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APOSTILA SOBRE DEPARTAMENTO PESSOAL CAPÍTULO 1 1. CONCEITOS 1.1 Recursos Humanos e Departamento de Pessoal Existem partes envolvidas nas empresas para definirmos os responsáveis pela gestão de pessoas. Precisamos destacar a diferença entre Recursos Humanos e Departamento de Pessoal. De forma simples podemos identificar o setor de Recursos Humanos em uma empresa quando este é capaz de “cuidar“ do empregado mesmo antes de iniciar suas atividades até seu desligamento passando pela seleção, treinamento, plano de carreira, etc. Já o departamento de pessoal é responsável pela parte burocrática relativa a legislação trabalhista e previdenciária. Setor de Admissão: Recrutamento e seleção, Integração e Registro; Setor de Compensação: Jornada de trabalho, Folha de pagamento, Benefícios e Tributação; Setor de Desligamento: Rescisão de contrato de trabalho, justiça de trabalho e fiscalização. 1.2 Empregador e Empregado ”. 1.2.1 Tipos de Trabalhador a) Autônomo O art. 3º da CLT define o empregado como: “palavra que serve de qualificativo a tudo o que possui autonomia ou independência, isto é, de tudo quanto possa funcionar ou manter-se independentemente de outro fato ou ato”. Desta forma, AUTÔNOMO é todo aquele que exerce sua atividade profissional sem vínculo empregatício por conta própria e com assunção de seus próprios riscos. A prestação de serviços é de forma eventual e não habitual. Exemplo: contabilista, advogados, médicos. b) Avulso O trabalhador avulso é, assim, aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, sendo sindicalizado ou não, porém com a intermediação obrigatória do sindicato de sua categoria. O avulso presta serviços sem vínculo de emprego, pois não há subordinação nem com o sindicato, muito menos com as empresas para as quais presta serviços, dada inclusive a curta duração. O sindicato apenas arregimenta a mão-de-obra e paga os prestadores de serviço, de acordo com o valor recebido das empresas que é rateado entre os que prestaram serviço. Não há poder de direção do sindicato sobre o avulso, nem subordinação deste com aquele. Não é preciso que o trabalhador avulso seja sindicalizado. O que importa é que haja a intermediação obrigatória do sindicato na colocação do trabalhador na prestação de serviços às empresas, que procuram a agremiação buscando trabalhadores. São características do avulso: a) a liberdade na prestação de serviços, pois não tem vínculo nem com o sindicato, muito menos com as empresas tomadoras de serviço; b) a possibilidade da prestação de serviços a mais de uma empresa, como na prática ocorre; c) o órgão sindical é que faz a intermediação da mão-de-obra, colocando os trabalhadores onde é necessário o serviço, cobrando posteriormente um valor pelos serviços prestados, já incluindo os direitos trabalhistas e os encargos previdenciários e fiscais, e fazendo o rateio entre as pessoas que participam da prestação de serviços; d) o curto período de tempo em que o serviço é prestado ao beneficiário. c) Temporário Considera-se trabalho temporário o serviço prestado por pessoa física a uma determinada empresa, para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal, regular e permanente, ou motivado pelo acréscimo extraordinário de serviços. O funcionamento da empresa de trabalho temporário está condicionado a prévio registro no órgão específico do Ministério do Trabalho. Para a prestação de serviço temporário é obrigatória a celebração de contrato escrito entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora de serviço ou cliente, dele devendo constar expressamente: • O motivo justificador da demanda de trabalho temporário; • A modalidade da remuneração da prestação de serviço, onde estejam claramente discriminadas as parcelas relativas a salários e encargos sociais. d) Doméstico Considera-se empregado(a) doméstico(a) aquele(a) maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter não- econômico da atividade exercida no âmbito residencial do(a) empregador(a). Nesses termos, integram a categoria os(as) seguintes trabalhadores(as): cozinheiro(a), governanta, babá, lavadeira, faxineiro(a), vigia, motorista particular, jardineiro(a), enfermeiro(a),acompanhante de idosos(as), entre outras. O(a) caseiro(a) também é considerado(a) empregado(a) doméstico(a), quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa. Direitos ainda não conquistados: • Jornada de Trabalho (a legislação não prevê carga horária para o empregado doméstico. Será acertada entre as partes na contratação); • Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS -opcional para o empregador) • Seguro Desemprego*; • Benefício por acidente de trabalho. O seguro desemprego só será concedido se o empregador optar pelo FGTS e tiver no mínimo 16 depósitos. Direitos • Carteira de trabalho devidamente assinada; • Receber mensalmente pelo menos 1 (um) salário mínimo (de acordo com a Constituição Federal de 1988); • Irredutibilidade salarial; • Gozo de férias anuais remuneradas com um terço a mais que o salário normal. A partir da Lei 11.324 de 19/07/2006, as férias passaram a ser de 30 dias corridos, em vez de 20 (vinte) dias úteis; • Estabilidade no emprego até o quinto mês após o parto, a partir da Lei 11.324 de 19/07/2006; • 13º Salário com base na remuneração (fração igual ou superior a 15 dias trabalhados); • Repouso semanal remunerado (preferencialmente aos domingos); • Aviso prévio de no mínimo 30 (trinta) dias para a parte que rescindir o contrato, sem justo motivo; • Salário maternidade sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de 120 (cento e vinte dias - pago pelo INSS); • Licença paternidade (5 dias); Licença Maternidade A empregada doméstica tem direito a licença maternidade a partir de 28 dias antes e 92 dias depois do parto, num total de 120 dias. Parto antecipado não provoca alteração nos prazos. Pelo regulamento dos benefícios (Art. 98), o salário maternidade da segurada empregada doméstica será pago diretamente pela Previdência Social, sendo uma renda mensal igual ao seu último salário de contribuição. Salário de contribuição é o salário mensal do empregado, sobre o qual é descontada a alíquota do INSS. Descontos • Vale transporte até 6% (seis por cento) do salário base, quando houver; • Faltas ao serviço não justificadas; • Contribuição previdênciária, de acordo com a tabela do INSS vigente no período do desconto; • Moradia, a partir da Lei 11.324 de 19/07/2006, somente poderá existir este desconto, quando a moradia se referir a local diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes. Doméstico X Diarista Considera-se empregado(a) doméstico(a) aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas. Observe-se que, quando da contratação dos referidos(as) profissionais, pode ser fixada a periodicidade da prestação de serviços, ou seja, poderá ser pactuada uma jornada semanal de6 dias, intercalada pelo repouso semanal remunerado, ou até uma carga semanal inferior como, por exemplo, 3 vezes por semana ou 2 vezes por semana etc, desde que esteja de acordo com a legislação em vigor e a vontade das partes. Importante ressaltar que a caracterização de um(a) trabalhador(a) como doméstico(a), não é a periodicidade da prestação de serviço, mas o trabalho contínuo subordinado a uma pessoa física sem fins lucrativos no âmbito residencial Feitos estes esclarecimentos, cabe registrar a distinção entre um(a) empregado(a) doméstico(a) e um(a) diarista. Apesar do legislador não ter identificado este tipo de trabalho com a denominação de diarista, conceituou-o como aquele(a) que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a pessoa ou família no âmbito residencial desta sem fins lucrativos, enquadrando-o(a), perante a previdência social como trabalhador(a) autônomo(a). Note-se que, enquanto o(a) trabalhador(a) doméstico(a) desenvolve um trabalho contínuo subordinado a um empregador, o(a) autônomo(a) (diarista) presta serviço de natureza não contínua e por conta própria o que denota a independência e eventualidade de sua atividade. Assim, a contratação de um(a) empregado(a) doméstico(a) ou de um(a) trabalhador(a) autônomo(a) (diarista) deve ser cuidadosamente analisada para que não surjam dúvidas acerca da natureza do trabalho executado, principalmente com relação a configuração de vínculo empregatício. Lembramos que a condição de diarista não se confunde com a função do(a) empregado(a) doméstico(a) na residência: jardineiro, motorista, copeira, arrumadeira, cozinheira etc, as quais poderão ser anotadas na Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS Por sua vez, a