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Penal 4 Anotações

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Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 1 
 
 
Direito Penal IV 
Professor: Kleber 
Sumário 
Doutrina.................................................................................................................................................. 3 
Provas .................................................................................................................................................... 3 
PPC – Plano Pedagógico do Curso ...................................................................................................... 3 
Atividades Práticas Teóricas ................................................................................................................. 3 
UNIDADE 1 - Administração Pública..................................................................................................... 3 
UNIDADE 2 - Legislação Penal (Especial) – Tópicos de Penal ........................................................... 3 
Crimes praticados por Funcionário Público I ................................................................................................... 5 
I - Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. ........................................................................................ 5 
1.1. Conceitos de Administração Pública e funcionário público para o Direito Penal. ......................... 5 
Histórico da Administração Pública ....................................................................................................... 5 
Mecanismos para controle dos poderes da Administração Pública. .................................................... 5 
1.2. Distinção entre funções precípuas e concorrentes da administração pública. .............................. 7 
1.3. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios................................................................ 7 
Instâncias da Administração Pública no Direito Penal .......................................................................... 8 
1.4. Conceitos de funcionário público e, funcionário público por equiparação, previstos no Código 
Penal; distinção do conceito de múnus público. ................................................................................................... 8 
1.5. Distinção entre o conceito de funcionário público, previsto no Código Penal, e autoridade 
pública, prevista na Lei n 4898/1965: natureza das funções exercidas; aplicação do princípio da especialidade 
e derrogação tácita de dispositivos do Código Penal. .......................................................................................... 8 
1.6 A aplicação do principio da insignificância aos crimes contra Administração Pública. .................. 9 
II Crimes em espécie praticados por funcionário público. ....................................................................... 10 
2.1. Peculato. ............................................................................................................................................ 11 
Elementos do tipo penal ...................................................................................................................... 11 
1º. Peculato Apropriação (Peculato Próprio) ....................................................................................... 11 
2º. Peculato Desvio (Peculato Próprio) ............................................................................................... 11 
3º. Peculato de Uso (Peculato próprio) ............................................................................................... 11 
4º. Peculato Furto (Peculato Impróprio). ............................................................................................. 12 
4º. Peculato culposo ............................................................................................................................ 13 
Peculato mediante erro de outrem............................................................................................................ 14 
Classificação Doutrinária do crime de peculato .................................................................................. 14 
2.2 Concussão ..................................................................................................................................... 15 
- Elementos do tipo. ............................................................................................................................. 15 
Classificação doutrinária ...................................................................................................................... 16 
Bem jurídico protegido ......................................................................................................................... 16 
Consumação ........................................................................................................................................ 16 
Ação penal publica............................................................................................................................... 16 
- Excesso de exação. .......................................................................................................................... 16 
- Circunstância de aumento de pena.................................................................................................. 16 
Aula 2 – Crimes praticados por Funcionário Público. Parte II. ...................................................................... 17 
Corrupção passiva .................................................................................................................................... 17 
Elementos do crime: ............................................................................................................................ 17 
1.1. Análise do tipo penal. ............................................................................................................. 18 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 2 
1.2. Confronto com os delitos de concussão e prevaricação. ...................................................... 19 
1.3. Incidência do princípio da insignificância............................................................................... 20 
1.4. Corrupção passiva privilegiada .............................................................................................. 22 
Facilitação de contrabando ou descaminho ............................................................................................. 22 
1.5. Confronto com o delito de concussão ................................................................................... 23 
1.6. Confronto com o delito de e prevaricação: ........................................................................... 23 
Prevaricação ............................................................................................................................................. 23 
Condescendência criminosa ..................................................................................................................... 25 
Advocacia administrativa .......................................................................................................................... 26 
Circunstância de aumento de pena ..................................................................................................... 27 
Abandono de função ................................................................................................................................. 27 
Causa de aumento de pena ................................................................................................................ 28 
Causa Especial .................................................................................................................................... 28 
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado ................................................................28 
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ................ 30 
Usurpação de função pública ................................................................................................................... 30 
Causa de aumento de Pena ................................................................................................................ 30 
Resistência ................................................................................................................................................ 31 
Modalidade qualificada ........................................................................................................................ 31 
Concurso de Crimes ............................................................................................................................ 32 
Resistência x embriaguês.................................................................................................................... 32 
Desobediência........................................................................................................................................... 32 
Divergência na esfera da Administração Pública ................................................................................ 32 
Desacato ................................................................................................................................................... 32 
Divergência Doutrinária ....................................................................................................................... 33 
Desacato praticado por advogado no júri ............................................................................................ 33 
Resumo dos crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração ..................................... 34 
Tráfico de Influência ou exploração de prestígio ...................................................................................... 35 
Caso de aumento de pena .................................................................................................................. 35 
Exploração de prestígio ............................................................................................................................ 35 
Corrupção ativa ......................................................................................................................................... 36 
Causa de aumento de pena ................................................................................................................ 36 
Descaminho .............................................................................................................................................. 37 
Contrabando.............................................................................................................................................. 38 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA ....................................................................... 39 
Denunciação caluniosa ............................................................................................................................. 39 
Caso de aumento de pena .................................................................................................................. 40 
Caso de redução de pena ................................................................................................................... 40 
Comunicação falsa de crime ou de contravenção .................................................................................... 40 
Fraude processual .................................................................................................................................... 41 
Caso de aumento de pena – Inquérito Policial – procedimento penal................................................ 41 
Favorecimento pessoal ............................................................................................................................. 41 
Caso de redução de pena ................................................................................................................... 42 
Exceções.............................................................................................................................................. 42 
Caso de isenção de pena (Inexigibilidade de conduta diversa) .......................................................... 42 
Favorecimento real ................................................................................................................................... 42 
Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito .................................................. 43 
Exceção ............................................................................................................................................... 43 
Legislação penal especial .............................................................................................................................. 44 
Lei 8072/1990 – Lei dos Crimes Hediondos ............................................................................................. 44 
Crimes equiparados a Hediondo ......................................................................................................... 44 
Associação criminosa .......................................................................................................................... 45 
Delação premiada ................................................................................................................................ 45 
Tortura ou tráfico ............................................................................................................................................ 45 
Súmula Vinculante 26 .......................................................................................................................... 46 
Revisão para AV1 ........................................................................................................................................... 46 
Aplicação Prática Teórica ......................................................................................................................... 48 
Aula 01 ................................................................................................................................................. 48 
Aula 02 ................................................................................................................................................. 50 
Aula 03 ...................................................................................................................................................... 52 
Aula 04 ................................................................................................................................................. 54 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 3 
Aula 05 ................................................................................................................................................. 56 
Aula 06 ................................................................................................................................................. 58 
Aula 07 ................................................................................................................................................. 61 
 
