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Aula 01 - Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho (15-54)

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Legislação de 
Saúde e Segurança 
do Trabalho 
Iniciamos a obra abordando neste capítulo os tópicos mais relevantes sobre saúde e segurança do 
trabalho nos dias de hoje. Estudaremos sua evolução histórica, a hierarquia das normas e as leis federais, 
bem como as convenções da OIT sobre saúde e segurança do trabalho. 
1 .1 Evolução histórica 
Assim como outras áreas do conhecimento humano, a legislação de saúde e segurança do tra-
balho que encontramos nos dias de hoje passou por muitas transformações. 
Para a aprovação do grande aparato de normas (leis, decretos, convenções, instruções nor-
mativas, portarias, normas regulamentadoras etc) que norteiam a saúde e segurança do trabalho na 
atualidade, houve no Brasil muitas lutas de cunho social, acidentes leves e fatais, greves trabalhistas 
carregadas de muitas mortes, incansáveis estudos e pesquisas relacionados à área e reivindicação 
social como nunca visto antes. 
Vejamos, a seguir, a cronologia de alguns acontecimentos mais relevantes que dão embasa-
mento jurídico às normas que adotamos em nossa legislação pátria atual. 
1 .1 .1 Cronologia da saúde e segurança do trabalho no Brasil 
Em 1891, já é possível encontrar documentos normativos relacionados à área, como foi o caso 
da aprovação do Decreto nº 1.313, de 17 de janeiro de 1891 que estabelecia as primeiras providências 
para regularizar o trabalho dos menores empregados nas fábricas da capital federal. 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Em 1918, foi aprovado o Decreto nº 3.550, de 16 de outubro de 1918, que criou o Departa-
mento Nacional do Trabalho, com as seguintes atribuições: preparar e dar execução regulamentar às 
medidas referentes ao trabalho em geral, dirigir e proteger as correntes emigratórias que procurarem 
o país e amparar as que se f ortnarem dentro dele, superintender a colonização nacional e estrangeira, 
regulamentar e inspecionar o Patronato Agrícola etc. 
Em 1932, foi aprovado o Decreto nº 21.690, de 1 º de agosto de 1932, que criou as Inspetorias 
Regionais do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio nos Estados, com a finalidade de fiscali-
zar a saúde e segurança do trabalho por esse Brasil afora. 
Em 1933, por meio do Decreto nº 23.259, de 20 de outubro de 1933, foram criadas as Delega-
cias do Trabalho Marítimo (DTM), cabendo a elas a fiscalização do trabalho nos portos, na pesca e 
-na navegaçao. 
Em 1934, foi adotada a obrigatoriedade de comunicação de acidentes do trabalho à autoridade 
policial, por meio do Decreto nº 24.637, de 10 de julho de 1934, o qual também previa a imposição 
de multas administrativas pelo Departamento Nacional do Trabalho. 
Em 1940, as Inspetorias Regionais nos Estados da federação foram transformadas em Delega-
cias Regionais do Trabalho, por meio do Decreto nº 2. 168, de 6 de maio de 1940. Nesse mesmo ano, 
pelo Decreto-Lei nº 1.985, de 19 de janeiro de 1940, foi estabelecida a competência do Ministério da 
Agricultura para fiscalizar e estabelecer normas de trabalho nas minas. 
Em 1943, com a aprovação do Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a legislação tra-
balhista ganhou forma na vida dos trabalhadores, pois, a partir dessa norma, as leis de proteção ao 
trabalho foram agrupadas num único documento legal: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Em 1947, por meio da Convenção nº 81, de 19 de julho de 1947, a Organização Internacional 
do Trabalho ( OIT) estabeleceu que cada membro da OIT, para o qual a referida Convenção está em 
vigor, deveria ter um sistema de inspeção do trabalho nos estabelecimentos industriais e comerciais. 
Em 1957, foi assinado o Decreto nº 41.721, de 25 de junho de 1957, pelo então Presidente da 
República (Juscelino Kubitschek), 
[ ... ] havendo o Congresso Nacional aprovado, pelo Decreto Legislativo nº 24, de 29 de 
maio de 19 56, as seguintes Convenções firmadas entre o Brasil e vários países, em sessões 
da Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho: 
>> Convenção nº 11 - Convenção concernente aos Direitos da Associação e de União dos 
Trabalhadores Agrícolas, adotada na Terceira Conferência de Genebra, a 12 de novembro 
de 1921 e modificada pela Convenção de Revisão dos artigos finais, de 1946. 
>> Convenção nº 12 - Convenção concernente à Indenização por Acidentes no Trabalho e 
na Agricultura, adotada pela Conferência na sua Terceira Sessão - Genebra, novembro de 
1921 ( com as modificações da Convenção de Revisão dos artigos finais, de 1946). 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
>> Convenção nº 14 - Convenção concernente à Concessão do Repouso Semanal nos Estabe-
lecimentos Industriais, adotada na Terceira Sessão da Conferência de Genebra, em 17 de 
novembro de 1921 ( com as modificações finais, de 1946). 
>> Convenção nº 19 - Convenção concernente à Igualdade de Tratamento dos trabalhadores 
Estrangeiros e Nacionais em Matéria de Indenização por Acidentes de Trabalho, adotada 
pela Conferência em sua Sétima Sessão - Genebra, 5 de junho de 1925 ( com as modifica-
ções da convenção de Revisão dos artigos finais, de 1946). 
>> Convenção nº 26 - Convenção concernente à Instituição de Métodos de Fixação de Salá-
rios Mínimos, adotada pela Conferência em sua Décima Primeira Sessão - Genebra, 16 de 
junho de 1928. 
>> Convenção nº 29 - Convenção concernente a Trabalho Forçado ou Obrigatório, adotada 
pela Conferência em sua Décima Quarta Sessão - Genebra, 28 de junho de 1930 (com as 
modificações da Convenção de Revisão dos artigos finais, de 1946). 
>> Convenção nº 81 - Convenção concernente à Inspeção do Trabalho na Indústria e no 
Comércio, adotada pela Conferência em sua Trigésima Sessão - Genebra, 19 de junho 
de 1947. 
>> Convenção nº 88 - Convenção concernente à Organização do Serviço de Emprego, ado-
tada pela Conferência em sua Trigésima Primeira Sessão - São Francisco, 17 de junho 
de 1948. 
>> Convenção nº 89 - Convenção relativa ao Trabalho Noturno das Mulheres Ocupadas na 
Indústria (revista em 1948), adotada pela Conferência em sua Trigésima Sessão - São 
Francisco, 17 de junho de 1948. 
>> Convenção nº 95 - Convenção concernente à Proteção do Salário, adotada pela Conferên-
cia em sua Trigésima Segunda Sessão - Genebra, 1 º de junho de 1940. 
>> Convenção nº 99 - Convenção concernente aos Métodos de Fixação de Salário Mínimo na 
agricultura, adotada pela Conferência em sua Trigésima Quarta Sessão - Genebra, 28 de 
junho de 1951. 
>> Convenção nº 100 - Convenção concernente à Igualdade de Remuneração para a Mão de 
Obra Masculina e a Mão de Obra Feminina por um Trabalho de Igual Valor, adotada pela 
Conferência em sua Trigésima Quarta Sessão, em Genebra, a 29 de junho de 1951. 
