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41
“Tenha em mente que tudo que você
aprende na escola é trabalho de
muitas gerações. Receba essa
herança, honre-a, acrescente a ela e,
um dia, fielmente, deposite-a nas
mãos de seus filhos”.
 
 (Albert Einstein)
RESUMO
Trabalho elaborado para auxiliar no maior entendimento da linguagem jurídica e forense. A linguagem jurídica é de grande importância para o Direito e seu conceitos são: A linguagem verbal, a fala, o sistema, a norma, etc.
Existem nela níveis de linguagem que são: os sociológicos, os geográficos e os contextuais.
O “Juridiquês” é o termo usado para discriminar o uso dessa linguagem, que por ser tão complexa existe essa linguagem especifica em que só os profissionais da área entendem.
Existem também excessos desta linguagem que pode prejudicar o entendimento e causar polêmica e preconceitos.
Na linguagem jurídica existe uma ampla diversidade de termos nacionais e estrangeiros que podem ter vários sentidos, vários sinônimos, e vários tipos de situações em que devem ser usados. 
 Portanto, aí se dá a elegância e a complexidade da linguagem jurídica.
Palavras-chave: Linguagem jurídica; Comunicação jurídica; Linguagem forense, “Juridiquês”.
ABSTRACT
Work done to assist in better understanding the legal language and forensics. Legal language is of great importance to the law and its concepts are: Verbal language, speech, system, standard, etc.
There her language levels which are: the sociological, the geographical and contextual.
The "legalese" is the term used to discriminate the use of this language, which is so complex that there is specific language that only professionals understand.
There are also excesses of this language that can hinder the understanding and cause controversy and prejudices.
In legal language there is a wide variety of domestic and foreign terms which can have multiple meanings, several synonyms, and various situations in which they must be used.
Therefore, it is there that the elegance and complexity of legal language.
Keywords: legal language, legal Communication; Language forensics, "legalese".
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................07 
1 - LINGUAGEM JURÍDICA...........................................................................08 
1.1 Conceitos................................................................................................08 
1.1.1 Linguagem...........................................................................................08
1.1.2 A linguagem verbal.............................................................................08
1.1.3 Sistema................................................................................................08
1.1.4 Língua..................................................................................................08
1.1.5 A fala....................................................................................................09
1.1.6 A língua portuguesa...........................................................................09
1.1.7 Norma...................................................................................................09
2 - NÍVEIS DE LINGUAGEM..........................................................................11
3 - “JURIDIQUÊS”.........................................................................................11
3.1 Quando o tecnicismo é impeditivo da comunicação.........................11 
3.2 Exemplos de excessos da linguagem jurídica....................................13 
3.2.1 Muitas ocorrências diferentes para um mesmo termo....................13
3.3 “Juridiquês” versus português............................................................14
4 - LINGUAGEM FORENSE..........................................................................15
4.1 Modelo de procuração..........................................................................16
4.2 Modelos de petições.............................................................................18
4.2.1 Ação de alimentos..............................................................................18
4.2.2 Habeas corpus....................................................................................21
5 - TERMOS JURÍDICOS..............................................................................26
5.1 Termos jurídicos mais comuns............................................................26
CONCLUSÃO................................................................................................39
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................40
ANEXO A.......................................................................................................42
ANEXO B.......................................................................................................46
INTRODUÇÃO
O Direito está presente no cotidiano da sociedade em quase todas as nossas ações, portanto, se avaliarmos observaremos que até uma simples viagem, a compra de um automóvel, imóvel, entre outros, existem normas, regras judiciais. 
E como em tantas outras profissões no Direito também existe uma linguagem diferenciada, a linguagem jurídica ou forense.
A linguagem jurídica é extremamente culta e é a ferramenta principal dos profissionais do Direito. Estes devem ser cautelosos na abordagem de outros profissionais ou cliente, pois os mesmos não entenderam esse tipo de comunicação.
Essa linguagem é complexa, diversificada e cheia de termos em que só os profissionais entendem. Ex: Habeas corpus – Ação jurídica para assegurar liberdade de locomoção ou movimentar o corpo sem constrangimento jurídico. 
Devido essa complexidade surgiu o termo “Juridiquês”, que seria uma linguagem exclusiva, especifica somente do meio jurídico e que por muitos outros é discriminada.
 1- LINGUAGEM JURÍDICA
1.1 Conceitos
A nossa Língua Portuguesa é uma língua muito rica em recursos, talvez resida aí toda a dificuldade em utilizá-la, senão em toda a sua potencialidade, pelo menos no que se fazer necessário em cada caso. Para o Direito, especialmente, isso se faz indispensável – “O Direito é, por excelência, entre as que mais o sejam, a ciência da palavra. Mais precisamente: do uso dinâmico da palavra”.
Inicialmente, é conveniente esclarecer o significado de alguns conceitos que serão úteis para o entendimento de como funciona uma linguagem. Estes conceitos serão utilizados no decorrer do trabalho. Tais conceitos são os seguintes:
1.1.1 LINGUAGEM é um sistema de signos utilizados para estabelecer uma comunicação. A linguagem humana seria de todos os sistemas de signos o mais complexo. Seu aparecimento e desenvolvimento devem-se à necessidade de comunicação dos seres humanos. Fruto de aprendizagem social e reflexo da cultura de uma comunidade, o domínio da linguagem é relevante na inserção do indivíduo na sociedade.
1.1.2 A LINGUAGEM VERBAL é uma faculdade que o homem utiliza para exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocal denominado língua. Esse sistema organiza os signos e estabelece regras para seu uso. Assim, pode-se afirmar que qualquer tipo de linguagem desenvolve-se com base no uso de um sistema ou código de comunicação, a língua. A LINGUAGEM é uma característica humana universal, enquanto a LÍNGUA é a linguagem particular de uma comunidade, um grupo, um povo.
1.1.3 SISTEMA é uma organização que rege a estrutura de uma língua. 
1.1.4 LÍNGUA é um código que permite a comunicação, um sistema de signos e combinações.Ela tem caráter abstrato e dispõe de um sistema de sons, e concretiza-se por meio de atos de fala, que são individuais. Assim, enquanto a língua é um conjunto de potencialidades dos atos de fala, esta (ou discurso) é um ato de concretização da língua.
1.1.5 A FALA é anterior à escrita, mas tem, através dos tempos, sido relegada a uma condição de inferioridade por causa das circunstâncias modernas em que informações e documentos escritos constituem o mundo das relações humanas e de produção.
As características diferenciadoras entre LÍNGUA e FALA são: a língua é sistemática, tem certa regularidade, é potencial, coletiva; a fala é assistemática, nela se observa certa variedade, é concreta, real, individual.
A NORMA varia segundo a influência do tempo, espaço geográfico, classe social ou profissional, nível cultural do falante. A diversidade das normas, visto que há tantas quanto os indivíduos, não afeta a unidade da língua, que contém a soma de todas as normas.
1.1.6 A LÍNGUA PORTUGUESA, portanto, é um sistema linguístico que abrange o conjunto das normas que se concretiza por meio dos atos individuais de fala. Ela é um dos sistemas linguísticos existentes dentro do conceito geral de língua e compreende variações diversas devidas a locais, fatores históricos e socioculturais que levam à criação de variados modos de usar a língua.
