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Segurança e Medicina do Trabalho

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DIREITO DO TRABALHO II 
Nota de Aula nº 07 - 16 de maio de 2016 
	
SEGURANÇA	E	MEDICINA	DO	TRABALHO		
Título	II,	Capítulo	V,	Arts.	154	a	201	e	NR	da	Portaria	3.214/78)	(CLT	-	
(Súmulas	do	TST:	39,	47,	70,	80,	132,	139,	191,	228,	289,	293,	339,	361	e	364)	
(OJ	da	SDI-1	do	TST:	04,	47,	103,	165,	171,	172,	173,	259,	278,	279,	324,	345,	347,	385	e	406)	
	
	
	
1. ASPECTOS	HISTÓRICOS	
Dentro	das	perspectivas	dos	direitos	fundamentais	do	trabalhador	em	usufruir	de	uma	boa	
e	 saudável	 qualidade	 de	 vida,	 na	medida	 em	 que	 não	 se	 pode	 dissociar	 os	 direitos	 humanos	 e	 a	
qualidade	de	vida,	verifica-se,	gradativamente,	a	grande	preocupação	com	as	condições	do	trabalho.	
Até	 o	 início	 do	 século	 XVIII	 não	 se	 observava	 uma	 efetiva	 preocupação	 com	 a	 saúde	 e	 a	
segurança	 do	 trabalhador.	 Após	 a	 eclosão	 da	 Revolução	 Industrial	 diversas	 doenças	 e	 acidentes	
ocupacionais	 começaram	 a	 surgir	 pela	 nova	 realidade	 trabalhista	 então	 vivida.	 Tais	 doenças	
aumentam	em	proporção	a	evolução	e	a	potencialização	dos	meios	de	produção,	com	as	deploráveis	
condições	de	trabalho	e	da	vida	nas	grandes	cidades	que	começam	a	surgir.	
A	 primazia	 dos	meios	 de	 produção	 em	 detrimento	 da	 própria	 saúde	 humana	 é	 fato	 que,	
infelizmente,	 vem	 sendo	 experimentado	 ao	 longo	 da	 história	 da	 sociedade	 moderna,	 porém,	 na	
atualidade	 é	 perfeitamente	 possível	 conciliar	 elevados	 ganhos	 econômicos	 com	 a	 preservação	 da	
saúde	do	empregado	no	ambiente	de	trabalho.	
As	Constituições	brasileiras,	 a	partir	da	Carta	de	1934,	estabeleceram	dispositivos	visando	
estabelecer	direitos	relativos	a	assistência	médica	e	sanitária	do	trabalhador.	
Os	 arts.	 154	 a	 201	 da	 CLT	 tratam	 da	 segurança	 e	 medicina	 do	 trabalho	 e	 a	 Portaria	 nº	
3.214/78	declarou	as	atividades	insalubres	e	perigosas	ao	trabalhador.	
O	 inciso	 XXII,	 do	 art.	 7º,	 da	 Constituição	 de	 1988,	 modificou	 a	 orientação	 das	 normas	
constitucionais	 anteriores,	 especificando	 que	 o	 trabalhador	 tem	 direito	 à	 redução	 dos	 riscos	
inerentes	ao	trabalho,	por	meio	de	normas	de	saúde,	higiene	e	segurança.	
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A	OIT	 expediu	 mais	 de	 duas	 dezenas	 de	 Convenções	 no	 sentido	 de	 estabelecer	 normas	
relacionadas	à	proteção	contra	os	acidentes	de	trabalho	e	as	doenças	profissionais.	
As	normas	 de	 saúde,	 higiene	 e	 segurança	 laboral	 passaram	 a	 ter	 um	 espaço	 central	 nas	
relações	de	emprego,	uma	vez	que	o	empregador	não	é	o	responsável,	apenas,	pela	contraprestação	
salarial	de	seus	operários,	mas	também	pela	manutenção	de	sua	higidez	física	na	vigência	contratual.	
	
2. CONCEITO	E	ASPECTOS	GERAIS	
A	Segurança	e	Medicina	do	Trabalho,	 como	 ramo	 interdisciplinar	 da	 ciência	 vinculado	ao	
Direito	 do	 Trabalho,	 tendo	 por	 objetivo	 a	 proteção,	 a	 prevenção	 e	 a	 recuperação	 da	 saúde	 e	 a	
segurança	do	trabalhador.	
Diversas	 são	 as	 normas	 relativas	 à	 segurança	 e	 medicina	 do	 trabalho	 que	 estabelecem	
deveres	ao	empregado	e	empregador,	fixando	atribuições	aos	órgãos	de	fiscalização	do	trabalho.		
No	que	tange	à	segurança	e	medicina	do	trabalho	são	DEVERES	DA	EMPRESA:	
a. Cumprir	e	fazer	cumprir	as	normas	de	segurança	e	medicina	do	trabalho;	
b. Instruir	 os	 empregados	 quanto	 às	 precauções	 a	 tomar	 no	 sentido	 de	 evitar	 acidentes	 do	
trabalho	ou	doenças	ocupacionais;	
c. Adotar	as	medidas	que	lhes	sejam	determinadas	pelo	órgão	regional	competente;	
d. Facilitar	o	exercício	da	fiscalização	pela	autoridade	competente.	
Já	em	relação	aos	DEVERES	DO	EMPREGADO	cabe:	
a. Observar	 as	 normas	 de	 segurança	 e	medicina	 do	 trabalho,	 inclusive	 as	 instruções	 expedidas	
pelo	empregador;	
b. Colaborar	com	a	empresa	na	aplicação	das	normas	sobre	medicina	e	segurança	do	trabalho.	
Constitui	ATO	FALTOSO	DO	EMPREGADO	a	recusa	injustificada:	
a. Observância	 das	 instruções	 expedidas	 pelo	 empregado,	 relativas	 à	 medicina	 e	 segurança	 do	
trabalho;	
b. Ao	uso	dos	equipamentos	de	proteção	individual	fornecidos	pela	empresa.	
Compete	às	SUPERINTENDÊNCIAS	REGIONAIS	DO	TRABALHO	E	EMPREGO:	
a. Promover	a	fiscalização	do	cumprimento	das	normas	de	segurança	e	medicina	do	trabalho;	
b. Adotar	 as	 medidas	 que	 se	 tornem	 exigíveis,	 em	 virtude	 das	 disposições	 sobre	 segurança	 e	
medicina	do	trabalho,	determinando	as	obras	e	reparos	que	se	façam	necessárias;	
c. Impor	 as	 penalidades	 cabíveis	 por	 descumprimento	 das	 normas	 de	 segurança	 e	medicina	 do	
trabalho,	nos	termos	do	art.	201	da	CLT.	
De	 acordo	 com	 o	 art.	 160	 da	 CLT,	 nenhum	 estabelecimento	 pode	 iniciar	 suas	 atividades	
produtivas	 sem	 prévia	 inspeção	 e	 aprovação	 das	 respectivas	 instalações	 pela	 autoridade	 regional	
competente	em	matéria	de	segurança	e	medicina	do	trabalho.		
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O	 Superintendente	 Regional	 do	 Trabalho	 e	 Emprego	 à	 vista	 do	 laudo	 técnico	 do	 serviço	
competente	 que	 demonstre	 grave	 e	 iminente	 risco	 para	 o	 trabalhador	 pode	 interditar	
estabelecimento,	setor	de	serviço,	máquina	ou	equipamento,	ou	mesmo	embargar	obra,	indicando	
as	providências	que	deverão	ser	adotadas	(art.	161/CLT).		
Considera-se	grave	e	iminente	risco	toda	condição	ambiental	de	trabalho	que	possa	causar	
acidente	de	trabalho,	ou	doença	ocupacional	com	lesão	grave	à	integridade	física	do	trabalhador.	
	
3. ÓRGÃOS	DE	SEGURANÇA	E	DE	MEDICINA	DO	TRABALHO	NAS	EMPRESAS	
As	 empresas	 estão	 obrigadas	 a	 manter	 Serviços	 Especializados	 em	 Engenharia	 de	
Segurança	e	em	Medicina	do	Trabalho	-	SESMT,	com	a	finalidade	de	promover	a	saúde	e	proteger	a	
integridade	do	trabalhador	no	local	de	trabalho.	
As	normas	do	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego	devem	estabelecer:	
a) Classificação	 das	 empresas	 segundo	 o	 número	 de	 empregados	 e	 a	 natureza	 do	 risco	 de	 suas	
atividades;	
b) O	número	mínimo	de	profissionais	especializados	exigido	de	cada	empresa,	segundo	o	grupo	em	
que	se	classifique	o	risco	da	atividade	desempenhada;	
c) A	qualificação	exigida	para	os	profissionais	em	questão	e	o	seu	regime	de	trabalho;	
d) As	demais	características	e	atribuições	dos	serviços	especializados	em	segurança	e	em	medicina	do	
trabalho	nas	empresas.	
As	 regras	 sobre	 SESMT	 encontram-se	 previstas	 na	 NR	 4,	 da	 Portaria	 3.214/1978,	 do	
Ministério	 do	 Trabalho	 e	 Emprego,	 cujo	 dimensionamento	 vincula-se	 à	 gradação	 do	 risco	 da	
atividade	principal	e	ao	número	total	de	empregados	do	estabelecimento.		
De	 acordo	 com	 o	 dimensionamento	 previsto	 devem	 existir	engenheiros	 de	 segurança	 do	
trabalho,	médicos	do	trabalho,	enfermeiros	e	auxiliares	de	enfermagem	do	trabalho	e	técnicos	de	
segurança	do	 trabalho.	 Todos	esses	profissionais	devem	ser	habilitados	 com	cursos	específicos	na	
área	de	medicina	e	segurança	do	trabalho.	No	âmbito	do	trabalho	rural	deve	ser	instituído	o	Serviço	
Especializado	em	Segurança	e	Saúde	no	Trabalho	Rural	(SESTR).	
	
4. EQUIPAMENTO	DE	PROTEÇÃO	INDIVIDUAL	-	EPI	
Equipamento	de	Proteção	 Individual	 (EPI)	é	 todo	dispositivo	ou	produto,	de	uso	 individual	
utilizado	pelo	trabalhador,	destinado	à	proteção	de	riscos	suscetíveis	de	ameaçar	a	segurança	e	a	
saúde	no	trabalho.	Suas	regras	encontram-se	detalhadas	na	NR	6	da	Portaria	3.214/1978.	
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A	 empresa	 é	 obrigada	 a	 fornecer	 gratuitamente	 aos	 seus	 empregados	 equipamentos	 de	
proteção	individual	(EPI)	adequado	ao	risco	e	em	perfeito	estado	de	conservação	e	funcionamento,	
sempre	que	as	medidas	de	ordem	geral	não	ofereçam	completa	proteção	contra	riscos	de	acidentes	
e	danos	à	saúde	dos	empregados.	Entretanto,	não	basta	ao	empregador	fornecer	gratuitamente	tais	
equipamentos,	é	preciso	exigir	e	fiscalizar	o	uso	dos	mesmos,	de	acordo	com	o	seu	poder	diretivo.	Da	
mesma	forma,	o	empregado	que
se	nega	a	utilizar	o	EPI	comete	falta,	possível	de	punição	disciplinar.	
O	 EPI	 somente	 poderá	 ser	 posto	 à	 venda	 ou	 utilizado	 com	 a	 indicação	 do	 Certificado	 de	
Aprovação	do	Ministério	do	Trabalho.	
	