>> Convenção nº 1 O 1 - Convenção concernente às Férias Pagas na Agricultura, adotada pela 
Conferência na sua Trigésima Quinta Sessão - Genebra, 4 de junho de 1952, e tendo sido 
depositado, a 25 de abril de 1957, junto à Repartição Internacional do Trabalho em Gene-
bra, Instrumento brasileiro de ratificação das referidas convenções. (BRASIL, 1957) 
Em 1965, com a aprovação do Decreto nº 55.841, de 15 de março de 1965, é firtnado o Regula-
mento da Inspeção do Trabalho, que estrutura as carreiras dos Agentes da Inspeção do Trabalho nas 
diversas especialidades - Fiscal do Trabalho, Médico do Trabalho, Engenheiro e Assistente Social - e 
estabelece nor1nas de inspeção. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Apl icada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Em 1968, é aprovada a Portaria nº 32, de 29 de novembro de 1968, que cria o Departa-
mento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho (DNSHT), com a finalidade de dispor sobre 
a organização da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas, entre outras 
atribuições. 
Em 1972, a Portaria nº 3.237, de 17 de julhode 1972, tornou obrigatória a existência de servi-
ços de medicina do trabalho e engenharia de segurança do trabalho em todas as empresas com um 
ou mais trabalhadores. 
Em 1977, é aprovada a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera o Capítulo V do 
Título II da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativo à segurança e medicina do trabalho, e 
dá outras providências. 
Em 1978, nasce um dos documentos normativos mais relevantes para a saúde e segurança do 
trabalho. O Ministério do Trabalho e Emprego cria a Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, que 
aprova as Normas Regulamentadoras (NRs), com a finalidade de regulamentar o Capítulo V, Título 
II, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), relativo à segurança e medicina do trabalho, com 
alterações constantes, que presenciamos até os dias de hoje. 
Em 1988, é aprovada nossa atual Constituição Federal, (CF/88), consagrando diversos manda-
mentos constitucionais que, direta ou indiretamente, estão relacionados com saúde e segurança do 
trabalho. 
1 .2 Hierarquia das normas de saúde e segurança 
do trabalho 
Assim como acontece em outras áreas, as normas jurídicas (CF/88, leis, decretos, resolu-
ções, portarias, instruções técnicas etc.) também seguem uma ordem hierárquica. Numa família 
organizada, por exemplo, há uma hierarquia de respeito entre pais, filhos mais velhos, filhos 
mais novos, animais de estimação etc. Caso uma criança venha a querer dar ordens ao seu pai, 
por exemplo, há uma quebra muito grave na hierarquia familiar, e, se isso não for corrigido a 
tempo, poderá haver muitos problemas futuros, o que não é bom nem para a criança, nem para 
o pai, e muito menos para uma sociedade mais justa e mais humana, sob o manto de um estado 
democrático de direito. 
Nossa legislação pátria, respeitando essa hierarquia natural, foi muito sábia ao estabelecer os 
direitos e garantias fundamentais cravados na Constituição Federal de 1988 (CF/88) sobre todas as 
outras normas, conforme seu preâmbulo, a seguir: 
[ ... ] Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Cons-
tituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos 
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimen-
to, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralis-
ta e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a pro-
teção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO 
BRASIL. (BRASIL, 1988) 
Na ordem hierárquica das normas, aquele que se socorre do direito deve respeitar a seguinte 
ordem jurídica: 
Constituição 
Federal (CF/88) 
ADCT 
Emendas Constitucionais 
Tratados e Convenções sobre 
Direitos Humanos 
Lei Complementar, Lei Ordinária, 
Lei Delegada, Medida Provisória, 
Decreto legislativo 
Decretos. Resoluções, 
Portarias, Instruções :Normativas 
Contratos, Sentenças Judiciais, 
Atos ,e Negócios Jurfdicos 
Figura 1.1 - Hierarquia das normas jurídicas, segundo os pensamentos propostos por Hans Kelsen. 
1 .2. 1 Constituição Federal de 1988 (CF/88) 
A nossa atual Carta Magna (CF/88) consagra diversos mandamentos constitucionais que, 
direta ou indiretamente, estão relacionados com saúde e segurança do trabalho, conforme podemos 
observar em alguns de seus artigos: 
Art. 7º [ ... ] 
XXII - Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, 
higiene e segurança. 
XXIII - Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou peri-
gosas, na forma da lei. 
XXVI - Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. 
XXVIII - Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a 
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. 
XXXI - Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de 
admissão do trabalhador portador de deficiência. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Apl icada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
XX.XII - Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre 
os profissionais respectivos. 
XXXIII - Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito 
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a 
partir de quatorze anos. 
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o 
bem-estar e a justiça social. 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de inicia-
tiva dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social. 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políti-
cas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agra-
vos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção 
-e recuperaçao. 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de 
caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem 
o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a cobertura dos 
eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada, proteção à maternidade, 
especialmente à gestante, proteção ao trabalhador em situação de desemprego 
involuntário, e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes. (BRASIL, 1988) 
1 .2.2 Legislação federal 
No âmbito federal, podemos encontrar a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que altera 
o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à segurança e medicina do 
trabalho, e dá outras providências. 
De forma mais abrangente, podemos afirmar que essa norma pode ser considerada como a 
"mãe da segurança do trabalho': pois foi a partir dela que nasceu a Portaria nº 3.214, de 08 de junho 
de 1978, que aprovou uma variedade de Normas Regulamentadoras (NRs), as quais vêm inovando a 
área de saúde e segurança do trabalho, até os dias de hoje. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Apl icada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Am1me seus conhecimentos 
Atualmente, as Normas Regulamentadoras emanadas pelo ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e que merecem uma 
atenção toda especial por parte do leitor, são as seguintes: 
NR 1 - Disposições Gerais. 
NR 2 - Inspeção Prévia . 
NR 3 - Embargo e Interdição. 
NR 4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT. 
N R 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CI PA. 
NR 6 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI. 
NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO. 
NR 8 - Edificações. 
NR 9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA. 
NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade. 
NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. 
NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. 
NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão. 
NR 14 - Fornos. 
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres. 
N R 16 - Atividades e Operações Perigosas. 
NR 17 - Ergonomia. 
NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 
N R 19 - Explosivos. 
NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis. 
NR 2 1 - Trabalho a Céu Aberto. 
NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. 
NR 23 - Proteção contra Incêndios. 
NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. 
NR 25 - Resíduos Industriais. 
NR 26 - Sinalização de Segurança. 
NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho. 
NR 28 - Fiscalização e Penalidades. 
NR 29 - Segurança e Saúdeno Trabalho Portuário. 
NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. 
NR 3 1 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricu ltura, Pecuária, Silvicultu ra, Exploração Florestal e Aquicultura. 
NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. 
NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. 
NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. 
NR 35 - Trabalho em Altura. 
NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados. 
