quem. No caso em questão, é alguém das camadas privilegiadas da população que vê erro na língua dos cidadãos de outras camadas, as menos favorecidas (...). Frequentemente, esses acusadores, por atribuírem a si mesmos um conhecimento linguístico superior, acima da média, denunciam erros também na fala dos membros de sua própria classe social.” Uso do fichamento no texto acadêmico No trabalho científico, transcrições diretas com até três linhas são incluídas no corpo do trabalho. Se forem maiores, devem ser destacadas em corpo menor, com adentramento e espaçamento reduzido. Uso do fichamento no texto acadêmico: modelo A variação linguística tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores a partir da década de setenta. O foco de alguns trabalhos está na revisão do conceito de erro, que é “a demonstração mais nítida que se pode oferecer do caráter eminentemente social do preconceito linguístico” (BAGNO, 2003:21). Muito se discute atualmente acerca dos limites pedagógicos dessa noção sociolinguística, haja vista a pressão da mídia em torno da presença de variedades estigmatizadas em livros didáticos brasileiros. No entanto, importa considerar que, ainda segundo o linguista, a noção de erro varia e flutua de acordo com quem usa e contra quem. No caso em questão, é alguém das camadas privilegiadas da população que vê erro na língua dos cidadãos de outras camadas, as menos favorecidas (...). Frequentemente, esses acusadores, por atribuírem a si mesmos um conhecimento linguístico superior, acima 1 2 3 4 5 6 08/05/2016 2 da média, denunciam erros também na fala dos membros de sua própria classe social. (BAGNO, 2003: 21-22, grifo nosso.) 2. RESUMO Resumo ou fichamento de resumo é um gênero textual que consiste em reduzir um texto ao seu conteúdo essencial. É uma paráfrase e, portanto, um novo texto. Esse processo implica duas etapas: compreensão do texto e nova elaboração do original (que pode incluir informações do próprio resumidor). Quanto ao conteúdo, o resumo deve apresentar: o assunto do texto o objetivo do texto a articulação das ideias as conclusões do autor 2. RESUMO As regras para elaboração de resumos englobam as seguintes fases : supressão; generalização; seleção e construção. • 2.1 SUPRESSÃO • A supressão elimina palavras secundárias. Em geral, eliminam-se advérbios, adjetivos, preposições, conjunções e trechos redundantes. Atente-se para que sejam realmente dispensáveis ao conteúdo essencial do texto. • Exemplo extraído de Medeiros, 2004: 2.1 SUPRESSÃO ORIGINAL “Os estereótipos tanto podem ser positivos quanto negativos; tanto podem valorizar quanto depreciar pessoas. Se um estereótipo é positivo ou negativo, isto depende da categoria social que os adota.” • COM SUPRESSÃO Os estereótipos tanto podem ser positivos quanto negativos, dependendo da categoria social que os adota. 2.2 GENERALIZAÇÃO • A generalização é o processo que permite substituir elementos específicos por outros genéricos. 2.2 GENERALIZAÇÃO ORIGINAL “Os vestibulares buscam verificar se o candidato teve contato com a leitura de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.” • COM GENERALIZAÇÃO Os vestibulares buscam verificar se o candidato teve contato com a leitura de autores nacionais. 7 8 9 10 1 2 3 4 11 12 1 2 3 4 08/05/2016 3 • 2.3 SELEÇÃO • A seleção é a fase em que se propõe eliminar obviedades ou informações secundárias. 2.3 SELEÇÃO ORIGINAL “ A leitura é atividade intelectual que exige, para a realização adequada, alguns procedimentos, como seleção do material, cuidando para que a unidade delimitada compreenda uma totalidade e não mero fragmento, contexto, ideologia.” . COM SELEÇÃO A leitura exige procedimentos como seleção e delimitação de uma totalidade de conteúdo e não de um fragmento descontextualizado. 2.4 CONSTRUÇÃO • A construção é a paráfrase final do texto resumido. • Tomando o modelo dado, tem-se, finalmente: A seleção e a delimitação de um texto são procedimentos de leitura que devem levar em consideração o contexto. 3. RESENHA Resenha crítica ou fichamento de comentário ou recensão crítica consiste, grosso modo, na apresentação de um resumo acrescido de observações apreciativas. Sua tipologia principal é a DESCRIÇÃO. A resenha é um relato das propriedades de um objeto, acrescido ou não de apreciação crítica. 3. RESENHA Descreve as propriedades da obra; Relata as credenciais do autor; Resume a obra; Informa sua metodologia e o quadro de referências em que se insere; Apresenta uma avaliação crítica do objeto resenhado. Referência bibliográfica MEDEIROS, João Bosco. Redação científica. Rio de Janeiro: Atlas, 2000. 13 14 1 2 3 4 15 16 17 18
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