1.1.7 NORMA é um conjunto de regras que regulam as relações linguísticas. A norma sofre afrontas ou é contrariada devido a vários fatores: alterações devidas às classes sociais diferentes, alterações devidas aos vários indivíduos que utilizam a língua.
A linguagem jurídica existe pelo fato da existência de uma reação social, isso chamado signos anunciadores. Essa linguagem não é compreendida imediatamente por um não jurista, por ser um vocabulário bem complexo e que se precisa de estudos para compreender, um anunciador jurídico seria a pertinência jurídica, que sãos as palavras usadas no direito e que não tem outros sentidos se não usadas por juristas. ‘’O direito que sempre obtém os sentidos das palavras’’, chegamos então no vocabulário jurídico que é um dado de base que faz reconhecer uma linguagem jurídica, o vocabulário é um conjunto de termos nessa língua com um ou mais sentidos.
O vocabulário jurídico apresenta uma polissemia, pelo fato de no direito e fora existirem um ou mais significados, resumidamente seria vários significados em varias áreas do direto e fora dela. O discurso jurídico esta ligado nos texto produzido por juristas, desde leis, julgamentos processos etc., concluindo seria um conjunto de enunciados jurídicos, ‘’é jurídico todo discurso que tem por objeto a criação ou a realização do direito’’. Podemos dizer que através dessa polissemia, desses discursos jurídicos, que a linguagem jurídica é uma linguagem plural.
Essa linguagem do direito apresenta suas especialidades, suas características, que são fundamentais para a produção de um texto, ou discurso jurídico. Começamos com a linguagem de grupo, que podemos dizer que é a ‘’fala do direito’’ o legislador do direito, todos aqueles que concorrem para a criação e realização do direito. A linguagem técnica é tudo aquilo que a linguagem jurídica nomeia sobre tudo seu vocabulário e seu discurso, essa nomeia as realidades jurídicas, os fatos as situações jurídicas, seria aquele vocabulário técnico original que todo texto jurídico tem, é essa linguagem técnica que difere da linguagem e comunicação natural. Linguagem tradicional que também aparece nos textos jurídicos, é conhecida como a linguagem arcaica, mas que não podem ser consideradas totalmente arcaicas podemos dizer que nem tudo que é antigo deve ser considerado arcaico, o uso da linguagem tradicional é a inscrita da historia, esses termos são dificilmente caídos da nossa linguagem pelo fato da linguagem jurídica ser bastante conservadora, mas também não podemos se levar pelo erro de achar que a linguagem do direito é fixa, pois ela vive em evolução, com vocabulários novos sempre presentes, essa seria a grande importância do neologismo na linguagem tradicional.
Como foi citada anteriormente a linguagem jurídica é dividida em níveis, esses são meios de ser estudados todas as variantes do discurso da linguagem jurídica. Ela é dividida em linguagem legislativa, judiciária, convencional, doutrinaria cartorial etc.
Podemos considerar a linguagem do direito uma linguagem para todos, pois se o direito é feito para toda a linguagem também é feita.
2 - NÍVEIS DE LINGUAGEM
A linguagem é vista como uma aplicação linguística ao direito, e a linguagem jurídica é denominada a linguagem do direito, que é separada em vários níveis. 
As formas linguísticas podem sofrer variações, as quais são chamadas de variantes. Exemplos dessas variantes podem ser língua padrão e língua não-padrão; linguagem culta ou padrão e linguagem popular ou padrão; dentre outros. 
Já as variações extralinguísticas ocorrem devido a fatores:
– sociológicos: variações originadas por idade, sexo, profissão, nível de estudo, classe social, raça;
– geográfcas: compreendem variações regionais. Indivíduos de diferentes regiões tendem a apresentar diversidade no uso da língua, particularmente com relação ao vocabulário e expressões idiomáticas;
– contextuais: envolve assunto, tipo de interlocutor, lugar em que a comunicação ocorre, relações que unem interlocutores.
3 – “JURIDIQUÊS”
3.1 Quando o tecnicismo é impeditivo da comunicação 
Na linguagem jurídica o advogado pode e deve utilizar termos técnicos, uma vez que até enriquecem o texto, além de mostrar objetividade no seu conteúdo, até porque, como diz um antigo ditado jurídico: “o que não está nos autos não está no mundo”.
O advogado tem a árdua tarefa de se expressar corretamente e procurar resolver suas deficiências, pois “a linguagem deficiente é duramente punida em juízo. O advogado pode perder o processo, obter apenas parte do que esperava ou nem sequer ser compreendido. Não há uma segunda chance, pois a coisa julgada é imutável”.
Nem sempre o advogado atinge o objetivo de se fazer entender. Na maior parte das vezes é porque tentou fazer uso de termos antiquados e em desuso, tentou utilizar figuras de linguagem extravagantes, e, principalmente, utilizou palavras fora de seu contexto médio de compreensão, não entendidas pela maioria das pessoas, com o objetivo de criar um discurso ou texto muito empolado, pomposo. Isso é o que se chama de “juridiquês”. O termo “juridiquês é empregado num sentido negativo”.
Tanto é assim que, em 2005, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) promoveu uma “Campanha pela Simplificação do Juridiquês” numa tentativa de estimular o uso de uma linguagem mais clara, curta e direta em todo o âmbito jurídico. Mesmo assim, esta simplificação está bem longe de se tornar realidade.
Em relação a um texto escrito ainda se têm a possibilidade de escolha entre pular a frase complicada ou tentar entendê-la, mas na comunicação verbal, uma das possibilidades pode ser que, o receptor peça para repetir, uma ou duas vezes (porque mais do que isso “pode pegar mal”); outra, que seria bastante preocupante, é que o receptor ache que entendeu certo, quando, na verdade, houve um entendimento equivocado.
A utilização por parte dos operadores do direito de uma linguagem jurídica livre do “juridiquês” pode trazer benefícios para toda a sociedade, num sentido de aproximar a população do entendimento da matéria jurídica, além de contribuir para a tão sonhada celeridade nos processos judiciais, ampliando a visibilidade do judiciário frente à sociedade.
Um exemplo de tentativa de aproximar o Direito da população é a Cartilha Legal criada pelo judiciário do Rio de Janeiro. Essa Cartilha Legal foi criada por um grupo de juízes visando a atingir o objetivo informador, traduzindo o “juridiquês”. Utilizando para isso, personagens de Monteiro Lobato e levados à televisão por Geraldo Casé, a cartilha tornou-se uma ferramenta de trabalho útil para todos os demais programas do judiciário.3.2 Exemplos de excessos da linguagem jurídica 
3.2.1 Muitas ocorrências diferentes para um mesmo termo 
Para visualizar claramente como ocorre o “juridiquês”, um exemplo pode ser o termo em que foram encontradas 23 palavras/expressões para designar uma “petição inicial”. 
