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PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS 2014- Adelmo F. de Santana. Prof. Dr. Da UFBA

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PRODUÇÃO 
DE 
 CAPRINOS E OVINOS 
 DE CORTE 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA 
 ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA 
 DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA PREVENTIVA E PRODUÇÃO ANIMAL 
 PROEXT- ACCS 
 
 
 
 
 
 PROF. ADELMO FERREIRA DE SANTANA 
 NATANÍELE DE ALMEIDA RIOS 
 LAIANE GOMES LOPES 
 SALVADOR 
2014 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
2 
 
 
 
 
 PRODUÇÃO 
DE 
 CAPRINOS E OVINOS 
 DE CORTE 
 
 
 
Apostila produzida com o intuído 
de informar e instruir a respeito 
da produção racional de caprino 
e ovino de corte. 
 
 
 
 
PROF. ADELMO FERREIRA DE SANTANA 
 NATANÍELE DE ALMEIDA RIOS 
 LAIANE GOMES LOPES 
 
SALVADOR 2014 
 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
 SUMÁRIO 3 
1. MANEJO DOS ANIMAIS 4 
2. RAÇAS DE CAPRINOS 19 
3. RAÇAS DE OVINOS 27 
4. INSTALAÇÕES 32 
5 CUIDADOS SANITÁRIOS 39 
6. MELHORAMENTO 50 
7. MANEJO REPRODUTIVO 55 
8. MAJEJO ALIMENTAR 60 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 62 
 
 
 
 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
4 
 
 
1. MANEJO DOS ANIMAIS 
 
O manejo corresponde a todas as técnicas utilizadas no trato dos 
animais, com o objetivo de aumentar a produção e a rentabilidade. O 
rebanho deve ser observado e recolhido ao aprisco todos os dias. Nessa 
ocasião deve-se proceder uma inspeção a fim de constatar a 
necessidade de eventuais tratamentos ou curativos, avaliando as 
condições gerais dos animais. 
 
 
 
1.1Escolha das matrizes e reprodutores 
Deve-se considerar alguns aspectos, tais como: idade, 
características raciais, integridade dos órgãos genitais e produção, pois 
são de fundamental importância do ponto de vista produtivo. 
 
 Rebanho de ovinos 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
5 
 
 Idade 
Embora a cabrita e a borrega possam alcançar a puberdade aos 
cinco meses de idade, elas apenas deverão ser usadas como matrizes 
quando atingirem um peso corporal equivalente de 60 a 70 % do peso 
de uma fêmea adulta da mesma raça e podem permanecer no 
rebanho entre oito a nove anos. 
 
 
 
Os machos caprino e ovino são animais precoces que podem 
atingir a maturidade sexual entre cinco a seis meses, o que significa 
que a partir dessa idade eles podem ser usado como reprodutor, 
porém servindo a um pequeno número de cabras e ovelhas. 
 
 
 Ovelha matriz Cabra matriz 
Bode reprodutor Carneiro reprodutor 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
6 
 
 Características raciais 
Ao escolher as matrizes e os reprodutores, deve ser levado em 
consideração o tipo racial da preferência de cada criador, produção 
de leite e adaptação do animal ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 Integridade dos órgãos genitais 
Os órgãos genitais das fêmeas e dos machos são de importância 
vital durante todo processo produtivo e reprodutivo. Na fêmea, a 
conformação e volume do úbere indicam a capacidade de produção de 
leite, enquanto que o tamanho e posicionamento das tetas traduz a 
facilidade oferecida para o acesso por parte das crias. A matriz deve 
apresentar úbere bem inserido, com apenas duas tetas e que não 
sejam excessivamente grandes ou grossas. 
Escolha de reprodutores 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
7 
 
 
 
 
 No macho, a conformação e tamanho dos testículos indicam uma 
maior produção espermática e ausência de defeitos genéticos. O 
reprodutor deve apresentar testículos simétricos e presentes na bolsa 
escrotal. 
 
 
 
Úberes ideais de Cabras 
 
Testículos ideais de Carneiros Testículos ideais de Bode 
 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
8 
 
 Saúde 
A fêmea não deve ter sido acometida por nenhuma doença 
infecciosa, principalmente aquelas relacionadas com o aparelho 
reprodutivo e com a glândula mamária. 
 
 
 
O macho deve apresentar bolsa escrotal com simetria, sem lesões 
nos testículos, pênis e prepúcio e membros locomotores perfeitos. 
 
 
Verificando Saúde da Matriz 
Machos com boas conformações escrotais 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
9 
 
 Produção 
Sendo possível, é importante que ao adquirir ou escolher uma 
matriz seja necessária uma avaliação da produção de leite da lactação 
anterior, no caso de cabras adultas, e informações da produção 
leiteira das gerações ascendentes, em se tratando de fêmeas jovens. 
 
 
 
Quanto ao macho, as informações dos pais e avós são 
fundamentais quando possível em animais jovens. No caso de 
reprodutores adultos é necessário que se faça uma avaliação da 
produção de leite das filhas do reprodutor a ser adquirido. 
 
Matrizes - Ovina 
Reprodutores - Ovino 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
10 
 
 
1.2 Uso das matrizes e reprodutores 
O tempo de permanência das matrizes no rebanho depende da 
capacidade de produção de leite, da habilidade materna e gestação 
não problemática, enquanto que o macho está relacionado com o 
interesse pela fêmea e capacidade de realizar a monta. 
 
 Proporção macho/fêmea 
No sistema de criação extensiva é necessário um reprodutor para 
cada 25 fêmeas, ao passo que no sistema intensivo esta proporção 
pode ser de um macho para cada 50 fêmeas. 
 
 
 
Rebanho Ovino com um reprodutor 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
11 
 
 Vida útil 
A vida útil ou período produtivo é considerado como a fase em 
que as matrizes ou reprodutores apresentam uma produtividade 
econômica dentro do sistema produtivo. A cabra pode ser 
economicamente viável a sua exploração até os nove anos de idade. 
 Em relação ao reprodutor, idade de utilização não deve ultrapassar 
aos sete anos, não no mesmo rebanho, sendo necessária a troca de 
reprodutores a cada dois anos, para evitar problemas de 
consanguinidade. 
 
