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LIVRO_U1 (1)

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Unidade 1
Folha de pagamento
Antonia Jairi Brito
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Imagens
Adaptadas de Shutterstock.
Todos os esforços foram empregados para localizar os detentores dos direitos autorais das 
imagens reproduzidas neste livro; qualquer eventual omissão será corrigida em futuras edições. 
Conteúdo em websites
Os endereços de websites listados neste livro podem ser alterados ou desativados a qualquer momento 
pelos seus mantenedores. Sendo assim, a Editora não se responsabiliza pelo conteúdo de terceiros.
Sumário
Unidade 1
Folha de pagamento ...................................................................................... 7
Seção 1
Formalidades e aspectos legais ......................................................... 8
Seção 2
Férias e 13º salário ............................................................................30
Seção 3
Rescisão de contrato de trabalho ....................................................47
Palavras do autor
Caro aluno!Seja bem-vindo à disciplina Práticas Contábeis II. 
A prática contábil tem se mostrado um dos grandes desafios 
do profissional da contabilidade, quer pelas modificações normativas que 
fazem parte da rotina contábil, quer pela evolução tecnológica, a rapidez 
das informações, as transformações e o surgimento de negócios cada vez 
mais diversos, pois a prática contábil precisa acompanhar constantemente a 
evolução das empresas. Estamos na era da Indústria 4.0, do RH 4.0 e, conse-
quentemente, na era da Contabilidade 4.0. E sabe o que isso significa? Viver 
em constante atualização e fazer da tecnologia um aliado do seu trabalho e 
da sua rotina. 
Para ajudá-lo a começar a viver na era da Contabilidade 4.0, esta disci-
plina desenvolverá os conceitos de folha de pagamento, obrigações acessórias 
da folha de pagamento e tributação. Com estes conhecimentos será hora de 
vivenciar uma rotina mais próxima da realidade dos escritórios e empresas. 
Estruturamos esta disciplina conforme indicado a seguir.
Na primeira unidade o tema central será a folha de pagamento, serão 
apresentadas as legislações pertinentes a elaboração e as diretrizes de cálculos 
dos proventos e descontos da folha de pagamento de uma empresa. Antes 
disso, porém, serão apresentadas como a admissão de um funcionário afeta 
a folha de pagamento e quais informações precisam ser prestadas via eSocial 
desde a contratação do funcionário. Além disso, serão vistos os cálculos das 
férias e do 13º salário, assim como calcular a rescisão de um funcionário. 
Na unidade dois serão apresentados os conceitos do eSocial, um novo 
sistema de registro, elaborado pelo Governo Federal, para facilitar a adminis-
tração de informações relativas aos trabalhadores e que eram prestadas 
separadamente antes do lançamento do eSocial. Também serão apresentados 
os eventos do eSocial, que precisam ser muito bem entendidos para que as 
informações prestadas sejam corretamente fornecidas e quais são prestadas 
quando ocorre um acidente de trabalho.
O tema da unidade três será tributação, mais especificamente sobre Lucro 
Real e Lucro Presumido, temas muito importantes para quem vai trabalhar 
no departamento fiscal de uma empresa ou escritório contábil. Esta unidade 
se propõe a apresentar os procedimentos de apuração destes tributos e 
ressalta a importância de as empresas realizarem planejamento tributário 
para uma boa gestão de tributos. Também serão apresentadas as formas de 
contabilização dos tipos tributários e os principais livros que envolvem estas 
tributações. 
O Simples Nacional é o tema da unidade quatro. Nela serão apresentados 
a forma de tributação de acordo com o tipo de atividade e quais tributos e 
alíquotas são incidentes para cada tipo de atividade, fazendo com que o uso 
correto dos anexos do Simples Nacional se tornem um ponto de atenção e de 
correta aplicação. 
Não deixe de tirar proveito desta disciplina para lapidar conceitos, rever 
processos e melhorar a sua atuação como profissional da área contábil. 
Lembre-se que na era da Contabilidade 4.0 o seu trabalho tem que estar além 
do operacional, você precisa se tornar um cientista contábil. 
Bons estudos!
Unidade 1
Antonia Jairi Brito
Folha de pagamento
Convite ao estudo
Nesta unidade de ensino você aprenderá sobre a rotina de um departa-
mento pessoal, como este departamento se organiza e cumpre as suas obriga-
ções em uma empresa ou escritório contábil. 
Não sei se você tem acompanhado as notícias, mas o departamento 
pessoal foi sacudido recentemente com uma série de mudanças e legislações 
que alteram várias atividades do seu dia a dia. Para citar alguns exemplos, 
você ouviu falar da Reforma Trabalhista? Chegou a acompanhar o processo 
de implementação do eSocial? Quem sabe você não tem visto comentários 
acerca da Lei de Liberdade Econômica?
É claro que as legislações mudam de tempos em tempos e você precisa 
estar atento para que os processos não sejam feitos de forma equivocada, 
desde a admissão de um funcionário, passando pelo pagamento mensal dele, 
até o momento do seu desligamento. 
Na unidade, você encontrará as atualizações de legislações ocorridas 
nestes últimos tempos, realizará cálculos de salário mensal, férias e 13º 
salário. Também vai aprender os trâmites necessários para realizar uma 
rescisão e sobre como agir em caso de acidente de trabalho. Tudo isso, sempre 
tendo o eSocial como base da informação, afinal ele chegou como uma das 
mais detalhistas etapas do ambiente SPED (Sistema Público de Escrituração 
Digital). 
Mas sabe o que você ganha com tantos assuntos assim? Uma visão de 
constante atualização e necessidade de estar sempre amparado(a) pela legis-
lação, para jamais colocar em risco os procedimentos executados no depar-
tamento pessoal da sua empresa.
Vamos começar o aprendizado?
8
Seção 1
Formalidades e aspectos legais
Diálogo aberto
Caro aluno,
Em algum momento da sua carreira você irá se deparar com o tema folha 
de pagamento, quer seja para aplicar na sua rotina de trabalho, quer seja para 
conferir os seus proventos em um holerite. Por isso, aproveite esta experi-
ência para aumentar seus conhecimentos sobre os conceitos e cálculos reali-
zados para o pagamento de salário. 
Para começar, imagine que você trabalha em um escritório contábil que 
tem como cliente uma empresa de terceirização de serviços que contratou 
uma funcionária por um salário de R$2.500,00. Por trabalhar com produtos 
tóxicos, ela recebe um adicional de periculosidade de 30%, conforme laudo 
emitido pelo engenheiro de segurança do trabalho, nos termos do artigo 195 
da CLT. 
A funcionária tem dois dependentes, um filho de quatro anos e outro de 
14 anos, convênio médico, pelo qual paga R$ 75,00 mensais, e vale trans-
porte, pelo qual paga R$ 30,88 mensais. Neste mês, teve 27 dias úteis e quatro 
domingos, a funcionária trabalhou cinco dias após o expediente, totalizando 
10 horas extras. 
Quando a funcionária recebeu seu recibo de pagamento este mês, ela não 
entendeu o valor recebido e pediu que o departamento pessoal explicasse 
como haviam chegado ao valor líquido que estava sendo pago. 
Nesta hora, você foi verificar no sistema o valor pago, e além disso decidiu 
verificar os cálculos no Excel, garantindo que não existiam erros nos cálculos 
através da conferência por outro método, além da possibilidade de mostrar 
cada passo do cálculo para a funcionária. Utilize as tabelasde apoio e realize 
os seguintes procedimentos: 
a. Calcular o salário base.
b. Calcular as horas extras.
c. Calcular os valores de INSS e IRPF.
d. Elaborar o recibo de pagamento com os cálculos apresentados.
Vamos começar?
9
Não pode faltar
Os direitos dos trabalhadores estão descritos na CLT (Consolidação das Leis 
do Trabalho), que garante a todos os trabalhadores com carteira assinada alguns 
direitos, que foram sendo revisados a cada alteração dela, normalmente buscando 
melhorar e garantir direitos.
Nesta década, por exemplo, devido a mudanças nas relações de trabalho 
e nas formas de realizar esses trabalhos, uma crise econômica que gerou muito 
desemprego e a alteração do perfil do trabalhador, que está cada vez mais idoso, 
houve a publicação quase simultânea da Lei nº 13.467/17 - Reforma Trabalhista 
(BRASIL, 2017c), da Lei nº 13.874/19 - Lei de Liberdade Econômica e a da PEC – 
287 (BRASIL, 2019a), a Reforma Previdenciária (2019). Estas legislações alteraram 
pontos significativos da CLT, como é o caso das férias, das horas extras e dos tipos 
de contratos permitidos entre as partes.
Dica
Torne a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) sua parceria constante 
para verificar os direitos dos trabalhadores. Utilize sempre a versão 
atualizada e de fonte segura, como a que você consegue acessar no site 
de busca da Câmara dos Deputados: 
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) (1943). CLT: Consoli-
dação das Leis do Trabalho [recurso eletrônico]. Organizador: Eliezer de 
Queiroz Noleto. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2018.
Com tantas mudanças que afetam os trabalhadores e os seus direitos, está 
sendo necessário rever muitos processos no departamento pessoal para garantir 
que as normativas sejam cumpridas e os direitos respeitados, afinal, todas estas 
mudanças causam reflexo direto na folha de pagamento de uma empresa.
Temos os impactos do eSocial sobre os processos de admissão, porque embora 
o eSocial não tenha trazido mudanças na legislação, ele centralizou diversas infor-
mações entregues por diferentes obrigações acessórias e passou a evidenciar de 
forma mais rápida e digital se os diretos dos trabalhadores estão sendo respeitados.
Vocabulário
O eSocial é um projeto do Governo Federal, instituído pelo Decreto nº 
8.373, de 11 de dezembro de 2014, que tem por objetivo desenvolver um 
sistema de coleta de informações trabalhistas, previdenciárias e tribu-
tárias, armazenando-as em um Ambiente Nacional Virtual, a fim de 
possibilitar aos órgãos participantes do projeto, na medida da perti-
10
nência temática de cada um, a utilização de tais informações para fins 
trabalhistas, previdenciários, fiscais e para a apuração de tributos e da 
contribuição para o FGTS (ESOCIAL, 2018, p. 4).
Trataremos do eSocial no papel de centralizador e substituto de diversas 
obrigações acessórias nas próximas seções. Por enquanto, vamos nos manter nos 
impactos causados por ele nos processos de admissão, que representa a entrada 
das informações para gerar uma folha de pagamento, quer seja pelas informações 
a serem prestadas ao eSocial, quer seja pelo prazo. Lembrando que o eSocial não 
alterou legislação alguma. Veja as informações necessárias para envio ao eSocial no 
Quadro 1.1.
Quadro 1.1 | Admissão - Documentos e prazos do eSocial
Documentos e Informações a serem informadas na admissão Envio ao eSocial
Número no Cadastro de Pessoa Física – CPF, data de nascimen-
to; data de admissão; matrícula do empregado; categoria do 
