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aula 7 a 10

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Analista dos Tribunais e MP - Área Judiciária 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Tributário 
 Professor: Caio Bartine 
Aulas: 07 a 10 | Data: 12/08/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
 
 
SUMÁRIO 
 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS (cont.) 
1. Contribuições Especiais 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
1. Atributos da Competência 
2. Espécies de Competências 
 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
1. Atributos da Capacidade 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
1. Legalidade 
 
 
 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS (cont.) 
 
Já tratamos de quatro espécies tributárias. Hoje trataremos da 5ª e última antes de partir para o próximo tópico de 
aula. 
 
1. Contribuições especiais 
 
Essa nomenclatura foi criada pelo STF. 
STF notou que haviam várias contribuições nomeadas na CF. Entenderam que seria mais prático agrupá-las dentro 
das chamadas “contribuições especiais”. Assim, fazem parte das contribuições especiais: 
 
a) Contribuição de Intervenção no domínio econômico (CIDE) 
A ideia que temos que ter em mente é que o Brasil adota um modelo econômico neocapitalista: a economia 
pertence ao particular e é por este desenvolvida; o Estado pode atuar na economia apenas de forma subsidiária. 
Brasil adota este modelo intervencionista: economia é privada, mas o Estado pode intervir para: planejar, fiscalizar 
e incentivar. 
 
Há setores que são estratégicos para o desenvolvimento. 
Ex.: temos uma enorme margem costeira, muito utilizada para nosso comércio tanto de importação, quanto de 
exportação. Para o desenvolvimento e crescimento deste setor é muito importante que haja uma boa infra-
estrutura portuária, bons navios mercantis etc. Isso é, para o fomento da importação e exportação precisamos de 
verbas. É neste sentido que surgem as contribuições interventivas. 
 
Principais contribuições interventivas: 
*AFRMM (adicional de frete para renovação da marinha mercante) - Lei 10.893/04 
 
 
 
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*CIDE Royalties - Lei 10.168/00 
*CIDE combustíveis – Art. 177, parágrafo 4º, CF e Lei 10.336/01 
*Contribuição do SEBRAE – Lei 8.029/90 
(passou a ser uma contribuição interventiva após o julgamento do RE 396.266 STF) 
 
CF/88 - Art. 177. Constituem monopólio da União: 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool 
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe 
aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool 
combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a 
indústria do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 33, de 2001) 
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: RE 396.266/SC 
Relator(a): Ministro Carlos Velloso 
Julgamento: 26/11/2003 
Publicação: DJ 27-02-2004 PP-00022 EMENT VOL-02141-07 PP-01422 
Decisão: I. - As contribuições do art. 149, C.F. - contribuições sociais, 
de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias 
profissionais ou econômicas - posto estarem sujeitas à lei 
complementar do art. 146, III, C.F., isto não quer dizer que deverão ser 
instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, § 
4º, C.F., decorrente de "outras fontes", é que, para a sua instituição, 
será observada a técnica da competência residual da União: C.F., art. 
154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é imposto. 
Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de 
incidência, a base imponível e contribuintes: C.F., art. 146, III, a. 
Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 
146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. II. - A contribuição 
 
 
 
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do SEBRAE - Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 
10.668/2003 - é contribuição de intervenção no domínio econômico, 
não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das 
contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 
1º do D.L. 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, 
a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, C.F. III. - 
Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, 
portanto, do § 3º, do art. 8º, da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 
8.154/90 e 10.668/2003. IV. - R.E. conhecido, mas improvido. 
 
b) Contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas (contribuições corporativas) 
STF as subdivide em: 
*Contribuições dos conselhos profissionais 
Conselhos profissionais são entidades de classe de profissão regulamentada 
 
Todos os conselhos profissionais são autarquias e tem suas anuidades. O STF entende que as anuidades possuem 
natureza tributária. 
Ex.: Se um médico deixar de pagar anuidade. Esta anuidade será cobrada de que forma? O CRM irá inscrever o 
devedor em dívida ativa, propondo uma execução fiscal. 
Exceção: OAB – as anuidades da OAB, segundo STF, são desprovidas de natureza tributária. 
 
