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DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II MATERIAIS E FERRAMENTAS DE CORTE Prof. Elcio Almeida elcio2005@oi.com.br Este material didático foi elaborado com o suporte do Prof. Ulisses Borges Souto, Dr. Eng. Prof. Maria Adrina Paixão de Souza da Silva, Dra. Eng. 2 Evolução: 50 mil anos atrás (Paleolítico – Pedra Lascada): Emprego de ferramentas de pedra com gumes afiados por lascamento, adaptando a geometria de corte à tarefa a ser realizada DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 3 Evolução: •50 mil anos atrás – Pedras •1868 – Aço Ferramenta •1900 – Aço Rápido •1922 – Ligas Fundidas •1926 – Metal Duro (Widia – de wie Diamant “como o diamante”) •1930 – Metal Duro mais complexos •1938 – Cerâmicas •1939 – Aços Super-Rápidos •Década de 1950 – Nitreto de boro cúbico •Década de 1970 – Diamante mono e policristalino DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 4 A lista refere-se à materiais para ferramenta de corte, seqüenciada s de acordo com a ordem crescente que foram surgindo. A medida que se desce na lista, a dureza aumenta e tenacidade diminui. MATERIAIS DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 5 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA FERRAMENTAS Segundo a ordem cronológica em que foram desenvolvidos podemos agrupar, de modo geral, os materiais para ferramenta da seguinte maneira: 1 - Aços-carbono (aço-ferramenta), sem elementos de liga ou com baixos teores de liga; 2 - Aços rápidos; 3 - Ligas fundidas; 4 - Metal duro; 5 - Materiais cerâmicos; 6 - Outros materiais para ferramentas. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA FERRAMENTAS DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA FERRAMENTAS Variação da dureza de alguns materiais de ferramentas de corte com a temperatura DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 8 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS PARA FERRAMENTAS Agora para a escolha do melhor material para ser utilizado em uma ferramenta de corte depende de uma série de fatores, dentre eles: • Material a ser usinado; • Natureza da operação de usinagem; • Condição da máquina operatriz; • Forma e dimensões da própria ferramenta; • Custo do material para a ferramenta; • Emprego de refrigeração ou lubrificantes etc. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 9 Aço-Ferramenta De acordo com a classificação AISI (American Iron and Steel Institute), os aços ferramenta podem ser classificados (“W” de water hardening): DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta O carbono é o elemento mais importante, sob o ponto de vista do controle das propriedades do aço. Os dados apresentados a seguir indicam os valores relativos de tenacidade e dureza para diferentes teores de carbono. 0,50% C – simplesmente tenaz; 0,60% C – muito tenaz, com características adequadas para têmpera e revenido; resistente ao choque; 0,70% C – tenacidade excelente e apresentando ainda gume cortante; resistente ao choque; 0,80% C – tenaz e resistente ao choque; 0,90% C – gume cortante satisfatório, mas tenacidade ainda sendo um fator importante; 1,00% C – gume cortante e tenacidade aproximadamente idênticos; 1,20% C – grande dureza aliada a certa tenacidade; 1,30% C – grande dureza no gume cortante; a tenacidade é fator secundário 1,40% C – o primeiro requisito é a máxima dureza no gume cortante. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta Outros elementos de liga presentes nos aços ferramenta atuam da seguinte maneira: Silício – normalmente presente como elemento desoxidante; qualquer outro efeito aparece somente se seu teor ultrapassar 0,50% Manganês – influência na temperabilidade mais fortemente que o silício, entretanto essa influência é relativamente pequena, em face do teor normalmente baixo em que o manganês está presente nesses aços; DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta Enxofre e fósforo - aparecem nesses aços em teores geralmente abaixo de 0,03%, resultando em efeito insignificante sobre as propriedades do material; Vanádio - adicionado até no máximo 0,50%, apresenta como principal efeito o de impedir o crescimento de grão do aço, devido ao fato de formar carboneto de vanádio muito estável, o qual não se dissolve na austenita às temperaturas normais de tratamento térmico. Cromo – contribui para melhorar a temperabilidade do aço, sendo portanto indicado para aplicações em que as peças produzidas sejam de dimensões acima das normais, e também a presença de cromo impede a formação de pontos moles em peças de quaisquer dimensões. