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RECURSO ESPECIAL Nº 1.350.137 sujeito passivo

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Superior Tribunal de Justiça
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.350.137 - SP (2012/0224290-0)
 
RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS
RECORRENTE : GREEN MATRIX IT LTDA 
ADVOGADOS : ÁLVARO TREVISIOLI 
MELISSA SERIAMA POKORNY 
DANIELA LOPOMO BETETO E OUTRO(S)
RECORRIDO : FAZENDA NACIONAL 
PROCURADOR : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL 
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS 
(Relator): 
Cuida-se de recurso especial interposto pela GREEN MATRIX IT 
LTDA., com fundamento no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição 
Federal, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que, em 
demanda relativa à substituição tributária, negou provimento ao recurso de 
apelação do recorrente.
A ementa do julgado guarda os seguintes termos (fls. 199/206, 
e-STJ):
"AGRAVO LEGAL. DECISÃO TERMINATIVA. ART. 30 DA LEI 
Nº 10.833/03. CONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 557 
DO CPC. MATÉRIAS JÁ DECIDIDAS PELOS TRIBUNAIS 
SUPERIORES. POSSIBILIDADE. 
1. A regra contida no art. 30 da Lei nº 10.833/03, disciplinou 
o recolhimento por substituição tributária do PIS, da COFINS e da 
CSLL, instituto previsto nos arts. 150, § 7º da CF e 128 do CTN, 
não se configurando a ilegalidade apontada ou ofensa ao art. 246 
da Lei Maior. 
2. As razões ventiladas no presente recurso são incapazes de 
infirmar a decisão impugnada, vez que fundada em precedentes do 
STJ. 
3. Não havendo qualquer fundamento que demonstre o 
desacerto quanto à aplicação do art. 557 do CPC, carece o 
recurso de pressuposto lógico para sua interposição. 
4. Agravo legal desprovido."
Sem embargos de declaração.
Nas razões do recurso especial, a recorrente alega violação do art. 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 1 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
128 do Código Tributário Nacional.
Sustenta que a sistemática de arrecadação prevista no art. 28 da 
Medida Provisória 135/03, convertida no art. 30 da Lei n. 10.833/03, afronta o 
disposto no apontado normativo do Codex Tributário, visto que indevida a 
imputação de responsabilidade tributária a terceiro que não tenha vínculo com o 
fato gerador do tributo.
Apresentadas as contrarrazões (fls. 262/268, e-STJ), sobreveio o 
juízo de admissibilidade positivo da instância de origem (fls. 279/280, e-STJ).
É, no essencial, o relatório.
 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 2 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.350.137 - SP (2012/0224290-0)
 
EMENTA
TRIBUTÁRIO. TOMADOR DE SERVIÇO. 
RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. RETENÇÃO ANTECIPADA 
DE CONTRIBUIÇÃO. PREVIDENCIÁRIO. ART. 30 DA LEI N. 
10.833/2003. LEGALIDADE. PREVISÃO NO ART. 121 DO 
CTN.
1. O art. 30 da Lei n. 10.833/03 instituiu que, sobre 
os valores efetuados pelo tomador de serviço, caberia a retenção da 
CSLL, COFINS e PIS/PASEP.
2. A sistemática de substituição tributária prevista no 
indigitado normativo encontra expresso respaldo no art. 121 do 
CTN, o qual dispõe que o contribuinte (também denominado, na 
doutrina, de sujeito passivo direto, devedor direto ou destinatário 
legal tributário) tem relação causal, direta e pessoal com o 
pressuposto de fato que origina a obrigação tributária (art. 121, I, 
do CTN), ao passo que o responsável tributário (por alguns 
chamado sujeito passivo indireto ou devedor indireto) não 
apresenta liame direto e pessoal com o fato jurídico tributário, 
decorrendo o dever jurídico de previsão legal (art. 121, II, do 
CTN).
3. O dever jurídico imputado ao recorrente está 
expressamente previsto na Lei n. 10.833/03, o que legitima o 
mecanismo de recolhimento tributário instituído que visa otimizar a 
arrecadação do tributo e facilitar a fiscalização de seu 
recolhimento, sendo acolhido pela doutrina e jurisprudência.
4. "Existe substituto legal tributário toda a vez em 
que o legislador escolher para sujeito passivo da relação jurídica 
tributária um outro qualquer indivíduo, em substituição daquele 
determinado indivíduo de cuja renda ou capital a hipótese de 
incidência é fato-signo presuntivo. Em síntese: se em lugar daquele 
determinado indivíduo (de cuja renda ou capital a hipótese de 
incidência é signo presuntivo) o legislador escolheu para sujeito 
passivo da relação jurídica tributária um outro qualquer indivíduo, 
este outro qualquer indivíduo é o substituto legal tributário " 
(Alfredo Augusto Becker, in "Teoria Geral do Direito Tributário", 
Ed. Noeses, 4ª ed., 2007, São Paulo).