Constituição Federal também não estende a empregada doméstica as disposições relativas à duração da jornada de trabalho, assegurando-lhe contudo, o direito ao repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Desse modo, muito embora a empregada e o empregador doméstico possam ajustar a duração da jornada diária, deverá ser garantido à empregada doméstica o direito ao repouso semanal, cuja remuneração corresponde a 1/6 da jornada semanal de trabalho. Nesse sentido, predomina o entendimento de que no momento da contratação desses profissionais, poderá ser fixada a periodicidade da prestação de serviços, ou seja, poderá ser pactuada uma jornada semanal de 6 dias incluindo o(s) sábado(s), que é considerado dia útil, intercalada pelo repouso semanal remunerado, ou até uma carga semanal inferior como por exemplo, 3 vezes por semana, 2 vezes por semana etc, desde que esteja de acordo com a legislação em vigor e a vontade das partes. Ressalte-se por oportuno, haver entendimentos no sentido de que; como à empregada doméstica é assegurado o salário mínimo, e este é estabelecido para remunerar uma jornada de 220 horas mensais, seria também garantido a ela os princípios da duração do trabalho e o consequente direito a horas extras, caso fosse extrapolada a jornada normal de trabalho. Observe-se que sendo a jornada de trabalho inferior a 05 (cinco) dias na semana, poderá sem qualquer problema ser estabelecida remuneração inferior ao salário mínimo. Portanto, é possível a contratação da referida empregada doméstica com salário reduzido, posto que ela terá jornada de trabalho reduzida. Para preenchimento da CTPS, o empregador doméstico poderá estabelecer que o salário de R$ 100,00 por mês, fazendo constar a observação - na parte de "Anotações Gerais"- de que a prestação de serviço ocorre somente em determinados dias da semana (especificar os dias). CAPÍTULO 2 2. CONTRATAÇÃO A legislação permite algumas formas de contratação de um empregado, desde que o tipo de contrato seja permitido por lei. Esses contratos devem ser em comum acordo entre as partes, tácito ou expresso, onde se estabelece uma relação de trabalho entre uma pessoa física e o empregador. 2.1 Contrato por Prazo Determinado O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. § 1º. Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Antigo parágrafo único renumerado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.02.1967) § 2º. O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório; c) de contrato de experiência. (Parágrafo acrescentado pelo Decreto- Lei nº 229, de 28.02.1967). 2.2 Contrato de aprendizagem Considera-se o contrato de aprendizagem aquele celebrado com pessoas físicas entre 14 anos e 24 anos de idade. Contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e determinado em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o aprendiz, a executar com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação. O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos. A jornada de trabalho é de máximas 6 horas diárias, ficando vedado prorrogação e a compensação de jornada, podendo chegar ao limite de 8 horas diárias desde que o aprendiz tenha completado o ensino fundamental, e se nelas forem computadas as horas destinadas à aprendizagem teórica. Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem (SESI, SENAI, SENAC, etc) número de aprendizes equivalente a 5% (cinco por cento), no mínimo, e 15% (quinze por cento), no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional. 2.3 Estagiário O contrato de estágio não caracteriza vínculo empregatício, tem caráter exclusivo de aprendizagem e é regido pela Lei nº 11.788/2008. Deve haver um convênio entre instituição de ensino e empresa. O candidato deve: � Estar regularmente matriculado; � Remuneração poderá ou não pagar bolsa auxílio. � Contrato de estágio – 4 vias homologadas no MTB. � Seguro de vida obrigatório. � Proibições: serviços insalubres, perigosos e noturnos, construções civis até 16 anos. � Jornada: não pode fazer horas extras. � Tempo necessário para frequência às aulas. 2.4 Contrato de Experiência O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado, cuja finalidade é a de verificar se o empregado tem aptidão para exercer a função para a qual foi contratado. Da mesma forma, o empregado, na vigência do referido contrato, verificará se adaptar-se à estrutura hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está subordinado. Conforme determina o artigo 445, parágrafo único da CLT, o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias. O artigo 451 da CLT determina que o contrato de experiência só poderá sofrer uma única prorrogação, sob pena de ser considerado contrato por prazo indeterminado. O contrato de experiência deve ser anotado na parte do "Contrato de Trabalho", bem como nas folhas de "Anotações Gerais". Caso o empregado durante o contratode experiência ficar afastado percebendo auxílio-doença previdenciário, terá seu contrato suspenso. Muitas empresas confundem o contrato por experiência e contrato temporário. Vejamos as características do trabalho temporário. a) o trabalhador temporário pode ser contratado para exercer as mesmas funções dos empregados da empresa tomadora de serviços, hipótese em que tem direito a receber salário igual; b) o temporário pode ser contratado para atuar na atividade-meio ou na atividade-fim da empresa tomadora de serviços; c) o trabalhador temporário trabalha com pessoalidade e sob direção da empresa tomadora de serviços; d) quem paga a remuneração do temporário é a empresa prestadora de serviços que o contrata e registra na CTPS (nas anotações gerais da CTPS); e) o prazo da contratação do temporário não pode ser superior a três meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego; f) o motivo justificador da contratação do temporário é restrito a duas hipóteses: atender à necessidade transitória de substituição do pessoal regular e permanente da empresa contratante ou a acréscimo extraordinário de serviços (ex: período de Natal no comércio ou período anterior à Páscoa para as fábricas de chocolate); g) a empresa tomadora pode autorizar ou não a realização de trabalho extraordinário por parte do temporário, já que tem o poder de comando sobre a prestação de serviços. 2.5 RAIS – RELAÇÃO ANUAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS: Apresentada anualmente a fim de complementar os dados dos empregados para a correta concessão do abono do PIS, se ocorre erros no preenchimento da RAIS, o trabalhador pode ser prejudicado, por falta de informações pode ser negada a liberação do PIS / Abono Salarial. CAPÍTULO 3 3.CONTRATAÇÃO 3.1 Admissão O empregador é obrigado a efetuar o registro do funcionário no primeiro momento que ocorrer o vinculo empregatício, registrando em livros, fichas próprias ou sistema eletrônico. A CTPS (Carteira de Trabalho de Previdência Social) é um documento expedido pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) sendo sua anotação obrigatória para selar o vinculo empregatício. 3.2 Documentos necessários ao registro do funcionário • Exame médico *; • Carteira Profissional; • Carteira de Identidade; • CPF- Cadastro de Pessoa física; • Comprovante de Residência; • Título Eleitoral; • PIS/PASEP; • Certidão de nascimento dos filhos menores que 14 anos; • Certidão de casamento; • Cartão de vacinação dos filhos menores de 7 anos e comprovante de frequência escolar para os filhos de 07 a 14 anos, para o pagamento do salário família; • Certificado de reservista; • Carteira Nacional de Habilitação. 3.3 Dados que devem constar no registro A portaria do MTE nº 41/2007 estabeleceu que o registro da CTPS deve conter algumas informações obrigatoriamente: • Nome do empregado, filiação, nacionalidade e naturalidade; • Número de Série da CTPS; • Número do PIS; • Data de admissão; • Cargo; • Remuneração; • Jornada de Trabalho; • Férias. 