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ME- Direito e Liguagem

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Prof.: Ma. Cláudia Laís
	Disciplina: Direito e Linguagem
	Curso: Direito
RESPOSTAS DOS EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO LINGUAGEM JURÍDICA/COMUNICAÇÃO JURÍDICA, VOCABULÁRIO JURÍDICO
1 – Cotejar os textos técnicos abaixo, considerando:
a) Análise as diferenças entre jargões (Termos técnicos) quanto a postura do socio linguista e do jurista diante do tema Linguagem e Comunicação.
b) Análise as semelhanças dos autores no emprego de normas da língua culta: colocação pronominal e uso da vírgula.
RESPOSTA:
a) Ambos os textos deixam explícitas os jargões técnicos de suas respectivas áreas. No texto do jurista nota-se expressões como direito positivo, ordenação jurídica, produção legislativa, matéria legislada. Já no texto de Dino Preti temos o uso de palavras como léxico, semântico, fonologia, nos revelando que cada ciência possui suas expressões ou palavras referentes a sua área. O primeiro texto aborda a diferença entre a linguagem de um legislador e um cientista do Direito, este com uma linguagem mais técnica e repleta de termos científicos, ao passo que aquele com uma linguagem mais livre e aberta, sem a presença de tantos termos técnicos. O segundo texto revela que há uma forte correlação dos fenômenos linguísticos com o indivíduo, pois este irá tentar adaptar sua linguagem a depender do contexto no qual ele está inserido.
b) Ambos os textos apresentam coerentemente suas ideias, explicitando ao longo dos parágrafos suas teorias e referendando-as com exemplos, ambos apresentam um amplo domínio da norma culta e também da área da qual estão trabalhando.
2. Comente os enunciados abaixo, tendo em vista a significação de seus termos: 
a) Perempção e preempção são parônimas, mas não pertencem à mesma família ideológica. 
RESPOSTA: 
Parônimas são as palavras de sentido diverso, mas que se aproximam pela forma gráfica ou mesmo pelo som.
PEREMPÇÃO: Extinção da relação processual pela perda de um prazo definido e definitivo. 
PREEMPÇÃO: Cláusula especial do contrato de compra e venda que estipula o direito de preferência do vendedor de um bem em adquiri-lo novamente, caso o comprador deseje vendê-lo. 
A PROPOSICÃO É VERDADEIRA
b) O Direito Penal possui vocabulário essencialmente unívoco, em razão da definitividade da norma criminal, conforme se percebe nas palavras roubo e latrocínio, apesar de haver vocábulos que, sem mudarem seus significados, incorporam o inventário da linguagem usual, como a injúria/injuriado, empregado largamente no Rio de Janeiro.
RESPOSTA:
Unívocos são os que contém um só sentido.
Roubo: crime que consiste em subtrair coisa móvel pertencente a outrem por meio de violência ou de grave ameaça.
Latrocínio: homicídio com objetivo de roubo, ou roubo seguido de morte ou de graves lesões corporais da vítima.
Injuria: ato ou efeito de injuriar.
Injuriar: fazer injúria verbal ou por fatos a; insultar.
A PROPOSIÇAO É VERDADEIRA 
c) A ab-rogação refere-se ao todo; a derrogação, porém, limita-se à parte. 
RESPOSTA:
Ab-rogação: revogação ou abolição total de uma lei.
Derrogação: revogação parcial de uma lei feita pelo poder competente.
PROPOSIÇÃO VERDADEIRA
d) Ilidir é verbo com íntima relação semântica com a palavra contestação. 
RESPOSTA: 
Relação semântica é o estudo do sentido das palavras de uma língua.
Ilidir: destruir refutando, rebatendo.
Contestação: Responder em defesa, ir contra a alegação feita contra sua pessoa, retruco, réplica.
PROPOSIÇÃO VERDADEIRA 
e) Precatório pertence à família ideológica de rogatória, mas não possui liame semântico imediato com a palavra precatório.
RESPOSTA:
Liame semântico é um elo de ligação e família ideologia são palavras que possui uma correlação. 
Precatória: Carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em comarcas diferentes. É um pedido que um juiz envia a outro de outra comarca.
