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Aula 9 Sistema Verbal Latino

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Cultura Clássica: contribuições linguísticas
Aula 9- Sistema Verbal Latino
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Entender o sistema verbal da Língua Latina.
2.Aprender o conceito de verbo. As três vozes: ativa, passiva e depoente. 
3. Compreender os seis tempos: Três principais: presente, perfeito, futuro; e três secundários: imperfeito, mais-que-perfeito, futuro anterior. 
4. Aprender sobre os três modos pessoais: indicativo, subjuntivo, particípio, e quatro impessoais: infinitivo, particípio, gerúndio e supino.
Seja bem-vindo à nossa aula de hoje!
A partir deste texto introdutório, você será capaz de entender melhor os conceitos estudados nesta aula, sendo capaz de relacionar o conteúdo que será aprendido ao contexto em que está inserido.
CONJUGAÇÃO VERBAL
Nesta aula, iremos estudar a formação do sistema verbal da língua. E sabemos, por nossa própria língua, da importância capital que possui o verbo na estrutura e no funcionamento de uma sentença.
INTRODUÇÃO
infinitivo
gerúndio
gerundivo
particípio
supino
Estas formas têm dupla função: primeiramente como verbo, elas podiam também desempenhar função substantiva e/ou adjetiva e até adverbial, apresentando sistema próprio de declinação e características inerentes ao verbo. (exceto o infinitivo que é indeclinável).
O português guarda muitas características em comum com o latim. Como já é de seu conhecimento, o português derivou-se de uma forma popular de latim falado na região de Portugal, sendo uma de várias outras línguas neolatinas, como o italiano, o espanhol, o francês, o romeno, para citar as mais conhecidas.
Também o sistema verbal português guardou uma íntima relação com o latino, não sendo os dois, no entanto, perfeitamente equivalentes. Durante este curso veremos exatamente onde os dois divergem. As diferenças devem ser bem aprendidas para uma boa tradução: nem sempre a forma latina terá uma tradução fixa, principalmente no caso do subjuntivo.
I. O sistema verbal latino possui as seguintes características:
As formas verbais do latim indicam a pessoa que fala, se a primeira (eu, nós), a segunda (tu, vós) ou a terceira (ele/ela, eles/elas), sem que necessariamente postulem a presença do pronome pessoal referente para indicar qual seja. 
Assim, ao dizer em português "amas", sabe-se que se trata da segunda pessoa do singular (tu amas). 
Em latim se dá o mesmo: "amas" significa "tu amas", ou simplesmente "amas".
2. Número: 
As formas verbais latinas indicam se o sujeito é singular ou plural: 
amas (tu amas, singular); 
amatis (vós amais, plural).
3. Tempo: 
As formas verbais latinas indicam o tempo da ação: passado, presente ou futuro. Mas como existe a preocupação de se distinguir se a ação foi completada ou se está em curso no momento pedido, o latim como o português vai dividir seus tempos, passado e futuro. 
Note as diferenças: "amavi", eu amei; "amabam", eu amava; "amàveram", eu amara (ou eu havia amado).
4. Voz: 
Nas formas verbais latinas se distinguem dois tipos de voz: 
a) ativa 
Indica que o sujeito realiza a ação.
b) passiva 
Indica que o sujeito de alguma forma sofre ou recebe a ação. 
Amo = eu amo. (ativa)
Ámor= eu sou amado (passiva).
5. Modo: 
Entre as formas verbais latinas distinguem-se três modos verbais. O ‘modo’ verbal é a maneira como o sujeito concebe a ação verbal. 
1) O modo indicativo é o modo do fatual, utilizado para se fazer afirmações e perguntas.
2) O modo subjuntivo expressa ideia, intenção, desejo, potencialidade ou suposição.
3) O modo imperativo é usado em ordens ou comandos.
II. Os tempos do indicativo
O indicativo quase não apresentará problemas na tradução, e a cada um de seus tempos podemos atribuir uma forma equivalente em português.
Os tempos são:
Presente: amat
Em português, pelo presente simples: "ele ama" (e às vezes, "ele está amando").
Imperfeito:amabat
Em português, pelo pretérito imperfeito: "ele amava" (e às vezes por "ele estava amando").
Futuro: amàbit
Em português, pelo futuro do presente simples: "ele amará" (e às vezes por "ele estará amando").
Perfeito:amàvit
Em português, pelo pretérito perfeito: "ele amou" (e às vezes por "ele tem amado").
