Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 1 TRIBUTÁRIO DIREITO Direito Tributário Prof. Giuliano Menezes Módulo 1 OS: 0578/8/11‐Gil Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 2 TRIBUTÁRIO DIREITO OAB – 1ª FASE Direito Tributário – Módulo 1 RECEITAS ESTATAIS ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 1. Receita/ Despesa O Estado como qualquer pessoa ou empresa precisa de uma receita para cumprir com as suas despesas. 1.2. Receitas ‐ Originárias – São as que decorrem/ defluem do próprio patrimônio do Estado. O Estado tem esta receita em função do próprio patrimônio. O Estado excepcionalmente pode exercer atividade econômica. Ex. Petrobrás (sociedade de economia mista), assim como o foro anual cobrado de que ocupa terrenos de marinha. É estudado no direito Administrativo. ‐ Derivadas (tributos) – Decorrem do patrimônio do particular, NÃO são obtidas a partir do patrimônio do Estado e sim do Particular. Ex. Tributos (IPTU, IPVA, IR....). No Direito Tributário nos preocupamos com as receitas derivadas como sendo nosso objeto de estudo (Fisco/Contribuinte). ** Cada vez mais o Estado depende das receitas derivadas, pois o Brasil fez opção pelas privatizações. 2. Direito Financeiro x Direito Tributário O Dir. Tributário na sua origem integrava o direito financeiro. No entanto, ganhou autonomia, pois o Direito Financeiro se preocupa com o fenômeno financeiro completo ( receitas e despesas), sendo que ao longo do século XX a questão tributária passa a ter relevância maior. Esta relação tributária é conflituosa, pois o particular quer pagar menos tributo e o Estado quer arrecadar mais. 3. Princípios Constitucionais Tributários 3.1 – Princípio Federativo – O Brasil é uma federação, onde o poder está descentralizado, pois existem várias instâncias de governo: União, Estados/DF e Municípios. O Brasil é uma federação sui generis porque o município também é considerado ente federativo. O princípio federativo é uma cláusula pétrea. Entes integrantes de uma Federação ( Art. 18 CF) – União. Estados/DF e Municípios são autônomos). ‐ União ‐ Estados/ DF ‐ Municípios 4. Características de uma Federação‐ É possível citar algumas características de uma federação. ‐ Eleições próprias – No Brasil, cada ente federativo tem suas próprias eleições. A investidura de um Prefeito, por exemplo, não depende da vontade do Governador ou do Presidente da República. ‐ Competência Administrativa própria para prestar serviços públicos – Função principal do Estado. Os entes federativos recebem do texto constitucional competência para prestar serviços públicos próprios. O país opta pela Federação para melhorar a prestação do serviço público, comum em Estados geograficamente grandes. ‐ Autonomia Administrativa – A organização político administrativa do Brasil compreende em União, Estados/DF e municípios com autonomia do ponto de vista administrativo, com capacidade de se auto‐administrar. ‐ Competência Tributária própria ‐“Não existe autonomia sem dinheiro – isto é essencial para fazer valer a federação”. IR – União, IPVA‐ Estado, Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 3 TRIBUTÁRIO DIREITO IPTU – Município. Para que seja autônomo cada ente que integre a federação tem competência para tributar. A CF prevê impostos para cada ente – essencial para fazer valer a autonomia. A união concentra ainda grande parte dos impostos, mas se comparado com o Brasil, antes da atual Constituição, houve um avanço muito grande, principalmente em relação aos municípios, que atualmente possuem uma situação financeira muito melhor do que a que existia anteriormente. IMPORTANTE Além da competência Tributária, qual seria a outra forma através da qual os Estados e Municípios podem auferir receitas derivadas? Através das receitas da União que são repassadas para os Estados e para os Municípios, e também receitas do Estado que são repassadas para os Municípios. Essas receitas derivadas, são transferidas, Ex. O que a União arrecada com IR e IPI grande parte será repassado (Arts.157. 158 e 159 CF. O IPVA arrecadado pelo Estado será em parte repassado para o município. A CF determina este repasse, pois além da competência própria para tributar os Estados/DF e Municípios também possuem essas receitas que lhe são transferidas. DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Atribuição da Competência Tributária Outra Forma: Receita Transferidas, além da própria competência tributária, os Estados e municípios recebem receitas transferidas por outro ente. Ex. FPE (21,5%) IR e FPM (22.5%) FPM. Quem fiscaliza é o TCU. A União e o Estado não ficam com 100% do que arrecadam. O porquê desse repasse? Primeiramente o tributo existe onde estão as riquezas ou presunção de riquezas, ou seja onde há consumo, onde há poder de compra. Vamos partir da hipótese de um município localizado no sertão central do ceará com 10.000 habitantes – Os impostos municipais previstos no art 156 CF são (IPTU, ISS, ITBI) – Nesta hipótese não existirá muita transferência de bens