Nota: 
Todas essas normas podem ser consultadas na íntegra, e sempre atualizadas, no site oficial desse importante ministério 
(MTE). Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/legislacao/normas-regulamentadoras-1 .htm> . Acesso em: 18 fev. 2014 
Considerando a relevância do tema, abordaremos a seguir os tópicos mais relevantes da Lei 
nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, que regulamentou o Capítulo V da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), que dispõe sobre Segurança e Medicina do Trabalho:1 
1 Texto em conformidade com a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, com adaptações para fins didáticos. Também disponível na 
íntegra em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm>. Acesso em: 18 fev. 2014. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
1 .2.2. 1 Das disposições gerais 
Com a aprovação dessa norma, os artigos de 154 a 159 da CLT ensinam: 
Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo 
não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com rela-
ção à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários 
dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem 
como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. 
Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de seguran-
ça e medicina do trabalho: 
I - estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos precei-
tos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200; 
II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais ativi-
dades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território 
nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho; 
III - conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das deci-
sões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e 
medicina do trabalho. 
Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites 
de sua jurisdição: 
I - promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina 
do trabalho; 
II - adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste 
Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se 
façam necessárias; 
III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes des-
te Capítulo, nos termos do art. 201. 
Art. 157. Cabe às empresas: 
I - cumprir e faz.er cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; 
II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a 
tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; 
III - adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; 
IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente. 
Art. 158. Cabe aos empregados: 
I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções 
de que trata o item II do artigo anterior; 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
11 - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. 
Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: 
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do 
artigo anterior; 
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. 
Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser 
delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscaliza-
ção ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes 
deste Capítulo. (BRASIL, 1977) 
1 .2.2.2 Da inspeção prévia e do embargo ou interdição 
Seguindo na mesma esteira dessa Lei, os artigos 160 e 161 da CLT passam a regulamentar a 
inspeção prévia, o embargo e a interdição nos postos de trabalho, da seguinte forma: 
Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspe-
ção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em 
matéria de segurança e medicina do trabalho. 
§ 1 ° - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas 
instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar, 
prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. 
§ 2° - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do 
Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações. 
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço 
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá inter-
ditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar 
obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as pro-
vidências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho. 
§ 1 º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medi-
das determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho. 
§ 2° - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da 
Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por 
entidade sindical. 
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recor-
rer, no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em 
matéria de segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito sus-
• pens1vo ao recurso. 
§ 4° - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, 
após determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funciona-
mento do estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
equipamento, ou o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos 
a terceiros. 
§ 5° - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo téc-
nico do serviço competente, poderá levantar a interdição. 
§ 6° - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embar-
go, os empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício. 
(BRASIL, 1943) 
1 .2.2.3 Dos órgãos de segurança e de medicina do trabalho nas empresas 
Os órgãos de segurança e medicina do trabalho, hoje conhecidos como Serviço Especializado 
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), assim como a Comissão Interna de 
Prevenção de Acidentes (CIPA) nas empresas, encontram respaldo nos artigos de 162 a 165 da CLT, 
que, de forma simples, assim dispõe: 
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério 
do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em 
medicina do trabalho. 
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabelecerão: 
a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do ris-
co de suas atividades; 
b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, 
segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; 
c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e 
em medicina do trabalho, nas empresas. 
Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do 
Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. 
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a compo-
sição e o funcionamento das CIPAs. 
Art. 164. Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos emprega-
dos, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de 
que trata o parágrafo único do artigo anterior. 
§ 1° - Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles 
designados. 
§ 2° - Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em 
escrutínio secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, 
exclusivamente os empregados interessados. 
§ 3º - O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, per-
mitida uma reeleição. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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§ 4° - O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, 
durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reu-
niões da CIPA. 
§ 5º - O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presi-
dente da CIPA, e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. 
Art. 165. Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão 
sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo 
disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. 
Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação 
à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados 
neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2.4 Do equipamento de proteção individual 
Os Equipamentos de Proteção Individual, muito conhecidos hoje pela sigla EPI, encontram 
fundamento legal nos termos dos artigos 166 e 167 da CLT, que assim determina: 
Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipa-
mento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação 
e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa pro-
teção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. 
Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com 
a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. (BRASIL, 1943) 
Figura 1.2 - Atualmente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são regulamentados 
pela NR 6 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que os considera como todo 
dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção 
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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1 .2.2.5 Das medidas preventivas de medicina do trabalho 
Nos termos dos artigos. 168 e 169 da CLT: 
Art. 168. Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador. 
§ 1 º - Por ocasião da admissão, o exame médico obrigatório compreenderá investi-
gação clínica e, nas localidades em que houver, abreugrafia. 
§ 2º - Em decorrência da investigação clínica ou da abreugrafia, outros exames com-
plementares poderão ser exigidos, a critério médico, para apuração da capacidade 
ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva exercer. 
§ 3° - O exame médico será renovado, de seis em seis meses, nas atividades e opera-
ções insalubres e, anualmente, nos demais casos. A abreugrafia será repetida a cada 
dois anos. 
§ 4° - O mesmo exame médico de que trata o § 1 º será obrigatório por ocasião da 
cessação do contrato de trabalho, nas atividades, a serem discriminadas pelo Minis-
tério do Trabalho, desde que o último exame tenha sido realizado há mais de 90 
(noventa) dias. 
§ 5° - Todo estabelecimento deve estar equipado com material necessário à presta-
ção de primeiros socorros médicos. 
Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas 
em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, 
de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. (BRA-
SIL, 1943) 
1 .2.2.6 Das edificações 
A CLT regulamenta a segurança em edificações, nos ter1nos dos artigos 170 a 174, da seguinte 
forma: 
Art. 170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam 
perfeita segurança aos que nelas trabalhem. 
Art. 171. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direi-
to, assim considerada a altura livre do piso ao teto. 
Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condi-
ções de iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, 
sujeitando-se tal redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança 
e medicina do trabalho. 
Art. 172. Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem 
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. 
Art. 173. As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a 
queda de pessoas ou de objetos. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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Art. 17 4. As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, cober-
turas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança 
e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em 
perfeito estado de conservação e limpeza. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2. 7 Da iluminação 
Um ambiente de trabalho iluminado, ou seja, com boa quantidade de iluminância, a ponto 
de se visualizar e entender os riscos ao derredor, é consagrado pelo artigo 175 da CLT da seguinte 
for1na: 
Art. 175. Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural 
ou artificial, apropriada à natureza da atividade. 
§ 1 º - A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de 
evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. 
§ 2° - O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminamento a 
serem observados. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2.8 Do conforto térmico 
O conforto térmico no ambiente de trabalho encontra amparo legal nos artigos de 176 a 178 
da CLT: 
Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o ser-
viço realizado. 
Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não 
preencha as condições de conforto térmico. 
Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de 
instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta ade-
quada para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, 
isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem prote-
gidos contra as radiações térmicas. 
Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser manti-
das dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2.9 Das instalações elétricas 
Conforme prescrevem os artigos de 179 a 181 da CLT: 
Art. 179. O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as 
medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qual-
quer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia. 
Art. 180. Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou 
reparar instalações elétricas. 
Legislação de Saúde e Segurança do TrabalhoEditora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Art. 181. Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas 
devem estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque 
elétrico. (BRASIL, 1943) 
Nesse sentido, a Norma Regulamentadora (NR 10), que dispõe sobre a segurança em insta-
lações e serviços em eletricidade, estabelece logo em seu início, "os requisitos e condições mínimas 
objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétri-
cas e serviços com eletricidade". (BRASIL, 2004a). 