3.4 Ficha de Registro A Lei 78 e a portaria 3626 de 13.11.91, em seus artigos 2º e 3º dispõem sobre o registro de empregados. Art. 2º - O registro de empregados deverá estar sempre atualizado e numerado seqüencialmente por estabelecimento, cabendo ao empregador ou seu representante legal a responsabilidade pela autenticidade das informações nele contidas. § 1º - Para as empresas que não optarem pelo sistema informatizado de registro de empregados, permanece a exigência da autenticação dos livros ou fichas, na forma do art. 42, da CLT. *(Redação pela Portaria 3.024/92). § 2º - A autenticação do primeiro livro ou grupo de ficha, bem como de suas continuações, será efetuada pelo Fiscal do Trabalho, quando da fiscalização no estabelecimento empregador *(Redação pela Portaria 739/97) § 3º - Os Fiscais do Trabalho, quando da inspeção no estabelecimento empregador, poderão autenticar livro de registro em continuação ou grupo de fichas em continuação, que ainda não tiverem sido autenticados. *(Redação pela Portaria 402/95). Art.3º - O empregador poderá utilizar controle único e centralizado dos documentos sujeitos à inspeção do trabalho, à exceção do registro de empregados, do registro de horário de trabalho e do Livro de Inspeção do Trabalho, que deverão permanecer em cada estabelecimento. § 1º - A exibição dos documentos passíveis de centralização deverá ser feita no prazo de 2 (dois) a 8 (oito) dias, segundo determinação do agente da inspeção do trabalho. § 2º - O controle único e centralizado dos documentos, referido no caput deste artigo, no que concerne ao registro de empregados, refere-se apenas ao termo inicial do registro necessário à configuração do vínculo de emprego, aplicando-se às suas continuações o disposto no parágrafo anterior. § 3º - O registro de empregados de prestadores de serviços poderá parmanecer na sede da contratada, desde que esta se localize no município da contratante e desde que os empregados portem cartão de identificação do tipo "crachá", contendo nome completo do empregado, data de admissão, número do PIS/PASEP, horário de trabalho e respectiva função. CAGED: Obrigatório informar toda vez que a empresa fizer movimentação de empregados no mês: Admissão ou demissão, respeitando prazo de entrega que expira no dia 07 do mês seguinte a movimentação. Lei 4923/65. 3.5 Livro de Inspeção do Trabalho Segundo a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas no seu artigo 628 estabelece que o livro de inspeção do trabalho é obrigatório para toda empresa* e estará a disposição do Auditor fiscal do trabalho devendo apenas este realizar anotações sobre fiscalizações e possiveis irregularidades. * As Microempresas e as Empresas de Pequeno Porte são dispensadas de mater o livro de Inspeção do Trabalho. 3.6 Atestado Médico Os atestados médicos têm por fim justificar e/ou abonar as faltas do empregado ao serviço em decorrência de incapacidade para o trabalho motivada por doença ou acidente do trabalho. A justificativa da ausência do empregado ao serviço por motivo de doença, para não ocasionar a perda da remuneração segue a Súmula nº 15 do Tribunal Superior do Trabalho. Segue a ordem: • Médico da empresa ou em convenio; • Médico do SUS – Sistema Único de Saúde; • Médico do SESC e SESI; • Médico de repartição Pública (federal, estadual ou municipal); • Médico da entidade sindical; • Médico de livre escolha do funcionário. CAPITULO 4 4. JORNADA DE TRABALHO Entende-se por jornada de trabalho a duração diária das atividades do empregado, ou seja, o lapso de tempo em que o empregado, por força do contrato de trabalho, fica à disposição do empregador, seja trabalhando efetivamente ou aguardando ordens. Durante esse período o trabalhador não pode dispor de seu tempo em proveito próprio. A jornada máxima diária de trabalho, fixada pela Constituição Federal de 1988 (C F/1988), é de 8 horas, não podendo exceder a 44 horas semanais. Podem as partes (empregado e empregador), no entanto, fixar limite inferior ao estabelecido legalmente. A empresa deverá anotar na ficha ou na folha do livro "Registro de Empregados", o horário detrabalho do empregado, indicando, ainda, os eventuais acordos ou contratos coletivos celebrados. ( C F/1988 , art. 7º , XIII e C LT , arts. 468 e 74, § 1º) Com a edição da Portaria MTb nº 3.162/1982 e até o advento da Portaria MTPS nº 3.626/1991, facultava-se às empresas e aos empregadores a adoção, também como modelo de quadros de horário de seus empregados, maiores e menores, dos registros individuais, mecânicos ou não, de marcação de ponto, desde que o respectivo modelo - folhas, fichas ou cartões individuais - obedecesse às seguintes exigências: I - registro dos seguintes dados, na parte superior do anverso, que deveria manter-se visível: a) C NPJ, ou razão social da empresa ou nome do empregador; b) endereço do local de trabalho; c) número de ordem e nome do empregado, de acordo com a folha ou ficha do Registro de Empregados; d) horário de trabalho do empregado; II - espaço para anotações da hora de entrada e de saída e para indicação dos intervalos de repouso. A Portaria MTPS nº 3.626/1991, art. 13, estabelece que a empresa que adotar registros manuais, mecânicos ou eletrônicos individualizados de controle de horário de trabalho, que contenham a hora de entrada e de saída, bem como a pré-assinalação do período de repouso ou alimentação, fica dispensada do uso de quadro de horário (CLT, art. 74). As microempresas são dispensadas da obrigação de afixar quadro de horário de trabalho - Lei Complementar nº 123/2006 , art. 51. Para os estabelecimentos com mais de 10 empregados, é obrigatória a marcação de ponto com a anotação da hora de entrada e de saída, devendo ser pré-assinalados os intervalos para repouso. A pré-assinalação desses intervalos poderá ser feita pelo próprio empregador, de forma impressa ou não. Como já foi dito, a marcação de ponto pode ser feita em registros manuais, mecânicos ou eletrônicos, isto é, por intermédio de relógio de ponto, cartão magnético (ou assemelhado) ou manuscrita, em livro, cartão ou ficha de ponto. Quando a jornada de trabalho for executada integralmente fora do estabelecimento do empregador, o horário de trabalho constará também de ficha, papeleta ou registro de ponto, que ficará em poder do empregado. Determinou ainda a Portaria MTPS nº 3.626/1991 , art. 14 , que permanece como modelo único de quadro de horário de trabalho o aprovado pela Portaria MTb nº SCm-576/1941. (CLT, art. 74, §§ 2º e 3º; Portaria MTPS nº 3.626/1991, art. 13, parágrafo único; Portaria MTE nº 1.510/2009; e Precedentes Administrativos nº 23 e 42, aprovados pelo Ato Declaratório Defit nº 4/2002). Cartão de ponto - Necessidade ou não da assinatura do empregado Esta é, sem dúvida, uma das mais frequentes dúvidas existentes no departamento de pessoal das empresas. Afinal, é ou não obrigatório colher a assinatura do empregado no registro de ponto (cartão, livro ou registro eletrônico)? O § 2º do art. 74 da Consolidação das Leis do Trabalho (C LT) determina que, para os estabelecimentos com mais de 10 trabalhadores, é obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída do empregado em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, devendo haver pré- assinalação do período de repouso. Pode-se notar que o dispositivo em referência não determina a obrigatoriedade de os registros de ponto, tais como cartões, livros ou até mesmo o registro eletrônico, por meio do "espelho" do cartão, serem assinados pelo empregado. Todavia, é oportuno mencionar que uma das finalidades do controle de ponto é permitir que o próprio empregado registre diariamente o respectivo horário de entrada e de saída, de forma que evidencie seu comparecimento à empresa, bem como o efetivo tempo de permanência no exercício de suas atividades, a fim de ter as horas de trabalho corretamente remuneradas. No âmbito jurisprudencial e doutrinário, a matéria comporta entendimentos controvertidos. Alguns doutos sustentam que, uma vez que a lei não exige a assinatura do trabalhador no cartão de ponto, não cabe ao intérprete exigi-la, portanto o cartão de ponto sem a assinatura do trabalhador goza de validade legal; outros, considerando a finalidade do mencionado documento, defendem que este somente será válido se ostentar o ciente do trabalhador, que ao assinar concordaria com as marcações efetuadas. Entendemos que, muito embora a legislação trabalhista vigente não exija a assinatura do empregado no corpo do cartão de ponto, por medida preventiva e de boa política, é aconselhável que o empregador colha a assinatura do trabalhador no mencionado documento (cartão, livro ou espelho de ponto) visando, dessa forma, resguardar-se em eventuais questionamentos futuros. A precaução justifica-se: a) pela finalidade do documento em questão, a qual, conforme já dissemos, é comprovar a jornada de trabalho efetivamente cumprida, devendo, portanto, espelhar a realidade, ou seja, o tempo efetivamente trabalhado, o qual determinará a apuração da remuneração devida ao trabalhador (salário básico, horas extras, adicional noturno etc.); b) por constituir obrigação do empregador a guarda do citado registro, portanto, se nele não constar a assinatura do trabalhador, este poderá futuramente impugnar o documento em eventual questionamento judicial. Observa-se que várias decisões judiciais