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1 DIREITO DO TRABALHO II Nota de Aula nº 07 - 16 de maio de 2016 SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Título II, Capítulo V, Arts. 154 a 201 e NR da Portaria 3.214/78) (CLT - (Súmulas do TST: 39, 47, 70, 80, 132, 139, 191, 228, 289, 293, 339, 361 e 364) (OJ da SDI-1 do TST: 04, 47, 103, 165, 171, 172, 173, 259, 278, 279, 324, 345, 347, 385 e 406) 1. ASPECTOS HISTÓRICOS Dentro das perspectivas dos direitos fundamentais do trabalhador em usufruir de uma boa e saudável qualidade de vida, na medida em que não se pode dissociar os direitos humanos e a qualidade de vida, verifica-se, gradativamente, a grande preocupação com as condições do trabalho. Até o início do século XVIII não se observava uma efetiva preocupação com a saúde e a segurança do trabalhador. Após a eclosão da Revolução Industrial diversas doenças e acidentes ocupacionais começaram a surgir pela nova realidade trabalhista então vivida. Tais doenças aumentam em proporção a evolução e a potencialização dos meios de produção, com as deploráveis condições de trabalho e da vida nas grandes cidades que começam a surgir. A primazia dos meios de produção em detrimento da própria saúde humana é fato que, infelizmente, vem sendo experimentado ao longo da história da sociedade moderna, porém, na atualidade é perfeitamente possível conciliar elevados ganhos econômicos com a preservação da saúde do empregado no ambiente de trabalho. As Constituições brasileiras, a partir da Carta de 1934, estabeleceram dispositivos visando estabelecer direitos relativos a assistência médica e sanitária do trabalhador. Os arts. 154 a 201 da CLT tratam da segurança e medicina do trabalho e a Portaria nº 3.214/78 declarou as atividades insalubres e perigosas ao trabalhador. O inciso XXII, do art. 7º, da Constituição de 1988, modificou a orientação das normas constitucionais anteriores, especificando que o trabalhador tem direito à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. 2 A OIT expediu mais de duas dezenas de Convenções no sentido de estabelecer normas relacionadas à proteção contra os acidentes de trabalho e as doenças profissionais. As normas de saúde, higiene e segurança laboral passaram a ter um espaço central nas relações de emprego, uma vez que o empregador não é o responsável, apenas, pela contraprestação salarial de seus operários, mas também pela manutenção de sua higidez física na vigência contratual. 2. CONCEITO E ASPECTOS GERAIS A Segurança e Medicina do Trabalho, como ramo interdisciplinar da ciência vinculado ao Direito do Trabalho, tendo por objetivo a proteção, a prevenção e a recuperação da saúde e a segurança do trabalhador. Diversas são as normas relativas à segurança e medicina do trabalho que estabelecem deveres ao empregado e empregador, fixando atribuições aos órgãos de fiscalização do trabalho. No que tange à segurança e medicina do trabalho são DEVERES DA EMPRESA: a. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; b. Instruir os empregados quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; c. Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; d. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. Já em relação aos DEVERES DO EMPREGADO cabe: a. Observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções expedidas pelo empregador; b. Colaborar com a empresa na aplicação das normas sobre medicina e segurança do trabalho. Constitui ATO FALTOSO DO EMPREGADO a recusa injustificada: a. Observância das instruções expedidas pelo empregado, relativas à medicina e segurança do trabalho; b. Ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. Compete às SUPERINTENDÊNCIAS REGIONAIS DO TRABALHO E EMPREGO: a. Promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho; b. Adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições sobre segurança e medicina do trabalho, determinando as obras e reparos que se façam necessárias; c. Impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho, nos termos do art. 201 da CLT. De acordo com o art. 160 da CLT, nenhum estabelecimento pode iniciar suas atividades produtivas sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. 3 O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador pode interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou mesmo embargar obra, indicando as providências que deverão ser adotadas (art. 161/CLT). Considera-se grave e iminente risco toda condição ambiental de trabalho que possa causar acidente de trabalho, ou doença ocupacional com lesão grave à integridade física do trabalhador. 3. ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS As empresas estão obrigadas a manter Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. As normas do Ministério do Trabalho e Emprego devem estabelecer: a) Classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) O número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique o risco da atividade desempenhada; c) A qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d) As demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho nas empresas. As regras sobre SESMT encontram-se previstas na NR 4, da Portaria 3.214/1978, do Ministério do Trabalho e Emprego, cujo dimensionamento vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento. De acordo com o dimensionamento previsto devem existir engenheiros de segurança do trabalho, médicos do trabalho, enfermeiros e auxiliares de enfermagem do trabalho e técnicos de segurança do trabalho. Todos esses profissionais devem ser habilitados com cursos específicos na área de medicina e segurança do trabalho. No âmbito do trabalho rural deve ser instituído o Serviço Especializado em Segurança e Saúde no Trabalho Rural (SESTR). 4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Suas regras encontram-se detalhadas na NR 6 da Portaria 3.214/1978. 