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ARTIGO 302ao305 PENAL-aulas- Octavio Serra Negra

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AULA 06/11/2015
ART. 302, CP - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
        Pena - detenção, de um mês a um ano.
        Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.
- Nomen Iuris: Falsidade de atestado médico
Esse art. Diz respeito a produção do documento, o art. 304 diz respeito ao uso. O legislador pune separadamente, temos delitos distintos, um delito relacionado a produção 297, 302 e outro que diz respeito ao uso. Não necessariamente quem produziu é a mesma pessoa que usou. No que tange ao 302 normalmente quem faz não é quem usa. Se o indivíduo só usa é o 304, vamos analisar. O 302 é um crime próprio. 
Ai voltamos lá pro sujeito ativo, o tipo penal diz dar o médico, é o médico que realiza esta conduta, ele pratica o delito, não outra pessoa. O sujeito passivo é o Estado porque é um crime contra a fé pública.
- Sujeitos:
Ativo- médico
Passivo- o Estado
- Tipicidade:
*núcleo:
*sujeito ativo: é o médico que realiza esta conduta, ele pratica o delito, não outra pessoa.
*atestado falso: 
O tipo penal prossegue dizendo: Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
O atestado falso significa o que: que o conteúdo daquele atestado não traz informações que condizem com as verdades dos fatos. Então ... o médico estaria declarando que a pessoa estaria impossibilitada do exercício das suas atividades x, y ou z, em razão de uma doença que não tem, e consequentemente não precisaria ficar afastada pelo período que consta registrado naquele atestado.
Esse crime faz parte do nosso dia a dia. 
- Consumação: com a conduta. Com o fornecimento do atestado, independentemente do uso posterior ou não. Quando o médico dá o atestado esta consumado o delito.
- Tentativa: possível. A partir do momento que ele tanta fornecer o documento e por circunstancias alheias a sua vontade não consegue.
- Ação Penal: pública incondicionada.
Art. 303, CP- revogado pela Lei 6538/78
Foi revogado tacitamente.
Existe a revogação tácita, a expressa, a ab-rogação e a derrogação.
Revogação expressa é quando a nova lei expressamente determina que a lei anterior foi eliminada pelo nosso ordenamento jurídico. Quando a revogação é expressa é uma maravilha porque você abre o código penal e esta lá o número do artigo e está escrito: revogado pela lei tal. O texto do artigo desaparece. O problema é quando a revogação é tácita. Na revogação tácita a nova lei dispõe ou de forma diversa. Exemplo: a lei antiga diz sim e a lei nova diz não. Completamente diverso. Então a lei nova revogou a anterior, ou quando a lei nova dispõe sobre tudo da lei anterior e apresenta algumas novidades. Então a lei nova tacitamente revogou a lei anterior. Este é o caso do art. 303, ele foi revogado tacitamente. Então quando você se depara com o 303 você pensa: ele ainda esta vigendo porque esta aqui o texto do 303, mas não é mais, é a lei que esta na lousa, que está no art. 39 da Lei 6538/78.
Art. 304, CP – Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
        Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
- Nomen Iuris: Uso de documento falso
Se o indivíduo usou, da falsificação de documento público 297 a falsificação de atestado médico, quem usa responde pelo 304.
Falso
O art. 304 trata do delito denominado uso de documento falso, ele pune o indivíduo que usa o documento falso.
No que tange ao 304 você não analisa a priori se o indivíduo falsificou ou não. A análise a priori é a do uso. 
Mas existe a possibilidade que não é normal, mas existe a possibilidade do indivíduo que produz o documento é também o mesmo que usa o documento. 
A questão que surge é: como se dará a responsabilização penal nessa situação, se você tem o falso e o uso pela mesma pessoa? Então se você falsifica um atestado médico, é falsificação de documento particular. O teu médico do plano de saúde, você falsificou um atestado dele, porque um dia você foi lá no consultório e afanou dele um talonário do médico, e você falsifica aquele documento. Você vai responder pelo falso e depois você usa aquele documento! 