Mais-que-perfeito: amàverat
Em português, pelo pretérito mais-que-perfeito simples, "ele amara", ou pelo composto, "ele havia amado".
Futuro perfeito: amàverit.
Em português, pelo futuro do presente composto: "ele terá amado".
Dentre estes tempos, alguns serão chamados de tempos primários:
a) presente, 
b) futuro e 
c) futuro perfeito.
Outros serão chamados de tempos secundários: 
a) imperfeito, 
b) perfeito e 
c) mais-que-perfeito.
Quando o perfeito representar uma ação começada no passado e que perdura no presente (chamado de perfeito lógico), ele será considerado tempo primário. Por ora, basta saber o seguinte: o presente e os futuros são primários, e todos os passados secundários.
C. O infinitivo
As formas do indicativo são chamadas de finitas. Em latim, "finis" significa "fronteira, limite". Mas o que limita ou caracteriza as formas verbais? São formas marcadas pelas categorias de: pessoa, número, tempo, voz e modo. 
Ao contrário destas formas, o infinitivo não é limitado por pessoa, número e modo, mas por tempo e voz.
Nem sempre todo infinitivo nos textos latinos deve ser necessariamente traduzido por uma dessas formas, uma vez que existe uma construção muito importante em latim, chamada oração infinitiva, onde o significado do infinitivo depende do tempo do verbo principal. Isto será estudado mais adiante.
Uma tabela de Verbos em Latim:
	
	ATIVO
	PASSIVO
	PRESENTE
	amare
	amari
	
	amar
	ser amado
	PERFEITO
	amavisse
	amatus esse
	
	ler amado
	ter sido amado
	FUTURO
	amaturum esse
	amatum íri
	
	haver de te amar
	haver de ser amado
D. Sobre as quatro conjugações
Todos os verbos latinos pertencem a uma das quatro conjugações abaixo:
A única exceção é o verbo ser:
a) Primeira CONJUGAÇÃO
Nesta lista estão todos os verbos com o presente do infinitivo em -àre: amare, ambulare, cogitare...
b) Segunda CONJUGAÇÃO
A lista dos verbos com o presente do infinitivo em -ère: implère, perdere, vendere...
c) Terceira CONJUGAÇÃO
A lista dos verbos com o presente do infinitivo em -ere: incìpere.
D) Segunda CONJUGAÇÃO:
A lista de verbos com o presente do infinitivo em -ìre: sentìre, audire. 
Uma importante diferença entre a segunda e a terceira conjugações: na segunda, o penúltimo e é longo e, por isso, recebe o acento tônico; na terceira, o e é sempre breve e, por isso, o acento tônico recua. Como se vê, à 4ª conjugação latina pertencem os verbos cujo infinitivo apresenta terminação em IRE (longo) AUD-IRE = ouvir (pronúncia: audíre). Eis ainda outras características desta conjugação:
- a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo termina em –io (audio).
A vogal característica da conjugação é  i, que se conserva em todas as formas verbais.
- as terminações do futuro imperfeito e do presente do subjuntivo são as mesmas da 3ª conjugação.
A língua portuguesa não possui uma 4ª conjugação verbal. Por muito tempo, associou-se o verbo pôr (e seus derivados) a uma pretensa conjugação cujo infinitivo terminaria em or, segundo a ordem mesma das vogais. O latim, no entanto, desconhece terminação 
verbal em  ore, não havendo, portanto, motivo para tirar tal conclusão. O verbo  pôr, da língua portuguesa, é, na verdade, derivado de  pónere, da 3ª conjugação latina, obedecendo ao seguinte processo evolutivo: ponere > poner > poer >pôr.  Somente este verbo e seus derivados passaram por tal evolução.
E. Os tempos primitivos
Dos chamados ‘Tempos Primitivos’ derivam os demais tempos, por isso, estes são os tempos fundamentais. 
Com o seu conhecimento, todos os demais tempos podem ser formados. Por exemplo, o verbo "amar" tem os seguintes tempos primitivos: 
Amo: a primeira pessoa do singular do presente do indicativo (eu amo).
Amavi:a primeira pessoa do singular do perfeito (eu amei).
Amatum: o supino (amado).
Amare: o infinitivo presente, (amar).
Cada um destes tempos servirá de base para formação de uma série de outros tempos, cujo conjunto formará a conjugação completa do verbo. Apenas guarde que esse fato: de apenas quatro tempos os outros todos podem ser formados.