são no sentido de não aceitar como válido o documento quando dele não constar a assinatura de seu titular, embasadas no entendimento de que somente com a concordância expressa do empregado seriam dadas como verdadeiras as anotações nele contidas. Por outro lado, várias decisões, também, são no sentido de considerar válido o documento mesmo que não contenha a assinatura do trabalhador. Prorrogação da jornada - Compensação de horas A contar de 05.10.1988, data de promulgação e de publicação da Constituição Federal/1988, conforme disposto no seu art. 7º, XIII, a duração do trabalho normal para os trabalhadores urbanos e rurais limita-se ao máximo de 8 horas diárias ou 44 horas semanais. Embora a jornada máxima diária seja de 8 horas, é permitida a prorrogação até o máximo de 2 horas diárias, desde que remuneradas com valor superior ao da hora normal. Trata-se de trabalho extraordinário, para o qual prevê a CF/1988 remuneração superior, no mínimo, em 50% à do trabalho normal. Entretanto, nos termos da CLT, art. 59 , § 2º, será dispensado esse acréscimo salarial se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela respectiva diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de 1 ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 horas diárias. Assim, por exemplo, pode-se adotar uma jornada diária de 8 horas e 48 minutos, de segunda a sexta-feira, perfazendo 44 horas semanais, de forma que o sábado fique livre. Por meio da Orientação Jurisprudencial nº 323, a Subseção I da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI I), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), consubstanciou entendimento no sentido de que é válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada "semana espanhola", que alterna a prestação de 48 horas de trabalho em uma semana e 40 horas em outra. Tal prática, segundo a referida Subseção, não viola os citados arts. 59, § 2º, da C LT e 7º, XIII, da CF/88, se ajustadas mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. Oportuno lembrar que as Orientações Jurisprudenciais apenas sinalizam a linha de entendimento adotada peloTST em seus jugados. Ressalte-se, ainda, que as decisões judiciais têm-se firmado no sentido de validar o acordo individual de trabalho escrito na compensação de horas, tendo o Tribunal Superior do Trabalho pacificado seu entendimento por meio da Súmula TST nº 85. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão (CLT, art. 59, § 3º). Microempresas e empresas de pequeno porte Ressaltamos que, para as microempresas e empresas de pequeno porte, poderão ser fixados, por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a natureza da remuneração, conforme disposto na Lei Complementar nº 123/2006 , art. 84. Atividades insalubres - Prorrogação de horas De acordo com o disposto na CLT, art. 60, nas atividades insalubres, qualquer acordo de prorrogação deve ser antecedido de licença prévia das autoridades competentes em matéria de medicina do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim. Trabalho contínuo por mais de 6 horas Nesta hipótese, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, não computado na duração do trabalho, o qual será, no mínimo, de 1 hora e, salvo acordo escrito ou convenção coletiva em contrário, não poderá exceder de 2 horas. A Fiscalização do Trabalho, a qualquer tempo, verificará in loco as condições em que o trabalho é exercido, principalmente sob o aspecto da segurança e saúde no trabalho e adotará as medidas legais pertinentes a cada situação encontrada. Trabalho contínuo não excedente de 6 e superior a 4 horas Neste caso, deverá ser concedido um intervalo de 15 minutos, não computado na jornada de trabalho. Observe-se que só se concede os 15 minutos quando a jornada diária não ultrapassa 6 horas. Concessão de intervalos não previstos em lei – Consequências O TST adota interessante diretriz no caso de concessão, pelo empregador, de intervalo(s) não previstos em lei, O TST adota interessante diretriz no caso de concessão, pelo empregador, de intervalo(s) não previstos em lei, expresso por meio da Súmula nº 118: "Jornada de trabalho. Horas extras Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada." Repouso semanal remunerado Todo trabalhador urbano, rural ou doméstico faz jus ao repouso semanal remunerado (RSR), preferencialmente aos domingos (C F, art. 7º, XV). Referido período de descanso será de 24 horas consecutivas. Empregados não subordinados a horário de trabalho A CLT, art. 62, exclui do capítulo da duração do trabalho e, em consequência, dos itens anteriormente estudados neste procedimento: a) os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na C arteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; b) os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para este efeito, os diretores e chefes de departamento ou filial, exceto quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%. Cargos de confiança Os empregados cujos salários do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, sejam inferiores ao valor do respectivo salário efetivo, acrescido de 40%. Observe-se que não há a obrigatoriedade de ser paga de forma discriminada determinada quantia a título de gratificação de função, bastando, para tanto, que o salário do gerente ou chefe supere a remuneração dos que exercem o cargo efetivo em, no mínimo, 40%. Lembra-se, ainda, que, por meio do Precedente Administrativo nº 90, aprovado pelo Ato Declaratório SIT nº 10/2009, ficou estabelecido que os gerentes ou ocupantes de cargos de confiança não estão dispensados do ponto, apesar de não terem direito à jornada de seis horas. Somente o gerente bancário com amplos poderes de mando e gestão- o gerente-geral - a quem todos os outros gerentes, direta ou indiretamente, estão subordinados, é que está dispensado do ponto, por força do art. 62 , II, da C LT . A legislação não define o que deve ser entendido por "cargo de confiança". Os doutrinadores defendem o entendimento de que exerce esse cargo o trabalhador que tem autonomia para tomada de importantes decisões na empresa, substituindo a figura do empregador. Há quem entenda, entretanto, que a Lei nº 8.966/1994 seja inconstitucional, por infringir a Constituição Federal/1988, art. 7º, XIII, que estabelece a jornada máxima de 8 horas diárias e 44 horas semanais. Os defensores dessa tese argumentam que a C F/1988 não excepciona nenhum trabalhador do regime de trabalho máximo estabelecido no dispositivo em comento. CAPÍTULO 5 5. FOLHA DE PAGAMENTO 5.1 Salários Remuneração paga ao empregado pelo empregador como retribuição ao serviço prestado, com habitualidade, subordinação, pessoalidade. Pode ser pago mensal, quinzenal, semanal, diariamente, por peças ou tarefa, sempre obedecendo ao salário mínimo vigente. O artigo 463 da CLT afirma: Art. 461 – Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. § 1º – Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 (dois) anos. § 2º – Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos critérios de antiguidade e merecimento. § 3º – No caso do parágrafo anterior, as promoções deverão ser feitas alternadamente por merecimento e por antiguidade, dentro de cada categoria profissional. § 4º – O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. Garantias mínimas relativas ao salário - Imposição legal Embora o valor da remuneração seja de livre estipulação das partes, devem ser observadas algumas formas de salário impostas legalmente: O Salário Mínimo é a contraprestação mínima devida a todo trabalhador (urbano e rural), sem distinção, e capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Não poderá contratar remuneração inferior ao salário mínimo. Nos casos de salário fixado por unidade de obra, este mínimo deverá ser garantido ao empregado,ainda que sua produção não o tenha atingido. Obervando apenas a questão de faltas sem justificativa. O Salário profissional é para determinados tipos de atividade têm o salário mínimo fixado em lei. É o caso, por exemplo, dos engenheiros, químicos, arquitetos, agrônomos, veterinários etc. Os adicionais por insalubridade , periculosidade , hora extra , trabalho noturno , transferência e o 13º salário . Além disso, deverão ser observados os acordos ou convenções coletivas, ou sentenças normativas de determinadas categorias profissionais, já que poderão estipular, como contraprestação mínima, um piso salarial superior ao salário mínimo. ( C F/1988 , art. 7º , IV; C LT , art. 76 e Lei nº 7.789/1989 ). Pagamento dos salários - Prazo, local e hora - Formalidades no pagamento O pagamento dos salários não pode ser estipulado por prazo superior