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Módulo introdutório Caro Aluno Seja bem vindo. Nesta nossa disciplina trataremos de assuntos como os princípios de direito processual penal, as normas, o processo penal como ciência e a sua evolução histórica com o objetivo principal de aprimorar seus conhecimentos sobre o direito processual penal e sua tutela e é nossa expectativa que você aprenda bastante. Considerando-se que será você quem administrará seu próprio tempo, nossa sugestão é que você dedique ao menos 20 horas por semana para esta disciplina, estudando os textos sugeridos e realizando os exercícios de auto-avaliação. Uma boa forma de fazer isso é já ir planejando o que estudar, semana a semana. Para facilitar seu trabalho, apresentamos na tabela abaixo, os assuntos que deverão ser estudados e, para cada assunto, a leitura fundamental exigida e a leitura complementar sugerida. No mínimo você deverá buscar entender bastante bem o conteúdo da leitura fundamental, só que essa compreensão será maior, se você acompanhar, também, a leitura complementar. Você mesmo perceberá isso, ao longo dos estudos. a – Conteúdos (assuntos) e leituras sugeridas Assuntos/módulos Leituras Sugeridas Fundamental Complementar 1. Introdução ao Processo Penal. 1.1. O Direito de Punir. · - - Livro texto: cap.1 · - . CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal. 2. Pretensão Punitiva e Lide Penal. 2.1. O Direito de Punir e o Direito de Liberdade. 2.2. O Processo Penal como Instrumento da Pretensão Estatal. 2.3. O Processo Penal como Garantia do Cidadão. 2.4. Finalidade do Processo e o Devido Processo Legal. · - - Livro texto: cap. 2 · - CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal. 3. Sistemas Processuais. 3.1. Origem, Evolução Histórica, Importância. 3.2. O Juiz, o Ministério Público e a Polícia Judiciária. - Livro texto: cap. 3 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal. 4. Processo e Procedimento. 4.1. Fases Da Persecução Penal. - Livro texto: cap. 4 CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Código de processo penal. UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:39 Módulo 1 1. Introdução ao Processo Penal. O direito processual penal é o ramo do direito (conjunto de princípios e normas) que rege as relações jurídicas dos sujeitos que participam do instrumento que viabiliza a ação que tenha por objeto a realização de uma pretensão de natureza penal. Outros dois conceitos podem ser dados: “Chama-se direito processual o conjunto de normas e princípios que regem (...) o exercício conjugado de Jurisdição pelo Estado-Juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado” (Cintra, Grinover e Dinamarco in Teoria Geral do Processo, 9, ed. Malheiros, Ed., p. 41) “O conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Policia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares.” (José Frederico Marques, in Elementos de direito processual penal, 2ª Edição, Forense, v. 1, p. 20)[1] Destarte, importante observação deve ser feita. O direito processual penal não se confunde com o direito penal, pois este é o conjunto de normas e princípios que regem as relações jurídicas entre o Estado e o particular para a proteção da sociedade contra atos que ante a sua gravidade extrema foram considerados como ilícitos penais. 1.1. O Direito de Punir. UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:39 Módulo 2 2. Pretensão Punitiva e Lide Penal. O Estado é o único detentor do direito de punir. Quando uma pessoa pratica um ilícito penal este poder que na verdade também é um dever, de genérico vira específico, razão pela qual, passa a existir uma pretensão. É de todo essencial explicar que o Estado não deve (e não tem o poder) realizar pó si só este direito de punir sem o devido processo legal. Assim, necessário é se deduzir em juízo esta pretensão de punir. Por sua vez, quando a pretensão é deduzida perante um Juízo, é necessário se possibilitar que a parte tome conhecimento da acusação que é feita, o que somente é possível com o devido contraditório. No momento em que o réu apresenta sua defesa (que no processo penal é obrigatória) aparece o que se define como lide, ou seja, uma pretensão resistida em juízo. Sobre os institutos acima expostos, cumpre apresentar algumas importantes observações: - O direito de punir do Estado (jus puniendi in abstrato) é sempre genérico e abstrato, por não se tratar de um direito penal dirigido a uma pessoa específica, mas a toda a sociedade. Note-se que no Brasil não é adotada a teoria do direito penal do inimigo, voltada a pessoas