*Contribuição do Sistema –S (art. 240, CF) 
Contribuições que são repassadas aos serviços sociais autônomos que fazem parte do 3º setor. 
São contribuições do SESI, SENAI, SENAC 
Exceção: SEBRAE – pois STF entende que sua natureza é interventiva. 
 
CF/88 - Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais 
contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de 
salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de 
formação profissional vinculadas ao sistema sindical. 
 
c) Contribuições para a seguridade social (contribuições sociais) 
O art. 194 da CF determina que 3 áreas formam a seguridade: 
 Previdência social 
 Assistência social 
 Saúde 
Em tese, toda contribuição social deve ser destinada a essas áreas (uma ou todas). 
 
CF/88 - Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, 
organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às 
populações urbanas e rurais; 
 
 
 
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III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, 
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, 
dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
Contudo, STF entende que há contribuições sociais que não têm aplicação direta para estas áreas. STF resolveu, 
então, subdividir essas contribuições em: 
c.1) Contribuições sociais gerais 
São duas: 
 As contribuições do salário educação (art. 212, parágrafo 5º,CF) 
 SAT (hoje chamados de RAT – Riscos Ambientais do Trabalho) – art. 7, inciso XXVIII, CF 
 
CF/88 - Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de 
dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco 
por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino. (...) 
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de 
financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida 
pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de 2006) 
 
CF/88 - Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além 
de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer 
em dolo ou culpa; 
 
 
c.2) Contribuições sociais específicas. 
Estão determinadas em 2 artigos: art. 195 e 239, CF. 
 
CF/88 - Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições 
sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na 
forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou 
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, 
 
 
 
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mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
20, de 1998) 
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo 
regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a 
ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
§ 1º As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, 
não integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de 
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência 
social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades 
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada 
área a gestão de seus recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, 
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público 
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. (Vide 
Medida Provisória nº 526, de 2011) (Vide Lei nº 12.453, de 2011) 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a 
manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto 
no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser 
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio 
total. 
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser 
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que 
as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto 
no art. 150, III, "b". 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o 
pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam 
suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados 
permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a 
aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo 
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da 
 
 
 
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atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte 
da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o 
sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os 
Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições 
sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em 
montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as 
contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão 
não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição 
gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso 
I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
CF/88 - Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o 
Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 
7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio 
do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de 
dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, 
a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-
desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Regulamento) 
§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo menos 
quarenta por cento serão destinados a financiar programas de 
desenvolvimento econômico, através do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração 
que lhes preservem o valor. 
§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e 
do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são 
preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações 
previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de 
casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que trata 
o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos 
participantes. 
§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que 
contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa 
de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários 
mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um 
salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas 
individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos 
programas, até a data da promulgação desta Constituição. 
 
 
 
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§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma 
contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força 
de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma 
estabelecida por lei. 
 
Há contribuições sociais específicas que incidem sobre: 
I. Pessoa jurídica 
As pessoas jurídicas podem ter uma contribuição que incida sobre: 
 A folha de salários e demais rendimentos pagos ao trabalhador. 
Essa contribuição é chamada de Contribuição PrevidenciáriaPatronal (Lei 8112/91) 
Desonerar a folha de pagamento = manter um empregado hoje, sai bastante caro. Por exemplo: se eu contrato um 
empregado e lhe pago 3 mil reais, eu (empregador) acaba tendo que despender praticamente o dobro com 
acréscimos tributários e previdenciários. Isso começou a gerar uma crescente “pejotização” (empregado abre a 
empresa e a sua empresa presta serviços). É por isso que o governo tem debatido a ideia de desoneração sobre a 
folha de salário, de modo que se tira a contribuição sobre a folha e se cria uma contribuição previdenciária sobre a 
receita bruta. Empresa não recolhe sobre o salário, mas sim sobre seus rendimentos 
 Receita e faturamento 
Foram criadas: 
COFINS (LC 70/91) 
PIS (LC 7/70) 
Se PPJ for de direito público, terá que recolher o PASEP (LC 8/70) 
 Lucro 
Contribuição social sobre o lucro – CSLL (lei 7689/88) 
 
II. Pessoa física 
Pessoa física vai recolher sobre a folha de salário e demais rendimentos recebidos (INSS-Empregado - Lei 8212/91) 
 