5. "O responsável tributário é aquele que, sem ter 
relação direta com o fato gerador, deve efetuar o pagamento do 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 3 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
tributo por atribuição legal, nos termos do artigo 121, parágrafo 
único, II, c/c 45, parágrafo único, do Código Tributário Nacional. " 
(REsp 1083005/PB, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, julgado 
em 18/11/2010, DJe 30/11/2010).
6. O mecanismo de impor a terceiro, tomador de 
serviço, o recolhimento de contribuições previdenciárias encontra 
amparo na jurisprudência desta Corte, quando analisada a nova 
sistemática arrecadatória instituída pelo art. 31 da Lei n. 8.212/91, 
alterado pela Lei n. 9.711/98. Mutatis mutandis , precedente em 
sede de repetitivo: REsp 1036375/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 
Primeira Seção, julgado em 11/3/2009, DJe 30/3/2009.
Recurso especial improvido.
 
 
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HUMBERTO MARTINS 
(Relator): 
Conforme consignado no relatório, a recorrente sustenta a tese de 
que o art. 28 da Medida Provisória 135/03, convertida no art. 30 da Lei n. 
10.833/03, imputa "responsabilidade tributária a terceiro que não está 
vinculado à ocorrência do fato gerador, sem a adoção de qualquer critério que 
estabeleça uma relação lógica entre o não contribuinte responsável e o fato 
gerador do tributo " (fl. 216, e-STJ).
O Tribunal de origem ressaltou que "o artigo 30 da Lei n. 
10.833/03 dispõe tão-somente de mera técnica fiscal concernente ao 
recolhimento da CSLL, da COFINS e da contribuição devida ao PIS/PASEP, vez 
que permitida pelo art. 128 do CTN" (fl. 179, e-STJ).
Pela prestação de determinados serviços, o art. 30 da Lei n. 
10.833/03 instituiu que a responsabilidade pela retenção das contribuições 
sociais ficaria a cargo do tomador de serviço, verbis :
"Art. 30. Os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a 
outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de 
serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, 
vigilância, transporte de valores e locação de mão-de-obra, pela 
prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 4 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a 
pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços 
profissionais, estão sujeitos a retenção na fonte da Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, da COFINS e da 
contribuição para o PIS/PASEP."
A sistemática de substituição tributária prevista no indigitado 
normativo encontra expresso respaldo no art. 121, parágrafo único, inciso II, do 
CTN, que dispõe:
"Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa 
obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal 
diz-se:
I – contribuinte, quanto tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de 
contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de 
lei."
Do normativo acima, infere-se que o contribuinte (também 
denominado, na doutrina, de sujeito passivo direto, devedor direto ou destinatário 
legal tributário) tem relação causal,direta e pessoal com o pressuposto de fato 
que origina a obrigação tributária (art. 121, I, do CTN), ao passo que o 
responsável tributário (por alguns chamado sujeito passivo indireto ou devedor 
indireto) não apresenta liame direto e pessoal com o fato jurídico tributário, 
decorrendo o dever jurídico de previsão legal (art. 121, II, do CTN).
E neste diapasão, observa-se que o dever jurídico imputado à 
recorrente está expressamente previsto na Lei n. 10.833/03, o que legitima o 
mecanismo de recolhimento tributário instituído que visa otimizar a arrecadação 
do tributo e facilitar a fiscalização de seu recolhimento, sendo acolhido pela 
doutrina.
A propósito, os ensinamentos de Alfredo Augusto Becker:
"O extraordinário desenvolvimento econômico-social nos últimos 
cinqüenta anos atingiu tal ritmo vertiginoso que levou os historiadores à 
constatação do Princípio da Aceleração da História; a centripetação 
dos indíviduos ao redor dos centros urbanos, formando enormes massas 
de indivíduos; a crescente multiplicidade de relações sócio-econômicas; 
a complexidade e a variedade cada vez maior de negócios são os 
principais fatores que estão tornando impraticável aquela solução do 
legislador [escolha do contribuinte de jure pelo fatos presuntivos de 
renda ou capital]; na parte referente à escolha do indivíduo que figurará 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 5 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
no pólo negativo da relação jurídica tributária.