5. COMISSÃO	INTERNA	DE	PREVENÇÃO	DE	ACIDENTE	-	CIPA	
É	 obrigatória	 a	 constituição	 de	 Comissão	 Interna	 de	 Prevenção	 de	 Acidentes	 (CIPA),	 em	
conformidade	com	as	instruções	expedidas	pelo	MTE,	nos	estabelecimentos	ou	locais	de	obra	nelas	
especificados.	As	regras	inerentes	a	CIPA	estão	previstas	na	NR	5,	da	Portaria	3.214/1978.		
A	CIPA	será	composta	de	representantes	da	empresa	e	dos	empregados,	de	acordo	com	os	
critérios	que	vierem	a	se	adotados	na	regulamentação	do	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego.		
Tem	como	objetivo	a	prevenção	de	acidentes	e	doenças	decorrentes	do	trabalho,	de	modo	
a	tornar	compatível	permanentemente	o	trabalho	com	a	preservação	da	vida	e	a	promoção	da	saúde	
do	trabalhador.	Entre	as	principais	atribuições	da	CIPA,	destacam-se:	
a. Identificar	os	riscos	do	processo	de	trabalho,	elaborando	o	mapa	de	risco;	
b. Elaborar	 o	 plano	 de	 trabalho	 que	 possibilite	 a	 ação	 preventiva	 na	 solução	 de	 problemas	 de	
segurança	e	saúde	no	trabalho;	
c. Participar	da	implementação	e	do	controle	da	qualidade	das	medidas	de	prevenção;	
d. Realizar,	 periodicamente,	 verificações	 nos	 ambientes	 e	 condições	 de	 trabalho	 visando	 à	
identificação	de	situações	que	venham	a	trazer	riscos	para	a	segurança	e	saúde	dos	trabalhadores;	
e. Avaliar	o	cumprimento	das	metas	fixadas	no	plano	de	trabalho	e	discutir	as	situações	de	risco	que	
foram	identificadas;	
f. Divulgar	aos	trabalhadores	informações	relativas	à	segurança	e	saúde	no	trabalho;	
g. Divulgar	 e	promover	 o	 cumprimento	das	 normas	 regulamentadoras,	 bem	 como	das	 cláusulas	 de	
acordos	e	convenções	coletivas	de	trabalho	relativas	à	segurança	e	saúde	no	trabalho;	
h. Promover,	anualmente,	em	conjunto	com	o	SESMT,	a	Semana	Interna	de	Prevenção	de	Acidentes	
do	Trabalho	–	SIPAT.	
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Os	representantes	dos	empregadores,	titulares	e	suplentes,	serão	por	ele	designados.	Já	os	
representantes	 dos	 empregados,	 titulares	 e	 suplentes,	 serão	 eleitos	 em	 escrutínio	 secreto.	 O	
mandato	 dos	membros	 eleitos	 da	 CIPA	 terá	 a	 duração	 de	 um	 ano,	 permitida	 uma	 reeleição.	 O	
empregador	 designará,	 anualmente,	 dentre	 os	 seus	 representantes,	 o	 Presidente	 da	 CIPA	 e	 os	
empregados	elegerão	o	Vice-Presidente.	
Os	 representantes	 dos	 empregados	 na	 CIPA	 não	 poderão	 sofrer	 despedida	 arbitrária,	
entendendo-se	 como	 tal,	 aquela	 que	não	 se	 funde	 em	motivo	 disciplinar,	 técnico,	econômico	 ou	
financeiro.	 Ocorrendo	 a	 despedida,	 caberá	 ao	 empregador,	 em	 caso	 de	 reclamação	 à	 Justiça	 do	
Trabalho,	comprovar	a	existência	de	qualquer	dos	motivos	mencionados	neste	artigo,	sob	pena	de	
ser	condenado	a	reintegrar	o	empregado.	
	
6. MEDIDAS	PREVENTIVAS	DE	MEDICINA	DO	TRABALHO	(PPRA,	PCMSO	E	ASO)	
A	NR	9	da	Portaria	3.214/1978	torna	obrigatória	a	elaboração	e	implementação,	por	parte	
de	 todos	 os	 empregadores	 e	 instituições	 que	 admitem	 trabalhadores	 como	 empregados,	 do	
Programa	de	Prevenção	de	Riscos	Ambientais	(PPRA).	
O	 PPRA	 visa	 à	 preservação	 da	 saúde	 e	 da	 integridade	 dos	 trabalhadores,	 por	 meio	 da	
antecipação,	reconhecimento,	avaliação	e	controle	da	ocorrência	de	riscos	ambientais	existentes	ou	
que	 venham	 a	 existir	 no	 ambiente	 de	 trabalho,	 tendo	 em	 consideração	 a	 proteção	 do	 meio	
ambiente	e	dos	recursos	naturais.	
O	PPRA	deverá	conter	o	planejamento	anual	com	estabelecimento	de	metas,	prioridades	e	
cronograma	de	atividades	a	serem	desenvolvidas;	a	estratégia	e	metodologia	de	ação;	a	forma	do	
registro,	 manutenção	 e	 divulgação	 dos	 dados;	 a	 periodicidade	 e	 forma	 de	 avaliação	 do	 seu	
desenvolvimento.		
A	elaboração,	implementação,	acompanhamento	e	avaliação	do	PPRA	poderá	ser	feito	pelo	
Serviço	 Especializado	 em	 Engenharia	 de	 Segurança	 e	 em	Medicina	 do	 Trabalho	 (SESMT),	 ou	 por	
pessoa	ou	equipe	capaz	de	desenvolvê-lo.	
Consideram-se	 riscos	 ambientais	 os	agentes	 físicos,	 químicos	 e	 biológicos	existentes	 nos	
ambientes	de	trabalho	que,	em	função	de	sua	natureza,	concentração	ou	intensidade	e	tempo	de	
exposição,	são	capazes	de	causar	danos	à	saúde	do	trabalhador.	
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Consideram-se	agentes	físicos	as	diversas	formas	de	energia	a	que	possam	estar	expostos	
os	 trabalhadores,	 tais	 como:	 ruído,	 vibrações,	 pressões	 anormais,	 temperaturas	 extremas,	
radiações	ionizantes	ou	não	ionizantes,	infrassom	e	ultrassom.	
Consideram-se	 agentes	 químicos	 as	 substâncias,	 compostos	 ou	 produtos	 que	 possam	
penetrar	no	organismo	pela	via	respiratória,	nas	formas	de	poeira,	fumos,	névoas,	neblinas,	gases	
ou	vapores,	ou	que,	pela	natureza	da	atividade	de	exposição,	possam	ter	contato	ou	ser	absorvido	
pelo	organismo	por	meio	da	pelo	ou	por	ingestão.	
Consideram-se	agentes	 biológicos	 as	bactérias,	 fungos,	 bacilos,	 parasitas,	 protozoários	 e	
vírus,	entre	outros.	
O	 empregador	 deverá	 garantir	 que,	 na	 ocorrência	 de	 riscos	 ambientais	 nos	 locais	 de	
trabalho	que	 coloquem	em	 situação	 de	 grave	 e	 iminente	 risco	 um	ou	mais	 trabalhadores,	 estes	
possam	interromper	de	imediato	suas	atividades,	comunicando	o	fato	ao	superior	hierárquico	direto	
para	as	devidas	providências.	
De	acordo	com	o	art.	168	da	CLT,	é	obrigatório	ao	empregador,	custear	exame	médico	de	
seus	empregados	por	ocasião	da	admissão,	demissão	e,	periodicamente,	em	certas	ocasiões.	
As	regras	referentes	à	realização	dos	exames	médicos	são	detalhadas	pela	NR	7	da	Portaria	
3.214/78.	Esta	norma	estabelece	da	obrigatoriedade	de	elaboração	e	 implementação,	por	parte	de	
todos	os	empregadores	e	 instituições	que	admitam	trabalhadores	como	empregados,	do	Programa	
de	Controle	Médico	de	Saúde	Ocupacio-nal	(PCMSO),	com	o	objetivo	de	promoção	e	preservação	da	
saúde	de	seus	empregados.	
O	 PCMSO	 deverá	 ter	 caráter	 de	 prevenção,	 rastreamento	 e	 diagnóstico	 precoce	 dos	
agravos	à	saúde	relacionados	ao	trabalho,	além	da	constatação	da	existência	de	casos	de	doenças	
profissionais	ou	danos	irreversíveis	à	saúde	dos	trabalhadores.	
O	 PCMSO	 deve	 incluir,	 entre	 outros,	 a	 realização	 obrigatória	 dos	 exames	 médicos	
admissional,	 periódico,	 de	 retorno	 ao	 trabalho,	 de	mudança	de	 função	 e	 demissional.	 Para	 cada	
exame	médico	realizado	o	médico	emitirá	o	Atestado	de	Saúde	Ocupacional	(ASO).	A	primeira	via	do	
ASO	 ficará	 arquivada	 no	 local	 de	 trabalho	 do	 empregado	 e	 a	 segunda	 via	 será	 entregue	 ao	
trabalhador,	mediante	recibo.	
É	 obrigatória	 a	 notificação	 das	 doenças	 profissionais	 e	 das	 produzidas	 em	 virtude	 de	
condições	especiais	de	trabalho,	comprovadas	ou	objeto	de	suspeita.	
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7. AMBIENTE	DE	TRABALHO		
As	edificações	 devem	obedecer	 aos	 requisitos	 técnicos	 que	 garantam	perfeita	 segurança	
aos	que	nela	trabalhem.	Os	locais	de	trabalho	deverão	ter,	no	mínimo,	três	metros	de	altura	do	piso	
ao	 teto.	 Esse	 mínimo	 poderá	 ser	 reduzido,	 desde	 que	 atendidas	 as	 condições	 de	 iluminação	 e	
conforto	 térmico	 compatíveis	 com	 a	 natureza	 do	 trabalho.	 Os	 pisos	 dos	 locais	 de	 trabalho	 não	
deverão	 apresentar	 saliências	 ou	 depressões	 que	 prejudiquem	 a	 circulação	 de	 pessoas	 ou	 a	
movimentação	de	materiais.	
Em	todos	os	ambientes	de	trabalho	deverá	haver	iluminação	adequada,	natural	ou	artificial,	
apropriada	 a	 natureza	 da	 atividade,	 evitando-se	 ofuscamento,	 reflexos,	 incômodos,	 sombras	 ou	
contrastes	excessivos.	
Os	ambientes	também	devem	ter	ventilação	natural,	compatível	com	o	serviço	realizado,	ou	
ventilação	artificial	sempre	que	a	natural	não
preencher	as	condições	de	conforto	térmico.		
Se	 as	 condições	 do	 ambiente	 de	 trabalho	 se	 tornarem	 desconfortáveis,	 em	 virtude	 de	
instalações	que	gerem	frio	ou	calor	excessivo,	será	obrigatório	o	uso	de	vestimenta	adequada	para	
o	trabalho	em	tais	condições.	
De	acordo	com	o	art.	178	da	CLT,	as	condições	de	conforto	térmico	dos	 locais	de	trabalho	
devem	ser	mantidas	dentro	dos	limites	fixados	pelo	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego.	A	NR	17,	da	
Portaria	3.214/78	estabelece	os	seguintes	parâmetros:	
	
a) Níveis	de	ruído	de	acordo	com	o	estabelecido	na	NBR	10152,	registrada	no	INMETRO;	
b) Índice	de	temperatura	efetiva	entre	20º	e	23º;	
c) Velocidade	do	ar	não	superior	a	0,75m/s;	
d) Umidade	relativa	do	ar	não	inferior	a	40%.	
	