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Classificação dos aços para ferramentas e matrizes (AISI-SAE) •Aços temperáveis em água (W); •Aços resistentes ao choque (S); •Aços ferramenta para moldes (P); •Aços ferramenta para trabalho a frio (O, A, D); •Aços ferramenta para trabalho a quente (H); •Aços rápidos (T e M). DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aço-Ferramenta Áreas de aplicação dos aços-ferramentas -Materiais de baixa velocidade de corte (Vc) -Usinagem de aços doces com Vc < 25m/min -Brocas para uso doméstico - Ferramentas para carpintaria DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos -Principais elementos constituintes (W, Mo, Co, V), elementos que conferem alta tenacidade às ferramentas. -Dureza de 60 a 67 HRC -Resistem a temperatura de até aproximadamente 520 a 600°C - Clássico 18 (%W) - 4 (%Cr) – 1 (%V) - Aço super rápido adição de Co - Tratamento térmico complexo - preço elevado Características DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos – Composição química usual (5 a 7% formam carbonetos): 0,6 a 1,6% C 4% Cr 7 a 10% W 85 a 89% Fe 4 a 5% Mo 0,9 a 3% V – Designação: HS + % W - Mo - V - Co (ex.: HS 10-4-3-10). Características DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos Subdivisão em 4 grupos, segundo o teor de W e Mo Características DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 22 Aços-Rápidos – Grupo 1 ● alto teor de W (até 18%) ● bom revenimento ● empregado para desbaste de aço e ferro fundido – Grupo 2 ● teores de W de até 12% ● crescente teor de V ● revenimento um pouco pior que grupo 1 ● empregado para acabamento de materiais ferrosos e na usinagem de materiais não-ferrosos ● para ferramentas com forma complexa (boa maleabilidade e tenacidade) – Grupos 3 e 4 ● W + Mo (Mo substitui W) ● possui tenacidade muito boa ● empregado para todos tipos de ferramentas Características DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 23 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos – Aumento no teor de elementos de liga: ● Maior produtividade destes materiais; ● Aumento na resistência ao desgaste; ● Aumento na vida das ferramenta; ● Porém torna-se mais difícil a fabricação deste material; ● Maiores custos de produção Influência dos Elementos de Liga DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos ● Tungstênio (W) – formador de carbonetos – melhora revenimento – melhora resistência ao Desgaste ● Vanádio (V) – Formador de carbonetos – melhora resistência ao desgaste (resist. aquente) – usado para acabamento Influência dos Elementos de Liga ● Molibdênio (Mo) – melhora temperabilidade – melhora tenacidade – substitui W ● Cobalto (Co) – eleva temperatura de sensibilização a quente – melhora dureza a quente – melhor solubilidade de carbonetos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos ➔ Aço-rápido com revestimento (TiC, TiN): ● Menor atrito; ● Redução no desgaste; ● Maior estabilidade química; ● Proteção térmica do substrato DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Aços-Rápidos Dureza a quente – capacidade de resistir ao amolecimento a temperaturas elevadas; Resistência ao desgaste – capacidade da seção da ferramenta que está em contato com a peça sob usinagem de suportar a abrasão a que está submetida; Tenacidade - adequada combinação de resistência mecânica e ductilidade do material da ferramenta Propriedades dos aços-rápidos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 28 Aços-Rápidos Propriedades dos aços-rápidos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 29 Aços-Rápidos Propriedades dos aços-rápidos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 30 Aços-Rápidos -Alargadores -Fresas de todos os tipos -Ferramentas de plainar -Escareadores -Ferramentas para trabalho a frio -Ferramentas para trabalho em madeira - outras. Áreas de aplicação dos aços-rápidos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Ligas