Buscar

Sarna Sarcóptica e Sarna Demodécica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro de Ciências Biológicas e da Saúde 
Curso de Medicina Veterinária – Disciplina de Parasitologia Veterinária 
 
 
Larissa Campos de Oliveira 
 
Professora Rute Terezinha da Silva Ribeiro 
 
 
 
 
 
Sarna Sarcóptica e Sarna Demodécica 
 
 
 
 
 
 
 
Caxias do Sul – RS 
2016 
2 
 
ÍNDICE 
1. Introdução...............................................................................................................03 
2. Agentes Etiológicos – Ácaros....................................................................................03 
2.1 Sarcoptes scabie................................................................................................03 
2.2 Demodex sp. .....................................................................................................05 
3. Transmissão............................................................................................................07 
3.1 Sarcoptes scabie................................................................................................07 
3.2 Demodex sp. ....................................................................................................07 
4. Patologia e Sintomas..............................................................................................07 
4.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose...........................................................................07 
4.2 Sarna demodécica ou Demodicose....................................................................08 
5. Diagnóstico.............................................................................................................10 
5.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose...........................................................................10 
5.2 Sarna demodécica ou Demodicose....................................................................10 
6. Tratamento.............................................................................................................10 
6.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose...........................................................................10 
6.2 Sarna demodécica ou Demodicose....................................................................10 
7. Prevenção..............................................................................................................11 
7.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose...........................................................................11 
7.2 Sarna demodécica ou Demodicose....................................................................11 
8. Conclusão...............................................................................................................11 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................12 
 
 
3 
 
1. Introdução 
As sarnas são patologias cutâneas e algumas delas são zoonoses. 
A Sarna sarcóptica ou escabiose ocorre entre seres humanos e outros animais. É causada pelo 
ácaro Sarcoptes scabiei, que se refugia sob a pele do hospedeiro, causando coceira alérgica 
intensa. 
A Sarna demodécica ou demodicose é produzida pelo ácaro Demodex no cão e Demodex cati 
no gato. É uma doença comum em cães e rara em gatos. O Demodex localiza-se 
principalmente nos folículos pilosos, mas também pode, ocasionalmente, ser encontrado nas 
glândulas sudoríparas e sebáceas. 
 
2. Agentes Etiológicos – Ácaros 
 
2.1 Sarcoptes scabiei 
Classificação 
Sarcoptes scabiei é a única espécie capaz de 
provocar Sarna Sarcótica ou Escabiose em 
humanos. Existem, diversas variedades 
(subespécies) de S. scabiei, dependendo da 
adaptação ao respetivo hospedeiro, ou seja, 
S. scabiei variedade hominis leva à sarna 
humana clássica e à variedade crostosa, 
cujos hospedeiros são o Homem e 
ocasionalmente o cavalo; S. scabiei 
variedade canis, tendo como hospedeiros o 
cão e raramente o cavalo e o Homem; S. 
scabiei variedade suis, apresentando como 
hospedeiros o porco e raramente o Homem, 
entre outros. 
Quanto ao tipo de parasitismo, este 
aracnídeo é considerado como parasita 
obrigatório permanente e ectoparasita pelo 
facto de, respetivamente, não sobreviver 
fora do hospedeiro (com sobrevivência 
aproximada de um dia sem contacto) e por 
viver na superfície do corpo (pele) do 
mesmo, do qual extrai nutrientes. 
 
 
4 
 
Morfologia 
O ácaro S. scabiei, não olhos nem sistema traqueal (as trocas gasosas ocorrem pela pele), 
apresenta um corpo redondo e de forma ovóide, quatro pares de patas curtas e indistinguíveis, 
verificando-se um grande afastamento entre os dois anteriores e os dois posteriores. Os dois 
primeiros pares de patas das fêmeas e os três primeiros pares do macho apresentam uma 
haste terminal com uma ventosa minúscula. A cutícula distingue-se pelas suas estrias 
transversais e pelos observáveis, enquanto que na face dorsal, existem espinhos curtos e 
robustos e várias escamas triangulares ou cerdas caraterísticas. É ainda possível diferenciar os 
adultos fêmeas (as quais são ovíparas) dos machos, sendo o tamanho das primeiras de 0,30 a 
0,45 mm de comprimento e 0,25 a 0,35 mm de largura, e os machos, um pouco menores, com 
cerca de 0,25 mm de comprimento e 0,20 mm de largura, sendo estes de cor mais escura que 
as fêmeas e apenas o terceiro par posterior de patas termina numa cerda, o que não se verifica 
nas fêmeas, sendo que nestas os dois pares posteriores terminam numa longa cerda. 
 