Somente	 profissional	 qualificado	 poderá	 instalar,	 operar,	 inspecionar	 ou	 reparar	
instalações	 elétricas,	 devendo	 tais	 pessoas	 devem	 estar	 devidamente	 familiarizadas	 com	 os	
procedimentos	técnicos	adequados	para	tal,	bem	como,	com	os	métodos	de	socorro	a	acidentados	
por	choque	elétrico.	
A	NR	10	da	Portaria	nº	3.214/78	estabelece	os	requisitos	e	condições	mínimas	objetivando	
a	implementação	de	medidas	de	controle	e	sistemas	preventivos,	de	forma	a	garantir	a	segurança	e	a	
saúde	dos	trabalhadores	que,	direta	ou	indiretamente,	interajam	em	instalações	elétricas	e	serviços	
com	 eletricidade.	 Os	 trabalhadores	 que	 operarem	 diretamente	 equipamentos	 ou	 instalações	
elétricas	ou	energizadas	deverão	utilizar	os	equipamentos	de	proteção	individual	adequados	para	tal.	
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8. MOVIMENTAÇÃO,	ARMAZENAGEM	E	MANUSEIO	DE	MATERIAIS		
O	art.	182	da	CLT	estabelece	regras	em	relação	à	movimentação	de	materiais	precauções	de	
segurança	na	movimentação,	manuseio	e	armazenagem	de	materiais	nos	locais	de	trabalho.	
A	 NR	 11	 da	 Portaria	 nº	 3.214/78	 estabelece	 normas	 de	 segurança	 para	 operação	 de	
elevadores,	guindastes	e	máquinas	transportadoras.		
Já	o	art.	183	da	CLT,	dispõe	que	as	pessoas	que	trabalharem	na	movimentação	de	materiais	
deverão	estar	familiarizadas	com	os	métodos	de	manuseio	de	cargas.		
As	máquinas	e	os	equipamentos	deverão	ser	dotados	de	dispositivos	de	partida	e	parada	
imediatos	 e	 outros	 que	 se	 fizerem	 necessários	 para	 a	 prevenção	 de	 acidentes	 do	 trabalho,	
especialmente	quanto	ao	risco	de	acionamento	acidental,	segundo	previsão	do	art.	184	da	CLT.	
As	caldeiras,	equipamentos	e	recipientes	em	geral	que	operam	sob	pressão	deverão	dispor	
de	válvulas	e	outros	dispositivos	de	segurança,	que	evitem	que	seja	ultrapassada	a	pressão	interna	
de	trabalho	compatível	com	a	sua	resistência,	segundo	o	que	dispõe	o	art.	187	da	CLT.		
A	 NR	 13	 da	 Portaria	 nº	 3.214/78	 regula	 os	 procedimentos	 de	 segurança	 para	 tais	
equipamentos.	Já	em	relação	aos	fornos	é	a	NR	14	da	Portaria	nº	3.214/78	que	estabelece	as	normas	
de	segurança	específica.	
Os	 projetos	 de	 instalação	 de	 caldeias,	 fornos	 e	 recipientes	 sob	 pressão	 devem	 ser	
submetidos	à	aprovação	prévia	do	órgão	regional	competente	em	matéria	de	segurança	do	trabalho	
e,	periodicamente	submetidas	a	inspeções	de	segurança,	por	engenheiro	ou	empresa	especializada,	
devidamente	inscritos	no	MTE.	
	
9. PREVENÇÃO	DA	FADIGA	
As	 normas	 de	 ergonomia	 têm	 por	 objetivo	 evitar	 a	 fadiga,	 acidentes	 e	 doenças	
ocupacionais.	 O	 peso	 máximo	 que	 um	 empregado	 pode	 remover	 individualmente	 é	 de	 60	 kg,	
ressalvadas	as	disposições	especiais	relativas	ao	trabalho	do	menor	e	da	mulher	(art.	198	da	CLT),	
que	dispõe	como	peso	máximo	20	kg	para	o	trabalho	contínuo	e	25	kg	para	o	trabalho	ocasional.	
A	NR	17	da	Portaria	nº	3.214/78,	versando	 sobre	ergonomia,	 estabelece	parâmetros	que	
permitem	 a	 adaptação	 das	 condições	 de	 trabalho	 às	 características	 psico-fisiológicas	 dos	
trabalhadores,	de	modo	a	proporcionar	um	máximo	de	conforto,	segurança	e	desempenho	eficiente.	
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Quando	 o	 trabalho	 tiver	 que	 ser	 executado	 sentado,	 será	 obrigatória	 a	 colocação	 de	
assentos	 que	 assegurem	 postura	 correta	 e	 adequada	 ao	 trabalhador,	 capazes	 de	 evitar	 posições	
incômodas	ou	forçadas.	
	
10. INDÚSTRIA	DE	CONSTRUÇÃO	
As	condições	de	trabalho	na	indústria	da	construção	são	reguladas	pela	NR	18	da	Portaria	
nº	 3.214/78,	 que	 estabelece	 a	 implementação	 de	medidas	 de	 controle	 e	 sistemas	 preventivos	 de	
segurança	nos	processos,	nas	condições	e	no	meio	ambiente	de	trabalho	na	indústria	da	construção	
civil.	 É	 obrigatória	 a	 colocação	 de	 tapumes	 ou	 barreiras	 sempre	 que	 se	 executarem	 atividades	
relacionadas	a	construção,	de	forma	a	impedir	o	acesso	de	pessoas	estranhas	aos	serviços.	
	
11. TRABALHO	A	CÉU	ABERTO	
O	MTE	estabelece	disposições	que	versem	sobre	a	proteção	contra	insolação,	calor,	frio,	
umidade	e	ventos,	relacionados	a	realização	de	trabalhos	a	céu	aberto,	prevendo	o	estabelecimento	
de	água	potável,	alojamento	e	profilaxia	de	endemias	(CLT,	art.	200,	V).	
A	NR	21	da	Portaria	nº	3.214/78,	regula	as	exigências	relativas	ao	trabalho	a	céu	aberto.	
Dispõe	 esta	 norma	 da	 obrigatoriedade	 de	 abrigos,	 ainda	 que	 rústicos,	 capazes	 de	 proteger	 os	
trabalhadores	contra	as	intempéries	do	tempo.	
Aos	 trabalhadores	 que	 residam	 no	 local	 de	 trabalho,	 devem	 ser	 oferecidos	 alojamentos	
que	 apresentem	adequadas	 condições	 sanitárias,	 sendo	 vedada,	 em	qualquer	 hipótese,	 a	moradia	
coletiva	da	família.	
	
12. TRABALHO	EM	MINAS	E	SUBSOLOS	
O	 trabalho	 em	minas	 e	 subsolos	 apresenta-se	mais	 penoso	 do	 que	 o	 normal,	 justificando	
diversas	normas	que	estabeleçam	condições	especiais	de	trabalho	nessas	circunstâncias.	O	trabalho	
no	subsolo	somente	será	permitido	a	homens,	com	idade	compreendida	entre	21	e	50	anos.	A	NR	
22	 da	 Portaria	 nº	 3.214/78,	 apresenta	 as	 regras	 pertinentes	 à	 segurança	 e	 saúde	 ocupacional	 na	
mineração.	
A	jornada	de	trabalho	para	esses	profissionais	é	especial,	conforme	regulado	nos	arts.	293	e	
seguintes	 da	 CLT,	não	 devendo	 exceder	 6	 horas	 diárias	 ou	 36	 horas	 semanais.	 Porém	 a	 jornada	
10 
 
poderá	 ser	 elevada	 para	 oito	 horas	 diárias	 e	 44	 horas	 semanais,	 mediante	 acordo	 escrito	 entre	
empregado	 e	 empregador,	 ou	 convenção	 ou	 acordo	 coletivo	 de	 trabalho,	 sujeitando-se	 tal	
prorrogação	 à	 prévia	 licença	 da	 autoridade	 competente	 em	 matéria	 de	 segurança	 e	 saúde	 do	
trabalho	(art.	295	da	CLT	e	art.	7º,	XIII	da	CF).	
A	cada	período	de	três	horas	consecutivas	de	trabalho,	será	obrigatória	uma	pausa	de	15	
minutos	para	repouso,	a	qual	será	computada	na	duração	normal	de	trabalho	efetivo	(art.	298/CLT).	
Sempre	que	por	motivo	de	saúde,	for	necessária	a	transferência	do	empregado,	a	 juízo	da	
autoridade	competente	em	matéria	de	segurança	e	medicina	do	 trabalho,	dos	 serviços	no	subsolo	
para	os	de	superfície,	a	empresa	é	obrigada	a	realizar	essa	transferência,	assegurando	ao	transferido	
a	 remuneração	 atribuída	 ao	 trabalhador	 de	 superfície	 em	 serviço	 equivalente,	 respeitada	 a	
capacidade	profissional	do	interessado	(art.	300	da	CLT).	
	