Figura 1.3 - Nos termos do glossário da NR 10, a Alta Tensão (AT) é a tensão superior a 1000 volts em 
corrente alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. 
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1 .2.2.1 O Da movimentação, da armazenagem e do manuseio de materiais 
A movimentação, a armazenagem e o manuseio de materiais encontram abrigo legal nos arti-
gos 182 e 183 da CLT, confor1ne segue: 
Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre: 
I - as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de traba-
lho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais 
a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exi-
gências de pessoal habilitado; 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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Fique de olho! 
II - as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais, 
inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e 
locais de armazenagem e os equipamentos de proteção individual; 
III - a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos 
de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza 
perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem 
como das recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e sím-
bolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou 
substâncias armazenados ou transportados. 
Parágrafo único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, 
também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho. 
Art. 183. As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar fami-
liarizadas com os métodos raciocinais de levantamento de cargas. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2. 11 Das máquinas e dos equipamentos 
A segurança do trabalho envolvendo máquinas e equipamentos é normatizada pelos artigos de 
184 a 186 da CLT. Veja: 
Art. 184. As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de 
partida e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes 
do trabalho, especialmente quanto ao risco de acionamento acidental. 
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de 
máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo. 
Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as 
máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste. 
Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção 
e medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente 
quanto à proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máqui-
nas e equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação 
e medidas de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas. (BRASIL, 1943) 
1.2.2.12 Das caldeiras, dos fornos e dos recipientes sob pressão 
Nos termos dos artigos de 187 a 188 da CLT: 
Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão 
deverão dispor de válvula e outros dispositivos de segurança, que evitem seja ultra-
passada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quan-
to à segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto 
ao revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eli-
minação de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipa-
mentos necessários à execução segura das tarefas de cada empregado. 
Art. 188. As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, 
por engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de 
conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas. 
§ 1 º - Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário': com documentação original 
do fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, 
provas e testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcio-
nais e a pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada, em 
local visível, na própria caldeira. 
§ 2º - O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, 
quando exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão 
anotadas, sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e 
. " . quaisquer outras ocorrenc1as. 
§ 3° - Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deve-
rão ser submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de 
segurança do trabalho. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2.13 Das atividades insalubres ou perigosas 
Nos termos dos artigos de 189 a 197 da CLT: 
Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por 
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agen-
tes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e 
da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. 
Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações 
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, 
os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máxi-
mo de exposição do empregado a esses agentes. 
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do 
organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersoides tóxicos, 
irritantes, alérgicos ou incômodos. 
Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá: 
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos 
limites de tolerância; 
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que 
diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Apl icada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a 
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou 
neutralização, na forma deste artigo. 
Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de 
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adi-
cional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% 
( dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus 
máximo, médio e mínimo. 
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regula-
mentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposi-
ção permanente do trabalhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de 
segurança pessoal ou patrimonial. 
§ 1 º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adi-
cional de 30% ( trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
§ 2° - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura 
lhe seja devido. 
§ 3° - Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma natureza 
eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo coletivo. 
Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosida-
de cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos 
desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho. 
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segun-
do as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico 
do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. 
§ 1° - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas 
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou 
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insa-
lubres ou perigosas. 
§ 2° - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja 
por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na 
forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do 
Ministério do Trabalho. 
§ 3° - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do 
Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalu-
bridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva 
atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho, respeitadas as normas 
do artigo 11. 
Art. 197. Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados 
nos locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no 
rótulo, sua composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo 
correspondente, segundo a padronização internacional. 
Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste 
artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidas, avisos ou cartazes, com advertência 
quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde. (BRASIL, 1943) 
1.2.2.14 Da prevenção da fadiga 
A prevenção da fadiga no ambiente de trabalho é normatizada pelos artigos 198 e 199 da CLT, 
que assim dispõe: 
Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado 
pode remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao tra-
balho do menor e da mulher. 
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de 
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão 
ou quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em 
tais casos, fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços 
superiores às suas forças. 
Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao 
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execu-
ção da tarefa exija que trabalhe sentado. 
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão 
à sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir. 
(BRASIL, 1943) 
1 .2.2.15 Das outras medidas especiais de proteção 
Nos termos do artigo 200 da CLT: 
Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares 
às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada ativi-
dade ou setor de trabalho, especialmente sobre: 
I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em 
obras de construção, demolição ou reparos; 
II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, 
bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à 
prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação 
de poeiras, gases etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; 
IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com 
exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes con-
trafogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, 
corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; 
V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a 
céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de 
endemias; 
VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações 
ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao 
ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou ate-
nuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade 
da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obri-
gatórios, limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais 
exigências que se façam necessárias; 
VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações 
sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários indi-
viduais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento 
de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, 
tratamento de resíduos industriais; 
VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo. 
Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que 
se refere este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adota-
das pelo órgão técnico. (BRASIL, 1943) 
1 .2.2.16 Das penalidades 
Por fim, a CLT, no artigo 201, normatiza as penalidades que poderão sofrer os infratores por 
contrariar os procedimentos até então abordados, conforme a seguir: 
Art. 201. As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho 
serão punidas com multa de 3 (três) a 30 (trinta) vezes o valor de referência previsto 
no artigo 22, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concer-
nentes à segurança do trabalho com multa de 5 (cinco) a 50 ( cinquenta) vezes o 
mesmo valor. 
Parágrafo único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, 
emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será apli-
cada em seu valor máximo. 
Art. 2º - A retroação dos efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições 
de insalubridade ou periculosidade, de que trata o artigo 196 da Consolidação das 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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Leis do Trabalho, com a nova redação dada por esta Lei, terá como limite a data da 
vigência desta Lei, enquanto não decorridos 2 (dois) anos da sua vigência. 
Art. 3° - As disposições contidas nesta Lei aplicam-se, no que couber, aos trabalha-
dores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos 
representativos das respectivas categorias profissionais. 
§ 1° - Ao Delegado de Trabalho Marítimo ou ao Delegado Regionaldo Trabalho, 
conforme o caso, caberá promover a fiscalização do cumprimento das normas de 
segurança e medicina do trabalho em relação ao trabalhador avulso, adotando as 
medidas necessárias, inclusive, as previstas na Seção II, do Capítulo V, do Título 
II da Consolidação das Leis do Trabalho, com a redação que lhe for conferida pela 
presente Lei. 
§ 2° - Os exames de que tratam os §§ 1 º e 3° do art. 168 da Consolidação das Leis 
do Trabalho, com a redação desta Lei, ficarão a cargo do Instituto Nacional de 
Assistência Médica da Previdência Social - INAMPS, ou dos serviços médicos das 
entidades sindicais correspondentes. 
Art. 4° - O Ministro do Trabalho relacionará o artigos do Capítulo V do Título II da 
Consolidação das Leis do Trabalho, cuja aplicação será fiscalizada exclusivamente 
por engenheiros de segurança e médicos do trabalho. 
