Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRAGAS DO EUCALIPTO 1) ABERTURA As pragas do eucalipto variam de acordo com o local de ataque, nas raízes, o principal é o cupim, no tronco, cupins e coleobrocas, enquanto que nas folhas, são as formigas cortadeiras, besouros e lagartas. Vamos começar por uma desfolhadora, conhecida popularmente como lagarta parda do eucalipto. 2) LAGARTA PARDA DO EUCALIPTO 2.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela é da ordem das lepidopteras, ordem essa que abrange as borboletas e mariposas por possuírem asas escamosas, sendo que este, trata-se de uma mariposa, uma prova disso, é o posicionamento das asas quando ela está em repouso em uma parede por exemplo, elas permanecem abertas, estendidas horizontalmente sobre o corpo e sem falar que ela possui um tom mais branco, diferente das borboletas que apresentam cores mais fortes e vibrantes (com exceção de algumas espécies de mariposas). A lagarta parda do eucalipto é considerada o principal lepidoptera desfolhador do Brasil. Essa lagarta pertence a família geometridae, família que está entre as três maiores famílias de Lepidoptera, e são caracterizados pelos adultos possuírem hábito noturno ou crepuscular, frequentemente atraídos por luz, e isso é uma vantagem que vai ser comentado mais na frente quando falarmos sobre monitoramento. Esse exemplar da familia possui o nome científico thyrintheina arnobia e sua ocorrência acontece em todo Brasil. 2.2 CARACTERISTICAS DAS FASES A thyrintheina arnobia é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 2.2.1 OVOS As fêmeas de thyrintheina arnobia colocam em média mais de 900 ovos durante sua vida. Esses ovos são colocados agregados, formando placas de cores verde-acinzentada quando recém postos, e depois se tornam alaranjados e escurecem até chegar na coloração azulado-escuro. 2.2.2 FASE LARVAL É uma larva do tipo Euriciforme, de aproximadamente 50 mm, apresenta além dos 3 pares de pernas torácicas, mais 2 pares de pernas falsas, e são semelhantes a um galho. Apresenta 6 instares, sendo que no ultimo, elas apresentam uma coloração marrom e calcula- se que uma lagarta consome 120 cm² de área foliar antes de se empupar. 2.2.3 FASE PUPA As pupas são de coloração pardo-escura, e para se empupar, a lagarta elabora um casulo rudimentar, cujos fios de sedas são presos em uma ou mais folhas do eucalipto ou da serrapilheira. 2.2.4 FASE ADULTA Os adultos da thyrintheina arnobia apresentam grande dimorfismo sexual, as fêmeas são maiores, possuem antenas filiformes e curtas, asas brancas, sendo que nas asas anteriores existem 2 linhas escuras e sinuosas e a linha mais externa continua com a asa posterior. Já os machos, são bem menores, possuem antenas bipectinadas, asas com coloração castanha e abdome menor e mais delgado. Um detalhe interessante é que existe uma chave de identificação entre thyrintheinas, se forem de antenas pretas são T. arnobia e se forem brancas são T. leucocerae. 2.3 DANOS Cada lagarta de T. arnobia consome em média 120,58 cm² de área foliar durante sua fase larval. O desfolhamento não leva à morte direta da árvore, mas ao seu enfraquecimento em razão da necessidade de reposição das folhas consumidas, causando uma diminuição na produção de madeira. Além disto, uma árvore fisiologicamente enfraquecida pode sofrer danos em conseqüência de ataques de doenças, insetos broqueadores e outros. 2.4 MONITORAMENTO Antes de se iniciar qualquer medida de controle é imprescindível realizar corretamente o monitoramento. Isso serve para aumentar a eficiência e reduzir os custos de combate, bem como reduzir o impacto ambiental. Como é praticamente impossível contar todos os insetos de um habitat natural, é necessário realizar os levantamentos populacionais por meios de métodos de amostragens. 2.4.1 MONITORAMENTO DE ADULTOS 1)ARMADILHA LUMINOSA: Um dos métodos de amostragem mais utilizados em monitoramento é a captura de adultos por meio de armadilhas luminosas, lembrando que como são mariposas da família geometridae, as armadilhas facilmente atraem e capturam os insetos de atividades noturnas ou crepuscular vesperais. 2.4.2 MONITORAMENTO DE LARVAS 1)CONTAGEM: Dentro de uma parcela, são escolhidos em torno de 9 a 20 arvores, seguindo um roteiro previamente determinado. Na árvore, seleciona-se um galho do terço médio da copa, cuja diâmetro foi padronizado antes da amostragem, e conta-se o número de lagartas e o de folhas por galho e anota-se a informação na ficha de amostragem. Depois calcula-se o número de lagartas/100 folhas, usando regra de 3 e a média por talhão. O nível de controle = 8 lagartas/100 folhas. 