imóveis, pois a quantidade de imóvel vendido é mínima e quando existe o valor é muito pequeno, chegando a ser irrelevante, desta forma a arrecadação através do ITBI será quase inexistente. Em relação ao ISS – sabe‐se que o setor de serviços é próprio de cidades mais desenvolvidas. IPTU – a arrecadação será baixa devido ao valor do imóvel e parte desses imóveis são isentos de IPTU. Nesse caso, o município tem baixa receita tributária, mas tem obrigações e competências constitucionais de prestar serviço público. Em razão disso, é necessário receber essas receitas (derivadas) transferidas através do FPM e do FPE, existindo municípios que recebem mais receitas transferidas do que receitas oriundas de sua competência tributária. Competência Tributária – Poder de Tributar juridicamente limitado “É o poder de tributar juridicamente limitado; O que está limitando? A CF é quem limita, Ex. União não pode tributar IPVA, um ente não pode invadir a competência tributária de outro ente. Formas de Competência Tributária: ‐ Competência Exclusiva – Exs. Arts 153,155,156 CF A Competência exclusiva existe em relação aos Impostos. CTN – Imposto é um tributo independente de qualquer atividade estatal específica à pessoa do contribuinte. Não está associado a nenhuma ação do Estado, é um tributo não contra‐prestacional. Ex. IPVA é pago somente porque tenho carro – não é necessário o Estado prestar um serviço. Por sua vez, as taxas e contribuições de melhorias são vinculadas a alguma atuação do Estado. São tributos contra‐ prestacionais. A CF em seu art. 145 II – “A União, os Estados, O Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:” II – Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicosespecíficos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Poder de Polícia‐ Restringir a esfera individual em prol da coletividade. Ex. Alvará de construção ( o município verifica se o meu projeto respeita o espaço de calçada, se respeita a lei municipal), podendo cobrar uma taxa para liberar o alvará. Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 4 TRIBUTÁRIO DIREITO A Contribuição de melhoria sempre existiu, mas de difícil cobrança. Ex. particular com terreno no Eusébio comprado por um preço X (muito barato) e depois das melhorias provenientes do Estado como, por exemplo, rodovia que valorizou o terreno. A rodovia beneficia a todos, mas no caso em questão, a obra gerou uma valorização imobiliária, podendo existir uma lei que cobre um valor sobre a valorização do terreno, também é um tributo vinculado/ contra‐ prestacional. ‐ Competência Comum – Art 145 II, III CF – Existe em relação às taxas e às contribuições de melhorias (outras espécies tributárias). Porque o constituinte resolveu discriminar as competências dos impostos? ‐ porque se não houver a discriminação como saberia a quem pertence os impostos? Não existe outra forma de definir, pois em relação aos impostos não há vinculação / contra‐ prestação, desta forma é preciso ser definido pela CF. Já no caso das taxas e contribuições de melhorias, por serem tributos vinculados, o ente que prestar será o competente para cobrar, por estar associado a atuação prévia do Ente, somente ele pode cobrar – não sendo necessário discriminar/ previsão clara exclusiva. *** Imposto como não é vinculado é necessário a discriminação pela CF – com isso gera a competência exclusiva. Mas, quando se falar em competência comum (no plano abstrato), é no sentido de que não existe a pré‐definição constitucional. No entanto, quando o ente prestar o serviço, será o competente para cobrar. É comum no plano abstrato, pois quando a obra é feita, a competência deixa de ser comum e passa a ser exclusiva. Competência Residual – Art 154,I CF *** Principio da legalidade: Os tributos não são criados pela CF. A CF limita‐se a autorizar a tributação A CF delimita espaços de tributação. Na verdade quem cria o tributo é o ente competente – União, Estados/DF e municípios quando aprovam suas leis, como conseqüência lógica do Principio da Legalidade. Ex. A CF autoriza a tributação sobre grandes fortunas, porém não há lei que regulamente a tributação – a CF prevê a possibilidade de haver tributo, porém enquanto não houver uma lei (podendo ser lei ordinária em alguns casos) não poderá ser tributado. “ A CF assina o cheque, mas quem preenche os valores deste é o Ente competente e este ato é feito através da lei.” Residual – Também é exclusiva, pois só quem pode exercê‐la é a União, através de lei complementar, não sendo um tributo cumulativo. Pode a União Federal criar imposto residual sobre renda? Não, pois já é tributado através do I.R – tem que ser fato novo não tributado. Para os demais impostos basta a lei ordinária (maioria simples dos votos) e para o exercício da competência residual é necessário uma lei complementar (maioria absoluta dos votos). Qual a razão? Quando a União, Estados/DF e municípios aprovam as lei para regulamentar os impostos já previstos na CF, já estão limitados materialmente. Ex. Veículo automotor para a cobrança