trabalhador; natureza da atividade (urbano/rural); código da 
Classificação Brasileira de Ocupações - CBO; valor do salário 
contratual; tipo de contrato de trabalho em relação ao seu 
prazo, com a indicação do término quando se tratar de contrato 
por prazo determinado.
até o dia anterior ao 
início das atividades do 
trabalhador
Nome completo, sexo, grau de instrução, endereço e naciona-
lidade; descrição do cargo e/ou função; descrição do salário 
variável, quando for o caso; nome e dados cadastrais dos depen-
dentes; horário de trabalho ou informação de enquadramento 
no art. 62 da CLT; local de trabalho e identificação do estabeleci-
mento/empresa onde ocorre a prestação de serviço; informação 
de empregado com deficiência ou reabilitado; indicação do 
empregador para o qual a contratação de aprendiz por entidade 
sem fins lucrativos está sendo computada no cumprimento 
da respectiva cota, identificação do alvará judicial em caso de 
contratação de trabalhadores com idade inferior à legalmente 
permitida, data de opção do empregado pelo Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço - FGTS, nos casos de admissão anterior a 
1º de outubro de 2015 para empregados domésticos ou anterior 
a 5 de outubro de 1988 para os demais empregados; informação 
relativa a registro sob ação fiscal ou por força de decisão judicial, 
quando for o caso
até o dia 15 (quinze) do 
mês subsequente ao mês 
em que o empregado foi 
admitido
Fonte: Portal eSocial – adaptado.
Um dos tópicos solicitados pelo eSocial na admissão é a informação do contrato 
de trabalho. Segundo o Art. 443. da CLT, o contrato individual de trabalho poderá 
ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo deter-
minado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. Observe as 
características de cada contrato no Quadro 1.2.
11
Quadro 1.2 | Tipos de contratos de trabalho
CONTRATO POR PRAZO 
DETERMINADO
CONTRATO POR PRAZO 
INDETERMINADO
Considera-se como de prazo determinado o 
contrato de trabalho cuja vigência dependa 
de termo prefixado ou da execução de servi-
ços especificados ou ainda da realização de 
certo acontecimento suscetível de previsão 
aproximada.
O contrato por prazo determinado só será 
válido em se tratando: a. de serviço cuja 
natureza ou transitoriedade justifique a 
predeterminação do prazo; b. de atividades 
empresariais de caráter transitório; c) de 
contrato de experiência.
Fonte: elaborado pela autora.
O contrato por prazo determinado e o contrato por prazo indeterminado 
não tiveram grandes alterações pós Reforma Trabalhista, mas é preciso conhecer 
as regras do teletrabalho, mais conhecido como home office, e do novo tipo de 
contrato, o contrato intermitente.
• Teletrabalho
A CLT determina que teletrabalho é a “prestação de serviços preponderante-
mente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de 
informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como 
trabalho externo” (BRASIL, 2018, p. 31). Ainda que, eventualmente, o trabalhador 
vá até as dependências do empregador para realizar atividades específicas, isso não 
descaracteriza o teletrabalho. 
O teletrabalho será firmado por contrato individual – e as “disposições relativas 
à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos equipa-
mentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do 
trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado, 
serão previstas por escrito” (BRASIL, 2018, p. 31). 
A alteração de teletrabalho para regime presencial requer que o empregador 
avise ao trabalhador com, no mínimo, quinze dias para transição e faça um aditivo 
contratual. Da mesma forma, será necessário um aditivo de contrato se a alteração 
for inversa, passando de presencial para teletrabalho, sempre que haja acordo 
mútuo entre as partes.
12
• Contrato Intermitente
Previsto no artigo 452-A da CLT, o
contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por 
escrito e deve conter especificamente o valor da hora de 
trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do 
salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados 
do estabelecimento que exerçam a mesma função em 
contrato intermitente ou não. (BRASIL, 2018, p. 76)
O empregador convoca o empregado e, recebida a convocação, o empregado 
terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, 
a recusa. Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho,a parte que descum-
prir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% 
(cinquenta por cento) da remuneração que seria devida, permitida a compensação 
em igual prazo. 
Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o 
pagamento imediato das seguintes parcelas: I. remuneração; II. férias proporcio-
nais com acréscimo de um terço; III. décimo terceiro salário proporcional; IV. 
repouso semanal remunerado; V. adicionais legais. O recibo de pagamento deverá 
conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas. E é isso 
que gera impacto na folha de pagamento.
Reflita
Será que o contrato intermitente altera alguma coisa na rotina do depar-
tamento pessoal?
Como dá para perceber, quer seja pela obrigação de informar, o eSocial deter-
mina, ou pelas modificações de contrato de trabalho, existe a necessidade de rever a 
rotina do departamento pessoal para que ele possa ganhar eficiência e evitar erros. 
É o caso de uma das rotinas mais comuns das empresas que fazem o fecha-
mento de ponto para a folha no dia 20 de cada mês, deixando as horas extras dos 
demais dias para pagamento no mês subsequente. Essa prática não pode ser feita, 
como fica evidenciada neste posicionamento do Comitê Gestor do eSocial sobre 
esse procedimento:
13
o prazo de pagamento das verbas salariais é definido pelo 
art. 459, §1º, da CLT, não tendo sofrido qualquer alteração 
com o advento do eSocial. Portanto, qualquer pagamento 
como contraprestação de serviços prestados no mês, inclu-
sive do dia 25 a 30 (p. ex., horas extras, adicional noturno, 
comissões, etc.) deverá ser efetuado até o 5º dia útil do mês 
subsequente. (ESOCIAL, 2020, [s.p.])
E como fica a folha de pagamento agora? Como sempre deveria ser, 
conforme a legislação vigente. Não é culpa do eSocial, nem mudança causada 
pelo eSocial, isso está na legislação. 
E por falar na legislação, a folha de pagamento está prevista no art. 225 
do Decreto nº. 3.048/99, regulamento da Previdência Social, é um relatório 
obrigatório que toda empresa, independente do porte, precisa elaborar. A 
folha de pagamento apresenta os salários brutos, os valores adicionais aos 
salários, as retenções e as compensações que dão origem ao salário líquido 
do trabalhador. 
Segundo este regulamento, a empresa também tem que cumprir as 
seguintes obrigações:
I. preparar folha de pagamento da remuneração paga, 
devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, 
devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da 
respectiva folha e recibos de pagamentos.
II. lançar mensalmente em títulos próprios de sua conta-
bilidade, de forma discriminada, os fatos geradores 
de todas as contribuições, o montante das quantias 
descontadas, as contribuições da empresa e os totais 
recolhidos.
III. prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social e à Secre-
taria da Receita Federal todas as informações cadas-
trais, financeiras e contábeis de interesse, na forma por 
eles estabelecida, bem como os esclarecimentos neces-
sários à fiscalização.
IV. informar mensalmente ao instituto nacional do seguro 
social, por intermédio da guia de recolhimento do 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e informa-
ções à Previdência Social, na forma por ele estabe-
lecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de 
14
contribuição previdenciária e outras informações de 
interesse daquele instituto.
V. encaminhar ao sindicato representativo da categoria 
profissional mais numerosa entre seus empregados, até 
o dia dez de cada mês, cópia da Guia da Previdência 
Social relativamente à competência anterior.
VI. afixar cópia da Guia da Previdência Social, relativa-
mente à competência anterior, durante o período de 
um mês, no quadro de horário. 
VII. informar, anualmente, à Secretaria da Receita Federal 
do Brasil, na forma por ela estabelecida, o nome, o 
número de inscrição na Previdência Social e o endereço 
completo dos segurados. (BRASIL, 1999, [s.p.])
A folha de pagamento é elaborada com base em premissas que servirão 
para que os cálculos de cada rubrica sejam apurados corretamente.
A composição da folha de pagamento pode ser entendida conforme 
Figura 1.1.
Figura 1.1 | Resumo da Folha de Pagamento
Salário 
bruto
+
adicionais
-
descontos
=
salário
líquido
Fonte: elaborado pela autora. 
Como salário bruto entende-se o valor da remuneração acordada entre 
empregador e empregado pela remuneração do seu trabalho. É o valor antes 
de qualquer adicional ou desconto efetuado pela empresa. Essa remuneração 
é composta de partes integrantes e não integrantes, sendo assim determi-
nadas por serem ou não consideradas no cálculo dos encargos trabalhistas e 
previdenciários. 
• Remuneração
Segundo o artigo 457 da CLT, “na remuneração do empregado, para 
todos os efeitos legais devem ser considerados, além do salário devido e pago 
diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as gorjetas 
15
que receber”, a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comis-
sões pagas pelo empregador (BRASIL, 2018, p. 77). 
No entanto, vale ressaltar que existem outros valores, ainda que pagos 
de forma habitual, que não integram a remuneração do trabalhador. Estes 
valores não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e 
previdenciário, é o caso da ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu 
pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos.
Assimile
A remuneração não deve ser confundida com salário in natura ou salário 
utilidade, representado pela alimentação, habitação, vestuário ou outras 
prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, 
fornece habitualmente ao empregado (CLT, art. 458).
Não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas 
pelo empregador: I. vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos 
aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; 
II. educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compre-
endendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e 
material didático; III. transporte destinado ao deslocamento para o trabalho 
e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; IV. assistência 
médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro 
saúde; V. seguros de vida e de acidentes pessoais; VI. previdência privada; 
VIII. o valor correspondente ao vale-cultura.
Os adicionais são os valores acrescidos ao salário em virtude de força de 
lei ou gratificações acordadas no contrato de trabalho. Os descontos na folha 
de pagamento podem acontecer em virtude de retenções obrigatórias, como 
é o caso do Imposto de Renda retido pela empresa e compensações de valores 
antecipadamente já pagos ao trabalhador, como é o caso do adiantamento 
