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CARBOIDRATOS INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA A classe de macromoléculas dos carboidratos é amplamente distribuída em animais e plantas e desempenham papéis tanto estruturais quanto funcionais. São as biomoléculas mais abundantes na terra. Fisiologicamente, a glicose é o carboidrato mais importante, e a partir desta molécula outros carboidratos são formados. Existem algumas doenças relacionadas aos carboidratos, como por exemplo diabetes melitus e intolerância à lactose. DESCRIÇÃO GERAL DE UM CARBOIDRATO Os carboidratos podem ser descritos como poliidroxicetonas ou poliidroxialdeídos. CLASSIFICAÇÃO Monossacarídios são os carboidratos que não podem ser hidrolisados em carboidratos menores. Eles podem ser subdivididos em trioses, tetroses, pentoses, hexoses, heptoses ou octoses; dependendo da quantidade de carbonos que possuem. Eles também são divididos em aldoses ou cetoses dependendo se possuem um grupo aldeído ou cetona, respectivamente. Dissacarídios são os carboidratos que quando hidrolisados produzem duas moléculas de monossacarídios. Ex. Maltose (glicose+glicose), sacarose (glicose+frutose). Oligossacarídios são os carboidratos que quando hidrolisados produzem de 2 a 10 moléculas de monossacarídios. Ex.Maltotriose (3 moléculas de glicose). Polissacarídios são os carboidratos que quando hidrolisados produzem mais de 10 moléculas de monossacarídios. Os polissacarídios podem ser lineares ou ramificados e também podem se diferenciar com relação ao tipo de monossacarídio presente e ao tipo de ligação entre as unidades. Ex. amido (n moléculas de glicose). ESTRUTURA DA GLICOSE A estrutura do carboidrato glicose pode ser representada de 3 maneiras: a forma linear, a estrutura cíclica em projeção de Haworth e a estrutura cíclica em forma de cadeira. ISOMERIA Os compostos que possuem a mesma fórmula estrutural, mas diferem na configuração espacial são chamados de esteroisômeros. O que permite a formação dos isômeros é a existência de um carbono assimétrico. Logo, o número de possíveis isômeros para uma dada estrutura depende do número de carbonos assimétricos presentes e corresponde a 2n. Por exemplo, a glicose possui 4 carbonos assimétricos, logo existem 16 isômeros de glicose. Podemos ressaltar alguns tipos mais importantes de isomerismo da glicose: (1) Isomerismo D ou L: A definição de um isômero de açúcar como sendo D ou L é determinada a partir da sua relação espacial com o composto gliceraldeído. A maioria dos monocarboidratos que são presentes em mamíferos são da configuração D; e as enzimas responsáveis pelo metabolismo destes são específicas para esta configuração. A presença de carbonos assimétricos também confere aos carboidratos atividade óptica, podendo desviar a luz polarizada para a direita, dextrorotatória (+) ou para a esquerda, levorotatória (-). Como a classificação de isomerismo depende da correlação com a estrutura do gliceraldído e não da atividade ótica, é possível descrever um dado açúcar como sendo D(-) ou L(+). A glicose possui atividade dextrorotatória, e por isso também é bastante conhecida com dextrose. Quando quantidades iguais de isômeros D e L estão presentes em uma solução, não é observada atividade óptica porque as atividades de cada um dos isômeros anulam uma à outra. Tal mistura é chamada de racêmica e necessariamente ocorre em compostos produzidos sinteticamente. (2) Anéis piranose e furanose Esta terminologia é baseada no fato das estruturas de anéis estáveis poderem estar organizadas como no composto pirano ou no composto furano. (3) Anômeros α e β A estrutura em anel de uma aldose é um hemiacetal, uma vez que é formada pela combinação de um grupo aldeído e outro álcool. Da mesma forma, a estrutura em anel de uma