III. Sobre a Receita do concurso de prognósticos 
São os jogos autorizados e administrados pelo Governo Federal (mega-sena, lotomania, loteria esportiva etc). Sobre 
as apostas que são feitas existe um percentual que será destinada à seguridade social. (Art. 26, Lei 8212/91) 
IV. Importadores de Bens e Serviços 
Pis-Cofins Importação (Lei 10.865/04) 
V. Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública - COSIP (art. 149-A, CF) 
Foi inserida pela EC 39/92. 
CF determina que essa contribuição tem facultada a sua cobrança na fatura mensal de energia elétrica. 
STF no julgamento do RE 573.675 entendeu que esta é uma contribuição constitucional. 
 
Lei 8212/91 - Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a renda 
líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores 
destinados ao Programa de Crédito Educativo. (Redação dada pela Lei 
n° 8.436, de 25.6.92) 
§ 1º Consideram-se concursos de prognósticos todos e quaisquer 
concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as 
realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do 
Distrito Federal e municipal. 
§ 2º Para efeito do disposto neste artigo, entende-se por renda líquida 
o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados ao pagamento 
 
 
 
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de prêmios, de impostos e de despesas com a administração, 
conforme fixado em lei, que inclusive estipulará o valor dos direitos a 
serem pagos às entidades desportivas pelo uso de suas denominações 
e símbolos. 
§ 3º Durante a vigência dos contratos assinados até a publicação desta 
Lei com o Fundo de Assistência Social-FAS é assegurado o repasse à 
Caixa Econômica Federal-CEF dos valores necessários ao cumprimento 
dos mesmos. 
 
CF/88 - Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço 
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere 
o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
 
EMENTA 
Dados Gerais 
Processo: 573.675-SC 
Relator(a): MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
Julgamento: 25/03/2009 
Publicação: PUBLIC 22-05-2009 EMENT VOL-02361-07 PP-01404 RTJ 
VOL-00211- PP-00536 RDDT n. 167, 2009, p. 144-157 RF v. 105, n. 401, 
2009, p. 409-429 
Decisão I – Lei que restringe os contribuintes da COSIP aos 
consumidores de energia elétrica do município não ofende o princípio 
da isonomia, ante a impossibilidade de se identificar e tributar todos 
os beneficiários do serviço de iluminação pública. II – A 
progressividade da alíquota, que resulta do rateio do custo da 
iluminação pública entre os consumidores de energia elétrica, não 
afronta o princípio da capacidade contributiva. III – Tributo de caráter 
sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita 
se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a 
contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte. IV 
Exação que, ademais, se amolda aos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade. 
V – Recurso extraordinário conhecido e improvido. 
 
 
Finalizamos o estudo das espécies tributárias. 
Vamos agora ao estudo da competência tributária. 
 
 
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
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Toda competência é tratada na CF e, eventualmente, se existir algum conflito de competência, este deverá ser 
dirimido mediante uma lei complementar (art. 146, I, CF). 
CF/88 - Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
O que é a competência tributária? 
A competência tributária é aquela que se tem para a instituição de tributos. Esta competência só é concedida aos 
entes federativos: U, E, M, DF. 
 
1. Atributos da Competência 
Esta competência em matéria tributária possui características/atributos que lhe são próprios. Dentre eles, temos: 
a) Indelegabilidade 
Competência tributária não se delega (art. 7º, CTN ) 
 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, 
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, 
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos 
termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais 
que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato 
unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a 
pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar 
tributos. 
 
b) Intransferibilidade 
Indelegabilidade ≠ intransferibilidade 
*Indelegabilidade: impossibilidade de se delegar para terceiros, outras PJ. 
*Intrasferibilidade: incapacidade de transferir competências entre si. 
Ex. União não pode transmitir competência para outro ente. 
 
c) Irrenunciabilidade 
Um ente federativo não pode abrir mão da competência. 
Não confundir: renúncia de competência (o que não pode!) com renúncia de receita (pode). 
Há dois tipos de renúncia de receita: 
I) Impositiva 
 
 
 
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Advém de uma expressa determinação constitucional 
Note que o ente não abre mão da receita por que quer, mas sim por ordem constitucional. 
Ex.: repartição de receita tributária (art. 157- 162 CF) 
A repartição de receita pode ser: 
- direta  vai para os demais entes federativos 
- indireta  vai para os fundos. 
Imunidades Tributárias 
 