de salário.
Agora vamos conhecer um pouco mais sobre alguns dos adicionais e 
descontos que podem ocorrer na folha de pagamentos de um trabalhador. 
Vamos começar pelo salário-família
• Salário-família
Inicialmente concedido a todos os trabalhadores, o salário-família 
foi instituído pela lei 4266/63. Trata-se de benefício atualmente pago para 
família de baixa renda, com filhos com idade até 14 anos incompletos ou 
filhos inválidos, sem limite de idade. Este valor é pago para segurados empre-
gados, inclusive os domésticos e trabalhadores avulsos, que passaram a ter 
16
este direito a partir de 2015. Para ter direito ao benefício é preciso também ter 
uma remuneração mensal abaixo do limite da faixa determinada pelo INSS, 
que é atualizada anualmente através de portaria ministerial. Com relação aos 
valores, observe o Quadro 1.3.
Quadro 1.3 | Salário-família – Ano 2019d
PERÍODO FAIXA 1 (em R$) FAIXA 2 (em R$)
A partir de 1º/01/2019 Até 907,77 cota 46,54 de 907,77 a 1.364,43 cota 32,80
Fonte: Brasil (2017a, [s.p.]).
Para o pagamento do benefício a Previdência Social não exige tempo 
mínimo de contribuição, assim como não há limitação quanto aonúmero de 
filhos. No entanto, para renovação do salário-família é necessário apresentar 
anualmente a carteira de vacinação dos dependentes de até 6 anos de idade, 
sempre no mês de novembro, sendo suspenso o pagamento até que se regula-
rize o envio das documentações. Os dois pais têm direito ao benefício, caso 
ambos satisfaçam os requisitos para a concessão. 
• Salário-maternidade
O salário-maternidade é concedido às seguradas nos 120 dias em que 
ficam afastadas após o parto. O direito também é concedido para seguradas 
que adotam os seus filhos, no entanto a idade da criança interfere no tempo 
em que será pago o benefício, sendo 120 dias para crianças de até um ano de 
idade, 60 dias para crianças entre 1 e 4 anos de idade, 30 dias para crianças 
com idade entre 4 e 8 anos. Assim como acontece com o salário-família, a 
Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição, mas é preciso 
comprovar o afastamento por parto ou adoção. 
Além dos casos que acabamos de discutir, devem ser acrescidos ao 
salário: horas extras, descanso semanal remunerado, adicional de insalu-
bridade, adicional de periculosidade, vale transporte e quaisquer gratifica-
ções adicionais que o funcionário possa vir a ter, como é o caso das gorjetas. 
Vamos entender um pouco sobre esses adicionais?
• Horas extras
Horas extras são valores pagos a mais pelo tempo que o empregado perma-
nece à disposição do empregador, além do horário acordado no contrato de 
trabalho. Seu conceito alterado pela Lei nº 13.467/17, a Reforma Trabalhista, 
conforme inciso 1º do art. 59 da CLT. Com esta alteração, a duração normal 
do trabalho poderá ser acrescida de duas horas diárias, mediante acordo 
17
individual entre empregador e empregado, ou mediante acordo coletivo ou 
convenção coletiva de trabalho, devendo obrigatoriamente o empregador 
pagar, pelo menos, mais 50% sobre a hora normal.
Exemplificando
Para o cálculo de horas extras, utiliza-se como base a hora trabalhada 
acrescida de 50% do valor. Ou seja, se um trabalhador tem como valor 
hora o montante de R$10,00, será acrescido o valor de R$ 5,00 (R$ 
10,00 x 50%) no valor da hora adicional trabalhada. 
• Cálculo da hora extra: R$ 10,00 × 50% = R$ 5,00
• Hora extra = R$ 10,00 + R$ 5,00 = R$ 15,00
• Hora extra = R$ 15,00
No entanto, é importante ressaltar que com a publicação da Lei 13.467/17 
não será considerada hora extra quando o empregado permanecer na 
empresa por escolha própria para (i) práticas religiosas; (ii) descanso; (iii) 
lazer; (iv) estudo; (v) alimentação; (vi) atividades de relacionamento social; 
(vii) higiene pessoal; (viii) troca de roupa ou uniforme, quando não houver 
obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
Reflita
Será que o trabalhador com contrato de trabalho intermitente tem 
direito a hora extra?
• Descanso semanal remunerado
O descanso semanal remunerado (DSR) foi criado em 1949 e está previsto 
no artigo 66 da CLT e determina que entre duas jornadas de trabalho haverá 
um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso. O descanso 
semanal remunerado será pago de acordo com a jornada de trabalho 
acordada entre empregador e trabalhador, quer seja mensalista ou horista. 
O descanso semanal remunerado (DSR) está inserido no valor pago aos 
trabalhadores mensalistas e, caso o trabalhador não cumpra a sua jornada 
de trabalho, este valor pode ser descontado do seu salário. Se o trabalhador 
receber por hora, o DSR pode ser encontrado com base no salário-hora do 
trabalhador e precisa ser incluído na remuneração. O DSR também precisa 
ser calculado sobre as horas extras. 
18
Outros adicionais que podem ser acrescentados ao salário do trabalhador 
são: adicional de insalubridade, adicional de periculosidade e adicional 
noturno. Descritos nos artigos 189 a 197 da CLT, são itens relacionados à 
saúde do trabalhador. Maiores detalhes no Quadro 1.4.
Quadro 1.4 | Adicional de insalubridade – Adicional de Periculosidade – Adicional Noturno
ADICIONAL DE 
INSALUBRIDADE
ADICIONAL DE 
PERICULOSIDADE ADICIONAL NOTURNO
Pago aos trabalhadores 
que são expostos à agentes 
nocivos à saúde, acima dos 
limites de tolerância fixados 
em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do 
tempo de exposição a seus 
efeitos. As atividades e 
operações insalubres estão 
mencionadas na Portaria no 
3.214, de 8-6-1978, conheci-
da como NR 15.
Existem três graus de risco: 
mínimo, médio e máximo e 
de acordo com eles será pago 
pelo empregador os percen-
tuais de 10%, 20% e 40% do 
salário mínimo.
Pago aos trabalhadores que 
são expostos às atividades 
consideradas perigosas, que 
são as regulamentadas pelo 
Ministério do Trabalho, 
as que, por sua natureza 
ou métodos de trabalho, 
impliquem o contato per-
manente com inflamáveis ou 
explosivos, em condições de 
risco acentuado.
Será pago ao trabalhador 
exposto a essas atividades 
o adicional de 30% sobre 
o salário efetivo, não inci-
dindo esse percentual sobre 
gratificações, prêmios ou 
participações nos lucros da 
empresa.
Pago ao trabalhador que tra-
balha no período entre as 22 
horas de um dia e as 5 horas 
do dia seguinte, deve receber 
um adicional de 20% sobre a 
hora diurna trabalhada.
Fonte: elaborado pela autora.
É importante lembrar que, se o empregado trabalhar em serviço insalubre 
e perigoso, deverá optar por um dos dois tipos de adicional, não podendo 
recebê-los simultaneamente.
E os descontos sobre o salário do trabalhador, como são tratados na folha 
de pagamento?
• Descontos sobre a folha de pagamento 
A CLT determina no artigo 462 que é vedado ao empregador efetuar qualquer 
desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, 
de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 
Os descontos podem ser divididos em dois grupos: retenções e compensações. 
As retenções são valores que devem ser retidos dos trabalhadores em função de 
disposições legais ou ordem judicial. Neste caso, a empresa tem a responsabilidade 
legal de descontar os valores dos trabalhadores e repassar a terceiros. É o caso do 
19
INSS parte do empregado, do IRPF parte do empregado e da pensão por decisão 
judicial. Já as compensações são valores que representam adiantamentos ou valores 
que devem ser descontados, mas que não serão repassados a terceiros. É o caso dos 
adiantamentos e dos empréstimos feitos aos empregados. 
Para o cálculo das retenções são utilizadas as seguintes tabelas de apoio:
Tabela 1.1 | Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF - 2019
BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$)
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5% 142,80
De 2.826,66 até 3.751,05 15% 354,80
De 3751,06 até 4.664,68 22,5% 636,13
Acima de 4.664,68 27,5% 869,36
DEDUÇÃO POR DEPENDENTE 189,59
Fonte: Brasil (2015, [s.p.]).Tabela 1.2 | Tabela INSS
TABELAS PARA EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR 
AVULSO 2019
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO - em Reais ALÍQUOTA
Até 1.751,81 8%
De 1.751,82 a 2.919,72 9%
De 2.919,73 até 5.839,45 11%
Fonte: Brasil (2017b, [s.p.]).
Tabela 1.3 | Salário-família - 2019
REMUNERAÇÃO VALOR DA COTA SALÁRIO-FAMÍLIA
Até R$ 907,77 R$ 46,54
De R$ 907,78 a R$ 1.364,43 R$ 32,80
Acima de 1.364,43 Não tem direito
Fonte: Brasil (2017a, [s.p.]).
As faltas e atrasos também fazem parte dos descontos a serem lançados na 
folha de pagamento. Esses valores serão deduzidos da remuneração bruta. As faltas 
20
serão calculadas por salário-dia e, no caso do atraso, será descontado com base no 
salário-hora do funcionário. 
Após a apuração dos proventos e dos descontos da folha de pagamento, deverá 
ser calculado pelo empregador o valor do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, 
o FGTS. O valor apurado sobre o salário-base não será descontado do funcionário, 
mas sim depositado em uma conta vinculada ao trabalhador na Caixa Econômica 
Federal. Esta é uma obrigação patronal, mas deve ser apresentada no recibo de 
pagamento do trabalhador.Acerca do pagamento, a CLT também determina, no art. 464, que salário 
deverá ser efetuado contrarrecibo, assinado pelo trabalhador; em se tratando de 
analfabeto, mediante sua impressão digital, ou, não sendo possível, a seu rogo. A 
Lei nº 9.528/97 acrescentou que o comprovante de depósito em conta bancária, 
aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em 
estabelecimentos de crédito próximos ao local de trabalho, tenha força de recibo.
O recibo a ser entregue ao trabalhador deve discriminar todas as parcelas 
pagas, as horas/dias trabalhados, as faltas injustificadas e os repousos semanais de 
forma a facilitar a compreensão dos empregados quanto aos proventos e descontos 
recebidos. O recibo deverá ser apresentado em duas vias para efeito de compro-
vação do pagamento do salário, ficando a primeira via em poder do empregador e 
a segunda com o empregado.
Vamos praticar os cálculos dos proventos e descontos vistos até aqui?
Exemplificando
Uma pequena empresa tem seis funcionários. Ela atua na área de venda de 
tintas residenciais e automotivas. A empresa tem um pintor, dois auxiliares 
administrativos, um vendedor, um coordenador e uma assistente de 
vendas que possuem as premissas de renumeração conforme Quadro 1.5.
Quadro 1.5 | Grade de salário – funcionários empresa de tintas
Funcio
nário 
Admis
são 
Cargo CBO Estado 
civil 
Dep. 
IRPF 
Salário bruto Tipo de adicional % Adicional Salário-base 
1 6-jan Pintor de estruturas 
metálicas 
72331
5 
casado 2 R$ 2.969,00 Periculosidade 30% R$ 3.859,70 
2 6-jan Auxiliar 
administrativo 
41101
0 
casado 0 R$ 1.150,00 Periculosidade 10% R$ 1.265,00 
3 6-jan Auxiliar 
administrativo 
41101
0 
casado 0 R$ 1.050,00 Periculosidade 10% R$ 1.155,00 
4 6-jan Vendedor 52110 solteiro 1 R$ 2.041,20 Não tem 0% R$ 2.041,20 
5 2-abr Coordenador 52011
0 
casado 2 R$ 3.532,00 Não tem 0% R$ 3.532,00 
6 2-abr 35412
5 
casado 0 R$ 1.312,00 Não tem 0% R$ 1.312,00 
 