Fundidas para Ferramentas -Composição típica: ➔ 3% Fe ➔ 17% W ➔ 33% Cr ➔ 44% Co - Resistem a temperatura entre aproximadamente 700 a 800°C - W → Mn, Mo, V, Ti e Ta - Tratamento térmico complexo - Preço elevado - Características - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 32 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Ligas Fundidas para Ferramentas - Características - 33 Ligas Fundidas para Ferramentas Stellite Tantung Rexalloy Chromalloy - Nomes comerciais - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Ligas Fundidas para Ferramentas -Raro em ferramentas para usinagem de geometria definida - Material para abrasivos - Isoladores térmicos, isoladores elétricos - Fundição de materiais cerâmicos - outros - Áreas de Aplicação das Ligas Fundidas - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Metal Duro (Widia) Desenvolvimento 1926 – Leipzig Material de ferramenta mais utilizado na indústria Indústria automobilística consome cerca de 50% das ferramentas de metal duro produzidas no mundo Resistem a temperatura de até aproximadamente 1000°C (mesma dureza que o aço rápido à temperatura ambiente) Maiores Vc (velocidades de corte) com relação as ligas fundidas, aços rápidos e aços ferramenta - Aumento na vida útil das ferramentas na ordem de 200 a 400% DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 36 Metal Duro (Widia) DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 37 Metal Duro (Widia) Composição típica: 81% W, 6% C e 13% Co – (WC-Co) ● Algumas razões do sucesso deste material: – Grande variedade de tipos de metal duro (adição de elementos deliga); – Propriedades adequadas às solicitações em diferentes condições – Possibilidade de utilização de insertos intercambiáveis – Estrutura homogênea (processo de fabricação) – Dureza elevada; – Resistência à compressão; – Resistência ao desgaste a quente. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 38 Metal Duro (Widia) -Boa distribuição da estrutura -Boa resistência à compressão -Boa resistência ao desgaste a quente -Possibilidade de se obter propriedades específicas -A princípio utilizado para a usinagem de materiais fundidos -Anos 70 (seculo XX)- surgimento de metais duros revestidos - Primeiros Cermets® (metais duros à base de TiC) – elevadas velocidades de corte - 1973 - Japão - Características - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 39 Metal Duro (Widia) Metais duro à base de TiC-TiN-Co, Ni ● Grande dureza, baixa tendência à difusão e à adesão, boa resistência a quente ● Apropriados para o acabamento de aços (torneamento e fresamento) - Cermets - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 40 Metal Duro (Widia) É um grupo intermediário entre os metais duros e as cerâmicas. Constituído por TiC e TiN e geralmente tem o Ni como elemento ligante. Devido à baixa condutividade térmica e ao alto coeficiente de dilatação, os cermets têm um baixo coeficiente de resistência ao choque térmico, bem inferior ao do metal duro. Daí a explicação do cermets só ser eficiente em baixos avanços, pequenas profundidades de corte e altas velocidades (operações de acabamento) na usinagem dos ferrosos. - Cermets - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 41 Metal Duro (Widia) - Fabricação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 42 Metal Duro (Widia) - Fabricação DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Metal Duro (Widia) Carbonetos: ● fornecem dureza a quente e resistência ao desgaste (WC, TiC, TaC, NbC, ...) Ligante metálico: ● Atua na ligação dos carbonetos frágeis (Co ou Ni); – Obtido por sinterização (ligante + carbonetos) - Estrutura - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 44 - Estrutura - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 45 Metal Duro (Widia) Carboneto de tungstênio (WC) -Solúvel em Co → alta resistência de ligação interna e de gume -Boa resistência ao desgaste abrasivo (melhor que TiC e TaC) -Limitações de velocidades de corte devido à tendência à difusão em temperaturas elevadas) - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Metal Duro (Widia) Carboneto de Titânio (TiC) -Baixa tendência à difusão -Boa resistência à quente -Pequena resistência de ligação interna → baixa resistência de gume - Os metais duros