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Desenvolvimento infantil na concepção de Spitz & Bion

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES 
URI - CAMPUS DE ERECHIM 
 
 
 
 
 
 
 
ANDRÉ M. PATZER, DANRLEY C. MARCHIORI, LAURA HELFENSTEIN; LUCAS COLLA, 
RENAN BOIANI. 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE PSICOLOGIA DA INFÂNCIA 
O DESENVOLVIMENTO AFETIVO E INTELECTUAL DA CRIANÇA SEGUNDO RENÉ SPITZ E 
WILFRED R. BION 
 
 
 
 
 
 
ERECHIM, SETEMBRO de 2013 
ANDRÉ M. PATZER, DANRLEY C. MARCHIORI, LAURA HELFENSTEIN, LUCAS COLLA, 
RENAN BOIANI 
 
 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE PSICOLOGIA DA INFÂNCIA 
O DESENVOLVIMENTO AFETIVO E INTELECTUAL DA CRIANÇA SEGUNDO RENÉ SPITZ E 
WILFRED R. BION 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho da disciplina de Psicologia da 
Infância, Curso de Psicologia, Departamento 
de Ciências Humanas da Universidade 
Regional Integrada do Alto Uruguai e das 
Missões – Campus de Erechim. 
Prof: Eluisa Leocadia Bordin Schmidt 
 
 
 
 
ERECHIM, SETEMBRO DE 2013 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................04 
2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................05 
2.1. RENÉ SPITZ.............................................................................................................05 
2.2. ELEMENTOS BIOGRÁFICOS RENÉ SPITZ...................................................................05 
2.3. OBRA......................................................................................................................06 
2.4. O ESTÁGIO NÃO OBJETAL........................................................................................07 
2.5. O PERCURSOR DO OBJETO......................................................................................09 
2.6. O ESTABELECIMENTO DO OBEJTO LIBIDINAL...........................................................10 
 
3. WILFRED R. BION...........................................................................................................11 
3.1. BIOGRAFIA..............................................................................................................12 
3.2. OBRA......................................................................................................................13 
3.3. TEORIAS..................................................................................................................14 
 
4. CONCLUSÃO...................................................................................................................16 
5. BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo explanar alguns aspectos da vida e obra de 
René Spitz e Wilfred R. Bion, dois estudiosos do campo do desenvolvimento cognitivo 
e intelectual da criança. Com embasamentos em teorias psicanalíticas, ambos os 
autores analisam a relação mão-bebê, a formação do bebê e como se dá sua 
percepção frente a essas relações, bem como a evolução da sua capacidade de 
cognição e enfrentamento de fronte a novos estímulos, sempre ressaltando a 
importância do papel materno neste desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS BIOGRÁFICOS DE RENÉ SPITZ 
 
René Spitz (1887-1974) nasceu em Viena, e faleceu no Colorado, Estados Unidos. Começou por 
exercer medicina em 1910 em Budapeste onde se tornou médico. Interessado desde cedo pela 
psicanálise conhece Sándor Ferenczi, psicanalista e hipnotizador, que fazia parte do círculo 
mais próximo de Sigmund Freud. Foi Ferenczi quem o apresentou ao criador da Psicanálise, e o 
levou até à Sociedade Psicanalítica de Viena que consegue de Freud que este tome Spitz em 
análise didática. Spitz é, com efeito, o primeiro a conceber a utilidade de tal passo na formação 
de um analista. Em 1938, instala-se nos Estados Unidos onde exerce numerosas funções como 
médico, psicanalista, professor e pesquisador. 
René interessa-se especialmente pelo desenvolvimento geral das crianças durante os dois 
primeiros anos de sua vida e publica numerosos trabalhos como um deles “Le Non et le Oui” 
que teve grande destaque. Este interesse conduziu-o a elaborar técnicas inéditas (filmes, 
testes...) de observação direta de bebês pequenos aplicando os métodos da Psicologia 
Experimental: estudos longitudinais e transversais realizados numa população total, não 
selecionada, de um determinado meio, isto é, em berçários, casa de crianças abandonadas, 
maternidades, lares de adoção, creches entre outros. Tornou-se um teórico de referência nos 
meios científicos na primeira metade do século XX. 
 