Fonte: elaborada pela autora. 
21
No mês em questão, em função da demanda, o pintor fez 5 horas extras, 
sendo pago um adicional de 50% sobre o salário-hora. Os funcionários 
pagam R$ 125,00 a título de plano de saúde compartilhado e R$35,00 
do plano odontológico. O mês teve 27 dias úteis e 4 domingos.
Para saber o salário líquido do pintor precisamos realizar os seguintes 
cálculos: 
• SALÁRIO-BASE: salário bruto + adicional, que neste caso é periculo-
sidade de 30%. Então teremos: Salário-base = R$2.969,00 + R$ 890,70 
= R$ 3.859,70
• HORA EXTRA: salário-base /220 horas + adicional de hora extra de no 
mínimo de 50%. Neste caso teremos: 
HORA EXTRA = (R$ 3.859,70/220) *50% = R$ 26,31
HORA EXTRA = R$ 26,31 x 5 = R$ 131,55
• DSR SOBRE A HORA EXTRA: o valor da hora extra, dividido pelo número de 
dias úteis e multiplicado pelos domingos. Neste caso teremos: 
DSR S/ HE = Valor hora extra / dias úteis x domingos
DSR S/ HE = R131,55/27*4=19,49
• INSS: salário-base, aplicado sobre alíquota da tabela de INSS. Neste 
caso teremos:
INSS = (R$ 2969,00 + R$ 890,70 + R$ 131,55 + R$ 19,49) x 11,00% = R$ 
441,18
• IRRF, que é calculado com base no salário-base menos o valor do INSS, menos 
o valor dedutível de cada DEPENDENTE. O valor encontrado é multipli-
cado pela alíquota e descontado o valor de dedução da tabela de IRRF. Neste 
caso teremos:
IRRF = (R$ 2969,00 + R$ 890,70+ R$ 131,55 + R$ 19,49) - R$ 441,18 
(INSS) – R$379,18 (dependentes) = R$ 3.190,38 x (15% - dedução = R$ 
478,56 - R$ 354,80) = R$123,76
• FGTS: salário-base x 8%. Neste caso teremos:
FGTS = R$ 4.010,74 x 8% = R$ 320,86
Então, o recibo deste funcionário será conforme Quadro 1.6.
22
Quadro 1.6 | Modelo de recibo de pagamentos
RECIBO/DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTOS 
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a i
m
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__
__
__
__
__
 
