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2009.2 Lei 11101.05 de Recuperacao Judicial para IBCI

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1 
 
ISSN Nº: 1983-2168 
JANEIRO / 2009. 
Professor Istvan Kasznar PhD. 
Professor Titular da Fundação Getúlio Vargas, na EBAPE – Escola Brasileira de Administração 
Pública e de Empresas; 
Professor – Conferencista do IBMEC; PUC – Pontifícia Universidade Católica e UERJ – Universidade 
do Estado do Rio de Janeiro. 
Economista – Chefe da ACREFI 
CEO da IBCI – Institutional Business Consultoria Internacional. 
Conselheiro Econômico do Instituto Dannemann Siemsen da Propriedade Industrial – IDS. 
 
istvan@fgv.br - istvan@acrefi.org.br - istvan@ibci.com.br 
 
 
 Lei 11.101-05 de Recuperação Judicial. 
 
Istvan Kasznar – PhD / Professor. 
 
 
A Lei 11.101-05 disciplina a recuperação judicial de empresas; a recuperação 
extrajudicial e também a falência da empresa ou do empresário, na figura de devedor, que 
chegou à complexa situação de dificuldades no processo de recuperação e reestruturação 
empresarial. 
No ano de 2005 instituiu-se no Brasil essa Nova Lei sobre as falências e 
concordatas, emitida a 9 de fevereiro e de número 11.101-05. 
 
A sua aplicação é mais endereçada a empresas privadas, do que públicas, porquanto 
diz o artigo segundo: 
“Esta Lei não se aplica a: 
I - empresa pública e sociedade de economia mista; 
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, 
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à 
saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente 
equiparadas às anteriores”. 
Relevante para este estudo é o artigo terceiro, posto que ele trata do plano de 
recuperação judicial, sobre o qual deseja-se versar objetivamente, fornecendo-se algumas 
sugestões de trabalho a quem precisar e quiser fazer reflexões a respeito, haja vista nossa 
experiência e atividades diretas em empresas recuperandas, sobre o assunto. 
Explicita o artigo terceiro sobre a Lei 11.101 – 05: “É competente para homologar o 
plano de recuperação judicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo 
do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede 
fora do Brasil”. 
 
 2 
No que diz respeito às disposições gerais da seção I no processo de recuperação 
judicial e / ou de falência de empresas, merecem atenção especial os artigos quinto e sexto, 
que definem: 
Artigo 5º: “Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência: 
I – as obrigações a título gratuito; 
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou 
na falência, salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor”. 
Artigo 6º: “A decretação da falência ou o deferimento do processamento da 
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em 
face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário”. 
 
Naturalmente e em boa medida é isto o que o devedor procura e precisa: dispor de 
um mecanismo que suspenda, temporariamente que seja, a cobrança das dívidas, para 
suceder mediante o planejamento adequado e interno da empresa uma ordenação, uma 
arrumação e um conhecimento maior dos passivos existentes. 
As dívidas, ao se acumularem, crescendo por conta de juros, multas, cobranças 
legais – judiciais e afins, criam uma posição passiva que precisa ser estimada com acuidade 
e grande atenção. E tanto a posição passiva coberta por garantias, quanto a posição passiva 
a descoberto, importam. 
Ao receber-se o direito de dispor de uma fase de recuperação judicial, é 
imprescindível que a empresa ou devedor levante seus passivos, faça uma detalhada lista de 
dívidas (a quem; o que; porque; quanto; quando; como se formou; como sou capaz de 
pagar; quais acordos fiz ou entabulei; quais são as datas de vencimento de parcelas) e de 
posições credoras, logo de contas e valores a receber (de quem; o que; porque; quanto; 
como se formou; quando; quais acordos fiz ou entabulei; quais são as datas de vencimento 
de parcelas), de forma a determinar se o seu capital de giro é positivo, negativo ou está 
zerado. 
 