René Spitz 
 
 
OBRA 
Influenciado pela perspectiva psicanalítica, Spitz elaborou sua própria teoria sobre a 
precocidade no desenvolvimento do bebê referindo-se diretamente aos conceitos que foram 
propostos por Freud: a abordagem metapsicológica, os pontos de vista estrutural e genético, 
os princípios de base do funcionamento psíquico e a teoria da libido, conceitos trazidos por 
Freud em 1986, que pode ser explicado como uma associação entre os elementos da teoria 
psicanalítica e as experiências vividas na clínica. 
A teoria de Spitz apoia-se na concepção de etapas gênese da relação objetal e da 
comunicação humana que ele conceituou de modo inovador. 
Deste modo, Spitz definiu três fases do desenvolvimento da primeira infância: 
 O estágio não-objetal; 
 O precursor do objeto; 
 O estabelecimento do objeto libidinal; 
Os desenvolvimentos destas fases situam-se no âmbito da relação mãe-bebê, com presença de 
comportamentos específicos na criança que Spitz denomina “organizadores”. Por sua vez, 
estes revelam a existência de “organizadores do psiquismo”, dos quais os processos de 
maturação e desenvolvimento encontra-se em uma “aliança” que permitirá progressivamente 
a evolução no sentido da integração da personalidade do bebê. Após cada nova fase de 
integração do bebê, o parelho psíquico obtém uma evolução de mecanismos, beneficiando-se 
de funcionamentos novos e diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ESTÁGIO NÃO OBJETAL 
O estágio Não Objetal corresponde semelhantemente ao estágio do narcisismo primário. 
Sendo um estágio onde o funcionamento, percepção e atividade do recém-nascido ainda não 
estão completamente organizados em unidades, exceto em áreas que são indispensáveis para 
a sobrevivência do sujeito (metabolismo, consumo alimentar, circulação, funções respiratória 
outras mais) Spitz então a denomina de estágio de não diferenciação. 
 Neste estágio o recém-nascido não consegue fazer diferenciações entre uma coisa e outra; 
não consegue distinguir uma coisa externa de seu próprio corpo e não experimenta o meio 
que o cerca como sendo separado dele mesmo. Desta maneira, a percepção que o bebê tem 
do seio materno, que satisfaz suas necessidades e que lhe fornece alimento necessário a sua 
sobrevivência é como uma parte dele mesmo. Além disso, o recém-nascido em si mesmo 
também não é diferenciado e organizado, mesmo em aspectos fundamentais como a relação 
entre centros neurais distintos, de um lado, e seus órgãos efetores musculares, de outro; 
apenas pouquíssimas áreas privilegiadas parecem estar separadas em unidades funcionais. 
 Obtém-se de inúmeras observações que o aparelho perceptivo do recém-nascido é 
protegido do mundo exterior poruma barreira de estímulo extremamente alta, tendo como 
função a proteção da criança dos estímulos ambientais nas suas primeiras semanas e meses de 
vida. Nesta perspectiva parece possível afirmar que durante os primeiros dias e o primeiro mês 
o mundo exterior é praticamente inexistente para a criança. Durante este período toda a 
percepção passa pelos sistemas interoceptivos e proprioceptivo; as reações deste modo 
ocorrem a partir da percepção de necessidades comunicadas por esses dois sistemas, podendo 
ser interna (fome, sede...) ou externas (barulhos, luz...). Os estímulos provenientes de fora só 
serão percebidos quando o seu nível de intensidade excede o limite da barreira de estímulo, 
rompendo-a, destruindo com a quietude do recém-nascido fazendo-o reagir com desprazer, 
por um processo de descarga: o choro. O processo fisiológico ilustra o princípio do nirvana, a 
descarga para reduzir o desprazer e permitir a quietude. A partir deste início, o funcionamento 
psicológico irá se desenvolver e consolidar no devido tempo. Uma vez estabelecida, a função 
psicológica será ditada por algum tempo pela regra do princípio de prazer-desprazer, até que 
o princípio de prazer seja regulado pelos mecanismos do principio de realidade. 