Ao utilizar seu dicionário de Latim, você deverá procurar sempre pela primeira pessoa do presente do indicativo (amo). Nunca busque em amare, como costumamos fazer em português, ao procurar o significado de um verbo pelo infinitivo em nossos dicionários!
Além disso, nas páginas dos dicionários latinos, você encontrará sempre a enunciação de seus tempos primitivos de forma abreviada:
Por exemplo: o verbo amo, -as, -avi, -atum, -are.
A partir daí, você formará amo, amas (a segunda pessoal do singular do presente do indicativo, "tu amas", embora não seja um tempo primitivo), amavi, amatum, amare. E assim com todos os outros verbos.
Infinitivo
O infinitivo latino, um substantivo verbal com esse nome por possuir traços que o identificavam simultaneamente com o verbo e com o substantivo. Como verbo, representava além de um sujeito, a noção de tempo e voz. Esta forma antiga possuía duas formas distintas:
a) Seu sujeito era o mesmo do verbo principal, ao qual ele se ligava, na condição de objeto direto, ou o próprio acusativo da forma verbal regente. 
No primeiro caso, construía-se o infinitivo com verbos do tipo possum, debeo, queo, scio, disco, coepi, incipio, soleo, assuesco, uolo, nolo, malo, cupio, desidero, metuo, dubito, statuo, gaudeo, postulo, studeo, laboro, festino, propero, persevero, mitto, abstineo, etc.
b) No segundo, o infinitivo integrava uma oração subordinada substantiva infinitiva, na qual dependia de verbos que tinham como complemento um acusativo que lhe servia de sujeito, idêntico ou não ao da proposição principal.
Lembrando: O que é uma oração subordinada substantiva infinitiva?
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
No período composto por subordinação, sempre aparecem dois tipos de oração: oração principal e oração subordinada.
O Período
“Todos esperam sua volta”
É um período simples, pois apresenta uma única oração, ou seja, um único verbo. Nele podemos identificar: Todos (sujeito) esperam (v.t.direto) sua volta (obj.direto)
Se transformarmos o período simples em um período composto, teremos: Todos esperam que você volte.
1ª oração: Todos esperam
2ª oração: que você volte
Nesse período, a primeira oração apresenta o sujeito “todos” e o verbo transitivo direto “esperam”, mas não apresenta o objeto direto de “esperam”. Por isso, a segunda oração é que tem que funcionar como objeto direto do verbo da primeira oração.
Concluimos, então, que: a primeira oração não exerce, no período, nenhuma função sintática. Por esse motivo ela é chamada de oração principal. A segunda oração depende da primeira, serve de termo (objeto direto) e completa-lhe o sentido. Por esse motivo, a segunda oração é chamada de oração subordinada.
Resumindo: oração principal é o tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e tem associada a si uma oração subordinada. Oração subordinada é toda oração que se associa a uma oração principal e exerce uma função sintática (sujeito, objeto, etc) em relação à oração principal.
As orações subordinadas classificam-se em: 
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
São aquelas orações subordinadas que exercem as funções de: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto.
Exemplos:
“Insinuo nada conhecer.” “Pediu que se fizesse silêncio.”
Lembre-se: as orações subordinadas substantivas podem ser de seis espécies:
1) SUBJETIVAS: são aquelas que exercem a função de sujeito em relação a outra oração. Exemplo: “importa estudar continuamente”, “sabe-se que a situação ainda vai ficar pior”, “convém que não saias da classe”.
Facilita encontrar o sujeito de uma oração interrogar o verbo da oração: importa o quê?; o que se sabe?; o que convém?
2) OBJETIVAS DIRETAS: são aquelas que exercem afunção de objeto direto de outra oração. Ex: “informamos que os alunos sairão pela porta dos fundos”; “Amaral não sabia como realizar o sorteio.”; “Responda se conhece o novo time do Flamengo.”
Observa-se que: o objeto direto é identificado da seguinte maneira: quem confia, confia em alguma coisa; quem sabe, sabe de alguma coisa; quem espera, espera alguma coisa; e assim por diante.
Obs: as locuções tenho medo, estou com esperança e sou de opinião ou ele é de opinião têm força transitiva direta, isto é, são equivalentes a verbos transitivos diretos: temer, esperar, opinar...Se estas expressões vierem acompanhadas da preposição “de” antes da conjunção “que”, as orações já não serão objetivos diretos, mas complementivos nominais. Exemplo:
Tenho medo DE que ele não resista ao interrogatório.