 
 
 Descarte 
O descarte corresponde à retirada dos animais com idade 
avançada ou que foram acometidos por doenças que influenciam na 
produtividade. 
Rebanho Caprino 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
12 
 
 
1.3 Cuidados com os reprodutores 
Para conseguir melhor desempenho e aproveitamento dos 
reprodutores é necessário que se controle o número de saltos, 
alimentação e que sejam mantidos separados da fêmeas. 
 
 
 
 Números de saltos diários 
Quando se trata de animais jovens, o número de saltos diários não 
devem ultrapassar de seis a oito, enquanto que nos adultos este 
número pode ser entre 12 a 16 saltos por dia. 
 
 Alimentação 
Fora da estação de cobertura o reprodutor deve receber uma 
alimentação de mantença para que não haja perda de peso corporal. 
Reprodutor - Ovino Reprodutor - Caprino 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
13 
 
No período da estação de cobertura deve ser oferecida umaalimentação energética, como por exemplo: milho triturado. 
 
 
 
 Separação do reprodutor das fêmeas 
É conveniente manter sempre o reprodutor em local separado das 
fêmeas gestantes para evitar acidentes, e das fêmeas jovens para 
evitar coberturas indesejáveis. 
 
1.4 Cuidados com as gestantes 
No final da gestação o produtor deve ter mais cuidados com as 
fêmeas, principalmente em relação à alimentação e à proteção, para 
evitar problemas de abortos. 
 
Oferta de alimento energético 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
14 
 
 
 
 Formação de lotes 
Para facilitar o manejo das cabras e ovelhas é necessário que se 
coloque as gestantes em grupos homogêneos. 
 
 
 
 Maternidade 
Duas semanas antes do parto as cabras gestantes devem ser 
separadas do rebanho e colocadas em maternidade para facilitar o 
acompanhamento e intervenções necessárias nesta fase. 
 
 
Cabra gestante Ovelha gestante 
Grupo de cabras gestantes 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
15 
 
 
 
 Proteção 
As fêmeas no final da gestação devem ser mantidas isoladas das 
outras categorias e de espécies diferentes, para evitar acidentes e 
prováveis abortos. 
 
 Alimentação 
No final da gestação é importante fornecer uma alimentação de 
melhor qualidade, pois as cabras diminuem a sua capacidade de 
ingestão devido ao aumento do volume do útero que comprime o 
estômago, reforçando a necessidade de melhorar a alimentação em 
termos quantitativos, visto que as exigências nutricionais são mais 
elevadas, devido ao crescimento rápido e acentuado dos fetos. 
Cordeiro recém-nascido 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
16 
 
 
 
 
1.5 Cuidados com os recém-nascidos 
As fêmeas recém-nascidas serão as futuras matrizes, enquanto que 
os machos serão utilizados como reprodutores ou para produção de 
carne, aumentando, assim, a rentabilidade da exploração, o que vem 
justificar os cuidados com as crias jovens. 
 
 
 
Alimentação de melhor qualidade oferecida a gestante 
Manejo de Neonatos 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
17 
 
 Colostro 
Após o nascimento as crias deverão receber o colostro até as 
primeiras 12 horas de vida para que haja a absorção dos anticorpos 
protetores contra doenças presentes neste primeiro leite. 
 
 
 
 Tratamento do umbigo 
O umbigo, após o nascimento, constitui uma porta de entrada 
para diversas doenças. Logo depois do parto deve-se cortar o umbigo 
da cria, usando uma tesoura desinfectada, deixando um pedaço de 
mais ou menos quatro centímetros e queimar com tintura de iodo. 
Este procedimento consiste em mergulhar o umbigo em vidro de boca 
larga contendo tintura de iodo, favorecendo, assim, a desinfecção e a 
rápida cicatrização. 
 
 Cordeiro mamando o colostro Cabrito mamando o colostro 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
18 
 
 
 
 Marcação 
 Recomenda-se utilizar o sistema de pique nas orelhas 
conforme o sinal do produtor. A marcação com brincos não é ideal 
para o sistema extensivo, pois as perdas são comuns. 
 
 
 
 Castração 
Os cabritos e borregos não destinados à reprodução devem ser 
castrados entre 60 a 90 dias de idade para evitar acasalamentos 
prematuros. Os animais muito jovens não devem ser castrados, pois, 
retarda o desenvolvimento. 
Tratamento do umbigo 
Sistema de marcação com brincos 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
19 
 
 
 
 
2. RAÇAS DE CAPRINOS 
 
2.1 Anglonubiana 
 Aptidão: Destinados à produção de leite, carne e pele. 
 Cabeça: Pequena, bem conformada, perfil convexo, com orelhas 
podendo ir abaixo do focinho. Machos e fêmeas são mochos. 
 Pelagem: De qualquer cor. Nos machos pelos finos, longos e 
brilhantes. Nas fêmeas pelos flexíveis e mais curtos que os machos. 
Pele predominantemente escura, solta e de espessura média. 
 
Castração usando Alicate/Burdizzo 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
20 
 
 
 
2.2 Mambrina 
 
 Aptidão: Destinadas à produção de carne, leite e pele. 
 Cabeça: Longa, com frente larga, perfil levemente convexo ou 
retilíneo. Orelhas longas, pendentes, tocando na face a ponta 
pregueada e retorcida, sempre abaixo do focinho. Barba 
desenvolvida. Chifres nos machos, longos saindo para os lados 
retorcidos em espiral, dirigidos para cima e para trás e nas fêmeas 
chifres espiralados, dirigidos para trás. 
 Pelagem: Diversas cores. 
 