Você vai responder por qual ou pelos dois? A responsabilização se dá somente pelo falso. O uso é absorvido, é aplicado o que se chama princípio da consunção na modalidade post factum impunível. O post seria o uso. E porque que seria post factum impunível ? Porque o uso é mero exaurimento. A pena dos dois é a mesma, você responde pelo uso com a mesma pena do falso cometido. Então você falsificou um documento público, a pena será da falsificação, 2 a 6 anos. Você não tem aquele problema de pena maior e pena menor em primeiro lugar. Segundo, você falsificou para usar, isso significa, que o uso é mero exaurimento da conduta inicial, por isso é post factum impunível, por isso que é absorvido o uso e não o contrário. O princípio da consunção pode ser aplicado aqui e não existe discussão doutrinária e nem jurisprudencial, porque é o mesmo bem jurídico. Na aula passada, o caso do estelionato, uma das posições diz não pode ter p. da consunção porque era a posição que eu abraçava, porque eram bem jurídicos distintos, mas aqui não, aqui é perfeito. Princípio da consunção – mesmo bem jurídico. Este crime posterior é um mero exaurimento deste, logo é por este que responde. 
Pena
No que tange a pena: a cominada à falsificação ou à alteração. Isso significa que, a pena de falsificação de documento público é diferente da pena de falsificação de documento particular. Se você usar documento público falso dolosamente sabendo que o documento é falso, a pena será do 297. Se você usou documento particular falso a pena será do 298. Você usou atestado falso médico, é a pena do 302. Então a pena pelo uso está atrelada ao falso cometido. Se é falsificação de documento público, falsificação de atestado médio e assim por diante. Dependendo o tipo de falso teremos a pena relacionada ao uso. 
- Sujeitos:
Ativo- qualquer pessoa 
Passivo- o Estado
- Tipicidade: 
*núcleo: fazer
E o porte?
 o tipo diz: Fazer uso, é o núcleo, significa que é a efetiva utilização, e a utilização do documento se dá mediante a apresentação do mesmo. Ex.: rapaz foi preso, e ele disse que estava com o nome negativado e pra facilitar o procedimento eu resolvi comprar um documento falso. No dia que eu fui buscar o documento que eu encomendei, eu recebi o documento e minutos depois eu fui abordado por 2 policiais civis, eles pediram para eu me identificar, eu apresentei o documento falso ao policial. Ele foi preso em flagrante delito por uso de documento falso.
A questão que surge é: o que ele deveria ter feito? – o RG não é um documento de uso obrigatório. O CPF também não. O que nós somos obrigados a fazer e nos identificarmos a uma autoridade quando ela solicita que você se identifique. Então o policial te para e vai te pedir pra você se identificar. Obvio que ele vai pedir documento. Mas o documento nada mais é do que a comprovação da identificação. Só que a lei não determina que você deva portar o RG, o que a lei determina é que você para uma autoridade quando solicitado deva se identificar. Então o policial te para, o que o rapaz deveria ter feito? – identifique-se! – Meu nome é tal, moro na rua tal, profissão tal, o senhor deseja saber mais alguma coisa? O policial poderia perguntar: mas você não tem nenhum documento pra comprovar isso? – a resposta dele deveria ser não. O policial é obvio, poderia leva-lo até o distrito policial pra saber se essa informação é verdadeira ou não. Mas parou nisso. O que nós não podemos fazer é nos recusarmos a nos identificarmos, porque isso deprecia uma contravenção penal. Então se o policial pede pra você se identificar e você se nega, isso é contravenção penal.
A apresentação do documento não é obrigatória. E não é obrigatória porque só existe um documento que o porte é obrigatório, que é a CNH quando na condução de veículo automotor. Qualquer outro documento o porte não é obrigatório. Se o porte não é obrigatório você não tema obrigatoriedade de apresenta-lo quando solicitado. Já a CNH o porte é obrigatório, portanto, se é solicitada a CNH pra você e você não apresenta a CNH que esta com você, o porte é considerado uso. Então vamos supor que numa revista seja retirada a CNH e a CNH é falsa, o porte é considerado uso, só da CNH na condução de veículo automotor. A CNH tem o RG e CPF, se você estiver usando a CNH como RG, ela é RG, não é CNH. No momento que você está caminhando na rua ela é um RG.
Exibição espontânea ou mediante requerimento de autoridade
A jurisprudência discute esta apresentação.
Veja bem, como ele mostrou a documentação em razão de uma requisição efetuada por uma autoridade pública, existe divergência jurisprudencial. 