de IPVA – existe uma limitação material maior por isso exige‐se uma lei menos rígida (lei ordinária). No caso de impostos residuais por ser fato NOVO ainda não tributado, e sem previsão constitucional, a União tem maior liberdade no plano material. Em razão disto, o constituinte restringe através de uma lei mais formal (lei complementar‐ maioria absoluta de votos‐ anuência congresso maior). Este formalismo é para compensar a liberdade material maior, é uma forma de contrabalancear. “ A União nunca exerceu, mas em tese poderá faze‐lo.” A qual ente federativo pertence à competência Residual em relação as taxas? Em matéria de impostos, a competência residual é exclusiva da União. Em matéria de taxas, a competência residual é do Estado (art. 25 p. 1º CF). As taxas estão vinculadas aos serviços públicos e os novos serviços públicos que surgirão são de competência do Estado (podem surgir serviços novos), razão pela qual as novas taxas serão cobradas pelo Estado Residualmente as taxas incubem aos Estados. A Doutrina questiona essa competência entregue ao Estado, pois verifica‐se que seria mais razoável ser entregue aos municípios pois este ente está mais próximo do cidadão e verifica‐se mais detalhadamente a necessidade de prestação de novos serviços. Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 5 TRIBUTÁRIO DIREITO COMPETÊNCIA EXTRAORDINÁRIA (ART.154,II CF) Aspecto semelhante a competência residual porque também é exclusiva da União Federal, nenhum outro ente poderá exercer A cobrança de impostos de competência extraordinária só pode acontecer em períodos de guerra, porém nunca foi exercida, pois o Brasil não se envolve em conflitos armados. Nunca foi cobrada, mas poderá ser. Evidentemente quando se está em guerra é necessário receita extraordinária, mesmo porque a receita ordinária diminui e precisa haver uma compensação, desta forma o constituinte viu uma maneira de equilibrar o orçamento autorizando a união a cobrança de impostos extraordinários. Neste caso, devido ao caráter de urgência basta ser autorizado através de lei ordinária Não exige‐se lei complementar por esta ser mais formal e conseqüentemente mais demorada, porque precisa‐ se que a arrecadação seja da forma mais rápida possível. O constituinte visualizou tornar mais rápida sua criação, exigindo‐se apenas lei ordinária. O imposto da guerra pode ser cumulativo por fatos já tributados (lógico), pois a rentabilidade é mais imediata, pode alcançar situações tributadas por imposto Federal, Estadual ou Municipal (art. 154 II). Ambos: impostos residual e extraordinário são de competência da união. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ‐ Privatividade – Os impostos são outorgados privativamente aos entes, mesmo na competência comum haverá a cobrança privativa de cada ente, porque é comum no plano abstrato, por não haver pré‐definição constitucional mas quando houver a prestação do serviço, a cobrança passa a ser privativa/exclusiva. ‐ Indelegabilidade – Não pode delegar a competência a que lhe pertence, se a Constituição Federal outorga à União Federal a competência da cobrança do IR, esta não pode delegar ao Estado e assim sucessivamente. Ou o ente exerce a competência ou não exerce, pois caso contrário, haveria ofensa à CF, pois se fosse possível, poderia haver barganhas políticas entre os entes maiores em relação aos menores. O objetivo é preservar a autonomia. Nenhum ente pode aprovar lei para delegar. ‐ Irrenunciabilidade – As receitas tributárias não pertencem aos gestores públicos, por isso não poderão a elas renunciar. Diferente da esfera privada que o particular poderá dispensar/renunciaras questões patrimoniais (dispensar juros, por exemplo). Na esfera pública, não pode dispensar, é irrenunciável. ‐ Incaducabilidade – O fato da União Federal nunca ter tributado sobre grandes fortunas não impede que passe a exercer. O Poder público pode a qualquer tempo cobrar. O exercício da competência tributária nunca caduca. ‐ Intransferibilidade – Não pode a União aprovar uma lei que chama para si o imposto de outro ente, por exemplo, a União não pode aprovar uma lei que chama para si a cobrança de IPVA que é de competência exclusiva do estado. Não pode um ente chamar pra si tributos de outro ente A transferência só é possível se for feita por emenda constitucional, porém é vedada esta transferência através de legislação infraconstitucional. ‐ Facultatividade – Os entes federativos recebem competência através da CF, mas só podem exercê‐la através de Lei. Existem municípios pequenos que não possuem lei de cobrança de ISS (pois a arrecadação seria mínima). A competência é outorgada pela CF, mas só será exercida através de lei. É fundamental ressaltar que a Competência Tributário não se confunde com a Capacidade Tributária, posto que competente é o ente federativo que pode criar o tributo, ou seja, aquele que recebe da Constituição Federal o poder para instituir o tributo. A capacidade tributária está associada a quem pode cobrar o tributo, a quem pode arrecadar