3) OBJETIVAS INDIRETAS: são aquelas que exercem a função de objeto indireto de outra oração, isto é, ligam-se à oração principal mediante preposição. Exemplos:
Preciso de rever todas as provas
Claudia não gostou das provocações e insinuações
A identificação do objeto indireto é realizada mediante o seguinte procedimento: quem precisa, precisa de alguma coisa; quem gosta, gosta de alguma coisa; quem obedece, obedece a alguma coisa, e assim por diante.
4) COMPLETIVAS NOMINAIS: são aquelas que completam o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Exemplos:
Ivo tinha esquecido de que sua proposta não agradara
Alencar estava esperançoso de que tudo se resolveria
Assim como alguns verbos exigem objeto que lhes complete o sentido, há algumas palavras que necessitam de outras para completar o seu sentido. Assim, pode-se perguntar: acordo de quê?; esperançoso de quê?; opinião de quê?
A resposta a estas perguntas constitui o complemento nominal.
5) PREDICATIVAS: são aquelas que funcionam como predicativo do sujeito. Exemplos:
O bom é que você não desconfia nunca
O mal é você ficar de braços cruzados
O certo é que Sérgio não se casará
Não se deve confundir oração predicativa com oração subjetiva. Exemplos:
É CERTO QUE Vasco não ganhará do Flamengo – subjetiva
O CERTO É QUE o Vasco não ganhará do Flamengo – predicativa
6) APOSITIVAS: são aquelas que funcionam como aposto. Exemplos:
Sua instrução foi única: estudar sempre.
Pedi-lhe um favor: que me chamasse às sete horas
As orações apositivas, vem, geralmente acompanhadas de dois pontos ou ponto e vírgula exemplificando um ou vários termos expressos na oração.
E não se esqueça: a palavra ORAÇÃO, tem o mesmo significado da palavra VERBO!
Agora veremos alguns exemplos do que foi estudado.
Exemplo:
continuo meum cor coepit in pectus 
emicare = imediatamente meu coração começou a saltar em (meu) peito.
uolo facere  = “desejo fazer”, 
nunc domum properare propero = agora me apresso em voltar correndo para casa. 
bona publicari iubet  = ordena que os bens sejam confiscados. 
cupio me esse clementem = desejo ser eu clemente.
Em nossa língua, depois dos verbos sensitivos “ver”, “ouvir”, “sentir” e causativos “fazer”, “mandar”, “deixar”, com os quais o infinitivo não forma locução verbal.
Vejamos alguns exemplos nas obras de Machado de Assis: 
a) “vi assomar, à distância, uma mulher esplêndida” (Brás Cubas, L), 
b) “Virgília deixou-se estar de pé” (idem, VI), “o cocheiro fez parar o cavalo” (Quincas Borba, LXXXVI), 
c) “fez-me aprender em casa primeiras letras, latim e doutrina” (Dom Casmurro, XI).
Esta estrutura latina do infinitivo que funciona como complemento direto de verbos de possibilidade, obrigação, conhecimento, vontade, temor, passou ao português. No entanto, nossos gramáticos veem aí um caso de locução verbal. (=o infinitivo é considerado verbo principal e não objeto direto do verbo auxiliar), tido, em latim, como regente.
Exemplos:
Não posso sair amanhã. 
Devo partir hoje.
Ele não sabe estudar sozinho.Quero viajar.
Desejo sair.
Temo de sair à noite.
Em outros contextos, o infinitivo podia ter um sujeito. Isso ocorria nas situações em que ele era usado com valor histórico, jussivo (= adj. “Diz-se das proposições que exprimem ordem ou comando”) e exclamativo.
Exemplos: 
tum mater orare, hortari, iubere, quoquo modo fugerem = então (minha) mãe pedia, exortava, mandava-me que eu fugisse de qualquer modo.
tu socios adhiberesacris = reúne tu os companheiros para os sacrifícios.
mene incepto desistere uictam! = eu desistir vencida do começado!
O Jussivo:
Ocorre principalmente em ordens militares: “apontar, atirar, fogo!”, formar! - ordenou o comandante
O histórico, em narrativas: “o pai nos cabarés, gastando com prostitutas. A mãe a fenecer em casa, a ouvir e a obedecer” (Jorge Amado, apud Cunha & Cintra, 1997:474); 
O exclamativo, nas exclamações: “eu trair!” (Garret, Catão, 17), “ela aturar crianças!” (Castilho, As sabichonas, 33).