13. PROTEÇÃO	CONTRA	INCÊNDIO	
O	 MTE	 estabelece	 disposições	 sobre	 proteção	 contra	 incêndio	 em	 geral	 e	 as	 medidas	
preventivas	adequadas,	com	exigências	relativas	ao	revestimento	de	portas	e	paredes,	construção	
de	paredes	contra	 fogo,	diques	e	outros	anteparos,	assim	como	garantia	geral	de	 fácil	circulação,	
corredores	de	acesso	e	saídas	amplas	e	protegidas,	com	suficiente	sinalização	(CLT,art.	200,	IV)	
A	NR	 23	 da	 Portaria	 nº	 3.214/78	 prevê	 regras	 a	 respeito	 da	 proteção	 contra	 incêndio,	
dispondo	que	todas	as	empresas	deverão	possuir	proteção	contra	incêndios;	saídas	suficientes	para	
a	 rápida	 retirada	 do	 pessoal	 em	 serviço,	 em	 caso	 de	 incêndio;
equipamento	 suficiente	 para	
combater	o	fogo,	em	sua	fase	 inicial;	 ter	pessoas	adestradas	no	uso	correto	dos	equipamentos	de	
combate	a	incêndio.	
	
14. CONDIÇÕES	SANITÁRIAS,		RESÍDUOS	INDUSTRIAIS	E	SINALIZAÇÃO	DE	SEGURANÇA	
A	NR	24	da	Portaria	3.214/78,	estabelece	que	nos	locais	de	trabalho	devem	ser	respeitadas	
as	 normas	 de	 higiene,	 devendo	 haver	 instalações	 sanitárias	 adequadas	 e	 separadas	 por	 sexos,	
chuveiros,	 lavatórios,	vestiários	e	armários	 individuais,	 refeitórios,	ou	condições	de	conforto	para	
realização	das	refeições,	fornecimento	de	água	potável	e	condições	de	limpeza	satisfatória.	
A	NR	25	da	Portaria	3.214/78	estabelece	que	as	empresas	devam	observar	as	normas	de	
segurança	e	medicina	nos	locais	de	trabalho,	atendendo	às	medidas	para	o	tratamento	de	resíduos	
industriais.	
11 
 
Os	 resíduos	gasosos	deverão	ser	eliminados	dos	 locais	de	 trabalho	por	meio	de	métodos,	
equipamentos	ou	medidas	adequadas,	sendo	proibido	o	lançamento	ou	a	liberação	nos	ambientes	
de	 trabalho	 de	 quaisquer	 contaminantes	 gasosos	 sob	 a	 forma	 de	matéria	 ou	 energia,	 direta	 ou	
indiretamente,	de	forma	a	serem	ultrapassados	os	 limites	de	tolerância	estabelecidos	na	NR	15	da	
Portaria	3.214/78.	Os	 resíduos	 líquidos	e	sólidos	produzidos	por	processos	e	operações	 industriais	
deverão	ser	convenientemente	tratados,	dispostos	e/ou	retirados	dos	limites	da	indústria,	de	forma	
a	evitar	riscos	à	saúde	e	à	segurança	dos	trabalhadores.	
A	Lei	9.055/95	estabelece	vedações	quanto	à	extração,	produção,	industrialização,	utilização,	
comercialização,	pulverização	e	venda	de	certos	materiais	e	substâncias	feitas	de	certas	variações	de	
asbesto/amianto	 (forma	fibrosa	de	silicatos	minerais	pertencentes	aos	grupos	de	rochas	metamór-
ficas,	como	a	crisotila).	Há	estudos	científicos	sobre	as	consequências	nocivas	à	saúde	pelo	uso	das	
referidas	 substâncias,	 como	 a	 asbestose	 (endurecimento	 do	 pulmão),	 placas	 pleurais	 e	 câncer	
mesotelioma.	Devido	aos	graves	danos	que	causam	a	saúde	do	trabalhador,	podendo	inclusive	levar	
à	morte,	há	entendimento	que	o	trabalho	com	o	amianto	deva	ser	completamente	banido	no	país.	
O	MTE	estabelece	disposições	sobre	emprego	das	cores	nos	locais	de	trabalho,	inclusive	nas	
sinalizações	de	perigo	(CLT,	art.	200,	VIII).	Nesse	sentido,	a	NR	26	da	Portaria	3.214/78	dispõe	sobre	
a	sinalização	de	segurança,	objetivando	fixar	as	cores	que	devem	ser	usadas	nos	locais	de	trabalho	
para	 prevenção	 de	 acidentes,	 identificando	 os	 equipamentos	 de	 segurança,	 delimitando	 áreas,	
identificando	 as	 canalizações	 empregadas	 na	 indústria	 para	 a	 condução	 de	 líquidos	 e	 gases	 e	
advertindo	contra	riscos.	
	
15. INSALUBRIDADE	
Atividades	ou	operações	insalubres	são	aquelas	que,	por	sua	natureza,	condições	ou	méto-
dos	de	trabalho,	exponha	os	empregados	a	agentes	nocivos	à	saúde,	acima	dos	limites	de	tolerân-
cia	fixados	em	razão	da	natureza	e	da	intensidade	do	agente	e	do	tempo	de	exposição	(art.	189	/LT).	
O	adicional	de	insalubridade	é	previsto	no	art.	7.º,	inciso	XXIII,	da	Constituição	Federal	de	
1988,	com	regulamentação	pelo	art.	189	e	seguintes	da	Consolidação	das	Leis	do	Trabalho,	como	já	
estudado	anteriormente.	As	atividades	e	operações	insalubres	encontram-se	indicadas	na	NR	15	da	
Portaria	3.214/78,	a	qual	descreve	os	agentes	químicos,	físicos	e	biológicos	prejudiciais	à	saúde	do	
empregado,	bem	como	os	respectivos	limites	de	tolerância.	
12 
 
Cabe	ao	Ministério	do	Trabalho	e	Emprego	aprovar	o	quadro	das	 ativida-des	e	operações	
insalubres	 e	 adotar	 normas	 sobre	 os	 critérios	 de	 caracterização	 da	 insalubridade,	 os	 limites	 de	
tolerância	aos	agentes	agressivos,	meios	de	proteção	e	o	tempo	máximo	de	exposição	do	empregado	
a	esses	agentes	(art.	190	DA	CLT).	
A	Súmula	460	do	STF	dispõe	que	“para	efeito	do	adicional	de	insalubridade,	a	perícia	judicial	
em	reclamação	trabalhista	não	dispensa	o	enquadramento	da	atividade	entre	as	insalubres,	que	é	
ato	da	competência	do	Ministério	do	Trabalho”.	
Na	mesma	linha	de	entendimento	a	Súmula	248	do	TST	dispõe	que:	“a	reclassificação	ou	a	
descaracterização	da	insalubridade,	por	ato	da	autoridade	competente,	repercute	na	satisfação	do	
respectivo	adicional,	sem	ofensa	a	direito	adquirido	ou	ao	princípio	da	irredutibilidade	salarial”.	
Por	outro	lado,	cabe	destacar	a	Súmula	448	do	TST:	
Atividade	insalubre.	Caracterização.	Previsão	na	Norma	Regulamentadora	15	da	Portaria	do	
Ministério	 do	 Trabalho	 3.214/1978.	 Instalações	 sanitárias	 (conversão	 da	 Orientação	
Jurisprudencial	4	da	SBDI-1,	com	nova	redação	do	item	II).	
I	 –	 Não	 basta	 a	 constatação	 da	 insalubridade	 por	 meio	 de	 laudo	 pericial	 para	 que	 o	
empregado	 tenha	 direito	 ao	 respectivo	 adicional,	 sendo	 necessária	 a	 classificação	 da	
atividade	insalubre	na	relação	oficial	elaborada	pelo	Ministério	do	Trabalho.	
II	–	A	higienização	de	instalações	sanitárias	de	uso	público	ou	coletivo	de	grande	circulação,	
e	 a	 respectiva	 coleta	 de	 lixo,	 por	 não	 se	 equiparar	 à	 limpeza	 em	 residências	 e	 escritórios,	
enseja	o	pagamento	de	adicional	de	insalubridade	em	grau	máximo,	incidindo	o	disposto	no	
Anexo	14	da	NR-15	da	Portaria	 do	MTE	3.214/78	quanto	 à	 coleta	 e	 industrialização	de	 lixo	
urbano.	
	
A	eliminação	ou	a	neutralização	da	insalubridade	ocorre	(art.	191/CLT):	
a)	com	a	adoção	de	medidas	que	conservem	o	ambiente	de	 trabalho	dentro	dos	 limites	de	
tolerância;	
b)	com	a	utilização	de	equipamentos	de	proteção	individual	ao	trabalhador,	que	diminuam	a	
intensidade	do	agente	agressivo	a	limites	de	tolerância
4
.	
	
Cabe	 às	 Delegacias	 Regionais	 do	 Trabalho	 (atualmente	 denominadas	 Superintendências	
Regionais	do	Trabalho	e	Emprego),	comprovada	a	 insalubridade,	notificar	as	empresas,	estipulando	
prazos	para	sua	eliminação	ou	neutralização,	na	forma	do	art.	191,	parágrafo	único,	da	CLT.	
O	 exercício	 de	 trabalho	 em	 condições	 insalubres,	 acima	 dos	 limites	 de	 tolerância	
estabelecidos	 pelo	 Ministério	 do	 Trabalho	 e	 Emprego,	 assegura	 a	 percepção	 de	 adicional,	
respectivamente,	 de	 40%	 (quarenta	 por	 cento),	 20%	 (vinte	 por	 cento)	 e	 10%	 (dez	 por	 cento)	 do	
salário	mínimo,	segundo	se	classifiquem	nos	graus	máximo,	médio	e	mínimo	(art.	192	da	CLT).	
13 
 