É importante verificar se a empresa possui autênticas capacidades de recuperação, 
as quais são, sobretudo sinalizadas pelos seguintes fatores determinantes da recuperação de 
empresas: 
* Capital de Giro positivo e crescente; 
* Capital de Giro Próprio positivo e crescente; 
* Capital de Giro de Terceiros declinante, sem gerar maiores pressões para o 
pagamento de juros ou pelo menos estabilizado; 
* Passivos Circulante e Exigível de Longo Prazo estabilizados, ou decrescentes, pelo 
menos na fase de estabilização, reordenamento e reestruturação empresarial; 
* Retorno dos clientes, com aumento das compras e fidelização crescente; e... 
* Reafirmação de competências estratégicas. 
 
 
Certamente mais moderna e destinada a dar melhores oportunidades à recuperação e 
ao salvamento de empresas em problemas, a Lei no. 11.101-05 possui entre outras 
características importantes a de dar uma concessão, uma chance, uma oportunidade a mais, 
às empresas que sofrem com sérios problemas de administração, desmonte, perda de 
receitas, desagregação de acordos políticos que as mantiveram em situações de barreiras 
artificiais à entrada de concorrentes, insolvência, endividamento, perda ou desaparecimento 
 3 
de rentabilidade, baixos graus de alavancagem operacional e financeira, abertura ao exterior 
dos mercados, concorrência sem ética nem moral, concorrência agressiva, carga fiscal 
excessiva vis à vis os concorrentes oriundos do exterior, e situações afins. 
O requerimento de Recuperação Judicial se faz usualmente na forma prevista nos 
artigos 47 e 48 da Lei 11.101 / 05. 
Uma vez feito o pedido de entrada na recuperação judicial, caso deferida em juízo 
por uma vara de Justiça Empresarial, a empresa pedinte deverá apresentar um Plano de 
Recuperação Judicial. 
É preciso ser bem atento a prazos, posto que a Recuperação Judicial possui 
naturalmente seus ritos, tempos e momentos. Errar um prazo e não atendê-lo pode pôr tudo 
a perder, e em certos casos interpor recursos na Justiça pode não adiantar. 
Vale o que está escrito na Lei; vale o que está editado no Diário Oficial; vale o que 
os juízes da Vara Empresarial que acolheu um processo decidirem e emitirem como 
parecer. 
Este Plano de Recuperação Judicial, ou PRJ, se constitui num instrumento 
fundamental de apresentação e defesa de interesses empresariais, porquanto será a defesa 
da viabilidade de existência e de manutenção das atividades da empresa a futuro perante a 
Justiça; será montado sobre estudos de fluxos de caixa, para demonstrar que a empresa 
possui recuperação financeira em prazo previsível; mostrará os bens e ativos avaliados que 
a empresa possui para continuar exercendo as suas atividades; e corresponde a uma 
autêntica bússola que orientará as ações estratégicas da empresa, com vistas a sair de seus 
problemas. 
A contar da data do recebimento na Justiça do pedido e do Plano de Recuperação 
Empresarial, valem e aparecem as impugnações, os aceites e as recusas referentes às 
propostas de pagamento das dívidas aos credores da empresa. 
Natural e obviamente, ao devedor interessa minimizar a quantidade de recusas, 
impugnações, reclamações trabalhistas e reclamações de fornecedores. Quanto menos 
impugnações sobre o plano PRJ, melhor, o que significa que a proposta feita, de pagamento 
e ordenamento dos passivos para fins de saldar posições “agradou”, ou pelo menos 
“desagradou minimamente”, os credores. 
Quanto mais impugnações, protestos e respostas de negação da aceitação do Plano 
de Recuperação Judicial forem registrados, tanto mais fraca e delicada será a situação da 
empresa que pleiteia em Juízo uma fase de recuperação judicial. Caso a recusa seja muito 
elevada, dada pelos coeficientesde aceitação / recusa previstos em Lei, ocorre o risco de o 
Juiz da vara Empresarial decretar a falência da empresa. 
Isto significa para os devedores empresários que eles necessitam propor e 
administrar uma posição que possa harmonizar e equilibrar os interesses. Como diz o 
ditado, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. 
Ignorar, desqualificar, minimizar as dívidas existentes e registradas, sem dar um 