4 A empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos seus empregados equipamentos de proteção individual (EPI) adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Entretanto, não basta ao empregador fornecer gratuitamente tais equipamentos, é preciso exigir e fiscalizar o uso dos mesmos, de acordo com o seu poder diretivo. Da mesma forma, o empregado que se nega a utilizar o EPI comete falta, possível de punição disciplinar. O EPI somente poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. 5. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTE - CIPA É obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), em conformidade com as instruções expedidas pelo MTE, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificados. As regras inerentes a CIPA estão previstas na NR 5, da Portaria 3.214/1978. A CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a se adotados na regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego. Tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Entre as principais atribuições da CIPA, destacam-se: a. Identificar os riscos do processo de trabalho, elaborando o mapa de risco; b. Elaborar o plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; c. Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção; d. Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; e. Avaliar o cumprimento das metas fixadas no plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; f. Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; g. Divulgar e promover o cumprimento das normas regulamentadoras, bem como das cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho relativas à segurança e saúde no trabalho; h. Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT. 5 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por ele designados. Já os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão o Vice-Presidente. Os representantes dos empregados na CIPA não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal, aquela que não se funde em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. 6. MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO (PPRA, PCMSO E ASO) A NR 9 da Portaria 3.214/1978 torna obrigatória a elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitem trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). O PPRA visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. O PPRA deverá conter o planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma de atividades a serem desenvolvidas; a estratégia e metodologia de ação; a forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; a periodicidade e forma de avaliação do seu desenvolvimento. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderá ser feito pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ou por pessoa ou equipe capaz de desenvolvê-lo. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. 6 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes ou não ionizantes, infrassom e ultrassom. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeira, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo por meio da pelo ou por ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários e vírus, entre outros. O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, estes possam interromper de imediato suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências. De acordo com o art. 168 da CLT, é obrigatório ao empregador, custear exame médico de seus empregados por ocasião da admissão, demissão e, periodicamente, em certas ocasiões. As regras referentes à realização dos exames médicos são detalhadas pela NR 7 da Portaria 3.214/78. Esta norma estabelece da obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio-nal (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde de seus empregados. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional. Para cada exame médico realizado o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do empregado e a segunda via será entregue ao trabalhador, mediante recibo. É obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita. 7 7. AMBIENTE DE TRABALHO As edificações devem obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que nela trabalhem. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, três metros de altura do piso ao teto. Esse mínimo poderá ser reduzido, desde que atendidas as condições de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho. Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências ou depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. Em todos os ambientes de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou artificial, apropriada a natureza da atividade, evitando-se ofuscamento, reflexos, incômodos, sombras ou contrastes excessivos. Os ambientes também devem ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado, ou ventilação artificial sempre que a natural não preencher as condições de conforto térmico. Se as condições do ambiente de trabalho se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações que gerem frio ou calor excessivo, será obrigatório o uso de vestimenta adequada para o trabalho em tais condições. De acordo com o art. 178 da CLT, as condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A NR 17, da Portaria 3.214/78 estabelece os seguintes parâmetros: a) Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, registrada no INMETRO; b) Índice de temperatura efetiva entre 20º e 23º; c) Velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) Umidade relativa do ar não inferior a 40%. Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas, devendo tais pessoas devem estar devidamente familiarizadas com os procedimentos técnicos adequados para tal, bem como, com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. A NR 10 da Portaria nº 3.214/78 estabelece os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Os trabalhadores que operarem diretamente equipamentos ou instalações elétricas ou energizadas deverão utilizar os equipamentos de proteção individual adequados para tal. 8 8. MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS O art. 182 da CLT estabelece regras em relação à movimentação de materiais precauções de segurança na movimentação, manuseio e armazenagem de materiais nos locais de trabalho. A NR 11 da Portaria nº 3.214/78 estabelece normas de segurança para operação de elevadores, guindastes e máquinas transportadoras. Já o art. 183 da CLT, dispõe que as pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar familiarizadas com os métodos de manuseio de cargas. As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida e parada imediatos e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental, segundo previsão do art. 184 da CLT. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem que seja ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência, segundo o que dispõe o art. 187 da CLT. A NR 13 da Portaria nº 3.214/78 regula os procedimentos de segurança para tais equipamentos. Já em relação aos fornos é a NR 14 da Portaria nº 3.214/78 que estabelece as normas de segurança específica. Os projetos de instalação de caldeias, fornos e recipientes sob pressão devem ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança do trabalho e, periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por engenheiro ou empresa especializada, devidamente inscritos no MTE. 9. PREVENÇÃO DA FADIGA As normas de ergonomia têm por objetivo evitar a fadiga, acidentes e doenças ocupacionais. O peso máximo que um empregado pode remover individualmente é de 60 kg, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do menor e da mulher (art. 198 da CLT), que dispõe como peso máximo 20 kg para o trabalho contínuo e 25 kg para o trabalho ocasional. A NR 17 da Portaria nº 3.214/78, versando sobre ergonomia, estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psico-fisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 9 Quando o trabalho tiver que ser executado sentado, será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta e adequada ao trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas. 10. INDÚSTRIA DE CONSTRUÇÃO As condições de trabalho na indústria da construção são reguladas pela NR 18 da Portaria nº 3.214/78, que estabelece a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. É obrigatória a colocação de tapumes ou barreiras sempre que se executarem atividades relacionadas a construção, de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas aos serviços. 11. TRABALHO A CÉU ABERTO O MTE estabelece disposições que versem sobre a proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, relacionados a realização de trabalhos a céu aberto, prevendo o estabelecimento de água potável, alojamento e profilaxia de endemias (CLT, art. 200, V). A NR 21 da Portaria nº 3.214/78, regula as exigências relativas ao trabalho a céu aberto. Dispõe esta norma da obrigatoriedade de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra as intempéries do tempo. Aos trabalhadores que residam no local de trabalho, devem ser oferecidos alojamentos que apresentem adequadas condições sanitárias, sendo vedada, em qualquer hipótese, a moradia coletiva da família. 12. TRABALHO EM MINAS E SUBSOLOS O trabalho em minas e subsolos apresenta-se mais penoso do que o normal, justificando diversas normas que estabeleçam condições especiais de trabalho nessas circunstâncias. O trabalho no subsolo somente será permitido a homens, com idade compreendida entre 21 e 50 anos. A NR 22 da Portaria nº 3.214/78, apresenta as regras pertinentes à segurança e saúde ocupacional na mineração. A jornada de trabalho para esses profissionais é especial, conforme regulado nos arts. 293 e seguintes da CLT, não devendo exceder 6 horas diárias ou 36 horas semanais. Porém a jornada 10 poderá ser elevada para oito horas diárias e 44 horas semanais, mediante acordo escrito entre empregado e empregador, ou convenção ou acordo coletivo de trabalho, sujeitando-se tal prorrogação à prévia licença da autoridade competente em matéria de segurança e saúde do trabalho (art. 295 da CLT e art. 7º, XIII da CF). A cada período de três horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de 15 minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo (art. 298/CLT). Sempre que por motivo de saúde, for necessária a transferência do empregado, a juízo da autoridade competente em matéria de segurança e medicina do trabalho, dos serviços no subsolo para os de superfície, a empresa é obrigada a realizar essa transferência, assegurando ao transferido a remuneração atribuída ao trabalhador de superfície em serviço equivalente, respeitada a capacidade profissional do interessado (art. 300 da CLT). 13. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO O MTE estabelece disposições sobre proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências relativas ao revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização (CLT,art. 200, IV) A NR 23 da Portaria nº 3.214/78 prevê regras a respeito da proteção contra incêndio, dispondo que todas as empresas deverão possuir proteção contra incêndios; saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, em caso de incêndio; equipamento suficiente para combater o fogo, em sua fase inicial; ter pessoas adestradas no uso correto dos equipamentos de combate a incêndio. 14. CONDIÇÕES SANITÁRIAS, RESÍDUOS INDUSTRIAIS E SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA A NR 24 da Portaria 3.214/78, estabelece que nos locais de trabalho devem ser respeitadas as normas de higiene, devendo haver instalações sanitárias adequadas e separadas por sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios, ou condições de conforto para realização das refeições, fornecimento de água potável e condições de limpeza satisfatória. A NR 25 da Portaria 3.214/78 estabelece que as empresas devam observar as normas de segurança e medicina nos locais de trabalho, atendendo às medidas para o tratamento de resíduos industriais. 