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resumo e perguntas joaquim

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FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: FAMÍLIA E REALIDADE SOCIAL
VELHICE, SEXUALIDADE E FAMÍLIA
ADELMA MARANHÃO PRATA
GLAUCIENE RODRIGUES DE CARVALHO
JÉSSICA ALVES FERREIRA DE MELO
JOSÉ JOÃO FERREIRA
PROF°: JOAQUIM CESÁRIO DE MELLO
Recife, 2013.
	Os idosos atualmente tem tido maior visibilidade na sociedade. A mídia e pesquisadores tem estudado com maior intensidade seus sofrimentos emocionais e suas perdas, o idoso tem deixado de ser visto como um indivíduo impossibilitado ou incapaz de cuidar de si mesmo. Segundo Cordioli, a preocupação com o desenvolvimento de técnicas para atendimento psicoterápico de idosos tem acompanhado o crescimento da população nessa faixa etária (2008, pág. 792).
	Observamos que o idoso vem ocupando uma maior visibilidade no campo científico e social. Em décadas anteriores este contingente habitava em ambientes privados e eram percebidos como pessoas incapazes e inúteis, atualmente ocupam maior espaço no mundo público. Esta atuação traz a uma nova perspectiva no que range esta fase do desenvolvimento, abrindo novos espaços para discutir acerca do processo de envelhecimento. As limitações físicas e a certeza da temporalidade são aspectos relevantes para arte de envelhecer. O corpo e o tempo estão associados ao envelhecimento e de acordo com essa articulação emergirão diversos modos de velhice. Enfatizamos que essa articulação perpassa por um contexto social e político.
	A representação social do idoso em nossa sociedade está vinculada a uma visão negativa a partir das transformações que o corpo apresenta em uma dimensão física: cabelos brancos, as rugas - determinam a identidade desse corpo. Neste sentido o velho é visto como um atributo negativo, estigmatizado, no que se referem as suas características próprias, ao papel que este representa no patamar social, econômico, cultural dentro do contexto da própria velhice. 
	Freud ao entrar na faixa etária dos 50 anos apresenta uma visão sobre tal assunto, diz que a idade dos pacientes é relevante para definir a adequação ao tratamento psicanalítico, já Abraham vem contrariando a idéia de Freud, apresenta que a idade da neurose em termos de prognostico é mais relevante do que a idade do paciente (apud Cordioli, 2008).
	A velhice é uma temporada de grandes perdas de elementos significativos: saúde física, diminuição das capacidades, perda do cônjuge, aposentadoria e diminuição das responsabilidades. Para atravessar esse intervalo com relativo sucesso é importante encarar a velhice como uma continuação e não apenas como o fim do ciclo vital. Neste contexto é interessante preservar a auto-estima, por outro lado é igualmente muito difícil essa manutenção, visto que nessa fase da vida já passaram por inúmeras perdas e traumas narcísicos.
A instituição família desprovida da responsabilidade e do compromisso com o membro idoso, apresenta uma dinâmica inadequada para lidar com ele. Um desrespeito, uma contrariedade, pode gerar no idoso reações emocionais causadoras de sentimentos de raiva, hostilidade e medo. A ausência de manejo no interior da família centralizado na harmonia alimenta comportamentos desagradáveis no idoso, desembocando em conflitos sem soluções. A velhice é um tempo que envolve diversas modificações nas relações familiares. 
“A relação com os filhos modifica-se, com uma progressiva modificação de papeis. Os filhos passam a ser as pessoas com quem os pais se relacionam em mais igualdade de condições e, mais tarde, podem chegar a ser os pais de seus pais, no sentido de cuidados e responsabilidades financeiras e mesmo jurídicas.” (Eizirik, 2013; p. 235).
Diante dessa problemática alguns optam por viverem em instituição de longa permanência, por outro lado, a família, por não apresentar uma vida psíquica estável, entregam seus idosos para as instituições deixando sob total responsabilidade dos cuidadores do abrigo, expondo-os a uma velhice solitária e angustiante. Considerando que a família é base para nos inserir no mundo, e referência para construção da subjetividade, essas pessoas amargam uma velhice permeada de tristeza, abandono e solidão.
	Em relação a libido nesta fase podemos dizer que:
 “O sexo e o amor na velhice mudam o caráter explosivo e exuberante da juventude, tomando a forma de ternura, do carinho, do toque sutil, da valorização, da sensibilidade, dos pequenos gestos, respeitando as diferenças de suas manifestações no homem e na mulher.” (SANTOS, 2003; pág. 33). 
A sexualidade sem dúvida é uma busca de prazer e na velhice essa prática para amar não se acaba com a idade, buscam outras formas de prazer e assim recria o ato de amar. A partir de outra visão da sexualidade e do amor, o idoso redescobre um sentido para esta fase da vida e não se vê apenas como um sujeito que chega ao fim. Tal descoberta se concentra na capacidade de amar que ultrapassa os limites da cronologia, esta capacidade se estende a fatores de ordem psicológicas e afetivas.
REFERÊNCIAS
	BASSOLS, Ana Margareth Siqueira; EIZIRIK, Cláudio Laks. O ciclo da Vida Humana: Uma Perspectiva Psicodinâmica. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
	CARDIOLI, Aristides Volpato (Org). Psicoterapias: Abordagens Atuais. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
	SANTOS, Sueli Souza. Sexualidade e Amor na Velhice. 1ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2003.

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