 
Doutrina 
Grecco, Nute, capez, Cleber Mason. 
Provas 
Mesmo critério AV1 com consulta. 
PPC – Plano Pedagógico do Curso 
Vai passar por e-mail 
Atividades Práticas Teóricas 
A cada aula se corrige os cadernos 
UNIDADE 1 - Administração Pública 
Crimes contra a Administração Pública 
Funcionário Público x Servidor Público 
Próprio x impróprio 
UNIDADE 2 - Legislação Penal (Especial) – Tópicos de Penal 
Lei das armas de fogo 
Porte uso e disparo de armas de fogoLei de drogas 
Tráfico de drogas, 17 verbos que o caracterizam. 
Art. 28 – descriminalazição? 
Abuso de Autoridade 
Crimes praticados pela autoridade pública derivados de conduta 
abusiva. 
Crimes Hediondos 
Lei 8092/90 
Crimes de Trânsito 
Dolo eventual? 
Falta de habilitação 
Racha 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 4 
Lei Maria da Penha 
Discussão de não haver Lei que protege o homem quando apanha. 
Lei de Tortura 
Se é abrangido pela Lei de crimes hediondos, se é válida ou não. 
 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 5 
Unidade I – Crimes praticados 
contra a Administração Pública 
Crimes praticados por Funcionário Público I 
I - Considerações gerais: Bem jurídico tutelado. 
Administração Pública 
1.1. Conceitos de Administração Pública e funcionário público para o Direito Penal. 
Histórico da Administração Pública 
 Tem início em Roma. 
Princípios 
Art. 37, caput – LIMPE = Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, 
Publicidade, Eficiência. 
Legalidade 
Os atos da Administração Pública gozam presunção de legalidade. 
Impessoalidade 
Os atos devem ser em favor da sociedade como um todo 
Moralidade 
 
Publicidade 
 
Eficiência 
Art. 34 CRFB/1988 
Mecanismos para controle dos poderes da Administração Pública. 
Poder de polícia, poder discricionário, poder de autotutela, posturas 
públicas, polícia de trânsito, polícia preventiva (PM), polícia Administrativa (civil 
– estadual e federal). 
Poder de policia 
 Polícia ≈ controle da sociedade 
 Poder em que o Estado através de sua Administração pública exerce o 
controle da sociedade 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 6 
Direito Constitucional e Direito Administrativo 
“Exercício de uma das funções vitais do Estado no âmbito da divisão de 
poderes”.(PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.3.6.ed. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, pp 387) 
Direito Penal 
Toda a atividade funcional do Estado, seja subjetivamente (órgãos 
instituídos para a concreção de seus fins), seja objetivamente (atividade estatal 
realizada com fins de satisfação do bem comum). (PRADO, Luiz Regis, op.cit. 
pp 387/388). 
Crimes contra a Administração Pública. 
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: 
... 
I - os crimes: 
... 
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; 
Reclusão e detenção 
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-
aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo 
necessidade de transferência a regime fechado. 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a 
progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do 
dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os 
acréscimos legais. 
Perda do cargo, função ou mandato eletivo 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior 
a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública; 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. 
Circunstância de aumento de pena 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes 
previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função 
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de 
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. 
 Considerado crime com abuso de confiança. 
 Exoneração: ato discricionário do administrador 
 Demissão: pena, resultado de um processo administrativo. 
 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 7 
 
Divulgação de segredo 
Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento 
particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou 
detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outrem: 
... 
§ 1o-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, 
assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco 
de dados da Administração Pública: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
§ 2o Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal 
será incondicionada. 
1.2. Distinção entre funções precípuas e concorrentes da administração pública. 
 
1.3. Distinção entre crimes funcionais próprios e impróprios. 
Crime funcionais são aqueles perpetrados por funcionário público no 
exercício de suas funções ou em decorrência destas sendo, classificados em 
próprios e impróprios (mistos). 
Crimes Funcionais Próprios 
São aqueles em que, caso não esteja presente a elementar do tipo 
“funcionário público” a conduta será considerada atípica. 
Ex. prevaricação 
Crimes Funcionais Impróprios 
São aqueles nos quais, uma vez excluída a elementar “funcionário 
público” a conduta será tipificada como outro crime, por ex. a relação entre os 
delitos de peculato (art.312, CP) e apropriação indébita (art.168, CP) ou furto 
(art.155, CP). 
Circunstâncias incomunicáveis 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Peculato 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer 
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, 
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 8 
Instâncias da Administração Pública no Direito Penal 
 Toda vez que um funcionário houver cometido um crime contra 
Administração, esta deve impetrar contra aquele duas esferas de ação: 
Administrativa e Pública 
Ação penal 
 Pode ter efeito na Administrativa de acordo com o resultado, podendo 
inclusive extinguir a Ação Administrativa. 
Ação Administrativa 
 Pode ter reflexo na penal somente para base de prova. 
1.4. Conceitos de funcionário público e, funcionário público por equiparação, previstos 
no Código Penal; distinção do conceito de múnus público. 
“o que importa é a natureza da função exercida pelo agente e não a 
forma de investidura na Administração” (CAPEZ, Fernando. Curso de Direito 
Penal. V.4. 4.ed. São Paulo:Saraiva, 2010, pp 53). 
Funcionário público 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, 
embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
Funcionário Público por equiparação 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de 
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
 Para efeitos penais o conceito de servidor e funcionário público se 
equivalem. 
1.5. Distinção entre o conceito de funcionário público, previsto no Código Penal, e 
autoridade pública, prevista na Lei n 4898/1965: natureza das funções exercidas; 
aplicação do princípio da especialidade e derrogação tácita de dispositivos do Código 
Penal. 
 Segundo o princípio da Especialidade há derrogação tácita de 
dispositivos do Código Penal pela Lei 4898/1965 que “Regula o Direito 
de Representação e o processode Responsabilidade Administrativa 
Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade”. 
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce 
cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração. 
Exemplo(1): 
Código Penal 
Violência arbitrária 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 9 
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-
la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à 
violência. 
Lei 4898/1965 
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
i) à incolumidade física do indivíduo; 
... 
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa 
civil e penal. 
... 
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 
56 do Código Penal e consistirá em: 
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros; 
b) detenção por dez dias a seis meses; 
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função 
pública por prazo até três anos. 
 
Exemplo(2): 
Código Penal 
Art. 150, CP - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou 
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em 
suas dependências. 
Lei 4898/1965 
Art. 3º, Lei n.4898/1965. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado: 
b) à inviolabilidade do domicílio; 
 
1.6 A aplicação do principio da insignificância aos crimes contra Administração 
Pública. 
A Doutrina vem se manifestando favoravelmente a admissão. 
Para a aplicação do princípio da insignificância, consoante 
entendimento do Supremo Tribunal Federal, é indispensável o preenchimento 
de determinados requisitos: 
a) mínima ofensividade da conduta do agente, 
b) nenhuma periculosidade social da ação, 
c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento 
d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Posição da jurisprudência 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 10 
Não há que se cogitar a incidência do referido princípio para fins de 
exclusão da tipicidade da conduta, ainda que, em alguns casos sejam 
atendidos os requisitos afetos à lesão patrimonial, pois, segundo o melhor 
entendimento, busca-se tutelar não apenas o erário (patrimônio) público, 
mas, principalmente, a moralidade e probidade da Administração Pública 
no exercício de suas funções. 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PECULATO. APLICAÇÃO DO 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 
1. O entendimento firmado nas Turmas que compõem a Terceira Seção do 
Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não se aplica o princípio da 
insignificância aos crimes contra a Administração Pública, ainda que o valor 
da lesão possa ser considerado ínfimo, uma vez que a norma visa resguardar 
não apenas o aspecto patrimonial, mas, principalmente, a moral 
administrativa. 
2. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ, AgRg no REsp 
1275835/SC; Quinta Turma; Relator: Ministro Adilson Vieira Macabu; julgado 
em 11/10/2011) 
 