Reprodutor Anglonubiano 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
21 
 
 
 
 
2.3 Jamnapari 
 
 Cabeça - Pequena, com fronte estreita, curta descarnada, 
convexa. Perfil ultra convexo. Orelhas bem compridas, 
implantação baixa, pendente dobradas ao meio longitudinalmente 
em sua principal extensão, sobrepostas a partir do ponto de 
inserção. Chifres machos: médios, chatos, fortes e saindo para 
trás, para fora e para baixo. Fêmeas: mais levantados e delicados. 
Olhos vivos e castanhos. 
 Pescoço - Proporcional ao corpo, médio com barbela nos machos 
bem implantado no tronco. Nas fêmeas, um pouco mais fino e 
delicado. 
 Corpo - Comprido e bem conformado. Peito nos machos: médio, 
musculoso, de pelos finos e compridos. Fêmea: mais delicado. Linha 
Cabra Mambrina 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
22 
 
dorso lombar reta, tendo o osso sacro um pouco mais alto. 
 Membros - Anteriores: ossatura fina, bem aprumados. 
Posteriores: fortes bem aprumados, com pêlos longos até o jarrete. 
Cascos fortes, coloração de acordo com a pelagem. 
 Órgãos genitais - Testículos soltos na bolsa escrotal, bem 
desenvolvidos e simétricos. Bolsa escrotal bem desenvolvida com 
pele solta e flexível. Vulva normalmente desenvolvida. 
 Aparelho mamário - Úbere bem implantado e médio. Tetas 
grandes e simétricas. 
 Pelagem - Qualquer tonalidade. 
 Aptidão - Carne e leite 
 Defeitos desclassificatórios - Cabeça grande, perfil sub-
convexo, orelhas curtas, mocho, peito estreito interferindo nos 
aprumos, linha dorso lombar selada, tórax deprimido, garupa 
inclinada e curta, defeitos de aprumos, pelagem típica do 
toggenburg e mucosas despigmentadas. 
 
 Cabrito Jamnapari 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
23 
 
2.4 Moxotó 
 
 Cabeça - Média, cônica e alongada. Perfil sub-côncavo. Orelhas 
pequenas e levantadas. Chifres retilíneos, dirigidos para cima e 
levemente para trás e para fora, nos machos e retilíneos dirigidos 
para cima e para trás nas fêmea. Olhos vivos e brilhantes. 
 Pescoço - Médio, forte e levantado, nos machos e delicado nas 
fêmeas, com ou sem brincos 
  Corpo - Bem conformado e musculoso, comprimento médio. 
Peito musculoso e amplo nos machos. Linha dorso lombar reta e 
larga. Ventre volumoso e bem ajustado ao conjunto. Ancas bem 
separadas. Garupa curta 
 Membros - Fortes, médias e bem aprumados. Cascos escuros 
 Órgãos genitais - Testículos normalmente desenvolvidos 
simétricos. Bolsa escrotal normalmente desenvolvida. Vulva 
conformação e tamanho normais. Aparelho mamário - Úbere bem conformado, e médio.Tetas 
simétricas, proporcionais ao úbere. 
 Pelagem - Branca ou baia. Pelos curtos e brilhantes. 
 Aptidão - Carne e pele. 
Defeitos desclassificatórios - Cabeça grande, perfil 
côncavo/convexo, orelhas grandes e pendentes, mocho, pescoço 
comprido e fino, peito estreito, selado, tórax estreito, ventre 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
24 
 
destendido, ancas estreitas, garupa muito inclinada, membros fracos 
e mal aprumados, cascos rajados, bolsa escrotal e vulva 
despigmentados, pelos longos e pele e mucosas despigmentadas. 
 
 
 
2.5 Canindé 
 
 Cabeça - Apresenta perfil reto e freqüente ausência de chifres. 
produzir carne e pele. 
 Caracteres - É um tipo de caprino comum do Estado do Piauí 
sendo também encontrado no Ceará, Bahia, Pernambuco e Rio 
Grande do Norte. Sua conformação geral é boa, pois mostra 
tendência para o tipo leiteiro, além de produzir carne e pele. 
 Aptidão - leiteira acima da média do caprino, comum e possui 
boa prolificidade. Pesa de 35 a 40 kg e alcança altura de 55 cm. 
 
Bode Moxotó 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
25 
 
 
 
2.6 Repartida 
 
 Cabeça - De tamanho médio. Chifres divergentes para trás e 
para os lados ou ligeiramente para trás e para os lados; pontas 
reviradas. 
 Pelagem - Preta na parte anterior do corpo e baia na posterior, 
porém com delimitação irregular. 
 Aptidão - A seleção deste caprino será conduzida tendo por fim 
a produção de pele. Peso mínimo 36 kg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Canindé 
Cabra Repartida 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
26 
 
2.7 Marota 
 
 Caracteres- Também denominada de Curaçá, a raça Marota tem 
como características principais a pelagem branca, além da pele, 
mucosa e cascos claros. Alguns animais possuem pelos longos, que 
indicam genes das raças Saanen e Angorá. É comum animais com 
partes do corpo pigmentadas. 
 Aptidão - A principal aptidão é para produção de pele, sendo a 
produção de carne também explorada. 
 
 
 
2.8 Sem Raça Definida (SRD) 
Os caprinos comuns são numerosos e apresentam maior 
importância econômica no Nordeste, onde podem ser representados 
por dois tipos: de pelos compridos e de pelos curtos, ambos oriundos 
de raças européias. O grupo de pelos curtos reúne a maioria dos 
caprinos nacionais e os seus caracteres indicam a influência de raças 
Rebanho - Maroto 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
27 
 
portuguesas. Apresentam altura de 60 a 64 cm e peso vivo de 30 a 
35 kg, com perfil reto, orelhas e chifres pequenos, sendo encontrados 
animais de grande rusticidade e produtores de peles valiosas, além de 
darem boa carne e rendimento satisfatório. São maus produtores de 
leite, dando de 0,5 a 1,0 litro por dia. 
 