Empregador: CNPJ: 
Empregado: CTPS: 
Cargo: Depto.: 
Período: 
Cod. Descrição Referência Proventos Descontos 
 Salário normal 30 R$ 2.969,00 
 Adicional de periculosidade 30% R$ 890,00 
 Horas extras 5 R$ 131,55 
 DSR H/E 5 R$ 19,49 
 Convênio médico R$ - R$ 125,00 
 Convênio odontológico R$ - R$ 35,00 
 INSS 11% R$ 441,18 
 IRPF 15% R$ 123,76 
 
Sal. Cont. 
INSS 
R$ 4.010,74 Base IR R$4.010,74 R$ 724,94 
Base FGTS R$ 4.010,74 Valor FGTS 320,86 Líquido R$ 3.285,80 
 
Fonte: elaborada pela autora.
Apesar da tecnologia dos cálculos serem realizados com base nas 
premissas parametrizadas nos sistemas contábeis, você precisa treinar a 
forma de calcular manualmente a folha de pagamento, porque essa técnica 
será muito útil para a auditoria na folha, que tem sido muito útil devido à 
necessidade de conferência dos arquivos do eSocial.
Aproveite e faça esse treino com os demais funcionários do exemplo acima.
Nos vemos na próxima seção!
Sem medo de errar
É normal que os funcionários não entendam muito bem o valor que 
recebem mensalmente porque não estão familiarizados com os cálculos 
realizados para chegar ao valor líquido que receberam. Normalmente não 
entendem quanto pagam de INSS e Imposto de Renda.
23
Com a funcionária da empresa de terceirização não foi diferente, afinal, ela tinha 
feito horas extras e não considerou que sobre as horas extras incidiam tributos. 
Para esclarecer o valor que a funcionária recebeu, você pode realizar os cálculos 
em um sistema informatizado, em uma planilha de cálculos ou até manualmente, 
mas como a funcionária tem dúvidas do valor apresentado, a melhor forma é 
demonstrar como foram feitos os cálculos. Para isso, você vai ter que:
a. Calcular o salário-base.
b. Calcular as horas extras.
c. Calcular os valores de INSS e IRPF.
d. Elaborar o recibo de pagamento com os cálculos apresentados. 
Vamos começar!
Para saber o salário líquido realize os cálculos:
• CALCULANDO SALÁRIO-BASE 
Salário Base = salário normal + adicional 
Salário Base = R$ 2.500,00 + R$ 750,00 (periculosidade) = R$ 3.250,00 
• CALCULANDO DSR H/E 
HORA EXTRA = Salário base /220 horas 
HORA EXTRA = (R$ 3.250,00/220)*50% = R$ 22,16 
HORA EXTRA = R$ 22,16 *10 = R$ 221,60 
DSR S/ HE = valor hora extra / dias úteis x domingos 
DSR S/ HE = R$221,60 /27*4= R$ 32,82
Obs:
• CÁLCULO INSS SALÁRIO-BASE * % TABELA 
INSS = R$ 3.504,42 x 11,00% = R$385,49
• CÁLCULO IRRF SALÁRIO-BASE - INSS - DEPENDENTE x alíquota 
- dedução 
IRRF = R$ 3.504,42 - R$ 385,49 (INSS) – R$379,18 (dependentes) x (15% - R$ 
354,80) = R$56,16
24
• FGTS: salário-base x 8%. Neste caso teremos: 
FGTS = R$ 3.504,42 x 8% = R$ 280,35
Lembre-se que o FGTS será depositado em conta apropriada, criada para 
este fim. 
Então, o recibo deste funcionário será demonstrado conforme Quadro 
1.7.
Quadro 1.7 | Recibo de pagamento calculado
RECIBO/DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTOS 
D
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__
__
__
 
Empregador: CNPJ: 
Empregado: CTPS: 
Cargo: Depto.: 
Período: 
Cod. Descrição Referência Proventos Descontos 
 Salário normal 30 R$ 2.500,00 
 
