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Resumo do Texto “Serviço Social: Identidade e alienação”

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
ANA CLAUDIA LOPES MARTINS
Resumo do Texto “Serviço Social: Identidade e alienação”
MANAUS
2015
20161063737932
MARTINELLI, M. L. Serviço Social: Identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 1989.
O texto “Capítulo III: Serviço Social: Rompendo com a alienação” inicia com o seguinte tópico: “Século XX e ‘questão social’”. A autora explicita o cenário econômico e social na Europa e nos Estados Unidos, abordando A Grande Depressão, e o fortalecimento do capitalismo. Quando a situação começa a se estabilizar, ocorre a 1 Guerra Mundial e a Revolução Russa, todo este cenário de tensão, deixara a classe dominante com receios, e a classe operária cada vez mais militante e organizada. Martinelli retrata o surgimento dos monopólios, como forma de “reerguimento do capitalismo” (MARTINELLI, 1989), e também como conexão entre a burguesia e o Estado. No âmbito social, a situação estava mais complicada, o desemprego e a pobreza só aumentavam. Com receio de desordem social, a classe dominante procura novas formas de lidar com a “questão social”, entendendo essa nova forma dual de sociedade: Capitalistas e Proletariados.
Martinelli fala sobre o número crescente de assistentes sociais e descreve o serviço social da seguinte forma: “’uma entidade global mítica, acima do mal e abaixo do bem’(OLIVEIRA, 1987), ostentando um perfil de contornos inespecíficos e indefinidos”.
Seu segundo tópico é “Racionalização da prática da assistência” e como sub-tópico: “Antecedentes históricos”. Neste sub-tópico, a autora revela que, desde a Antiguidade, há assistência social, ou seja diversas formas de ajuda, caridade. Na Igreja Católica, São Tomás de Aquino organizou e colocou a caridade como um dos pontos principais da doutrina. Com isso, a assitência social se firmou dentro da Igreja Católica.
Com a Reforma Protestante de Matim Lutero, no século XVI, a assistência social passou a ser mais laica. E com a Revolução Francesa, no século XVIII, a assistência passa a ser um direito, porém realizado pela população. A racionalização do Serviço Social acontece com a aliança entre Estado, burguesia e Igreja, e é criada a Sociedade de Organização da Caridade. Com três funções essenciais: Função econômica da assistência, que reprimia a classe operária para que o desenvolvimento do capitalismo ocorresse sem alterar a ordem social; Função ideológica, era a estratégia de repressão; Função de controle, que permitia o reajustamento da pessoas mais pobres.
A autora abrange vários influências, como: John Brunnel Davis, que fundou o Centro de Proteção à Infância; Juán Luiz Vivés, que escreveu um livro marcante na história da assitência social; Thomas Chalmers; Dr. Holland, médico preocupado com o nível de mortalidade da classe trabalhadora; Florence Nightingale, reformou a enfermagem; William Rathbone, elaborou o serviço de enfermagem a domicílio; Octavia Hill, exercitou um trabalho de educação familiar e social; Charles Loch que seguia a ideia de Hill, com o propósito de reformar o caráter. Vemos aqui a importância dada a higiene e a educação, pela assistência.
Ainda citando pessoas importantes para a assistência social, Samuel Barnett e sua esposa Henriette Rouland, com influências de Hill, fundaram o Centro de Ação Social, que sustentou a Sociedade de Organização da Caridade, e que até o final do século XIX, se tornou referência em Assistência Social e a sede inglesa oferecendo um curso de Formação de Visitadores Sociais Voluntários. Este curso, as mudanças na Lei dos Pobres, que tinha um caráter de inspeção, geraram algumas movimentações contrárias, inclusive de Edward Devine, secratário da Sociedade de Organização da Caridade em Nova Iorque, que também lutava pela qualificação dos visitadores voluntários americanos.
Como terceiro tópico deste capítulo, temos a “Criação das escolas e profissionalização do Serviço Social”. Como expoente da transformação da ideia de “qualificação dos voluntários na área da assistência social” em realidade, a autora cita Mary Richmond, que em 1899, na cidade de Nova Iorque inaugurou a Escola de Filantropia Aplicada. No mesmo ano inaugura-se a primeira escola européia, em Amsterdã, e em 1908 em Berlim. Todas com o próposito de reformar o caráter dos desajustados, já que este era o motivo de seus deslocamento na sociedade. Mary Richmond acreditava que só com um diagnóstico social bem elaborado, poderia ser feita a reintegração do indivíduo na sociedade. Suas companheiras Mary Follet e Jane Adams acreditavam que esta reintegração precisava ser feita para haver uma harmonia social, ou seja, a atuação era no âmbito global. Estima-se que o número de escolas de assistência social, em 1925, na Europa Estados Unidos e América Latina, era de 200. Assim, já não era mais só a questão da caridade, dita pela Igreja, ou a manutenção da ordem social, dita pela classe dominante, se tratava de conhecer os fundamentos muito mais embasados, e seus procedimentos próprios. 
