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1 Universidade de Caxias do Sul Curso de Medicina Veterinária Diagnóstico Patológico Caso Clínico Veterinário Prof. Eduardo Conceição de Oliveira Aluno: Roberta Zorzi Horário: 37 Data: 05/06/16 Doença: Adenocarcinoma mamário em égua Espécies acometidas: Canina e felina, raramente acomete herbívoros. Dados gerais do animal (espécie, idade, raça, sexo): E – Equina I – 17 anos R – Mangalarga Machador S – Femêa Histórico clínico: Inicialmente a égua tordilha, foi enviada ao Hospital Veterinário de Grandes Animais – UFRRJ com histórico de mastite crônica há pelo menos dois anos. O animal apresentava glândula mamária aumentada com edema subcutâneo ventral. De acordo com o relato do proprietário a lesão apresentada havia sido diagnosticada anteriormente como mastite. No início, apenas a glândula direita estava acometida e apresentava ulcerações e presença de exsudato. Após 20 meses desde que foi levada ao HVGA - UFRRJ, foram realizadas culturas e antibiogramas, no qual foram encontrados Staphylococcus aureus e Klebsiella sp. Após esse diagnóstico foi iniciado o tratamento local com Gentamicina e sistêmico com Ciprofloxacina e Vancomicina, durante 15 dias. Mas não houve melhora, ao final do tratamento as úlceras retornaram. No exame clínico a égua apresentou baixa condição corporal, a glândula mamária direita estava aumentada e deformada. Durante a palpação foram encontradas quatro áreas firmes, irregulares e com 10 cm cada. A glândula mamária esquerda também possuia consistencia firme, com presença de edema, dolorosa à palpação e no orifício do teto havia exsudato transparente. Por questões financeiras e humanitárias a égua foi submetida à eutanásia. 2 Achados de necropsia: Durante a necropsia foi encontrado edema subcutâneo com extensão desde o esterno até a região inguinal. A glândula mamária direita apresentou fístulas que causaram ulcerações na pele. A glândula mamária foi invadida por massas granulares bege-amareladas e tecido conjuntivo esbranquiçado. O linfonodo mamário estava aumentado, firme e com aspecto multinodular. Não houve metástase para os músculos abdominais ou para os outros orgão da cavidade pélvica, abdominal ou torácica. Lesões histológicas: Quando realizado, o exame histopatológico apresentou proliferação de células anaplásicas poliédricas com núcleos arredondados, nucléolos evidentes e citoplasma eosinofílico variando para citoplasma anfofílico (células tumorais). O exame também apresentou áreas com necrose de coagulação e focos de mineralização. Além disso, a neoplasia possuia aspecto túbulo-papilar devido a perda de adesão das células. Desses túbulos, alguns apresentaram ectasia, focos de hemorragia e macrófagos repletos de hemossiderina e lipofuscina (pigmento depositado na célula que detecta o tempo de vida celular). A massa tumoral também invadiu vasos linfáticos. No nódulo linfático mamário houve metástase com características do tumor primário e no fígado foi encontrado degeneração de gordura. Imagens que caracterizam a doença (macroscópicas e/ou histológicas): máximo quatro fotos. 3 A B C D Figura 1 – Adenocarcinoma mamário em égua. A. Glândula mamária aumentada e ulcerada. B. Ao corte, tumor apresenta aspecto multinodular com áreas de hemorragia e fibrose. C. Área com proliferação neoplásica com necrose de coagulação ao centro. D. Linfonodo retro-mamário com metástase. Referências bibliográficas: BRITO, M. F., SEPPA, G. S., TEIXEIRA, L. G., ROCHA, T. G., FRANÇA, T. N., HESS, T. M., & PEIXOTO, P. V. (2008). ADENOCARCINOMA MAMÁRIO EM ÉGUA. Revista Científica do Centro de Ciências Rurais - Universidade Federal de Santa Maria, 556-560. STEPHEN M. REED, W. M. (2000). Medicina Interna Equina . En W. M. Stephen M. Reed, Medicina Interna Equina – Trato Reprodutivo (págs. 655 - 691). Guanabara. McGAVIN, M. D., ZACHARY, J. F. (2009). Bases da Patologia em Veterinária – 4ª edição. Cap – Sistema Reprodutivo da Fêmea (págs. 1263 – 1315). Elsevier
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