Rogatória: Carta precatória é um instrumento utilizado pela Justiça quando existem indivíduos em comarcas diferentes. É um pedido que um juiz envia a outro de outra comarca.
Assim, um juiz (dito deprecante), envia carta precatória para o juiz de outra comarca (dito deprecado), para citar/intimar o réu ou intimar testemunha a comparecer aos autos. É uma competência funcional horizontal, não havendo hierarquia entre deprecante e deprecado.
Precatório: Precatórios são formalizações de requisições de pagamento de determinada quantia, devida pela Fazenda Pública assim como pelas suas autarquias e fundações, em razão de uma condenação judicial definitiva.
PROPOSIÇÃO VERDADEIRA 
f) Arrestar e sequestrar possuem nexo semântico com a penhora, mas não com o penhor que pertence à mesma família ideológica da hipoteca
RESPOSTA:
Nexo semântico: A questão investigada é a de como expor a conexão entre os conceitos de significação, entidade e verdade, tomados como noções componentes de uma teoria semântica. Formulado em termos meteóricos, a questão refere-se ao modo como se interconectam as teorias do significado, da verdade e ontologia. O problemático nas relações entre tais conceitos (ou teorias) está em que na definição de cada um deles os outros são utilizados, e tradição nos fornece não apenas diferentes definições, mas também diferentes modos de articulá-las, resultando disso modos distintos de conceituação do conteúdo e da forma da teoria semântica da qual eles fazem parte. 
Arrestar: Apreender por meio de arresto; fazer arresto de. 
Sequestrar: Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado.
 Penhora: A execução por quantia certa tem por objeto expropriar bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor. 
Penhor: Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. 
 Hipoteca: abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel. Subsistem os ônus reais constituídos e registrados, anteriormente à hipoteca, sobre o mesmo imóvel.
PROPOSIÇÃO VERDADEIRA
Questão 3 
A partir da leitura sobre a necessidade da simplificação da linguagem jurídica e da presença das qualidades da comunicação escrita nas produções de textos jurídicos faça uma analogia entre o que foi polemizado acerca de um determinado assunto no texto abaixo 
Texto II
Um professor perguntou a um dos seus alunos do curso de Direito:
- Se você quiser dar a Epaminondas uma laranja, o que deverá dizer?
O estudante respondeu:
- Aqui está, Epaminondas, uma laranja para você.
O professor gritou, furioso:
- Não! Não! Pense como um Profissional do Direito!
O estudante respondeu:
- Ok, então eu diria:
“Eu, por meio desta, dou e concedo a você, Epaminondas de tal, CPF e RG n.º., e somente a você, a propriedade plena e
exclusiva, inclusive benefícios futuros, direitos, reivindicações e outras indicações, títulos, obrigações e vantagens no que
concerne à fruta denominada laranja em questão, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes, transferindo lhe
todos os direitos e vantagens necessários para espremer, morder, cortar, congelar, triturar, descascar com a utilização de
quaisquer objetos e, de outra forma, comer, tomar ou, de qualquer forma, ingerir a referida laranja,
ou cedê-la com ou sem casca, sumo, polpa ou sementes, e qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer
petição, ou petições, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo, fica assim sem nenhum efeito no mundo cítrico e
jurídico, valendo este ato entre as partes, seus herdeiros e sucessores, em caráter irrevogável e irretratável, declarando
Paulo que o aceita em todos os seus termos e conhece perfeitamente o sabor da laranja, não se aplicando ao caso o
disposto no Código do Consumidor. “E o professor então comenta:
- Melhorou bastante, mas não seja tão sucinto…
RESPOSTA 
 
Assim como em todas as ciências, o Direito também possui seus termos técnicos, o juridiquês é definido como o uso excessivo dos termos técnicos do Direito, o que dificulta a leitura e interpretação de muitas peças jurídicas. O Direito é uma ciência social,uma ciência que está completamente integrada a sociedade e que trata das relações sociais e, muitas das vezes, a sociedade tem interesse em saber sobre assuntos jurídicos, mas o excessivo uso de termos técnicos pode gerar um alto grau de complexidade e gerar um desinteresse e desentendimento por parte da sociedade. No texto temos um claro exemplo de como o juridiquês pode complicar algo que poderia ser simplificado, a exemplo da primeira fala do aluno que foi simplificada e a segunda fala, já repleta de termos jurídicos. Portanto há uma necessidade de se simplificar a linguagem jurídica, não abandonando os termos técnicos da ciência do Direito, mas sim evitando um excesso de juridiquês.