Adicional de periculosidade 30% 
 
R$ 750,00 
 
 
Horas extras 10 
 
R$ 221,00 
 
 
DSR H/E 
 
10 
 
R$ 32,83 
 
 
Vale-transporte 
 
6% 
 
R$ - 
 
R$ 125,00 
 
Convênio odontológico 
 
11% 
 
R$ - R$ 75,00 
 
INSS 
 
15% R$ 385,18 
 
IRPF R$ 56,16 
 
Sal. Cont. INSS R$ 3.504,42 Base IR R$ 3.504,42 R$ 547,53 
Base FGTS R$ 3.504,42 Valor FGTS 280,35 Líquido R$ 2.956,89 
 
Fonte: elaborada pela autora.
Parabéns! Agora você pode treinar os cálculos para pagamento de salário 
com outras situações de remunerações.
Avançando na prática
Políticas trabalhistas e o eSocial
Desde a aprovação da reforma trabalhista, uma empresa de prestação de 
serviços solicitou ao seu escritório contábil alteração nos procedimentos de 
25
desligamento e, por isso, não está fazendo mais exame demissionalde seus 
funcionários. A empresa justificou que isso representaria uma redução de 
custo, uma vez que não há mais a obrigação de homologação no sindicato.
Imagine que você foi contratado pelo escritório e passou por um treina-
mento relacionado à implementação do eSocial. Você iniciou uma análise 
das políticas praticadas pelo cliente e apontou que ele precisaria ajustar sua 
política relacionada ao exame demissional. Aproveitando que faria a análise, 
você solicitou à empresa que encaminhasse um resumo de suas políticas 
trabalhistas, para verificar se algo mais precisaria ser alterado.
As informações foram encaminhadas e estão compiladas no Quadro 1.8. 
Agora você precisa avaliar os riscos no cumprimento das regras trabalhistas 
e apresentar um relatório ao dono da empresa, apontando as devidas corre-
ções e as legislações que não estão sendo seguidas e serão evidenciadas com 
a entrega do eSocial.
Quadro 1.8 | Políticas Trabalhistas para Análise de Riscos
■ A empresa contrata seus funcionários por indicação. Por isso, solicita no ato da contrata-
ção CPF, RG, assim evita o acúmulo de papel.
■ No ato da contratação, a empresa pede que o funcionário assine um documento onde se 
responsabiliza por informar à empresa possíveis mudanças nos seus dados.
■ Na definição dos cargos e salários a empresa criou uma regra: se for bem avaliado na 
entrevista, já começa com salário nível 2, que é para motivar o novo funcionário. Isso ocorre, 
mesmo que outro funcionário tenha mais tempo de casa. O que importa é a produtividade.
■ Segundo o RH da empresa, não há necessidade do Exame Admissional ou Periódico por-
que a empresa quer apenas um registro de que eles estavam bem quando foram demitidos.
■ A empresa não se preocupa com a formação do funcionário, basta apenas ele ter expe-
riência profissional na área, por isso tem no seu quadro de funcionários vários gerentes e 
profissionais classificados com CBO diferentes da sua formação.
Fonte: elaborado pela autora.
Resolução da situação-problema
Com as mudanças trazidas pelo eSocial, fizemos uma análise dos seus 
processos de admissão e demissão, seguem algumas informações acerca das 
práticas utilizadas por sua empresa e uma análise de risco quanto ao cumpri-
mento da legislação trabalhista e previdenciária.
No que se refere à admissão de funcionários, e segundo o eSocial 
solicita, é necessário apresentar no momento da admissão os seguintes 
documentos inicialmente:
a. número no Cadastro de Pessoa Física – CPF
26
b. data de nascimento
c. data de admissão
d. matrícula do empregado
e. categoria do trabalhador
f. natureza da atividade (urbano/rural)
g. código da Classificação Brasileira de Ocupações - CBO
h. valor do salário contratual;  
i. tipo de contrato de trabalho em relação ao seu prazo, com a 
indicação do término quando se tratar de contrato por prazo 
determinado.
[...] (BRASIL, 2019, [s.p.])
Acerca desta documentação, é importante ressaltar que o CBO do funcio-
nário tem que estar de acordo com a qualificação da atividade a ser exercida 
pelo funcionário, diferente do que se tem feito atualmente. 
Também precisamos ressaltar que em todas contratações e demissões a 
empresa precisa fazer o exame admissional e demissional, independente da 
necessidade de homologação no sindicato, porque esta é uma solicitação da 
legislação trabalhista e não sindical.
Sem o cumprimento destas regras, o risco da empresa ser multada 
aumenta consideravelmente, ainda mais com a implementação do eSocial 
que torna a fiscalização mais efetiva e rápida.
Atenciosamente, 
Contador – CRC xxxxxx-x .
Faça valer a pena
1. Segundo o Art. 2º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho),
considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, 
que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, 
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. [Acres-
centa-se no § 2º que] sempre que uma ou mais empresas, 
tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica 
própria, estiverem sob a direção, controle ou adminis-
tração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada 
27
uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão 
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes 
da relação de emprego. (BRASIL, 2018, [s.p.])
De acordo com o texto-base referente à CTL (Consolidação das Leis do 
Trabalho) pós-reforma trabalhista, o que é considerado como serviço efetivo?
a. O período em que o empregado esteja à disposição do empregador, 
aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expres-
samente consignada.
b. O tempo à disposição do empregador, o tempo computado como 
período extraordinário que exceder a jornada normal, mesmo que 
ultrapasse o limite de cinco minutos previstos para atividades reali-
zadas por escolha do empregado. 
c. O tempo de trabalho à disposição da empresa, quando o empregado, 
por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança 
nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar 
ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades 
particulares. 
d. Apenas o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, 
não podendo ser considerado o trabalho executado no domicílio do 
empregado e o realizado a distância.
e. O tempo de descanso, estudo, alimentação, atividades de relaciona-
mento social, higiene pessoal, troca de roupa ou uniforme, quando 
não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa
2. Com a evolução da tecnologia e como forma de redução de custos, foi 
aprovada pela Reforma Trabalhista a prestação de serviços na modalidade 
de teletrabalho, que é a prestação de serviços preponderantemente fora das 
dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação 
e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho 
externo.
Acerca do teletrabalho, considere as seguintes afirmativas:
I. A responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos 
equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada 
à prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas 
arcadas pelo empregado, serão previstas em contrato escrito.
28
II. A alteração do regime de teletrabalho para o presencial poderá 
ocorrer por determinação do empregador, sem necessidade de 
registro de aditivo contratual, garantido prazo de transição mínimo 
de quinze dias.
III. Não é responsabilidade do empregador instruir os empregados, de 
maneira expressa e ostensiva, quanto às precauções a tomar a fim de 
evitar doenças e acidentes de trabalho.
IV. O comparecimento às dependências do empregador para a reali-
zação de atividades específicas que exijam a presença do empregado 
no estabelecimento não descaracteriza o regime de teletrabalho.
Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em:
a. I e II, apenas. 
b. I e IV, apenas.
c. I, II e III, apenas.
d. II, III e IV, apenas.
e. I, II, III e IV. 
3. Segundo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), contrato indivi-
dual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de 
emprego. Poderá ser acordado verbalmente ou por escrito, por prazo deter-
minado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as características 
referentes ao contrato de trabalho.
a. O contrato de trabalho por prazo indeterminado que, tácita ou 
expressamente, for prorrogado mais de uma vez, passará a vigorar 
sem determinação de prazo. 
b. O contrato por prazo determinado é aquele contrato que suceder, 
dentro de 6 (seis) meses, a outro contrato por prazo determinado.
c. Contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e 
deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não 
pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo. 
29
d. O contrato de trabalho por prazo determinado deve conter especifica-
mente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor 
horário do salário mínimo. 
e. Contrato de trabalho intermitenteé o contrato que for prorrogado 
mais de uma vez, passará a vigorar sem determinação de prazo.
30
Seção 2
Férias e 13º salário
Diálogo aberto
Após um ano de trabalho, o trabalhador anseia por férias e, no final de 
cada ano, aguarda pelo 13º salário. Será que você já pensou nas particula-
ridades do cálculo de férias e o 13º salário? Isso já faz parte da sua exper-
tise ou será um aprendizado novo para o seu desenvolvimento profissional? 
Em qualquer situação, lembre-se que essas particularidades de conceitos 
e cálculos contribuirão para o seu conhecimento e podem se tornar um 
diferencial de carreira. Por isso, dedique-se ao estudo!
Para ajudar neste processo, conheça a situação que ocorreu com uma 
empresa de terceirização, que tem sete anos de mercado e uma equipe 
formada por profissionais treinados e atenciosos. Apesar da rotatividade, eles 
têm alguns funcionários que estão desde o começo da empresa na equipe. 
Dentre esses fiéis funcionários, existe uma auxiliar de serviços gerais 
que começou a trabalhar na empresa no dia 27/05/20x1, ano de fundação 
da empresa. A funcionária tem salário de R$2.500,00 e recebe adiantamento 
de 40% no dia 20 do mês. Por trabalhar com produtos tóxicos, recebe um 
adicional de periculosidade de 30%, tem dois filhos, de quatro e seis anos 
respectivamente. Optou por receber o vale transporte via cartão recarregável 
e paga 4 passagens por dia, ao custo de R$4,95 cada passagem. 
Como a empresa ganhou uma nova licitação para atender um grande 
hospital da cidade e com a correria das contratações da nova equipe para 
este local, o responsável pelo Departamento Pessoal da empresa esqueceu de 
enviar para o escritório de contabilidade a solicitação do aviso de férias dessa 
funcionária, o que gerou uma certa apreensão, com receio de ter passado o 
tempo máximo para gerar férias sem precisar pagar o dobro, mas não era o 
caso desta funcionária. 
Você está sendo convidado a ajudar a equipe do escritório contábil da 
empresa a elaborar o aviso de férias, apresentando o valor a ser pago para 
a funcionária, considerando que ela vai gozar de 20 dias de férias e vender 
10 dias.
Para tanto, elabore uma planilha para cálculo das férias, conforme modelo 
a seguir, utilizando as informações da situação problema e considerando os 
valores que fazem parte da remuneração de férias. 
31
Quadro 1.9 | Modelo de planilha de folha de pagamento – Férias
FOLHA DE PAGAMENTO – CÁLCULO FÉRIAS 
PREMISSAS 
Dias de férias (gozo) 
Dias de férias (abono pecuniário) 
 