 
 
 
 
3. RAÇAS DE OVINOS 
 
3.1 Somalis 
 Caracteres: São animais de porte médio, rústicos. Suas 
características principais: a cabeça e o pescoço preto, são mochos e 
possuem pouca lã. A anca e a cauda são constituídas por um 
reservatório de gordura, acumulada nas épocas de fartura e 
utilizada na manutenção do animal, quando lhe falta alimento 
Rebanho - SRD 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
28 
 
necessário. Peso 40 a 60 kg para machos, 30 a 50 kg para as 
fêmeas. 
 Cabeça: Média, preta, perfil retilíneo, chanfro curto, olhos negros, 
orelhas em forma cônica e terminação lanceolada. 
 Garupa: Forte com cobertura de gordura. 
 Cauda: Curta e com densa camada de gordura, terminação 
afilada. 
 Pelagem: Branca com cabeça preta, é permissível a totalidade 
parda, está mancha vai até o tronco do pescoço havendo tolerância 
que desça até a metade dos omoplatas e cernelhas. 
 
 
 
 
 
Rebanho - Somalis 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
29 
 
3.2 Morada Nova 
 Caracteres: Ausência de chifres, porém nos machos é admitido a 
presença de rudimentos. O tórax é profundo, costelas chatas, 
ventre pouco desenvolvido, coxas musculosas e nádegas delgadas. 
Nos machos é constatado jarrete aparente e nas fêmeas discretos. 
 Cabeça: Larga, alongada, perfil sub-convexo, olhos em amêndoas e 
focinho curto bem proporcionado. 
 Orelhas: Forma de concha, bem inserida na base do crânio, 
terminando em pontas. 
 Cauda: Fina e média, não passando dos jarretes. 
 
 Variedades: Vermelha e branca 
 Pelagens: Caracteriza-se por duas pelagens assim descritas: 
 Vermelha - Nas suas diversas tonalidades mais claras na região do 
períneo, bolsa escrotal, úbere e cabeça. Pele escura recoberta de 
pelos curtos e mucosas escuras. 
 Branca - apresenta as mesmas características, com exceção da 
pelagem que será branca. Pelos curtos, finos e ásperos. Pele escura, 
boa espessura, elástica, forte e resistente. 
 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
30 
 
 
 
3.3 Santa Inês 
 Origem: É uma raça nativa do Nordeste Brasileiro. Teria resultado 
de cruzamentos alternados com as raças mais antigas do Nordeste 
- Morada Nova, Bergamácia e Crioula. 
 Caracteres: O Santa Inês é um ovino deslanado de porte grande 
apresentando peso corporal em torno de 80 kg para os machos e 
60 kg para as fêmeas (animais adultos), tronco forte, quartos 
dianteiros e traseiros grandes, ossatura vigorosa. Nos machos são 
encontrados animais com mais de 100 kg e fêmeas com mais de 
70 kg. 
 Cabeça: Tamanho médio ausência de chifres, focinho alongado, 
perfil semi-convexo, narinas proeminentes com mucosas 
pigmentadas (com exceção da variedade branca), boa separação 
entre os olhos. 
Rebanho – Morada Nova 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
31 
 
 Orelhas: Tamanho médio, guardando uma inserção firme, um 
pouco inclinadas, em forma de lança, carnuda e cobertas de pelos, 
acompanhando a cara e chanfro do animal. 
 Pelagem: A raça é caracterizada por quatro pelagens assim 
descritas: 
 Branca - Com pelagem totalmente branca sendo permissível 
mucosas e cascos brancos, além de outros caracteres que 
denotam uma maior influência do sangue Bergamasco. 
 Chitada - Caracteriza-se por uma pelagem branca com 
manchas pretas e marrons esparsas por todo o corpo. 
 Vermelha - Bastante comum nesta raça, pelagem totalmente 
vermelha. 
 Preta - Pelagem totalmente preta. 
 
 
 
Santa Inês 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
32 
 
 
4. INSTALAÇÕES 
 
 As instalações devem ser simples e funcionais sendo 
construídas com material existentes na própria fazenda, para não 
exigir investimentos elevados por parte dos produtores e que 
possibilite fácil higienização e manejo do rebanho. 
 
4.1 Instalações de contenção 
 Cercas 
Podem ser de arama farpado, considerado o caso de cercas 
perimetrais e divisórias de pastagens. O número de fios de arame 
pode variar de sete a nove. Nas cercas de rodapé ou pau-a-pique, 
construídas de dois fios de arame farpado. Na construção de cercas 
de arame farpado, recomenda-se o uso de mourões distanciados em 
20 metros com estacas a intervalos de 1,00 a 1,50 metros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cerca de Madeira 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
33 Curral 
Deve ser construído com cerca de rodapé ou pau-a-pique, com 
divisões que permita a separação dos animais de acordo com as 
categorias e idade. A área a ser usada deve estar em função do 
número de animais, considerando-se um mínimo de 1,0 m2 por 
animal adulto. Na entrada do curral deve ser instalado pedilúvio 
dentro do qual será colocado cal virgem. 
 
 
 
 Aprisco 
Recomenda-se a utilização de pequenos apriscos rústicos, cobertos 
com material disponível e adequado, com área de 0,80 m 2 por 
animal. O piso pode ser de chão ou de pedra. O aprisco deve está 
situado em um dos compartimentos do curral e deve corresponder a 
30 % da área total do curral. Observar o declínio do piso para 
facilitar o escoamento e evitar o encharcamento do mesmo. 
Curral 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
34 
 
 
 
 
 Maternidade 
A maternidade tem grande importância na assistência ao parto, 
na garantia de condições higiênicas para o recém-nascido e na 
própria preservação da cria contra predadores e que consiste em uma 
pequena área desmatada, plantada com capim, ou leguminosas como 
a algaroba ou leucena, com sombra onde as matrizes poderão realizar 
seus partos. 
 
Aprisco suspenso 
Maternidade 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
35 
 
 
 Cabriteiro 
É um local destinado ao alojamento das crias, situado no interior 
do aprisco e protegido contra vento, umidade, sol e chuva. O 
cabriteiro precisa ter as melhores condições higiênicas possíveis. 
 