Existe posicionamento no sentido de como ele não apresentou de forma espontânea, não haveria responsabilização penal.
Mas existe entendimento jurisprudencial que dispõe que independe disto, o fato de ter sido solicitado por uma autoridade policial ou não, não afasta a responsabilização penal. Este posicionamento é majoritário. 
O posicionamento minoritário é aquele que diz que a requisição por parte de uma autoridade policial afasta a responsabilização penal. O minoritário diz que a apresentação tem que ser espontânea para que configure o delito, mas isso é minoritário. 
O RG é um documento de porte que não é obrigatório, você só terá o uso efetivo dele com a apresentação. Não apresentou, e ele está no seu bolso, você não usou. O porte do RG não é uso. O único porte que é uso é da CNH na condução de veículo automotor. 
- Consumação: com a utilização efetiva. 
Com o uso do documento, ou seja, com a apresentação.
- Tentativa: impossível.
Porque ou a pessoa apresenta e nós temos o crime ou ela não apresenta e não há o crime.
- Ação Penal: Pública Incondicionada.
Art. 305, CP – Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
        Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.
Exemplo: o cara parou seu carro no local onde tem a zona, como ele só ia deixar um documento na portaria do prédio, ele não colocou a folhinha de zona azul, ligou o pisca alerta e caminhou até o prédio, a portaria do prédio ficava logo depois da esquina, ele foi caminhando, quando ele chegou na esquina ele olhou pra traz e viu que tinha um guardinha com um talonário na mão, ele voltou correndo, se volta ao policial e diz que só ia entregar o doc. na portaria que era rapidinho, por favor não me multa. O marronzinho diz que a multa já foi lavrada. O cara pegou o talonário e saiu correndo. Ele suprimiu um documento público.
O objeto material do delito: Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
Exemplo de documento particular: em um carnaval teve a apuração e uma pessoa sobe onde estavam os jurados e pegou as cédulas de votação e saiu rasgando. Isso é 305 e o documento é particular. 
- Nomen Iuris: Supressão de documento
- Sujeitos:
Ativo- qualquer pessoa
Passivo- o Estado
- Tipicidade:
*núcleos: crime de ação múltipla
Destruir = é destroçar, a coisa deixa de existir na sua essência. Ex.: coloca fogo na coisa.
Ocultar = é esconder.
Suprimir = é o fazer desaparecer sem que haja destruição ou ocultação.
Então suprimir é tudo aquilo que não é destruir ou ocultar. 
Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem...
Os exemplos mostram as duas situações de benefício. No caso da multa era em benefício próprio, no caso da votação do carnaval era em beneficio alheio.
...ou em prejuízo alheio...
No caso da votação também poderia ser benefício de um e prejuízo de outro. 
*objeto material
original ou autentico, mas em relação ao último.
...documento público ou particular verdadeiro...
Não há que se falar em responsabilização pelo 305 se o documento é falso. O documento seja ele público ou particular tem que ter a natureza, ele tem que ser verdadeiro. 
Agora, este documento ele pode ser o original ou documento autenticado.
Se o documento é original, puro e simples não tem muito comentário a fazer. Mas pode ser o documento autenticada, mas desde que este documento autenticado não tenha cópias. Porque se tiver cópias a fé pública não foi atingida, porque você tem como obter informação sobre aquele documento através de uma outra cópia.
A supressão de documento que é a destruição, etc, ela se opera se o documento é original, porque você destruiu o documento original, você não tem mais o documento. Também pode recair sobre a cópia autenticada, mas desde que você não tenha uma outra cópia autenticada, desde que você não tenha o original daquela cópia. Você só tem a cópia! Ai sim é que teria a relevância. Caso contrário, se existem a cópia ou a original, não tem relevância porque não se atingiria a fé pública, que é o bem jurídico tutelado. 
Pena:
Se o documento é público – pena de 2 a 6 anos.
Se o documento é particular - a pena é de 1 a 5 anos.
- Consumação: com a conduta. De destruir, ocultar ou suprimir.
São crimes formais, independe do resultado. 
No exemplo do carnaval, o cara destruiu as cédulas de votação, aquilo não trouxe o resultado desejado por parte daquele que destruiu porque a votação se operou da mesma forma.
 
- Tentativa: possível
- Ação Penal: Pública Incondicionada.

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