As categorias de tempo e voz, como verbo, possuíam o infinitivo sendo, nesse particular, dividido em três modalidades: presente, perfeito e futuro, empregados com sentido ativo ou passivo. Como substantivo, podia o infinitivo desempenhar, dentre outras funções, o papel de sujeito, objeto direto e predicativo, casos em que equivalia a um nominativo ou acusativo.
E mais: era possível ser construído, à semelhança do substantivo, com adjetivos determinativos e qualificativos, na qualidade de núcleo do sujeito ou do predicado. Tais empregos do infinitivo podem ser observados nos seguintes trechos:
Exemplo:
Vivere est cogitare = viver é pensar.
Hic vereri perdidit = ele perdeu o respeito.
Meque hoc ipsum nihil agere delectat = e este próprio fazer nada me deleita.
meum intellegere nulla pecuniauendo = não vendo meu saber por nenhum dinheiro.
O valor nominal do infinitivo, na condição de sujeito, é ainda freqüente nas construções em que ele vem subordinado a verbos impessoais e expressões impessoais: oratorem irasci minime decet [Cie, Tusc, 4, 54) "de modo algum, convém ao orador irar-se", míhi necesse est ire (PI., Amph., 501) "para mim, é necessário partir".
Todos esses usos do infinitivo latino, com valor de substantivo, foram herdados pela língua portuguesa. Dão-nos testemunho desse fato frases como: "comer é bom", "viver é lutar", "não ignoro o saber dos filósofos", "meu pesar é grande", "o próprio sofrer o 
incomoda", "quero levar aos alunos meu saber", "convém estudar", "é necessário partir". O infinitivo podia igualmente ser usado com significação de finalidade. Em português, a herança do infinitivo de finalidade sobrevive também em locuções formadas com verbos de movimento ou fossilizadas.
Exemplo: 
1. Pedro veio conhecer o Rio de Janeiro.
2. A avó deu de beber e comer à neta.
No primeiro exemplo, o valor de finalidade torna-se mais enfático se acrescentarmos a preposição “para”, marcador sintático usado frequentemente para indicar fim: Pedro veio para conhecer o Rio de Janeiro.
Gerúndio
O gerúndio é caracterizado morfologicamente pelo sufixo -nd-.
Era um substantivo verbal neutro, ativo. Este possuía apenas as terminações de acusativo, ablativo, dativo e genitivo singular, para as quatro conjugações latinas. Com as características dos nomes neutros da segunda declinação.
Eis a sua declinação:
acus. laudandum, abl. laudando, dat. laudando, gen. laudandi (1ª conj.)
acus. docendum, abl. docendo, dat. docendo, gen. docendi (2ª conj.)
acus. regendum, abl. regendo, dat. regendo, gen. regendi (3ª conj.)
acus. capiendum, abl. capiendo, dat. capiendo, gen. capiendi (3ª conj.)
acus. audiendum, abl. audiendo, dat. audiendo, gen. audiendi (4ª conj.)
O gerúndio caracterizava-se por sua natureza anfíbia: uma voltada para o nome e, outra, para o verbo. 
O antigo gerúndio latino foi a única forma preservada em português e equivale ao ablativo sem preposição.
Porém, mais amplo que sua matriz latina, o gerúndio português pode expressar ideia de causa, concessão, condição, consequência, finalidade e tempo. Nossa literatura é rica em bons exemplos:
“Custódio interrompeu-o, batendo uma palmada no joelho” (Machado de Assis, “O empréstimo”, Papéis avulsos). 
“Passava os dias no quarto, chorando” (Machado de Assis, Memórias de Aires, 10/2/1888).
“Temendo não vencer a resistência da moça, dava-me por incapaz de amar” (idem, 25/1/1888).
“Não indo Aguiar, quem há de cuidar dele?” (Machado de Assis, Idem, 26/5/1889).
“Rita escreveu-me pedindo informações de um leiloeiro” (Machado de Assis, idem, 18/5/1888).
“falando ou calando, tinha intervalos de melancolia” (Machado de Assis, idem, 22/5/1888).
“minha mulher, embora querendo simular descontentamento, não pôde deixar de sorrir” (Carlos Drummond de Andrade, Contos de aprendiz, p. 17). 
