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Direito Humanitário e o Tribunal Penal Internacional Profa. Tatiana S. Sampaio Direito Humanitário Conjunto de normas, em forma de costume ou tratado, que busca proteger os participantes de conflitos armados e restringir os meios de guerra Comitê Internacional da Cruz Vermelha Responsável pelo monitoramento e elaboração do direito humanitário. Possui livre acesso às vítimas de conflito armado para conhecer seus problemas e intervir em seu favor. Histórico Até meados do século XIX, os Estados participantes em determinados conflitos assinavam acordos para a proteção das vítimas em guerra. Esse contrato era válido apenas para as partes e conflito negociado. 1864 – assinado a primeira Convenção de Genebra – militares feridos em campanha 1925 – após a Primeira Guerra Mundial é assinado o Protocolo de Genebra – gases asfixiantes, tóxicos, meios bacteriológicos 1929 – Convenção sobre Proteção dos Prisioneiros de Guerra (CICV) 1949 – A Segunda Guerra Mundial trouxe a necessidade de proteção aos civis (número maior de baixas). Organização das quatro convenções de Genebra As Convenções de Genebra e os Protocolos Adicionais 1864 - respeitar e cuidar dos militares feridos ou doentes sem discriminação. Desde então, as ambulâncias e os hospitais são protegidos de todo ato hostil e serão reconhecíveis pelo símbolo da cruz vermelha com fundo branco. 1906 - estendeu as obrigações da primeira Convenção às forças navais. 1929 - definir o tratamento de prisioneiros de guerra. (humanamente, sem atos de pressão física ou psicológica; obrigações sanitárias e religião) 1949 - proteção dos civis em período de guerra. Protocolo I – 1977 - Concerne à proteção das vítimas de conflitos armados internacionais, considerando que conflitos armados contra a dominação colonial, ocupação estrangeira ou regimes racistas devem ser considerados como conflitos internacionais Protocolo II – 1977 - Refere-se à proteção das vítimas durante conflitos armados não internacionais (guerras civis) Protocolo III – 2005 - autoriza o uso de um novo emblema distintivo das Convenções de Genebra - o cristal vermelho Outros tratados 1948 – Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio 1954 – Convenção de Haia e seus dois protocolos – proíbe o uso de certas armas militares e protege o patrimônio histórico e cultural 1972 – Convenção de Armas Biológicas 1980 – Convenção das Nações Unidas sobre Limitação do Uso de Certas Armas Convencionais 1993 – Convenção de Armas Químicas 1997 – Tratado de Ottawa – minas antipessoais 2000 – Protocolo Opcional da Convenção dos Direitos da Criança – envolvimento de crianças em conflito armado Leis Costumárias Internacionais 26º Conferência da CICV em 1995 – recomendou que um Grupo Intergovernamental de Especialistas para a Proteção de Vítimas de Guerra organizasse um relatório sobre as leis humanitárias internacionais costumarias, que seriam aplicadas para conflitos armados governamentais e não governamentais. Os tratados são aplicados apenas aos que os tenham ratificado (ex: Protocolos Adicionais da Convenção de Genebra) Os tratados humanitários internacionais não regulam em detalhes suficientes grande proporção dos conflitos armados no mundo atual, como os conflitos não governamentais. Leis Costumárias Internacionais O princípio da distinção entre civis e combatentes e entre objetivos civis e militares Proibição de ataques indiscriminados Obrigação de tomar precauções possíveis no ataque e contra os efeitos do ataque Obrigação de respeitar e proteger pessoal médico e religioso, unidades e transportes médicos, pessoal de ajuda humanitária pessoal e para objetos, e jornalistas civis A obrigação de proteger deveres médicos A proibição de ataques em áreas não defendidas ou zonas desmilitarizadas Obrigação de prover residência e salvaguardar um inimigo hors de combat Leis Costumárias Internacionais Proibição da fome Proibição de ataques a objetos indispensáveis à sobrevivência da população civil Proibição de uso impróprio de emblemas Obrigação de respeitar as garantias fundamentais de civis e de pessoal hors de combat