o tributo. A competência tributária é indelegável. A capacidade tributária é delegável. CONSTITUIÇÃO FEDERAL TÍTULO VI Da Tributação e do Orçamento CAPÍTULO I DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL Seção I DOS PRINCÍPIOS GERAIS Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 6 TRIBUTÁRIO DIREITO I ‐ impostos; II ‐ taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III ‐ contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1º ‐ Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2º ‐ As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Art. 146. Cabe à lei complementar: I ‐ dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II ‐ regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III ‐ estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I ‐ será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II ‐ poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV ‐ a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 146‐A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I ‐ para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II ‐ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 7 TRIBUTÁRIO DIREITO Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) >§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I ‐ não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II ‐ incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) específica, tendo por basea unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Art. 149‐A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Seção II DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I ‐ exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II ‐ instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; III ‐ cobrar tributos: a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) IV ‐ utilizar tributo com efeito de confisco; V ‐ estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 8 TRIBUTÁRIO DIREITO pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; VI ‐ instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 2º ‐ A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º ‐ As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. § 4º ‐ As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. § 5º ‐ A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Art. 151. É vedado à União: I ‐ instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio‐econômico entre as diferentes regiões do País; II ‐ tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III ‐ instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Seção III DOS IMPOSTOS DA UNIÃO Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I ‐ importação de produtos estrangeiros; Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 9 TRIBUTÁRIO DIREITO II ‐ exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III ‐ renda e proventos de qualquer natureza; IV ‐ produtos industrializados; V ‐ operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI ‐ propriedade territorial rural; VII ‐ grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 1º ‐ É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I ‐ transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II ‐ operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) III ‐ propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Seção V DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I ‐ propriedadepredial e territorial urbana; II ‐ transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III ‐ serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Seção VI DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I ‐ o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II ‐ vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. Art. 158. Pertencem aos Municípios: I ‐ o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; II ‐ cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III ‐ cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; IV ‐ vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 10 TRIBUTÁRIO DIREITO Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios: I ‐ três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios; II ‐ até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios, lei federal. Art. 159. A União entregará: I ‐ do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal; b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro‐Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi‐árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) II ‐ do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. III ‐ do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004) § 1º ‐ Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I, excluir‐ se‐á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. § 2º ‐ A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. § 3º ‐ Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. § 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 11 TRIBUTÁRIO DIREITO Prof. Giuliano Menezes OS: 0578/8/11-Gil 12 TRIBUTÁRIO DIREITO
Compartilhar