cetose é um hemicetal. Mesmo com a estrutura cíclica em solução, ocorre isomerismo no carbono 1, o carbono anomérico, gerando uma mistura de - glicopiranose e -glicopiranose. (4) Epímeros Os isômeros que diferem entre si como resultado das variações de configuração do -OH e -H nos carbonos 2, 3 e 4 da glicose são conhecidos como epímeros. Biologicamente, os epímeros mais importantes da glicose são manose e galactose. (5) Isomerismo aldose-cetose A frutose possui a mesma fórmula molecular que a gicose, mas difere na sua estrutura molecular devido à presença de um grupo ceto na posição 2, o carbono anomérico da frutose. Por outro lado, na glicose, existe um grupo aldeído na posição 1, o carbono anomérico da glicose. GLICOSÍDIOS Os glicosídios são compostos formados a partir da condensação entre um grupo hidroxil do carbono anomérico de um monossacarídio e um segundo composto, que pode, ou não, ser um outro monossacarídio. Se o segundo grupo utilizado na reação é um hidroxil, a ligação é chamada de O-glicosídica. Se o segundo grupo for uma amina, a ligação é chamada de N-glicosídica. Quando a ligação ocorre entre dois açúcares é chamada de ligação glicosídica. AMINO AÇÚCARES Também chamados de hexosaminas, elas são componentes de glicoproteínas, gangliosídios e glicosaminoglicanos. Como exemplos temos a glucosamina, constituinte do ácido hialurônico; e a galactosamina, constituinte da condroitina. DISSACARÍDIOS Como dito anteriormente são açúcares compostos de dois resíduos de monossacarídios unidos por uma ligação glicosídica. Os seus nomes químicos refletem quais monossacarídios estão presentes na composição. Os dissacarídios de maior importância fisiológica são a maltose, a sacarose e a lactose. POLISSACARÍDIOS Os polissacarídios possuem funções de reserva e estruturais. O amido é formado por uma cadeia - glicosídica. A hidrólise deste composto produz apenas glicose, e por isso é a fonte de carboidratos de maior importância. O amido é constituído de amilose e amilopectina. A amilose é uma cadeia não ramificada que adquire uma estrutura helicoidal; a amilopectina é formada por cadeias ramificadas de 24-30 resíduos de glicose, unidos por ligações 1-4 na cadeia principal e ligações 1-6 nas ramificações. O glicogênio é o carboidrato de reserva dos animais. Ele possui uma estrutura mais ramificada que a amilopectina, possuindo cadeias com ligações -1-4 entre 12-14 resíduos de -D-glicopiranose, nas ramificações as ligações são -1-6. A celulose é o maior constituinte estrutural das plantas. Ela é insolúvel e consiste de unidades de -D-glicopiranose unidas por ligações -1-4, formando longas cadeias não ramificadas reforçadas por pontes de hidrogênio. A celulose não pode ser digerida por muitos mamíferos devido à falta de enzimas que ataquem a ligação . Os ruminantes e outros herbívoros possuem alguns microrganismos que conseguem hidrolisar ligações , transformando a celulose em uma importante fonte energética. Amilopectina Amilose GLICOSAMINOGLICANOS Também conhecidos como mucopolissacarídios, os glicosaminoglicanos são constituídos de cadeias de carboidratos complexos caracterizados pela sua composição de amino açúcares e ácidos urônicos. Quando essas cadeias são ligadas a uma proteína o novo composto passa a ser chamado de proteoglicano. Normalmente estão relacionados a elementos estruturais, como ossos e colágeno. GLICOPROTEÍNAS Também conhecidas como mucoproteínas, elas aparecem tanto na forma solúvel quanto associadas a membranas. São proteínas que contém carboidratos em diferentes quantidades, ligados como cadeias grandes ou pequenas, ramificadas ou não. Ao contrário dos glicosaminoglicanos e dos proteoglicanos, nas glicoproteínas os ácidos urônicos não estão presentes.
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