Pequena relação de 23 expressões que têm o mesmo significado: 
- peça atrial; 
- peça autoral;
- peça de arranque; 
- peça de ingresso; 
- peça de intróito; 
- peça dilucular; 
- peça exordial; 
- peça gênese; 
- peça inaugural; 
- peça incoativa; 
- peça introdutória; 
- peça ovo; 
- peça preambular; 
- peça prefacial; 
- peça preludial; 
- peça primeva; 
- peça primígena; 
- peça prodrômica; 
- peça proemial; 
- peça prologal; 
- peça pórtico; 
- peça umbilical; 
- peça vestibular.
3.3 “JURIDIQUÊS” VERSUS PORTUGUÊS 
 
A seguir serão mostradas diversas frases escritas em “juridiquês” e a sua correspondente num português mais claro e direto. 
No “juridiquês”: “Com espia no referido precedente, plenamente afincado, de modo consuetudinário, por entendimento turmário iterativo e remansoso, e com amplo supedâneo na Carta Política, que não preceitua garantia ao contencioso nem absoluta nem ilimitada, padecendo ao revés dos temperamentos constritores limados pela dicção do legislador infraconstitucional, resulta de meridiana clareza, tornando despicienda maior peroração, que o apelo a este Pretório se compadece do imperioso prequestionamento da matéria abojada na insurgência, tal entendido como expressamente abordada no Acórdão guerreado, sem o que estéril se mostrará a irresignação, inviabilizada ab ovo por carecer de pressuposto essencial ao desabrochar da operação cognitiva.” 
No português: Um recurso, para ser recebido pelos tribunais superiores, deve abordar matéria explicitamente suscitada pela instância inferior ao julgar a causa. Isso não ocorrendo, será pura e simplesmente rejeitado, sem exame do mérito da questão. 
No “juridiquês”: “V. Exª. data máxima vênia não adentrou às entranhas meritórias doutrinárias e jurisprudenciais acopladas na inicial, que caracterizam, hialinamente, o dano sofrido.” 
No português: V. Exª. não abordou devidamente a doutrina e a jurisprudência citadas na inicial, que caracterizam, claramente, o dano sofrido.
4 - LINGUAGEM FORENSE
Sendo o Direito a ciência da palavra, para os advogados ela é seu cartão de visita. Como mediadora entre o poder social e as pessoas, a linguagem dos códigos há de expressar com fidelidade os modelos de comportamentos a serem seguidos por seus destinatários. Ela é também um dos fatores que condicionam a eficácia do Direito. Um texto de lei mal redigido não conduz à interpretação uniforme. “Distorções de linguagem podem levar igualmente a distorções na aplicação do Direito.”
Através da palavra, com efeito, o profissional do Direito peticiona, contesta, apela e arrazoa, recorre, inquiri, persuade, prova, tergiversa, julga, absorve ou condena.
 Entretanto, posto seja ele um vocacionado para oratória, não alcançara esse desiderato se não se aprimorar, desenvolver e incrementar o próprio vocabulário verbal. Vocabulário tecnicamente adequado é coisa que não consegue de afogadilho: resulta, quase sempre, de trabalho penoso, de cansativas elucubrações na pesquisa dos textos e de vivencia nos lides forense.
 Uma coisa é falar bem no cotidiano e, outra bem diferente é no exercício da profissão escolhida. O estudante de Direito dos primeiros anos irá perceber que engatinha na questão da Ciência do Direito, e logo de inicio terá motivos para espanto no vocabulário que irá usar quando estiver advogando. E não com muita raridade irá se surpreender ao perceber que, onde o emprego não distingue, a Jurisprudência propõe uma série de sutilezas semânticas. Percebendo que, por exemplo, que “domicilio, residência e habitação”, diferem juridicamente entre si, tal como “posse, domínio ou propriedade”, observará, ainda, que “decadência, prescrição, preclusão e perempção”, embora assemelhadas no sentido, não querem dizer a mesma coisa, pois trata se de um vocabulário técnico, profissional que se restingue a ambiência jurídica onde as palavras têm sua própria conotação.
 O advogado para ser perspicaz e dominar todos os segredos da arte da controvérsia terá que ter domínio da Linguagem Jurídica para saber enveredar pelos caminhos do sofisma, ou seja, raciocínio especioso que visa confundir o interlocutor, forçando o a desdizer se e, por conseguinte perder sua linha de raciocínio. É aquele que fala com a mesma segurança de quem exercita a verdade dos fatos.
 A precisão terminológica é imprescindível no texto jurídico, este por sua vez, não deve ser limitado apenas para referencial aprisionando se na esfera da pura denotação. A seleção das palavras corretas economiza tempo, no entanto, interferem no sentido de que não se cristalize em estereótipos imutáveis a linguagem jurídica. Este por sua vez não pode nem deve ser usado apenas nos limites referencial, se limitando apenas para indicação. 
Seguem alguns modelos de documentos imprescindíveis para a vida profissional forense: 
4.1 MODELO DE PROCURAÇÃO
 PROCURAÇÃO BASTANTE QUE FAZ:  na forma abaixo:
SAIBAM quantos este público instrumento de procuração bastante virem que, aos (data.), dias do mês de .... , do ano de .... (....), nesta (cidade) de ...., em Cartório compareceu como Outorgante: (fulano de tal) , Cédula de identidade  nº ...., CPF nº ...., brasileiro, solteiro, maior, empresário, residente e domiciliado nesta Capital; a presente identificada por mim, Escrevente-Juramentado que fiz a lavratura, conforme os (documentos) acima mencionados, do que dou fé, e pelo Outorgante, me foi dito que, por este público instrumento de procuração e nos termos de direito, nomeia e constitui seu bastante procurador, o Dr. ...., OAB nº ....., CPF no ...., residente e domiciliado nesta Capital; ao qual confere poderes amplos, gerais ilimitados, irrevogáveis e irretratáveis, para o fim especial de vender, compromissar à venda, ceder e transferir direitos ou por qualquer outra forma, alienar ou onerar, em favor da empresa(razão social  e CNPJ) ou a quem o mesmo expressamente indicar, pelo prazo, cláusulas e condições que livremente convencionar, um imóvel, de propriedade da Outorgante, constituído pelo lote de terreno  localizado à Rua ...., cidade de ...., no ...., constantes da Matrícula no. ..., do Cartório do Registro de Imóveis, da ..... Circunscrição, desta Capital; podendo, para tanto, dito procurador, ditar, lavrar e fazer lavrar e assinar as escrituras necessárias, com todas as cláusulas e solenidades do estilo, transmitir posse, jus, domínio e direitos e ações, responder pela evicção legal, fazer, boa, firme e valiosa à venda, descrever e confrontar o dito imóvel, estipular e aceitar preços, cláusulas e condições, receber importâncias, passar recibos e dar quitações, representá-la, perante repartições públicas em geral, especialmente, podendo requerer, alegar e assinar o que convier, concordar, discordar, prestar declarações e informações, juntar e retirar documentos, fazer acertos e firmar compromissos, ceder e transferir, passar direitos de contratos públicos ou particulares, efetuar pactos e assinar inclusive outros documentos que sejam necessários, em nome do Outorgante, enfim, praticar, todos os demais atos necessários e indispensáveis ao bom e fiel desempenho do presente mandato, inclusive substabelecer,  que a Outorgante dará e haverá por bom, firme e valioso.