11 Os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais de trabalho por meio de métodos, equipamentos ou medidas adequadas, sendo proibido o lançamento ou a liberação nos ambientes de trabalho de quaisquer contaminantes gasosos sob a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de forma a serem ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos na NR 15 da Portaria 3.214/78. Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos e operações industriais deverão ser convenientemente tratados, dispostos e/ou retirados dos limites da indústria, de forma a evitar riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores. A Lei 9.055/95 estabelece vedações quanto à extração, produção, industrialização, utilização, comercialização, pulverização e venda de certos materiais e substâncias feitas de certas variações de asbesto/amianto (forma fibrosa de silicatos minerais pertencentes aos grupos de rochas metamór- ficas, como a crisotila). Há estudos científicos sobre as consequências nocivas à saúde pelo uso das referidas substâncias, como a asbestose (endurecimento do pulmão), placas pleurais e câncer mesotelioma. Devido aos graves danos que causam a saúde do trabalhador, podendo inclusive levar à morte, há entendimento que o trabalho com o amianto deva ser completamente banido no país. O MTE estabelece disposições sobre emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo (CLT, art. 200, VIII). Nesse sentido, a NR 26 da Portaria 3.214/78 dispõe sobre a sinalização de segurança, objetivando fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas na indústria para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos. 15. INSALUBRIDADE Atividades ou operações insalubres são aquelas que, por sua natureza, condições ou méto- dos de trabalho, exponha os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerân- cia fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição (art. 189 /LT). O adicional de insalubridade é previsto no art. 7.º, inciso XXIII, da Constituição Federal de 1988, com regulamentação pelo art. 189 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho, como já estudado anteriormente. As atividades e operações insalubres encontram-se indicadas na NR 15 da Portaria 3.214/78, a qual descreve os agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde do empregado, bem como os respectivos limites de tolerância. 12 Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego aprovar o quadro das ativida-des e operações insalubres e adotar normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes (art. 190 DA CLT). A Súmula 460 do STF dispõe que “para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial em reclamação trabalhista não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que é ato da competência do Ministério do Trabalho”. Na mesma linha de entendimento a Súmula 248 do TST dispõe que: “a reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial”. Por outro lado, cabe destacar a Súmula 448 do TST: Atividade insalubre. Caracterização. Previsão na Norma Regulamentadora 15 da Portaria do Ministério do Trabalho 3.214/1978. Instalações sanitárias (conversão da Orientação Jurisprudencial 4 da SBDI-1, com nova redação do item II). I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho. II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorre (art. 191/CLT): a) com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância 4 . Cabe às Delegacias Regionais do Trabalho (atualmente denominadas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego), comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na forma do art. 191, parágrafo único, da CLT. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegura a percepção de adicional, respectivamente, de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (art. 192 da CLT). 13 O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo MTE, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (art. 192 da CLT). Insalubre é aquilo que é prejudicial à saúde, que dá causa à doença. O adicional é devido ao empregado que presta serviços em ambientes considerados insalubres, sendo calculado à razão de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau máximo), sobre o salário mínimo (art. 192 da CLT). São consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condição ou métodos de trabalho, expõem os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (art. 189/CLT). A discriminação dos agentes nocivos à saúde e dos limites de tolerância suportados estão previstos nos anexos da NR-15, aprovada pela Portaria nº 3.214 do MTE. O trabalho executado de forma intermitente, assim como o fornecimento de EPI não afasta o pagamento. O adicional de insalubridade cessará com a eliminação do risco à saúde ou integridade física. Esses percentuais incidiam sobre o salário mínimo, qualquer que fosse o salário contratual do empregado. Porém, o art. 7º, IV da CF proíbe a vinculação de outros pagamentos ao salário mínimo, alterando este critério. O TST atribuiu nova redação à Súmula nº 228, definindo o salário básico como base de cálculo deste adicional. Este entendimento decorreu da Súmula Vinculante 4. Entretanto, por força de Medida Cautelar em Reclamação 6.266-0/DF, o Ministro Gilmar Mendes, então presidente do STF, proferiu decisão, datada de 15 de julho de 2008, em que concede liminar para suspender a aplicação da Súmula nº 228/TST na parte em que permite a utilização do salário básico para calcular o adicional de insalubridade Integrará a remuneração do empregado para efeito de cálculo de outras verbas, se for pago em caráter habitual, como férias, 13° salário, aviso prévio e FGTS e indenizações. Nada impede ao empregado trabalhar em condições merecedoras do pagamento de adicional por horas extras, trabalho noturno e atividade insalubre. Cada um desses adicionais terá base de cálculo distinta. No caso de pagamento de hora extra, a quem faz jus a insalubridade, deve ser somado ao valor da hora contratual para efeito de base de cálculo da hora extra (OJ 47/SD1). 