com alto teor de TiC são frágeis - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 47 Metal Duro (Widia) Carboneto de Nióbio (NbC) - Em pequenas quantidades → refino do grão → proporciona um aumento de tenacidade e de resistência do gume - A resistência interna do metal duro cai menos do que quando é utilizado TiC - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 48 Metal Duro (Widia) Carboneto de Tântalo (TaC) - Em pequenas quantidades → refino do grão → proporciona um aumento de tenacidade e de resistência do gume - A resistência interna do metal duro cai menos do que quando é utilizado TiC - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Metal Duro (Widia) Nitreto de titânio (TiN) - Componente de maior influência nas propriedades dos Cermets - Menor solubilidade no aço - Maior resistência à difusão que o TiC - Alta resistência ao desgaste - Estrutura de grãos finos - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Metal Duro (Widia) Cobalto (Co) - Melhor metal de ligação para metais duros com base em WC - Boa solubilidade do WC - Bom ancoramento dos cristais de WC - Propriedades dos componentes - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 51 - Grandezas de influência sobre a resistência- Metal Duro (Widia) DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 52 Metal Duro (Widia) Divididos em três grupos (P,K e M) e classificados de acordo com à tenacidade e resistência ao desgaste, de acordo com uma numeração (p. ex. P01, P10,..., K10, ...) - Classificação - DISCIPLINA- CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 53 Metal Duro (Widia) - Classificação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 54 Metal Duro (Widia) – Grupo P ● Alta resistência a quente ● Pequeno desgaste abrasivo ● Empregado para usinagem de aços com cavacos longos – Grupo M ● Média resistência a quente ● Média resistência à abrasão ● Para aços resistentes a altas temperaturas, aço inoxidável, aços resistentes à corrosão - Classificação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 55 Metal Duro (Widia) – Substrato tenaz com revestimento duro (TiC, TiN, Ti(C,N), Al2O3, ...), combinando-se assim uma alta resistência a choques com alta resistência a desgaste (maior vida de ferramenta). – É freqüente a deposição de várias camadas – Processos de revestimento ● CVD (chemical vapour deposition) ● PVD (physical vapour deposition) – Exigências aos revestimentos ● Espessura regular da camada sobre a face e flancos ● Composição química definida ● Possibilidade de fabricação em grandes lotes - Revestidos - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 56 Metal Duro (Widia) Principais revestimentos – Carboneto de Titânio (TiC) – Nitreto de titânio (TiN) – Carbonitreto de titânio (Ti(C,N)) – Nitreto de alumínio-titânio ((Ti, Al)N) – Óxido de Alumínio (Al2O3) – Camadas de diamante - Revestidos - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 57 Metal Duro (Widia) - Revestidos - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 58 Metal Duro (Widia) -Ferramentas para quase todas as operações de usinagem (sob a forma de insertos) -Ferramentas para desbaste e acabamento -Brocas helicoidais -Brocas para furação profunda -Fresas de topo -Brochas -Alargadores - outros - Áreas de aplicação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 59 Cerâmicas de Corte - Classificação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Generalidades - -Alta resistência à compressão -Alta estabilidade química -Limitações na aplicação devido ao comportamento frágil e à dispersão das propriedades de resistência mecânica -Indispensável em áreas como fabricação de discos de freio -Materiais de importância crescente -Melhoria constante na qualidade DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Propriedades e características de cerâmicas - -Resistentes à corrosão e às altas temperaturas -Elevada estabilidade química (boa resistência ao desgaste) -Resistência à compressão -Materiais não-metálicos e inorgânicos -Ligação química de metais com não metais - Podem ser óxidas ou não óxidas DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 62 Cerâmicas de Corte - à base de Al2O3 - -Surgiram a partir do final dos anos 30 -Tradicional – cerâmica branca - Percentual de Al2O3 