reconhecimento e alguns valores e bens ao credor, é o mesmo que sujeitá-lo a uma perda. 
Ele recusará o plano e quererá impugná-lo. 
Pagar na plenitude, integralmente, com o gravame dos juros e das multas, pode ser 
sumamente caro e inviável. Então, é de bom senso negociar e propor deságios, taxas de 
desconto, prazos longos e condições facilitadas, para pagar. 
Aqui reside uma das questões – chave do processo de recuperação empresarial em 
condições de reestruturação: quanto propor e aceitar, de pagamento da dívida, para 
viabilizar a empresa novamente e contar com as simpatias dos credores. 
 4 
A rigor, quanto maiores forem os deságios, as taxas de desconto e quanto menores 
ou ignoradas forem as multas sobre passivos, tanto melhor para o devedor. 
Esta determinação de valores dependerá do quanto se é hábil em sensibilizar e 
transmitir aos credores a situação real da empresa. 
Afinal de contas, na assunção da dívida entendida como “impagável”, a partir de 
certo momento, os credores e o devedor se tornam “sócios”, no mesmo infortúnio. Eles 
precisam juntos encontrar um termo, um acordo, um denominador comum de valores, que 
permita facilitar a sobrevida, a re-oxigenação da tessitura empresarial que se perdeu, para 
reencontrar mais adiante fluxos de caixa positivos que paguem a dívida. 
Note-se que quando a economia está aquecida, há maior evolução do produto 
interno bruto - PIB e em geral das vendas nas empresas (daquelas que possuem correlação 
positiva das suas vendas, com o PIB, ou R2 > 0 e função limite da correlação tendente a 1 ). 
Quando, contudo, existe uma contração no PIB e a economia se dirige ou está em 
recessão, as vendas tendem a cair, em que pesem os esforços de marketing, de vendas e de 
políticas de preços. Nesta situação, a recuperação de empresas é bem mais difícil. E com 
vendas menores, aumenta o risco de demissão de pessoal e de geração de mais 
desempregados. 
Isto há de ser levado em consideração. E possui fundamento e relacionamento com 
os dizeres do artigo 47 da Lei 11.101-05, que proclama: 
“A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise 
econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do 
emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo assim, a preservação 
da empresa, sua função social e o estímulo da atividade econômica”. 
O Plano de Recuperação Judicial – PRJ é um instrumento econômico, financeiro, 
mercadológico e jurídico. Ele solicita a junção de esforços de profissionais de áreas 
numerosas de uma empresa, para que se pense se realmente a empresa é viável num 
horizonte temporal de longo prazo; se existe efetiva e realmente indicação de lucros 
auferíveis a futuro, que superem as dívidas existentes; se são positivas as chances de voltar 
ao mercado e de assumir uma posição que venha a gerar capital próprio positivo; se é 
possível oferecer aos credores condições aceitáveis de pagar as dívidas num prazo de dois 
anos, a partir do deferimento do prazo de recuperação judicial; se é preciso negociar prazos 
bem mais extensos, o que é o usual, sem considerar, porque não são incluídas nem 
solicitadas, as dívidas fiscais; e se é possível juntar esforços com os colaboradores, para 
aproveitar ao máximo o período de dois anos que é concedido, para arrumar a casa. 
 
Do ponto de vista da Lei 11.101-05, a seção III trata claramente do que há de 
constar no Plano de Recuperação Judicial, em seu artigo 53: 
“O Plano de Recuperação Judicial será apresentado pelo devedor em juízo no prazo 
improrrogável de 60 dias (sessenta) da publicação da decisão que deferir o processamento 
da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: 
I – Discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, 
conforme o artigo 50 desta Lei e seu resumo; 
II – Demonstração de sua Viabilidade Econômica; e 
III – Laudo Econômico-Financeiro e de Avaliação dos bens e ativos do devedor, 
subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. 
 5 
§ único:. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o 
recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais 
objeções... “. 
 