Obrigação de quantificar o número de desaparecidos Proteções específicas a mulheres e crianças Regras importadas dos Direitos Humanos Determina que toas as pessoas - civis e hors de combat - sejam tratadas humanamente, sem distinção Proíbe: Assassinato Tortura Tratamento desumano Punição corporal Violência sexual e estupro Mutilação Experimentos médicos e científicos Escravidão Desrespeito às crenças religiosas O Tribunal de Nuremberg Filme: Julgamento de Nuremberg Estudo Dirigido Por que o Tribunal foi criado? Havia antecedentes legais? Por que escolheram Nuremberg? Ele foi um Tribunal legal? Quais suas funções? Quem o Tribunal julgou? Quais as críticas e elogios feitos a esse tribunal? Tribunal Penal Internacional 1474 na Alemanha, para julgar Peter Von Hagenbach 1860 – Gustav Monnier, um dos fundadores da Cruz Vermelha propôs a elaboração de um TPI Tratado de Sèvres O tratado de Versalhes clamou pelo julgamento do Kaiser Wilhelm II. 1937 na Liga das Nações – Na convenção sobre o Terrorismo havia um protocolo com um estatuto para criação de um TPI. Antecedentes Antecedentes 1945 - o Acordo de Londres estabeleceu o chamado Tribunal de Nuremberg. 1946 foi adotada a Carta do Tribunal Internacional Militar para O Extremo Oriente. A “Convenção para a Prevenção e a Sanção do Delito de Genocídio” (1948), as quatro Convenções de Genebra sobre o direito humanitário (1949) e seus dois protocolos adicionais (1977), a “Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de Guerra e dos Crimes de Lesa Humanidade” (1968) e os “Princípios de Cooperação Internacional para Identificação, Detenção, Extradição e Castigo dos Culpáveis de Crimes de Guerra ou de Crimes de Lesa Humanidade” (1973). Tribunais ad hoc para a antiga Iugoslávia e para Ruanda mediante resolução (827/1993 e 955/1994) do Conselho de Segurança O Tribunal Penal Internacional (TPI) foi criado na "Conferência Diplomática de Plenipotenciários das Nações Unidas sobre o Estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional", realizada na cidade de Roma, entre os dias 15 de junho a 17 de julho de 1998. Precisamente, essa criação ocorreu no último dia da Conferência, mediante a aprovação do Estatuto do Tribunal, que possui a natureza jurídica de tratado e entrou em vigor após sessenta Estados terem manifestado seu consentimento. A data de entrada em vigor foi o dia 1° de julho de 2002. O Tribunal Penal Internacional será um tribunal permanente capaz de investigar e julgar indivíduos acusados das mais graves violações de direito internacional humanitário, os chamados crimes de guerra, de crimes contra a humanidade ou de genocídio. Diferente da Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição é restrita a Estados, o TPI analisará casos contra indivíduos; e distinto dos Tribunais de crimes de guerra da Iugoslávia e de Ruanda, criados para analisarem crimes cometidos durante esses conflitos, sua jurisdição não estará restrita a uma situação específica. A jurisdição do TPI não será retroativa. Funções O Estatuto compõe-se de preâmbulo e treze partes (I-estabelecimento do Tribunal; II- competência, admissibilidade e direito aplicável; III- princípios gerais de Direito Penal; IV- composição e administração do Tribunal; V- inquérito e ação penal; VI- processo; VII- penas; VIII- recurso e revisão; IX-cooperação internacional e auxílio judiciário; X-execução da pena; XI- Assembleia dos Estados Partes; XII-financiamento; XIII-cláusulas finais), com um total de 128 artigos. Inicialmente, o Tribunal Penal Internacional será integrado por 18 juízes, número que poderá ser aumentado ou diminuído por proposta do Presidente, mediante aprovação da Assembleia dos Estados Partes. É esta também que elegerá os juízes, de nacionalidades diferentes, para um mandato de nove anos, vedada a reeleição. O Tribunal será composto pelos seguintes órgãos: a) A Presidência; b) Uma Seção de Recursos, uma Seção de Primeira Instância e uma Seção de Questões Preliminares; c) o Gabinete do Promotor; d) a Secretaria. Funções Destaca-se na composição do Tribunal a figura do Promotor, que será eleito em escrutínio secreto por maioria absoluta