CF/88 - Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União 
instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, 
I. 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e 
proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas 
fundações que instituírem e mantiverem; 
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da 
União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis 
neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se 
refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pelaEmenda Constitucional 
nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em 
seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e 
de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, 
mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes 
critérios: 
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas 
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de 
serviços, realizadas em seus territórios; 
II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no 
caso dos Territórios, lei federal. 
Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 
2007) 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos 
de qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% 
 
 
 
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(quarenta e nove por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de 
Participação dos Estados e do Distrito Federal; (Vide Lei 
Complementar nº 62, de 1989) (Regulamento) 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de 
Participação dos Municípios; (Vide Lei Complementar nº 62, de 1989) 
(Regulamento) 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao 
setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através 
de suas instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os 
planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na 
forma que a lei estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) 
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que 
será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; 
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos 
industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, 
proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos 
industrializados. (Regulamento) 
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no 
domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por 
cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da 
lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido 
parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004) 
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o 
previsto no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto 
de renda e proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 
157, I, e 158, I. 
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela 
superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, 
devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais 
participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele 
estabelecido. 
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco 
por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, 
observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e 
II. 
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada 
Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, 
na forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
 
 
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Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao 
emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e 
acréscimos relativos a impostos. 
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União 
e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:(Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
II - ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e 
III.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
Art. 161. Cabe à lei complementar: 
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo 
único, I; 
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 
159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos 
em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico 
entre Estados e entre Municípios; 
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo 
das quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 
e 159. 
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das 
quotas referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II. 
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
divulgarão, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, 
os montantes de cada um dos tributos arrecadados, os recursos 
recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a 
expressão numérica dos critérios de rateio. 
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados 
por Estado e por Município; os dos Estados, por Município. 
 
II) Facultativa 
Advém de uma discricionariedade estatal. 
Ela pode ser: 
Faculdade de instituição de tributos. 
Segundo o STF o ente cria o tributo se ele quiser. 
Há a lei complementar 101/00 – Lei de responsabilidade fiscal. No artigo 11, determina haver o dever de tributar. 
Se ele deixar de tributar ele vai sacrificar outras fontes e onerando outros setores. 
No concurso, olhar enunciado: se falar da lei – colocar pela obrigação. Se não colocar, vai pelo STF. 
 Concessão de subsídio, benefícios e incentivos fiscais 
Ex. isenção, anistia, parcelamento, remissão 
Nossa CF coloca, no art. 150, parágrafo 6º, que todo subsídio, benefícios e incentivos fiscais deve advir de uma lei 
especifica. 
O art. 14 da Lei 101/00, determina que o ente público, para conceder o benefício, deve, antes de mais nada: 
*fazer um estudo do impacto orçamentário 
*que haja uma estrita observância a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) 
 
 
 
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* que haja indicação de medidas de compensação, ou seja, que haja indicação de uma fonte alternativa de custeio. 
 
LC 101/00 - Art. 11. Constituem requisitos essenciais da 
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva 
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do 
ente da Federação. 
 Parágrafo único. É vedada a realização de transferências 
voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que 
se refere aos impostos. 
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de 
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar 
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no 
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, 
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos 
uma das seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de 
2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001) 
 I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi 
considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do 
art. 12, e de que não afetará as metas de resultadosfiscais previstas 
no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; 
 II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período 
mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente 
da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou 
criação de tributo ou contribuição. 
 § 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito 
presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de 
alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução 
discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que 
correspondam a tratamento diferenciado. 
 § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício 
de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no 
inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as 
medidas referidas no mencionado inciso. 
 § 3o O disposto neste artigo não se aplica: 
 I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, 
II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1o; 
 II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos 
respectivos custos de cobrança. 
 
 
 
 
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CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: (...) 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a 
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante 
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente 
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, 
g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
d) Incaducabilidade/imprescritibilidade 
Não se perde competência por decurso de tempo. Competência tributária não sofre caducidade nem prescrição. 
Ex.: IGF – até hoje não foi criado, mas a União pode criar a qualquer tempo. 
 