II Crimes em espécie praticados por funcionário público. 
TÍTULO XI 
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 CAPÍTULO I 
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
- Elementos do tipo: objetivos, subjetivos e normativos. 
- Sujeitos do delito. 
- Consumação e Tentativa. 
- Modalidades culposas. 
- Figuras qualificadas, majoradas e privilegiadas. 
- O concurso de pessoas e a incidência do art. 30, do Código Penal: comunicabilidade 
das circunstâncias pessoais. 
 Se o particular participa do crime e sabe que o autor do crime é 
funcionário público, é coparticipe. 
- Questões controvertidas- entendimento dos Tribunais Superiores. 
 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 11 
2.1. Peculato. 
Art. 312 - Apropriar-se(1) o funcionário público de dinheiro, valor ou 
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão 
do cargo(2), ou desviá-lo(3), em proveito próprio ou alheio: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 A pena é maior que do que o estelionato pois trata-se de tutela dos 
princípios da Administração pública, principalmente, probidade, 
legalidade e moralidade 
Verbo: (1)apropriar-se= ter para si; 
(3)desviá-lo = dar destinação diferente. 
Elementos do tipo penal 
As condutas dolosas previstas descrevem figuras especiais dos delitos 
de apropriação indébita (caput) e de furto (§1º), caracterizando-se, portanto, 
como delitos funcionais impróprios ou mistos. 
Por outro lado, no caso da conduta culposa, o agente público, por 
meio da quebra do dever objetivo de cuidado, concorre para a prática de 
peculato doloso por outrem. 
 Caso atípico do ordenamento jurídico brasileiro em uma conduta 
culposa do agente incide em um crime doloso. 
a) Apropriação de bens dinheiro ou valor de qualquer outra espécie. 
b) Posse do bem em razão do cargo público. 
1º. Peculato Apropriação (Peculato Próprio) 
É a apropriação da posse de um bem público. 
Configura delito especial de apropriação indébita, caracterizada pela 
qualidade do sujeito ativo, pela lesão ao patrimônio público, bem como à 
moralidade administrativa – à função exercida pelo Estado representado pelo 
agente público. 
2º. Peculato Desvio (Peculato Próprio) 
Desvia a finalidade da utilização do bem público. 
Neste caso, o funcionário dá destinação diversa a res, em benefício 
próprio ou de terceiro. O referido benefício pode ser material ou moral, bem 
como a vantagem não será, necessariamente, de cunho econômico. 
3º. Peculato de Uso (Peculato próprio) 
Direito Penal - IV 
2015-1 
Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 12 
Da mesma forma que no delito de furto, caracteriza-se quando o agente 
utiliza-se de bem infungível, sem o especial fim de agir de 
assenhoreamento definitivo e o restitui de forma completa e integral. No caso 
de uso de bem público, discute-se se o denominado peculato caracterizar-se-ia 
como mero ilícito administrativo. 
Sobre o tema, vide decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio 
Grande do Sul, in verbis: 
Ementa: APELAÇÃO. ART. 312 DO CP. PEÇA DE VEÍCULO. 
PROPRIEDADE DA PREFEITURA MUNICIPAL. EMPRÉSTIMO E 
DEVOLUÇÃO. ANIMO DE APROPRIAÇÃO DEFINITIVA. AUSÊNCIA. 
Comprovado que a peça de propriedade da Prefeitura foi utilizada no veículo 
de forma transitória e logo devolvida, impositiva a absolvição, pois ausente o 
ânimo de apropriação definitiva, que caracteriza o delito do art. 312 do CP. A 
hipótese, coincidente com peculato de uso, não está tipificada no Código Penal, 
só podendo ser responsabilizados por fatos dessa natureza, os Prefeitos 
Municipais, em face do que dispõe o art. 1º , inc. II, do Dec. Lei 201. Recurso 
do Ministério Público improvido. (Apelação Crime Nº 70037611134, Quarta 
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gaspar Marques 
Batista, Julgado em 07/10/2010) 
 Uso  empréstimo sem autorização. 
 É possível o reconhecimento do peculato de uso como mero ilícito 
administrativo, desde que o bem seja infungível – sentimento que 
prevalece apesar da controvérsia sobre a matéria. 
 Para bens infungíveis somente poderá haver sanção na esfera 
Administrativa 
Ainda, vide decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da Terceira 
Região, in verbis. 
EMENTA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. PRESCRIÇÃO DECLARADA 
NA SENTENÇA, À VISTA DA PENA APLICADA. INVIABILIDADE. 
PRESCRIÇÃO RECONHECIDA DE OFÍCIO PELO TRIBUNAL.PECULATO 
DE USO. DINHEIRO. BEM FUNGÍVEL. NÃO CONFIGURAÇÃO. SAQUES E 
TRANSFERÊNCIAS BANCÁRIAS. AUTORIZAÇÃO DO CORRENTISTA. 
AUSÊNCIA DE DOLO. 
(...) Cuidando-se de dinheiro o bem subtraído, não há falar em peculato de 
uso, figura que do objeto material. Precedentes do Supremo Tribunal 
Federal.(TRF 3. ACR 2030 SP 2001.61.14.002030-0. Segunda Turma. Rel. Des. 
Nelton dos Santos. Julgado em 20/09/2011). 
 Dinheiro é bem fungível. 
4º. Peculato Furto (Peculato Impróprio). 
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo 
a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja 
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subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe 
proporciona a qualidade de funcionário. 
 Furto ou apropriação indébita cometida por um funcionário pública 
 Peculato por apropriação indébita. 
 Somente se a apropriação ocorrer em razão do cargo que o funcionário 
exerce. 
Caracteriza-se como sendo a subtração de bem, dinheiro ou patrimônio 
da Administração Pública pelo Funcionário Público em razão da sua função. 
 É necessário um nexo da causalidade entre o resultado e a função que 
o servidor ocupa. 
Subtração de bem móvel da Administração pública. 
5º. Peculato culposo 
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Não há intenção de extravier bem. Imperícia imprudência ou 
negligência. 
Administrativamente é uma conduta muito grave mas a Administração 
pública trabalha com o bom senso. Pode-se não responder criminalmente mas 
pode responder um ação de improbidade ação civil. 
 A negligência, imprudência ou imperícia do agente há a subtração de 
bens públicos. 
- Reparação do dano e extinção da punibilidade (peculato CULPOSO) 
O peculato culposo admite o perdão judicial ou a causa de diminuição de 
pena. 
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à 
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade(1); se lhe é posterior, reduz de 
metade a pena imposta(2). 
 (1) Extinção de Punibilidade: se a reparação se dá antes da sentença 
transitada em julgado. 
 (2) Causa de redução de pena: se a reparação se dá após a pena 
transitada em julgado 
- Arrependimento posterior para Peculato DOLOSO. 
 Aplica-se a regra do arrependimento posterior 
Arrependimento posterior 
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, 
reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da 
queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. 
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 Caso de redução de pena 
 Reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia 
ou queixa 
 Por ato voluntário do funcionário público e desde que não na 
consumação do crime não ocorra violência ou grave ameaça. 
6º. Peculato mediante erro de outrem 
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício 
do cargo, recebeu por erro de outrem: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
No delito em exame o terceiro, mediante uma falsa percepção da 
realidade, entrega dinheiro ou utilidade – qualquer vantagem ou lucro a 
funcionário público que não esteja autorizado a recebê-los e este 
dolosamente não informa o terceiro e nem a Administração Pública 
acerca do erro com o fim de assegurar a sua apropriação. 
Pode ocorrer ainda a situação na qual o funcionário público seja 
competente para receber o valor, entretanto, o terceiro por erro, paga um 
valor a maior e o funcionário dolosamente, apropria-se da diferença. 
Classificação Doutrinária do crime de peculato 
Crime próprio, quanto ao sujeito ativo (só quem pode praticar é o 
funcionário público, porém o particular que atua junto com o funcionário público 
atua em concurso e agente); comum quanto ao sujeito passivo; doloso ou 
culposo; comissivo (é praticado por meio da ação do agente) ou omissivo 
impróprio (pois pode ser resultado de omissão do agente); material (pois 
precisa do resultado para consumação); de forma livre (não há vínculo entre a 
forma praticada e o tipo descrito); instantâneo (o resultado não se prolonga no 
tempo); monossubjetivo (pode ser praticado por uma só pessoa); 
plurissubsistente (é praticado por mais de um ato – apropriar-se ... em 
proveito próprio ou alheio). Transeunte (pois deixa vestígios). 
Bem jurídico protegido: a Administração pública. 
Elemento Subjetivo: No peculato doloso o elemento subjetivo é o dolo, 
mas na modalidade culposa pode ser culposa por omissão, negligência ou 
imperícia. 
Tentativa: Admite. 
Ação penal pública: incondicionada, sendo que no caso do peculato 
culposo a competência é do JECrim (Juizado Especial Criminal). 
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No caso de peculato de uso que não é punido penalmente, cabe ação 
administrativa que pode até culminar em demissão. 
2.2 Concussão 
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 É a extorsão praticada por funcionário público. Porém sem a violência 
ou grave ameaça. 
 Exemplo: Fiscal de tributos chega a um contribuinte comerciante e 
solicita uma quantia pela não aplicação da multa. 
 O verbo exigir tem conotação de imposição 
 Usa da função para diminuir a capacidade de resistência da vítima 
O crime de concussão será caracterizado na mera exigência de 
vantagem indevida a servidor público em razão da função ou do cargo que 
ocupa, usando tal agente da sua autoridade para reduzir a capacidade de 
resistência da vítima. 
Em razão disso, a concussão é tida como a extorsão praticada pelo 
funcionário público. 
- Elementos do tipo. 
 Exigir 
 Direta ou indiretamente 
 Ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela 
 Vantagem indevida 
- confronto com o delito de extorsão: semelhanças e dessemelhanças; concurso de 
crimes ou conflito aparente de normas. 
A conduta dolosa prevista descreve figura especial do delito de extorsão 
caracterizando-se, portanto, como delito funcional impróprio ou misto. 
- confronto com os delitos de corrupção ativa e passiva. 
Diferencia-se do delito de corrupção passiva, art.317, do Código Penal, 
pois neste o núcleo do tipo descreve a conduta de “solicitar”, diferentemente do 
delito de concussão, no qual o agente “exige” para si ou para outrem a 
vantagem indevida, ou seja, impõe à vítima a prática de uma conduta que o 
beneficie e esta cede por “temor” a possíveis represálias. 
 