Remuneração base 
Valores adicionais 
 
%INSS 
%IRPF 
Dependentes 
 
CÁLCULOS 
 
 
 
 
 
VALORES CALCULADOS 
 PREMISSA Proventos PREMISSA Descontos 
Valor de férias 
1/3 de férias 
Abono pecuniário 
1/3 abono pecuniário 
INSS 
IRPF 
Totais 
Valor de férias líquido 
 
Fonte: elaborado pela autora.
Para execução desta atividade siga os seguintes passos:
1. Analise quais informações serão utilizadas para realizar o cálculo das 
férias.
2. Elabore uma planilha com o cálculo da remuneração de férias.
3. Calcule os tributos incidentes sobre as férias consultando a tabela de 
incidência. 
4. Apresente o valor líquido de férias a ser pago para a funcionária.
Para a realização dos cálculos de INSS e IRPF, utilize as tabelas auxiliares.
Vamos começar?
32
Não pode faltar
Considerados direitos fundamentais dos trabalhadores, tanto as férias 
como o 13º salário apresentam o mesmo tratamento contábil ao longo do ano, 
sendo contabilizados mês a mês como despesas do período e com incidência 
de INSS, IRPF e FGTS. Para as férias há ainda o lançamento adicional de 1/3 
do valor mensal, também considerado para cálculo de INSS, IRPF e FGTS. 
Segundo a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) todo empregado 
terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da 
remuneração. Como as faltas interferem na quantidade de dias de férias, a 
CLT no artigo 130 determina um limite de faltas x dias de férias. Veja esta 
proporção no Quadro 1.10. 
Quadro 1.10 | Proporção de limites de faltas x dias de férias
DIAS DE 
FÉRIAS 30 24 18 12
LIMITE DE 
FALTAS ATÉ 5 de 6 a 14 de 15 a 23 de 24 a 32
Fonte: Brasil (2018, art. 130).
Vale ressaltar que a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), no artigo 
473, determina que não são consideradas faltas as ausências de:
• Até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, 
ascendente, descendente, irmão ou pessoa que viva sob sua depen-
dência econômica na CTPS. 
• Até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento.
• Por um dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da 
primeira semana.
• Até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, 
nos termos da lei respectiva.
• Por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação 
voluntária de sangue devidamente comprovada.
• No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do 
Serviço Militar.
• Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer 
a juízo.
33
• Nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame 
vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior.
• Pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de represen-
tante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de 
organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
• Até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames 
complementares durante o período de gravidez de sua esposa 
ou companheira.
• Por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em 
consulta médica.
• Até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de 
realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada.
Além das situações listadas, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) 
considera que não serão considerados como falta para cálculo de férias o 
licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade 
ou aborto, a ausência por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade 
atestada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a ausência justifi-
cada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o 
desconto do correspondente salário, ausência durante a suspensão preven-
tiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão preventiva, 
quando for impronunciado ou absolvido e ausência nos dias em que não 
tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.
Segundo o artigo 133 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), não 
tem direto de férias o empregado que, no curso do período aquisitivo: 
• Deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subse-
quentes à sua saída.
• Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais 
de 30 dias.
• Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 dias, 
em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa.
• Tiver percebido prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-do-
ença por mais de 6 meses, embora descontínuos. 
Após a Reforma Trabalhista alguns pontos precisam ser observados com 
atenção. O fracionamento das férias é um desses pontos. Se antes o empre-
gador deveria garantir o direito de 30 dias de férias corridos, podendo, excep-
cionalmente, fracionar as férias em dois períodos, com a Reforma Trabalhista, 
34
desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas 
em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze 
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, 
cada um. Além disso, o período de férias não pode iniciar quando o período 
de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.
Assimile
Após a Reforma Trabalhista é possível fracionar as férias em até três 
períodos, conforme descrito no artigo 134 Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT) e detalhado na Figura 1.2. 
Figura 1.2 | Períodos de férias aprovados na ReformaTrabalhista 
1º Período
nunca inferior 
a 14 dias
2º Período
nunca inferior a 
5 dias
3º Período
nunca inferior a 
5 dias
Fonte: elaborado com base em Brasil (2018).
 Exemplos de fracionamento de períodos: 
• 15 dias + 15 dias
• 14 dias + 10 dias + 6 dias
• 14 dias + 5 dias + 11 dias
Vale destacar que a CLT determina que poderão ser concedidas férias 
coletivas a todos os empregados de uma empresa, ou de determinados 
estabelecimentos ou setores da empresa, mas, no que se refere ao 
fracionamento, as férias poderão ser gozadas em dois períodos anuais, 
desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
Vale destacar que a CLT determina que poderão ser concedidas férias 
coletivas a todos os empregados de uma empresa, ou de determinados estabe-
lecimentos ou setores da empresa, mas, no que se refere ao fracionamento, as 
férias poderão ser gozadas em dois períodos anuais, desde que nenhum deles 
seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
Você sabia?
O trabalhador intermitente recebe imediatamente o valor referente 
às férias depois de completar o serviço. Como não pode trabalhar de 
forma ininterrupta, a cada doze meses este trabalhador não poderá ser 
convocado pelo mesmo empregador para prestar serviços, uma vez que 
35
ele recebe o pagamento das férias, dando-lhe o direito de ficar um mês 
sem trabalhar.
Conforme exige a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) no artigo 
135, a concessão das férias será participada ao empregado, por escrito, com 
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias, mediante assinatura do recibo 
de férias. Também deverá ser anotada no livro ou nas fichas de registro dos 
empregados o período de gozo de férias, que tem época definida de acordo 
com os interesses do empregador. Essas regras são válidas tanto para trabalha-
dores com jornada integral, quanto parcial, que com a Reforma Trabalhista 
passaram a ter as mesmas regras de concessão de férias. 
Além do valor da remuneração das férias, o artigo 7º da Constituição 
Federal prevê o pagamento adicional de 1/3 (um terço) do valor da remune-
ração ao trabalhador. Após a Reforma Trabalhista essa regra passa a valer 
tanto para os trabalhadores com jornada de trabalho integral quanto parcial.
Dica
Não perca o prazo das férias, elabore anualmente uma escala progra-
mada de férias.
O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, do abono serão 
efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, devendo ser 
pago em dobro sempre que as férias forem concedidas após o prazo. 
Quanto ao cálculo, este deverá levar em consideração se o salário é pago 
em horas, por tarefa ou percentagem. Veja como são apuradas as remunera-
ções no Quadro 1.11. 
Quadro 1.11 | Remuneração de férias por tipo de salário
POR HORA COM 
JORNADAS VARIÁVEIS PAGO POR TAREFA
PAGO POR 
 PERCENTAGEM
Apurar-se-á a média do perí-
odo aquisitivo, aplicando-se 
o valor do salário.
Tomar-se-á por base a média 
da produção no período 
aquisitivo do direito a férias, 
aplicando-se o valor da 
remuneração da tarefa.
Apurar-se-á a média 
percebida pelo empregado 
nos 12 (doze) meses que 
precederem.
Fonte: elaborado pela autora.
36
Além disso, os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre 
ou perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da 
remuneração das férias e a parte do salário paga em utilidades será compu-
tada de acordo com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Exemplificando
Um funcionário tem um salário de R$ 3.000,00, recebeu um valor médio 
de R$ 1.200,00 de horas extras no período, tem dois dependentes, não 
teve falta injustificada no período, portanto tem direito a 30 dias de 
férias.
Vamos calcular as férias desse funcionário?
Para calcular 1/3 de férias você deve utilizar o salário base + adicionais 
(se houver) e dividir por 3. 
• Remuneração de férias = (R$ 3.000,00 + R$1.200,00)/3 = 
R$1.400,00 
Para calcular os valores do INSS você deve utilizar o salário base + 
adicionais (se houver) + 1/3 de férias e aplicar % da tabela
• INSS = (R$ 3.000,00+ 1.200,00 + R$ 1.400,00) x 11% = 616,00
Para calcular o IRPF sobre as férias você deve achar a base de cálculo, 
descontar o INSS retido do empregado e o valor referente aos depen-
dentes, então aplicar a alíquota da tabela e deduzir a parcela da tabela. 
• IRRF = (R$ 3.000,00 + R$ 1.200,00 + R$ 1.400,00) – R$ 616,00 
(INSS) – (R$189,59 * 2) (dependentes) = R$ 4.604,82 * 22,5% = 
1.036,08 - R$ 616,13 (parcela a deduzir) = R$ 399,95 
Tabela 1.4 | Cálculo de férias sem abono pecuniário
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS 
Férias 30 DIAS 3.000,00
Média Horas Extras 1.200,00
1/3 Férias 1.400,00
INSS 11% 616,00
IRPF 22,5% 399,95
Total 5.600,00 1.015,95
Valor líquido de férias R$ 4.584,05
Fonte: elaborada pela autora. 
Vamos considerar que este funcionário requereu abono pecuniário 
de 10 dias de suas férias e que a empresa, no ato das férias, antecipe 
37
a primeira parcela do décimo terceiro. Vamos ver como ficariam os 
valores considerando o abono pecuniário?
Para calcular as férias basta utilizar o salário base + adicionais (se houver) 
e dividir pelo número de dias de gozo. E no caso do abono pecuário, 
pelos dias vendidos. Neste caso teremos: 
• Remuneração de férias 20 dias = (R$ 3.000,00 + R$1.200,00)/30 
dias x 20 dias = R$ 2.800,00 
• Remuneração de férias 10 dias (abono pecuniário) = (R$ 3.000,00 
+ R$1.200,00)/30 dias x 10 dias = R$ 1.400,00
Lembre-se que os valores precisam aparecer separadamente para o 
trabalhador. O mesmo tem que ocorrer com o 1/3 de férias. 
Para calcular 1/3 de férias você deve utilizar o salário base + adicionais 
(se houver) e dividir por 3. 
Remuneração de férias 20 dias = R$ 2.800,00/3 = R$ 833,33 
Remuneração de férias 10 dias = R$ 1.400,00/3 = R$ 466,67
Tabela 1.5 | Cálculo de férias com abono pecuniário
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS 
Valor das férias 20 dias 2.800,00
1/3 Férias 20 dias 933,33
Abono Pecuniário 10 dias 1.400,00
1/3 abono pecuniário 10 dias 466,67
Adiantamento 
13º salário 1.500,00
INSS 11% 410,67
IRPF 15% 86,72
Total 7.100,00 497,39
Valor líquido 6.602,61
Fonte: elaborada pela autora.
Perceba que a diferença do cálculo anterior foi apenas para separar o 
valor das férias do valor do abono pecuniário e acrescentar o valor de 
uma parcela do 13º salário.
Importante notar que não há incidência dos tributos (INSS e IRPF) no 
cálculo do abono pecuniário.
Também é importante destacar que os descontos dos tributos sobre o 
13º salário são realizados na segunda parcela do 13º, sobre o valor total. 
O décimo terceiro foi instituído pela lei 4.090/62 e constitui uma gratificação 
salarial e deve ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano a trabalhadores com 
carteira assinada, quer seja considerado trabalhador urbano, doméstico ou rural. 
38
Aposentados, pensionista e jovem aprendiz também têm direito ao décimo terceiro 
salário. O estagiário receberá 13º salário quando a empresa decidir pagar de forma 
voluntária, pois não existe a obrigatoriedade de pagamento.
A gratificação do décimo terceiro salário corresponderá a 1/12 avos da remune-
ração devida em dezembro, por mês de serviço, e deve ser calculada levando-se em 
consideração que o empregado tenha trabalhado fração igual ou superior a quinze 
dias de trabalho, será havida como mês integral e, caso tenha trabalhado fração 
menor que quinze dias, o trabalhador perde o direito ao avo do mês, é o caso do 
trabalhador que teve faltas injustificadas. 
A lei prevê, ainda, o pagamento de gratificação proporcional quando da 
extinção dos contratos a prazo, entre estes incluídos os de safra, ainda que a 
relação de emprego haja findado antes de dezembro e na cessação da relação de 
emprego resultante da aposentadoria do trabalhador, ainda que verificada antes 
de dezembro.
Atenção
Colaboradores afastados por acidente de trabalho e mulheres em licença 
maternidade recebem a proporcionalidade de avos relativas ao período 
efetivamente trabalhadono ano da empresa e os demais serão pagos pelo 
INSS.
Quanto ao pagamento, o décimo terceiro salário deverá ser pago em 
parcela única até 20 de dezembro ou em duas parcelas, pagas conforme 
descrito na Figura 1.3:
Figura 1.3 | Pagamento de décimo terceiro em parcelas
1ª
a. de fevereiro a novembro
b. por ocasião das férias 
2ª
a. até o dia 20 de dezembro
b. ajustes de comissões devem ser 
pagas até 10 de janeiro
Caso opte pelo pagamento em duas parcelas, o empregador pagará metade do 
salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior na primeira parcela. O 
valor pago deve ser calculado sem descontos. Quando do pagamento da segunda 
parcela, a remuneração paga na primeira parcela deverá ser compensada a título 
de adiantamento e serão descontados os valores de INSS, IRPF sobre o montante. 
Sobre o valor do décimo terceiro salário a empresa é obrigada a depositar o equiva-
lente a 8% de FGTS.
39
Exemplificando
O funcionário foi admitido em 19/02/x1, com um salário de R$3.000,00, 
tem dois dependentes. A empresa costuma pagar o décimo terceiro 
salário em duas parcelas. 
Para começar, siga os seguintes passos:
1. Analisar as informações para calcular os meses que o funcionário teria 
direito ao pagamento. 
2. Verificar a existência de faltas injustificadas no período. 
3. Calcular o período que ele tem direito e os descontos de INSS e IRPF. 
4. Elaborar o demonstrativo de pagamento para o funcionário.
Tabela 1.6 | Cálculo Décimo Terceiro - Primeira parcela
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS
13º SALÁRIO PRIMEIRAPARCELA 1.500,00
INSS
IRPF
Total
Valor líquido 1.500,00
Fonte: elaborada pela autora.
Tabela 1.6 | Cálculo Décimo Terceiro - Primeira parcela
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS
13º SALÁRIO SEGUNDA PARCELA 1.500,00
INSS 11% 330,00
IRPF 7,5% 57,45
Total 387,45
Valor líquido 1.112,55
Fonte: elaborada pela autora.
Segundo a Nota Orientativa nº 13/2018, “o eSocial possui dois tipos de eventos 
periódicos de folha de pagamento: mensal (AAAA-MM) e de 13º salário (período 
de apuração anual – AAAA). Ambas folhas serão informadas por meio do evento 
S-1200 respectivo no mês de dezembro” (ESOCIAL, 2018, [s.p.]). 
40
Ou seja, em dezembro serão lançadas uma folha para o salário mensal e 
outra para o pagamento do 13º salário. Desta forma, no adiantamento a empresa 
vai informar o valor líquido do 13º salário no evento S-1200, no mês em que o 
pagamento foi feito, e na parcela final vai enviar o evento S-1200 (periodicidade 
anual), com o valor líquido zerado, isso para refletir o desconto do adiantamento 
integral, da contribuição previdenciária e do imposto de renda, se houver.
Reflita
O eSocial vai mudar a cultura do pagamento do décimo terceiro salário?
Você verá mais sobre os eventos do eSocial na Unidade 2.
Agora que você já aprendeu as particularidades do cálculo de férias e décimo 
terceiro é hora de resolver a situação problema. Vamos lá?
Sem medo de errar
Calcular as férias dos funcionários requer alguns pontos de atenção porque, 
dos proventos que fazem parte da folha de pagamento, alguns itens não são consi-
derados na base de cálculo. Na situação apresentada há uma série de informações 
sobre os valores recebidos pela funcionária. Será que todas as informações fazem 
parte da base de cálculos das férias?
Portanto, leia novamente o case e siga os seguintes passos:
1. Analisar quais informações serão utilizadas no cálculo.
2. Elaborar uma planilha com o cálculo da remuneração de férias.
3. Calcular os tributos incidentes sobre as férias. 
4. Apresentar o valor líquido de férias a ser pago para a funcionária.
Vamos começar?
Passo 1: Informações utilizadas no cálculo 
A elaboração de uma planilha de pagamento de férias é feita com base no 
mesmo procedimento da folha de pagamento mensal, no entanto, nem todos os 
valores pagos mensalmente serão utilizados para formar a base de cálculo, é o caso 
do valor recebido de vale transporte e gratificações. Por isso, o primeiro passo para 
calcular o valor de férias de um funcionário é analisar as informações que fazem 
parte do cálculo de férias e, após a realização da análise das informações, efetuar 
os cálculos. 
41
Passo 2: Cálculo da remuneração de férias e o abono pecuniário 
A base de cálculo das férias da funcionária em questão será formada pelo 
valor da remuneração mensal + adicional de periculosidade de 30%. E, neste caso, 
teremos: 
• Remuneração de férias 20 dias: (R$ 2.500,00 + R$ 750,00)/30 dias x 20 dias 
= R$2.166,67
• Renumeração abono pecuniário (10 dias) = (R$ 2.500,00 + R$ 750,00)/30 
dias x 10 dias = R$ 1.083,33
Para calcular 1/3 de férias você deve utilizar o salário base + adicionais (se 
houver) e dividir por 3, um terço. Este valor deve ser apresentado separadamente 
da remuneração de férias. E, neste caso, teremos: 
• Remuneração 1/3 de férias (20 dias) = R$ 3.250,00/3 = R$ 1.083,33
• Remuneração 1/3 de férias abono pecuniário (10 dias) = R$ 361,11
Passo 3: Tributos sobre as férias
Para o cálculo os valores referentes ao INSS você deve utilizar o salário base 
+ adicionais (se houver) e utilizar % da tabela de acordo com a faixa salário. 
Lembre-se que quando ocorre a transformação do 1/3 em abono pecuniário, não 
haverá incidência de INSS e IRPF para o abono pecuniário, como pode verificar na 
tabela de incidências. 
E, neste caso, teremos:
• INSS sobre 20 dias de férias = (R$ 2.166,67 + R$ 1.083,33) x 11,00% = 
357,50
• IRPF sobre 20 dias de férias = R$ 3.250,00 – R$ 357,50 (INSS) - R$379,18 
(dependentes) x 7,5% - R$ 142,80 = R$45,70
Vamos ver como ficaram os cálculos na planilha?
42
Quadro 1.12 | Cálculos de férias
FOLHA DE PAGAMENTO – CÁLCULO FÉRIAS 
PREMISSAS 
Dias de férias (gozo) 20 
Dias de férias (abono 
pecuniário) 
10 
 