Ao montar e contratar um Plano de Recuperação Judicial, o Conselho de 
Administração e o Presidente de uma empresa precisam avaliar bem se o fazem porque 
querem apenas estender o período de sobrevida da firma, ou porque realmente acreditam 
que possuem oportunidades e capacidade de ultrapassar um período recente e atual de 
grandes problemas e vicissitudes. 
È complexo este momento, posto que o dono da empresa, os acionistas, os 
executivos da organização, e até a população de um modo geral podem nutrir simpatias e 
sentimentos por uma organização. 
Empresas tradicionais, cuja dimensão foi grande no passado, podem sofrer muito 
com o seu processo de desagregação. Imobilizadas com máquinas e equipamentos de outros 
tempos, cuja produtividade é bem menor que a de equipamentos de última geração, trazidos 
do exterior após o período de distensão e permissão crescente de importações, essas 
empresas podem não ser páreo para seus novos e agressivos concorrentes. 
Empresas que desfrutaram da criação legal de obstáculos à entrada em seus 
mercados, de concorrentes, por décadas, podem sentir com uma penada e mudança de 
ideologia ou grupo político assumindo o poder, os efeitos de sua perda de forças e alianças 
estratégicas. 
Empresas que mantiveram-se as mesmas, e cujos dirigentes não se modernizaram na 
Nova Economia, perderam o passo. Seu mercado pode existir, mas se as mentes dos 
dirigentes não se atualizaram aos tempos das comunicações em tempo real; da minimização 
de estoques e empréstimos; e da terceirização, é bem capaz que não tenham chances de 
sobreviver no mercado. 
Portanto, é fundamental que se faça e se estabeleça um diagnóstico organizacional 
completo, para definir e conhecer a situação real de uma empresa e propor medidas 
integradas e coerentes, que possam tirar uma empresa de seus problemas, caso se torne 
evidente que as oportunidades de ganhar e lucrar são maiores que as de simplesmente 
fechar as portas. 
 
O que se pretende com o Plano de Recuperação Judicial – PRJ. 
 
São bem variadas as razões que levam ao pedido de recuperação judicial, com vistas a ter 
dois anos para “pôr a casa em ordem”. Entre elas, destacam-se as seguintes. 
 
• Para ganhar tempo e “pôr a casa em ordem”; 
• Para conhecer melhor suas próprias potencialidades, a nova realidade do mercado e 
adequar-se a ele administrativa, diretiva, econômico-financeira, legalmente e outras; 
• Para suspender todas as ações e execuções que são movidas em face da empresa 
problemática; 
• Para desbloquear valores penhorados on-line; 
• Para a suspensão imediata das exigências de valores devidos por conta de operações 
de crédito; de exigências e de demandas trabalhistas, o que inclui garantias de 
natureza real ou pessoal; 
 6 
• A dispensa imediata e urgente da apresentação de certidões negativas solicitadas por 
entidades e empresas públicas, para que a empresa requerente volte a exercer suas 
atividades; 
• A dispensa de barreiras burocráticas de Estado, para que a empresa tenha condições 
e capacidade de fechar contratos com órgão e entidades governamentais; 
• Para contar com um Administrador Judicial; 
• Para ter os assuntos formalizados,dentro da Lei, conformes com a boa prática 
econômica e jurídica, ante o Ministério Público; as Fazendas Públicas federal, 
Estadual e do município onde se localiza a sede; 
• Para dispor da expedição e da publicação do edital previsto conforme cada caso no 
§ 1º do artigo 52 da Lei 11.101-05; 
• Para num novo processo de relacionamento, prestar contas demonstrativas mensais 
pelo tempo que o processo durar; 
• Para dar força e fé aos seus colaboradores, com a meta de superar os momentos 
difíceis e em dois anos estar novamente em condições de trabalhar normalmente. 
 