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Classificação doutrinária 
Crime próprio (mas admite concurso de pessoas desde que o partícipe 
tenha conhecimento da condição do sujeito ativo). Comum quanto ao sujeito 
passivo. Doloso. Formal. Comissivo. De forma livre. Instantâneo. 
Monossubjetivo. Unissubsistente. Transeunte. 
Bem jurídico protegido 
Administração Pública. 
Consumação 
O crime é consumado com exigência, entregar a vantagem é mero 
exaurimento. Admite-se a forma tentada dependendo da forma (epístola, por 
exemplo). 
Ação penal publica 
Incondicionada de competência do juízo comum com rito ordinário. 
 
- Excesso de exação. 
Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que 
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio 
vexatório ou gravoso, quea lei não autoriza: 
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. 
- Circunstância de aumento de pena 
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que 
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: 
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. 
 
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Aula 2 – Crimes praticados por Funcionário Público. Parte II. 
Corrupção passiva 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão 
dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
O ordenamento jurídico prevê condutas típicas tanto para o agente que 
se corrompe, quanto para o terceiro à Administração Pública que o corrompe – 
corrupção passiva e corrupção ativa. Houve, desta forma, rompimento à teoria 
unitária do concurso de pessoas previsto no art.29, do Código Penal. Insta 
salientar que a bilateralidade de condutas nem sempre ocorrerá. 
 Passiva pois o agente recebe a vantagem. 
 A corrupção ativa não pode ser subsidiária a corrupção passiva – a 
entrega da vantagem é mero exaurimento. 
 Porém a contrário senso é possível, pois para consumação do crime é 
necessário o recebimento da vantagem e para receber alguém tem que 
dar. 
 Solicitar: atuação positiva, passiva. 
 Receber: atuação positiva, passiva. 
 Crime doloso: vontade livre e consciente da conduta. 
Elementos do crime: 
Verbos: solicitar, receber e aceitar; direta e indiretamente; em razão 
da função pública mesmo que fora dela. 
Objeto: vantagem indevida. 
Sujeito ativo: funcionário público, mesmo aquele que não se encontra 
na função. 
Sujeito passivo: Estado (imediato ) e o particular que recebe a conduta 
(mediato) 
Bem Jurídico protegido: A Administração pública 
Classificação Doutrinária: crime próprio quanto ao sujeito ativo e 
comum quanto o sujeito passivo; Doloso; comissivo; de forma livre; 
instantâneo; mono subjetivo; uni subsistente; transeunte. 
Consumação: crime de consumação antecipada. No caso de solicitação 
o recebimento é mero exaurimento 
Ação penal: pública e incondicionada 
Agravante de pena: cargo de confiança ou chefia 
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§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou 
o pratica infringindo dever funcional. 
Ação privilegiada: discussão doutrinária => causa de redução depena 
=> elementar – infração de dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, 
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Infração de dever funcional: deixar de fazer tarefa de sua função por 
influência de outrem 
 Pena menor, pois não há dano patrimonial, apenas infringência ao dever 
funcional. 
 Não há laço sentimental. 
Concurso de pessoas: 
Solicitação e recebimento – funcionário público; quando o particular 
recebe e sede ao pedido ele entra no verbo e passa a ser coautor. 
Parte da Doutrina entende que o particular não tem alternativa se não 
aceitar a proposta, pois há interesse. 
CPP 
‘Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será 
responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados.’ 
 