Ciclo Biológico 
A postura de ovos das fêmeas é feita em parcelas (enquanto a fêmea escava seu túnel, vai 
efetuando a postura dos ovos), abaixo da epiderme do hospedeiro, em galerias("túneis" 
escavados por fêmeas adultas), com incubação de três a cinco dias. A postura em parcelas e a 
diferença do período de incubação garantem que numa infestação gere larvas provenientes de 
uma mesma fêmea por até dois meses. Após esse período há a eclosão desses ovos, surgindo 
as larvas. Com o desenvolvimento das larvas, o ácaro passa ao estágio de ninfa (subdividido 
em dois instares ninfais: protoninfa e tritoninfa). Essa transformação de larva para ninfa pode 
5 
 
ocorrer na “galeria” ( em que os ovos foram depositados) ou na pele. A ninfa passa a adulto 
imaturo na pele. Após a fertilização, esses são considerados adultos (o ciclo dura em torno de 
dezessete dias). A fêmea adulta permanece sobre a pele para aumentar sua capacidade de 
transmissão. O Macho adulto morre após a cópula. Durante as trocas de fases, os ácaros 
sofrem ecdise (muda da pele), possibilitando que esses cresçam. As fêmeas adultas se 
ingurgitam se alimentando de linfa. 
 
2.2 Demodex sp. 
Classificação 
Provocam a demodecose ou sarna demodécica. Este 
ácaro é considerado como parte da microbiota cutânea, 
ou seja, todos os cães os possuem em pequena 
quantidade nos interior dos seus folículos pilosos, 
adquiridos pelo contato com a mãe durante os primeiros 
dias de vida. Apesar de todos os cães abrigarem este 
ácaro em pequenas quantidades em seus folículos 
pilosos, somente em alguns cães, estes ácaros se 
proliferam exageradamente a ponto de causar a doença 
sarna demodécica. Das 65 espécies descritas neste 
gênero, doze espécies são de importância médico-
veterinária, sendo duas parasitas do homem. As espécies 
são: 
1 – Demodex folliculorum – Hospedeiro. - Homo sapiens; 
2 – Demodex brevis – Hospedeiro. - Homo sapiens; 
3- Demodex equi – Hospedeiro. - Equus caballus; 
4 – Demodex bovis – Hospedeiro - Bos taurus; 
5 – Demodex ovis – Hospedeiro - Ovis aries; 
6 – Demodex caprae – Hospedeiro - Capra hircus; 
7 – Demodex canis – Hospedeiro - Canis familiaris; 
8 – Demodex cati – Hospedeiro - Felis catus;9 – Demodex phylloides – Hospedeiro - Sus scrofa; 
10 – Demodex caballi (= Demodex folliculorum var. equi) 
– Hospedeiro - Equus caballus; 
11 – Demodex gatoi – Hospedeiro - gato doméstico; 
12 – Demodex tauri – Hospedeiro - bovino (Bos taurus). 
 
 
 
6 
 
Morfologia 
São ácaros muito pequenos, de aspecto vermiforme, medindo de 100 a 400 µm de 
comprimento, fracamente coloridos, com opistossoma anulado (pseudo-segmentação). As 
pernas, em número de oito, com cinco segmentos, estão localizadas na parte anterior do 
corpo, pois o opistossoma é longo em forma de charuto. O gnatossoma, parecendo a cabeça, 
com rostro grande e saliente, é formado pelas quelíceras em estilete e aderidas aos palpos 
formados por três artículos. Quelíceras em forma de estiletes; palpos tri-segmentados, com 4 a 
5 bacilóides; segundo artículo do palpo mais longo, possuindo no dorso um espinho de 
importância taxonômica. Capítulo, ou epistoma, cobrindo os palpos e as quelíceras. Tarsos 
com duas garras denteadas. Abdômen, distinto do podossoma, é finamente estriado no 
sentido transversal. Orifício genital feminino ventral em fenda longitudinal, situado ao nível da 
coxa IV. Orifício genital masculino dorsal, localizado entre as coxas I e II, emergindo dele o 
pênis. O par de espiráculos único está na face ventral, na base do gnatossoma. Existem dois 
aspectos gerais na morfologia dos demodecídeos, que os tornam bem adaptados a viverem 
confinados em seu hábitat: 1 – redução de tamanho: o comprimento total da maioria dos 
demodecídeos varia aproximadamente de 40 a 100 µm; 2 – redução drástica dos apêndices 
externos: quando comparados com a maioria dos outros gêneros de prostigmatídeos, existe 
neste grupo, uma redução no comprimento dos palpos, pernas, número de cerdas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ciclo Biológico 
O ciclo biológico se processa todo no hospedeiro e 
compreende: ovo, larva, protoninfa, ninfa e adulto, 
macho e fêmea. A fêmea deposita cerca de 20 a 24 
ovos no folículo piloso. Larvas e ninfas (protoninfa 
e deutoninfa) são carreadas pelo fluxo de sebo 
para a boca do folículo, onde atingem a 
7 
 