 
 
4.2 Instalações de apoio 
 Comedouros 
Os comedouros são utilizados para administração de capim picado 
e palma. Podem ser de vários tipos, modelos e tamanhos, adequando-
se às necessidades e ao número dos animais. Os comedouros são 
construídos, em geral, de madeira ou pneus. 
 
Cabriteiro 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
36 
 
 
 
 Bebedouros 
No sistema de criação extensivo os bebedouros são representados 
pelos açudes, barreiros e lagoas e etc. 
 
 
 Saleiros 
Devem ser construídos com tábuas, troncos escavados, cimento, 
pneus usados ou outros materiais adequados e a localização pode ser 
nos piquetes, currais, maternidades e outros pontos estratégicos da 
propriedade, tendo-se o cuidado de não localizá-los próximas às 
aguadas. 
Comedouros 
Bebedouro 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
37 
 
 
 
 
 Aguadas 
Podem ser utilizados barragens, poços artesianos barreiras, 
cacimbas e outros de acordo com as possibilidades do produtor e da 
propriedade, tendo o cuidado de mantê-las cercadas com acesso dos 
animais somente no momento da bebida para evitar acúmulo de 
dejetos em volta das mesmas. 
 
 
Saleiro de pneu 
Aguada 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
38 
 
 
 Esterqueira 
A esterqueira tem por objetivo armazenar os excrementos e 
detritos retirados das instalações, os quais serão guardados nas 
melhores condições possíveis, para que fiquem bem curtidos e sirvam 
como bom adubo orgânico. Com esse tipo de instalação, escondem-se 
sujeiras, evita-se a proliferação de moscas e curte-se o material, 
diminuindo os riscos de contaminação da água e dos alimentos, e 
melhorando suas características como adubo. Podem ser de vários 
tamanhos, tipos e materiais. Cada animal produz em média 600 kg 
de esterco por ano. 
 
 
 
 
 
Esterqueira 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
39 
 
 
5. CUIDADOS SANITÁRIOS 
A importância da saúde do rebanho relaciona-se à produção, pois 
é preciso que os animais estejam sadios para que possam expressar 
todo seu potencial genético e responder às técnicas de manejo 
utilizadas, e neste caso, nas espécies caprina e ovina as doenças 
parasitárias assumem especial destaque. 
 
5.1 Higiene das instalações 
A higiene das instalações é importante sob o ponto de vista 
sanitário, pois evita a disseminação de doenças no rebanho. Deve-se 
raspar e varrer as fezes dos animais periodicamente, para evitar 
disseminação de doenças. Convém-se prestar atenção para limpeza de 
bebedouros, saleiros e comedouros. 
5.2 Vermifugação 
 A incidência de verminose é comum em caprinos. Os animais 
doentes ficam fracos, apresentam diarréia, perdem o apetite e ficam 
com os pelos arrepiados e sem brilho. Os prejuízos observados são: 
diminuição de fertilidade, crescimento retardado, queda da produção 
de leite e aumento da mortalidade, especialmente em animais jovens. 
O controle das verminoses deverá ser feito através de 
vermifugação a cada três meses, iniciando-se com cabritos aos 28 dias 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
40 
 
de nascidos. Recomenda-se a troca do vermífugo a cada três 
aplicações, podendo ser usado os seguintes produtos: Ripercol, 
Panacur, Systamex, Ivomec e Albendozole - todos devem ser 
aplicados por via oral. 
Deve-se proceder três vermifugações a cada ano seguindo o 
esquema a baixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.3 Vacinação 
Poucas são as doenças que acometem os caprinos e ovinos que 
podem ser controladas com o uso de vacinas, entre elas a Raiva e a 
 Primeira vermifugação: No início do período chuvoso (novembro). 
 
 Segunda vermifugação: No final do período chuvoso (abril). 
 
 Terceira vermifugação: No meio do período seco (agosto). 
Ciclo dos parasitas 
Vermifugação oral 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
41 
 
Linfadenite Caseosa são as que merecem ser destacadas. A Raiva é 
controlada por vacina aplicada anualmente, sendo usada no caso de 
ocorrência na região. A vacina contra a Linfadenite deve ser utilizada 
a cada ano, vacinando os animais a partir de dois meses de idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.4 Isolamento dos animais doentes 
Em caso de animais acometidos por doenças infecto-contagiosas 
deve-se fazer o isolamento dos animais. Para isto é conveniente ter 
uma instalação apropriada para colocar os animais doentes durante o 
processo de tratamento até a cura total dos mesmos. 
 
 
Vacinação 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
42 
 
 
 
5.5 Principais doenças 
O criador deve estar atento às alterações no criatório, pois muitas 
vezes, só após consideráveis perdas, são adotadas certas medidas, 
sempre onerosas pelas compras de medicamentos. 
 Verminose 
A ação dos parasitas ou vermes gastrintestinais decorre em má 
digestão e absorção dos alimentos, baixa conversão alimentar, retardo 
do crescimento, diarréia, mucosas pálidas, pelos arrepiados, perda de 
peso, distensão abdominal, edema submandibular, prostração e às 
vezes morte. 
A atenção especial deve ser dispensada ao trato do esterco, que 
pode atuar como reservatório de larvas. 
 
 
 
Borrego isolado 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
43 
 
 
 
 
 Sarna demodécica 
Também conhecida por “bexiga”. A doença se caracteriza pelo 
surgimento de nódulos na pele, que varia de 0,2 a 1,8 cm de 
diâmetro e se localizam principalmente nas regiões cervical, peitoral e 
torácica. Estes nódulos, ao serem abertos e comprimidos, mostram um 
conteúdo purulento. 
Os prejuízos econômicos da afecção decorrem principalmente dos 
danos na pele, causados pelas lesões. O tratamento pode ser feito com 
Ivomec injetável. 
Na profilaxia, evita-se a entrada de animais afetados no rebanho. 
 