Até há alguns decênios atrás, este indivíduo era, quase sempre, 
aquele determinado indivíduo de cuja renda ou capital a hipótese de 
incidência tributária fato-signo presuntivo. Entretanto, os fatores que 
acabaram de ser apontados estão induzindo o legislador a escolher um 
outro indivíduo para a posição de sujeito passivo da relação jurídica 
tributária. E este outro indivíduo consiste precisamente no substituto 
legal tributário cuja utilização, na época atual, já é freqüentíssima, de 
tal modo que, dentro de alguns anos, o uso do substituto legal pelo 
legislador será 'a regra geral'.
Antes de se definir melhor o que é o substituto legal, apontar-se-ão 
dois exemplos de sua utilização, para melhor entendimento da desta 
fenomenologia jurídica:
Primeiro exemplo : Na relação jurídica do imposto de consumo, o 
sujeito passivo, teoricamente, deveria ser o consumidor. Ora, criar 
regra jurídica que estabeleça relações jurídicas tributárias do imposto 
de consumo, vinculando o Estado a cada um dos indivíduos 
consumidores, é criar regra jurídica tributária absolutamente 
impraticável, pois jamais haverá órgão administrativo e órgão 
judiciário, ainda que equiparados com cérebro eletrônico, capazes de 
garantirem a respeitabilidade aos efeitos jurídicos daquela regra.
A solução criada pelo legislador foi a seguinte: em lugar do 
consumidor, o sujeito passivo, na relação jurídica do imposto de 
consumo, é o produtor do bem que será consumido.
Simultaneamente, o legislador outorga ao produtor mediante outra 
regra jurídica, o direito de repercussão jurídica por reembolso do 
imposto de consumo por ele pago. A outorga deste direito de reembolso 
não é essencial à fenomenologia do substituto legal tributário. O 
legislador só estará juridicamente obrigado a outorgar este direito de 
reembolso quando legisla dentro de um sistema jurídico cuja 
constituição juridicizou o princípio da capacidade contributiva.
Segundo exemplo : O número de indivíduos que recebem 
rendimentos, na qualidade de sócios de sociedade, praticamente oscila 
entre algumas dezenas e algumas dezenas de milhares, com relação a 
uma única sociedade. Criar regra jurídica de imposto de renda que 
ponha cada um daqueles indivíduos sócios na posição de sujeito passivo 
da relação jurídica tributária do imposto de renda, é, no tocante aos 
títulos societários nominativos, aumentar extraordinariamente o 
trabalho dos órgãos administrativos incumbidos da arrecadação e 
fiscalização daquele imposto de renda. No tocante às ações ao portador 
seria criar regra jurídica impraticável.
Como solução, o legislador escolheu para sujeito passivo desta 
relação jurídica, em lugar de cada um dos sócios, a própria sociedade.
Simultaneamente, o legislador mediante outra regra jurídica 
outorga a esta sociedade o direito de repercussão jurídica mediante 
retenção na fonte do imposto de renda por ela pago. A outorga deste 
direito de retenção não é essencial para a existência do substituto legal 
tributário e o legislador só estará juridicamente obrigado a outorgar 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 6 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
este direito de retenção, quando legisla dentro de um sistema jurídico 
cuja constituição juridicizou o princípio da capacidade contributiva.
Nos dois exemplos acima indicados opera-se a fenomenologia da 
substituição legal tributária . No primeiro caso, o substituto legal 
tributário é o produtor; no segundo caso, o substituto legal tributário é a 
sociedade. A fenomenologia jurídica da substituição legal tributária 
consiste, pois, no seguinte: Existe substituto legal tributário toda a vez 
em que o legislador escolher para sujeito passivo da relação jurídica 
tributária um outro qualquer indivíduo, em substituição daquele 
determinado indivíduo de cuja renda ou capital a hipótese de 
incidência é fato-signo presuntivo . Em síntese: se em lugar daquele 
determinado indivíduo (de cuja renda ou capital a hipótese de 
incidência é signo presuntivo) o legislador escolheu para sujeito 
passivo da relação jurídica tributária um outro qualquer indivíduo, 
este outro qualquer indivíduo é o substituto legal tributário .
(...)"
(BECKER, Alfredo Augusto, in "Teoria Geral do Direito 
Tributário", Ed. Noeses, 4ª ed., 2007, São Paulo, págs. 581/586 e 
595/601)
No mesmo sentido:
"PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE DEPÓSITO. 
IMPOSTO DE RENDA. APOSENTADORIA COMPLEMENTAR. 
FUNDO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. 
LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM PARA AÇÃO DE DEPÓSITO 
DOS VALORES A SEREM RETIDOS NA FONTE.
(...)
2. O responsável tributário é aquele que, sem ter relação direta 
com o fato gerador, deve efetuar o pagamento do tributo por atribuição 
legal, nos termos do artigo 121, parágrafo único, II, c/c 45, parágrafo 
único, do Código Tributário Nacional .
