Buscar

TRABALHO FINAL DE CIÊNCIA POLÍTICA- CONSEQUÊNCIAS DA ADOÇÃO DE POLÍTICAS NEOLIBERAIS NO ESTADO MODERNO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS- UFAM
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS- ICHL
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL- DSS
Ana Claudia Lopes Martins
TRABALHO FINAL DE CIÊNCIA POLÍTICA
CONSEQUÊNCIAS DA ADOÇÃO DE POLÍTICAS NEOLIBERAIS NO ESTADO MODERNO
MANAUS- AM
2016
Abordar o conceito e a função do Estado na atual conjuntura do Brasil não é algo simples, entretanto necessário. Fica claro que esse conceito é complexo e repleto de discussões. O que nos mostra mais ainda a importância do tema. Qual a origem do Estado? Como este conceito foi concebido pelos chamados “contratualistas”? Qual a função do Estado?
Em várias comunidades não havia estratificação, mas sim a organização de pequenos grupos que detinham funções, inclusive políticas. Entretanto em algum momento da história dessas comunidades, apenas um grupo separado tinha a função politica e administrativa. Este passou a ter o poder sobre os outros grupos, surgindo assim o governo, e depois passou a desenvolver a ideia de Estado.
Os filósofos da Antiga Grécia, como os sofistas, concebiam o Estado como uma forma de pacto social, onde havia egoísmo e individualismo por parte das autoridades políticas. Esta discussão é tratada no pensamento liberal, onde o Estado é somente o mediador dos conflitos entre os grupos sociais. Deste pensamento, surgiram os chamados contratualistas nos séculos XVI e XVII. 
Os contratualistas afirmam que a gênese do Estado esta num contrato feito entre os membros da sociedade, que serviria para estabelecer as regras de convívio social e político. Dos chamados contratualistas está John Locke, Jean- Jacques Rousseau e Thomas Hobbes.
Este último acreditava que os homens são tão iguais que nenhum pode se sobrepor ao outro, por isso eu posso querer o mesmo que qualquer outra pessoa, o que pode gerar conflitos já que naturalmente somos egoístas. Para evitar esses conflitos, existiria um Estado. Mas se não houvesse Estado? O estado de natureza humana se sobressairia, que é o estado de guerra. Existem três motivos para que haja guerra, de acordo com Hobbes: Competição; desconfiança; e glória. 
Para Hobbes:
diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem e assembleia de homens a quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes dos homens.” (p.107 apud RIBEIRO, 1995, p.63)[1: HOBBES, Thomas. Leviatã, 1651. In: RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Franciso (Org). Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 1995. p. 53-77]
Os homens no estado de natureza vivem em um constante medo da morte, entretanto Hobbes aborda o direito de natureza que é a preservação da vida, e quem o traria seria o soberano, a figura de um rei que traria paz, segurança, conforto e a harmonia no convívio em sociedade. O contrato seria feito com intuito de repassar o poder de governar a si mesmo ao Estado, o que pressupõe a anulação da liberdade das pessoas, e aquele que é portador desse Estado, intitula-se Soberano.
Para John Locke, o estado de natureza humana é marcado pela liberdade, entretanto é uma liberdade incerta já que outros homens também são livres. Para que não houvesse conflitos, seria necessária uma normatização geral, então seria criado um Estado que garantiria a liberdade e a propriedade. O contrato, para Locke:
é um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. No estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do arbítrio e a força comum de um corpo politico unitário. (MELLO, p.86). [2: MELLO, Leonel Itaussu Almeida. John Locke e o individualismo liberal. In:_ WEFFORT, Franciso (Org). Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 1995. p.81-110]
Cria-se assim a ideia de Estado liberal- diferentemente do “repasse de direitos para um Soberano” como é para Hobbes- que teria a função de mediar as relações e garantir os direitos de natureza. Realizado o contrato, resta agora votar a forma de governo, que pode ser monárquica, oligárquica, democrática, ou mista.
Para Rousseau, os homens em conjunto criam o Estado, e o soberano deve conduzi-lo segundo a determinação do povo, tendo em vista o bem comum e oferecendo igualdade jurídica aos cidadãos. O pacto social é:
cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direção da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte invisível do todo. (NASCIMENTO, p.220). [3: NASCIMENTO, Milton Meira do. Rousseau: da servidão à liberdade. In:_ WEFFORT, Franciso (Org). Os Clássicos da Política. São Paulo: Ática, 1995. p.189-241]
Ou seja, o povo é a soberania do Estado, as obrigações e o respeito às leis são um compromisso com a comunidade política, de acordo com a vontade geral, e não a vontade de uma só pessoa. 
No século XX, com todas as transformações na sociedade, a política se tornou cada vez mais importante, e as decisões tomadas no âmbito estatal cada vez mais significativas. Com isso, surgiram mais discussões sobre o conceito de Estado. Um dos conceitos mais utilizados é o de Max Weber, que entende o Estado como uma instituição política dirigida por um governo soberano que detém o uso da força em determinado território e subordina a sociedade em que vive.
	Na atualidade vive-se um equilíbrio entre as concepções de um Estado liberal, ou mais precisamente um Estado neoliberal, e um Estado de caráter socialista, e suas características emergem na sociedade muitas vezes de forma imperceptível ao cidadão comum. 
	O estado liberal prega uma intervenção mínima na economia, permitindo a livre circulação do capital no mercado, evidenciando a face mais agressiva do capitalismo, a exploração maciça do homem pelo capital, trazendo consequências lamentáveis no âmbito social, como um desequilíbrio latente entre a produção de riquezas e sua distribuição de forma equilibrada entre aqueles que a produziram.
	Essa distorção é responsável por diversas mazelas sociais presentes no mundo, servindo o Brasil como um exemplo clássico da adoção de políticas neoliberais, dentre essas mazelas podemos destacar a precarização do trabalho (subemprego, informalismo, terceirização) a criação de guetos sociais, ou seja, massas que são segregados do estrato social, tecnicismo no âmbito educacional, dada a demanda do Estado neoliberal por técnicos, e resultante da correlação desses fatores o que pode ser mais percebido pela sociedade é o aumento da criminalidade, condições insalubres de moradia e precarização do sistema público de saúde, entre outros.
	De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, de mortes violentas em 2013, foram 55.878, e em 2014 foram 58.559. A média de mortes violentas intencionais é 160 por dia, um assassinato a cada dez minutos. O Brasil ocupa agora a 11o posição no ranking de países mais violentos do mundo. Em 2014, saiu o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada no período de 2004 a 2013, feita pelo IBGE. Dos domicílios com rendimento médio mensal per capita de até ½ salário mínimo, apenas 52,3% tinha acesso a saneamento básico. Estes são alguns dados que podem retratar os pontos citados acima.
	Do que foi exposto, nota-se que a adoção de tais políticas contribui gravemente para a deterioração da justiça social	e leva-se ao questionamento da verdadeira função do Estado enquanto responsável por promover o bem estar comum.

Continue navegando