Animal com DiarréiaPRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
44 
 
 
 
 
 Infestação por piolhos 
Também denominada pediculose. Os piolhos causam irritação aos 
animais, levando-os a se coçarem, roçarem nas cercas e troncos de 
árvores, o que pode ocasionar a escarificação da pele e conseqüente 
invasão bacteriana. A conseqüência desses efeitos é a queda de 
produtividade dos animais. 
Na prevenção, animais a serem introduzidos em rebanhos livres 
são inspecionados e, se afetados, tratados. No estabelecimento de um 
controle, todos os animais devem ser examinados e, se necessário, 
tratados. Recomenda-se o tratamento com inseticidas. Tanidil em pó 
é excelente no combate aos piolhos. 
 
Presença de Sarna na região da orelha 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
45 
 
 
 
 Miíase ou bicheira 
Também conhecida por bicheira, é causada por larvas de moscas 
conhecidas vulgarmente como varejeiras. São moscas de coloração 
metálica azul-esverdeada. 
A mosca se instala em feridas recentes na pele do animal. 
geralmente decorrentes de umbigo mal tratado, castração e outros 
ferimentos. 
Causam irritação ao animal, com emagrecimento e queda no 
desempenho. Provocam cicatrizes na pele, com prejuízos devido à 
desvalorização pela indústria coureira. 
Previne-se a instalação de miíase tratando adequadamente as 
feridas. Se já instalada, deve-se remover larvas, limpar o local e 
aplicar inseticida, repelentes e cicatrizantes. 
 
Pediculose - Caprino 
Piolho - Damalinia Caprae 
Piolho - Linognathus spp. 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
46 
 
 
 
 Linfadenite Caseosa 
Abscessos de caprinos e ovinos caracterizam-se por necrose 
caseosa, principalmente dos gânglios linfáticos superficiais; daí a 
sinonímia: linfadenite caseosa, mal do caroço. A doença assume 
grande importância pelos prejuízos econômicos decorrentes de queda 
na produtividade, morte de animais e condenação de carcaças no 
abatedouro. 
 
 
Miíase tratada 
Aplicação de Iodo no 
“caroço” 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
47 
 
A infecção ocorre através da pele, umbigo, feridas de castração e 
outras, pelo contato com a secreção de linfonodos rompidos a partir 
da pele, ocorre disseminação para os linfonodos, onde há multiplicação 
e acúmulo de bactérias. A bactéria pode atingir e se instalar em 
outros órgãos. 
A doença é geralmente de caráter crônico, contagioso, podendo 
resultar em morte. 
Para melhor controle, os animais clinicamente afetados devem ser 
observados antes da supuração e aplicado diretamente no caroço 
solução de álcool iodado. 
Na prevenção, evita-se a entrada em rebanhos livres de animais 
clinicamente afetados e a vacinação de todo rebanho inclusive os 
jovens a partir de dois meses de idade. 
 
 
 
 
 
 
Drenagem de linfadenite caseosa 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
48 
 
 Conjuntivite 
 É uma doença que acomete a conjuntiva dos olhos dos animais, 
podendo causar cegueira, sendo altamente contagiosa acometendo um 
grande número de animais e, conseqüentemente, prejuízos elevados. 
 O tratamento é feito com o uso de terra-cortril e solução de 
nitrato de prata a 4 % etc. Os animais doentes devem ser tratados 
isoladamente, para evitar a contaminação do resto do rebanho. 
 
 
 
 
 Ectima contagioso ou boqueira 
A doença é altamente infecciosa e caracteriza-se por lesões 
pruriginosas pustulares e formação de crostas nas narinas e na boca 
dos animais. Lesões no úbere também podem ocorrer, predispondo à 
mamite. Afeta caprinos e ovinos, causando prejuízos econômicos. As 
crias geralmente adquirem a doença do úbere das cabras. O 
aparecimento de surtos geralmente é resultado da introdução de 
Animal com conjuntivite Tratamento com terra-cortril 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
49 
 
novos animais ou de exposições agropecuárias. No início de um surto, 
os animais doentes devem ser isolados e tratados. Após um surto, o 
material proveniente das lesões pode permanecer infectante por 
muitos anos no ambiente. 
 
 
 
 
 Abortos 
A influência de fatores ambientais adversos, tais como: carência 
nutricional e mineral, ingestão de plantas tóxicas ou de alimentos mal 
conservados, traumatismos especialmente causados por chifradas, são 
apontados como responsáveis pelo aborto não infeccioso na espécie 
caprina. 
 
 
 
Ectima contagioso 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
50 
 
 
6.MELHORAMENTO 
É utilizando-se do processo de reprodução que o homem não só 
conserva, mas, também, procura melhorar os diferentes atributos 
étnicos - morfológicos, fisiológicos e as aptidões nos animais 
domésticos. Vários são os métodos ou processos de melhoramento 
complementares à reprodução, idealizados pelo homem, à medida que 
as suas necessidades se tornaram mais acentuadas em relação aos 
animais domésticos. Eles são denominados de seleção, cruzamento; 
mestiçagem e consangüinidade. 
6.1 Seleção 
É um processo de reprodução que tem como finalidade escolher os 
melhores indivíduos de uma determinada raça e acasalá-los entre si. 
A seleção constitui, assim, a chave de todo o melhoramento animal e, 
na realidade, é um método de reprodução que busca aumentar a 
freqüência dos genes desejáveis e, como decorrência, a eliminação dos 
indesejáveis. O ponto-chave, na aplicação do método, está na escolha 
de bons reprodutores, com o objetivo de ampliar a sua participação 
em todo o rebanho. 
 Seleção massal ou fenotípica 
A seleção fenotípica é aquela onde a escolha dos reprodutores se 
faz, exclusivamente, a partir dos caracteres exteriores. Pouco a 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
51 
 
pouco, verificou-se a baixa correlação entre exterior e produção. É o 
tipo de seleção que se faz, por exemplo, a partir da aquisição dos 
reprodutores nas exposições de animais, sem levar em consideração os 
seus ancestrais e o que transmitiria à sua prole. 
 