maturidade. O ciclo se completa em 18 a 24 dias. D. canis, do cão, chega a invadir glânglios 
linfáticos e órgãos viscerais. 
 
3. Transmissão 
3.1 Sarcoptes scabiei 
 A transmissão ocorre, fundamentalmente, por contato direto, ou seja, um doente entra em 
contato com outro hospedeiro, ocorrendo a transferência das fêmeas recém-fertilizadas 
(fêmeas ovígeras) para outro hospedeiro. Pode, contudo, surtir vetorização do tipo fomite, 
quando objetos inanimados veiculam o parasita entre os hospedeiros (por ex., roupas de cama 
ou vestuário em casos humanos, caminhas dos animais). O risco de contágio aumenta 
proporcionalmente com o número de ácaros que subsistem no hospedeiro atingido, assim 
como o respetivo período de contacto. O S. scabiei sobrevive no meio ambiente por um 
período de tempo estimado de 24 a 36 horas, à temperatura ambiente (21°C) e com uma 
humidade normal e, ainda, por períodos de tempo mais longos, a temperaturas mais baixas e 
com uma humidade elevada. Contudo, o tempo fora do hospedeiro, diminui 
proporcionalmente a capacidade do ácaro para contagiar outro hospedeiro. 
3.2 Demodex sp. 
A sarna demodécica por Demodex canis não é transmissível para outro animal e nem para o 
homem. A transmissão ocorre da cadela para os neonatos lactentes por contato direto nos 
dois ou três primeiros dias de vida do neonatal, uma vez que o Demodex canis é residente 
normal da pele canina. A zona termostática dos ácaros D.canis é entre 16ºC e 41ºC. Quando 
em temperaturas abaixo de 15ºC, seus movimentos cessam. Sob várias condições artificiais de 
laboratório os ácaros conseguem viver fora dos cães por até 37 dias, porém, perderam sua 
capacidade de infecta-los. Assim após estarem na superfície da pele, os ácaros são mortos por 
dessecação em 45 a 60 minutos a uma temperatura de 20ºC e umidade relativa a 40%. 
Demodex folliculorum e Demodex brevis são as espécies que atingem humanos. Os ácaros são 
transmitidos por meio do contato entre os cabelos, sobrancelhas e das glândulas sebáceas no 
nariz dos hospedeiros. 
 
4. Patologia e Sintomas 
4.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose 
 Humanos, cães, gatos e outros animais: a penetração do ácaro na pele deixa lesões 
em forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, nos quais ele deposita seus ovos. 
As áreas preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões em humanos são: 
regiões interdigitais, punhos (face anterior), axilas (pregas anteriores), região peri-
umbilical, sulco interglúteo, órgãos genitais externos nos homens. Em crianças e 
idosos, podem também ocorrer no couro cabeludo, nas palmas e plantas. Nos animais 
a infecção geralmente ocorre dentro e ao redor das orelhas, cabeça, face, membros e 
8 
 
abdômen. O prurido é intenso e, caracteristicamente, maior durante a noite, por ser o 
período de reprodução e deposição de ovos. Como o hospedeiro se coça de forma 
vigorosa proporciona, mais facilmente, infeções microbianas secundárias, com 
formação de pústulas ou nódulos e, em casos mais graves, com exsudação e 
hemorragia. Em alguns casos, a sarna pode mesmo adquirir o aspeto de uma urticária 
indefinida, podendo persistir por várias semanas após o tratamento devido a ácaros 
mortos ou produtos de excreção. 
 
