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Educação Após Auschwitz Fichamento comentantado

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Universidade Federal de Goiás
Instituto de Estudos Sócio-Ambientais
Disciplina: Fundamentos Sócio Histórico da Educação
Prof.: Roger dos Anjos
Aluno: Alyson Romão Batista
Educação Após Auschwitz 
ADORNO, Theodor W, (2003). Educação após Auschwitz. In: Educação e Emancipação. 3ª Ed. São Paulo: Paz e Terra. Tradução de Wolfgang Leo Maar p. 119-138. 2003.
Nesse diálogo Adorno vai trazer os conhecimentos de Freud relacionados a cultura e sociologia, mostrado como a barbárie humana pode ser contida. Segundo o autor a importância fundamental da educação e impedir o retorno da barbárie, impedir que Auschwitz se repita. O autor vai afirma que uma pessoa que emancipada e esclarecida, poderá não promover a barbárie. Fazendo uma crítica que as pessoas não sabem lidar com sua liberdade e são facilmente ludibriadas por autoridades externas de diversas áreas no caso de Hitler na Alemanha, que veio com discurso nacionalista extremo fazendo que as pessoas agissem conforme seus ideais ajudando a promover o holocausto.
 Quando falo de educação após Auschwitz, refiro-me a duas questões: primeiro, a educação infantil, sobretudo na primeira infância, e, além disto, ao esclarecimento geral, que produz clima intelectual, cultural e social que não permite tal repetição; portanto, um clima em que os motivos que conduziram ao horror tornem-se de algum modo conscientes. (Adorno, 2003, p.122)
Para o autor, algumas formas de violência são exemplos claros de como os homens ainda agem de forma bárbara, ao fazer a comparação com o esporte, que dependendo da modalidade e da forma que é aplicado, pode gerar cenas de agressividade e violência explícita, dentro e fora de campos e quadras.
O esporte é ambíguo: por um lado, ele pode ter um efeito contrário à barbárie e ao sadismo, por intermédio do fair-play, do cavalheirismo e do respeito pelo mais fraco. Por outro, em algumas de suas modalidades e procedimentos, ele pode promover a agressão, a brutalidade e o sadismo, principalmente no caso de espectadores, que pessoalmente não estão submetidos ao esforço e a disciplina do esporte. (Adorno,2003, p.127)
Adorno nos explica que a violência não atinge a toda civilização e relata que os mais fáceis de serem atingidos são as minorias e curiosamente aquelas consideradas felizes. O autor traz reflexões baseadas na psicanálise que ressalta nesse texto a coisificação, na sua concepção algumas pessoas chegaram a tal ponto de frieza em todas suas relações, ao preferirem a companhia das máquinas de entretenimento dos que seres humanos e equiparando-se os próprios seres humanos a coisas. Sendo que a tecnologia tem um papel importante nessa coisificação da consciência, principalmente por ela ser considerada algo superior, fazendo os homens se esquecerem que são eles próprios que produzem a tecnologia e não o contrário, dizendo: 
Os homens inclinam-se a considerar a técnica como sendo algo em si mesma, um fim em si mesmo, uma força própria, esquecendo que ela é a extensão do braço do homem. Os meios e a técnica e um conceito de meios dirigidos à auto conservação da espécie humana são fetichizados, porque os fins uma vida digna encontra-se encobertos e desconectados das pessoas. (Adorno, 2003, P.132)
Segundo Adorno, determinados costumes tradicionais fazem com que grupos de pessoas tenham que passar pela dor física para demonstrar virilidade e serem aceitos em uma determinada coletividade. O autor vai denominar o que é a educação pela dureza, em que as pessoas para terem mérito devem suportar o insuportável, comparando esses atos ao sadomasoquismo. Sendo que essas práticas levam a indiferença à dor, o que nos provocariam a causar dor no outro irrefletidamente. Para o filósofo, a educação deve ser emancipadora. Adorno, novamente, ao recorrer à psicanálise, demonstra que a personalidade, o caráter se forma já na primeira infância. O autor demonstrar uma grande preocupação no que se refere à educação, a saber: 
Contudo, na medida em que, conforme os ensinamentos da psicologia profunda, todo caráter, inclusive daqueles que mais tarde praticam crimes, forma-se na primeira infância, a educação que tem por objetivo evitar a repetição precisa se concentrar na primeira infância. (Adorno, 2003, P1).
 A educação, então, é será o viés preventivo contra o retorno à barbárie. Contendo todas as formas de coisificação do homem, aos seus fetichismos, uma educação que evite o silêncio frente ao terror, à manipulação das massas por líderes autoritários. Por fim uma educação contra os nacionalismos extremos e, portanto, contra Auschwitz só poderia ser, segundo Adorno, uma “Educação pelo e para o Esclarecimento”.

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