 Qualquer que seja a natureza dos estímulos eles não são “reconhecidos” pelo recém-
nascido. Portanto os estímulos que incidem sobre o sensório do bebê são estranhos a 
modalidade visual e outras modalidades sensoriais. É somente com a experiência que eles 
terão valor de sinal; o conjunto dos sinais dará uma imagem coerente do mundo, sendo que a 
maturação da criança desenvolve progressivamente esta capacidade mental de registro dos 
estímulos. Spitz aponta que: “[...] A percepção deve ser aprendida, coordenada, integrada e 
sintetizada através da experiência dos fluxos incessantes e em constante movimento, das 
águas calmas e corredeiras das relações objetais.” Sendo assim a percepção propriamente dita 
é a apercepção. 
 Nestes primeiros dias de vida, Spitz então usa a palavra “recepção” o captar no sentido 
visceral. Esta sensação pertence à organização cenestésica. Neste caso a sensação é extensiva, 
principalmente visceral e centrada no sistema nervoso autônomo. Em contraste a isso o 
desenvolvimento posterior a tem como denominação organização diacrítica, onde a 
percepção se processa através dos órgãos periféricos dos sentidos localizados no córtex, 
manifestando-se por processos cognitivos. O bebê passará da recepção cenestésica para a 
recepção diacrítica. Este progresso se fará pelas zonas de transição, sendo a primeira o 
“rosto”: região oral que pela sua função analítica servirá de intermediária entre recepção 
interna e a percepção externa. É por essa zona que a percepção de um estímulo externo, como 
o mamilo ou o seio, será reconhecido pela criança uma vez que ela está associada a uma 
satisfação rápida da necessidade de alimentação de origem proprioceptiva. Esta percepção só 
é possível se o desprazer e o alívio consequentemente se interrompem. É justamente uma 
intervenção externa que fará cessar o Princípio do Nirvana, ao suprimir o desprazer e trazer 
um prazer. Esta satisfação associa-se no campo do bebê a uma face da qual ele conservará o 
traço de memória ou traço mnésico. 
A criança ao se alimentar “sente” o mamilo na sua boca e “vê” o rosto de sua mãe. O contato, 
ao longo da amamentação, pode se perder enquanto a percepção, a “sensação tátil oral 
descontínua” e a “percepção visual contínua, mas não contígua” permitem a formação da 
“constância objetal” e formação do objeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A FASE DO PRECURSOR DO OBJETO 
Nesta nova fase a partir dos dois meses, o percepto mais reconhecido do bebê, é a face 
humana. Porém o bebê não reconhece a face como sendo familiar ou não nesta perspectiva 
Spitz denomina este estímulo como "o indicador da Gestalt". Devemos salientar que este 
sinal não pode ser considerado como verdadeiro, sendo que o bebê não distingue uma 
imagem entre outras, desta forma o objeto libidinal não é estabelecido. Esta fase é chamada 
de "precursor do objeto". 
A aparição do sorriso é uma manifestação do comportamento, favorecida pela relação 
mãe bebê. Esta relação tem um papel fundamental nos seus processos de aprendizagem, pois 
nesta idade a mãe é a representante do ambiente sendo que, o objeto humano é reconhecido 
e identificado antes dos objetos inanimados. 
As consequências evolutivas do primeiro precursor do objeto são numerosas. A 
separação do ego e do Id é adquirida. Nesta fase ocorrem algumas mudanças fazendo com que 
o bebê passe de um estado passivo a um estado ativo. A reação do sorriso é um esquema do 
comportamento, sendo este o indicador que anuncia o estabelecimento do “primeiro 
organizador psíquico”. 
 O fenômeno sorriso não é apenas um indicador de afeto, mas também um modo de operar 
os primeiros processos de pensamento. Aproximadamente no 6º mês, a integração dos traços 
mnêmicos, sob a influência do ego, irá permitir a fusão de imagens pré- objetos, bom e mau, 
para produzir a imagem materna única em direção a qual as pulsões agressivas e libidinais se 
orientam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O ESTABELECIMENTO DO OBJETO LIBIDINAL 