4. Cada língua técnica possui um inventário vocabular próprio o que permite linguagem mais precisa. Indispensável,
portanto, a consulta em dicionários especializados, com terminologia técnico-jurídica, de modo a que essa linguagem lhe
seja incorporada. Assim, pesquise o significado dos vocábulos abaixo:
- Achádego: recompensa, prêmio devido a quem restitui coisa achada; alvíssara.
- Alegação: Apresentar como prova ou justificativa; citar algo em defesa de: a testemunha alegou indícios que o inocentavam; alegou ao juiz sua inocência. verbo transitivo direto [jurídico] citar fatos, argumentos que apoiam uma declaração: assassino alegou insanidade mental.
-Ad judicia: que autoriza o procurador legal a praticar atos judiciais, em qualquer foro ou instância (diz-se de cláusula da procuração).
-Ad hoc: designado, nomeado para executar determinada tarefa (diz-se de pessoa).
-Aduzir: expor ou apresentar (razões, argumentos, provas etc)
-Agravo: recurso que se interpõe para juízo ou tribunal superior, a fim de que se modifique ou reforme decisão interlocutória proferida por juiz de instância inferior.
-Autoria: Imputação de um comportamento a uma pessoa.
- Aprazar: Convencionar ou combinar; referir alguma pessoa em juízo.
- Arbitramento: parecer de avaliação feita por peritos de coisa ou fato; decisão decorrente de arbitragem.
- Aval: assinatura lançada em título de crédito, pela qual o assinante se compromete a garantir as obrigações de outra pessoa que figure no documento
- Avença: acordo, convenção entre os litigantes; aveniência
- Conjugando: unir(-se), ligar(-se), juntar(-se) harmonicamente a ou com (algo ou alguém); misturar(-se); combinar(-se)
- Consoante: que 1consoa; concordante, concorde, harmonioso
- Declaração da vontade: É o ato pelo qual alguém manifesta a sua intenção de criar ou extinguir direito ou obrigação. É um meio, expresso ou tácito, pelo qual alguém manifesta sua vontade, com objetivo de produzir efeitos jurídicos.
- Defeso: Significa proibido, vedado. Por exemplo, prevê o artigo 13, do Código Civil, que "salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes" (grifo nosso)
- De pleno direito: Significa que a matéria de fato e de direito, já foram discutidas. A matéria de fato, são os fatos que geraram a ação. A matéria de direito, são as elencadas na Lei. DE maneira que, a expressão de pleno direito, significa que todas as possibilidades, todos os direitos oriundos daquele processo, foram debatidos, bem como encerrados.
- Diligência: ato judicial que os funcionários da justiça executam fora dos respectivos cartórios ou auditórios.
- Entendimento majoritário: Que pertence à maioria; que se baseia na maioria.
- Ementa: sumário ou resumo do que a lei contém, posto em sua parte inicial; rubrica.
- Feito: o processo ou o conjunto dos autos da demanda, da causa ou do pleito
- Garantia: segurança que o credor possui para a satisfação de seu crédito.
- Gravar: sujeitar (bens móveis ou imóveis) a limitações, encargos ou ônus (p.ex., penhor, hipoteca etc.); onerar.
- Ilegitimidade: falta de qualidades necessárias para que algo seja juridicamente válido, admitido ou reconhecido.
- Ilícito: condenado pela lei e/ou pela moral; proibido, ilegal.
- Incurso: sujeito às penalidades previstas em lei.
- Inopino: Que acontece de maneira súbita; que ocorre inesperadamente.
- Lide: Trata-se do conflito de interesses manifestado em juízo. Tal termo é muitas vezes utilizado como sinônimo de ação, porém na verdade aquela (lide) é um meio pelo qual se exercita o direito a esta (ação). Significa demanda, litígio, pleito judicial. Pode ser pendente, quando já houve citação, porém ainda não se proferiu a sentença; e temerária, quando há abuso de direito, em que uma parte litiga apenas para prejudicar outrem.