Art. 5° - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os 
artigos 202 a 223 da Consolidação das Leis do Trabalho; a Lei nº 2.573, de 15 de 
agosto de 1955; o Decreto-Lei nº 389, de 26 de dezembro de 1968 e demais disposi-
ções em contrário. (BRASIL, 1943) 
1.3 Convenções da OIT2 
As Convenções da Organização Internacional do Trabalho, também conhecidas pela sigla OIT, 
são tratados multilaterais abertos, de caráter normativo, que podem ser ratificadas sem limitação de 
prazo por qualquer dos estados-membros (Brasil, por exemplo). 
1 .3. 1 Como funciona a ratificação de uma convenção da OIT? 
Até dezoito meses da adoção de uma convenção, cada estado-membro tem obrigação de sub-
metê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional) para aprovação. 
Após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do tratado, o que 
importa a incorporação automática de suas normas à legislação nacional. 
Após a ratificação, o estado-membro deve adotar medidas legais ou outras que assegu-
rem a aplicação da convenção em prazos determinados, incluindo o estabelecimento de sanções 
2 Texto em conformidade com a redação oficial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Disponível na íntegra em: 
<http://portal.mte.gov.br/ data/ftles/FF8080812BE914E6012BEED408564A97 /Resumo_ das_ Convencoes. pdf>. Acesso em: 18 fev. 2014. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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apropriadas, mantendo serviços de inspeção que zelem por seu cumprimento. Em geral, é prevista 
consulta prévia às entidades mais representativas de empregadores e trabalhadores. 
1 .3.2 Como funciona a vigência de uma convenção da OIT? 
A vigência de uma convenção da OIT costuma passar por duas etapas básicas: primeiro pela 
vigência internacional e depois pela nacional. 
1 .3.2.1 Vigência internacional 
A vigência internacional de uma convenção da OIT se inicia doze meses após a ratificação de 
uma convenção por dois estados-membros (Brasil e EUA, por exemplo). 
1 .3.2.2 Vigência nacional 
A vigência nacional de uma convenção da OIT começa a valer a partir de doze meses após a 
ratificação pelo respectivo estado-membro, desde que a convenção já esteja vigorando em âmbito 
internacional. 
1 .3.3 Quanto à validade, como funciona? 
O prazo de validade de cada ratificação é de dez anos. Ao término da validade, o estado-
-membro pode denunciar a convenção, cessando sua responsabilidade, em relação a esta, doze 
meses depois. 
Caso não seja denunciada a convenção até doze meses do término da validade da ratificação, 
renova-se a validade tacitamente (de forma automática) por mais dez anos. 
Fique de olho! 
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de forma prática e bem inteligente, elaborou um 
sucinto resumo explicativo sobre as principais convenções da Organização Internacional do Traba-
lho (OIT), conforme podemos observar nos itens a seguir. 
1 .3.4 Convenção 184 - Segurança e saúde na agricultura 
Essa convenção é destinada às atividades florestais e de agricultura, incluindo a criação 
de animais e o processamento primário de produtos agrários e animais, assim como o uso e a 
manutenção de máquinas, equipamentos, ferramentas e instalações, e qualquer processo, opera-
ção, armazenamento ou transporte realizado em instalações agrícolas e diretamente relacionados 
à produção agrária. 
Exceções: a agricultura de subsistência, a exploração industrial de florestas e processos indus-
triais que utilizam produtos agrícolas como matéria-prima. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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Veja a seguir, alguns dos pontos mais relevantes: 
1) Dever dos empregadores de garantir a segurança e saúde dos trabalhadores em todos os 
aspectos relacionados ao trabalho. 
2) Direitos dos trabalhadores de serem informados e consultados em matéria de segurança e 
saúde; participar na aplicação e revisão de medidas de segurança e saúde e de eleger seus 
representantes de segurança e saúde; afastar-se de perigo resultante de suas atividades de 
trabalho sempre que haja razoável justificativa para crer que exista risco sério e iminente à 
sua segurança e saúde e informar seu supervisor imediatamente. 
3) Dever dos trabalhadores de cumprir as medidas de segurança e saúde prescritas e cooperar 
com os empregadores para que estes cumpram suas próprias obrigações e responsabilidades. 
4) Direito dos trabalhadores na agricultura de receberem a mesma cobertura de seguro ou 
seguridade social que os trabalhadores de outros setores, entre outros. 
1 .3.5 Convenção 182 - Piores formas de trabalho infantil e a 
ação imediata para sua eliminação 
Essa importante convenção aplica-se às piores formas de trabalho infantil. Veja, a seguir, seus 
pontos mais relevantes: 
1) Dever de adoção de medidas imediatas e eficazes para a proibição e eliminação das piores 
formas de trabalho infantil, que incluem: 
>> todas as formas de escravidão ou práticas análogas à escravidão e o trabalho forçado ou 
obrigatório de crianças (menores de 18 anos) em conflitos armados; 
>> a utilização, o recrutamento ou a oferta de crianças para a prostituição, a produção de 
pornografia ou atuações pornográficas; 
>> a utilização, o recrutamento ou a oferta de crianças para a realização de atividades ilícitas, 
em particular, a produção e o tráfico de entorpecentes; 
>> o trabalho que, por sua natureza ou pelas condições em que é realizado, seja suscetível de 
prejudicar a saúde, a segurança ou a moral das crianças. 
2) Obrigatoriedade de: 
>> revisão periódica da lista de tipos de trabalho definida; 
>> implantação de programas de ação para eliminar as piores formas de trabalho infantil; 
>> adoção de medidas eficazes e em prazo determinado para impedir a ocupação e prestar 
assistência para retirar as crianças das piores formas de trabalho infantil; garantir a reabi-
litação, a inserção social, o acesso ao ensino básico gratuito e, quando possível e adequado, 
à formação profissional a todas as crianças que tenham sido retiradas das piores formas de 
trabalho infantil; identificar e contatar diretamente as crianças que estejam particularmente 
expostas a riscos e entrar em contato direto com elas, levando em consideração a situação 
particular das meninas. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
1 .3.6 Convenção 176 - Segurança e saúde na mineração 
Essa convenção aplica-se a todas as minas, incluindo os locais, na superfície ou no subsolo, 
onde se pratica exploração ou extração de minerais, exceto óleo e gás, o beneficiamento do material 
extraído e todas as instalações, as máquinas e os equipamentos utilizados nessas atividades. 
Veja, a seguir, seus pontos mais relevantes: 
1) Dever de adoção de política em matéria de segurança e saúde nas minas. 
2) Obrigação de formular legislação que contenha dispositivos referentes a: 
>> supervisão da segurançae saúde e inspeção nas minas; 
>> procedimentos para notificação e investigação de acidentes graves ou fatais , incidentes 
perigosos e desastres; 
>> compilação e publicação de estatísticas de acidentes, doenças profissionais e incidentes 
• perigosos; 
>> poder da autoridade competente de interdição de minas até ser corrigida a situação que 
levou à interdição; 
>> garantia dos direitos dos trabalhadores e seus representantes de serem consultados e par-
ticiparem de medidas referentes a segurança e saúde nos locais de trabalho; 
>> obrigação de que a fabricação, o armazenamento, o transporte e o uso de explosivos e 
detonadores sejam feitos por pessoal competente e autorizado, ou sob sua supervisão; 
>> obrigatoriedade da realização de planos adequados de exploração antes do início das ope-
rações de minas e a cada modificação significativa, atualizados periodicamente e manti-
dos à disposição nos locais de trabalho. 