 
 
 Seleção genotípica 
Na seleção genotípica os indivíduos são avaliados a partir da 
análise da sua descendência. Assim se procura, nessa modalidade de 
seleção, fazer uma avaliação, a partir da comparação dos dados de 
produção dos filhos, comparados com a de seus pais. Quando essa 
diferença é para melhor, diz-se que o animal é melhorador ou 
provado e, assim, a ampliação do seu uso, no rebanho, implica em 
progresso para os caracteres que estão sendo selecionados. O método 
prático, para se estabelecer as necessárias comparações pais-filhos, é 
denominado de Teste de progênie. Dessa forma, na prática, tanto é 
Escolha do reprodutor 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
52 
 
adequado pensar em aquilatar o valor dos machos, quanto o das 
fêmeas, na capacidade de transmitir melhores características à prole. 
6.2 Cruzamento 
Um outro método ou processo de reprodução é o cruzamento. De 
acordo com a sua finalidade, pode ser classificado de simples ou 
industrial, absorvente ou contínuo e alternado. 
 Cruzamento simples 
O cruzamento simples é efetuado por criadores que produzem e 
vendem animais ½ sangue. Assim, o cruzamento industrial visa, 
apenas, a 1ª geração. Os produtos oriundos do cruzamento industrial 
são normalmente mais precoces, mais produtivos em muitos casos e 
exibem um excelente vigor. Credita-se ao surgimento dessas novas 
características a presença de genes dominantes e inibidores existentes 
nas raças puras. 
 Cruzamento absorvente ou contínuoO objetivo do cruzamento contínuo é a substituição de um grupo 
de indivíduos com características comuns, por uma raça considerada, 
pelo criador, como melhorante. O cruzamento absorvente é um 
processo barato e lento de substituição de genes. 
 
O uso de um reprodutor de raça pura sobre fêmea de outra raça 
ou de lastro indefinido leva a que os filhos sejam portadores da 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
53 
 
metade das suas características, ou seja, 50 % do que ele possui. Se o 
acasalamento prossegue usando um outro macho da mesma raça, ou o 
pai sobre as suas filhas, o produto da 2ª geração já possui 75 % dos 
caracteres da raça que está sendo introduzida. 
6.3 Mestiçagem 
Este método ou processo de produção tem como objetivo unir 
características de duas raças ou espécies, segundo um plano 
preestabelecido, tendo em vista a formação de uma terceira raça. Na 
prática, confunde-se mestiçamento com mestiçagem, sendo esta o 
acasalamento desordenado entre animais mestiços. 
 
 
 
6.4 Consanguinidade 
É um processo de reprodução em que se cruzam indivíduos 
parentes, ou seja, pertencentes à mesma família. Geralmente se 
Animais mestiços 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
54 
 
considera consangüíneos animais que possuem, até a 4ª ou 6ª 
gerações, um ou mais ascendentes comuns. Quando há manifestação 
de genes desejáveis, os animais vão se tornando purificados. 
Entretanto, quando os caracteres indesejáveis se somam, os produtos 
nascem portando defeitos. Nesse caso, o criador tem que eliminar esses 
indivíduos, encarecendo o processo produtivo. Em determinados casos, 
essa alienação pode ser tão violenta que o melhor é abandonar, 
imediatamente, o processo e partir para o uso de reprodutores 
estranhos ao rebanho. 
 
 
A consanguinidade pode ser estreita, quando o cruzamento se dá 
entre parentes muito próximos, a exemplo de pai e filha, mãe e filho e 
meio-irmão completos. Pode ser também, do tipo familiar, quando se 
processa entre meio-irmãos incompletos ou parentes mais afastados, 
como primos, embora, como foi mencionado, se possa considerar 
consangüíneos indivíduos ligados por um ou mais ancestrais comuns, 
até a 4ª ou 6ª gerações. 
Rebanho - Consanguíneo 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
55 
 
 
7. MANEJO REPRODUTIVO 
O manejo reprodutivo do rebanho envolve desde a escolha dos 
machos que serão utilizados para serem acasalados com fêmeas que 
apresentam melhores características dentro do rebanho, 
acompanhamento dos animais jovens até a idade de reprodução e das 
fêmeas gestantes bem como os cuidados com as crias após o parto e 
durante a lactação. 
 
 
 
7.1 Puberdade 
Em termos fisiológicos é a idade em que os animais se tornam 
aptos para a reprodução, ou seja, quando ocorre a primeira ovulação 
nas fêmeas e presença de espermatozóides no ejaculado dos machos. 
Em caprinos e ovinos a puberdade ocorre, aproximadamente, aos 
quatro meses, quando machos e fêmeas atingem 40 a 50 % de seu 
Rebanho de caprinos e Ovinos 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
56 
 
peso adulto. Mas, em termos práticos, nessa idade, não devem iniciar 
a vida reprodutiva, pois não têm desenvolvimento corporal suficiente. 
Recomenda-se que o acasalamento seja iniciado quando os animais 
atingirem 65 a 70 % do peso adulto para a raça. Essa idade é 
chamada puberdade zootécnica e ocorre aos 7-8 meses, desde que os 
animais sejam criados de forma satisfatória. 
7.2 Ciclo estral 
É o período compreendido entre dois cios, durante o qual ocorrem 
profundas modificações hormonais atuando em todo o organismo, 
particularmente sobre o aparelho genital e comportamento da fêmea. 
Caracteriza-se pela atividade cíclica dos ovários, com duração normal 
de 20 a 21 dias por ciclo para a espécie caprina e de 17 a 19 dias 
para a espécie ovina, podendo variar de 15 a 40 dias. Divide-se nas 
seguintes fases: 
 
 Estro ou Cio 
Período em que a fêmea aceita o macho e se deixa montar. Tem 
duração aproximada de 12 a 24 horas; 
 
7. 3 Monta ou cobertura 
 Tendo em vista que os caprinos e ovinos no Nordeste sofrem 
influências de fatores climáticos para o desenvolvimento do evento 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
57 
 
reprodutivo, ocorrendo o pique das cobrições das matrizes nas 
primeiras chuvas (novembro a dezembro), continuando menos 
acentuadamente por toda época chuvosa, conseqüentemente 
ocorrendo nascimentos de cabritos e borregos desde de abril 
prolongando-se até agosto. 
 