	
O	 exercício	 de	 trabalho	 em	 condições	 insalubres,	 acima	 dos	 limites	 de	 tolerância	
estabelecidos	pelo	MTE,	assegura	a	percepção	de	adicional	respectivamente	de	40%,	20%	e	10%	do	
salário	mínimo,	segundo	se	classifiquem	nos	graus	máximo,	médio	e	mínimo	(art.	192	da	CLT).	
Insalubre	é	aquilo	que	é	prejudicial	à	saúde,	que	dá	causa	à	doença.	O	adicional	é	devido	ao	
empregado	que	presta	serviços	em	ambientes	considerados	 insalubres,	sendo	calculado	à	razão	de	
10%	(grau	mínimo),	20%	(grau	médio)	e	40%	(grau	máximo),	sobre	o	salário	mínimo	(art.	192	da	CLT).	
São	 consideradas	 atividades	 ou	 operações	 insalubres	 aquelas	 que,	 por	 sua	 natureza,	
condição	 ou	 métodos	 de	 trabalho,	 expõem	 os	 empregados	 a	 agentes	 nocivos	 à	 saúde,	 acima	 dos	
limites	de	tolerância	fixados	em	razão	da	natureza	e	intensidade	do	agente	e	do	tempo	de	exposição	
aos	seus	efeitos	(art.	189/CLT).	
A	discriminação	dos	agentes	nocivos	à	 saúde	e	dos	 limites	de	 tolerância	 suportados	estão	
previstos	nos	anexos	da	NR-15,	aprovada	pela	Portaria	nº	3.214	do	MTE.	O	trabalho	executado	de	
forma	intermitente,	assim	como	o	fornecimento	de	EPI	não	afasta	o	pagamento.		
O	adicional	de	insalubridade	cessará	com	a	eliminação	do	risco	à	saúde	ou	integridade	física.	
Esses	 percentuais	 incidiam	 sobre	 o	 salário	 mínimo,	 qualquer	 que	 fosse	 o	 salário	 contratual	 do	
empregado.	Porém,	o	art.	7º,	IV	da	CF	proíbe	a	vinculação	de	outros	pagamentos
ao	salário	mínimo,	
alterando	este	critério.	O	TST	atribuiu	nova	redação	à	Súmula	nº	228,	definindo	o	salário	básico	como	
base	de	cálculo	deste	adicional.	Este	entendimento	decorreu	da	Súmula	Vinculante	4.	
Entretanto,	 por	 força	 de	Medida	 Cautelar	 em	Reclamação	 6.266-0/DF,	 o	Ministro	 Gilmar	
Mendes,	então	presidente	do	STF,	proferiu	decisão,	datada	de	15	de	julho	de	2008,	em	que	concede	
liminar	para	suspender	a	aplicação	da	Súmula	nº	228/TST	na	parte	em	que	permite	a	utilização	do	
salário	básico	para	calcular	o	adicional	de	insalubridade	
Integrará	 a	 remuneração	 do	 empregado	 para	 efeito	 de	 cálculo	 de	 outras	 verbas,	 se	 for	
pago	em	caráter	habitual,	como	férias,	13°	salário,	aviso	prévio	e	FGTS	e	indenizações.		
Nada	impede	ao	empregado	trabalhar	em	condições	merecedoras	do	pagamento	de	adicional	
por	 horas	 extras,	 trabalho	 noturno	 e	 atividade	 insalubre.	 Cada	 um	 desses	 adicionais	 terá	 base	 de	
cálculo	 distinta.	 No	 caso	 de	 pagamento	 de	 hora	 extra,	 a	 quem	 faz	 jus	 a	 insalubridade,	 deve	 ser	
somado	ao	valor	da	hora	contratual	para	efeito	de	base	de	cálculo	da	hora	extra	(OJ	47/SD1).	
	
14 
 
16. PERICULOSIDADE	
As	 atividades	 ou	 operações	 perigosas	 são	 aquelas	 que,	 na	 forma	 da	 regulamentação	
aprovada	 pelo	 Ministério	 do	 Trabalho	 e	 Emprego,	 por	 sua	 natureza	 ou	 métodos	 de	 trabalho,	
impliquem	 risco	 acentuado	 em	 virtude	 de	 exposição	 permanente	 do	 trabalhador	 a	 inflamáveis
5
,	
explosivos	ou	energia	elétrica,	e,	ainda,	roubos	ou	outras	espécies	de	violência	física	nas	atividades	
profissionais	 de	 segurança	 pessoal	 ou	 patrimonial	 (art.	 193	 da	 CLT	 com	 redação	 dada	 pela	 Lei	
12.740/2012,	publicada	no	DOU	de	10.12.2012)
6
.	
A	Lei	12.997/2014,	publicada	no	DOU	de	20.06.2014,	acrescentou	o	§	4.º	ao	art.	193	da	CLT,	
passando	 a	 dispor	 que	 “são	 também	 consideradas	 perigosas	 as	 atividades	 de	 trabalhador	 em	
motocicleta”.	 As	 atividades	 e	 operações	 perigosas	 encontram-se	 indicadas	 na	NR	 16,	 da	 Portaria	
3.214/1978.	
As	atividades	e	operações	perigosas	encontram-se	indicadas	na	NR	16	da	Portaria	3.214/78.	
Ainda	sobre	esse	tema	a	Súmula	364	do	TST	dispõe	que	o	trabalho	exercido	em	condições	
perigosas,	 embora	 de	 forma	 intermitente,	 dá	 direito	 ao	 empregado	 a	 receber	 o	 adicional	 de	
periculosidade	de	forma	integral.	
		
SÚMULA	Nº	364.	ADICIONAL	DE	PERICULOSIDADE.	EXPOSIÇÃO	EVENTUAL,	PERMANENTE	E	
INTERMITENTE.	(cancelado	o	item	II	e	dada	nova	redação	ao	item	I	–	Maio	de	2011)	
Tem	direito	ao	adicional	de	periculosidade	o	empregado	exposto	permanentemente	ou	que,	
de	forma	intermitente,	sujeita-se	a	condições	de	risco.	Indevido,	apenas,	quando	o	contato	
dá-se	de	forma	eventual,	assim	considerado	o	fortuito,	ou	o	que,	sendo	habitual,	dá-se	por	
tempo	extremamente	reduzido.	(ex-Ojs	da	SBDI-1	nºs	05	-	inserida	em	14.03.1994	-	e	280	-	DJ	
11.08.2003).	
	
Não	 se	 verifica	 previsão	 expressa,	 na	 lei,	 fixando	 a	 exposição	 à	 radiação	 ionizante	 ou	 a	
exposição	a	substâncias	radioativas,	como	hipótese	de	periculosidade.		
Cabe	ressaltar	que	a	Portaria	GM/MTE	496,	de	11	de	dezembro	de	2002,	em	seu	art.	1º,	
revogou	a	Portaria	3.393/87,	a	qual	tratava	do	direito	ao	adicional	de	periculosidade	com	relação	
ao	labor	em	atividades	e	operações	perigosas	com	radiações	ionizantes	ou	substâncias	radioativas.	
No	entanto,	a	Portaria	518,	de	4	de	abril	de	2003,	revogou	a	portaria	anterior,	voltando	a	
estabelecer,	em	seu	art.	2º,	que	o	trabalho,	em	atividades	e	operações	com	radiações	ionizantes	ou	
substâncias	 radioativas,	 assegura	 ao	 empregado	o	 adicional	 de	periculosidade,	 conforme	quadro	
constante	de	seu	Anexo,	mencionado	no	art.	1º.	
15 
 
Há	possibilidade	de	regulamentação	pelo	MTE,	das	condições	de	segurança	e	medicina	do	
trabalho	(arts.	190,	192,	193,	198	e	200	da	CLT),	somente	poderá	ocorrer	tal	regulamentação	dentro	
dos	limites	da	previsão	da	lei.		
No	 entanto,	 como	 não	 existe	 norma	 legal	 versando	 sobre	 o	 cabimento	 do	 adicional	 de	
periculosidade	acerca	do	empregado	exposto	a	substâncias	ionizantes	ou	radioativas,	a	mencionada	
portaria,	extrapolou	os	 limites	do	poder	regulamentar,	tratando	de	matéria	privativa	de	lei	federal,	
fora	dos	parâmetros	válidos	traçados	pelas	normas	de	hierarquia	constitucional	e	legal.	
No	entanto,	o	entendimento	majoritário,	pacificado	pela	Orientação	Jurisprudencial	345	da	
SBDI-I	do	TST,	é	no	sentido	de	que:		
	
A	 exposição	 do	 empregado	 à	 radiação	 ionizante	 ou	 à	 substância	 radioativa	 enseja	
percepção	 do	 adicional	 de	 periculosidade,	 pois	 a	 regulamentação	 ministerial	 ao	 reputar	
perigosa	a	atividade,	reveste-se	de	plena	eficácia,	porquanto	expedida	por	força	de	delegação	
legislativa	contida	no	art.	200,	caput,	e	inciso	VI,	da	CLT.	No	período	de	12	de	dezembro	de	
2002	 a	 6	 de	 abril	 de	 2003,	 enquanto	 vigeu	 a	 Portaria	 496	 do	 Ministério	 do	 Trabalho,	 o	
empregado	faz	jus	ao	adicional	de	insalubridade.	
	
O	 §	 1º	 do	 art.	 193	 da	 CLT:	 “O	 trabalho	 em	 condições	 de	 periculosidade	 assegura	 ao	
empregado	um	adicional	de	30%	(trinta	por	cento)	sobre	o	salário	sem	os	acréscimos	resultantes	de	
gratificações,	prêmios	ou	participações	nos	lucros	da	empresa”.	Já	o	2º	do	mesmo	artigo,	dispõe:	“o	
empregado	pode	optar	pelo	adicional	de	insalubridade	que	porventura	lhe	seja	devido”.		
Assim,	tende	a	prevalecer	o	entendimento	de	que	ele	não	faz	jus	ao	recebimento	de	ambos	
os	adicionais	ao	mesmo	tempo
7
,	entendimento	este	que,	no	entanto,	merece	fundada	crítica,	pois,	
se	o	empregado	está	exposto	tanto	ao	agente	insalubre	como	também	à	periculosidade,	nada	mais	
justo	e	coerente	do	que	receber	ambos	os	adicionais	(art.	7.º,	inciso	XXIII,	da	CF/1988),	pois	os	fatos	
geradores	 são	 distintos	 e	 autônomos.	 	 Além	 disso,	 a	 restrição	 a	 apenas	 um	 dos	 adicionais	 acaba	
desestimulando	 que	 a	 insalubridade	 e	 a	 periculosidade	 sejam	 eliminadas	 e	 neutralizadas,	 o	 que	
estaria	em	desacordo	com	o	art.	7.º,	inciso	XXII,	da	Constituição	Federal	de	1988
8
.		
De	todo	modo,	ainda	que	o	adicional	de	insalubridade	tenha	natureza	salarial	(Súmula	139	
do	TST
9
),	 caso	prevaleça	o	mencionado	entendimento,	mais	 tradicional,	 de	que	o	 recebimento	do	
adicional	 de	 periculosidade	 afasta	 o	 direito	 ao	 adicional	 de	 insalubridade,	 não	 haveria,	
consequentemente,	como	integrá-lo	no	cálculo	do	adicional	de	periculosidade.	
16 
 