3) Responsabilidade dos empregadores de: 
>> avaliar os riscos e controlá-los, supervisionando, avaliando e inspecionando periodica -
mente o meio ambiente de trabalho; 
>> garantir que a mina seja dotada de equipamentos que proporcionem uma exploração 
segura e um meio ambiente de trabalho salubre; 
>> garantir que os trabalhadores possam realizar tarefas sem colocar em perigo sua segu-
rança e saúde nem a de outras pessoas, entre outras. 
1 .3. 7 Convenção 174 - Prevenção de acidentes 
industriais maiores 
Área de aplicação: trata-se de uma extensa convenção que tem por objetivo cuidar das instala-
ções sujeitas a riscos de acidentes maiores. 
Exceções: instalações nucleares e usinas que processem substâncias radioativas, instalações 
militares, transporte fora das instalações distinto do transporte por tubulações. 
Veja, a seguir, seus pontos mais relevantes: 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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1) De forma geral, traz o dever de: 
>> adoção de política relativa à proteção dos trabalhadores, população e meio ambiente con -
tra riscos de acidentes maiores; 
>> criação de sistema de identificação de instalações sujeitas a riscos de acidentes maiores, 
baseada em lista de substâncias ou categorias de substâncias perigosas que incluam suas 
quantidades-limites. 
2) Obrigação do empregador de: 
>> notificar a autoridade competente sobre instalação sujeita a riscos de acidentes maiores 
que tenha identificado; 
>> criar e manter sistema documentado de controle de riscos que contenha: 
identificação dos perigos e avaliação dos riscos; 
medidas técnicas e organizacionais de controle dos riscos; 
planos e procedimentos de emergência; 
medidas para redução das consequências de um acidente maior; 
consultas com trabalhadores e seus representantes; 
mecanismos de melhoria do sistema; 
elaboração de relatório de segurança de acordo com o sistema de controle de riscos, 
periodicamente revisto e atualizado. 
>> após um acidente maior, submeter à autoridade competente relatório detalhado sobre ele, con-
tendo suas causas, consequências, medidas adotadas e recomendações de medidas preventivas. 
3) Responsabilidade da autoridade competente de: 
>> assegurar a criação, atualização e coordenação de planos e procedimentos de emergência 
para proteção da população e do meio ambiente fora das instalações de risco; 
>> garantir, em caso de acidente maior, informações sobre medidas de segurança para a 
população; 
>> estabelecer política global de zoneamento para isolamento de instalações de risco. 
4) Direitos e obrigações dos trabalhadores e seus representantes de: 
>> estar informados dos riscos ligados à instalação e suas consequências, assim como de quais-
quer ordens, instruções ou recomendações da autoridade competente; 
>> ser consultados na elaboração do relatório de segurança, planos e procedimentos de emer-
gência e relatórios de acidente; 
>> ser regularmente instruídos e treinados nas práticas e procedimentos para prevenção de 
acidentes maiores e nos procedimentos de emergência; 
>> tomar medidas corretivas ou interromper suas atividades quando houver justificativa para 
crer que haja risco iminente de acidente maior; 
>> discutir com o empregador e informar a autoridade competente sobre risco potencial de 
acidente maior; 
>> observar práticas e procedimentos preventivos e de emergência. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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5) Dever do Estado exportador, em caso de proibição do uso de substâncias, tecnologias 
ou processos com risco potencial de acidente maior, de informar a todo país importador 
sobre essa proibição e suas razões. 
1 .3.8 Convenção 170 - Segurança na utilização de 
produtos químicos 
Essa convenção se aplica a todos os ramos da atividade econômica em que são utilizados 
produtos químicos. 
Exceção: artigos que, sob condições normais de uso, não expõem os trabalhadores a um 
produto químico perigoso. 
Veja, a seguir, seus pontos mais relevantes: 
1) Dever de formular, pôr em prática e avaliar periodicamente política de segurança na utili-
zação de produtos químicos no trabalho. 
2) Poder da autoridade competente de proibir ou restringir a utilização de certos produtos 
químicos perigosos ou de exigir notificação ou autorização prévia para seu uso. 
3) Obrigação da autoridade competente, ou de organismos reconhecidos por esta, de 
estabelecer sistemas e critérios específicos apropriados para classificar os produtos 
químicos e suas misturas de acordo com o tipo e o grau dos riscos físicos que ofere-
cem à saúde. 
4) Obrigatoriedade de: 
>> marca de identificação em todos os produtos químicos e etiqueta com informação sobre 
classificação, perigos e medidas de segurança em todos os produtos perigosos; 
>> fornecimento, aos empregadores que utilizam substâncias perigosas, de ficha de segurança 
com dados sobre identificação, fornecedor, classificação, periculosidade, medidas de pre-
caução e procedimentos de emergência; 
>> descarte adequado de produtos químicos e seus recipientes. 
5) Dever dos fornecedores e empregadores de assegurar-se de que os produtos químicos 
estejam adequadamente identificados e providos de ficha de segurança. 
6) Responsabilidade dos fornecedores de repassar aos empregadores fichas de segurança atu-
alizadas e de identificar corretamente os produtos ainda não classificados. 
7) Responsabilidade dos empregadores de: 
>> somente utilizar produtos adequadamente identificados, inclusive, quando em embala-
gens diversas da original, e dotados de ficha de segurança; 
>> avaliar, controlar e monitorar a exposição dos trabalhadores a produtos químicos, man -
tendo os dados obtidos pelo período determinado pela legislação e disponibilizando-os 
aos trabalhadores e seus representantes. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
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8) Direito dos trabalhadores de: 
>> afastar-se de situação que acredite ser de grave e iminente risco à sua segurança ou saúde, 
indicando-a a seu supervisor; 
>> obter todas as informações referentes aos produtos químicos utilizados. 
9) Dever do Estado exportador, em caso de proibição do uso de substâncias perigosas por 
razões de segurança e saúde, de informar a todo país importador sobre essa proibição e 
-suas razoes. 
1 .3.9 Convenção 167 - Segurança e saúde na construção 
Essa convenção se aplica a todas as atividades de construção, ou seja, trabalhos de edificação, 
obras públicas e trabalhos de montagem e desmontagem, incluindo qualquer processo, operação e 
transporte nas obras, desde sua preparação até a conclusão do projeto. 
Veja, a seguir, seu conteúdo básico: 
1) Dever de adoção de uma legislação nacional que assegure o cumprimento da convenção 
por meio de normas técnicas, repertórios de recomendações práticas ou outros métodos, 
tomandomedidas para garantir a cooperação entre empregadores e trabalhadores para o 
fomento da segurança e saúde nas obras. 
2) Obrigação dos empregadores e trabalhadores autônomos de cumprirem as medidas de 
segurança e saúde prescritas, em cooperação, no caso de estarem realizando simultanea -
mente atividades em uma mesma obra. 
3) Dever do contratante principal ou de quem de fato exerça controle efetivo sobre o conjun-
to de atividades de uma obra de coordenar as medidas de segurança e saúde, zelando por 
seu cumprimento, sempre que dois ou mais empregadores realizem atividades simultâne-
as numa mesma obra. 
4) Direito e dever dos trabalhadores em qualquer lugar de trabalho de participar no estabe-
lecimento de condições seguras de trabalho e de opinar sobre métodos de trabalho que 
possam afetar sua segurança e saúde. 