14 16. PERICULOSIDADE As atividades ou operações perigosas são aquelas que, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a inflamáveis 5 , explosivos ou energia elétrica, e, ainda, roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial (art. 193 da CLT com redação dada pela Lei 12.740/2012, publicada no DOU de 10.12.2012) 6 . A Lei 12.997/2014, publicada no DOU de 20.06.2014, acrescentou o § 4.º ao art. 193 da CLT, passando a dispor que “são também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta”. As atividades e operações perigosas encontram-se indicadas na NR 16, da Portaria 3.214/1978. As atividades e operações perigosas encontram-se indicadas na NR 16 da Portaria 3.214/78. Ainda sobre esse tema a Súmula 364 do TST dispõe que o trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral. SÚMULA Nº 364. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE E INTERMITENTE. (cancelado o item II e dada nova redação ao item I – Maio de 2011) Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 05 - inserida em 14.03.1994 - e 280 - DJ 11.08.2003). Não se verifica previsão expressa, na lei, fixando a exposição à radiação ionizante ou a exposição a substâncias radioativas, como hipótese de periculosidade. Cabe ressaltar que a Portaria GM/MTE 496, de 11 de dezembro de 2002, em seu art. 1º, revogou a Portaria 3.393/87, a qual tratava do direito ao adicional de periculosidade com relação ao labor em atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas. No entanto, a Portaria 518, de 4 de abril de 2003, revogou a portaria anterior, voltando a estabelecer, em seu art. 2º, que o trabalho, em atividades e operações com radiações ionizantes ou substâncias radioativas, assegura ao empregado o adicional de periculosidade, conforme quadro constante de seu Anexo, mencionado no art. 1º. 15 Há possibilidade de regulamentação pelo MTE, das condições de segurança e medicina do trabalho (arts. 190, 192, 193, 198 e 200 da CLT), somente poderá ocorrer tal regulamentação dentro dos limites da previsão da lei. No entanto, como não existe norma legal versando sobre o cabimento do adicional de periculosidade acerca do empregado exposto a substâncias ionizantes ou radioativas, a mencionada portaria, extrapolou os limites do poder regulamentar, tratando de matéria privativa de lei federal, fora dos parâmetros válidos traçados pelas normas de hierarquia constitucional e legal. No entanto, o entendimento majoritário, pacificado pela Orientação Jurisprudencial 345 da SBDI-I do TST, é no sentido de que: A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial ao reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação legislativa contida no art. 200, caput, e inciso VI, da CLT. No período de 12 de dezembro de 2002 a 6 de abril de 2003, enquanto vigeu a Portaria 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade. O § 1º do art. 193 da CLT: “O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa”. Já o 2º do mesmo artigo, dispõe: “o empregado pode optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido”. Assim, tende a prevalecer o entendimento de que ele não faz jus ao recebimento de ambos os adicionais ao mesmo tempo 7 , entendimento este que, no entanto, merece fundada crítica, pois, se o empregado está exposto tanto ao agente insalubre como também à periculosidade, nada mais justo e coerente do que receber ambos os adicionais (art. 7.º, inciso XXIII, da CF/1988), pois os fatos geradores são distintos e autônomos. Além disso, a restrição a apenas um dos adicionais acaba desestimulando que a insalubridade e a periculosidade sejam eliminadas e neutralizadas, o que estaria em desacordo com o art. 7.º, inciso XXII, da Constituição Federal de 1988 8 . De todo modo, ainda que o adicional de insalubridade tenha natureza salarial (Súmula 139 do TST 9 ), caso prevaleça o mencionado entendimento, mais tradicional, de que o recebimento do adicional de periculosidade afasta o direito ao adicional de insalubridade, não haveria, consequentemente, como integrá-lo no cálculo do adicional de periculosidade. 16 No entanto, vem se admitindo é a cumulação do adicional de insalubridade (ou de periculosidade) com eventual adicional de penosidade, regulado por norma coletiva ou regulamento de empresa. Os mencionados direitos trabalhistas possuem natureza social, de ordem fundamental, essenciais, assim, para a preservação e a promoção da dignidade da pessoa humana na esfera das relações de trabalho. Nesse enfoque, o art. 5º, § 2º, da CF/88, é expresso ao dispor que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. A Convenção 148 da Organização Internacional do Trabalho, sobre proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho, de 1977, aprovada e promulgada pelo Brasil, conforme Decreto 93.413/1986, determina que os critérios e os limites de exposição devem ser fixados, completados e revisados a intervalos regulares, de conformidade com os novos conhecimentos e dados nacionais e internacionais, tendo em conta, na medida do possível, qualquer aumento dos riscos profissionais resultante da exposição simultânea a vários fatores nocivos no local de trabalho (art. 8.3). A Convenção 155 da OIT, sobre segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho, de 1981, também aprovada e promulgada pelo Brasil, conforme Decreto 1.254/1994, por sua vez, prevê que devem ser levados em consideração os riscos para a saúde, decorrentes da exposição simultâneas a diversas substâncias ou agentes (art. 11, alínea b). Como se pode notar, as normas internacionais em questão, dispondo de forma mais benéfica e coerente, admitem o recebimento, simultâneo, dos adicionais de insalubridade e de periculosidade, quando o