1.1. Análise do tipo penal. 
Verbos: Solicitar, receber ou aceitar 
Condutas Típicas diferenciadas: para quem receber, tanto para 
quem oferece ou fornece. 
Configura-se como tipo penal de ação múltipla ou tipo misto 
alternativo face à possibilidade da realização das seguintes condutas: 
a) solicitar vantagem indevida – a proposta emana do agente público e 
consuma-se independemente da entrega da vantagem – Conduta Formal; 
 b) receber vantagem indevida – a proposta emana do terceiro e 
consuma-se no momento em que o agente recebe a vantagem indevida. – 
Conduta Material. 
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 c) aceitar promessa de tal vantagem: neste caso, não é necessário o 
recebimento da vantagem; o delito restará consumado com o mero 
consentimento do agente público – Conduta Formal. 
Obs. Nas condutas de receber vantagem indevida ou aceitar promessa 
de tal vantagem haverá bilateralidade de condutas – corrupção ativa e 
passiva. 
Corrupção Ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, 
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Sujeitos do delito: configura-se como delito próprio. No que concerne 
ao sujeito passivo, o Estado figura tanto como sujeito passivo indireto, quanto 
direto, na medida em que ocorre a lesão ao seu patrimônio moral e patrimonial. 
A elementar “direta ou indiretamente” compreende a possibilidade do 
agente público obter a vantagem indevida mediante interposta pessoa, por 
exemplo se a vantagem for percebida por um familiar seu. 
A conduta obrigatoriamente deve guardar relação com a função 
exercida pelo funcionário público. Significa dizer que deve existir relação de 
causalidae entre a solicitação, o recebimento ou o aceite da promessa de 
vantagem indevida com a contraprestação do agente público, seja por meio de 
uma conduta comissiva ou omissiva, de sua competência específica. 
Caso o agente pratique quaisquer destas condutas sem que tenha 
competência específica, mas valendo-se de sua função, a conduta restará 
caracterizada como tráfico de influência previsto no art. 332, do Código Penal. 
Tráfico de influência 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
A vantagem indevida pode ser de cunho patrimonial, sexual, sentimental 
etc.. 
1.2. Confronto com os delitos de concussão e prevaricação. 
Na prevaricação o motivo determinante não é vantagem indevida e sim 
a satisfação ou interesse pessoal, na corrupção passiva a vantagem é o 
motivo. 
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Na concussão o funcionário exige a vantagem é pessoal. 
A conduta prevista no delito de corrupção passiva compreende a 
“solicitação” do agente público sem que haja qualquer forma de 
constrangimento ou coação, diferentemente da conduta prevista no tipo 
penal de concussão. 
 
Corrupçãopassiva Prevaricação Concussão Tráfico de 
Influência 
Vantagem 
indevida 
Satisfação ou 
interesse 
pessoal 
Vantagem 
indevida 
Vantagem 
indevida 
Solicita, aceita ou 
recebe vantagem 
Deixa de agir Exige a 
vantagem 
Influencia a 
outrem 
Conduta tem 
relação com a 
função 
Deixa de praticar 
ato de ofício 
Conduta tem 
haver com a 
funlçai 
Conduta não tem 
relação com a 
função 
 
A conduta obrigatoriamente deve guardar relação com a função 
exercida pelo funcionário público. Significa dizer que deve existir relação de 
causalidade entre a solicitação, o recebimento ou o aceite da promessa de 
vantagem indevida com a contraprestação do agente público, seja por 
meio de uma conduta comissiva ou omissiva, de sua competência específica. 
Caso o agente pratique quaisquer destas condutas sem que tenha 
competência específica, mas valendo-se de sua função, a conduta restará 
caracterizada comotráfico de influência previsto no art. 332, do Código 
Penal. 
A vantagem indevida pode ser de cunho patrimonial, sexual, 
sentimental etc 
Incidência do princípio da insignificância e da adequação social 
A doutrina tem sustentado que as gratificações usuais de pequena 
monta e as pequenas doações ocasionais relacionadas às festas de fim de ano 
não configurariam a figura típica do art.317, do Código Penal face à incidência 
do princípio da adequação social (neste sentido Fernando Capez, Guilherme 
de Souza Nucci). 
Por outro lado, os Tribunais tem se mostrado reticentes acerca da 
possibilidade do reconhecimento da atipicidade da conduta em decorrência 
da adoção do princípio da insignificância. 
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Sobre o tema: 
EMENTA: CORRUPÇÃO PASSIVA. SOLICITAÇÃO DE VANTAGEM 
POR SERVIDOR PÚBLICO. AUTORIA E MATERIALIDADE 
COMPROVADAS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. 
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO. PRETENSÃO DE 'SURSIS'. 
SUBSTITUIÇÃO DEFERIDA DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
PELA RESTRITIVA DE DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIOS 
SOBREPOSTOS. 
- Se o servidor público solicita dinheiro para realizar ato inerente a seu 
ofício, caracterizada está a corrupção passiva, que, em se tratando de crime 
formal, consuma-se no momento em que a solicitação é feita. 
- Apenas se considera conduta penalmente irrelevante, não configurando o 
tipo penal da corrupção passiva, a gratificação com pequenos mimos ou 
lembranças, destinados a funcionários públicos, em datas comemorativas, em 
virtude da aplicação do princípio da insignificância, que não pode ser aplicado 
quando foi realmente exigida vantagem em dinheiro por servidor público. 
- Apresentando o condenado as condições para a substituição da pena 
privativa de liberdade pela restritiva de direitos, não há que se falar em análise 
da possibilidade de concessão do benefício da suspensão condicional da pena, 
por se tratar de medidas que se sobrepõem, sendo requisito expresso no art. 77, 
inciso III, CP, a impossibilidade de substituição da pena nos termos do art. 44, 
CP (TJMG, Apelação Criminal n. 1.0390.09.025586-5/001. Sétima Câmara 
Criminal. Des. Duarte de Paula, julgado em 05/07/2012). 
 
Ainda, no sentido da inaplicabilidade: 
EMENTA: CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
CORRUPÇÃO PASSIVA. SENTENÇA CONDENATÓRIA. PRETENSÃO 
ABSOLUTÓRIA. ALEGAÇÃO DE SER A PROVA PRECÁRIA. 
IMPOSSIBILIDADE. PRÁTICA DELITUOSA DEVIDAMENTE 
CONFIGURADA. AUTORIA INDUVIDOSA. PROVA FIRME E COERENTE. 
CIRCUNSTÂNCIAS DA PRISÃO DO ACUSADO QUE NÃO DEIXAM 
MARGEM A QUALQUER DÚVIDA, RESTANDO A NEGATIVA DO MESMO 
ISOLADA DIANTE DO CONJUNTO PROBATÓRIO. PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA QUE NÃO SE APLICA, PORQUANTO O OBJETO 
JURÍDICO É A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, SENDO IRRELEVANTE O 
MONTANTE DA VANTAGEM INDEVIDA. PRESENÇA DO INTERESSE 
PÚBLICO QUE IMPEDE O RECONHECIMENTO DA ATIPICIDADE DA 
CONDUTA. FLAGRANTE PREPARADO. DESCABIMENTO. A CORRUPÇÃO 
PASSIVA É UM DELITO DE NATUREZA FORMAL, QUE SE CONSUMA 
COM A EFETIVA SOLICITAÇÃO DA VANTAGEM INDEVIDA, SENDO O 
FLAGRANTE DO RECEBIMENTO DO DINHEIRO UM MERO 
EXAURIMENTO DA INFRAÇÃO JÁ CONSUMADA. DOSIMETRIA. 
CORRETA ADEQUAÇÃO AOS PARÂMETROS LEGAIS, A TEOR DO QUE 
DISPÕE O ART. 59, DO CÓDIGO PENAL. DESPROVIMENTO DO 
RECURSO. (TJRJ, Apelação Criminal n.2008.050.02801. Segunda Camara 
Criminal. Des. Adilson Vieira Macabu). 
 