No	 entanto,	 vem	 se	 admitindo	 é	 a	 cumulação	 do	 adicional	 de	 insalubridade	 (ou	 de	
periculosidade)	com	eventual	adicional	de	penosidade,	regulado	por	norma	coletiva	ou	regulamento	
de	empresa.	Os	mencionados	direitos	trabalhistas	possuem	natureza	social,	de	ordem	fundamental,	
essenciais,	assim,	para	a	preservação	e	a	promoção	da	dignidade	da	pessoa	humana	na	esfera	das	
relações	de	trabalho.	
Nesse	enfoque,	o	art.	5º,	§	2º,	da	CF/88,	é	expresso	ao	dispor	que	os	direitos	e	garantias	
expressos	 na	 Constituição	 não	 excluem	 outros	 decorrentes	 do	 regime	 e	 dos	 princípios	 por	 ela	
adotados,	ou	dos	tratados	internacionais	em	que	a	República	Federativa	do	Brasil	seja	parte.	
A	 Convenção	 148	 da	 Organização	 Internacional	 do	 Trabalho,	 sobre	 proteção	 dos	
trabalhadores	contra	os	riscos	profissionais	devidos	à	contaminação	do	ar,	ao	ruído	e	às	vibrações	no	
local	 de	 trabalho,	 de	 1977,	 aprovada	 e	 promulgada	 pelo	 Brasil,	 conforme	 Decreto	 93.413/1986,	
determina	que	os	critérios	e	os	 limites	de	exposição	devem	ser	 fixados,	completados	e	revisados	a	
intervalos	 regulares,	 de	 conformidade	 com	 os	 novos	 conhecimentos	 e	 dados	 nacionais	 e	
internacionais,	 tendo	em	conta,	 na	medida	do	possível,	 qualquer	 aumento	dos	 riscos	profissionais	
resultante	da
exposição	simultânea	a	vários	fatores	nocivos	no	local	de	trabalho	(art.	8.3).	
A	Convenção	155	da	OIT,	sobre	segurança	e	saúde	dos	trabalhadores	e	o	meio	ambiente	de	
trabalho,	de	1981,	também	aprovada	e	promulgada	pelo	Brasil,	conforme	Decreto	1.254/1994,	por	
sua	 vez,	 prevê	 que	 devem	 ser	 levados	 em	 consideração	 os	 riscos	 para	 a	 saúde,	 decorrentes	 da	
exposição	simultâneas	a	diversas	substâncias	ou	agentes	(art.	11,	alínea	b).	
Como	 se	 pode	 notar,	 as	 normas	 internacionais	 em	 questão,	 dispondo	 de	 forma	 mais	
benéfica	 e	 coerente,	 admitem	 o	 recebimento,	 simultâneo,	 dos	 adicionais	 de	 insalubridade	 e	 de	
periculosidade,	 quando	 o	 empregado	 está	 exposto	 a	 ambos	 os	 agentes.	 Deve-se	 frisar	 que	 o	 STF	
firmou	a	tese	de	que	os	tratados	e	convenções	internacionais	sobre	direitos	humanos,	firmados	pelo	
Brasil	 antes	da	 vigência	da	Emenda	Constitucional	 45/2014,	possuem	 status	 normativo	 supralegal,	
admitindo	 a	 sua	 hierarquia	 constitucional	 quando	 aprovados	 pelo	 Congresso	 Nacional	 com	 os	
requisitos	previstos	no	atual	art.	5º,	§	3º,	da	CF	(Recursos	Extraordinários	349.703	e	466.343).	
De	forma	mais	recente,	no	sentido	aqui	defendido,	cabe	destacar	a	seguinte	decisão	do	TST:	
	
Recurso	 de	 revista.	 Cumulação	 dos	 adicionais	 de	 insalubridade	 e	 periculosidade.	
Possibilidade.	 Prevalência	 das	 normas	 constitucionais	 e	 supralegais	 sobre	 a	 CLT.	
Jurisprudência	 consolidada	 do	 STF	 quanto	 ao	 efeito	 paralisante	 das	 normas	 internas	 em	
descompasso	 com	 os	 tratados	 internacionais	 de	 direitos	 humanos.	 Incompatibilidade	
17 
 
material.	 Convenções	 nºs	 148	 e	 155	 da	 OIT.	 Normas	 de	 Direito	 Social.	 Controle	 de	
convencionalidade.	Nova	forma	de	verificação	de	compatibilidade	das	normas	integrantes	do	
ordenamento	 jurídico.	A	previsão	 contida	no	artigo	193,	 §	2º,	 da	CLT	não	 foi	 recepcionada	
pela	 Constituição	 Federal	 de	 1988,	 que,	 em	 seu	 artigo	 7º,	 XXIII,	 garantiu	 de	 forma	plena	o	
direito	 ao	 recebimento	 dos	 adicionais	 de	 penosidade,	 insalubridade	 e	 periculosidade,	 sem	
qualquer	ressalva	no	que	tange	à	cumulação,	ainda	que	tenha	remetido	sua	regulação	à	 lei	
ordinária.	A	possibilidade	da	aludida	cumulação	se	justifica	em	virtude	de	os	fatos	geradores	
dos	direitos	serem	diversos.	Não	se	há	de	falar	em	bis	 in	 idem.	No	caso	da	 insalubridade,	o	
bem	 tutelado	 é	 a	 saúde	 do	 obreiro,	 haja	 vista	 as	 condições	 nocivas	 presentes	 no	 meio	
ambiente	de	trabalho;	 já	a	periculosidade	traduz	situação	de	perigo	 iminente	que,	uma	vez	
ocorrida,	 pode	 ceifar	 a	 vida	 do	 trabalhador,	 sendo	 este	 o	 bem	 a	 que	 se	 visa	 proteger.	 A	
regulamentação	complementar	prevista	no	citado	preceito	da	Lei	Maior	deve	se	pautar	pelos	
princípios	 e	 valores	 insculpidos	 no	 texto	 constitucional,	 como	 forma	 de	 alcançar,	
efetivamente,	a	finalidade	da	norma.	Outro	fator	que	sustenta	a	inaplicabilidade	do	preceito	
celetista	é	a	introdução	no	sistema	jurídico	interno	das	Convenções	Internacionais	nos	148	e	
155,	 com	 status	 de	 norma	materialmente	 constitucional	 ou,	 pelo	menos,	 supralegal,	 como	
decidido	pelo	STF.	A	primeira	consagra	a	necessidade	de	atualização	constante	da	legislação	
sobre	as	condições	nocivas	de	trabalho	e	a	segunda	determina	que	sejam	levados	em	conta	
os	 riscos	 para	 a	 saúde	 decorrentes	 da	 exposição	 simultânea	 a	 diversas	 substâncias	 ou	
agentes.	Nesse	 contexto,	não	há	mais	 espaço	para	a	 aplicação	do	artigo	193,	 §	2º,	 da	CLT.	
Recurso	de	 revista	de	que	 se	 conhece	e	 a	que	 se	nega	provimento.”	 (TST,	 7.ª	 T.,	 RR	1072-
72.2011.5.02.0384,	Rel.	Min.	Cláudio	Mascarenhas	Brandão,	DEJT	03.10.2014).	
	
A	Portaria	MTE	1.885/2013	 aprovou	o	Anexo	3	da	Norma	Regulamentadora	16,	dispondo	
sobre	as	atividades	e	operações	perigosas	com	exposição	a	roubos	ou	outras	espécies	de	violência	
física	nas	atividades	profissionais	de	segurança	pessoal	ou	patrimonial.	
Desse	 modo,	 são	 considerados	 profissionais	 de	 segurança	 pessoal	 ou	 patrimonial	 os	
trabalhadores	 que	 atendam	 a	 uma	 das	 seguintes	 condições:	 (a)	 empregados	 das	 empresas	
prestadoras	 de	 serviços	 nas	 atividades	 de	 segurança	 privada	 ou	 que	 integrem	 serviço	 orgânico	 de	
segurança	privada,	devidamente	 registradas	e	autorizadas	pelo	Ministério	da	 Justiça,	 conforme	Lei	
7.102/1983	 e	 suas	 alterações	 posteriores;	 (b)	 empregados	 que	 exercem	 a	 atividade	 de	 segurança	
patrimonial	 ou	 pessoal	 em	 instalações	 metroviárias,	 ferroviárias,	 portuárias,	 rodoviárias,	
aeroportuárias	 e	 de	 bens	 públicos,	 contratados	 diretamente	 pela	 Administração	 Pública	 Direta	 ou	
Indireta.	
As	 atividades	 ou	 operações	 que	 expõem	 os	 empregados	 a	 roubos	 ou	 outras	 espécies	 de	
violência	 física,	 desde	 que	 atendida	 uma	 das	 condições	 acima,	 são	 as	 seguintes:	 (a)	 vigilância	
patrimonial	 (segurança	 patrimonial	 e/ou	 pessoal	 na	 preservação	 do	 patrimônio	 em	
estabelecimentos	 públicos	 ou	 privados	 e	 da	 incolumidade	 física	 de	 pessoas);	 (b)	 segurança	 de	
18 
 
eventos	 (segurança	patrimonial	 e/ou	pessoal	 em	espaços	públicos	ou	privados,	 de	uso	 comum	do	
povo);	(c)	segurança	nos	transportes	coletivos	(segurança	patrimonial	e/ou	pessoal	nos	transportes	
coletivos	 e	 em	 suas	 respectivas	 instalações);	 (d)	 segurança	 ambiental	 e	 florestal	 (segurança	
patrimonial	e/ou	pessoal	em	áreas	de	conservação	de	fauna,	flora	natural	e	de	reflorestamento);	(e)	
transporte	 de	 valores	 (segurança	 na	 execução	 do	 serviço	 de	 transporte	 de	 valores);	 (f)	 escolta	
armada	 (segurança	 no	 acompanhamento	 de	 qualquer	 tipo	 de	 carga	 ou	 de	 valores);	 (g)	 segurança	
pessoal	(acompanhamento	e	proteção	da	integridade	física	de	pessoa	ou	de	grupos);	(h)	supervisão	
e	 fiscalização	 operacional	 (supervisão	 e/ou	 fiscalização	 direta	 dos	 locais	 de	 trabalho	 para	
acompanhamento	e	orientação	dos	vigilantes);	e	(i)	telemonitoramento	e	telecontrole	(execução	de	
controle	e/ou	monitoramento	de	locais,	por	meio	de	sistemas	eletrônicos	de	segurança).	
Nota-se,	portanto,	que	o	adicional	de	periculosidade	em	questão	é	devido,	em	essência,	aos	
empregados	que	exercem	a	função	de	vigilância.	
A	 Lei	 7.102/1983	 dispõe	 sobre	 segurança	 para	 estabelecimentos	 financeiros,	 estabelece	
normas	 para	 constituição	 e	 funcionamento	 das	 empresas	 particulares	 que	 exploram	 serviços	 de	
vigilância	e	de	transporte	de	valores,	bem	como	dá	outras	providências.	
A	vigilância	ostensiva	e	o	transporte	de	valores	devem	ser	executados	por	dois	modos,	de	
forma	 alternativa,	 quais	 sejam:	 por	 empresa	 especializada	 contratada;	 ou	 pelo	 próprio	
estabelecimento	 financeiro,	 desde	 que	 organizado	 e	 preparado	 para	 tal	 fim,	 com	pessoal	 próprio,	
aprovado	em	curso	de	formação	de	vigilante	autorizado	pelo	Ministério	da	Justiça	e	cujo	sistema	de	
segurança	tenha	parecer	favorável	à	sua	aprovação	emitido	pelo	Ministério	da	Justiça	(art.	3.º	da	Lei	
7.102/1983).	
O	 serviço	 de	 vigilância,	 assim,	 é	 uma	 das	 hipóteses	 em	 que	 a	 jurisprudência,	 com	
fundamento	 na	 lei,	 admite	 a	 terceirização.	 Nesse	 sentido	 é	 a	 Súmula	 331,	 inciso	 III,	 do	 Tribunal	
Superior	do	Trabalho.	
Nos	 estabelecimentos	 financeiros	 estaduais,	 o	 serviço	 de	 vigilância	 ostensiva	 pode	 ser	
desempenhado	pelas	Polícias	Militares,	a	critério	do	Governo	da	respectiva	Unidade	da	Federação.	
O	 vigilante	 é	 o	 empregado	 contratado	 para	 a	 execução	 das	 atividades	 de	 segurança	
privada,	 desenvolvidas	 em	 prestação	 de	 serviços	 com	 a	 finalidade	 de:	 proceder	 à	 vigilância	
patrimonial	 das	 instituições	 financeiras	 e	 de	 outros	 estabelecimentos,	 públicos	 ou	 privados,	 bem	
como	a	segurança	de	pessoas	físicas;	e	realizar	o
transporte	de	valores	ou	garantir	o	transporte	de	
19 
 