- Lídimo: reconhecido como legítimo, autêntico.
- Má-fé: Litigância de má-fé ocorre quando uma das partes de um processo litiga intencionalmente com deslealdade e/ou corrupção.
- Mediação: é um procedimento de resolução informal, porém estruturado. Um mediador é designado para facilitar e auxiliar as partes para que estas cheguem a uma solução amigável de uma determinada controvérsia.
- Nua propriedade: direito abstrato de propriedade que resta ao dono do móvel ou imóvel dado em usufruto, cujo titular tem a posse e passa a auferir para si os frutos por ela produzidos, sejam eles naturais ou civis, conforme a coisa e sua administração.
- Núbil: passível de contrair casamento.
- Paradigma: um exemplo que serve como modelo; padrão.
- Penhora: apreensão dos bens de devedor, por mandado judicial, para pagamento da dívida ou da obrigação executada.
- Preliminar: que antecede ao da causa (diz-se de exame ou julgamento de questão, ou desta).
- Réplica: discurso do acusador em resposta ao advogado de defesa.
- Requerente: que ou aquele que requer; requeredor.
- Requerido: É a parte da lide contra a qual é proposta a ação. É o réu da ação, contra o qual o pedido do autor é apresentado. Quando faz as vezes de verbo, a palavra significa aquilo que foi pedido, pleiteado ao julgador.
- Querela: Ação através da qual uma ação jurídica é iniciada, por meio da exposição feita pela parte ofendida ou por quem a representa legalmente; queixa-crime.
- Remição: É o modo pelo qual se desobriga alguém, sem condição alguma para tanto.
- Subsídio: concessão de dinheiro feita pelo governo a determinadas atividades (indústria, agricultura etc.) com a finalidade de manter acessíveis os preços de seus produtos ou gêneros ou para estimular as exportações do país.
- Termo legal: é o momento que caracteriza o estado de falido do devedor.
- Tocante: Que pode estar relacionado com; relativo ou referente: documentos tocantes ao presidente.
- Trânsito em julgado: é uma expressão utilizada no direito brasileiro, que indica o fim da possibilidade de qualquer recurso contra decisão judicia.
5. Lembre-se, em primeiro lugar, de que, na interpretação, as questões são de entendimento do texto. Evite, pois,
deduções pessoais e observe atentamente o que o autor quer dizer. Para uma boa interpretação observe: O texto inteiro
AS LEIS
 Entende-se que as leis são limites que a sociedade impõe à conduta das pessoas com o propósito de possibilitar a equidade e a paz entre elas. A existência das leis pressupõe, portanto, um conflito entre o comportamento do indivíduo e as normas sociais. Se elas são fruto do consenso, como em tese o são, isso não significa que todos a elas obedecem a todo o tempo. A lei é, por definição, coercitiva e punitiva. Ela nos obriga a fazer, por sua força, o que não fazemos por vontade própria. Mas nem por isso é ela contrária à natureza humana, o que seria um despropósito: O conflito entre a lei e a conduta ocorre, quando, porque ela expressa um comportamento correto "ideal", mas que corresponde ao que é comum às pessoas. Melhor dizendo, "ideal" não é o comportamento que a lei determina, mas sua constância, a sua inalterabilidade. Por isso mesmo, para que seja aplicável e eficaz, a lei deve ajustar-se à natureza humana e às condições objetivas da vida social. Não adianta criar uma lei que proíba as pessoas de morrer, como fez outro dia um prefeito, usando de ironia, nem que as proíba de engordar ou de se gripar. Não obstante, há legisladoresque quase chegam a esse exagero. A existência de leis pressupõe ter o legislador o direito de limitar a liberdade dos cidadãos, de proibi-los ou obrigá-los a agir desta ou daquela maneira. Em momentos críticos, esse direito pode ser usado para favorecer o poder do Estado em detrimento das liberdades individuais. Foi o que ocorreu no Brasil, em 1964, quando os militares depuseram o presidente eleito pelo povo e impuseram ao país normas que lhes permitiram perpetuar-se no poder por mais de 20 anos. Há, portanto, leis justas e injustas, leis legítimas e ilegítimas, o que deixa evidente que o aperfeiçoamento das leis é uma tarefa permanente da cidadania. E há também leis