5) Obrigação dos trabalhadores de: 
>> cooperar com os empregadores na aplicação das medidas de segurança e saúde; 
>> zelar por sua própria segurança e saúde e a de outros que possam ser afetados por seus 
atos e omissões; 
>> utilizar devidamente os meios à sua disposição para sua proteção ou a dos demais; 
>> informar ao seu superior ou representante toda situação que possa trazer risco que não 
possa controlar isoladamente; 
>> cumprir as medidas de segurança e saúde prescritas. 
6) Direito do trabalhador de afastar-se de situação que creia trazer risco grave e iminente à 
sua segurança e saúde, informando sem demora a seu superior. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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7) Obrigação do empregador de adotar medidas imediatas para interromper as atividades e 
evacuar os trabalhadores, se necessário, em caso de risco grave e iminente à segurança dos 
trabalhadores. 
8) Dever de adoção de precauções em todos os locais de trabalho, inclusive acessos e saídas, 
para proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores e de todos os que se encontrem 
em uma obra ou suas imediações. 
9) Obrigatoriedade de medidas de segurança em relação à eletricidade, ao uso de explosivos 
e à prevenção e combate a incêndios. 
1 O) Dever de que sejam tomadas medidas para o controle de exposição de trabalhadores a 
riscos químicos, físicos ou biológicos à sua saúde, por meio da substituição de substâncias 
perigosas, por mudanças na instalação, maquinário, equipamentos ou processos ou por 
outras medidas. 
11) Quando não se puder garantir por outros meios a proteção do trabalhador, obrigação do 
empregador de fornecimento e manutenção gratuitos de roupas e equipamentos de proteção 
individual adequados ao tipo de trabalho e aos riscos, ajustados às nor1nas estabelecidas pela 
autoridade competente e aos princípios da ergonomia, assegurando-se sua correta utilização. 
12) Dever do empregador de garantir a todo o momento a disponibilidade de meios adequa-
dos e pessoal com formação apropriada para prestação de primeiros socorros. 
13) Obrigatoriedade em toda obra de fornecimento de água potável e manutenção de instala-
ções sanitárias e de asseio, locais para trocar, guardar e secar roupa, locais para alimentação. 
14) Dever de facilitação aos trabalhadores, de for1na suficiente e adequada, de informação sobre 
os riscos a que podem estar expostos nos locais de trabalho e instruções e formação sobre os 
meios disponíveis para prevenir e controlar esses riscos e proteger-se. 
15) Obrigação de comunicação de acidentes e doenças profissionais à autoridade competente 
em prazo legalmente estipulado. 
1 .3.1 O Convenção 162 - Asbesto 
Importante convenção que se aplica a todas as atividades em que os trabalhadores estejam 
expostos ao asbesto, ou ao amianto, como também é conhecido. 
Veja a seguir, os pontos mais relevantes dessa convenção: 
1) Obrigatoriedade de previsão na legislação nacional de medidas para prevenção e controle 
dos riscos à saúde devidos à exposição profissional ao asbesto, que devem ser observadas 
pelos empregadores e trabalhadores. 
2) Dever de estabelecer uma ou mais das seguintes medidas: 
>> substituição do asbesto ou de certos tipos de asbesto ou de produtos que contenham 
asbesto por outros materiais ou produtos, ou a utilização de tecnologias alternativas; 
>> proibição total ou parcial do uso de asbesto ou de certos tipos de asbesto ou de certos pro-
dutos contendo asbesto em determinados processos de trabalho. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Apl icada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
3) Proibição de: 
>> utilização da crocidolita e de produtos que contenham essa fibra; 
>> pulverização de todas as formas de asbesto. 
4) Responsabilidade do empregador de: 
>> notificar determinados tipos de trabalho que levem à exposição ao asbesto; 
>> tomar medidas para prevenir ou controlar o desprendimento de poeira de asbesto no ar e 
para garantir a observação dos limites de exposição, assim como para reduzir a exposição 
ao limite mais baixo factível; 
>> estabelecer e aplicar medidas práticas de prevenção e controle da exposição de trabalha-
dores ao asbesto; 
>> providenciar roupa de trabalho adequada, cuja manipulação e limpeza devem ser efetua-
das em condições adequadas; 
>> manter a disposição dos trabalhadores lavatórios e chuveiros nos locais de trabalho; 
>> eliminar os resíduos que contenham asbesto de forma que não ofereça risco à saúde dos 
trabalhadores ou à população vizinha à empresa; 
>> medir, sempre que necessário, as concentrações de poeira de asbesto nos locais de traba-
lho, mantendo os registros pelo prazo legal à disposição dos trabalhadores e serviços de 
. -1nspeçao; 
>> zelar para que todos os trabalhadores que possam estar expostos ao asbesto recebam 
informações sobre os riscos existentes, conheçam as medidas preventivas e recebam for-
mação contínua a respeito disso; 
>> oferecer a trabalhadores expostos ao asbesto que, por motivos de saúde, estejam impedi-
dos de exercer suas atividades, outros meios para manutenção de seu emprego. 
5) Responsabilidade dos produtores e fornecedores de asbesto, assim como dos fabricantes e 
fornecedores de produtos que contenham asbesto, de rotular suficientemente embalagens 
e produtos. 
6) Definição pela autoridade competente de limites de exposição ao asbesto e outros crité-
rios de exposição que permitam avaliação do meio ambiente de trabalho, periodicamente 
revisados e atualizados. 
7) Proibição da realização de demolição de instalações ou estruturas que contenham materiais 
à base de asbesto ou da eliminação do asbesto em prédios ou construções por empregadores 
ou contratados que não sejam reconhecidos pela autoridade competente como qualificados 
para tais trabalhos. 
8) Necessidade de elaboração de plano de trabalho para a execução de demolição, para pro-
teção dos trabalhadores, limitação da formação de poeira e eliminação adequada dos resí-
duos que contenham amianto. 
9) Responsabilidade da autoridade competente e empregadores de adoção de medidas para 
evitar a contaminação do meio ambiente por poeira de asbesto. 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
1 O) Direitos dos trabalhadores de: 
>> solicitar controle do meio ambiente de trabalho e impugnar resultados de controles diante 
da autoridade competente; 
>> em caso de exposição prévia ou atual ao asbesto, submeter-se sem ônus aos exames médi-
cos necessários para a vigilância de sua saúde e diagnóstico de doenças profissionais; 
>> receber informação adequada e suficiente sobre os resultados de seus exames médicos e 
ser assessorados individualmente sobre seu estado de saúde em relação ao trabalho. 
11) Dever da autoridade competente de: 
>> elaborar sistema de notificação de enfermidades profissionais causadas pelo asbesto; 
>> promover, em conjunto com organizações representativas de empregadores e trabalhado-
res, difusão deinformações e a educação, de todas as pessoas interessadas, sobre os riscos 
do asbesto à saúde, assim como os métodos de prevenção e controle; 
>> zelar pela formulação e implantação, pelos empregadores, de políticas e procedimentos 
referentes a medidas de formação e educação dos trabalhadores no que concerne aos ris-
cos causados pelo asbesto e métodos de prevenção e controle. 