empregado está exposto a ambos os agentes. Deve-se frisar que o STF firmou a tese de que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, firmados pelo Brasil antes da vigência da Emenda Constitucional 45/2014, possuem status normativo supralegal, admitindo a sua hierarquia constitucional quando aprovados pelo Congresso Nacional com os requisitos previstos no atual art. 5º, § 3º, da CF (Recursos Extraordinários 349.703 e 466.343). De forma mais recente, no sentido aqui defendido, cabe destacar a seguinte decisão do TST: Recurso de revista. Cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Possibilidade. Prevalência das normas constitucionais e supralegais sobre a CLT. Jurisprudência consolidada do STF quanto ao efeito paralisante das normas internas em descompasso com os tratados internacionais de direitos humanos. Incompatibilidade 17 material. Convenções nºs 148 e 155 da OIT. Normas de Direito Social. Controle de convencionalidade. Nova forma de verificação de compatibilidade das normas integrantes do ordenamento jurídico. A previsão contida no artigo 193, § 2º, da CLT não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 7º, XXIII, garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva no que tange à cumulação, ainda que tenha remetido sua regulação à lei ordinária. A possibilidade da aludida cumulação se justifica em virtude de os fatos geradores dos direitos serem diversos. Não se há de falar em bis in idem. No caso da insalubridade, o bem tutelado é a saúde do obreiro, haja vista as condições nocivas presentes no meio ambiente de trabalho; já a periculosidade traduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger. A regulamentação complementar prevista no citado preceito da Lei Maior deve se pautar pelos princípios e valores insculpidos no texto constitucional, como forma de alcançar, efetivamente, a finalidade da norma. Outro fator que sustenta a inaplicabilidade do preceito celetista é a introdução no sistema jurídico interno das Convenções Internacionais nos 148 e 155, com status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos, supralegal, como decidido pelo STF. A primeira consagra a necessidade de atualização constante da legislação sobre as condições nocivas de trabalho e a segunda determina que sejam levados em conta os riscos para a saúde decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes. Nesse contexto, não há mais espaço para a aplicação do artigo 193, § 2º, da CLT. Recurso de revista de que se conhece e a que se nega provimento.” (TST, 7.ª T., RR 1072- 72.2011.5.02.0384, Rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 03.10.2014). A Portaria MTE 1.885/2013 aprovou o Anexo 3 da Norma Regulamentadora 16, dispondo sobre as atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. Desse modo, são considerados profissionais de segurança pessoal ou patrimonial os trabalhadores que atendam a uma das seguintes condições: (a) empregados das empresas prestadoras de serviços nas atividades de segurança privada ou que integrem serviço orgânico de segurança privada, devidamente registradas e autorizadas pelo Ministério da Justiça, conforme Lei 7.102/1983 e suas alterações posteriores; (b) empregados que exercem a atividade de segurança patrimonial ou pessoal em instalações metroviárias, ferroviárias, portuárias, rodoviárias, aeroportuárias e de bens públicos, contratados diretamente pela Administração Pública Direta ou Indireta. As atividades ou operações que expõem os empregados a roubos ou outras espécies de violência física, desde que atendida uma das condições acima, são as seguintes: (a) vigilância patrimonial (segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em estabelecimentos públicos ou privados e da incolumidade física de pessoas); (b) segurança de 18 eventos (segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados, de uso comum do povo); (c) segurança nos transportes coletivos (segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos e em suas respectivas instalações); (d) segurança ambiental e florestal (segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação de fauna, flora natural e de reflorestamento); (e) transporte de valores (segurança na execução do serviço de transporte de valores); (f) escolta armada (segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores); (g) segurança pessoal (acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de grupos); (h) supervisão e fiscalização operacional (supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para acompanhamento e orientação dos vigilantes); e (i) telemonitoramento e telecontrole (execução de controle e/ou monitoramento de locais, por meio de sistemas eletrônicos de segurança). Nota-se, portanto, que o adicional de periculosidade em questão é devido, em essência, aos empregados que exercem a função de vigilância. A Lei 7.102/1983 dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores, bem como dá outras providências. A vigilância ostensiva e o transporte de valores devem ser executados por dois modos, de forma alternativa, quais sejam: por empresa especializada contratada; ou pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado para tal fim, com pessoal próprio, aprovado em curso de formação de vigilante autorizado pelo Ministério da Justiça e cujo sistema de segurança tenha parecer favorável à sua aprovação emitido pelo Ministério da Justiça (art. 3.