 E, de como assim disse e outorgou, do que dou fé, lhe fiz este instrumento por me ser pedido que, lido e achado conforme, aceitou e assina, dispensando a presença de Testemunhas, perante mim, JURAMENTADO, ..... , Escrevente-Juramentado que lavrei e conferi, sob minuta apresentada. .... de .... de ..... E, eu TABELIÃ, ...., ....Tabeliã, subscrevi e dou fé. Custas : R$ .... (....) Assinatura. Nada mais. Traslada hoje, conforme seu original ao qual me reportei e dou fé. E, eu Tabeliã que a fiz digitei, conferie assino em público e raso.
 É muito importante deixar alguém para tratar qualquer pendência ou assunto relacionado aos nossos interesses durante uma longa viagem, por exemplo, mais temos que ter cautela na hora de escolher nosso procurador, pois tem que ser alguém em quem temos plena confiança para não termos problemas futuros, bom que seja um parente ou alguém muito próximo a nós.
A procuração pode servir para várias coisas diferentes, por isso é bom saber o que você quer para que essas informações constem de forma clara e não haja quaisquer problemas para quem vai nos representar.
  Procuração é um instrumento formal e legal através do qual uma pessoa autoriza outra a agir em seu nome, ou seja, é uma formalidade jurídica. Existem vários tipos de Procurações: Procuração Simples, Procuração de Plenos Poderes, Procuração Publica e Procuração Particular. Existe também procurações específica para Bancos, Detran e Receita Federal.
4.2 MODELOS DE PETIÇÕES
4.2.1 AÇÃO DE ALIMENTOS
ELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA .... VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE ....
Fulano de Tal, menor impúbere, representado por sua genitora Beltrana de Tal, brasileira, (profissão), portadora da cédula de identidade RG n___________ e do CPF ______________, residente e domiciliada à rua ______________________, nesta capital, neste ato representada por seu advogado infra-assinado, conforme procuração em anexo, vem com o devido respeito e acatamento perante V. Exa., propor:
AÇÃO DE ALIMENTOS
em face de _________________, brasileiro, solteiro, (profissão), portador da cédula de identidade RG nº ___________ SSP/MS, residente e domiciliado na rua _____________________________, nesta capital, pelos fatos e motivos que passa a expor:
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
Inicialmente, requerem a V. Ex.ª sejam deferidos os benefícios da Gratuidade de Justiça, com fulcro na lei 1060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, por não terem condições de arcar com as custas  processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de suas famílias, conforme atestado de pobreza que instrui a exordial.
DOS FATOS
1. O Requerente Fulano de Tal, nascido em _____de _____ de ____, atualmente com (anos) de idade, é filho do Requerido, conforme faz prova certidão de nascimento em anexo.
2. O Requerido desde o nascimento do Requerente nunca ajudou com nada para o sustento do mesmo, sendo este única e exclusivamente sustentado por sua genitora.
3. Tornou-se difícil o sustento da mãe do requerente, bem como também manter e sustentar seu filho menor, sendo que atualmente encontra-se desempregada.
4. O Requerido é (profissão), auferindo uma renda aproximada de R$____(_____) mensais.
DO DIREITO
A Lei nº 5478/68, em seu artigo 2º, embasa a sua pretensão.
Artigo 2º- "O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se , e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe."
Com base no artigo 400 do Código Civil Brasileiro, a obrigação de alimentar estabelece parâmetro nas necessidades do Requerente.
Artigo 400 - "Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do Reclamante e dos recursos da pessoa obrigada."
Da mesma forma, o fato do Requerido não participar com a manutenção necessária do Requerente, comete o crime de abandono material previsto no artigo 244 do Código Penal.
Artigo 244- "Deixar, sem justa causa, de prover à subsistência do cônjuge, ou do filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou valetudinário, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente, gravemente enfermo."
ISTO POSTO, REQUER
A fixação de alimentos provisórios no valor de ___ (______) do salário mínimo, com base no disposto no art. 4º da Lei 5478 de 25 de julho de 1978, que deverá ser depositado em C/C a ser aberta em nome da Representante legal do Requerente Beltrana de Tal.
A citação do Requerido no endereço supramencionado, para responder aos fatos e pedidos apresentados nesta ação, sob pena de revelia (Lei de Alimentos, art. 7º) além de confissão sob a matéria de fato segundo procedimento da Lei nº 5478/78.
A condenação do Requerido ao pagamento definitivo da pensão alimentícia ao seu filho menor, no valor de ____ salario mínimo.
A condenação do requerido também ao pagamento das custas processuais, bem como honorários advocatícios, pelo princípio da sucumbência.
A intervenção do Ministério Público.
Todos os fatos levantados sejam provados através de todos os tipos de provas em Direito admitidas, especialmente testemunhal e documentais, requerendo-se desde já o depoimento pessoal do Requerido.
Atribui-se a causa o valor de R$ ____ (_______), de acordo com o art. 259 inciso VI do CPC, para efeitos fiscais. Nestes Termos.
Pede Deferimento.
Cidade, Data.
NOME DO ADVOGADO
Nº OAB E SEÇÃO
4.2.2 HABEAS CORPUS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR ... DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ...
.................………..... (nome completo), ............ (nacionalidade), ............... (estado civil), Advogado devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil – seção .........., com escritório na cidade e Comarca de ..........., na………........ (endereço completo) ao final assinado, vem, por esta e na melhor forma de direito, respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, para impetrar o presente:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR
Em favor do Paciente (nome completo), (qualificação) residente e domiciliado na cidade e Comarca de ( endereço) com supedâneo no inciso LXVIII do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, e nos arts. 647, 648, I, do Código de Processo Penal e demais dispositivos legais aplicáveis à espécie, contra ato do MM. JUIZ DE DIREITO DA ....ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ....... - ....(UF), ora apontado como Autoridade Coatora, pelos seguintes motivos de direito e de fato, a saber:
DOS FATOS:
- O Paciente foi denunciado perante a D. Autoridade Coatora, em (dia, mês e ano), em tese por infração ao disposto no art. do Código Penal e que teria sido cometida em (dia, mês e ano), nos autos do Processo Crime nº, da ª Vara Criminal de...
- A denúncia foi ofertada nos seguintes termos: (copiar os termos da denúncia).
- Ao oferecer a denúncia, o Ilustre. Representante do Ministério Público, houve por bem representar perante a D. Autoridade Coatora, pela decretação da prisão preventiva do Paciente, nos seguintes termos abaixo transcrito: (copiar os termos da representação de decretação da prisão preventiva).
- Conclusos os autos, em (dia, mês e ano) a D. Autoridade Coatora, recebeu a denúncia e decidiu decretando a prisão preventiva do Paciente.
- O mandado de prisão preventiva foi expedido, e cumprido na mesma data, com a maior facilidade, porquanto o Paciente se encontrava trabalhando.
- Preso, foi citado e teve designado o seu interrogatório para o dia (dia, mês e ano). Após o seu interrogatório foi designada a audiência de início de instrução para o (dia, mês e ano).