Remuneração base 2.500 
Valores adicionais 30% 
 
%INSS 11% 
%IRPF 7,5% 
Dependentes 2 
 
CONFIRA O RESULTADO DOS CÁLCULOS 
 Remuneração de férias 20 dias (R$ 2.500,00 + R$ 750,00)/30 dias x 20 dias = R$ 2.166,67 
 Remuneração abono pecuniário (10 dias) = (R$ 2.500,00 + R$ 750,00)/30 dias x 10 dias = R$ 1.083,33 
 
 Remuneração 1/3 de férias (20 dias) = R$ 3.250,00/3 = R$ 1.083,33. 
 Remuneração 1/3 de férias abono pecuniário (10 dias) = R$ 361,11 
 
 INSS sobre 20 dias de férias = (R$ 2.166,67 + R$ 1.083,33) x 11,00% = R$ 357,50 
 INSS sobre 20 dias de férias = R$ 3.250,00 – R$ 357,50 (INSS) – R$ 379,18 (dependentes) x 7,5% – R$ 142,80 = R$ 45,70 
 
 
VALORES CALCULADOS 
 PREMISSA Proventos PREMISSA Descontos 
Valor de férias 20 R$ 2.166,67 
1/3 de férias R$ 1.083,33 
Abono pecuniário 10 R$ 1.083,33 
1/3 abono pecuniário R$ 361,11 
INSS 11% R$ 357,50 
IRPF 7,5% R$ 45,70 
Totais R$ 4.694,44 R$ 403,20 
Valor de férias líquido R$ 4.291,24 
 
Fonte: elaborado pela autora.
Avançando na prática
Décimo terceiro parcela única
Uma empresa do comércio varejista tem um sério problema com rotati-
vidade de seus funcionários e isso tem reflexo direto no pagamento dos 
funcionários, que sempre têm o recebimento do 13º proporcional aos meses 
trabalhados. Por isso, você está sendo convidado a calcular o valor do décimo 
terceiro proporcional de um funcionário de acordo com as informações 
dadas para pagamento do 13º de 20x1: 
• Admissão 02/05/20x1.
• Salário fixo: R$ 6.000,00.
43
• Teve 10 faltas injustificadas no mês de outubro quando fez uma 
viagem ao exterior, que havia sido comprada antes da contratação. 
• Optante pelo Vale transporte com cartão recarregável - valor das 
passagens: R$ 4,95 por passagem, o funcionário utiliza 4 passagens 
por dia.
• Tem dois filhos, com idade de 2 e 16 anos respectivamente. 
• A empresa paga o décimo terceiro em parcela única. 
Vamos calcular o valor a ser pago para o funcionário?
Resolução da situação-problema
Para começar, vamos confirmar algumas informações:
1. Quantos meses o funcionário trabalhou?
Período trabalhado: de maio a dezembro = 8 meses 
Como o funcionário trabalhou 8 mesestem direito a 8/12 avos de 
décimo terceiro.
2. Existem faltas injustificadas acima de 15 dias que afetem a contagem 
para pagamento da proporcionalidade? 
O funcionário teve 10 faltas injustificadas em outubro, mas isso não o faz 
perder o mês.
Para calcular o décimo terceiro salário, você deve utilizar o salário base 
+ adicionais (se houver), dividir o valor por 12 meses e multiplicar pelo 
número de meses que o funcionário tem direito. E neste caso teremos:
• 13º SALÁRIO: R$ 6.000,00/ 12 meses x 8 meses = R$ 4.000,00
Vamos ver como ficam esses valores em uma planilha? 
Não se esqueça de lançar os descontos de INSS e IRPF sobre o 
décimo terceiro.
Tabela 1.8 | Cálculo de décimo terceiro – parcela única 
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS
13º SALÁRIO –
PARCELA ÚNICA
8 meses 4.000,00
INSS 11% 440,00
IRPF 15% 122,32
44
EVENTO REFERÊNCIA PROVENTOS DESCONTOS
Total
Valor líquido 3.437,68
Fonte: elaborada pela autora.
Este é o valor a ser pago para o trabalhador! Se você ficou com dúvida, 
refaça os cálculos, aproveite e treine com outros valores.
Faça valer a pena
1. O décimo terceiro foi instituído pela Lei 4.090/62 e constitui uma gratifi-
cação salarial que deve ser paga até o dia 20 de dezembro de cada ano a traba-
lhadores com carteira assinada, seja urbano, doméstico ou rural, aposen-
tados, pensionistas, jovem aprendiz. A gratificação do décimo terceiro salário 
corresponderá a 1/12 avos da remuneração devida em dezembro, por mês de 
serviço e deve ser calculada levando-se em consideração que o empregado 
tenha trabalhado fração igual ou superior a quinze dias de trabalho será 
havida como mês integral e, caso tenha trabalhado fração menor que quinze 
dias, o trabalhador perde o direito ao avo do mês, é o caso do trabalhador que 
teve faltas injustificadas.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as características das faltas 
injustificadas:
a. Até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, 
nos termos da lei. 
b. Por um dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira 
semana. 
c. Até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento.
d. No período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do 
Serviço Militar.
e. Até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames 
complementares durante o período de gravidez da filha.
2. Segundo o artigo 179 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): 
“Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, 
sem prejuízo da remuneração” (BRASIL, 2018, p. 33). 
45
De acordo com Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), considere as 
afirmativas a seguir:
I. Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser 
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá 
ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser 
inferiores a sete dias corridos, cada um.
II. Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro 
empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de 
contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
III. O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para 
serviço militar obrigatório não será computado no período aquisi-
tivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 90 
(noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa. 
IV. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de 
trabalho, o empregado terá direito a férias, desde que não tenha tido 
de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas.
Considerando o contexto apresentado, é correto apenas o que se afirma em:
a. I.
b. II.
c. I e III.
d. II e IV. 
e. I, III e IV.
3. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, 
o empregado terá direito a férias que, segundo a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), correspondem a um período de descanso, sem prejuízo da 
remuneração. 
Considere as seguintes afirmações acerca do direito a férias: 
I. O trabalhador que deixar o emprego e não for readmitido dentro 
dos 60 dias subsequentes à sua saída garante o pagamento de férias 
proporcionais. 
II. Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabele-
cimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, 
se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
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III. O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para 
serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, 
desde que ele compareça ao estabelecimento dentro de 120 (cento e 
vinte) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.
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Seção 3
Rescisão de contrato de trabalho
Diálogo aberto
As relações de trabalho podem ser extintas tanto a pedido da empresa como 
a pedido do trabalhador, mas isso altera os valores a serem pagos na rescisão do 
contrato. Saber efetuar os cálculos rescisórios é fundamental para sua carreira e 
abre portas para oportunidades de trabalho.
Para motivar a sua aprendizagem, imagine que você trabalha em um escritório 
contábil que tem como cliente uma empresa do ramo de construção civil, que sofre 
com elevada rotatividade de seus empregados e tem, com certa frequência, casos de 
assédio moral. Infelizmente, alguns gestores ainda acreditam ser necessário tratar 
os funcionários de maneira rude, o que traz muitos problemas para as empresas. 
Para evitar processos trabalhistas decorrentes desse tipo de situação, a empresa 
adotou como regra realizar as suas rescisões sem justa causa e com acréscimo de 
valores adicionais para agradar quem está sendo demitido. No mês passado, no 
entanto, a empresa demitiu um ajudante geral, que ficou afastado do trabalho por 
oito meses depois de sofrer uma crise de stress devido à pressão do mestre de obras. 
Para substitui-lo, a empresa contratou outra pessoa para executar o trabalho. No 
seu retorno, o funcionário foi designado a realizar outras atividades e não teve 
mais contato com o antigo chefe. No entanto, passado um certo tempo a empresa 
o dispensou. 
O funcionário não aceitou ser demitido alegando perseguição por parte da 
empresa, mas como não tinha provas, mudou a tática e passou a questionar os 
valores pagos na rescisão e avisou que vai entrar com um processo contra a empresa 
se os valores pagos não forem corrigidos. Como o gestor não sabe calcular uma 
rescisão, ligou para o escritório de contabilidade onde você trabalha, para saber se 
existe algum erro no cálculo da rescisão desse funcionário. O valor pago foi de R$ 
4.310,07.
Quando você foi levantar as informações solicitadas, descobriu que aconteceu 
uma falha no software e os cálculos das rescisões foram perdidos, mas encontrou 
informações suficientes para refazer o cálculo. Veja a seguir:
• Data de admissão do funcionário: 14/05/20x7
• Contrato por prazo indeterminado. 
• Data de afastamento do funcionário: 25/09/20x8 
• Salário fixo: R$ 1.378,00, já com o adicional de periculosidade incluso. 
• Não tem dependente para IRRF
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• Tem férias vencidas de 30 dias.
• O aviso será trabalhado.
• Saldo do FGTS: R$ 1.543,36. 
• A empresa tem liminar para recolher 40% de multa. 
• O plano de saúde do trabalhador será mantido por 24 meses. 
Você está sendo convidado a ajudar a equipe do escritório a enviar um detalha-
mento do valor pago para o funcionário. Para tanto você deve:
a. Identificar o tipo de rescisão. 
b. Determinar o tempo de serviço do trabalhador. 
c. Verificar os direitos do trabalhador neste tipo de rescisão.
d. Calcular as verbas rescisórias e apresentar o Termo de Quitação e Rescisão 
Contratual.
e. Elaborar um e-mail informando ao gestor se o valor pago ao trabalhador 
está ou não correto. 
Você percebeu que são vários os detalhes que precisam ser observados nas 
rescisões trabalhistas e será o domínio destes pontos que fará o cálculo ser mais 
assertivo. Fique de olho em cada um deles e vamos começar a resolver essa situação!
Não pode faltar
Como descrito por Amauri Mascaro Nascimento, no livro Iniciação ao direito 
do trabalho, “a relação

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