qualquer	outro	tipo	de	carga	(arts.	10	e	15	da	Lei	7.102/1983).	Frise-se	que	os	serviços	de	vigilância	e	
de	transporte	de	valores	podem	ser	executados	por	uma	mesma	empresa.	
As	empresas	especializadas	em	prestação	de	serviços	de	segurança,	vigilância	e	transporte	
de	 valores,	 constituídas	 sob	 a	 forma	de	 empresas	 privadas,	 também	podem	exercer	 atividades	de	
segurança	privada:	a	pessoas;	a	estabelecimentos	comerciais,	industriais,	de	prestação	de	serviços	e	
a	residências;	a	entidades	sem	fins	lucrativos;	e	a	órgãos	e	empresas	públicas.	
As	empresas	que	tenham	objeto	econômico	diverso	da	vigilância	ostensiva	e	do	transporte	
de	valores,	que	utilizem	pessoal	de	quadro	funcional	próprio,	para	execução	dessas	atividades,	ficam	
obrigadas	 ao	 cumprimento	 do	 disposto	 na	 Lei	 7.102/1983.	 Trata-se,	 no	 caso,	 do	 chamado	 serviço	
orgânico	de	segurança	privada.	
Tendo	em	vista	a	previsão	do	art.	226	da	Consolidação	das	Leis	do	Trabalho,	cabe	destacar	
que,	 segundo	 a	 Súmula	 257	 do	 TST,	 “o	 vigilante,	 contratado	 diretamente	 por	 banco	 ou	 por	
intermédio	de	empresas	especializadas,	não	é	bancário”.	
Para	 o	 exercício	 da	 profissão,	 o	 vigilante	 deve	 preencher	 os	 seguintes	 requisitos:	 ser	
brasileiro;	 ter	 idade	mínima	 de	 21	 anos;	 ter	 instrução	 correspondente	 à	 quarta	 série	 do	 primeiro	
grau;	 ter	 sido	 aprovado	 em	 curso	 de	 formação	 de	 vigilante,	 realizado	 em	 estabelecimento	 com	
funcionamento	autorizado	nos	termos	da	Lei	7.102/1983	(ou	seja,	pelo	Ministério	da	Justiça);	ter	sido	
aprovado	 em	 exame	 de	 saúde	 física,	 mental	 e	 psicotécnico;	 não	 ter	 antecedentes	 criminais	
registrados;	e	estar	quite	com	as	obrigações	eleitorais	e	militares	(art.	16	da	Lei	7.102/1983).	
O	vigilante	deve	usar	uniforme	somente	quando	em	efetivo	serviço.	Além	disso,	assegura-se	
ao	 vigilante:	uniforme	especial,	 a	 cargo	da	empresa	a	que	 se	 vincular;	 porte	de	arma,	quando	em	
serviço;	prisão	especial	por	ato	decorrente	do	serviço;	seguro	de	vida	em	grupo	feito	pela	empresa	
empregadora	(art.	19	da	Lei	7.102/1983).	
O	vigia,	diversamente,	realiza	atividades	mais	simples,	de	fiscalização	dos	locais,	não	sendo	
regido	 pela	 Lei	 7.102/1983.	 Não	 se	 exigem,	 portanto,	 os	 requisitos	 nela	 determinados,	 acima	
indicados.	A	respeito	do	tema,	destaca-se	o	seguinte	julgado:	
	
Vigia	e	vigilante.	Diferenciação.	A	função	do	vigilante	se	destina	precipuamente	a	resguardar	
a	 vida	 e	 o	 patrimônio	 das	 pessoas,	 exigindo	 porte	 de	 arma	 e	 requisitos	 de	 treinamento	
específicos,	 nos	 termos	 da	 Lei	 7.102/1983,	 com	 as	 alterações	 introduzidas	 pela	 Lei	
8.863/1994,	 exercendo	 função	parapolicial.	Não	pode	 ser	 confundida	 com	as	 atividades	 de	
um	simples	vigia	ou	porteiro,	as	quais	se	destinam	à	proteção	do	patrimônio,	com	tarefas	de	
20 
 
fiscalização	 local.	 O	 vigilante	 é	 aquele	 empregado	 contratado	 por	 estabelecimentos	
financeiros	ou	por	empresa	especializada	em	prestação	de	serviços	de	vigilância	e	transporte	
de	 valores,	 o	 que	não	 se	 coaduna	 com	a	 descrição	das	 atividades	 exercidas	 pelo	 autor,	 ou	
seja,	de	vigia	desarmado,	que	trabalhava	zelando	pela	segurança	da	reclamada	de	forma	mais	
branda,	 não	 sendo	 necessário	 o	 porte	 e	 o	 manejo	 de	 arma	 para	 se	 safar	 de	 situações	
emergenciais	 de	 violência”	 (TRT	 3ª	 R.,	 6.ª	 T.,	 RO	 00329-2014-185-03-00-6,	 Rel.	 Juíza	 Conv.	
Rosemary	de	Oliveira	Pires,	DEJT	14.07.2014).	
	
A	Lei	12.740,	de	8	de	dezembro	de	2012,	ampliou	o	direito	ao	adicional	de	periculosidade	ao	
incluir	os	empregados	expostos	a	energia	elétrica,	bem	como	a	roubo	ou	outras	espécies	de	violência	
física,	nas	atividades	profissionais	de	 segurança	pessoal	ou	patrimonial,	 revogando	a	Lei	7.369/85,	
que	estabeleceu	o	direito	ao	adicional	de	periculosidade	de	30%	sobre	o	salário,	ao	empregado	que	
exerce	atividade	no	setor	de	energia	elétrica,	sobre	a	totalidade	de	seu	salário.	
Anteriormente,	 a	 Lei	 7.369,	 de	 20	 de	 setembro	 de	 1985	 (regulamentada	 pelo	 Decreto	
93.412/1986),	 revogada	pela	Lei	12.740/2012,	estabelecia	o	direito	ao	adicional	de	periculosidade,	
de	30%	sobre	o	salário,	ao	“empregado	que	exerce	atividade	no	setor	de	energia	elétrica”
10
,	o	que	
passou	a	ser	previsto	no	art.	193,	inciso	I,	da	CLT.	
Sobre	esse	tema,	de	acordo	com	a	Súmula	361	do	TST:		
	
Adicional	de	periculosidade.	Eletricitários.	 Exposição	 intermitente.	O	 trabalho	exercido	em	
condições	 perigosas,	 embora	 de	 forma	 intermitente,	 dá	 direito	 ao	 empregado	 a	 receber	 o	
adicional	 de	 periculosidade	 de	 forma	 integral,	 porque	 a	 Lei	 7.369,	 de	 20.09.1985,	 não	
estabeleceu	nenhuma	proporcionalidade	em	relação	ao	seu	pagamento.	
	
Merece	destaque,	ainda,	a	Orientação	Jurisprudencial	347	da	SBDI-I	do	TST,	com	o	seguinte	
esclarecimento:	“Adicional	de	periculosidade.	Sistema	elétrico	de	potência.	Lei	7.369,	de	20.09.1985,	
regulamentada	pelo	Decreto	93.412/86.		
Extensão	 do	 direito	 aos	 cabistas,	 instaladores	 e	 reparadores	 de	 linhas	 e	 aparelhos	 em	
empresa	 de	 telefonia.	 DJ	 25.04.2007.	 É	 devido	 o	 adicional	 de	 periculosidade	 aos	 empregados	
cabistas,	 instaladores	e	reparadores	de	linhas	e	aparelhos	de	empresas	de	telefonia,	desde	que,	no	
exercício	de	suas	funções,	fiquem	expostos	a	condições	de	risco	equivalente	ao	do	trabalho	exercido	
em	contato	com	sistema	elétrico	de	potência”.	
De	acordo	com	a	Orientação	Jurisprudencial	345	da	SBDI-I	do	TST:	
		
A	 exposição	 do	 empregado	 à	 radiação	 ionizante	 ou	 à	 substância	 radioativa	 enseja	 a	
percepção	 do	 adicional	 de	 periculosidade,	 pois	 a	 regulamentação	ministerial	 (Portarias	 do	
21 
 
Ministério	 do	 Trabalho	 3.393,	 de	 17.12.1987,	 e	 518,	 de	 07.04.2003),	 ao	 reputar	 perigosa	 a	
atividade,	reveste-se	de	plena	eficácia,	porquanto	expedida	por	força	de	delegação	legislativa	
contida	 no	 art.	 200,	 caput,	 e	 inciso	 VI,	 da	 CLT.	 No	 período	 de	 12.12.2002	 a	 06.04.2003,	
enquanto	vigeu	a	Portaria	496	do	Ministério	do	Trabalho,	o	empregado	faz	jus	ao	adicional	de	
insalubridade”	(DJ	22.06.2005).	
	
Sobre	a	base	de	cálculo	do	adicional	de	periculosidade,	cabe	recordar	a	Súmula	191	do	TST,	
em	 sua	 atual	 redação:	 “o	 adicional	 de	 periculosidade	 incide	 apenas	 sobre	 o	 salário	 básico	 e	 não	
sobre	 este	 acrescido	 de	 outros	 adicionais.	 Em	 relação	 aos	 eletricitários,	 o	 cálculo	 do	 adicional	 de	
periculosidade	deverá	ser	efetuado	sobre	a	totalidade	das	parcelas	de	natureza	salarial”.		
	