de votos pela Assembleia dos Estados Partes, para mandato de nove anos, vedada a reeleição. Caberá ao Promotor recolher comunicações e qualquer outro tipo de informação, devidamente corroborada, sobre crimes da competência do Tribunal, a fim de os examinar, investigar e de exercer a ação penal junto ao Tribunal. Cumprirá suas funções com toda a imparcialidade e liberdade de consciência, assim como os juízes. Os Estados Partes no Estatuto deverão cooperar plenamente como Tribunal na investigação e no julgamento de crimes de sua competência, bem como assegurar-se de que seu Direito Interno preveja procedimentos aplicáveis a todas as formas de cooperação especificadas no Estatuto. Existirá uma Assembleia dos Estados Partes, que se reunirá na sede do Tribunal ou na sede da ONU uma vez por ano, ou, extraordinariamente, sempre que as circunstâncias o exigirem. Cada Estado Parte terá um voto na Assembleia. Suas funções concentram-se no estabelecimento de linhas de orientação geral no que toca à administração do Tribunal e no exame e aprovação do orçamento do mesmo. Funções As despesas do Tribunal serão financiadas pelas quotas dos Estados Partes e pelos fundos provenientes da ONU. O Estatuto veda expressamente a possibilidade de sua ratificação com reservas. Sete anos após a entrada em vigor do Estatuto, o Secretário-Geral das Nações Unidas convocará uma Conferência de Revisão, para examinar eventuais alterações ao texto. Estão ainda pendentes de aprovação os “elementos dos crimes”, que ajudarão o Tribunal a interpretar e aplicar as regras do Estatuto que tipificam os crimes; as “regras de processo e prova”; e a definição do “crime de agressão”. Os “elementos dos crimes” e as “regras de processo e prova” serão objeto de aprovação por maioria de dois terços da Assembleia dos Estados Partes. O Estatuto de Roma agrega, porém, um contexto surpreendente. Pela primeira vez às definições dos crimes, um tratado internacional acrescenta princípios gerais de Direito Penal e claras regras de Processo Criminal. Esse acréscimo supre lacuna das Convenções de Genebra de 1949, sempre criticadas por terem dado muito pouca atenção às normas substantivas e adjetivas da Ciência Penal. Funções Pelo ângulo do ordenamento constitucional brasileiro, os pontos contidos no Estatuto de Roma que merecem consideração, com vistas a afastar qualquer hipótese de incompatibilidade com o texto da Lei Suprema de 1988, são os seguintes: entrega de nacionais ao Tribunal Penal Internacional; pena de prisão perpétua; imunidades em geral e reserva legal. O direito brasileiro 1) Quem será processado pelo Tribunal? Somente os subordinados ou também seus superiores? Os soldados não se limitam a cumprir ordens? 2) O que acontecerá com o terrorismo? 3) Que função terá o TPI em relação aos tribunais nacionais? 4) Quais serão as obrigações dos Estados que não ratificarem o tratado referente ao Tribunal? 5) Quais as questões estatutárias que ainda podem impedir o eficaz funcionamento do Tribunal? 6) Por que nós necessitamos de outra corte internacional? Por que não utilizamos a Corte Internacional de Justiça? 7) Em que se diferenciará o Tribunal Penal Internacional dos Tribunais ad hoc para a Ex-Iugoslavia e Ruanda? Perguntas 8) Por que alguns Estados votaram contra o Estatuto? 9) Que papel terá o Conselho de Segurança da ONU no trabalho do Tribunal? Existem vantagens? 10) Quais garantias há que os suspeitos receberão o devido processo legal e um julgamento justo? 11) Existe um paradoxo entre complementaridade e cooperação? 12) Como o Tribunal aceitará os casos? 13) Quais as atividades atuais do TPI? Perguntas Atividades atuais Preliminary examinations Afghanistan Burundi Colombia Guinea Iraq/UK Nigeria Palestine Ukraine Situations under investigation Uganda Democratic Republic of the Congo Central African Republic Darfur, Sudan Kenya Libya Côte d'Ivoire Mali Central African Republic II Georgia ICC - https://www.youtube.com/watch?v=1K4Y8iqLzxQ&feature=youtu.be Presentation of the proceedings - https://www.youtube.com/watch?v=OVxmVc5WRqA&feature=youtu.be
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