º da Lei 7.102/1983). O serviço de vigilância, assim, é uma das hipóteses em que a jurisprudência, com fundamento na lei, admite a terceirização. Nesse sentido é a Súmula 331, inciso III, do Tribunal Superior do Trabalho. Nos estabelecimentos financeiros estaduais, o serviço de vigilância ostensiva pode ser desempenhado pelas Polícias Militares, a critério do Governo da respectiva Unidade da Federação. O vigilante é o empregado contratado para a execução das atividades de segurança privada, desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; e realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de 19 qualquer outro tipo de carga (arts. 10 e 15 da Lei 7.102/1983). Frise-se que os serviços de vigilância e de transporte de valores podem ser executados por uma mesma empresa. As empresas especializadas em prestação de serviços de segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma de empresas privadas, também podem exercer atividades de segurança privada: a pessoas; a estabelecimentos comerciais, industriais, de prestação de serviços e a residências; a entidades sem fins lucrativos; e a órgãos e empresas públicas. As empresas que tenham objeto econômico diverso da vigilância ostensiva e do transporte de valores, que utilizem pessoal de quadro funcional próprio, para execução dessas atividades, ficam obrigadas ao cumprimento do disposto na Lei 7.102/1983. Trata-se, no caso, do chamado serviço orgânico de segurança privada. Tendo em vista a previsão do art. 226 da Consolidação das Leis do Trabalho, cabe destacar que, segundo a Súmula 257 do TST, “o vigilante, contratado diretamente por banco ou por intermédio de empresas especializadas, não é bancário”. Para o exercício da profissão, o vigilante deve preencher os seguintes requisitos: ser brasileiro; ter idade mínima de 21 anos; ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau; ter sido aprovado em curso de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com funcionamento autorizado nos termos da Lei 7.102/1983 (ou seja, pelo Ministério da Justiça); ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico; não ter antecedentes criminais registrados; e estar quite com as obrigações eleitorais e militares (art. 16 da Lei 7.102/1983). O vigilante deve usar uniforme somente quando em efetivo serviço. Além disso, assegura-se ao vigilante: uniforme especial, a cargo da empresa a que se vincular; porte de arma, quando em serviço; prisão especial por ato decorrente do serviço; seguro de vida em grupo feito pela empresa empregadora (art. 19 da Lei 7.102/1983). O vigia, diversamente, realiza atividades mais simples, de fiscalização dos locais, não sendo regido pela Lei 7.102/1983. Não se exigem, portanto, os requisitos nela determinados, acima indicados. A respeito do tema, destaca-se o seguinte julgado: Vigia e vigilante. Diferenciação. A função do vigilante se destina precipuamente a resguardar a vida e o patrimônio das pessoas, exigindo porte de arma e requisitos de treinamento específicos, nos termos da Lei 7.102/1983, com as alterações introduzidas pela Lei 8.863/1994, exercendo função parapolicial. Não pode ser confundida com as atividades de um simples vigia ou porteiro, as quais se destinam à proteção do patrimônio, com tarefas de 20 fiscalização local. O vigilante é aquele empregado contratado por estabelecimentos financeiros ou por empresa especializada em prestação de serviços de vigilância e transporte de valores, o que não se coaduna com a descrição das atividades exercidas pelo autor, ou seja, de vigia desarmado, que trabalhava zelando pela segurança da reclamada de forma mais branda, não sendo necessário o porte e o manejo de arma para se safar de situações emergenciais de violência” (TRT 3ª R., 6.ª T., RO 00329-2014-185-03-00-6, Rel. Juíza Conv. Rosemary de Oliveira Pires, DEJT 14.07.2014). A Lei 12.740, de 8 de dezembro de 2012, ampliou o direito ao adicional de periculosidade ao incluir os empregados expostos a energia elétrica, bem como a roubo ou outras espécies de violência física, nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, revogando a Lei 7.369/85, que estabeleceu o direito ao adicional de periculosidade de 30% sobre o salário, ao empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica, sobre a totalidade de seu salário. Anteriormente, a Lei 7.369, de 20 de setembro de 1985 (regulamentada pelo Decreto 93.412/1986), revogada pela Lei 12.740/2012, estabelecia o direito ao adicional de periculosidade, de 30% sobre o salário, ao “empregado que exerce atividade no setor de energia elétrica” 10 , o que passou a ser previsto no art. 193, inciso I, da CLT. Sobre esse tema, de acordo com a Súmula 361 do TST: Adicional de periculosidade. Eletricitários. Exposição intermitente. O trabalho exercido em condições perigosas, embora de forma intermitente, dá direito ao empregado a receber o adicional de periculosidade de forma integral, porque a Lei 7.369, de 20.09.1985, não estabeleceu nenhuma proporcionalidade em relação ao seu pagamento. Merece destaque, ainda, a Orientação Jurisprudencial 347 da SBDI-I do TST, com o seguinte esclarecimento: “Adicional de periculosidade. Sistema elétrico de potência. Lei 7.369, de 20.09.1985, regulamentada pelo Decreto 93.412/86. Extensão do direito aos cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos em empresa de telefonia. DJ 25.04.2007. É devido o adicional de periculosidade aos empregados cabistas, instaladores e reparadores de linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício de suas funções, fiquem expostos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico de potência”. De acordo com a Orientação Jurisprudencial 345 da SBDI-I do TST: A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a percepção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial (Portarias do 21 Ministério do Trabalho 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade, reveste-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação legislativa contida no art. 200, caput, e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria 496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade” (DJ 22.06.2005). Sobre a base de cálculo do adicional de periculosidade, cabe recordar a Súmula 191 do TST, em sua atual redação: “o adicional de periculosidade incide apenas sobre o salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial”. Em razão da alteração promovida no art. 193 da CLT pela