 
 
À luz das considerações anteriores, quatro temas merecem atenção especial de quem 
faz e desenvolve o Plano de Recuperação Judicial. Serão eles apresentados em síntese a 
seguir, como fruto dos trabalhos na área de recuperação de empresas, pela IBCI. 
 
 
 
Laudo pericial de avaliação econômico – financeira. 
 
O laudo pericial de avaliação econômico – financeira fornece uma posição analítica 
desenvolvida por profissionais de Economia, Finanças, Contabilidade, Auditoria, Direito 
Econômico e Controladoria, mormente, que estima e projeta o valor da empresa por dado 
período de tempo. 
Este laudo de avaliação há de considerar o valor dos ativos existentes na empresa; a 
sua capacidade de utilização; o mercado e a demanda; os preços praticados e praticáveis; os 
créditos e recebíveis, contrapostos com as dívidas, inclusive as fiscais, trabalhistas e 
financeiras. 
A rigor, o que se visa é determinar se ao valor atual o fluxo de entradas previstas 
será maior que o fluxo de saídas. Caso o valor atual líquido for positivo e significativo, a 
empresa terá valor, logo mostrará capacidade de geração de riqueza. A este se chamará de 
good-will. 
Caso ao valor atual o fluxo se revele insistentemente negativo, surgirá o Bad-Will, 
isto é, um valor negativo, o que mostrará a inviabilidade de continuação da empresa. 
O relevante é que se possa demonstrar a viabilidade da empresa e sua real 
capacidade de recuperação. Neste sentido, é de bom alvitre utilizar hipóteses que sejam 
realistas, prudentes e essencialmente honestas. 
Hipóteses e projeções mal elaboradas, abusivas e sem credibilidade são por razões 
óbvias o objeto de ataque e agressão justificada por parte de credores. Eles podem na hora 
 7 
da defesa e solicitação de um Plano de Recuperação Judicial recusar um plano, 
justificadamente, sobre estas bases. 
O Laudo haveria de ser assinado por quem possui real experiência e saber no ramo. 
O processo de avaliação requer conhecimentos de macroeconomia; microeconomia; 
finanças empresariais; finanças corporativas; matemática financeira; projetos de 
investimento; direito; tecnologia; organização, métodos, sistemas e inteligência gerencial. 
 
Avaliação de bens; Avaliação de ativos; Avaliação de Intangíveis. 
 
 Freqüentemente, após a quebra e a iliquidez empresarial, os credores processam a 
empresa e procuram na Justiça bloquear, arrestar e penhorar seus bens. 
 Os bloqueios on-line tiram a capacidade de pagamento e tornam particularmente 
difícil a capacidade de sobrevida da empresa. 
 Quando muito, a empresa volta-se à venda discreta de seus bens tangíveis, em parte 
ou no todo, com a meta de se capitalizar. O risco está em ser descoberto no ato de vendas 
de imóveis, máquinas e equipamentos, e aparecer mais uma enxurrada de ações de 
fornecedores dedicados ao bloqueio dos ativos pretendidos de serem postos à venda. 
 Por estas razões, seja para venda em condições superáveis das vicissitudes 
existentes, seja para venda de bens que servem de garantia de pagamento de dívidas com 
fornecedores, seja para fazer funcionar bens tangíveis e intangíveis que recuperarão os 
pagamentos junto aos credores dos tipos I (trabalhistas); tipo II (fornecedores); e tipo III 
(quirografários), é preciso fazer uma avaliação de ativos bem qualificada, detalhada e 
realista. 
 A avaliação há de levar em consideração o estado dos equipamentos; o grau de 
utilização e portanto de ociosidade; a capacidade de reposição, em especial se os 
equipamentos são importados; a demanda de mercado; o preço de mercado; o preço de 
reposição e o preço histórico. 
 