2. Espécies de Competência Tributária 
a) Competência privativa 
É aquela para instituição dos impostos ordinários. Aqui é a competência que a união tem para instituir impostos 
federais (art. 153, CF) 
Estado tem para instituição dos impostos estaduais (art. 155, CF) 
Municípios possuem para a instituição dos impostos municipais (art. 156, CF). 
Cada qual institui privativamente os seus próprios impostos. 
 
CF/88 – Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
enumerados nos incisos I, II, IV e V. 
§ 2º O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e 
da progressividade, na forma da lei; 
§ 3º O imposto previsto no inciso IV: 
 
 
 
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I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao 
exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital 
pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando 
as explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do 
imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na 
operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, 
assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes 
termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, 
conforme a origem; 
II - setenta por cento para o Município de origem. 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações 
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no 
exterior;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
 
 
 
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I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao 
Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado 
onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o 
doador, ou ao Distrito Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei 
complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o 
seu inventário processado no exterior; 
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de 
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro 
Estado ou pelo Distrito Federal; 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da 
legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido 
nas operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias 
e dos serviços; 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da 
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria 
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às 
operações e prestações, interestaduais e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante 
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta 
de seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver 
conflito específico que envolva interessede Estados, mediante 
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços 
de seus membros; 
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, 
nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas 
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de 
serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações 
interestaduais; 
 
 
 
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VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a 
consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro 
Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de 
localização do destinatário o imposto correspondente à diferença 
entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota 
interestadual; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 
2015) (Produção de efeito) 
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 
2015) 
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 
2015) 
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual 
de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito) 
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) 
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do 
imposto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) 
IX - incidirá também: 
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por 
pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do 
imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o 
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde 
estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da 
mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem 
fornecidas com serviços não compreendidos na competência 
tributária dos Municípios; 
X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem 
sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a 
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado 
nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e 
energia elétrica; 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
 
 
 
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d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do 
imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, 
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à 
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois 
impostos; 
XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento 
responsável, o local das operações relativas à circulação de 
mercadorias e das prestações de serviços; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, 
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a" 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa 
para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de 
mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do 
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão 
concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto 
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em 
que não se aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 
2001) 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a 
integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou 
serviço. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste 
artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre 
operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, 
derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de 
petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
 
 
 
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II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural 
e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso 
I deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem 
e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas 
operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e 
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, 
destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos 
Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o 
seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser 
diferenciadas por produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
33, de 2001) 
b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad 
valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o 
produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre 
concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o 
disposto no art. 150, III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, 
de 2001) 
§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as 
relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas 
mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do 
§ 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e 
utilização.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
I - propriedade predial e territorial urbana; 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de 
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição; 
 
 
 
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III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, 
definidos em lei complementar.(Redaçãodada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 
182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do 
imóvel.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 2º O imposto previsto no inciso II: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao 
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a 
transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, 
cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
II - compete ao Município da situação do bem. 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, 
cabe à lei complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 37, de 2002) 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e 
benefícios fiscais serão concedidos e revogados.(Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
 
b) Competência comum 
Os entes federativos podem instituir os mesmos tributos. 
Ex. Todos os entes podem instituir taxas, contribuições de melhoria. 
c) Competência Residual 
Pertence apenas à União. 
É uma competência para que a União institua outros impostos não previstos na CF (União está criando novos 
impostos federais). É a competência para criar novas contribuições sociais não previstas na CF. 
Contudo, para que a União possa criar esses novos tributos, a União deve observar requisitos, que estão previstos 
no art. 154, inciso I, CF. 
 Só podem ser criados mediante Lei Complementar 
 Devem ser tributos não-cumulativos (é uma regra contábil que a CF coloca como sendo princípio. Serve para 
evitar o tributo em efeito cascata 
 
 
 
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 Devem ter o fato gerador e a base de cálculo diferentes dos impostos já previstos na CF. 
CF/88 - Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo 
anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador 
ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
Estes são requisitos que a União deve preencher para constituir um novo tributo. 
A contribuição social residual, segundo o STF, não podem adotar fato gerador e base de cálculo próprios de 
contribuições sociais já existentes. Ou seja, para o STF as contribuições sociais podem adotar o mesmo fato gerador 
e base de cálculo dos impostos. 
d) Competência extraordinária 
Pertence apenas à União. 
Trata-se da competência que a União tem para criar: 
I) Empréstimo compulsório. 
O empréstimo compulsório para ser criado depende de lei complementar. 
II) Imposto extraordinário de guerra 
Pode ser criado tanto por lei ordinária como por medida provisória. 
 