bem-intencionadas, que nem por isso são boas e muitas vezes até provocam efeitos contrários à intenção do legislador. São leis quase sempre motivadas pela presunção de que basta mudar as normas para mudar a realidade. Exemplo desse equívoco é a lei que determina a reserva de vagas, na universidade, para pessoas que se declarem negras, pardas ou índias. Considera-se justo dar àquelas pessoas a oportunidade de fazer um curso superior, mas, quando se examina a questão, vê-se que não se trata de uma medida tão justa quanto parece. Ao tentar corrigir a injustiça social que, historicamente, marcou negros, índios e seus descendentes, no Brasil, criar-se-á um tipo de universitário de segunda classe, que não terá chegado ali por seus méritos; além disso, ao privilegiar etnias, a lei discrimina outros jovens brasileiros pobres por serem brancos. Tudo isso porque se tenta, usando de um artifício legal, ignorar o verdadeiro problema e sua verdadeira solução, já que a dificuldade para os estudantes pobres - tenham a cor que tenham - chegarem à universidade decorre da baixa qualidade dos ensinos fundamental e médio que lhes são oferecidos. A solução do problema, portanto, está na melhoria do ensino que prepara o jovem para a universidade, e não numa lei feita para atalhar o caminho. Esse é um aspecto do problema, mas há outros, e um deles é o seguinte: será mesmo uma injustiça se nem todos os jovens do Brasil cursarem a universidade? Será mesmo que só seremos um país justo se, no futuro, nos tornarmos uma nação de 200 milhões de doutores? O que não quer dizer que a pobreza e a qualidade do ensino pré-universitário devam continuar a impedir que cheguem à universidade jovens brasileiros pobres, detentores das qualidades que a formação universitária requer. Não se trata, apenas, neste caso, de fazer justiça, mas também de elevar o nível cultural do país e contribuir, desse modo, para o crescimento econômico e a redução das desigualdades. Outro exemplo, da mania de usar a lei para a "cura" da realidade foi votada no Congresso, esta pretende impedir os pais de darem palmadas nos filhos. Sancionada essa lei, a palmada passa a ser crime, no Brasil. Com isso, o legislador pretende proteger os filhos dos pais. Contudo, as leis podem contribuir para melhorar a sociedade, mas quando vão às causas reais dos problemas, e não quando procuram mascará-los. 
Ferreira Gullar, Folha de S. Paulo. Adaptado
5.Qual a principal temática discutida no texto? 
RESPOSTA: A principal temática do texto é discutir a relação da eficácia e aplicabilidade das leis com a natureza humana e as condições da vida social. O autor defende que as leis sejam criadas não para mascarar os problemas socia - citando o exemplo das cotas raciais e da lei que proíbe os pais de darem palmada nos filhos - mas sim criadas para resolver os problemas reais da sociedade e contribuir para sua melhoria e evolução. 
6.Discorra acerca do fragmento retirado do texto:
“Entende-se que as leis são limites que a sociedade impõe à conduta das pessoas com o propósito de possibilitar a equidade e a paz entre elas. A existência das leis pressupõe, portanto, um conflito entre o comportamento do indivíduo e as normas sociais. Se elas são fruto do consenso, como em tese o são, isso não significa que todos a elas obedecem a todo o tempo. A lei é, por definição, coercitiva e punitiva. Ela nos obriga a fazer, por sua força, o que não fazemos por vontade própria. (...)
RESPOSTA: O autor trata do conceito das leis como sendo uma forma de controle social, pois através das normas que se há um controle social, impedindo conflitos que possam vir a ocorrer decorrente da natureza humana. As normas podem ser costumeiras, as que advêm de costumes humanos e que não precisam ser escritas para serem respeitadas; as normas podem ser estatais, o Estado à sociedade os regramentos; e podem ser naturais, já nascem da natureza humana. A lei nos força a fazer coisas que naturalmente não faríamos, a lei é coercitiva, ou seja, imposta à sociedade, e punitiva, ou seja, quando um individuo fere a lei, este será punido dentro da lei.

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