- Na data aprazada, foram ouvidas as testemunhas de acusação. Em (dia, mês e ano), por meio deste Impetrante o Paciente pleiteou a revogação de sua prisão preventiva, cujo pedido foi autuado em apenso. Com vistas, o Representante do Ministério Público, se manifestou pelo indeferimento do pedido nos seguintestermos: (copiar os termos da cota ministerial).
- Novamente conclusos os autos, a D. Autoridade Coatora houve por bem indeferir o pedido de revogação da prisão preventiva, por respeitável despacho prolatado em (dia, mês e no) e assim despachou: (copiar os termos do indeferimento do pedido)
DO DIREITO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, assim declara:
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
§1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.
2. Diz o Código de Processo Penal:
“Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar”.
“Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
[...]
VI – quando o processo for manifestamente nulo;”
DOS FUNDAMENTOS:
Por respeitável despacho acima transcrito, a D. Autoridade Coatora houve por bem decretar a prisão preventiva do Paciente, atendendo requerimento do Nobre Representante do Ministério Público para garantia da ordem pública, para assegurar a aplicação da lei penal e por conveniência da instrução criminal.
Apesar do enorme esforço demonstrado pelo eminente Magistrado, na fundamentação da decretação da medida extrema, cremos que a medida deva ser revista.
A materialidade do delito, ao contrário do lançado no respeitável decreto custodial, está coberta pelo manto da dúvida e da incerteza, e só após a instrução é que se poderá descortinar, eventualmente, a verdade real buscada nos autos.
Com efeito, Nobres Magistrados, não se verifica nos autos, máxime após a oitiva das testemunhas de acusação, e a vítima da imputada infração, a necessidade da manutenção da custódia preventiva do Paciente por conveniência da instrução criminal.
Assim, venia concessa, em sede de conveniência da instrução criminal, não se revela mais necessária a manutenção da custódia preventiva do Paciente.
Por outro lado, no que concerne à garantia da ordem pública, cremos que também não merece subsistir a prisão preventiva do Paciente, porquanto o simples fato de ter sido denunciado, e recebida a denúncia, por, (descrever a conduta do paciente tida como criminosa) não basta para classificar de hediondo o crime praticado, porquanto só o veredicto soberano do Tribunal de Pares, pode, eventualmente, reconhecer eventuais qualificadoras.
Por outro lado, os recortes de jornais acostados aos autos da ação penal, não bastam para demonstrar eventual perplexidade da comunidade, máxime considerando-se que as poucas notícias veiculadas na imprensa, datam da época dos fatos, ocorridos há mais de 8 meses da data da decretação da prisão preventiva.
De qualquer forma, como já referido, o Paciente tem residência fixa, exerce profissão lícita, não se vislumbra que a sua liberdade representa risco para a ordem pública, não se justificando pois, em termos de necessidade, a sua segregação para garantia da ordem pública.
Resta a análise da necessidade de sua prisão preventiva para garantia da futura aplicação da lei penal.
Resumindo, venia concessa, dúbio o fumus boni iuris, e ausente o periculum in mora, não se justifica, na hipótese dos autos, sob nenhum aspecto a manutenção da prisão preventiva do Paciente cuja revogação é medida da mais pura e cristalina Justiça.
Assim, se impõe a concessão da presente Ordem de Habeas Corpus, para a revogação da prisão preventiva do Paciente, porquanto não estão presentes nenhum dos requisitos e nenhuma das condições a que se refere o artigo 312 do Código de Processo Penal.
Há de convir esta Colenda Câmara, que é uma pena alta demais por um eventual delito, a ser paga por quem é primário, não tem antecedentes criminais, é pessoa radicada na cidade e Comarca de ................... . 
Por isso o presente pedido, justificando-se a concessão de medida liminar, determinando a expedição de imediato alvará de soltura em favor do Paciente, já que presentes os requisitos legais do fumus boni iuris e do periculum in mora, e também determinado na Carta Magna de 1988, em seu art. 5o, inciso LXV, que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária, fundamento maior da possibilidade da concessão de medidas liminares em sede de hábeas corpus.
DO PEDIDO:
EX POSITIS, impetra-se a presente Ordem de Habeas Corpus para, LIMINARMENTE, determinar-se a expedição de alvará de soltura, em favor do Paciente, e, ao final, depois de prestadas as devidas informações e colhido o parecer da Procuradoria Geral da Justiça, conceder a ordem, para o fim de revogar-se o decreto de prisão preventiva do Paciente, tornando, em qualquer caso, definitiva a liminar concedida, atendendo-se, destarte, aos reclamos da mais pura e cristalina Justiça.
Nestes termos,
Pede deferimento.
(local e data)
Advogado 
OAB
Quando uma pessoa decide pleitear um direito judicialmente é necessário determinar qual serão sua especificação e seu endereçamento.
 
É o cabeçalho da petição.
 
O correto endereçamento é um requisito essencial de toda petição inicial.
 
Trata-se de indicar o órgão do Poder Judiciário que terá a competência para julgar a ação, e não o nome da pessoa física que ocupa o cargo.
Há muitos critérios para a definição da competência, e para saber exatamente como fazer o endereçamento correto de sua peça, é necessário lançar mão dos ditames contidos na Consolidação das Leis do Trabalho, no Código de Processo Civil, da Constituição Federal e das normas de organização judiciária, que possuem diretrizes sobre competência.
 Alguns passos para se definir a competência seria verificar se há alguma vara especializada para discutir o assunto da demanda ou mesmo, se a demanda deve ser proposta perante o juiz ou diretamente ao tribunal, além de se verificar a circunscrição territorial competente, ou seja, o local apropriado para propor a Reclamatória.
Com o auxílio dessas regras torna-se mais fácil saber o exato membro do Poder Judiciário responsável pela demanda.
5 - TERMOS JURÍDICOS
5.1 TERMOS JURÍDICOS MAIS COMUNS
Aberratio delicti: Erro na execução do crime. 
Aberratio ictus: Erro de alvo, de golpe, de tino. 
Aberratio rei: Erro de coisa. 
Ab initio: Desde o começo, a princípio. 
Ab intestato: Sem testamento 
Ab irato: No ímpeto da ira. 
Abolitio criminis: Abolição do crime. 
Accessorium sequitur principale: O acessório segue o principal. 
Accipiens: Credor de boa fé de prestação que não lhe é devida. 
Acidente in itinere: Aquele ocorrido no trajeto que o empregado utiliza para ir ao trabalho e voltar 
A contrario sensu: Pela razão contrária, em sentido contrário. 
Actio in personam: Ação pessoal ou sobre pessoa. 
Actio in REM: Ação real ou sobre a coisa. 
Actio quanti minoris: Ação de diminuição de preço. 
Actor probat actionem: O autor prova a ação. 
Ad argumentandum tantum: Apenas para argumentar. 
Ad causam: Para a causa. 
Ad cautelam: Por cautela 
Ad corpus: Por inteiro. 
Ad hoc: Substituição temporária para o caso específico. 
Ad judicia: Para o foro em geral, para fins judiciais. 
Ad litem: Para o litígio; para o processo; procuração ou mandato para determinado processo. 
Ad mensuram: Por medida ou preço. 
Ad negotia: Para os negócios. Diz-se de procuração outorgada para a efetivação de negócio ou extrajudicial. 