específicas, mas sim o direito penal do cidadão. - A pretensão punitiva do Estado (jus puniendi in concreto) é sempre específica. É sempre dirigida a uma pessoa específica, que tenha praticado (presumidamente) um delito. - O conflito de interesses instaurado, somente pode ser solucionado por um Juiz, não se admitindo qualquer outra forma de resolução (nulla poena sine judice – nenhuma pena é imposta senão pelo Juiz). Até mesmo nos processos em que admite a transação penal, a atuação do Poder Judiciário é necessária. - Para que o juiz solucione o conflito de interesses é obrigatória a existência de UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:40 Módulo 3 3. Sistemas Processuais. No mundo, o processo penal pode ser dividido em três sistemas. O primeiro é o sistema acusatório que tem como principal característica a autonomia de três situações elementares, quais sejam a acusação, a defesa e o julgamento. Note-se que aqui há a diversidade de sujeitos que realizam cada uma de suas respectivas funções. Realizando um paralelo com este sistema adotado no Brasil, a acusação é elaborada pelo Ministério Público (na ação penal pública incondicionada ou condicionada) ou pela vítima (na ação penal privada). A defesa é realizada pelo advogado ou Defensor Público e também pelo próprio réu (defesa própria ou de piedade). O julgamento é atribuído ao Juiz de Direito nos processos de competência singular ou ao conselho de sentença (um juiz togado e sete jurados) nos processos de competência do Tribunal do Júri.[1] O sistema inquisitivo tem como característica marcante a reunião das funções de acusação, defesa e julgamento a um só órgão, o órgão judicial. O sistema em análise era adotado historicamente em períodos passados, mostrando-se incompatível com o moderno Estado democrático de direito. O contraditório e a ampla defesa não são respeitados no sistema inquisitivo, e acontece, via de regra, em segredo. Por último, o sistema misto que reúne os dois sistemas acima mencionados: o processo acontece dividido em duas fases (na primeira de forma inquisitiva e na segunda – a fase de julgamento – no formato acusatório). 3.1. Origem, Evolução Histórica, Importância. A evolução histórica do processo penal é rica em detalhes, sendo objeto de vários e intermináveis estudos, ante a sua relevância para o direito atual.Abaixo seguirá as mais importantes sistemáticas adotadas no UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:41 Módulo 4 4. Processo e Procedimento. O processo pode ser considerado como o conjunto de atos tendentes à solução definitiva do conflito de interesses. Através do processo, o juiz exerce a função jurisdicional (aplicação da lei ao caso concreto). Assim, fácil perceber que o processo é a instrumentalização da ação penal. O procedimento por sua vez não se confunde com o processo, pois aquele é a ordem concatenada e prevista em Lei com a qual os atos processuais se realizam no curso deste. No sentido acima esposado é a lição do prof. Fernando da Costa Tourinho Filho: “Visto dessa maneira, o processo não passa de uma série de atos visando à aplicação da lei ao caso concreto. A palavra “ato”, do latim actum, do verbo egere, significa feito. Logo, “ato” é aquilo que efeito pelo homem: um bilhete, um livro, uma pergunta, tudo são atos. Quando o ato tem importância para o processo ele se diz ato processual: a denúncia, seu recebimento, a citação, o interrogatório etc. Entre o ato inicial (denúncia), exercício do direito de ação, e a decisão final sobre o mérito, numerosos atos são realizados, de acordo com as regras e formalidades previamente traçadas e, esses atos vão avançando até atingir o ponto culminante do processo, que é a decisão sobre o meritum causae, quando, então, o Juiz dirá se procede ou improcede a pretensão punitiva.”[1] O procedimento, previamente previsto em lei pode estar dentro ou fora do Código de Processo Penal. UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:41 Módulo 5 5. Norma Processual Penal. 