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Segunda Lei da Termodinâmica Prof.ª MSc. SCHEYLA CADORE Outubro/ 2013 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 1 É bastante comum ouvirmos a seguinte afirmação: Devemos economizar energia!!!! Ora, pela primeira lei da termodinâmica, a energia sempre se conserva e não se pode nem economizá-la nem gastá-la. O que significa então a recomendação da economia de energia, se a quantidade total de energia no universo não se altera, quaisquer que sejam os processos de utilização? Acontece que a primeira lei da termodinâmica conta uma parte da história, mas não toda ela. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 2 A energia sempre se conserva, mas algumas formas são mais úteis do que outras. A possibilidade ou a impossibilidade de se aproveitar a energia é o objeto da segunda lei da termodinâmica. Por exemplo: É fácil converter completamente trabalho mecânico em energia térmica, mas é impossível remover energia térmica de um sistema e convertê-la completamente em trabalho mecânico sem provocar outras alterações no sistema e na vizinhança do sistema. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 3 Então enunciamos a segunda lei da termodinâmica como: “É impossível remover energia térmica de um sistema a uma certa temperatura e converter a energia removida em trabalho mecânico sem modificar, de alguma outra maneira, o sistema ou a sua vizinhança” . Enunciado de Kelvin Um exemplo trivial da conservação de energia mecânica em energia térmica é o do movimento de atrito. Energia mecânica Energia térmica O processo inverso não ocorre!!!!! Esse processo inverso por mais estranho que pareça não violaria a primeira lei da termodinâmica. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 4 Esse processo visto é conhecido como processo irreversível. Esses processos podem assumir as mais diferentes formas, todas relacionadas com a segunda lei. Veja o próximo exemplo! Se colocarmos um corpo quente em contato com outro frio, o calor passará do primeiro para o segundo até que ambos atinjam uma mesma temperatura (equilíbrio térmico). O inverso não ocorre! A partir desse exemplo temos mais um enunciado da segunda lei da termodinâmica: “Não há nenhum processo cujo único efeito seja o da transferência de energia de um corpo frio para outro quente”. Enunciado de Clausius CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 5 Máquinas Térmicas Uma máquina térmica é um dispositivo que opera ciclicamente com o objetivo de converter a maior quantidade possível do calor que recebe em trabalho. As primeiras máquinas térmicas foram as máquinas a vapor, inventadas no séc. XVIII para bombear água das minas de carvão. Nos dias de hoje, as máquinas a vapor ainda são usadas para gerar eletricidade nas usinas termoelétricas e nucleares. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 6 - Motor de Combustão: Esse tipo de motor ou máquina térmica é usado na maioria dos automóveis. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 7 O ciclo do motor de combustão interna e conhecido como: Ciclo de Otto CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 8 Então qual é funcionamento básico de uma máquina térmica? O calor fornecido à máquina térmica provém de uma fonte, chamada de reservatório quente, parte de calor realiza trabalho e a outra parte é rejeitado é recebido por um reservatório frio. Pela primeira lei da termodinâmica temos que: Como temos um ciclo os estágios finais e iniciais não variam então temos que ΔE=0, então: Sendo: CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 9 O enunciado de Kelvin-Planck para a segunda lei da termodinâmica diz que: “É impossível que uma máquina térmica, operando em ciclo, tenha como único efeito a extração de calor de um reservatório e a execução de quantidade equivalente de trabalho”. Esse enunciado nos diz que não podemos ter uma máquina térmica com um rendimento de 100%. Então como calcularmos o rendimento das máquinas térmicas? CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 10 Exemplo: Uma máquina térmica absorve 200J de calor de um reservatório quente, efetua trabalho e rejeita 160J de calor para um reservatório frio. Qual o rendimento desta máquina? CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 11 Uma vez que o calor é, em geral, produzido pela queima de um combustível, como o carvão ou óleo, que custa dinheiro, as máquinas térmicas são projetadas para terem os maiores rendimentos possíveis. O rendimento é a eficiência com que uma máquina térmica funciona. Em geral o rendimento das máquinas é baixo: - motores de automóveis da ordem de 30%; - motores a diesel da ordem de 50%; - grandes turbinas a gás da ordem de 80%. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 12 Refrigeradores Os refrigeradores são essencialmente máquinas térmicas operando ao inverso, ou seja, a máquina recebe trabalho para extrair certa quantidade de calor do refrigerador (reservatório frio) e transferir esta quantidade para o ambiente (reservatório quente). CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 13 O enunciado de Clausius na segunda lei da termodinâmica para os refrigeradores diz: “É impossível que um refrigerador, operando em ciclo, tenha como único efeito o da transferência de energia térmica de um corpo frio pra outro quente”. Para os refrigeradores temos um Coeficiente de eficiência – COE: Quanto maior o coeficiente de eficiência, melhor a operação do refrigerador. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 14 Exemplo 1) Um refrigerador tem o coeficiente de eficiência de 5,5. Que trabalho e necessário para este refrigerador congelar 1 L de água, inicialmente a 10°C, em gelo a 0°C? CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 15 Maquina de Carnot De acordo com a segunda lei da termodinâmica, e impossível que qualquer máquina térmica, operando entre dois reservatórios, tenha rendimento de 100%. Qual então e o rendimento máximo possível de uma maquina térmica? Essa pergunta foi respondida pelo engenheiro francês Sadi Carnot. Carnot mostrou que a máquina reversível e a máquina mais eficiente que pode operar entre dois reservatórios dados, assim temos o teorema de Carnot: “Nenhuma máquina térmica, operando entre dois reservatórios térmicos, pode ser mais eficiente do que uma máquina reversível que opere entre os mesmos dois reservatórios”. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 16 A máquina reversível, portanto, é uma máquina ideal, pois opera com o maior rendimento possível. Processos irreversíveis Energia mecânica, por atrito; Condução de calor de um corpo quente para um outro frio. Processos reversíveis Tem que ser possível deslocar o sistema num e noutro sentido. (processo idealizado) CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 17 Algumas condições necessárias para um processo ser reversível: Não há trabalho de forças de atrito, de forças viscosas ou de outras forças dissipativas que produzem calor. A condução térmica só ocorre isotérmicamente. O processo deve ser quase-estático. Pensando nisso, Carnot desenvolve um modelo hipotético, sem levar em conta as dificuldades técnicas reais e idealiza um ciclo termodinâmico completamente reversível. Esse modelo teórico é conhecido como máquina de Carnot e funciona a partir de um ciclo chamado de Ciclo de Carnot. Neste ciclo um gás ideal é colocado em um cilindro de paredes adiabáticas, no qual um cilindro pode mover-se livremente (com atrito desprezível, evitando dissipação de energia). O gás é submetido a uma sucessão de transformações sendo duas transformações isotérmicas reversíveis ligadas por duas adiabáticas reversíveis. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 18 A máquina idealizada por Carnot é composta pelos seguintes ciclos: 1) Expansão Isotérmica Reversível retirando calor da fonte quente; na temperatura mais alta T2. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 19 2) Expansão Adiabática Reversível CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 20 3) Compressão Isotérmica Reversível cedendo calor à fonte fria; na temperatura mais baixa T1. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 21 4) Processo de Compressão Adiabática Reversível CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 22 Mudança de fase – líquido para vapor (caldeira por exemplo) Processo sem transferência de calor (turbina) condensador bomba Gás efetua trabalho Gás efetua trabalho Trabalho é feito sobre o gás Trabalho líquido Área sombreada CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 23 Para calcular o rendimento da máquina térmica de Carnot vamos analisar a operação de uma delas cujo fluido operante e um gás ideal. Como em uma expansão isotérmica de um gás ideal ΔE=0, então Qq = W, temos: Então o rendimento de Carnot será: O rendimento Carnot depende exclusivamente das temperaturas dos reservatórios. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 24 Exemplo Uma maquina a vapor opera entre um reservatório quente a 100°C = 373K e outro frio a 0 °C = 273K. Qual o rendimento máximo possível dessa maquina? Se a maquina operar ao inverso, como um refrigerador,qual o coeficiente de eficiência máximo que pode ter? Sendo que a maquina absorve 100J e rejeita 100J. a) CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 25 b) Se a máquina absorve 100J de calor, o trabalho que realiza é: E o calor que rejeita é: Então o coeficiente de eficiência quando a máquina opera como refrigerador é: CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Entropia (S) A entropia é uma grandeza termodinâmica associada ao grau de desordem de um sistema macroscópico. Equivalentemente, mede a parte da energia que não pode ser transformada em trabalho. É uma função de estado cujo valor cresce durante um processo natural em um sistema fechado. A idéia de entropia surgiu no seguimento de uma função criada pelo físico alemão Rudolf Clausius (1822-1888). Expressou a entropia em escala macroscópica pela primeira vez em 1865. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS A partir da equação que descreve a máquina de Carnot: Obtem-se a relação: a razão Q/T tem um significado especial Se dQr for o calor transferido quando o sistema segue uma trajetória reversível entre dois estados, a variação da entropia, independentemente da trajetória real seguida, é igual a: CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Se uma quantidade total de calor Q é fornecida durante um processo isotérmico reversível a uma temperatura absoluta T, a variação total de entropia ΔS é dada por: Baixa entropia Alta entropia Como a variação de entropia é inversamente proporcional à temperatura, se a quantidade de calor é a mesma, a entropia será menor para uma alta temperatura e maior para uma baixa temperatura. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Processos que geram um aumento na entropia de um sistema. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Exemplo 1) Um quilograma de gelo a 0°C é liquefeito e convertido em água a 0°C. Calcule a variação de entropia, supondo que o processo de liquefação ocorra reversivelmente. A liquefação ocorre a uma temperatura constante de 0°C, portanto este é um processo isotérmico. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 2) Um quilograma de água a 0°C é aquecido até 100°C. Calcule sua variação de entropia. Podemos imaginar que a temperatura da água seja aumentada reversivelmente em uma série de processos infinitesimais, em cada um dos quais a temperatura aumentada de um valor infinitesimal dT. Usamos então a integral da equação vista. CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS Observando a natureza como um sistema, podemos dizer que o Universo está constantemente recebendo energia, mas não tem capacidade de cedê-la, concluindo então que a entropia do Universo está aumentando com o passar do tempo FIMMMMMM..... CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
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