e) Competência exclusiva 
Em regra, pertence à União. 
Em regra, compete à União instituir contribuições especiais. 
Exceções: Há contribuições especiais que não são de competência federal. São 2 exceções: 
 Art. 149-A, CF município e DF podem criar contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) 
 Art. 149, parágrafo 1º, CF Estados, DF e Municípios poderão instituir uma contribuição para custeio do regime 
previdenciário de seus servidores. 
CF/88 - Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir 
contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício 
destes, de sistemas de previdência e assistência social. (Parágrafo 
Renumerado pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício 
destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota 
 
 
 
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não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos 
efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir 
contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço 
de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere 
o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.(Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 39, de 2002) 
 
f) Competência Cumulativa 
Pertence ao DF. Ele pode cumular a instituição tanto dos impostos estaduais, quanto os municipais. 
g) Competência dos territórios federais 
Hoje o Brasil não tem território, mas pode vir a ter a qualquer momento. 
Art. 18, parágrafo 2, CF – tem sua capacidade de auto-administração reduzida, pois ele se vincula aos interesses da 
União. A competência para instituição de impostos estaduais nos territórios é da União. CF estabelece ainda que o 
território pode ser divido em municípios. Caso não seja dividido em municípios, compete à União a instituição dos 
impostos municipais. 
CF/88 - Art. 18. A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar. 
 
Finalizamos a análise de competências. 
Atenção: competência tributária ≠ capacidade tributária ativa 
- competência serve para instituir tributo. 
- capacidade tem relação com arrecadação e fiscalização de tributos. 
A mera arrecadação de tributos não se configura exercício de capacidade tributária. 
Ex. Instituição financeira  é um mero ente arrecadatório. 
 
STF decidiu que quem pode exercer capacidade tributaria ativa é toda pessoa jurídica de direito público. 
Quem pode exercer capacidade não são só os entes federativos, mas também as autarquias e fundações públicas. 
 
Todo aquele que tem competência, tem capacidade 
Nem todo aquele que tem capacidade tem competência 
 
 
 
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CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
1. Atributos da capacidade 
a) Delegabilidade 
Os entes federativos podem delegar capacidade para: 
- Autarquias 
- Fundações Públicas 
 
b) Transferibilidade 
Os entes federativos podem transmitir capacidade entre si mediante autorização constitucional. 
Ex.: art. 153, parágrafo 4º, III, CF  determina-se que os municípios que desejarem poderão arrecadar e fiscalizar 
o ITR. 
 
CF/88 - Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outraforma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) (Regulamento) 
 
 
c) Precariedade 
A delegação da capacidade pode ser revogada a qualquer tempo por ato unilateral. 
Delegação de capacidade não gera direito adquirido, visto que da mesma forma que ele delegou, ele pode revogar. 
Ocorre em relação às autarquias e fundações públicas. 
 
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
 
As limitações são direitos fundamentais do contribuinte. STF diz que as limitações integram o rol de direitos e 
garantias individuais do contribuinte. As limitações podem ser enquadradas nos limites do art. 60, parágrafo 4º, IV, 
CF – tratam-se de cláusulas pétreas. Essas limitações não podem ser suprimidas da constituição. As limitações 
podem ser ampliadas por emenda, mas nunca suprimidas. 
CF/88 - Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante 
proposta: 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir: 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
São essas garantias que evitam abusos praticados pelo Estado. 
Há 2 tipos de limitações: 
a) Limitações Implícitas 
 
 
 
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São fruto de uma hermenêutica constitucional, ou seja, são frutos da imaginação. Não constam consignadas na CF. 
Dentre as limitações implícitas ao poder de tributar, temos: 
 Vedação à invasão de competência 
A própria CF exaure a decisão das competências. 
 
Exceção. 1. : exercício da competência tributária nos territórios federais.  nos territórios, quem cria os impostos 
estaduais é a União. Caso não haja município no território, a União também poderá criar os impostos municipais. 
 