5.1. Fontes das Normas Processuais. Fontes das normas processuais são as formas pelas quais os regramentos de processo penal se exteriorizam, de onde aparecem, os seus criadores. Basicamente as fontes do direito processual penal são: a Lei (fonte direta), os costumes, a jurisprudência, a doutrina e os princípios gerais de direito (fontes indiretas). A Lei é a principal fonte de direito processual penal, pois representa a vontade geral positivada. Por seu turno, a lei poderá ser extravagante, como por exemplo, a Lei de execução penal, a Lei do combate às organizações criminosas, Lei de identificação, Lei de interceptação telefônica, entre outras. De outro lado, a lei geral processual penal foi codificada inicialmente em 1832 (Código de Processo Criminal), sendo após substituída por codificações estaduais, que deram lugar ao atual Código de Processo Penal que começou a vigorar em 1942. O atual Código de Processo Penal é dividido em: Livro I – Do processo em geral; Livro II – Dos processos em espécie; Livro III – Das nulidades e dos recursos em geral; Livro IV – Da execução; Livro V – Das relações jurisdicionais com autoridades estrangeiras; Livro VI – Disposições gerais. A legitimidade para a produção de leis na esfera processual UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:41 Módulo 6 6. Norma Processual Penal. 6.1. Aplicação da Lei Processual no Espaço. A aplicação da lei processual penal no espaço é disciplinada no artigo 1 do CPP: Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100)[1]; III - os processos da competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17)[2]; V - os processos por crimes de imprensa.[3] Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. Como se pode perceber pela leitura do dispositivo legal, a lei processual penal se aplica em todo território nacional para o julgamento de infrações de natureza penal, vigorando o princípio da absoluta territorialidade. A conclusão lógica é a de que não se aplica nenhuma lei UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:41 Módulo 7 7. A Constituição Federal e o Processo Penal. A Constituição Federal de 1988, assim como as anteriores é impregnada de princípios processuais de natureza civil e penal, ganhando destaque os preceitos primários que norteiam a atuação não somente do Poder Judiciário, mas também do Ministério Público, polícia Judiciária, Defensoria Pública e advocacia. Cumpre antes de se adentrar nos princípios em espécie, consignar que a característica máxima de um princípio é a sua generalidade, o que contrasta com as normas infraconstitucionais, estas mais específicas para situações concretas. Nesse sentido, é de se notar que os preceitos principiológicos a seguir elencados devem atingir indistintamente todas as hipóteses vertentes de seu respectivo conteúdo. 7.1. Princípios Constitucionais do Processo Penal. Imparcialidade do juiz Na triangulação da relação de direito processual penal o juiz se encontra acima das partes, tendo como principal função, julgar o feito aplicando lei aos casos concretos. O juiz somente pode ser justo se tratar as partes com igualdade, o que se dá pelas garantias que o juiz adquire quando do seu ingresso na Magistratura. Por outro lado, também é informador da imparcialidade as vedações que a magna Carta confere aos mesmos (CF, art. 95 e parágrafo único). Sobre o tema são os escólios do prof. Fernando da Costa Tourinho Filho: “Não se pode admitir Juiz parcial. Se o Estado UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:42 Módulo 8 8. A Constituição Federal e o Processo Penal. 8.1. Princípios Constitucionais do Processo Penal. Iniciativa das partes Pelo princípio da iniciativa das partes, o Poder Judiciário para poder atuar precisa ser provocado. Cabe à parte então, a iniciativa do processo desenvolvendo-se o chamado impulso oficial. Tal realidade é conferida constitucionalmente no artigo 129, I ao instituir que cabe ao Ministério Público, privativamente, a ação penal pública. Quanto às ações penais privadas também se aplica o aludido princípio, na medida em que cabe à vítima ou na sua ausência, ao consorte, ascendente, descendente ou irmão a propositura da ação penal[1]. Porém é de aduzir que o princípio em destaque não é absoluto existindo em pelo menos dois casos atuação do Poder judiciário “ex-ofício”: propositura de Habeas corpus e a concessãode medidas protetivas de urgência contra crimes cometidos em sede de violência doméstica. Sobre o tema, são os escólios do prof. Fernando Capez: “Cabe à parte a atribuição de provocar a atuação da função jurisdicional, uma vez que os órgãos incumbidos de prestá-las são inertes. Decorrência dessa regra é a impossibilidade de o juiz tomar providências que superem ou sejam estranhas aos limites do pedido (ne eat iudex ultra petita partium)”[2]. Devido processo legal O processo deve ser desenvolvido observando-se a conformidade com a lei. Nesta seara de entendimento, deve ser assegurado às partes que todos os preceitos constitucionais e infraconstitucionais sejam UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteú... http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1 de 1 22/09/2015 15:42