4.2 Sarna demodécica ou Demodicose 
 Humanos: Na grande maioria dos casos, os ácaros passam despercebidos, sem 
sintomas adversos, mas em certos casos (geralmente relacionado a um sistema de 
imunossupressão, causado por stress ou doença) as populações do ácaro podem 
aumentar drasticamente, resultando em uma demodicose, caracterizada por prurido, 
inflamação e outras doenças da pele. Blefarite (inflamação das pálpebras) também 
pode ser causada por ácaros Demodex. Existem algumas evidências de ligação entre 
ácaros Demodex a algumas formas da doença de pele Rosácea, possivelmente devido à 
bactéria Bacillus oleronius encontrada nos ácaros. 
 Cães: A população de Demodex na pele dos cães parece estar sob o controle 
imunológico. A maioria dos cães pode assumir um pequeno número de D. canis em 
seus folículos pilosos, sem entretanto apresentarem sinais da doença. Animais velhos, 
mal-nutridos, ou com baixa imunidade devido a doenças, ou tratamento com 
medicamentos imunossupressores, são candidatos à sarna demodécica. No início da 
infecção, há discreta queda de pelos da face e dos membros anteriores, seguida por 
espessamento da pele, e a sarna pode não avançar além das áreas em contato; muitas 
dessas discretas lesões desaparecem espontaneamente sem tratamento. Por outro 
lado, as lesões podem disseminar-se por todo o corpo, e esta demodicose pode 
assumir uma de duas formas: 
Forma localizada (escamosa): ocorre em pequenas áreas, com formação de 
pequenas pústulas avermelhadas com alopecia. A pele fica quente e espessada 
nos locais atacados. As regiões mais afetadas são a cabeça e as patas dianteiras, 
mas podem ser detectadas feridas no tronco e nas patas traseiras. Esta forma é 
Figura 1. Escabiose em Cão 
Figura 2. Escabiose em Humano 
9 
 
geralmente benigna e o animal recupera-se espontaneamente. Sua recorrência é 
rara. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forma generalizada (pustular): ocorre em áreas mais generalizadas, com prurido 
intenso, eritema e alopecia. Ataca ao redor do focinho, olhos e pernas anteriores, 
podendo se espalhar para todo o corpo do animal. A ação do ácaro está, 
sobretudo, na dilatação dos canais foliculares e pilosos, acarretando o transporte 
das bactérias para a profundidade dos poros, com o aparecimento de pústulas 
liberandoum forte odor desagradável. 
 
Em geral, o acarino está associado com a 
bactéria Staphylococus aureus, que pode ser a 
causa real da sarna, sendo que os ácaros 
apenas criam as condições necessárias para o 
desenvolvimento da bactéria. Foram 
registrados casos da presença de Demodex em 
órgãos internos do cão, tais como pulmão, 
fígado, rim, bexiga, parede intestinal, baço e 
principalmente, nódulos linfáticos. 
Provavelmente os ácaros atingem os órgãos 
internos pela circulação linfática e sanguínea. 
Figura 3. Cão com Demodicose 
10 
 
5. Diagnóstico 
 
5.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose 
O diagnóstico é feito com base na história de coceira noturna, associada a lesões cutâneas 
presentes nos locais sugestivos. Em geral, há mais de um caso no ambiente residencial. O 
diagnóstico é clínico, mas se necessário, poderá ser feita uma confirmação laboratorial pelo 
achado do ácaro, em material coletado da pele do paciente, examinado ao microscópio. 
 
5.2 Sarna demodécica ou Demodicose 
Para confirmar o diagnostico, são necessários raspados profundos para atingir os ácaros no 
fundo dos folículos e glândulas, e a melhor mane ira para se conseguir isto e pegar uma prega 
cutânea, aplicar uma gota de parafina Líquida e raspar ate aparecer sangue capilar. Mesmo em 
cães normais, podem ser encontrados alguns ácaros comensais no material, mas a presença de 
uma alta proporção de larvas e ninfas indicara uma população rapidamente crescente e, 
portanto, infecção ativa. A biopsia de pele, para detectar ácaros nos folículos, e usada nos cães 
gravemente afetados, mas raramente e necessária. 
 