1 .3.11 Convenção 161 - Serviços de saúde no trabalho 
Importante convenção que se aplica a todos os ramos da atividade econômica, tendo como 
finalidades básicas: 
1) Dever de formular e aplicar política nacional coerente que estabeleça progressivamente 
serviços de saúde no trabalho para todos os trabalhadores, incluindo os do setor público e 
membros das cooperativas de produção, com as funções de: 
>> identificação e avaliação dos riscos à saúde nos locais de trabalho; 
>> vigilância da saúde dos trabalhadores e dos fatores e práticas de trabalho que possam 
afetá-la; 
>> assessoria em matéria de saúde, segurança, higiene no trabalho e ergonomia, equipamen -
tos de proteção individual e coletiva, assim como no planejamento e na organização do 
trabalho; 
>> participação em programas de melhorias nas práticas de trabalho e inspeções de novos 
equipamentos; 
>> fomento da adaptação do trabalho aos trabalhadores; 
>> assistência na adoção de medidas de reabilitação profissional; 
>> colaboração na difusão de informações, na formação e na educação em matéria de saúde 
e higiene no trabalho e ergonomia; 
>> organização dos primeiros socorros e atendimento de urgência; 
>> participação na análise de acidentes do trabalho e doenças profissionais. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
2) Independência dos profissionais que prestem serviços de saúde no trabalho. 
3) Dever do empregador e dos trabalhadores de informar ao serviço de saúde todo fator 
existente no meio ambiente de trabalho que possa afetar a saúde dos trabalhadores, assim 
como todos os casos de doença entre os trabalhadores e ausências ao trabalho por moti-
vos de saúde. 
4) Direito do trabalhador de ser informado dos riscos para a saúde existentes em seu trabalho. 
1 .3. 1 2 Convenção 1 55 - Segurança e saúde dos trabalhadores 
Essa convenção é tão importante que também se aplica a todos os ramos da atividade econô-
mica. Veja, a seguir, seus pontos mais relevantes: 
1) Dever de formular e pôr em prática uma política nacional coerente em matéria de segu-
rança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para prevenção de acidentes 
e danos à saúde consequentes ao trabalho, que guardem relação com a atividade laboral 
ou sobrevenham durante o trabalho, reduzindo ao mínimo as causas dos riscos existentes 
no meio ambiente de trabalho, considerando: 
>> projeto, ensaio, seleção, substituição, instalação, disposição, utilização e manutenção dos com-
ponentes materiais do trabalho (locais e meio ambiente de trabalho, ferramentas, máquinas e 
equipamentos, substâncias e agentes químicos, biológicos e físicos, operações e processos); 
>> relações entre os componentes materiais do trabalho e as pessoas que o executam e super-
visionam e adaptação de máquinas, equipamentos, tempo de trabalho, organização do 
trabalho, operações e processos às capacidades físicas e mentais dos trabalhadores; 
>> formação, qualificação e motivação das pessoas que intervêm para que se alcancem níveis 
adequados de segurança e higiene; 
>> comunicação e cooperação em todos os níveis; 
>> proteção dos trabalhadores e seus representantes contra toda medida disciplinar resul-
tante de ação de acordo com a política. 
2) Necessidade de estudos periódicos, globais ou referentes a determinados setores, da situa-
ção em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho, para 
identificação de problemas principais, proposição e priorização de medidas e avaliação de 
resultados. 
3) Dever da autoridade competente de: 
>> determinar, de acordo com a natureza e os graus de risco, as condições de concepção, 
construção, início de operação e processos a serem modificados em empresa, assim como 
a segurança de equipamentos técnicos e procedimentos de trabalho; 
>> determinar proibição, limitação ou controle de operações e processos, substâncias e agentes; 
>> estabelecer e aplicar procedimentos para notificação de acidentes do trabalho e doenças 
profissionais, elaborando estatísticas anuais; 
Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho 
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>> realizar inquéritos em caso de acidentes ou doenças profissionais que indiquem situação 
grave; 
>> publicar anualmente informações sobre a aplicação da política nacional, acidentes do 
trabalho e doenças profissionais; 
>> estabelecer sistema de análise de agentes químicos, físicos ou biológicos que possam trazer 
danos à saúde dos trabalhadores. 
4) Dever de zelar para que pessoas que projetam, fabricam, importam, fornecem ou transfe-
rem máquinas, equipamentos ou substâncias para uso profissional: 
>> garantam que estes não tragam perigos à segurança e à saúde das pessoas; 
>> forneçam informação sobre a instalação e o uso correto de máquinas e equipamentos, 
utilização adequada de substâncias e agentes físicos e biológicos e formas de prevenção 
dos riscos conhecidos. 
5) Proteção do trabalhador que interrompa situação de trabalho por acreditar que esta traga 
perigo grave e iminente à sua vida ou saúde. 
6) Dever de promover a inclusão de questões de segurança, higiene e meio ambiente de tra-
balho em todos os níveis de ensino e formação. 
7) Dever de exigir dos empregadores: 
>> garantia de que seus locais de trabalho, máquinas, equipamentos, operações e processos 
sejam seguros e não tragam risco à segurança e à saúde dos trabalhadores; 
>> garantia de que agentes e substâncias químicas, físicas ou biológicas sob seu controle não 
tragam riscos à saúde quando se tomam as proteções adequadas. 
8) Necessidade, no âmbito da empresa, de medidas de promoção da segurança e saúde, por 
meio da cooperação e da comunicação ampla entre trabalhadores e empregadores e do 
fornecimento de informações e formação adequadas. 
1 .3. 1 3 Convenção 1 52 - Segurança e higiene no 
trabalho portuário 
Essa convenção se aplica ao trabalho portuário, compreendendo trabalhos de carga e descarga 
de embarcações, assim como as operações relacionadas. Veja, a seguir, seus pontos mais relevantes: 
1) Dever de prescrever na legislação medidas relativas ao trabalho portuário com o objetivo de: 
>> proporcionar e manter locais, equipamentos e métodos de trabalho seguros e que não 
acarretem riscos à saúde laboral, assim como meios seguros de acesso aos locais de 
trabalho; 
>> proporcionar informação, formação e medidas de controle para a proteção do trabalhador 
contra acidentes ou dano à saúde durante o trabalho, incluindo equipamentos de proteção 
individual, meios de salvamento e serviços de primeiros socorros; 
>> fixar procedimentos de urgência. 
Legislação de Saúde e Segurança do Trabalho 
Editora Érica - Legislação Aplicada à Segurança do Trabalho - Paulo Roberto Barsano - 1ª Edição 
2) Responsabilidade das pessoas apropriadas ( empregadores, proprietários, capitães ou 
outros) de: 
>> tomar medidas eficazes para a proteção dos trabalhadores toda vez que um local de traba -
lho levar a riscos para sua segurança ou saúde; 
>> providenciar medidas de segurança no trânsito de equipamentos, veículos ou pessoas, 
assim como na movimentação de materiais e transporte de trabalhadores para seus locais 
de trabalho; 
>> proporcionar e manter disponíveis meios adequados de combate incêndios nos locais de 
trabalho; 
>> proteger todas as partes perigosas de máquinas, tomando medidas para ser possível o 
corte de seu fornecimento de energia, em caso de urgência, e para que trabalhos de lim

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