a um mês, salvo no tocante a comissões, percentagens e gratificações. uando o pagamento for estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido, devendo-se sempre observar se há cláusula de acordo ou convenção coletiva da respectiva categoria estabelecendo prazo menor para o pagamento. Quando estipulado por semana ou quinzena, deverá o pagamento ser efetuado até o quinto dia após o vencimento. Utilizando-se o empregador de sistema bancário para o pagamento dos salários, os valores deverão estar à disposição do empregado, o mais tardar, até o quinto dia útil. Acrescente-se que na contagem dos dias será incluído o sábado, excluindo-se o domingo e o feriado, inclusive o municipal. O pagamento deve ser feito em dia útil, e no local de trabalho, durante a jornada ou imediatamente após o seu término. Nessas condições, o tempo que o empregado aguarda o pagamento ou dirige-se para local distante da empresa onde o pagamento será realizado é considerado tempo de serviço, devendo, portanto, ser remunerado. O pagamento será feito em moeda corrente, não se permitindo o uso de moeda estrangeira ou Nota Promissória. Permite-se, contudo, o pagamento por meio de conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado e com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local trabalho, ou em cheque emitido diretamente pelo empregador em favor do empregado, salvo se o trabalhador for analfabeto, quando o pagamento somente poderá ser efetuado em dinheiro. O pagamento do salário deve ser efetuado contra-recibo no qual serão discriminadas todas as parcelas pagas. O recibo conterá a assinatura do empregado ou sua impressão digital, se analfabeto; será assinado a rogo, caso não seja possível tal procedimento. Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta corrente, aberta nos moldes retro. ( C LT , art. 459 , § 1º, com redação da Lei nº 7.855/1989 , arts. 463; 464 e 465, com alteração da Lei nº9.528/1997 ; Instrução Normativa SRT nº 1/1989 e Portaria MTb nº 3.281/1984 ). RECIBO DE PAGAMENTO DE SALÁRIOS Depósito de salário em conta bancária e a obrigatoriedade da emissão de holerite dia após dia, a utilização de dinheiro "vivo", bem como de cheques, para a efetuação de pagamentos vem caindo em desuso. Atualmente, o manejo do dinheiro se dá, em geral, por intermédio de instituições financeiras, dada a praticidade e a segurança que estas oferecem. No âmbito das relações de trabalho, a questão não é observada de forma diferente. A maioria dos empregadores utiliza as instituições financeiras para efetuar o pagamento dos salários aos seus empregados mediante depósito em conta bancária. A dúvida surgida com tal prática diz respeito à emissão dos recibos de pagamento (holerite). Por ter natureza alimentar, o salário goza de proteção legal, conforme se verifica nas disposições da Constituição Federal/1988 , art. 7º , incisos IV, VI, VII e X, os quais vedam, entre outros, a sua redutibilidade e etenção dolosa. A Consolidação das Leis do Trabalho (C LT), na esteira da proteção ao salário, determina, no caput do art. Que o seu pagamento deve ser efetuado contra-recibo, assinado pelo empregado e, em se tratando de analfabeto, mediante impressão digital ou, não sendo esta possível, a seu rogo. Não obstante tal determinação, o parágrafo único do mencionado artigo dispõe que o comprovante de depósito dos salários em conta bancária aberta para esse fim em nome de cada trabalhador é legalmente válido como recibo de pagamento. Da análise do art. 464 pode-se concluir, a princípio, que, caso haja os depósitos dos salários em conta bancária, observadas as condições legais estipuladas, a empresa se encontrará legalmente dispensada da emissão do recibo de pagamento (holerite). No âmbito jurisprudencial, observa-se que a questão relativa à necessidade da emissão do recibo de pagamento quando os salários são depositados em contas bancárias não é pacífica. Alguns juízes têm aceitado os comprovantes de depósito bancário como prova de pagamento de salários, outros, porém, exigem, para tal comprovação, a apresentação dos recibos de pagamento devidamente assinados pelos trabalhadores por considerar ser esta a prova por excelência. Ante o exposto, considerando ser o salário de capital importância para o trabalhador e sua família, dada a sua natureza alimentar, bem como a proteção legal a ele conferida, prevista não somente na C LT , mas também na própria Constituição Federal , e, ainda, a divergência verificada no âmbito jurisprudencial acerca do assunto, entendemos que a empresa, por medida de cautela, independentemente do depósito bancário efetuado nos termos da lei, deve emitir o recibo de pagamento (holerite) ao trabalhador, especificando nele, além de outros dados, os valores que estão sendo pagos/depositados e os respectivos descontos que incidiram sobre a sua remuneração. Pagamento de comissões e percentagens - Exigibilidade - Época de pagamento - Casos em que devem ser pagas tratando-se de comissões e percentagens, o pagamento será exigível quando ultimada a transação. A transação será considerada aceita quando o empregador não recusar a proposta do empregado, por escrito, dentro do prazo de dez dias, ou de noventa dias, se a transação for concluída com quem estiver estabelecido noutro estado ou no estrangeiro. O vendedor tem direito a receber as comissões sobre as vendas que realizar diretamente e, ainda, sobre aquelas realizadas por outrem, dentro da zona que lhe foi atribuída com exclusividade.O pagamento será mensal, podendo ser estipulado por prazo superior desde que não exceda a três meses. Na época do pagamento, a empresa deverá remeter, ao empregado, a respectiva conta juntamente com a cópia das faturas relativas aos negócios concluídos no período correspondente. Nas transações realizadas por prestações sucessivas (vendas a crédito), o pagamento das comissões só é exigível de conformidade com o respectivo recebimento. Subsiste, ainda, a obrigatoriedade do pagamento das comissões, nos seguintes casos: a) quando a recusa da proposta pelo empregador não se fundar em motivo justo, como, por exemplo, quando não se tratar de comprador inidôneo; b) quando o comprador não pagar a mercadoria, exceto se se tratar de comprador insolvente, hipótese em que caberá o estorno da respectiva comissão paga; c) se o negócio não se concluir por motivo de força maior, não tendo sido recusado, em tempo hábil, pelo empregador; d) inexecução do negócio por parte do empregador, não tendo sido recusado no tempo certo; e) na cessação do contrato de trabalho, qualquer que tenha sido a sua causa. ( C LT , art. 466 , e Lei nº 3.207/1957) 5.2 Adicionais 5.2.1 Tempo de Serviço Enunciado 52 do TST: o adicional do tempo de serviço é devido nas condições estabelecidas pelo artigo 19 da lei 4.345 de 64, aos contratados sob regime da CLT, pela empresa a que se refere a lei, inclusive para fins de aposentadoria. Enunciado 181 do TST: o adicional do tempo de serviço quando estabelecido em importe fixo está sujeito ao reajuste semestral da lei 6.708/79. 5.2.3 Adicional Noturno A Constituição Federal, no seu artigo 7º, inciso IX, estabelece que são direitos dos trabalhadores, além de outros, remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Considera-se noturno, nas atividades urbanas, o trabalho realizado entre as 22:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte. Nas atividades rurais é considerado noturno o trabalho executado na lavoura entre 21:00 horas de um dia às 5:00 horas do dia seguinte, e na pecuária, entre 20:00 horas às 4:00 horas do dia seguinte. A hora normal tem a duração de 60 (sessenta) minutos e a hora noturna, por disposição legal, nas atividades urbanas, é computada como sendo de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos. Ou seja, cada hora noturna sofre a redução de 7 minutos e 30 segundos ou ainda 12,5% sobre o valor da hora diurna. No trabalho noturno também deve haver o intervalo para repouso ou alimentação, sendo: • jornada de trabalho de até 4 horas: sem intervalo; • jornada de trabalho superior a 4 horas e não excedente a 6 horas: intervalo de 15 minutos; • jornada de trabalho excedente a 6 horas: intervalo de no mínimo 1 (uma) hora e no máximo 2 (duas) horas. A hora noturna, nas atividades urbanas, deve ser paga com um acréscimo de no mínimo 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna, exceto condições mais benéficas previstas em acordo,convenção coletiva ou sentença normativa. O empregador poderá celebrar acordo de compensação de horas por meio de contrato coletivo de trabalho, a ser cumprido em período diurno ou noturno, ou ainda em ambos, cujo excesso de horas de trabalho de um dia seja compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira a não ultrapassar o limite de 10 horas diárias. 