 
7.4 Gestação 
O período de gestação varia em número de dias, por interferência 
da raça, idade, estado de nutrição e número de crias por parto, 
variando de 145 a 155 dias com média de 150 dias. A idade 
também interfere no período de prenhez e as primíparas, 
normalmente, têm parto antecipado em relação às pluríparas. O 
estado de nutrição é outra variável a considerar, pois as cabras sob 
níveis deficientes de alimentação têm períodos de gestação mais 
curtos. Igual comportamento sucede quando o número de crias 
aumenta, ou seja, nos partos duplos ou triplos. 
 
Monta Natural 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
58 
 
 
 
 
7.5 Parto 
Terminado o período de gestação, dá-se o parto, que deve ser 
interpretado pelo criador como um ato fisiológico normal e, portanto, 
deve se processar sem a sua ajuda. A parição se inicia após uma a dez 
horas de contrações uterinas. A bolsa das águas aparece um pouco 
antes ou juntamente com as patas dianteiras da cria. O parto é 
rápido e num período máximo de três horas todas as crias devem 
estar nascidas. Após o nascimento, a mãe faz a limpeza das mesmas 
as quais normalmente se põem de pé, inclusive, buscando as tetas num 
período aproximado de 30 minutos. Até duas horas depois do parto, 
dá-se a expulsão da placenta. 
Ovelha gestante 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
59 
 
 
 
7.6 Lactação 
É o período em que a fêmea produz leite para a alimentação da 
cria ou crias, que pode variar de 100 a 150 dias nas raças nativas de 
acordo com o nível nutricional. Durante a lactação, a alimentação 
deve ser melhorada no sentido de aumentar a produção de leite e, 
conseqüentemente, o desenvolvimento mais rápido das crias. 
 
 
 
Matrizes fazendo limpeza dos recém-nascidos 
Cabrito mamando 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
60 
 
 
8. Alimentação 
Considerando a alimentação como fator limitante para o 
desempenho dos rebanhos de caprinos e ovinos, a caatinga nativa 
representa importante fonte alimento para os rebanhos durante todo 
ano. Recomenda-se que as propriedades preservem as forrageiras 
nativas existentes, como: juazeiro, quixabeira, umbuzeiro, faveleira, 
aroeira, pau-ferro, etc. 
8.1 Tipos de alimentos 
A alimentação básica dos animais a nível de campo compreende 
as gramíneas, leguminosas, folhagens e pode ser suplementada com 
cereais, mandioca, palma e restos de culturas. 
8.2 Forragens cultivadas 
Os criadores devem implantar áreas de gramíneas como capim 
buffel, capim elefante e sorgo forrageiro, bem como piquetes de 
algaroba, leucena, gliricídia, andu e palma forrageira. 
 
 
 
 
 
Cultivar de Andu 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
61 
 
 
 
8.3 Forragens nativas 
 As gramíneas nativas como capim panasco, mimoso e favorito 
são fontes de alimentos, principalmente para os ovinos,enquanto as 
leguminosas com a catingueira, espinheiro, unha-de-gato, jurema, 
angico e itapicuru e ainda a quixabeira, juazeiro, umbuzeiro, aroeira e 
faveleira, constituem a dieta básica dos rebanhos das regiões semi-
áridas do Nordeste. 
 
 
 
 
 
8.4 Mineralização 
É importante a mineralização com sal comum iodado misturado 
com farinha de osso calcinada na proporção de 1:1, calculando-se 10 
a 15 gramas de mistura/cabeça/dia. Essa mistura deve estar a 
São João Jurema 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
62 
 
disposição dos animais durante todo ano, em cochos cobertos e 
higiênicos. 
 
 
 
 
 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
1. SANTANA, A. F. de. Fundamentos de manejo para caprinos e 
ovinos. Mimeografado. Salvador, 1984, 16p. 
2. SANTANA, A.F. de. Recomendações técnicas para a produção de 
caprinos e ovinos no Estado da Bahia. Mimeografado. Salvador, 
1997, 39p. 
3. SANTANA, A. F. de; FARIAS, S. M. Manejo e instalações para 
caprinos e ovinos. Mimeografado. Salvador, 1983, 12 p. 
4. SANTANA, A. F. de. Prevenção e tratamento de doenças de 
Suplementação Mineral 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
63 
 
caprinos e ovinos. Mimeografado. Salvador, 1988, 8p. 
5. SANTANA, A. F. de. Ovinos do Nordeste do Brasil. 
Mimeografado. Salvador, 1997, 39p. 
6. SANTANA, A. F. de; BATISTA NETO, R.; ALVES, M. T. B B; 
 BERNSEE, M. Eimerídeos de Ovino no Estado da Bahia. Arq. 
Esc. Vet. UFBA. 8 (1): 50-08, 1983. 
7. SANTANA, A. F. de; CALDAS, E. M.; SANTOS, M. F. P. dos. 
Eimerídeos em caprinos e ovinos na região Nordeste do Estado 
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8. SANTANA, A. F. de ; PEREIRA, I. H. de ; ALVES, M. T .B. B. 
Eimeria caprovina em caprinos (Capra hircus) no Sertão 
de Pernambuco. Arq. Esc. Vet. UFBA, 8 ( 1): 68-72, 1983. 
9. SANTANA, A. F. de; CALDAS, E. M. ; SANTOS, M. de. F. P. dos. 
Eimerídeos em caprinos e ovinos na Região Nordeste do 
Estado da Bahia. Arq. Esc. Vet. UFBA, 10(1): 48-56, 1986. 
 
 
 
APOIO: 
 
 
PRODUÇÃO DE CAPRINOS E OVINOS DE CORTE 
 
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