2) PESAGEM DE EXCREMENTOS: Basicamente é feito a coleta de excrementos com um pano branco colocado sob a planta, depois aplica-se os índices de digestibilidade para estimar a população presente. Esses dados podem servir de subsidio para estimar algumas informações como por exemplo o peso seco das folhas consumidas e assim indiretamente o seu dano na planta. 2.5 MÉTODOS DE CONTROLE 1) Biológico: Podisus nigrispinus (= P. connexivus) (Hemiptera:Pentatomidae) predador de lagartas de Thyrintheina. arnobia e possui a vantagem de serem facilmente criados em laboratórios. 2) Inseticidas biológicos: à base de Bacillus Thuringiensis têm sido usados com sucesso. Na foto, mostra um avião realizando a aplicação deste método em um cultivo de eucalipto. 3) Químico: Aplicação de piretróides pode ser recomendada. Lembrar que o controle quimico traz uma série de desvantagens ao ambiente, podendo inclusive ser letal aos inimigos naturais desses desfolhadores. 3) BROCA DO EUCALIPTO Espécie nativa da Austrália, se dispersou e está presente em praticamente em todos os continentes e países que cultivam espécies de eucalipto, ou seja, é uma praga de origem histórica e do tipo direta. 3.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTIFICO Ela pertence a ordem dos coleópteras, grupo que abrange os besouros, joaninhas entre outros. A sua característica importante é seu primeiro par de asas serem rígidas, conhecidas como élitros, que protegem como um estojo as asas posteriores que são membranosas. Pertence a família Cerambycidae, que são insetos que possuem antenas em geral bastante longas, sendo em alguns insetos, maiores que seu próprio corpo. Possui o nome científico de Phoracantha Semipuctata e sua ocorrência está em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. 3.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES A Phoracantha semipuctata é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 3.2.1 OVOS Possui formato alongado, subcílindrica, de coloração amarelo-palha. A fêmea pode colocar no máximo 300 ovos. 3.2.2 FASE LARVAL São do tipo Cerambiciforme, ou seja,larva ápoda, possui segmentação nítida e a parte anterior do corpo pouco destacada. As larvas constrói galerias regulares, perfurando o lenho no último estádio, para construir a câmara pupal. Atacam árvores em pé que se encontram debilitadas, principalmente por estresse, chegando a provocar sua morte. 3.2.3 FASE DE PUPA São do tipo livre, possui 25-30 mm de longitude, e a câmara pupal se localiza no final da galeria larvaria no interior do fuste, em posição vertical 3.2.4 FASE ADULTA Os adultos tem coloração marrom-avermelhada, com manchas claras na região mediana e no ápice dos élitros. O comprimento varia de 16 a 30mm. As antenas são mais longas do que o corpo, sendo que cada segmento apresenta um espinho na face interna. As antenas dos machos ultrapassam o ápice dos élitros. As fêmeas realizam a postura em árvores mortas, doentes e em toras, sob a casca. Os adultossão ativos durante a noite, ficando escondidos na casca durante o dia. 3.3 DANOS As larvas constroem galerias, debilitando o funcionamento fisiológico da planta, diminuindo seu crescimento, reduzindo a qualidade da madeira para o comércio e dificultando ou até impedindo a exportação da madeira para países onde esta praga não existe. 3.4 MONITORAMENTO E CONTROLE O monitoramento do Phoracantha Semipuctata é feito através de amostragens de detecção, usando a técnica de arvores armadilhas. Cultural: O ponto mais importante do controle consiste nas inspeções periódicas da plantação, a fim de eliminar as plantas atacadas ainda vivas, ou mortas, e também os ramos que se acham no chão. As partes eliminadas devem ser queimadas. Recomenda-se o uso de árvores-armadilhas que apósa oviposição da praga devem ser retiradas do plantio e queimadas. Biológico: Pode ser feito utilizando-se a vespa Avetianella longo i (Hymenoptera: Encyrtidae), parasitóide de ovos de Phorancantha semipuctata, que coloca seus ovos dentros dos ovos da broca. O controle químico não é recomendado, pois os inseticidas químicos são ineficientes contra esta praga. 4. BESOURO AMARELO (VAQUINHA) 4.