Mary Richmond passa a chamar a assistência de “trabalho social”, o que a burguesia apoia já que traz a ideia de que os agentes sociais estão ali para ajudar a familia do trabalhador, e que aqueles também são trabalhadores. Além de fazer parte, há um tempo, dos grupos médicos, que em 1905 Dr. Richard Cabot chamará de Serviço Social Médico, os trabalhadores sociais - que constituía-se predominantemente femenino- passam a compor as instituições públicas também, exemplo disso é a participação nos Tribunais da Infância.
Além dos pontos principais já citados: higiene, educação e saúde. Passou-se a valorizar a área escolar, tratando das crianças mais pobres. A família era tratada individualmente e todos deveriam ajustar seus comportamentos, era como se fosse uma lavagem cerebral para reintegrar o indivíduo à sociedade. Esta ideia, este modo de se fazer assistência era muito útil à burguesia. 
Nota-se uma diferenciação da Europa para o Estados Unidos, quanto a ideia de trabalho. Enquanto nos Estados Unidos, a ideia era de que eram profissionais era muito comum, realizou-se até uma Conferência Nacional de Trabalhadores Sociais em 1916. Queriam um serviço social autonômo, livre de influência católica. Na Europa, a ideia era muito mais ligada a filantropia e aos preceitos religiosos, tanto que remuneração não importava muito. Havia uma troca de favores: a Igreja queria os assistentes sociais para difundir sua doutrina, e os assistentes sociais queriam a Igreja para expandir suas ações sociais e assim se fortalecer. A partir deste momento, a Europa e os Estados Unidos tomaram rumos diferentes, o que influenciará suas práticas, e seus processos de profissionalização.
Como quarto tópico, a autora traz “Trajetória de profissionalização do Serviço Social: perspectiva européia e americana. Influência doutrinária da Igreja Católica”. A príncipio a autora descreve o cenário do final do século XX, os monopólios, as influências que o trabalhador sofrera com a Revolução Russa, a transferência de centro de referência do mundo capitalista, que passa a ser nos Estados Unidos, e não mais na Europa. Tratando de serviço social, temos nos Estados Unidos: em 1920, a fundação da Associação Nacional de Trabalhadores Sociais; o aprofundamento em conhecimentos como Psicologia, Medicina, Direito, Psicanálise; livro de Mary Richmond sobre a importância do trabalhador social, como reformador da sociedade, o que impulsionou o processo de profissionalização. E na Europa: a importância dada a compreensão da “sociedade” e não do indivíduo; Aprofundamento da Sociologia, Economia e Pesquisa Social. E aqui nós temos uma variação de citações de Le Play, Durkheim e Comte, sobre sociedade; a Doutrina Social da Igreja Católica era um traço marcante do Serviço Social europeu, e podemos citar duas encíclicas que retratam bem a posição da Igreja quanto a sociedade: Rerum Novarum (1891), assinada pelo Papa Leão XIII, que trazia em seu conteúdo a relação capital-trabalho;e a Quadragesimo Anno (1931), assinada pelo Papa Pio XI, tratando sobre a restauração da ordem social para vir a ser aperfeiçoada.
As manifestações dos trabalhadores se tornaram maiores, e com isso a atuação assistencial mais constante. Uma atuação que visava manter a aparente harmonia existente, garantir o processo social, ou seja esconder que existe uma luta de classes. Para as familias mais pobres, ou seja as que realmente eram atingidas com esta ordem social, a assistência prestada era muito útil. Para a burguesia, a assistência prestada era de total conveniência, já que a ideia central era de que não deixasse se desenvolver uma consciência de classe no proletariado.
Inicia-se aqui o paradoxo do assistente social: sua gênese esta no seio da classe dominante e da Igreja Católica, porém atendia a classe proletária, não atendendo seus anseios, mas sim a ideologia da classe burguesa. 
A autora retrata a marcante influência católica na Europa, o que fez com que a noção de profissão demorasse mais a chegar, enquanto nos Estados Unidos, em 1920, a Associação Nacional dos Trabalhadores ganhava força. Na Europa, uma escola que formentou o processo de profissionalização, foi a da França, que em 1911 tinha uns grupos que discutiam sobre este tema, sobre a questão social e o pensamento católico. Inicia aqui, uma grande expansão do Serviço Social na parte organizativa e profissional. Surge na Itália, em 1925, durante a I Conferência Internacional de Serviço Social, a União Católica Internacional de Serviço Social (UCISS) que influenciará o Serviço Social latino-americano.