Ad perpetuam rei memoriam: Diligências requeridas e promovidascom caráter perpétuo, quando haja receio de que a prova possa desaparecer; para a perpétua memória da coisa. 
Ad quem: Juiz ou Tribunal de instância superior para onde se encaminha o processo. 
Ad quo: Juiz ou Tribunal de onde se encaminha o processo. 
Ad referendum: Na dependência de aprovação de autoridade competente. 
Ad rem: Afirmativa diretamente à coisa. 
Ad valorem: Segundo o valor. 
Animus abutendi: Intenção de abusar. 
Animus adjuvandi: Intenção de ajudar. 
Animus dolandi: Intenção dolosa, de prejudicar. 
Animus furtandi: Intenção de furtar. 
Animus jocandi: Intenção de brincar, gracejar. 
Animus laedendi: Intenção de ferir. 
Animus lucrandi: Intenção de lucrar. 
Animus manendi: Intenção de fixar residência definitiva, de permanecer. 
Animus necandi: Intenção de matar. 
Animus nocendi: Intenção de prejudicar; ser nocivo a (substituir uma obrigação por outra). 
Animus possidendi: Intenção de possuir. 
Animus simulandi: Intenção de simular. 
Animus solvendi: Intenção de pagar. 
Animus violandi: Intenção de violar. 
Apud acta: Nos autos, junto aos autos. 
A quo: Juiz ou Tribunal de instância inferior de onde provém o processo; dia ou termo inicial de um prazo. 
Bens pro diviso: Bens divisíveis. 
Bens pro indiviso: Bens indivisíveis. 
Bis in idem: Incidência de duas vezes sobre a mesma coisa; bitributação. 
Caput: Cabeça. 
Caso sub judice: Caso sob julgamento. 
Caução de damno infecto: Caução de dano temido. 
Causa cógnita: Causa conhecida. 
Causa debendi: Causa da dívida. 
Causa detentionis: Causa da detenção. 
Causa petendi: Causa de pedir. 
Citra petita: Aquém do pedido. 
Cláusula ad judicia: Mandato outorgado para foro em geral. 
Competência ratione loci: Aquela que se determina em razão da residência ou domicílio ou do lugar da coisa. 
Competência ratione materiae: Aquela que se determina em razão da ordem, da categoria ou da natureza da jurisdição. 
Competência ratione valori: Aquela que se determina em função do valor da causa. 
Contra legem: Contra a lei. 
Corpus delicti: Corpo de delito. 
Corpus iuris civilis: Trabalhos legislativos elaborados durante o reinado do imperador romano Justiniano. 
Culpa in comitendo: Culpa em cometer. 
Culpa in custodiendo: Culpa em guardar. 
Culpa in eligendo: Culpa em escolher. 
Culpa in ommitendo: Culpa em omitir. 
Culpa in vigilando: Culpa em vigiar. 
Dano ex delicto: Dano causado por ilícito penal com repercussão na área cível. 
Data vênia: Com o devido consentimento. 
Debitum conjugale: Débito conjugal. 
De cujus: Falecido, morto. 
De lege ferenda: Da lei a ser criada. 
De lege: data da lei criada. 
Dolo res ipsa: Dolo presumido. 
Dolus bônus: Dolo bom. 
Dolus malus: Dolo mau. 
Erga omnes: Contra todos. 
Error facit: Erro de fato. 
Error in objecto: Erro sobre o objeto. 
Error in persona: Erro sobre a pessoa. 
Error iuris: Erro de direito. 
Ex abrupto: De súbito. 
Ex adverso: Do lado contrário. 
Ex iure: Conforme o direito. 
Ex lege: De acordo com a lei, por lei. 
Ex locato: Locução que se usa para exprimir relação locativa, existente entre locador e locatário, por força de contrato. 
Exequatur: Execute-se; cumpra-se; autorização dada pelo STF para que atos processuais requisitados por autoridades estrangeiras sejam cumpridas no país. 
Ex more: De acordo com o costume, conforme o costume. 
Ex nunc: Que não retroage. 
Ex officio: De ofício. 
Extra petita: Fora do pedido, além do pedido. 
Ex tunc: Que retroage. 
Ex vi: Por força; por determinação de; em decorrência do que preceitua a lei. 
Ex vi legis: Por efeito da lei. 
Exceptio rei iudicato: Exceção de coisa julgada. 
Fac símile: Reprodução fiel de um original. 
Facultas agendi: Faculdade de agir. 
Forum rei sitae: Foro da situação da coisa. 
Fumus boni iuris: Fumaça do bom direito. 
Gratia argumentandi: Para argumentar. 
Habeas corpus: Remédio jurídico para assegurar liberdade de locomoção ou movimentar o corpo sem constrangimento jurídico. 
Habeas data: Concede-se para obter informações atinentes à pessoa junto aos bancos de dados e para retificação destes. 
Hic et nunc: Aqui e agora, imediatamente. 
Honoris: causa Para honra; denominação honorífica universitária conferida a título de homenagem. 
Ilegitimidade ad causam: Ilegitimidade para causa. 
Ilegitimidade ad processum: Ilegitimidade para o processo. 
Impotentia coendi: Impotência de conceber. 
Impotentia generandi: Impotência de fecundar. 
In dubio pro reo: Em dúvida a favor do réu. 
In fine: No fim. 
In initio litis: No início da lide. 
In limine: No começo. 
In limine litis: No começo da lide. 
Interpretatio cessat in claris: A interpretação cessa quando a lei é clara. 
Inter vivos: Entre vivos. 
Intuitu personae: Em consideração à pessoa. 
In verbis: Nestes termos. 
Ipsis litteris: Textualmente, com as mesmas letras. 
Ipsis verbis: Sem tirar nem pôr, com as mesmas palavras; com as próprias palavras. 
Ipso facto: Só pelo mesmo fato; pelo mesmo fato; por isso mesmo; conseqüentemente. 
Ius in re: Direito real. 
Iuris tantum: De direito, o que decorre do próprio direito. 
Iuris et de iure: De direito e por direito. 
Iura in re alínea: Direitos sobre coisa alheia. 
Iter criminis: Itinerário do crime. 
Ipso iure: Pelo mesmo direito. 
Ius: Direito. 
Ius civile: Direito civil. 
Ius fruendi: Direito de gozar. 
Ius genitum: Direito das gentes. 
Ius naturale: Direito natural. 
Ius non scriptum: Direito não escrito. 
Ius persequendi: Direito de perseguir. 
Ius possessionis: Direito de posse. 
Ius possidendi: Direito de possuir. 
Ius postulandi: Direito de postular. 
Ius privatum Direito privado. 
Ius publicum: Direito público. 
Ius puniendi: Direito de punir. 
Ius sanguinis: Direito do sangue. 
Ius scriptum: Direito escrito. 
Ius soli: Direito de solo. 
Lato sensu: Sentido irrestrito. 
Legitimatio ad causam: Legitimação ou legitimidade para a causa. 
Legitimatio ad processum: Legitimação ou legitimidade para o processo. 
Lex: Lei. 
Libertas quae sera tamen: Liberdade, ainda que tardia. 