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1.3. Corrupção passiva privilegiada 
Causa de Aumento de Pena 
Nesta figura típica o agente público não visa atender interesse 
próprio, mas cede à solicitação de terceiro “comum na reciprocidade do 
tráfico de influência” (CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal. Parte Especial. 
2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. pp 392). 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, 
com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Corrupção passiva qualificada 
Nesta conduta o agente público realiza o prometido ao terceiro na 
conduta prevista no caput do referido artigo. Neste caso, o exaurimento 
do delito foi considerado fato punível, na verdade, caracterizado como 
causa de aumento da figura típica. 
Entretanto, caso esta conduta, no caso concreto, configure delito 
autônomo, restará caracterizado o concurso de delitos entre a corrupção 
passiva e esta suposta conduta, sem, contudo, a incidência da majorante do 
§1º, sob pena de incidência de bis in idem. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou 
promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou 
o pratica infringindo dever funcional. 
 Neste caso o exaurimento é pós fato punível. 
Facilitação de contrabando ou descaminho 
Nesta figura típica o legislador rompeu com a teoria unitária do 
concurso de pessoas na medida em que optou por tipificar a conduta do agente 
que, na verdade, realiza conduta acessória à conduta de contrabando ou 
descaminho. 
 Na verdade o agente público está assessorando a conduta de terceiro. 
(art. 334 e 334 A). 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de 
contrabando ou descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
Descaminho é ausência de pagamento de tributos para inserção da 
mercadoria em território nacional. 
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Sujeito ativo: Somente o funcionário que detém poder de polícia 
aduaneira. 
Sujeito passivo: Administração pública 
Bem jurídico tutelado: Administração Pública. 
Consumação: mero ato de facilitação 
Tentativa: não admite tentativa 
Elemento subjetivo: dolo, a culpa exime o agente do tipo (imperícia, 
imprudência ou negligência). 
1.4. Confronto com o delito de concussão 
A conduta prevista no delito de corrupção passiva compreende a 
“solicitação” do agente público sem que haja qualquer forma de 
constrangimento ou coação, diferentemente da conduta prevista no tipo 
penal de concussão. 
1.5. Confronto com o delito de prevaricação: 
► neste caso a conduta do agente público tem por motivo determinante 
a satisfação de interesse ou sentimento pessoal, enquanto na corrupção 
passiva, o agente visa a obtenção de vantagem indevida. 
Prevaricação 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa 
 