Lei 12.740/2012, a qual revogou a Lei 7.369/1985, defende-se o entendimento de que não mais se aplica a segunda parte da referida Súmula, de modo que o cálculo do adicional de periculosidade para os eletricitários também deve passar a ser feito sobre o salário básico. A questão, entretanto, pode gerar controvérsia, especialmente quanto aos empregados cujos contratos de trabalho já estavam em andamento quando dessa mudança legislativa, tendo em vista o princípio da condição mais benéfica, podendo-se alegar a impossibilidade de redução salarial decorrente da referida modificação da base de cálculo. O TST elaborou a Súmula 447: Adicional de periculosidade. Permanência a bordo durante o abastecimento da aeronave. Indevido. Os tripulantes e demais empregados em serviços auxiliares de transporte aéreo que, no momento do abastecimento da aeronave, permanecem a bordo não têm direito ao adicional de periculosidade a que aludem o art. 193 da CLT e o Anexo 2, item 1, ‘c’, da NR 16 do MTE. REFERÊNCIAS CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: 8ª ed. São Paulo: Método, 2014. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 12ª ed. São Paulo: Ltr, 2013. GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed. São Paulo: Método: 2013. GARCIA, Gustavo Barbosa. Manual de Direito do Trabalho, 7ª edição. Método, 11/2014. VitalBook file. MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. São Paulo: 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do Trabalho. 30ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho: 26ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011. COMPLEMENTE SEUS ESTUDOS COM A LEITURA DA DOUTRINA RECOMENDADA NO PLANO DE ENSINO! PROF. JOÃO LUÍS PRIÁTICO SAPUCAIA 22 COMENTÁRIOS 1 Cf. MARTINS, Sergio Pinto. Direito do trabalho. 22. ed. São Paulo: Atlas, 2006. p. 622. 2 Cf. SÜSSEKIND, Arnaldo. Direito internacional do trabalho. 3. ed. São Paulo: LTr, 2000. p. 388. 3 Cf. Orientação Jurisprudencial 173 da SBDI-I do TST: “Adicional de insalubridade. Atividade a céu aberto. Exposição ao sol e ao calor. I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade a céu aberto por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria n.º 3.214/78 do MTE). II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria n.º 3.214/78 do MTE”. Ainda sobre o tema, cabe salientar a seguinte decisão do TST: “Recurso de embargos da reclamada. Adicional de insalubridade. Exposição ao calor do Sol. Orientação Jurisprudencial n.º 173 da SBDI-1. Inaplicabilidade. O Anexo 7 da NR 15 do Ministério do Trabalho, ao qual a Orientação Jurisprudencial n.º 173 da SBDI-1 faz referência, trata das radiações não ionizantes. Inegável, portanto, que o intuito desta Corte, quando de sua edição, foi de vedar o pagamento de adicional de insalubridade em razão do fator radiação solar, ante a inexistência de previsão legal neste sentido. Entretanto, o mesmo entendimento não pode ser aplicado às hipóteses em que o laudo pericial constata a submissão do trabalhador ao agente insalubre calor, o qual encontra previsão no anexo n.º 3 da mesma norma regulamentar, na qual não há qualquer diferenciação a respeito da necessidade de exposição ao mencionado fator em ambiente fechado ou aberto. Aliás, conforme se verifica do item 1 do referido anexo, há expressa menção a -Ambientes externos com carga solar-. Dessa forma, havendo comprovação, mediante perícia técnica, da submissão do reclamante a trabalho insalubre decorrente da exposição ao fator calor, nos termos da NR 15, Anexo 3, do Ministério do Trabalho, deve ser mantida a condenação ao pagamento de adicional de insalubridade, sendo irrelevante o fato da alta temperatura decorrer do contato com a luz solar. Recurso de embargos conhecido e desprovido” (TST, SBDI-I, E-ED-RR 51100-73.2006.5.15.0120, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, DEJT 10.08.2012. 4 Cf. Súmula 289 do TST: “Insalubridade. Adicional. Fornecimento do aparelho de proteção. Efeito. O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe- lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado”. 5 Cf. Orientação Jurisprudencial 385 da SBDI-I do TST: “Adicional de periculosidade. Devido. Armazenamento de líquido inflamável no prédio. Construção vertical. É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde estão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical” (DEJT 09.06.2010). 6 Cf. Súmula 39 do TST: “Periculosidade. Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade (Lei 2.573, de 15.08.1955).” 7 Cf. MARTINS, Sergio Pinto. Comentários à CLT. Ob. cit., p. 213: “Não poderá, porém, haver o pagamento dos dois adicionais ao mesmo tempo”; CARRION, Valentin. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 31. ed. atual. por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2006. p. 189: “A lei impede a acumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade; a escolha de um dos dois pertence ao empregado (art. 193, § 2.º)”. 8 “XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.” 9 Súmula 139 do TST: “Adicional de insalubridade (incorporada a Orientação Jurisprudencial 102 da SBDI-1). Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais”. 10 Cf. a Orientação Jurisprudencial 324 da SBDI-I do TST: “Adicional de periculosidade. Sistema elétrico de potência. Decreto 93.412/1986, art. 2.º, § 1.º. É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elétricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia elétrica”. 11 Cf. Orientação Jurisprudencial 165 da SBDI-I do TST: “Perícia. Engenheiro ou médico. Adicional de insalubridade e periculosidade. Válido. Art. 195, da CLT. O art. 195 da CLT não faz qualquer distinção entre o médico e o engenheiro para efeito de caracterização e classificação da insalubridade e periculosidade, bastando para a elaboração do laudo seja o profissional devidamente qualificado”.
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