Ansiedade do oitavo mês é um demonstrativo de que a criança começa a estranhar as faces 
desconhecidas, sendo que ela as compara com a de sua mãe, sendo assim é a primeira 
manifestação de ansiedade, chamada de ansiedade do oitavo mês; propriamente dita uma 
ansiedade de perda de objeto. Porquanto, esta manifestação de ansiedade é o indicador do 
segundo organizador psíquico que faz aparecer o estabelecimento de uma verdadeira relação 
objetal: a mãe tornou-se objeto libidinal. 
 Ela é agora o objeto privilegiado, não somente no setor visual, mas antes de tudo no 
domínio afetivo; esta evolução no desenvolvimento do bebê chama atenção às mudanças 
ocorridas nos processos descritos: 
 Na esfera somática; 
 No aparelho mental; 
 Na organização psíquica. 
O ego se estrutura e delimita suas fronteiras com o Id de um lado e o mundo exterior de 
outro, sendo assim o bebê progride nos setores perceptivo, motor e afetivo, começando a 
reconhecer coisas inanimadas, e a demostrar ciúme, cólera, possessão, afeição, alegria, etc. O 
bebê então amplia suas relações com os outros, tornando-se cada vez mais independente de 
sua mãe chegando ao final do primeiro ano; o bebê anda, fazendo com que este processo de 
independência da mãe continue avançando. 
A partir deste momento o bebê entra em conflito com a mãe encarando-a como um 
agressor, devido às proibições impostas pela mesma. O “não” é ao mesmo tempo o primeiro 
conceito abstrato adquirido pelo bebê e sua primeira expressão por meio de símbolos 
semânticos. O domínio do bebê pelo não é o sinal da formação do terceiro organizador do 
aparelho psíquico, o superego. É onde ocorre o início da comunicação verbal, marcado então 
durante o segundo ano de bebê por um período de obstinação característico. 
Spitz instituiu a apresentação do que ele chama uma “psicologia psicanalítica do primeiro 
ano” baseado nos dados fornecidos por uma observação das relações objetais do bebê com 
sua mãe. Esta observação lhe permitiu fazer descobertas sobre os fenômenos patológicos da 
infância, ligados aos distúrbios da relação didática mãe-bebê, quando esta é insuficiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS DE WILFRED R. BION 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIOGRAFIA DE WILFRED R. BION 
Wilfred Ruprecht nasceu no Punjab,Índia em 8 de setembro de 1897, de pais britânicos. Aos 
dezenove anos vai para a Primeira guerra mundial após a guerra, Bion cursa história e Francês, 
leciona por 2 anos e então cursa medicina e vem a ser médico aos 33 anos de idade. 
Depois de formado interessa-se pela psicanálise e começa a analisar-se com John Rickman, 
mais tarde continuaria sua análise com Melanie Klein.Em dezembro de 1940 Bion foi 
designado como psiquiatra para se juntar a um grupo de colegas que trabalhava sob a égide do 
Comando do Exército. Com esta capacidade ele foi pioneiro na seleção de oficiais e também 
para tratamento e reabilitação de soldados que sofriam de neuroses de guerra, usando 
métodos de grupo. 
Parece que o exílio faz parte do movimento da mente de Bion, importando a um tipo de 
disposição mental que está no coração de todo o trabalho e prática dele, tanto no estudo do 
grupo e como no do indivíduo. Algo a que ele iria se referir, depois, como a capacidade para 
alterar o “vértice da pessoa”. 
A sensação de exílio o levou às experiências de outra Guerra, no meio de sua vida, a descobrir 
uma posição e um método nos quais esta sensação de exílio interno poderia ser posta em uso 
criativo. 
É qualificado como analista aos 50 anos de idade em 1947. E próximo dos anos 70, no ápice de 
sua profissão, ainda presidente da Sociedade Psicanalítica Britânica, ele deixou Londres e foi 
como psicanalista, para Los Angeles. Bion fez inúmeras conferências no Brasil. 
Em 1979 Bion volta para a Inglaterra e no dia 8 de novembro de 1979 em Oxford, uma 
leucemia aguda o levou a morte falecendo assim aos seus 82 anos de idade. 
 