Prevaricação 
Omissão praticada pelo servidor público. 
Configura-se como delito especial próprio e admite o concurso de 
pessoas por particular no caso de participação. 
Tipo subjetivamente complexo: composto pelo dolo genérico de 
Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício ou praticá-lo 
contra disposição expressa de lei e pelo especial fim de agir de interesse ou 
sentimento pessoal. 
Configura-se como delito formal, ou seja, consuma-se 
independentemente da efetiva satisfação de interesse ou sentimento pessoal. 
Admite a modalidade tentada somente nas condutas comissivas. 
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Por “interesse ou sentimento pessoal” compreende-se como 
interesse que não tenha caráter econômico, mas no qual o agente público 
coloca seu interesse acima do interesse público. 
 Preguiça, má vontade não entra nesse hall. 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou 
praticá-lo contradisposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 Interesse: adoro fulano 
 Sentimento: odeio beltrano 
Diferenciadores: Retardar ou deixar de praticar; indevidamente ato de 
ofício; praticá-lo contra a disposição legal. – para satisfação de interesse 
pessoal ou sentimental. 
Verbo: retardar – agir mais devagar, deixar de fazer no tempo 
necessário, conduta de natureza ativa; deixar de praticar – ato de ofício, ou 
seja descrito na função do servidor, conduta passiva, ou seja, omissão. 
Motivação: interesse (concorre com a corrupção passiva em concurso 
material homogênio – qualquer vantagem, inclusive sexual) ou sentimento 
pessoal (não há vantagem financeira). 
Classificação doutrinária: crime de mão própria quanto ao sujeito ativo 
e comum qunato ao sujeito passivo, doloso, comissivo (retardar) ou omissivo 
próprio (deixar de fazer) de forma livre, instantâneo, monossubjetivo, uni 
subsistente e transeunte. 
Objeto jurídico protegido: Administração Pública 
Autor: Somente funcionário no exercício da função 
Vítima: O Estado 
Consumação: prática instantânea dos dois verbos 
Tentativa: impossibilidade 
Competência: juizado especial criminal 
2.2. Confronto com o delito de corrupção passiva privilegiada 
(art.317§2º, CP) 
Na prevaricação o agente pratica a conduta comissiva ou omissiva 
visando à satisfação de interesse próprio, sem que haja qualquer pedido 
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por parte de terceiro; no delito de corrupção passiva privilegiada, o agente 
público atende ao pedido ou influência de outro. 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de 
cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou 
similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente 
externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Condescendência criminosa 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar 
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
O subordinado deve comunicar a uma escala superior. Se este se 
manter omisso deve buscar um superior ao seu superior 
Deixar de agir indulgência (por pena) 
Infração Administrativa: Punição disciplina r 
Classificação: crime próprio quanto ao sujeito ativo, doloso, omissivo 
próprio (não há modalidade comissiva é deixar de fazer, deixar de punir), de 
forma livre, instantâneo, monossubjetivo, unissubsistente e transeunte. 
Sujeito ativo: funcionário com dever de aplicar punição e na segunda 
parte o subordinado que não comunica a infração 
Consumação: instantânea 
Tentativa: não admite 
Sujeito Ativo: o funcionário público com superioridade hierárquica e o 
subordinado que deve comunicar o fato. 
Sujeito Passivo: O Estado 
Consumação: se dá com a falta de comunicação, ou seja é instantânea. 
Tentativa: impossibilidade 
Competência: JECrim – ação penal pública incodicionada. 
Configura-se como delito especial próprio e admite o concurso de 
pessoas por particular no caso de participação. 
Configura-se como delito formal, ou seja, consuma-se 
independentemente da efetiva impunidade do subalterno. 
O elemento normativo “indulgência” pode ser compreendido como 
“clemência, tolerância para com a falta de subalterno” (PRADO, Luiz Regis. 
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Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 26 
Curso de Direito Penal Brasileiro. v.3.6.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2010, p.462). 
O tipo penal também abarca a conduta omissiva do agente público ao 
deixar de responsabilizar subalterno que pratica infração, de natureza 
administrativa ou penal, no exercício da função – trata-se, neste caso, de 
interpretação extensiva, como bem assevera Luiz Regis Prado (op.cit. p 462) 
A conduta de condescendência criminosa pode apresentar-se sob os 
seguintes aspectos: 
a) Refere-se a uma forma de conivência, que se traduz em omissão 
e supõe infração a ela conectada. 
 A conivência pode ser pelo simples fato de deixar pra lá 
b) Emerge de considerações relativas ao direito disciplinar 
administrativo 
 Não concorda com a sanção a ser aplicada. 
c) O conivente pode ser coautor do delito ocultado. 
3.2. Confronto com o delito de Prevaricação 
Não se confunde com o delito de prevaricação, pois neste a conduta 
omissiva do agente público visa satisfazer interesse ou sentimento pessoal 
próprio, enquanto no delito de condescendência criminosa, a conduta do 
agente público tem por motivação a indulgência em relação a terceiro. 
Advocacia administrativa 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a 
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Patrocinar: conceder assistência a alguém sobre determinado assunto, 
vinculado a infração de natureza administrativa. 
A expressão patrocinar compreende as condutas de proteger, beneficiar 
ou defender, direta ou indiretamente, interesse privado, que pode ser legítimo 
ou não (NUCCI, Guilherme de Souza. Material Didático, p. 1012) 
Interesse privado: interesse do particular 
Patrocínio perante a Administração pública 
Se vale da condição de funcionário público – por possuir um 
conhecimento maior perante aos trâmites da Administração Pública. 
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O patrocínio como pode configurar-se como mero “favor”, não sendo 
exigido, portanto, que o agente público receba qualquer vantagem. 
Concurso 
Admite-se o concurso formal de crimes com os delitos de concussão 
(art.316, CP), corrupção ativa (art.317, CP) e corrupção passiva (art.333, 
CP) 
Concurso Aparente de Normas 
Nos casos de crimes contra a Ordem Tributária ou relacionados à 
Licitação Pública, reger-se-ão pelas regras especiais contidas, 
respectivamente, na Lei n. 8137/1990(art.3º) e Lei n.8666/1993 (art.91 
Circunstância de aumento de pena 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
Classificação doutrinária: crime próprio quanto ao sujeito ativo, e 
comum quanto ao sujeito passivo, doloso, comissivo, de forma livre, 
instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente e transeunde. 
Sujeito ativo: funcionário público 
Sujeito passivo: o Estado 
Bem jurídico protegido: a Administração pública 
Objeto material: não há. É ação de patrocínio. 
Consumação: com o ato de patrocínio 
Tentativa: possibilidade – só ocorre o patrocínio com a efetivação do ato 
administrativo. 
Competência: JECrim – ação penal pública incondicionada. 
Confronto com o delito de Prevaricação. 
No delito de advocacia administrativa o agente público não tem 
competência para a prática de determinado administrativo e se vale de sua 
função para influenciar aquele que possui a referida competência com o fim de 
auferir qualquer benefício a terceiro, estranho à Administração Pública. 
Abandono de função 
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
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Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 28 
Cargo: é a cadeira que o servidor ocupa 
Função: são as atribuições em função do cargo. 
Objeto: é o simples abandono, a desídia. Gera prejuízo a 
Administração Pública. Tem que gerar risco a Administração pública.Exemplo: 
Funcionário “Fantasma”. Tem que ser motivado. 
Troca de serviço: depende de aceitação discricionária do chefe. 
Classificação Doutrinária: próprio, doloso, comissivo, ou omissivo 
próprio, de forma livre instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente. 
Bem jurídico protegido: Administração pública. 
Objeto Material: Não há. O simples ato de abandoar não há como se 
materializar. 
Consumação: imediato, crime de perigo, o abandono pode gerar o 
risco. 
Tentativa: possibilidade. 
Causa de aumento de pena 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Causa Especial 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
Ação penal pública: incondicionada – JECRIM 
Código Eleitoral 
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa: 
Pena - detenção até dois meses ou pagamento de 90 a 120 dias-multa. 
Elementar próprio: estar trabalhando para a justiça eleitoral. 
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado 
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as 
exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber 
oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 Refere-se a função e não a cargo.6 
Conduta 1: ingresso no exercício antecipado. 
Conduta 2: continuar a exercê-la sem autorização depois de:. 
 Exonerado: ato discricionário do Administrador Público, perda do 
cargo. 
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Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 29 
 Removido: mudança do funcionário de um posto para outro, sendo 
mantido o cargo, Transferência 
 Substituído: um terceiro deveria estar ocupando aquele cargo, 
colocação de um funcionário em local de outro 
 Suspenso: proibição temporário do exercício, sanção disciplinar na 
qual o funcionário é afastado temporariamente de seu cargo ou 
função 
 Demitido: usurpação, falsidade, estelionato, etc.. 
Classificação Doutrinária: crime próprio, doloso, comissivo, de forma 
livre, instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente e transeunde. 
Bem jurídico Protegido: Administração Pública 
Consumação: com exercício antecipado ou prolongado 
Tentativa: tecnicamente é possível, mas há controvérsia. 
Ação penal pública: incondicionada, JECrim. 
Configura-se como norma penal do mandato em branco no que 
concerne à expressão “exigências legais”. 
Configura-se como delito de mera atividade, sendo admissível a 
tentativa por tratar-se de delito plurissubsistente. 
Nos casos de exoneração, remoção, substituição ou suspensão, 
para a caracterização do delito essencial que o agente público tenha sido 
comunicado pessoalmente pela autoridade superior, não sendo a 
publicação em Diário Oficial suficiente para a configuração do delito. 
Distinção entre cargo e função pública 
Cargo público: posto criado por lei na estrutura hierárquica da 
Administração Pública, com denominação e padrão de vencimentos próprios 
ocupado por servidor com vínculo estatutário. 
Função pública: denominação residual, que envolve todo aquele que 
presta serviços para a administração embora não seja ocupante de cargo ou 
emprego. Regido pela CLT. 
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DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
Usurpação de função pública 
Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. 
 Correntes doutrinárias defendem que um funcionário não pode praticar 
este crime, desde que o agente esteja no exercício da função. 
Verbo: usurpar, se passar por. 
 Agente: o particular 
É a prática de atos que devem ser tidos como indevidos, fazendo-se o 
particular se passar por funcionário público investido. 
Classificação Doutrinária: crime comum, doloso, de forma livre, 
comissivo, instantânneo, monosubjetivo, plurissubsistente, transeunte, e 
dependendo do caso não transeunte. 
Sujeito ativo: o particular 
Sujeito passivo: O Estado 
Bem Jurídico Protegido: A Administração Pública 
Objeto Material: A função Pública 
Consumação: com o ato efetivo de usurpação 
Tentativa: possibilidade 
A expressão “usurpar” compreende a conduta de exercício indevido, 
ou seja, a efetiva prática de ato específico de determinada função pública. 
Delito formal que se consuma no momento em que o agente pratica 
algum ato de ofício inerente ao exercício da função pública, 
independentemente da ocorrência de efetivo prejuízo à administração. 
No caso de reiteração de condutas, o delito pode caracterizar-se 
como delito permanente. 
Se o agente que se encontra temporariamente suspenso de suas 
funções por força de ordem judicial: face ao princípio da especialidade sua 
conduta será incursa no tipo penal do art.359, do Código Penal. 
Agente que finge ser funcionário público, mas não pratica qualquer ato: 
neste caso, não há que se falar em usurpação de função pública, pois o agente 
não “usurpou” qualquer função. Desta forma, a conduta será prevista como 
contravenção penal. 
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Lei de contravenções Penais Decr. Lei 
Art. 45. Fingir-se funcionário público: 
Pena - prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a 
três contos de réis 
 