Mens legis: Espírito da lei. 
Meritum causae: Mérito da causa. 
Modus acquirendi: Modo de adquirir. 
Modus faciendi: Modo de fazer. 
Modus operand:i Modo de trabalhar. 
Modus probandi: Modo de provar. 
Modus vivendi: Modo de viver. 
Mora accipiend:i Mora do credor. 
Mora debitoris: Mora do devedor. 
Mora solvendi: Mora do devedor. 
More uxório: Concubinato. 
Mutatis mutandis: Muda-se o que deve ser mudado. 
Neminem laedere: A ninguém ofender. 
Nemo iudex sine lege: Não há juiz sem lei. 
Nihil obstat: Nada obsta. 
Nomen iuris: Denominação legal. 
Non bis in idem: Não incidência duas vezes sobre a mesma coisa. 
Norma agendi: Norma de agir. 
Notitia criminis: Notícia do crime. 
Nula poena sine lege: Não há pena sem lei. 
Nullum crime sine lege: Não há crime sem lei. 
Numerus clausus: Número restrito. 
Obligatio dandi: Obrigação de dar. 
Obligatio faciendi: Obrigação de fazer. 
Obligatio in solidum: Obrigação solidária. 
Obligatio propter rem: Obrigação acessória real. 
Onus probandi: Ônus da prova. 
Opus citatum (Op. cit.): Obra citada. 
Pacta sunt servanda: Cumpram-se os contratos. 
Pari passu: No mesmo passo. 
Patria potestas: Pátrio poder. 
Per capita: Por cabeça. 
Persecutio criminis: Persecução do crime. 
Persona: Pessoa. 
Pleno iure: Pleno direito. 
Posse ad interdicta: Aquela que se exerce por interditos possessórios. 
Posse ad usucapionem: Aquela que se exerce por usucapião. 
Post scriptum (P.S.): Depois do escrito. 
Praeter legem: Fora da lei. 
Presunção iuris et de iure: Presunção absoluta, não admite prova em contrário. 
Presunção iuris tantum: Presunção relativa, que admite prova em contrário. 
Procuração apud acta: Procuração judicial, transladada nos próprios autos. 
Pro forma: Por formalidade. 
Pro labore: Pelo trabalho. 
Pro rata: Em proporção. 
Pro soluto: Para pagamento. 
Pro solvendo: Para pagar. 
Pro tempore: Temporariamente. 
Ratione contractus: Em razão do contrato. 
Rationemateriae: Em razão da matéria. 
Ratione personae: Em razão da pessoa. 
Ratione valori: Em razão do valor. 
Rebus sic stantibus: Mesmo estado de coisas. 
Reformatio in melius: Reforma para melhor. 
Reformatio in peius: Reforma para pior. 
Rei sitae: Onde a coisa se encontra. 
Rejeição in limine: Rejeição liminar. 
Res: Coisa. 
Res aliena: Coisa alheia. 
Res communis: Coisa comum. 
Res derelictae: Coisa abandonada. 
Res extra commercium: Coisa fora do comércio. 
Res furtiva: Coisa furtada. 
Res iudicata: Coisa julgada. 
Res publicae: Coisa pública. 
Secundum legem: Segundo a lei. 
Sine die: Sem data. 
Sine iure: Sem direito. 
Sine qua non: Sem a qual não. 
Si vis pacem para bellum: Se queres a paz, prepara-te para a guerra. 
Status quo: Estado em que se encontra. 
Stricto sensu: Entendimento estrito. 
Sub iudice: Pendente ao juiz. 
Sui generis: Especial. 
Sursis: Suspensão condicional da pena. 
Suum cuique tribuere: Dar a cada um o que é seu. 
Testis unus, testis nullus: Testemunha única, testemunha nula; uma só testemunha, nenhuma testemunha. 
Vacatio legis: Vacância da lei. 
Venda ad corpus: Venda pela totalidade da coisa. 
Venda ad mensuram: Venda pela medida da coisa. 
Verbi gratia (V. g.): Por exemplo, a saber. 
Vox populi, Vox: Dei. A voz do povo é a voz de Deus.
CONCLUSÃO
Este trabalho acadêmico nos proporcionou um grande conhecimento na área da linguagem jurídica e tudo que está relacionado a esse meio. 
Mais do que qualquer outra profissão o Direito necessita dessa linguagem culta e complexa, portanto esses profissionais devem ter o conhecimento essencial da linguagem jurídica. A má formação desses profissionais pode acarretar em um grande desentendimento, dificultando o conhecimento jurídico. Percebemos que essa linguagem é especifica e que se exagerada também poderá prejudicar a comunicação com outros tipos de linguagem. 
Essa área tem uma diversidade muito grande de escrita e leitura e para que as ações, processos e documentos jurídicos sejam bem elaborados e bem entendidos é preciso o alto conhecimento da linguagem jurídica, começando pelos acadêmicos do Direito, pela boa qualidade das instituições de ensino. 
BIBLIOGRAFIA
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MAIA, Márcio Barbosa. Rui Barbosa, o ladrão de galinhas e o juridiquês. Revista Consultor Jurídico, Disponível em: 
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FONSECA, Pedro Leal. Falta de clareza em textos faz juiz pular parágrafos. Revista Consultor Jurídico, 31 mar. 2010. Disponível em: 
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MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Português Forense: a produção de sentido. São Paulo: Atlas, 2004. p. 17-21. 
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. Acesso em: 19 out. 2010.
ANEXO A
Linguagem jurídica - Uma porta (fechada) para o acesso à justiça
Matéria publicada no 
Correio Braziliense, 27/3/2006 
----------------------------------- 
Adilson de carvalho 
Mestre em teoria literária pela Universidade de Brasília. Vencedor do 1º Prêmio Novas Idéias Para a Justiça. 
Não há atividade profissional que exerça mais fascinação e seja mais atraente, pelo menos no Brasil, quanto aquelas ligadas ao universo jurídico. Advogados, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público exercem nas pessoas uma espécie de reconhecimento imediato de nobreza e de autoridade, como se esses profissionais realmente fizessem parte de uma realidade metafísica e sagrada. 
Parte da explicação para essa altíssima cotação das atividades jurídicas no mercado simbólico da cultura brasileira está no poder real que esse universo exerce na estrutura de poderes do Estado brasileiro. Em um país com uma Constituição escrita, com mais de trezentos artigos, mais um emaranhado de centenas de milhares de leis, de cuja interpretação depende todas as relações sociais, políticas e econômicas de toda a população, é evidente que o universo jurídico representa, efetivamente, um espaço de extremo poder. 
Como acontece em qualquer espaço de poder, o acesso a esse universo não é franqueado a qualquer um. Por ter consciência da importância do grupo de que fazem parte, aqueles que têm o privilégio de pertencerem ao mundo jurídico fazem de tudo para que esse mundo sagrado não seja profanado pela presença dos não-iniciados. Na promoção dessa separação fundamental entre quem faz e quem não faz parte do mundo jurídico, entra em ação um conjunto de elementos, que são tão mais eficazes quanto menos são percebidos como aparatos de segregação. 
