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Existem, ainda, várias famílias que são empregadas em programas de controle biológico de ácaros-pragas ou pequenos insetos. Os ácaros pertencem ao Filo Artrópoda, e compartilham características comuns com os insetos como possuir um exoesqueleto quitinoso, pernas articuladas, simetria bilateral, entre outras características análogas a este grupo. Por serem araquinídeos apresentam quelíceras, olhos simples, ápteros, desprovidos de antenas, e na grande maioria dos casos, o estádio larval possui três pares de pernas e quatro pares os estádios ninfais (proto e deutoninfa) e adulto, a família Eriophyidae, como exceção a regra, possuem dois pares de pernas em todos os seus estádios de desenvolvimento. Os ácaros diferem de outros araquinídeos pela perda total de segmentação corporal, resultante de uma completa fusão de seus segmentos, a aparente segmentação em alguns ácaros (exemplo Tarsonemidae e Pyemotidae) é provavelmente secundária. Para efeitos taxonômicos, o corpo se divide em várias seções, uma parte anterior denominada de gnatossoma, que compreende a abertura oral e as estruturas associadas como quelíceras e palpos, e uma posterior denominada de idiossoma, onde encontra-se grande parte dos orgãos e onde estão inseridas as pernas. 1 Pesquisador Científico, Instituto Biológico, E-mail: almatioli@biologico.sp.gov.br 4 2. Histórico sobre a Acarologia O primeiro relato da existência de ácaros ocorreu no período da antiguidade mencionado no Papyrus de Ebers, onde foi relatado a febre causada por carrapatos. Posteriormente, Homero (850 A.C.) menciona carrapatos infestando “Argas”, cão de Ulisses. Aristóteles também os cita e os denomina de “Kroton”, revelando ainda, carrapatos em ovelhas, cabras e nos grandes animais domésticos. Anos depois Aristóteles escrevendo “História Animalium”, discreveu que favos velhos de abelhas eram colonizados por ácaros, sendo esta a primeira vez que aparece em textos a palavra “akari”, que existe até hoje no termo genérico Acarus e que originou o nome de todo o grupo. Somente em 1758 que os ácaros foram incluídos em uma classificação natural por C. Linneu, designado por Acarus siro como espécie-tipo. Na 10ª edição do Systema Naturae pouco menos que 30 espécies foram incluídas, sendo todas do gênero Acarus. Depois disso o número de spécies conhecidas aumentou significativamente graças aos trabalhos de Scopoli, Fabricius, Muller, DeGeer, Gmelin, Koch, entre outros. Oudemans entre 1926 e 1937 abordou toda a literatura até o ano de 1850. A acarologia como ciência moderna data do fim do século XIX e início do XX, na Europa e EUA, destacando os autores Kramer, Donnadieu, Canestrini, Nalepa, Hirst, Berlese, Banks e Ewing. Após a 2ª Guerra Mundial os autores que destacaram foram Baker e Wharton, que em 1952 publicaram “Introduction to Acarology”, texto básico até 1958 para taxonomia, quando Baker et al. publicaram o primeiro guia para famílias de ácaros. Krantz em 1970, publicou “Manual of Acarology”, reeditado em 1978, considerada ainda hoje uma das principais obras em acarologia. Depois destes, muitas outras obras foram realizadas, entre elas “Word Crop Pests”, Sabelis (1985) “Principles of Acarology” editada por Evans (1992), Mites (Acari) for Pest Control, Gerson et al. (2003) e no Brasil as principais obras foram escritas por Flechtmann (1975), “Elementos de Acarologia” e o mesmo autor “Ácaros de importância agrícola” (1979) 3ª edição. Para que se tenha noção de como vêm crescendo os trabalhos relacionados com acarologia, no XXI Congresso 5 Internacional de Entomologia (2000) foram apresentados 77 trabalhos desta área, já em 2004, no Congresso Brasileiro de Entomologia 60 trabalhos foram divulgados. Atualmente, o Brasil vem destacando-se como um dos principais Países com pesquisadores em acarologia, e isso foi possível graças ao trabalho pioneiro dos pesquisadores Carlos H. W. Fletchann, Gilberto J. de Moraes, Carlos A. L. de Oliveira e Luiz G. Chiavegatto. 3. Fisiologia de Ácaros 3.1 Sistema Digestivo O sistema digestivo é um tubo simples (Fig. 1) que apresenta variações entre os diferentes grupos, porém algumas características são comuns. O sistema digestivo se inicia na abertura oral, onde são produzidas as salivas em glândulas especializadas, depois disso tem o intestino anterior que consiste em uma faringe musculosa que funciona como uma bomba de sucção do alimento e que, se continua por um esôfago que é circundado pelo cérebro. O intestino médio ou ventrículo, caracteriza-se por ter o epitélio digestivo muito desenvolvido, com variável número de cecos gástricos. Um curto intestino liga o intestino médio ao intestino posterior, podendo receber túbulos de Malpighi (orgãos excretores), semelhantes aos insetos. O intestino posterior é representado por uma cavidade ou bolsa retal que se abre externamente através do ânus. 6 Figura 1. Esquema do sistema digestivo de um mesostigamata, vista dorsal (Flechtmann, 1975). 3.2 Sistema Circulatório O sistema circulatório dos ácaros é lacunar e consiste apenas no sangue, incolor (hemolinfa) que banha todos os orgãos. Porém devemos saber que a hemolinfa não tem somente as funções no transporte de nutrientes, mas também, atuam como menssageiros químicos (hormônios) e produtos impuros, além disso, possui importante papel mecânico em suportar os orgãos e transferir energia na forma de pressão hidrostática. 3.3 Sistema Respiratório e Estigmas Entre todas as caracteristicas morfològias dos ácaros, áquelas associadas ao sistema respiratório são as de maior importância taxonômica para o grupo. A presença e ausência de abertura, “estigmas ou espiráculos”, e sua posição relativa ao 7 Idiossoma é das melhores características diagnósticas para a separação dos vários grupos (mesostigmata, prostigmata, criptostigmata, astigmata entre outros). Os estigmas dos mesostigmatas estão associados a uma estrutura tubular alongada anteriormente, denominada de peritrema. Nos ácaros desprovidos de estigmas as trocas gasosas dão-se através da cutícula. 3.4 Reprodução Os ácaros são todos dióicos e, na maioria dos grupos, o dimorfismo sexual é evidenciado. A fertilização é interna porém o modo de transferência dos espermatóforos varia consideravelmente entre as espécies de ácaros. Algumas destas são exclusivamente partenogenéticas. E ainda podem ser ovíparos, ovoviparos e aqueles que utilizam da fisogastria (desenvolvimento da progenie dentro da fêmea gernado já indivíduoas adultos) para reproduzirem-se. O aparelho reprodutor masculino consiste em testículo, único, par ou múltiplo, vaso deferente, único ou par e um duto