5.2.4 Adicional de Periculosidade O adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado exposto a atividades perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. São consideradas atividades ou operações perigosas, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: • Inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; • Roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. São periculosas as atividades ou operações, onde a natureza ou os seus métodos de trabalhos configure um contato com substâncias inflamáveis ou explosivos, substâncias radioativas, ou radiação ionizante, ou energia elétrica, em condição de risco acentuado. A periculosidade é caracterizada por perícia a cargo de Engenheiro do Trabalho ou Médico do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho (MTE). 5.2.5 Adicional de Insalubridade Como o próprio nome diz, insalubre é algo não salubre, doentio, que pode causar doenças ao trabalhador por conta de sua atividade laboral. A insalubridade é definida pela legislação em função do tempo de exposição ao agente nocivo, levando em conta ainda o tipo de atividade desenvolvida pelo empregado no curso de sua jornada de trabalho, observados os limites de tolerância, as taxas de metabolismo e respectivos tempos de exposição. Assim, são consideras insalubres as atividades ou operações que por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, expõem o empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza, da intensidade do agente e o tempo de exposição aos seus efeitos. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento), segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo, respectivamente, conforme prevê artigo 192 da CLT. O Tribunal Superior do Trabalho decidiu, em sessão do Pleno, dar nova redação à Súmula nº 228, definindo o salário básico como base de cálculo para o adicional de insalubridade da publicação, em 9 de maio de 2008, da Súmula Vinculante nº 4 do STF. A Súmula Vinculante nº 4 veda a utilização do salário mínimo como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado. A redação anterior da Súmula 228 adotava salário mínimo como base de cálculo, exceto para categorias que, por força de lei, convenção coletiva ou sentença normativa, tivessem salário profissional ou piso normativo. 5.2.6 Horas Extras A legislação trabalhista vigente estabelece que a duração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo. Todavia, poderá a jornada diária de trabalho dos empregados maiores ser acrescida de horas suplementares, em número não excedentes a duas, no máximo, para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo individual, acordo coletivo. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além do limite legalmente permitido. A remuneração do serviço extraordinário, desde a promulgação da Constituição Federal/1988, que deverá constar, obrigatoriamente, do acordo, convenção ou sentença normativa, será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. Tendo a Constituição Federal disposto que todos são iguais perante a lei e que não deve haver distinção de qualquer natureza, e que homens e mulheres são iguais em direito e obrigações, aplica-se à mulher maior de idade, no que diz respeito ao serviço extraordinário, o mesmo tratamento dispensado ao homem. A prestação de serviço extraordinário pelo empregado menor somente é permitida em caso excepcional, por motivo de força maior e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. Ocorrendo necessidade imperiosa, por motivo de força maior, realização ou conclusão de serviços inadiáveis cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, a duração do trabalho poderá exceder ao limite legal ou convencionado, independentemente de acordo ou contrato coletivo, devendo, contudo, ser comunicado à Delegacia Regional do Trabalho no prazo de 10 (dez) dias no caso de empregados maiores e 48 (quarenta e oito) horas no caso de empregados menores. Os empregados que prestam serviços externos incompatíveis com a fixação de horário, com registro de tal condição na CTPS e na ficha ou livro de registro de empregados, não têm direito a horas extras. Outro fator que deve ser observado é o caso do gerente, é um cargo que considera os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam os diretores e chefes de departamentos ou filial, não fazem jus à remuneração pelo serviço extraordinário, pois não lhes aplicam as normas relativas à duração normal do trabalho. Como Calcular a hora extra? HE = (Salário + adicional fixo)/carga horária + percentual extraordinário. Todo calculado de hora extra necessariamente precisa calcular o descanso semanal remunerado. Como calcular? DSR = Total das horas extras/dias úteis x domingos e feriados. Os dias úteis são considerados de segunda a sábado,mesmo que o funcionário só trabalhe de segunda a sexta. Parcelas integrantes da remuneração - Modalidades Comissão É uma forma de salário em que o empregado recebe um percentual do produto de seu trabalho. Assim, por exemplo, o empregado recebe 5% sobre o valor das vendas por ele realizadas. Gorjetas Consideram-se gorjetas não só a importância dada de forma espontânea pelo cliente ao empregado, como também a que for cobrada pela empresa, com o adicional nas contas e destinada à distribuição aos empregados. Gratificações ajustadas O ajuste pode ser expresso ou tácito, ocorrendo este último quando, pela repetição no tempo, as gratificações passam a integrar o ganho normal do trabalhador. Abonos a qualquer título Diárias de viagem Quando excedentes a 50% do salário percebido Prêmios Se a empresa concede habitualmente prêmios aos empregados, estes integrarão normalmente sua remuneração. Quando o pagamento do prêmio estiver condicionado à assiduidade, produção etc., serão sempre devidos quando ocorrer a condição ajustada;( C LT , art. 457 , e Súmula TST nº 152). Alimentação dos funcionários • O intervalo não concedido para alimentação sem autorização da DRT deve ser pago como extra. • Jornada até 4 horas = não há descanso para refeição. • Jornada de 4 a 6 horas = intervalo de 15 minutos para refeição. • Jornada de mais de 6 horas = intervalo de no mínimo 1 hora e no máximo 2 horas. • Com autorização da DRT, o período de descanso para a refeição pode ser reduzido. Salário-família Benefício pago aos segurados empregados, exceto os domésticos, e aos trabalhadores avulsos com salário mensal de até R$ 971,78, para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos de idade ou inválidos de qualquer idade. (Observação: São equiparados aos filhos os enteados e os tutelados, estes desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento, devendo a dependência econômica de ambos serem comprovada). Para a concessão do salário-família, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. De acordo com a Portaria Interministerial MPS/MF nº 15, de 10 de janeiro de 2013 valor do salário-família será de R$ 33,16, por filho de até 14 anos incompletos ou inválido, para quem ganhar até R$ 646,55. Para o trabalhador que receber de R$ 646,55 até R$ 971,78, o valor do salário-família por filho de até 14 anos de idade ou inválido de qualquer idade será de R$ 23,36. 