 
6. Tratamento 
 
6.1 Sarna sarcóptica ou Escabiose 
Há vários medicamentos de uso tópico que podem ser utilizados no tratamento da escabiose. 
As soluções escabicidas devem ser aplicadas em todo o corpo, por 2 ou 3 noites seguidas. 
Existe também a possibilidade do tratamento incluir o uso de drogas sistêmicas. Antes de 
iniciar o tratamento, deve ser feito um levantamento de todos os membros da casa, avaliando 
e tratando os que estão acometidos, e evitando assim, a permanência de contágio entre 
familiares. As roupas devem ser trocadas e lavadas diariamente. Os sabonetes escabicidas não 
costumam ser eficazes e produzem, em diversos casos, reações alérgicas que pioram o 
quadro. Gestantes e lactantes não devem utilizar os mesmos medicamentos que as outras 
pessoas acometidas pela escabiose. 
6.2 Sarna demodécica ou Demodicose 
Com sua localização profunda na derme, os ácaros não são facilmente acessíveis a acaricidas 
de uso tópico, sendo, portanto, necessário tratamento repetido, e não devem ser esperados 
resultados rápidos. Na sarna escamosa localizada, pode-se prever a recuperação em um a dois 
meses, mas, na forma pustular generalizada, 0 progn6stico e que a recuperação leva no 
mínimo três meses, devendo, portanto, ser reservado . Antes de iniciar o tratamento 
específico, o cão deve ser submetido a tricotomia, lavado com um xampu anti-seborreico e 
11 
 
totalmente enxugado. Dos acaricidas viáveis, os mais amplamente utilizados são o amitraz e o 
organofosforado citioato. O tratamento com amitraz demonstra ser altamente bem-sucedido 
com uma ou mais aplicações em intervalos de 14 dias 
 
 
7. Prevenção 
 
 7.1 Sarna Sarcóptica 
 
Como medidas preventivas de contrair a sarna sarcóptica, deve-se evitar o contato direto (pele 
com pele) com uma pessoa ou animal infestado, assim como com roupas contaminadas, 
incluindo as da cama e outras, além de manter uma boa higiene do local e pessoal. 
 
7.2 Sarna Demodécica 
 
Muitos fatores podem predispor a manifestação da doença nos cães, dentre eles o estresse, o 
cio, a gestação, as privações diversas (sede, fome, abandono e intempéries), as cirurgias, 
transportes, mudanças ambientais, perda de companheiros humanos ou peludos e doenças 
debilitantes como câncer, hepatopatias, parasitismo, hiperadrenocorticismo, imunossupressão 
e até ansiedade por separação, dentre outros fatores, sendo importante manter sempre bons 
cuidados sobre o animal, a fim evitar o desenvolvimento da infecção. 
 
8. Conclusão 
 
Por se tratar de uma zoonose, a sarna sarcóptica é um problema de saúde à escala mundial 
que deve ser devidamente reconhecida e cuja erradicação deve ser direcionada para as 
comunidades mais afetadas, assim como os programas de controles. 
A sarna demodécica é um dos maiores desafios para os clínicos veterinários. Embora seja uma 
doença de fácil diagnóstico, com realização de raspados cutâneos, é uma dermatopatia que 
não tem cura e que se manifesta associada à imunossupressão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
RODRIGUES, Tânia Oliveira da Silva. Sarna Humana. 2014. 60 f. TCC (Graduação) - 
Curso de Faculdade Ciência da Saúde, Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2014. 
Disponível em: <http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4425/1/PPG_21784.pdf>. Acesso 
em: 25 jun. 2016. 
 
SILVA, Samira Tsubouchi da. SARNA DEMODÉCICA. 2004. 68 f. TCC (Graduação) - 
Curso de Medicina Veterinária, Universidade Tuiuti do Parana, Paraná, 2004. 
Disponível em: <http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/08/SARNA-
DEMODECICA.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
TOLEDO, Flavia Gusi de. DEMODICIOSE CANINA. 2009. 50 f. TCC (Graduação) - 
Curso de Medicina Veterinária, Unifmu, São Paulo, 2009. Disponível em: 
<http://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/fgt.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
WIKIPÉDIA. Demodex. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Demodex>. 
Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
WIKIPÉDIA. Sarna. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarna>. Acesso em: 
26 jun. 2016. 
 
WIKIPÉDIA. Sarcoptes scabiei. Disponível em: 
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Sarcoptes_scabiei>. Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
SBD, Portal. Escabiose (ou Sarna). Disponível em: 
<http://www.sbd.org.br/doencas/escabiose-ou-sarna/>. Acesso em: 26 jun. 2016. 
 
CAPRICHOS, Bichos &. Demodecose - Demodex canino. Disponível em: 
<http://bichoscaprichosvet.blogspot.com.br/2011/12/demodecose-demodex-
canino.html>. Acesso em: 26 jun. 2016.

Outros materiais