maior que 90% (cor branca) - Al2 O3 + óxido de zircônio finamente distribuído - Apresentam alta dureza a quente - Têm pouca resistência à flexão - Extremamente sensíveis a choques térmicos (usinagem a seco) - Empregadas em ferros fundidos e aços de alta resistência DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Óxidas – Cerâmicas mistas - - Teor de Al2O3 menor que 90% (cor escura) - Contém de 5 a 40% de TiC e/ou TiN - Mais tenaz que cerâmica óxida e com maior resistência de canto e gume - Mais dura e mais resistente à abrasão que cerâmica óxida - Mais resiste a variações de temperatura que cerâmica óxida - Grãos finos => melhor tenacide, resistência ao desgaste e resistência de quina - Maior dureza que as óxidas, maior resistência a choques térmicos - Usinagem de aços cementados e temperados DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Óxidas - -Cerâmicas de corte reforçadas com whiskers - -Whiskers – cristais unitários em forma de agulhas com baixo grau de imperfeição no retículo cristalino - A base de Al2O3 com aproximadamente 20 até 40% de whiskers de carboneto de silício (SiC) - Objetivo de melhorar as propriedades de tenacidade (aumento de 60%). - Boa resistência a choques térmicos - corte com fluidos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Não óxidas - Definição: São cerâmicas a base de carbonetos, nitretos, boretos, silicatos, etc. ● Principalmente a base de Si3N4 ● Maior tenacidade e resistência a choques térmicos quando comparadas às cerâmicas óxidas; ● Elevada dureza a quente e resistência ao calor DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Cerâmicas de Corte - Não óxidas - -Campos de aplicação de cerâmicas de corte não-óxidas - ● usinagem do Ferro Fundido Cinzento ● torneamento de discos de freio ● desbaste de ligas à base de níquel (grupos II e III) ● Possuem alta afinidade com ferro e oxigênio (desgastam-se rapidamente na usinagem de aço - sem aplicações); – Desgaste na superfície de saída; – Gume de corte com tendência ao arredondamento DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 67 Materiais de corte superduros não-metálicos ● Nitreto de Boro Cúbico – CBN ● Diamante ● Nitreto de Boro DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 68 Nitreto de Boro Cúbico – CBN DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 69 Nitreto de Boro Cúbico – CBN ➔ Caracterísiticas -Forma mole - hexagonal (mesma estrutura cristalina do grafite) -Forma dura - cúbica (mesma estrutura do diamante) -Wurtzita - simetria hexagonal (arranjo atômico diferente do grafite) -Fabricação de Nitreto de boro hexagonal através de reação de halogêneos de boro com amoníaco -Transformação em nitreto de boro cúbico através de altas pressões (50 a 90 kbar) e temperaturas 1800 a 2200K DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Nitreto de Boro Cúbico – CBN ➔ Caracterísiticas -Segundo material de maior dureza conhecido -Obtido sinteticamente (primeira síntese em 1957), com transformação de estrutura hexagonal para cúbica (pressão + temperatura) -Quimicamente mais estável que o diamante (até 2000 graus) - Grupos de ferramentas: ● CBN + fase ligante (PCBN com alto teor de CBN); ● CBN + carbonetos (TiC + fase ligante); ● CBN + HBN + fase ligante (maior tenacidade). DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Nitreto de Boro Cúbico – CBN ➔ Campo de aplicações ● Aços temperados com dureza > 45 HRC: Torneamento, fresamento, furação; ● Aço-rápido (ferramentas de corte); ● Aços resistentes a altas temperaturas; ● Ligas duras (Ni, Co, ...); ● Emprego em operações severas (corte interrompido), tanto quanto em operações de desbaste e acabamento. – Usinagem com ferramentas de geometria não-definida: ● Possibilidade de usinagem de aços e ferros fundidos, que não são usinados com diamante em função da afinidade química. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 72 Diamante ➔ Características ● Material de maior dureza encontrado na natureza ● Pode ser natural ou sintético ● Monocristalino (anisotrópico) ou policristalino (isotrópico) – Diamante policristalino ● Primeira síntese em 1954 ● Síntese sob 60 a 70 kbar, 1400 a 2000 graus C ● Cobalto é usado como ligante ● Substitui metal-duro e diamante monocristalino, em alguns casos DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 73 Diamante - policristalino PKD - aglomerado de diamantes - monocristalino - revestimento - Formas de utilização - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 74 Diamante ● Usinagem de ferro e aço não é possível (afinidade Fe-C); ● Usinagem de metais não ferrosos, plásticos, madeira, pedra, borracha, etc.