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela pertence a ordem dos coleópteras, grupo que abrange os besouros, joaninhas entre outros. A sua característica importante é seu primeiro par de asas serem rígidas, conhecidas como élitros, que protegem como um estojo as asas posteriores que são membranosas. Pertencem a família Crysomelidae, grupo de coleopteras que possuem a cabeça total ou parcialmente encaixada no protórax, antenas curtas e são espécies bastante coloridas e brilhantes Seu nome científico é Costalimaita ferruginea,ocorre em todo território brasileiro, sendo uma praga indireta para o eucalipto, já que ataca as suas folhas. 4.2 CARACTERISTICAS DAS FASES A Costalimaita ferruginea é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 4.2.1 OVOS, FASE LARVAL, PUPAL E ADULTA Seus ovos são de cor amarela e as suas larvas são de difícil observação, pois vivem subterraneamente alimentando-se das raízes, apresenta 2 instares. Os adultos são pequenos, medem em média 5mm de comprimento, possui cabeça e o corpo em coloração amarela e a região ventral alaranjada, em seus élitros existem pequenos pontos circulares, escuros, alinhados em carreiras longitudinais. A fêmea faz apenas uma postura, contendo em média cerca de 90 ovos. 4.3 DANOS Os adultos alimentam-se do limbo foliar, na maioria das vezes, das folhas mais novas, dos brotos e, algumas vezes, destroem a superfície dos frutos. Pesquisadores consideram significativos os prejuízos provocados pelo besouro Costalimaita ferruginea (Coleoptera: Chrysomelidae) que depreda as folha, deixando-as totalmente rendilhadas, causando sensível redução na capacidade fotossintética da planta, diminuindo sua produção. Este coleóptero ataca principalmente as folhas novas, deixando-as cheias de perfurações. Causam danos a brotos novos. São insetos muito ariscos, que quando se aproxima das plantas em que estão pousados, caem ao solo ou em ramos abaixo do que estavam localizados, ou podem ainda migrar para outra. 4.4 MONITORAMENTO Usa-se o método do transecto em linha: Essa amostragem é feita durante as operações de ronda pós plantio, com o lançamento de transectos ao acaso, correspondentes as linhas de plantio. Selecionam-se 3% das linhas de plantio, com no mínimo duas linhas por talhão. Em cada linha, conta-se o número total de mudas e o número de mudas atacadas, anotando-se a informação na ficha de amostragem e calcula-se a percentagem de mudas atacadas. O nível de controle é de 2 a 3% de mudas atacadas. 4.4 MÉTODOS DE CONTROLE 1.Controle biológico: Utilizando percevejos das espécie Arilus carinatus 2.Controle químico: Pulverização de inseticidas também são indicados em casos de situação extremas como medida emergencial. 3.Controle cultural: Podem-se deixar cepas com brotações na reforma do eucaliptal para o forrageamento pelos insetos de Costalimaita ferruginea, devido à sua preferência pelas brotações, em benefício das novas mudas plantadas. 5 - GORGULHO DO EUCALIPTO 5.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela pertence a ordem dos coleópteras, grupo que abrange os besouros, joaninhas entre outros. A sua característica importante é seu primeiro par de asas serem rígidas, conhecidas como élitros, que protegem como um estojo as asas posteriores que são membranosas. Pertence a família Curculionidae, compõem uma grande família de besouros, também conhecidos como gorgulhos, cuja principal característica é o rostro comprido (bico encurvado ou tromba) que possuem. Devido a essa característica peculiar, esses insetos também recebem nomes populares tais como bicudo e broca. Seu nome científico é Gonipterus sp, e é considerada a principal espécie dentre os besouros desfolhadores de Eucaliptos no mundo. 5.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES O gonipterus spp é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 5.2.1 OVOS Os ovos são depositados em série preferencialmente na superfície da folhas, sendo cobertos por uma massa escura formada por excrementos (ooteca). 5.2.2 FASE LARVAL As larvas são tipo Curculioniforme, ou seja, são larvas ápodas, convexas dorsalmente, planas ventralmente com a cabeça distinta parcialmente retraída sobre o tórax. 5.2.3 FASE PUPAL As pupas medem entre 7 a 11mm, são do tipo exaratas, com coloração amarelo esbranquiçada e se desenvolvem no solo, protegidas por uma cãmara pupal formada com o próprio solo. 5.2.4 ADULTA Os adultos de Gonipterus sp apresentam coloração geral castanho escura, tegumento brilhante com granulação grossa e densa. Além disso, possuem evestimento escamoso, mais denso ventralmente e élitros na base, logo abaixo e atrás dos úmeros, com tubérculo subumeral proeminente. Apresentam o rostro curto subcilíndrico, preto nos lados e castanho- avermelhado no meio. Externamente, apresentam dimorfismo apenas no quinto esterno abdominal onde na fêmea apresenta uma depressão centroposterior mediana e no macho, a superfície subplana e margem posterior truncada. Em geral, o comprimento do corpo varia entre 5,7 e 8,9 mm para os machos e 7,5 e 9,4 mm para as fêmeas. 