3. O fundo de previdência privada é o responsável pela retenção 
do imposto de renda, por ocasião da complementação de aposentadoria, 
devendo, posteriormente, repassar o tributo aos cofres públicos, por isso 
que não ostenta legitimidade passiva ad causam em ação que visa à 
restituição de indébito tributário, uma vez que o sujeito ativo dessa 
relação jurídico-tributária é a União. (Precedentes: REsp 1152707/RS, 
Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 
02/02/2010, DJe 18/02/2010; REsp 825.885/RJ, Rel. Ministro LUIZ 
FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/04/2008, DJe 14/05/2008; 
REsp 1059355/SP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 12/08/2008, DJe 01/09/2008; REsp 664.503/DF, 
Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
21/10/2004, DJ 28/02/2005 ; EDcl no Ag 508.274/DF, Rel. Ministro 
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 
17/02/2004, DJ 22/03/2004) 3. Ao revés, é parte legítima para integrar 
o pólo passivo de ação que visa o depósito judicial das parcelas 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
vincendas de imposto de renda incidente sobre os valores percebidos a 
título de complementação de aposentadoria, porquanto tem a 
incumbência legal de efetuar a retenção do tributo na fonte.
4. In casu, não se trata de ação objetivando a restituição do 
indébito, mas de ação cujo pedido cinge-se ao depósito judicialdas 
parcelas vincendas do imposto incidente sobre a complementação de 
aposentadoria até o julgamento da ação de repetição de indébito.
5. Recurso especial desprovido ."
(REsp 1083005/PB, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, 
julgado em 18/11/2010, DJe 30/11/2010).
Cumpre ressaltar que o mecanismo de impor a terceiro, tomador de 
serviço, o recolhimento de contribuições previdenciárias encontra amparo na 
jurisprudência desta Corte, quando analisada a nova sistemática arrecadatória 
instituída pelo art. 31 da Lei n. 8.212/91, alterado pela Lei n. 9.711/98.
A propósito:
"PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL 
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. 
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMPRESAS 
PRESTADORAS DE SERVIÇO. RETENÇÃO DE 11% SOBRE 
FATURAS. ART. 31, DA LEI Nº 8.212/91, COM A REDAÇÃO DA LEI 
Nº 9.711/98. NOVA SISTEMÁTICA DE ARRECADAÇÃO MAIS 
COMPLEXA, SEM AFETAÇÃO DAS BASES LEGAIS DA ENTIDADE 
TRIBUTÁRIA MATERIAL DA EXAÇÃO.
1. A retenção de contribuição previdenciária determinada pela Lei 
9.711/98 não configura nova exação e sim técnica arrecadatória via 
substituição tributária, sem que, com isso, resulte aumento da carga 
tributária.
2. A Lei nº 9.711/98, que alterou o artigo 31 da Lei nº 8.212/91, 
não criou nova contribuição sobre o faturamento, tampouco alterou a 
alíquota ou a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a 
folha de pagamento.
3. A determinação do mencionado artigo configura apenas uma 
nova sistemática de arrecadação da contribuição previdenciária, 
tornando as empresas tomadoras de serviço como responsáveis 
tributários pela forma de substituição tributária. Nesse sentido, o 
procedimento a ser adotado não viola qualquer disposição legal.
4. Precedentes: REsp 884.936/RJ, Rel. Ministro TEORI ALBINO 
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/08/2008, DJe 
20/08/2008; AgRg no Ag 906.813/SP, Rel. Ministro HERMAN 
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2007, DJe 
23/10/2008; AgRg no Ag 965.911/SP, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/04/2008, DJe 21/05/2008; EDcl no 
REsp 806.226/RJ, Rel. MIN. CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ 
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA, julgado em 
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 8 de 9
 
 
Superior Tribunal de Justiça
04/03/2008, DJe 26/03/2008; AgRg no Ag 795.758/SP, Rel. Ministro 
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/06/2007, DJ 
09/08/2007.
5. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 
543-C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. "
(REsp 1036375/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, 
julgado em 11/3/2009, DJe 30/3/2009).
Por fim, contesta-se o argumento da recorrente, de que esta não 
possuiu vínculo com a materialidade da exação, pois "em se tratando de 
substituição tributária, por exemplo, é imperativo que o substituto tenha como 
reter ou exigir do contribuinte o valor do tributo " (PAULSEN, Leandro in 
Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da 
jurisprudência. 12. ed. – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p. 925), o 
que ocorre na espécie.
Ante o exposto, nego provimento ao recurso especial.
É como penso. É como voto.
MINISTRO HUMBERTO MARTINS
Relator
Documento: 26013534 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 9 de 9

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