Assim, o uso de vestes talares nos tribunais, as formalidades excessivas dos ritos judiciários, o tratamento de doutor, exigência obrigatória para se dirigir a qualquer membro do universo jurídico, entre outros elementos, atuam em conjunto para reforçar sempre a idéia de que o universo jurídico é mesmo uma realidade à parte em relação ao resto da sociedade. Além do mais, e principalmente, esses elementos contribuem de forma significativa para criar uma absurda barreira entre o mundo do direito e as pessoas comuns, em potencial usuários da prestação jurisdicional. 
Nesse processo de violência simbólica que "protege" o mundo jurídico do acesso de grande parte da população nada é tão eficaz quanto a linguagem jurídica. Trata-se da maneira específica que magistrados, advogados, promotores e outros do ramo do direito têm utilizado a linguagem e que, a despeito de qualquer argumento a favor, só tem servido para negar o acesso ao universo jurídico à maioria da população do Brasil. 
Para se entender como se dá esse gigantesco problema, é preciso começar lembrando o que vem a ser língua e como as pessoas comumente a consideram. É comum se ouvir a afirmação de que se trata de um sistema, por meio do qual se dá a comunicação entre as pessoas de uma dada comunidade. Essa noção de linguagem, no entanto, embora seja bastante comum, se não é abertamente equivocada, é pelo menos incompleta porque, mesmo que seja possível ver a linguagem como um sistema abstrato por meio do qual seja possível trocar informações, é um reducionismo maldoso ou ingênuo considerar que ela seja só isso. 
Essa noção é simplista porque não dá conta da complexidade de fatores que envolvem o uso da língua: a língua pode até servir para comunicar, mas há casos, e parece ser este o caso da linguagem jurídica, em que ela serve exatamente para não comunicar. Na maneira de escrever dos meios jurídicos há todo um cuidado em moldar a linguagem e ornamentá-la de uma maneira tal que ela passa a ser um código, cuja compreensão está ao alcance apenas do pequeno grupo que faz parte do universo jurídico. 
Os pareceres, sentenças, petições, etc, são escritos de uma forma tal que se torna impossível a compreensão desses textos por alguém que não faça parte do meio jurídico. E esse parece ser mesmo o propósito dos produtores dessestextos: dificultar a compreensão para quem não teve a sorte ou herança de fazer parte da casta jurídica. 
Se essa afirmação assim categórica parece um exagero, então seria bom que se apresentassem argumentos realmente convincentes para justificar o uso pelos meios jurídicos de uma linguagem extremamente pedante, barroca e afetada, recheada de expressões em latim ou em outras línguas estrangeiras, quando a situação requereria exatamente o contrário: uma linguagem o mais simples e objetiva possível, para que qualquer usuário do sistema judiciário possa compreender.
Não há, por exemplo, qualquer razão plausível que explique o uso na Constituição, nas leis e nos demais textos jurídicos, de expressões como ex tunc, em vez de efeito retroativo; habeas corpus, em vez de direito à liberdade; ad hoc, em vez de substituição temporária; in loco, em vez de no local; juis sanguinis, em vez de direito de sangue; e tantos outros usos igualmente pedantes, a não ser o exercício de uma linguagem que possa separar iniciados e não-iniciados. 
É certo que não faltam livros, páginas na internet, cursos, programas de rádio e TV para explicar ao público comum o significado das expressões jurídicas; mas por que em vez disso, se a intenção fosse mesmo aproximar o público comum do mundo jurídico, não se adota, de dentro para fora, uma linguagem que o povo possa compreender? 
O Poder Judiciário e o Ministério Público passam por uma onda de transformações que, pelo menos teoricamente, visam torna-los mais eficientes, transparentes e democráticos; para isso foram criados, por exemplo, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça. Seria um grande começo se a questão da linguagem jurídica fosse colocada na pauta desses órgãos como um problema a ser solucionado. E, claro, para começar a buscar caminhos para que a linguagem jurídica deixe de ser uma barreira à Justiça, é preciso, primeiro, que ela seja realmente vista como um problema a ser resolvido. 
Resistências não vão faltar, já que além de pressupor uma redivisão de poder, a democratização do acesso à Justiça pela transformação da linguagem jurídica também acabaria mexendo com a vaidade historicamente construída e intocada de muitos membros desse universo. Mas se há realmente pessoas preocupadas em transformar o Judiciário e o Ministério Público em instituições democráticas e eficazes, não há como ignorar o problema da linguagem. Para os que não têm nenhum compromisso com a democratização do acesso à Justiça é mesmo interessante que o universo jurídico continue falando pra si mesmo. 
FONTE: http://jf-ms.jusbrasil.com.br/noticias/140750/linguagem-juridica-uma-porta-fechada-para-o-acesso-a-justica" http://jf-ms.jusbrasil.com.br/noticias/140750/linguagem-juridica-uma-porta-fechada-para-o-acesso-a-justica
ANEXO B
Campanha pela Simplificação da Linguagem Jurídica
Ninguém valoriza o que não conhece. Partindo desse mote, a AMB lançou no dia 11 de agosto de 2005, na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rio de Janeiro (RJ), campanha para simplificar a linguagem jurídica utilizada por magistrados, advogados, promotores e outros operadores da área. Para a entidade, a reeducação lingüística nos tribunais e nas faculdades de Direito, com o uso de uma linguagem mais simples, direta e objetiva, está entre os grandes desafios para que o Poder Judiciário fique mais próximo dos cidadãos.
A campanha é uma iniciativa da Comissão da AMB para a Efetividade da Justiça Brasileira e, inicialmente, teve como foco os estudantes de Direito. Por meio de palestras do presidente da entidade, juiz Rodrigo Collaço, e do professor Pasquale Cipro Neto, a AMB divulgou a iniciativa em quatro Estados (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná) e no Distrito Federal. 
Também foi lançado um livreto com termos acessíveis, que transmitem as mesmas idéias das expressões complicadas freqüentemente utilizadas nos documentos produzidos pelos profissionais do Direito. 
Além disso, para incentivar os estudantes a tomar consciência sobre a importância do uso de um vocabulário mais simples, a AMB criou um concurso para premiar os melhores trabalhos dos alunos de Direito relacionados à simplificação da linguagem jurídica. Foram recebidas 72 inscrições e os estudantes premiados ganharam R$ 6 mil, R$ 4 mil e R$ 2 mil, respectivamente, além de certificados.
Outro concurso prestigiou os magistrados associados à entidade que desenvolvem no dia-a-dia formas de simplificar a linguagem utilizada em peças processuais, como sentenças e notificações, entre outras. O concurso teve um total de 18 inscrições e os prêmios para os juízes selecionados foram um notebook, um desktop e um palm top, nessa ordem. 
A premiação foi realizada no dia 14 de dezembro em Brasília (DF). 
CHARGE VEICULADA NA CAMPANHA.
FONTE: http://www.amb.com.br/?secao=campanha_juridiques" http://www.amb.com.br/?secao=campanha_juridiques
http://www.praticadapesquisa.com.br/2010/02/clareza-na-linguagem-juridica.html" http://www.praticadapesquisa.com.br/2010/02/clareza-na-linguagem-juridica.html

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