Penhoras 
 
A empresa insolvente e com problemas de liquidez tende a pagar o que lhe é 
estritamente imprescindível para sobreviver por mais uns meses e procura fazer acordos 
com fornecedores e instituições que podem conceder prazos. 
Ao não pagar, enfrenta crescentes atritos e desgastes de relacionamento com os seus 
fornecedores. Não raro, na medida em que o tempo passa, os fornecedores vão aumentando 
a pressão sobre a empresa devedora, seja antes, seja depois da recuperação judicial. 
Ameaçam em protestar títulos; cobram na justiça; acionam advogados para processar a 
empresa; e visam penhorar todo e qualquer recurso bancário e bem que consigam 
identificar, a seu próprio favor. 
Deste ponto de vista, é imprescindível que se evite a falta de comunicação, a 
acefalia de comunicação, a entropia, com relação aos trabalhadores (classe I); aos 
fornecedores (classe II) e aos quirografários (classe III). 
Revela a experiência que o bom contato, amiúde, com os fornecedores, pelo 
devedor, leva a acordos melhores, menos complicados e bem mais realizáveis. 
Portanto, é preciso que a empresa em apuros, que entrará ou estará por entrar em 
recuperação judicial, se comunique ao máximo com os seus credores. 
 8 
Cada credor possui uma natureza diferente, um interesse diferente e um valor a 
receber de montantes diferenciados. Deste modo, é importante tratar cada classe de credor 
de forma diferente e fazer um acordo imediato em especial com a classe I. 
A classe I, trabalhista, possui freqüentemente milhares de dívidas abertas e 
pequenos valores a pagar aos ex-funcionários. Se a empresa não paga, então recebe uma 
enxurrada de ações contra ela e isto complica a sua vida com advogados, freqüentemente 
no país inteiro (no caso de existirem filiais). 
E há escritórios de advocacia, especializados na defesa de seus clientes, que 
possuem extraordinária habilidade em penhorar bens e contas correntes. 
Antes que isto aconteça, é importante gerar na empresa a Lista ABC, ou a Lista por 
decís, de identificação dos “quantos dos 10% maiores credores tem quanto X% a receber”, 
para determinar o que, o quanto e o como melhor pagar. 
Quando o quadro é extremo, de inadimplência geral e se entrou no pedido de 
recuperação judicial, a situação muda, posto que não há mais como diferenciar credores e 
todos entram no processo de tratamento igual, com equidade. E as penhoras se repetem. 
Lidar e dialogar com a Justiça é essencial, para comunicar novidades; sensibilizar 
sobre a realidade e encontrar os mais corretos procedimentos. 
 
Relação com credores. 
 
O respeito e a comunicação com os credores são um elemento vital do processo de 
solicitação e evolução de um Plano de Recuperação Judicial. 
A equipe da presidência, da diretoria e das gerências que montará o PRJ precisará 
atender adequadamente esta questão. Isto porque haverá tantas indagações e 
questionamentos, quantos credores houver, a reclamarem os seus direitos. 
A relação com os credores de preferência haverá de ser: clara; transparente; 
comunicativa; atualizada; aberta e sincera. Melhor mostrar a realidade, como ela é, que 
“esconder” algo, o que gera as mais complicadas especulações. 
Mostra a experiência que desprezar os credores e sua relação com eles, é caminho 
aberto a crises maiores e processos bem mais caros. 
Esta área, a dos credores, é nevrálgica para uma empresa que quer se recuperar. Por 
ser de tamanha importância, é de bom senso que exista um grupo de profissionais internos e 
tarimbados, da empresa, lidando com o assunto. 
Diversas empresas e seus dirigentes se retraem ou visam evitar entrar em contato 
com os trabalhadores, os sindicatos,os fornecedores e os quirografários. Isto é equivocado. 
Mesmo que se possam esperar “agressões”, críticas acaloradas e ameaças de todo tipo, é 
preciso que o devedor assuma uma posição clara e comunicativa, baseada na realidade, para 
mostrar o que e como enfrenta seus desafios. 
A superação dos problemas está no diálogo. 
Este não pode ser delegado a quem de fora da empresa. 
 
 
 
 
Bibliografia 
 
 
 9 
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