5.2.7 Faltas A legislação trabalhista admite determinadas situações em que o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço, sem prejuízo do salário. As dispensas legais são contadas em dias de trabalho, dias úteis para o empregado. O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário: • até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social e sua dependência econômica; • até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; • por 5 (cinco) dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana. Têm-se como: ― ascendente: pai, mãe, avô, avó, bisavô, bisavó, trisavô, trisavô etc; e ― descendente: filho(a), neto(a), bisneto(a), trineto(a) etc. As faltas não justificadas por lei não dão direito a salários e demais consequências legais, e podem resultar em falta leve ou grave, conforme as circunstâncias ou repetição; mas podem ter justificativa imperiosa que, se seriamente considerada, vedará a punição. É o caso de doença grave em pessoa da família, amigo íntimo, ou outra hipótese de força maior. A falta do trabalhador ao serviço enseja o desconto do dia respectivo em sua remuneração salvo se a falta for considerada justificada. O empregado perde a remuneração do dia de repouso quando não tiver cumprido integralmente a jornada de trabalho a semana, salvo se as faltas forem consideradas justificadas. Se na semana em que houve a falta injustificada, ocorrer feriado este perderá o direito à remuneração do dia respectivo. Vale Transporte O Vale-Transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Entende-se como deslocamento a soma dos segmentos componentes da viagem do beneficiário, por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho. Não existe determinação legal de distância mínima para que seja obrigatório o fornecimento do Vale-Transporte, então, o empregado utilizando-se de transporte coletivo por mínima que seja a distância, o empregador é obrigado a fornecê-los. Vale-Transporte é utilizável em todas as formas de transporte coletivo público urbano ou, ainda, intermunicipal e interestadual com características semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo poder público ou mediante delegação, em linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente. O desconto será realizado no percentual de até 6% do salário base. É importante comparar o montante gasto pela empresa e o montante pago pelo trabalhador, jamais o empregado poderá contribuir com o montante maior que a empresa. INSS Na folha de pagamento deve ser descontado do trabalhador o percentual da contribuição previdenciária. Essa contribuição traz benecíficios como aposentadoria, salário-maternidade, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão e pensão por morte. Vamos utilizar a tabela publicada pelo governo. Tabela de contribuição mensal Segurados empregados, inclusive domésticos e trabalhadores avulsos TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso, para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2013 Salário-de- contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) até 1.247,70 8,00 de 1.247,71 até 2.079,50 9,00 de 2.079,51 até 4.159,00 11,00 Portaria Interministerial MPS/MF nº 11, de 08 de janeiro de 2013 TABELA VIGENTE Tabela de contribuição dos segurados contribuintes individual e facultativo Salário-de- contribuição (R$) Alíquota para fins de recolhimento ao INSS (%) 678,00 5,00* 678,00 11,00** 678,00 até 4.159,00 20,00 * Alíquota exclusiva do microempreendedor individual e do segurada (o) facultativo que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência. IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte Tabela Progressiva para o cálculo mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física para o exercício de 2014, ano-calendário de 2013. Base de cálculo mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir do imposto em R$ Até 1.710,78 - - De 1.710,79 até 2.563,91 7,5 128,31 De 2.563,92 até 3.418,59 15,0 320,60 De 3.418,60 até 4.271,59 22,5 577,00 Acima de 4.271,59 27,5 790,58 Dedução por Dependente R$ 171,97 Existem outros descontos na folha de pagamento não obrigatórios como por exemplo: pensão alimentícia, empréstimos, plano de saúde, adiantamentos. DIRF A Dirf - Declaração do Imposto Retido na Fonte é a declaração feita pela FONTE PAGADORA, destinada a informar à Receita Federal o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte, dos rendimentos pagos ou creditados em 2012 para seus beneficiários. • os rendimentos pagos a pessoas físicas domiciliadas no País,inclusive os isentos e não tributáveis nas condições em que a legislação especifica; • o valor do imposto sobre a renda e/ou contribuições retidos na fonte, dos rendimentos pagos ou creditados para seus beneficiários; • o pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa a residentes ou domiciliados no exterior, ainda que não tenha havido a retenção do imposto, inclusive nos casos de isenção ou alíquota zero; • os pagamentos a plano de assistência à saúde – coletivo empresarial. CAPÍTULO 6 6. FÉRIAS 6. 1 Férias normais As regras para gozo e pagamento de férias para os trabalhadores sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) seguem os mesmo preceitos desde 1977, ano em que o Decreto-lei número 1.535 alterou a redação dos dispositivos do Título II, Capítulo IV da CLT. Contudo, não são poucas as dúvidas que permeiam a cabeça do trabalhador quando chega a hora de aproveitar e receber o descanso anual ao qual ele tem direito. Para saber quais são as principais regras para base de cálculo das férias, abonos, pagamentos, prazos e demais informações, eis aqui um pequeno resumo. As férias são um direito indissociável da vida dos trabalhadores, mas também são uma forma implícita de premiar a assiduidade dos funcionários. Veja abaixo os dias proporcionais de férias que um trabalhador tem direito de acordo com o número de faltas no período de um ano. • 30 dias corridos, caso o número de faltas seja inferior a 5 em um ano; • 24 dias corridos, se as faltas somarem de 6 a 14 dias; • 18 dias corridos, caso as faltas cheguem de 15 a 23 dias; • 12 dias corridos, se as faltas em um ano somarem de 24 a 32 dias. Conclui-se que mais de 32 faltas injustificadas no curso do período aquisitivo implicam, para o empregado, a perda do direito às férias correspondentes. Cumpre observar, portanto, que, para fins do cálculo do período de férias a que o empregado terá direito, não poderá o empregador descontar diretamente as faltas do empregado ao serviço. Deve, para tanto, cumprir a escala proporcional de férias supradescrita. O empregado tem direito a 30 dias de férias a cada ano de trabalho, e esses dias (ou seu valor proporcional) são estipulados pela empresa. Pela lei, as férias serão concedidas de uma única vez, sem divisões durante os 12 meses de vigência das férias, exceto em casos específicos a serem analisados pelos empregadores, onde o empregado pode trocar até dez dias de suas férias pelo seu valor em dinheiro. Os documentos referentes às férias devem ser entregues ao empregado com pelo menos um mês de antecedência. Antes de entrar no período de descanso o empregado deve entregar a CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social) ao setor de Recursos Humanos para que o período de férias seja devidamente documentado nela. Se o empregador não conceder as férias ao trabalhador no período de um ano, ele deverá pagar o valor em dinheiro do descanso em dobro. O empregado receberá seu salário normalmente, sempre obedecendo a proporção dos dias e horas trabalhadas. Geralmente os empregadores coincidem o início das férias do empregado com os dias de pagamento para que a remuneração seja recebida por completo. Os empregados recebem as férias proporcionais ao tempo de trabalho. Se ele trabalhou os doze meses, receberá o valor integral das férias; caso ele tenha trabalhado apenas 5 meses, ele receberá 5/12 das férias. Além do salário nominal e das ferias proporcionais, o trabalhador ainda recebe o chamado abono pecuniário. Esse abono equivale a 1/3 das férias recebidas e é acrescentado ao montante que será pago ao empregado. As empresas tem um prazo determinado pela lei para o pagamento da remuneração e do abono de férias: dois dias antes do início do descanso do trabalhador. Juntamente com o depósito dos valores, o empregado assina um termo de quitação, informando datas de início e término das férias e remuneração referente aos dias trabalhados, férias e abono pecuniário. Perda do direito Não tem direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: a) deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subsequentes à sua saída; b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias; c) deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos. Nestes casos, anota-se a interrupção da prestação de serviços na CTPS. Em consequência, inicia-se o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste tópico, retornar ao serviço. Para os fins previstos na alínea "c" deste tópico, a empresa deverá comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa e, em igual prazo, deverá comunicar nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como deverá afixar aviso nos respectivos locais de trabalho ( CLT , art. 133). O item 2, do art. 60, da Convenção OIT nº 132 dispõe que, em condições a serem determinadas pela autoridade competente ou pelo órgão apropriado de cada país, os períodos de incapacidade para o trabalho resultantes de doença ou de acidentes não poderão ser computados como parte do período mínimo de férias anuais remuneradas previsto no § 30 do art. 30 da mencionada Convenção. Portanto, entende-se que esta determinação fica na dependência de norma legal que a regulamente. Readmissão dentro de 60 dias da demissão Uma questão do direito trabalhista que tem causado polêmica de entendimento refere-se à garantia ou não do cômputo do período aquisitivo anterior para efeito de férias, no caso de empregado que pede demissão com menos de um ano de serviço na empresa, recebe a indenização de férias e é por ela readmitido dentro de 60 dias após a saída. Diante da situação anterior, constata-se, inicialmente, que não há previsão expressa na legislação trabalhista. Isso porque a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT , arts. 129 a 153), que tratam dos procedimentos para pagamento e concessão de férias aos empregados, dispõe que não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo, tiver deixado o emprego e não for readmitido dentro de 60 dias subseqüentes à sua saída ( CLT , art. 133 ,1). "Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: I- deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à sua saída; (...)