 
Causa de aumento de Pena 
Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem: 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 Se houver vantagem patrimonial o crime pode migrar para estelionato. 
Resistência 
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a 
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
VERBO: Ato de oposição a determinação de funcionário público 
mediante a violência ou grave ameaça. 
CONDUTA: Ativa (violência ou ameaça) 
Não se opõe resistência passiva. Pela falta das elementares violência e 
ameaça. 
Resistência sem ameaça ou violência  DESOBEDIÊNCIA (art. 330). 
Elementos do tipo penal: (a) conduta do opor-se a execução de ato 
legal; (b) mediante violência ou ameaça; (c) a funcionário competente para 
executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio – art. 30 - Não se comunicam as 
circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime, 
CP; 
Classificação Doutrinária: crime comum quanto ao sujeito ativo e 
próprio quanto ao sujeito passivo; doloso; de forma livre; comissivo; 
instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente e transeunte. 
Sujeito Passivo: o Estado. 
Consumação: ato de opor-se mediante violência ou grave ameaça. 
Tentativa: tecnicamente é possível 
Modalidade qualificada 
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa: 
Pena - reclusão, de um a três anos. 
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Competência: JECrim – caput, rito sumário: §1º 
Concurso de Crimes 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes 
à violência. 
 Pode haver concurso de resistência com lesão corporal. Pois a Lesão 
corporal pode ser considerada um pós-fato punível. 
Resistência x embriaguês 
 Parte da doutrina entende que se a embriaguês for involuntário pode-se 
desqualificar o crime de resistência. 
Desobediência 
 Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa. 
 É a resistência sem violência ou ameaça. 
 Não se trata de determinação judicial. 
 Ato de um agente da Administração Pública que não do judiciário. 
Classificação: Crime comum quanto ao sujeito ativo e próprio quanto ao 
sujeito passivo, doloso, de forma livre, comissivo ou omissivo próprio; 
instantâneo; monossubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente e transeunte. 
Divergência na esfera da Administração Pública 
 Pode haver desde que os agentes não pertençam a mesma linha 
hierárquica da organização da Administração Pública. 
 Não existe desobediência quando os agentes pertençam ao mesmo 
poder. 
 Há divergências sobre a desobediência da polícia civil e o judiciário. 
Desacato 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em 
razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
 A demonstração pode caracterizar constrangimento ilegal. 
Segundo a doutrina desacatar deve ser entendido como o ato de faltar 
com o devido respeito, afrontar, menosprezar, desprezar , injuriar e profanar. 
 Há diferença entre crítica e desacato. 
Classificação Doutrinária: Crime comum quanto ao sujeito ativo e 
próprio quanto ao sujeito passivo, doloso; de forma livre; comissivo; 
instantâneo, monossubjetivo, unissubsistente ou plurissubsistente e transeunte. 
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Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 33 
Tem que ser praticado no exercício da função porém pode ser praticada 
longe das vistas do funcionário público. 
Sujeito passivo: Estado. 
Consumação: na hora da prática do ato consumatório 
Tentativa: depende da modalidade (grecco) maioria doutrina – 
impossibilidade 
Divergência Doutrinária 
O estado de ânimo de quem pratica o desacato tem que estar calmo, 
pois no estado de ira pode não haver o crime de desacato (aspecto subjetivo, 
fisiológico). 
Desacato praticado por advogado no júri 
Exercício da ampla e restrita defesa. Por isso não é punível. 
 
 
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Resumo dos crimes praticados por funcionários públicos contra a 
Administração 
Artigo Verbo Tipo 
312, caput Apropriar-se Peculato – apropriação 
312, in fine Desvia Peculato – desvio 
312, in fine Desvia, para uso Peculato - uso 
312, §1º Subtrai Peculato Furto 
312, §2º Concorre culposamente para o desvio Peculato culposo 
313, caput Apropriar-se por erro de outrem Peculato mediante erro de outrem 
316, caput Exigir vantagem Concussão 
316, §1º Exige tributo ou contribuição social de 
forma vexatória ou gravosa 
Excesso de exação 
316, §2º Tira proveito do excesso de exação Excesso de exação qualificada 
 
Peculato: uso, apropriação, desvio e culposo – é necessário que o 
servidor pratique a conduta utilizando sua função e é necessário que servidor 
saiba que está trazendo um servidor e o particular tenha ciência que o agente é 
servidor. Aproxima-se da apropriação indébita e do furto. 
Concussão exigir vantagem indevida. Aproxima-se da extorsão, 
Funcionário publico: basta estar em função ou a serviço da 
Administração, independente de remuneração (art. 327). 
Princípios da Administração Pública: LIMPE. 
 
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Tráfico de Influência ou exploração de prestígio 
Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, 
vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por 
funcionário público no exercício da função: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Pretexto  particular  particular  Funcionário público  Influênciar. 
 
Elementos do crime: as condutas de solicitar, exigir, cobrar e obter.(b) 
para si ou pra outrem, vantagem ou promessa de vantagem que pode ser 
patrimonial ou não. 
A expressão “a pretexto de influir” demonstra que na verdade, o agente 
atua como verdadeiro estelionatário, procurando, por meio do seu ardil, 
enganar a vítima. 
Classificação Doutrinária: crime comum quanto ao sujeito ativo, 
doloso, de forma livre, comissivo, instantâneo, monossubjetivo, unissubsistente 
e transeunte. 
Sujeito passivo primário: o estado 
Sujeito passivo secundário: o funcionário que teve seu nome 
vinculado. 
Consumação: imediata – tentativa: possibilidade 
Caso de aumento de pena 
Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou 
insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário. 
 Deve-se sempre levar em consideração que a vantagem não vai chegar 
as mãos do funcionário 
Ação penal pública incondicionada; pena juízo comum. 
Exploração de prestígio 
Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a 
pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário 
de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou 
insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas 
referidas neste artigo. 
Diferencia pela “qualidade” dos funcionários citados 
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Corrupção ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, 
para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
Verbo: oferecer ou prometer. 
 
 Na corrupção ativa a conduta provém do PARTICULAR. 
 A entrega da vantagem é mero exaurimento, mas passa a ser fato 
punível para o funcionário. 
Elementos do crime: (a) as condutas de oferecer e prometer; (b) 
vantagem indevida a funcionário público; (c) para determiná-lo a praticar, omitir 
ou retardar ato de ofício. 
 Pode ser qualquer tipo de vantagem, patrimonial, moral ou 
 sexual. 
 O ato que deve ser praticado é o ato de ofício. Se assim não for pode-se 
migrar para outra conduta. 
Classificação Doutrinária: crime comum (sujeito ativo); próprio quanto 
ao sujeito passivo; doloso; de forma livre; comissivo; instantâneo; 
monossubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente; transeunte. 
Sujeito passivo: o Estado e o funcionário público. 
Consumação com o ato da oferta e da promessa; tentativa: 
possibilidade. 
 Não é necessário que o funcionário receba a vantagem para que se 
caracterize o crime. 
 Se a vantagem é oferecida após a prática do ato não há crime pois não 
há vinculação do recebimento ou da promessa em razão do ato 
Causa de aumento de pena 
Corrupção ativa  oferecer e prometer 
≠ 
Corrupção passiva  solicitar e receber 
≠ 
Concussão  Exigir 
≠ 
Extorsão  Exigir mediante violência e grave ameaça 
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Anotações de Aula (Ivan F. Marinho Junior) Página 37 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da 
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o 
pratica infringindo dever funcional. 
 Vincula a crime concorrente. 
Ação penal pública incondicionada com competência do juízo comum 
ordinário. 
 Em alguns casos é dado direito ao funcionário de receber vantagem – 
Adm. Federal. 
Descaminho 
A expressão contrabando compreende toda a “importação ou 
exportação cujo ingresso ou saída do País seja absoluta ou relativamente 
proibida”(PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. v.3.6.ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2010, p.448-449). 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto 
devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria

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