Wilfred R. Bion 
 
 
OBRA 
Podemos dividir a obra de Bion em quatro décadas distintas: a de 40 foi dedicada aos seus 
experimentos com grupos; a de 50 foi inspirado pelos mecanismos psicóticos de Melanie Klein, 
com os quais se interessou nos distúrbios da linguagem, pensamento, conhecimento e 
comunicação; nos anos 60 ele aprofundou esses últimos estudos tornando essa década a mais 
produtiva, rica e original, pode ser chamada como a epistemológica. A década de 70, por sua 
vez, é considerada a de predominância mística. 
Nesses 40 anos Bion produziu em torno de quarenta títulos importantes, além de 
participações em conferências e a coordenação de seminários clínicos sendo que todas essas 
contribuições foram reunidas e publicadas. 
No fim da vida, Bion descreveu sua experiência na Guerra em um pedaço notável de 
autobiografia: O Longo Fim de Semana. Neste documento ele deixa claro o quanto a Guerra o 
cicatrizou para sempre. Quebrou nele, como em outros, as ilusões de uma geração perdida e o 
fixou em um caminho de autodescoberta que o levaria a trabalhar nos próximos 30 anos. No 
centro desta experiência estava o começo de um reconhecimento do desperdício da razão 
humana e da cega estupidez da guerra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIAS DE WILFRED R. BION 
Bion cria uma teoria sobre o desenvolvimento intelectual e afetivo da criança que é uma teoria 
do pensamento, porque ele se viu em conflitos com os mecanismos de pensamento de seus 
pacientes esquizofrênicos. Bion esclarece o processo normal e o processo patológico de 
pensamento. Desde muito cedo a criança tem noções morais de bom e de mau e é capaz de 
manifestar sentimentos em relação a esses objetos. O bebe fraciona os objetos em 
características boas e más, introjetando o que é bom e rejeitando o que é mau (esquizo-
paranóide). Sentimento de Raiva e inveja. No período seguinte, a criança lamenta e tem medo 
das projeções que fez. Os sentimentos de raiva e inveja dão lugar ao sentimento de culpa, isto 
é, a agressividade que estava a ser projetada totalmente contra o mau objeto passa a ficar 
contida pelo ego e, de certa forma, a agir sobre ele. 
 As concepções: Se a mãe satisfaz o bebe pelo contato com seu seio gratificante há o 
encontro, uma pré-concepção é uma realização onde nascera a concepção 
caracterizada pela sua qualidade sensório perceptiva, as concepções estão ligadas, 
com uma experiência emocional de satisfação entre mãe e bebe. 
 O pensamento propriamente dito: O não encontro com o seio real e a frustração do 
bebe frente a isso irá gerar um pensamento. E a tolerância do bebe pode tornar 
frustração a algo que ele tinha de positivo na pré-concepção anterior, quando esse 
pensamento se conjuga com uma nova realidade, ai então surge uma nova matriz de 
pensamento. 
 O aparelho de pensar os pensamentos: Uma capacidade adequada de suportar a 
frustração, fator inato, somada ao rêverie da mãe, desencadeiam mecanismos que 
tendem a modificar a frustração, levando a formação de elementos alfa que são 
representações de coisas em si. O não SEIO torna-se ai e desenvolve um aparelho de 
pensar. Mas o bebe apresenta uma intolerância, que é inata, a frustração, ele tentara 
evitar ou modificar a frustração, uma realidade negativa pode promover uma 
identificação projetiva patológica opondo-se ao desenvolvimento normal do 
pensamento. O espaço da mãe é essencial na formação do aparelho de pensar do 
bebe, ainda que seja pouco esse papel materno está formando o Self do bebe. 
Sob a pressão da fome qual ele tenta se esquivar, ele encontrará uma realidade negativa, a 
ausência do seio, ou seio mal que ele tentará viver em si, o aparelho de pensar serve para 
modelar os pensamentos preexistentes e forma-se progressivamente no bebe por dois 
mecanismos seguintes: Relação dinâmica entre alguma coisa que se projete (um conteúdo) e 
Relação dinâmica entre as posições esquizo-paranóides e depressiva, onde o resultado é a 
fragmentação e aniquilação do ego e dos objetos, a posição depressiva é a reintegração dessa 
dissociação. A capacidade de suportar o sofrimento corresponde à parte não psicótica da 
personalidade, sendo que a parte psicótica é incapaz de representações e simbologias. 
 