." Nesse aspecto, pode-se extrair da disposição anterior, em outras palavras, que o empregado que, no curso do período aquisitivo de férias, pede demissão do emprego com menos de um ano de serviço e é readmitido pelo mesmo empregador dentro do período de 60 dias após a saída, tem direito às férias. Ocorre que a disposição contida no mencionado art. 133 ganha maior relevo na medida em que o art. 146 da CLT determina: "Art. 146 ― Na cessação do Contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. Parágrafo único Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justacausa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias." Assim, desde que sejam analisados unicamente os dispositivos anteriores, deduz-se que, como o empregado que pede demissão antes de completar um ano de serviço na empresa não faz jus ao recebimento das férias proporcionais indenizadas por ocasião da rescisão contratual, a previsão contida no art. 133, I, é justificável, pois o empregado não receberá suas férias proporcionais indenizadas por ocasião da rescisão contratual. Ocorre que, por meio do Decreto n° 3.197/1999, foi promulgada a Convenção n° 132 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Férias Anuais Remuneradas (revista em 1970 e concluída em Genebra, em 24.06.1970). Referida Convenção encontra-se em vigor desde 23.09.1999, com eficácia no território nacional desde 06.10.1999, data de publicação no DOU do citado Decreto. Referida Convenção estabelece, entre outras condições, que o direito às férias proporcionais indenizadas em rescisão é direito garantido ao trabalhador ainda que este não tenha completado o período de um ano de serviço. Corroborando com a citada Convenção n° 132, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Resolução TST n°121/2003 e da Resolução TST n° 129/2005 , revisou, entre outros, o Enunciado TST n° 261, o qual passou a ter a denominação de Súmula com seguinte redação: "261. Férias Proporcionais. Pedido de demissão. Contrato vigente há menos de um ano - Nova redação O empregado que se demite antes de completar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias proporcionais." A Súmula do TST n° 261, em sua redação anterior, dispunha: "261. Férias proporcionais - Pedido de demissão - Contrato vigente há menos de ano O empregado que, espontaneamente, pede demissão antes de completar doze meses de serviço, não tem direito a férias proporcionais." Diante da atual previsão contida na Convenção OIT n° 132 e na Súmula do TST n° 261, o empregado passou a fazer jus à parcela das férias proporcionais na hipótese de pedido de demissão com menos de um ano de emprego. Levando-se em consideração as disposições anteriores, entendemos que, na ocorrência de rescisão contratual decorrente de pedido de demissão do empregado, ainda que este tenha menos de um ano no emprego, o empregador estará obrigado ao pagamento da indenização das respectivas férias proporcionais, acrescida do terço constitucional. Se, posteriormente à citada rescisão contratual, a empresa readmitir o mesmo trabalhador dentro do período de 60 dias contados da data de sua saída, não haverá de cogitar do cômputo do período aquisitivo de férias anterior no novo contrato de trabalho, uma vez que o empregado já recebeu a indenização da parcela das férias proporcionais por ocasião de sua rescisão anterior. Ressaltamos que o referido entendimento tem como base a interpretação do art. 133,1, da CLT à luz do que estabelecem a citada Convenção da OIT e a Súmula do TST. Assim, muito embora o disposto no inciso I do art. 133 da CLT , combinado com o parágrafo único do art. 146 do mesmo diploma legal, não tenha sido expressamente revogado, não há razão de computar o período aquisitivo anterior na nova relação empregatícia, desde que o empregador tenha quitado as férias proporcionais em rescisão, ainda que a readmissão tenha ocorrido dentro de 60 dias da data de saída. Entretanto, alertamos que, caso a empresa não tenha efetuado o pagamento das férias proporcionais na rescisão contratual do empregado que solicitou demissão com menos de um ano de contrato de trabalho, deverá ser cumprido o disposto na CLT, art. 133, I, ou seja, será devido o cômputo do período aquisitivo anterior de férias no novo contrato de trabalho celebrado entre o mesmo empregado e empregador. Vale lembrar que o não-pagamento da parcela de férias proporcionais acrescidas de 1/3 da Constituição Federal por parte do empregador na situação anteriormente descrita poderá sujeitá-lo a uma eventual fiscalização trabalhista e suas consequências, bem como o empregado poderá ingressar com uma reclamatória na Justiça do Trabalho para garantia de seus direitos. Finalmente, ressaltamos que, dada a possibilidade de interpretação contrária ao nosso entendimento, a empresa deverá acautelar-se diante da medida que adotará por ocasião da readmissão do empregado e as suas implicações com o direito às férias, lembrando que tanto o órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) como o sindicato da categoria profissional respectiva deverão ser antecipadamente consultados sobre o assunto, submetendo-se as partes, em qualquer hipótese, à decisão final da questão por parte do Poder Judiciário, quando acionado. Licença remunerada A licença remunerada, de acordo com a situação prevista na alínea "b" do tópico 4 deste procedimento, não é disciplinada pela legislação trabalhista, ficando a critério do empregador sua concessão ou não ao empregado. Quando concedida acarreta a interrupção do contrato de trabalho. Embora a licença remunerada não esteja disciplinada na legislação trabalhista em vigor, recomenda-se, por medida preventiva, que a mesma seja acordada pelas partes interessadas preferencialmente por escrito, especificando, inclusive, os motivos que a justifiquem. Assim, caso haja concessão da citada licença no curso do período aquisitivo por mais de 30 dias, o empregado perde o direito às férias do respectivo período. Lembra-se que, caso a licença, embora superior a 30 dias, recaia em períodos aquisitivos distintos, de tal forma que em nenhum deles ultrapasse a 30 dias, não haverá a perda do direito às férias. Exemplo de férias: • Funcionário admitido em 01/07/2011 com férias vencidas. Período de gozo de 01/09/2012 a 30/09/2012. Salário de R$ 800,00 Férias 800,00 +1/3 férias 266,67 INSS (8%) 85,33 Valor líquido 981,34 Prestações por doença ou acidente superiores a 6 meses, ainda que descontínuos, no mesmo período aquisitivo O afastamento por motivo de doença ou acidente, com recebimento de benefício pelo INSS, durante mais de 6 meses, no mesmo aquisitivo ainda que descontínuos (alínea "d" do tópico 4), implica a perda do direito às férias correspondentes. Serviço militar obrigatório O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para prestar serviço militar obrigatório computa-se no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro do prazo de 90 dias da data em que se verificar a respectiva baixa ( CLT , art. 132). Portanto, o período de afastamento não é computado para efeito de férias, sendo considerado o período anteriormente trabalhado e complementado com o tempo que falta quando o empregado retornar ao serviço. 6.2 Abono pecuniário É facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes ( CLT , art. 143 , caput). Assim, conforme o número de dias corridos de férias a que faz jus, o empregado pode pleitear a conversão e o pagamento do abono pecuniário na seguinte proporção: Muito embora a CLT fixe em 1/3 o limite do abono pecuniário, há quem admita ser possível a conversão inferior a esse limite, mediante acordo entre empregado e empregador, pois, no caso, se amplia o período de gozo atendendo à finalidade principal das férias, ou seja, o descanso. Todavia, é ilegal aumentar o período de
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