Em	razão	da	alteração	promovida	no	art.	193	da	CLT	pela	Lei	12.740/2012,	a	qual	revogou	a	
Lei	7.369/1985,	defende-se	o	entendimento	de	que	não	mais	se	aplica	a	segunda	parte	da	referida	
Súmula,	de	modo	que	o	cálculo	do	adicional	de	periculosidade	para	os	eletricitários	 também	deve	
passar	a	ser	feito	sobre	o	salário	básico.	
A	 questão,	 entretanto,	 pode	 gerar	 controvérsia,	 especialmente	 quanto	 aos	 empregados	
cujos	contratos	de	trabalho	já	estavam	em	andamento	quando	dessa	mudança	legislativa,	tendo	em	
vista	o	princípio	da	condição	mais	benéfica,	podendo-se	alegar	a	impossibilidade	de	redução	salarial	
decorrente	da	referida	modificação	da	base	de	cálculo.	
O	TST	elaborou	a	Súmula	447:	
Adicional	 de	 periculosidade.	 Permanência	 a	 bordo	 durante	 o	 abastecimento	 da	 aeronave.	
Indevido.	 Os	 tripulantes	 e	 demais	 empregados	 em	 serviços	 auxiliares	 de	 transporte	 aéreo	
que,	no	momento	do	abastecimento	da	aeronave,	permanecem	a	bordo	não	têm	direito	ao	
adicional	de	periculosidade	a	que	aludem	o	art.	193	da	CLT	e	o	Anexo	2,	item	1,	‘c’,	da	NR	16	
do	MTE.	
 
REFERÊNCIAS	
CASSAR,	Vólia	Bomfim.	Direito	do	Trabalho.	Rio	de	Janeiro:	8ª	ed.	São	Paulo:	Método,	2014.
DELGADO,	Maurício	Godinho.	Curso	de	Direito	do	Trabalho.	12ª	ed.	São	Paulo:	Ltr,	2013.	
GARCIA,	Gustavo	Filipe	Barbosa.	Curso	de	Direito	do	Trabalho.	8ª	ed.	São	Paulo:	Método:	2013.	
	GARCIA,	Gustavo	Barbosa.	Manual	de	Direito	do	Trabalho,	7ª	edição.	Método,	11/2014.	VitalBook	file.	
MARTINEZ,	Luciano.	Curso	de	Direito	do	Trabalho.	São	Paulo:	3ª	ed.	São	Paulo:	Saraiva,	2012.	
MARTINS,	Sérgio	Pinto.	Direito	do	Trabalho.	30ª	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2014.	
NASCIMENTO,	Amauri	Mascaro.	Curso	de	Direito	do	Trabalho:	26ª	ed.	São	Paulo:	Saraiva,	2011.	
	
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22 
 
COMENTÁRIOS	
1
Cf.	MARTINS,	Sergio	Pinto.	Direito	do	trabalho.	22.	ed.	São	Paulo:	Atlas,	2006.	p.	622.	
2
Cf.	SÜSSEKIND,	Arnaldo.	Direito	internacional	do	trabalho.	3.	ed.	São	Paulo:	LTr,	2000.	p.	388.	
3
Cf.	Orientação	Jurisprudencial	173	da	SBDI-I	do	TST:	“Adicional	de	insalubridade.	Atividade	a	céu	aberto.	Exposição	ao	sol	
e	ao	calor.	I	–	Ausente	previsão	legal,	indevido	o	adicional	de	insalubridade	ao	trabalhador	em	atividade	a	céu	aberto	por	
sujeição	 à	 radiação	 solar	 (art.	 195	 da	 CLT	 e	 Anexo	 7	 da	NR	 15	 da	 Portaria	 n.º	 3.214/78	 do	MTE).	 II	 –	 Tem	 direito	 ao	
adicional	de	insalubridade	o	trabalhador	que	exerce	atividade	exposto	ao	calor	acima	dos	limites	de	tolerância,	inclusive	
em	ambiente	externo	com	carga	solar,	nas	condições	previstas	no	Anexo	3	da	NR	15	da	Portaria	n.º	3.214/78	do	MTE”.	
Ainda	 sobre	 o	 tema,	 cabe	 salientar	 a	 seguinte	 decisão	 do	 TST:	 “Recurso	 de	 embargos	 da	 reclamada.	 Adicional	 de	
insalubridade.	Exposição	ao	calor	do	Sol.	Orientação	Jurisprudencial	n.º	173	da	SBDI-1.	Inaplicabilidade.	O	Anexo	7	da	NR	
15	do	Ministério	do	Trabalho,	ao	qual	a	Orientação	Jurisprudencial	n.º	173	da	SBDI-1	faz	referência,	trata	das	radiações	
não	 ionizantes.	 Inegável,	 portanto,	 que	 o	 intuito	 desta	 Corte,	 quando	 de	 sua	 edição,	 foi	 de	 vedar	 o	 pagamento	 de	
adicional	 de	 insalubridade	 em	 razão	 do	 fator	 radiação	 solar,	 ante	 a	 inexistência	 de	 previsão	 legal	 neste	 sentido.	
Entretanto,	o	mesmo	entendimento	não	pode	ser	aplicado	às	hipóteses	em	que	o	laudo	pericial	constata	a	submissão	do	
trabalhador	ao	agente	insalubre	calor,	o	qual	encontra	previsão	no	anexo	n.º	3	da	mesma	norma	regulamentar,	na	qual	
não	há	qualquer	diferenciação	a	 respeito	da	necessidade	de	exposição	ao	mencionado	 fator	em	ambiente	 fechado	ou	
aberto.	Aliás,	conforme	se	verifica	do	 item	1	do	referido	anexo,	há	expressa	menção	a	-Ambientes	externos	com	carga	
solar-.	Dessa	forma,	havendo	comprovação,	mediante	perícia	técnica,	da	submissão	do	reclamante	a	trabalho	insalubre	
decorrente	da	exposição	ao	fator	calor,	nos	termos	da	NR	15,	Anexo	3,	do	Ministério	do	Trabalho,	deve	ser	mantida	a	
condenação	 ao	 pagamento	 de	 adicional	 de	 insalubridade,	 sendo	 irrelevante	 o	 fato	 da	 alta	 temperatura	 decorrer	 do	
contato	com	a	luz	solar.	Recurso	de	embargos	conhecido	e	desprovido”	(TST,	SBDI-I,	E-ED-RR	51100-73.2006.5.15.0120,	
Rel.	Min.	Renato	de	Lacerda	Paiva,	DEJT	10.08.2012.	
4
Cf.	 Súmula	 289	 do	 TST:	 “Insalubridade.	 Adicional.	 Fornecimento	 do	 aparelho	 de	 proteção.	 Efeito.	 O	 simples	
fornecimento	do	aparelho	de	proteção	pelo	empregador	não	o	exime	do	pagamento	do	adicional	de	insalubridade.	Cabe-
lhe	tomar	as	medidas	que	conduzam	à	diminuição	ou	eliminação	da	nocividade,	entre	as	quais	as	relativas	ao	uso	efetivo	
do	equipamento	pelo	empregado”.	
5
Cf.	Orientação	 Jurisprudencial	385	da	SBDI-I	do	TST:	 “Adicional	de	periculosidade.	Devido.	Armazenamento	de	 líquido	
inflamável	 no	 prédio.	 Construção	 vertical.	 É	 devido	 o	 pagamento	 do	 adicional	 de	 periculosidade	 ao	 empregado	 que	
desenvolve	 suas	 atividades	 em	 edifício	 (construção	 vertical),	 seja	 em	 pavimento	 igual	 ou	 distinto	 daquele	 onde	 estão	
instalados	 tanques	 para	 armazenamento	 de	 líquido	 inflamável,	 em	 quantidade	 acima	 do	 limite	 legal,	 considerando-se	
como	área	de	risco	toda	a	área	interna	da	construção	vertical”	(DEJT	09.06.2010).	
6
Cf.	Súmula	39	do	TST:	“Periculosidade.	Os	empregados	que	operam	em	bomba	de	gasolina	têm	direito	ao	adicional	de	
periculosidade	(Lei	2.573,	de	15.08.1955).”	
7
Cf.	 MARTINS,	 Sergio	 Pinto.	 Comentários	 à	 CLT.	 Ob.	 cit.,	 p.	 213:	 “Não	 poderá,	 porém,	 haver	 o	 pagamento	 dos	 dois	
adicionais	ao	mesmo	 tempo”;	CARRION,	Valentin.	Comentários	à	Consolidação	das	Leis	do	Trabalho.	31.	ed.	atual.	por	
Eduardo	 Carrion.	 São	 Paulo:	 Saraiva,	 2006.	 p.	 189:	 “A	 lei	 impede	 a	 acumulação	 dos	 adicionais	 de	 insalubridade	 e	
periculosidade;	a	escolha	de	um	dos	dois	pertence	ao	empregado	(art.	193,	§	2.º)”.	
8
“XXII	–	redução	dos	riscos	inerentes	ao	trabalho,	por	meio	de	normas	de	saúde,	higiene	e	segurança.”	
9
Súmula	 139	 do	 TST:	 “Adicional	 de	 insalubridade	 (incorporada	 a	Orientação	 Jurisprudencial	 102	 da	 SBDI-1).	 Enquanto	
percebido,	o	adicional	de	insalubridade	integra	a	remuneração	para	todos	os	efeitos	legais”.	
10
Cf.	 a	 Orientação	 Jurisprudencial	 324	 da	 SBDI-I	 do	 TST:	 “Adicional	 de	 periculosidade.	 Sistema	 elétrico	 de	 potência.	
Decreto	93.412/1986,	art.	2.º,	§	1.º.	É	assegurado	o	adicional	de	periculosidade	apenas	aos	empregados	que	trabalham	
em	 sistema	 elétrico	 de	 potência	 em	 condições	 de	 risco,	 ou	 que	 o	 façam	 com	 equipamentos	 e	 instalações	 elétricas	
similares,	que	ofereçam	risco	equivalente,	ainda	que	em	unidade	consumidora	de	energia	elétrica”.	
11
Cf.	 Orientação	 Jurisprudencial	 165	 da	 SBDI-I	 do	 TST:	 “Perícia.	 Engenheiro	 ou	 médico.	 Adicional	 de	 insalubridade	 e	
periculosidade.	Válido.	Art.	195,	da	CLT.	O	art.	195	da	CLT	não	faz	qualquer	distinção	entre	o	médico	e	o	engenheiro	para	
efeito	de	 caracterização	e	 classificação	da	 insalubridade	e	periculosidade,	bastando	para	a	elaboração	do	 laudo	 seja	o	
profissional	devidamente	qualificado”.

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