As práticas assistenciais tinham a ver com moral cristã. Nos anos após a 2 Guerra, podemos notar uma base mais científica no ensino de Seriço Social, o ensino era divido em: científica, técnica, moral e doutrinária. O assistente social era responsável por, de certa forma, “esconder” a pobreza da sociedade, o que favoreceu muito sua entrada e permanência no Estado. 
O próximo tópico da autora aborda o Serviço Social no Brasil que inicia-se em 1930, com forte influência do serviço social europeu, com interesse burguês e apoiado pela Igreja. 
A autora fala sobre o cenário político do Brasil no período de 1917 e 1921, ocorre lutas e movimentos sociais, pela sobrevivência, pelo trabalho e pela vida. A luta de classes fez com que deixasse um certo clima de tensão na área social. Era preciso restabelecer a “harmonia social”, e alguns movimentos leigos colaboraram com isso. Em São Paulo, 1932, foi fundado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS), que qualificava os agentes sociais. Neste Centro, realizou-se o Curso Intensivo de Formação Social, ministrado pela assistente social belga Adéle de Loneux. Curso marcado pela presença feminina. 
O Serviço Social no Brasil tem os mesmos objetivos que o da Europa, controlar as lutas sociais e o modo de pensar capitalista, para poder garantir a expansão do capital. Mas as lutas e o poder de organização e politização da classe proletária aumentara, como resposta aos movimentos, tivemos a criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio em 1930, e as Juntas de Conciliação e Julgamento em 1932, e a criação de um sindicalismo oficializado, que reprimia os trabalhadores, já que era ordenado pelo Estado. 
Em 1937, aconteceu um golpe de Estado, e implantou-se o Estado Novo. O interesse da burguesia e do Estado nos assistentes sociais aumenta, utilizando-os em termos de controle e repressão, e não tanto com a função social. A Era Varguista tinha um discurso paternalista e populista. Com o pós-guerra, o medo por parte dos burgueses, de ideologias contrárias a ordem social chegar até o Brasil, era muito grande. O Serviço Social se encaixava perfeitamente na função que eles, os burgueses e o Estado e de certa forma a Igreja, desejavam. A ideia era de que o cristianismo, ou seja a Doutrina Social da Igreja Católica, iria unir e fortalecer a familia operária.
A autora traz um significado bastante interessante, o de fetiche da prática: agir com rapidez, ação espontânea, alieada e alienanante, sem uma reflexão antecedente. A autora retrata a forma peculiar de ação política que era a “ação cristianizadora do capitalismo” que o serviço social assumia. Era uma ação alienada, que não permitia a estruturação de uma consciência social. Adotando sempre os interesses da classe dominante, deixando de criar uma identidade própria. 
Mas em 1937, com a nova Constituição, a relação entre Estado e Igreja foi limitada. Mas a aliança com a burguesia continuava, e é claro, os assistentes sociais continuavam a ser a face do capitalista, tentando encontrar formas de conciliar capital trabalho, tirando os trabalhadores de sua realidade política, anulando o nível dos movimentos sociais para que não chegassem ao coletivo. Caminhavam no oposto do movimento dos trabalhadores.
O Estado dava ao Serviço Social, o posto de controle, adaptação e ajustamento. Esta era sua identidade, junto com seu fetiche da prática. Eram vigiados pela burguesia, o que se tornava um freio no processo de desenvolvimento da profissão. 
Por causa das demandas econômicas e políticas, o presidente Vargas assumiu uma aliança com Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, em 1942. Isto gerou grandes mudanças no âmbito social, e com isso, no serviço social que mudou sua forma de abordagem e de ensino. Em 1948, os Estados Unidos criaram a Organização dos Estados Americanos. 
O Serviço Social estadunidense, ainda continha resquícios da linha psicanalitíca, mas agora visava mais rapidez e fluidez das ações para resultados melhores. E no final da década de 40, já estava ocorrendo o intercâmbio de assistentes sociais para treinamento. Com a insustentabilidade da identidade profissional e a fraca consciência social, o serviço social permitiu a entrada deste novo método. Com o aumento de demanda, era preciso mais assistentes sociais, e por isso foi preciso contar com a ajuda da pequena burguesia, e esta não era movida apenas pela moral e vocação religiosa, visavam também uma carreira remunerada, uma qualificação profissional e melhores salários. 
Entretanto, a alienação era tão forte que o Serviço Social se vê impossibilitado de se desvenciliar dos interesses burgueses. A prática profissional era marcadamente “burocrática, alienadas e reducionistas, destituídas de referencial teórico” (MARTINELLI, 1989). O Serviço Social caminha para o processo de institucionalização, realizado pela burguesia, mas permanece completamente alienado.

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