Exceção. 2. Instituição do Imposto Extraordinário de Guerra - IEG este imposto pode adotar fato gerador e base 
de cálculo idêntico de outro imposto já previsto. Assim, a União poderá criar com o mesmo fato gerador do ICMS. 
 
 Vedação a bitributação e bis in idem 
 
*Bitributação: há 2 entes instituindo tributos sobre o mesmo fato gerador. 
*Bis in idem: há um único ente instituindo 2 tributos sobre o mesmo fato. 
 
Pela regra, a bitributação é uma vedação absoluta. 
Exceção: a instituição do IEG. 
A jurisprudência diz que o bis in idem possui uma vedação relativa, pois de acordo com o entendimento do STF, 
uma contribuição sócia pode adotar fato gerador e base de cálculo idêntico ao de imposto. 
Exemplo: 
 IRPJ Competência da União 
CSLL Fato gerador: Lucro 
 
b) Vedações explícitas 
São aquelas expressamente determinadas pela CF. 
Ex.: art. 150, CF traz o subtítulo: “Das limitações constitucionais ao poder de tributar” 
São divididas em: 
 Princípios tributários 
 Imunidades tributárias. 
Vamos estudar mais a fundo estes temas 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
Os princípios são mandamentos nucleares de todo o sistema; são alicerce onde se estruturam as normas jurídicas. 
Deste modo, violar um princípio é muito mais grave do que violar a própria norma. Isso, pois, a própria norma se 
apoia em princípios. 
1. Princípio da Legalidade 
 
 
 
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Legalidade pode ser analisada sob 2 aspectos: 
a) Em sentido amplo (art. 5, II, CF) 
b) Sentido estrito (art. 150, I, CF, bem como no art. 97 do CTN). 
CF/88 - Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei 
CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
CTN - Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, 
ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito 
passivo; 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado 
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias 
a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos 
tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de 
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no 
inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva 
base de cálculo. 
 
Todo tributo só pode ser instituído, aumentado, reduzido ou extinto por meio de lei (pela regra geral, se trata de 
lei ordinária). 
De acordo com este princípio, a concessão de incentivos, subsídios e benefícios fiscais (art. 150, parágrafo 6º CF) 
só podem ser concedidos, em regra, por lei ordinária. 
CF/88 - Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
 
 
 
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§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a 
impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante 
lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente 
tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, 
g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
 
Entretanto, nós não podemos deixar de lado, dentro do princípio da legalidade, a importância da lei complementar. 
A sua função, em regra, está prevista no art. 146. 
 
CF/88 - Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, 
especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as 
microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive 
regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, 
também poderá instituir um regime único de arrecadação dos 
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 42, de 19.12.2003) 
I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento 
diferenciadas por Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da 
parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será 
imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003) 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser 
compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional 
 
 
 
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único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
 
A LC pode ser utilizada para a instituição de tributos, desde que haja uma expressa previsão constitucional. LC é 
exceção na instituição de tributo, por isso é importante memorizar os quatro tributos que dependem de lei 
complementar para a sua instituição: 
1. IGF (Imp. Sobre grandes fortunas) 
2. Empréstimo compulsório 
3. Impostos residuais e 
4. Contribuições sociais residuais. 
Estes 4 dependem de lei complementar. Os demais serão instituídos por lei ordinária. 
E o uso de medida provisória? Medida provisória não é lei, mas sim um ato normativo administrativo que tem força 
lei. STF não a vê como exceção à legalidade (art. 62, parágrafo 2º. CF). 
CF/88 - Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da 
República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, 
devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
III - reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de 
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido 
convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
 
A medida provisória pode ser utilizada para instituir e majorar impostos federais. 
Todos os impostos federais já foram criados, salvo o IGF  art. 62, parágrafo 1º, III, é vedação do uso de medida 
provisória sobre matéria reservada a lei complementar. 
O único imposto que poderá ser instituído por medida provisória, é o imposto extraordinário de guerra. 
 
Exceção ao Princípio da Legalidade 
É a possibilidade de aumento ou redução de tributo sem a necessidade de lei: 
1. A possibilidade do uso de atos do poder executivo. 
(Continuar na próxima aula.) 
 
 
 
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