“os ventos brandamente respiravam, das naus as velas côncavas inchando” (Camões, Lusíadas, I, 19).
Gerundivo
O gerundivo, mesmo sendo marcado do mesmo modo pelo sufixo nd-, era, ao contrário do gerúndio, um adjetivo verbal, de valor passivo, terminado em -us, -a, -um. Declinava-se, portanto, como qualquer adjetivo de primeira classe, em todos os casos do singular e plural, concordando sempre em gênero e número com seu complemento, que, por sua vez, harmonizava-se com ele em caso.
Este possuía um importante papel na sintaxe latina: o de substituir o gerúndio, quando este deveria vir no dativo, acusativo ou ablativo regido de preposição e acompanhado de objeto direto. 
Contudo, o gerundivo não legou ao português nenhum traço de sua antiga acepção verbal. Herdou-se apenas seu valor nominal, representado em nossa língua por substantivos (oferenda, propaganda, agenda, etc.) e adjetivos (nefando, venerando, moribundo, etc.).
Coutinho (1969:276) menciona a criação em português de formas terminadas em -ndo, com valor de substantivo verbal, numa série de palavras cultas: “educando”, “graduando”, “doutorando”.
Agora vamos estudar um pouco de Particípio:
Particípio
O particípio latino era também uma forma ambivalente, que participava a um só tempo da natureza do verbo e do adjetivo. Sua natureza verbal residia no fato de poder, à semelhança do verbo, exprimir ações, possuir tempos e vozes e admitir complementos, ao passo que, enquanto adjetivo, sofria flexão de gênero, número, caso e grau. Este último fato ocorre nos dois sintagmas nominais seguintes: amantissimi fratres e dessideratissima nomina. O particípio expressa tempo: particípios presente, passado e futuro.
Vamos conhecer os particípios:
Presente - Caracterizava-se pelo sufixo -nt- como um adjetivo de segunda classe uniforme, declinava-se como prudens (= a terceira declinação).
Passado - O particípio passado, declinando-se em tus e -tum, pela segunda, e os terminados em -ta, pela primeira.
Futuro - O particípio futuro com as formas ativas (urus, -ura, -urum) e passivas (ndus, -nda, -ndum) seguindo, portanto, uma e outra, como o particípio passado, os adjetivos de primeira classe.
Todas essas formas do particípio eram usadas com valor atributivo ou predicativo, isto é, ora vinham determinando um substantivo, no papel de adjunto adnominal, ora, mais comumente, complementando ou qualificando um nome, em função predicativa, formulando-se, por isso, em nominativo ou acusativo.
A formação da passiva dos tempos compostos em português, com dois particípios do tipo “Pedro tem sido elogiado por todos” e “a lição havia sido estudada pelo aluno”, não é uma herança da sintaxe clássica latina, mas é o resultado da conversão para a passiva de perífrases ativas: todos têm elogiado Pedro, o aluno havia estudado a lição, presentes no latim arcaico e clássico, e predominantes no latim vulgar.
Esse duplo papel do antigo particípio presente foi assumido no português pelo gerúndio, em emprego atributivo ou predicativo. Exemplo: água fervendo e vi a flautista tocando.
O particípio futuro ativo, com função atributiva, de adjunto adnominal, sobrevive, em nosso idioma: dias vindouros ou ação futura.Supino
O supino, com sufixo em to ou -so, foi a única forma verbo-nominal latina que se perdeu completamente em português.
Agora é com você! Coloque em prática o que foi estudado:
1. A qual sentença corresponde a análise correta da forma verbal 'AMAT'?
(X) Presente, Indicativo, Ativo, AMARE.
( ) Presente, Indicativo, Passivo, AMARE.
( ) Futuro, Indicativo, Ativo, AMARE.
( ) Futuro, Indicativo, Passivo, AMARE.
2.Indique nas opções abaixo a análise correta da forma verbal "AMABAT":
(X) Imperfeito, Indicativo, Ativo, AMARE.
( ) Imperfeito, Subjuntivo, Ativo, AMARE.
( ) Perfeito, Indicativo, Ativo, AMARE.
( ) Perfeito, Subjuntivo, Passivo, AMARE.
3. O sistema verbal latino possui as seguintes características. Indique a sentença correta:
(X) Pessoa, Número, Tempo, Voz, Modo.
( ) Declinações, Pessoa, Número, Voz.
( ) Pessoa, Número, Tempo, Gênero.
( ) Declinações, Pessoa, Número, Modo.

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