● Usinagem de precisão e ultra-precisão ● Emprego de altas velocidades de corte; ● Tempos de vida de até 80 vezes maior que os das ferramentas de metal duro. - Campo de aplicação - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Considerações gerais sobre Ferramentas de corte ➔ Manuseio e manutenção de ferramentas de corte ➔ Evitar o contato entre ferramentas ➔ Cuidados no armazenamento ➔ Danificações no manuseio (quebras) - Cuidados com ferramentas de corte - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 76 - Cuidados com ferramentas de corte - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 77 Manutenção e gerenciamento das ferramentas de corte ● Limpeza ● Prevenção contra oxidação Aplicação de tecnologia de grupo e manutenção de ferramentas de corte ● Ferramentas adequadas aos processos ● Cuidados no preparo e instalação ● Condições de corte adequadas - Cuidados com ferramentas de corte - DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Observações Finais Considerando os principais grupos de materiais para ferramentas, a tabela que se segue apresenta alguns dados comparativos de custo e eficiência de corte, baseados em bits quadrados de 3/8” de seção, empregados na usinagem de aço SAE 4140 encruado. Foi considerado um custo total de mão-de-obra e despesas indiretas de US$ 6,00 por hora DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 79 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II A figura representa a variação da dureza de 4 tipos de materiais para ferramentas em função da temperatura. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Considerações Importantes A seleção de um material para ferramenta depende, contudo, de muitos outros fatores, além do seu custo inicial e das suas características físicas. Para esses fatores, incluem: - o metal sob usinagem, - a natureza da operação de usinagem, - as condições das máquinas operatrizes, - tipo e dimensões da ferramenta, - utilização ou não da refrigeração. Enfim, a seleção não é simples e deve também ser baseada em dados práticos disponíveis, assim como em experiências prévias. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Bibliografias • ABREU FILHO, Carlos. Tornearia Mecânica – Notas de Aula, Belém, 2007. • AGOSTINHO, Oswaldo Luis. VILELLa, Ronaldo Castro (In Memoriam), BUTTON, Sérgio Tonini. Processos de Fabricação e Planejamento de Processos. Universidade Estadual de Campinas - Faculdade de Engenharia Mecânica - Departamento de Engenharia de Fabricação - Departamento de Engenharia de Materiais. Campinas, SP. 2004 • BRAGA, Paulo Sérgio Teles, CPM - Programa de Certificação de Pessoal de Manutenção – Mecânica - Processos de Fabricação, SENAI/CST, Vitória, ES. 1999. • COSTA, Éder Silva & SANTOS, Denis Júnio. Processos de Usinagem. CEFET-MG. Divinópolis, MG. março de 2006 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 85 Bibliografias • DINIZ, A. E., Tecnologia da Usinagem dos Materiais. 3 ed. São Paulo: Artliber Editora, 2003. • FERRARESI, Dino. Fundamentos da Usinagem dos Metais. Editora Edgard Blücher LTDA. São Paulo, SP, 1977 • INMETRO. SISTEMA Internacional de Unidades – SI (tradução da 7ª edição do original francês “Le Système International d’Unités”, elaborada pelo Bureau International des Poids et Mesures - BIPM). 8ª edição Rio de Janeiro, 2003. 116 p. • INMETRO. Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia – VIM – Portaria Inmetro 029 de 1995. 3ª edição, Rio de Janeiro, 2003. 75p. • reimpressão. DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 86 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II 87 DISCIPLINA - CCE0692 – PRCOCESSOS FABRICAÇÃO II Prof. Elcio Almeida elcio2005@oi.com.br Obrigado pela atenção! Este material didático foi elaborado com o suporte do Prof. Ulisses Borges Souto, Dr. Eng. Prof. Maria Adrina Paixão de Souza da Silva, Dra. Eng.
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