 
 
TEORIAS DO PENSAMENTO 
Para Bion compreender o funcionamento dos mecanismos de identificação projetiva 
patológica, ele desenvolveu do pensamento de esquizofrênicos oque seria o resultado. Estas 
compreensões dos problemas do pensamento levaram a elaborar uma teoria sobre a origem e 
o funcionamento do mecanismo dos pensamentos. 
 Função alfa(a): é a função que aprende os dados sensórios e emocionais e os 
transforma em elementos alfa. Assim, esta função permite ao , que faz o aprendizado 
de armazenar estas experiências. A função pode ser definida como uma função 
simbólica primária, que permite a personalidade registrar, elaborar e comunicar a 
soma de experiências que a caracteriza. 
 Função beta(b): a função beta e tudo oque não podem ser transformadas em 
elementos alfa, sujo o destino será o de serem expulsas por meio da identificação 
projetiva patológica: estes elementos beta não poderão ser recalcados nem utilizados 
a serviço do pensamento. Contudo com os elementos beta manterão uma tendência à 
incapacidade de poder criar símbolos. 
 Relação conteúdo-continente: Bion utiliza também outro modelo teórico tirado da 
observação de relação mãe com seu. A relação continente-conteúdo é o modelo 
aonde o projeta no seu continente um conteúdo, formado pelas sensações ou 
emoções insuportáveis a fim de recebe-la de volta limpas e mas suportáveis. 
 Os protopensamentos: os pensamentos são constituídos por impressões sensórias e 
vivências emocionais muito primitivas, os protopensamentos , ligados a experiências 
concreta da ausência e da alfa.( Os protopensamentos são então objetos maus que os 
lactantes procuram se desvencilhar.) 
 As pré-concepção: a expectativa para incorporá-lo-se do leite, calor e do amor, 
equivale a incorporar o seio bom, objeto de satisfação do qual já é inata,segundo a 
hipótese adotada a partir de M. Klein. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
Findamos este trabalho com algumas linhas de pensamentos desenvolvidas por Bion e Spitz no 
âmbito do desenvolvimento infantil na primeira fase do recém-nascido. Spitz nos traz um 
pouco do desenvolvimento da criança dividido em três respectivas fases, desde a não 
diferenciação do com o mundo externo, a inexistência de atividade psíquica como também a 
formação de objeto e o desenvolvimento de patologias ligado a seu mal desenvolvimento 
durante as duas primeiras fases, sempre salientando a relação mãe- e sua importância nestas 
fases do desenvolvimento como Wilfred Bion em seu trabalho. 
As ideias de Bion por sua vez, é associar o desenvolvimento afetivo, entre mãe e e quais as 
ligações entre o pensamento do nessa idade. Ele traz elementos epistemológicos bastante 
difíceis aonde essa articulação entre corpo e psique é bastante atual aonde os problemas de 
pensamentos poderiam estar relacionados, com os trabalhos da escola psicossomática sobre 
pensamento operatório, aonde laços entre consciente e inconsciente parecem estar 
interrompidos, obrigando a agressividade aparecer via corpo. Bion ressalta também a 
importância da mãe na formação do desenvolvimento afetivo e intelectual da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
René Spitz. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-09-23]. 
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$rene-spitz> 
MOURA, Jovine. Metapsicologia freudiana. Disponível em: 
http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/metapsicologia-freudiana Acesso em: 
18 set. 2013. 
 
ZIMERMAN, David E. Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica – uma abordagem 
didática/Porto Alegre: Artmed, 1999 
SPITZ, René Arpard, 1887 – 1974 O primeiro ano de vida: um estudo psicanalítico do 
desenvolvimento normal e anômalo das relações objetais/ 6ª. Ed São Paulo: Martins Fontes 
GOLSE, B. O desenvolvimento afetivo e intelectual da criança/ 3. Ed. – Porto Alegre: ArtMed, 
1998 
BORGES, Maria I. Pinto. Introdução à Psicologia do Desenvolvimento/ 1ª Edição Edições Jornal 
da Psicologia Porto, 1987.

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