5.3 DANOS O Gonipterus sp é um inseto desfolhador, que causa danos durante os estágios larval e adulto, atacando principalmente o terço superior da planta. No primeiro e segundo ínstares, as larvas raspam a superfície foliar, alimentando-se da epiderme e mesofilo, sem perfurar a epiderme oposta. Quando mais desenvolvidas, se alimentam de forma indiscriminada de qualquer área, principalmente das folhas e brotações jovens. Os adultos tendem a se alimentar nas extremidades das folhas e em ramos tenros. As folhas que não são totalmente consumidas tomam o aspecto de queimadas, o mesmo acontecendo com o broto vegetativo. 5.4 MONITORAMENTO Usa-se o método do transecto em linha: Essa amostragem é feita durante as operações de ronda pós plantio, com o lançamento de transectos ao acaso, correspondentes as linhas de plantio. Selecionam-se 3% das linhas de plantio, com no mínimo duas linhas por talhão. Em cada linha, conta-se o número total de mudas e o número de mudas atacadas, anotando-se a informação na ficha de amostragem e calcula-se a percentagem de mudas atacadas. O nível de controle é de 2 a 3% de mudas atacadas. 5.5 MÉTODOS DE CONTROLE 1) Controle biológico: Uso do parasitóide de ovos Anaphes nitens Girault (Hymenoptera: Mymaridae); Fungo entomopatogênico Beauveria bassiana Vuill ( controle biologico destapraga exótica dos eucaliptais do Brasil) 2) Inseticidas biológicos: À base de Bacillus Thuringiensis têm sido usados com sucesso. 3) Controle químico: Aplicação de alguns inseticidas clorados e fosforados para o controle de adultos de Gonipterus sp. 6) PSILÍDEO DE CONCHA 6.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICA São da ordem Hemiptera, ordem que abrange as cigarras, cigarrinhas, pulgões e psilídeos. Apresentam aparelho bucal do tipo sugador labial adaptada para perfurar e sugar seiva e alimentos liquefeitos. Pertecem a família Psyllidae, grupo de insetos com alguns milimetros de comprimento, semelhantes a minúsculas cigarras, e na Australia, eles são chamados de piolhos saltadores de plantas. Seu nome científico é Glycaspis brimblecombei, é um inseto proveniente da Austrália, sendo então uma praga histórica, e como não ataca diretamente a parte comercializada do eucalipto, é classificado como praga indireta 6.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES A Glycaspis brimblecombei é um inseto hemimetabolo, ou seja, apresenta metamorfose incompleta. (ovo > ninfa > adulta) 6.2.1 OVOS A coloração dos ovos varia entre amarelada a avermelhada e a ovoposição é efetuada quando as folhas estão abertas. 6.2.2 NINFA A ninfa apresenta cinco instares, nos primeiros instares as ninfas possuem coloração amarela e as de último instar têm abdome e os primórdios das asas de coloração escura, neste estádio estão sob uma pequena concha, formadas pela solidificação dos excrementos líquidos açucarados e de cera. 6.2.3 ADULTA Os adultos são de coloração cinza-alaranjada a amarelo-esverdeado, antenas filiformes, apresentam diformismo sexual, sendo as fêmeas ligeiramente maiores que os machos, sendo a fêmea imóvel e o macho móvel. 6.3 DANOS Os principais danos causados pelo ataque do psilídeo-de-concha em plantações de eucalipto são a deformação das folhas e secamento de ponteiros, como também a excreção de compostos polissacarídicos liberada pelo inseto que favorece condições propicias para a formação de fumagina Capnodium citri (fungo preto que se forma sobre o limbo da folha). As plantas atacadas por essa praga apresentam folhas cobertas com pequenas conchas cônicas brancas e cerosas. Devido ao preenchimento do limbo foliar pela fumagina e as conchas, ocorre à redução da área fotossintética das plantas, diminuição da incidência solar, descoloração das folhas e consequentemente redução no crescimento das árvores e em casos de ataques severos podem ocasionar a morte da planta. O ataque de G. brimblecombei ocorre preferencialmente em árvores de Eucalyptus camaldulensis e Eucalyptus tereticornis. No Brasil, estudos demonstram que os ataques também ocorrem na espécie E. urophylla e em clones híbridos de E. grandisx E. urophylla (“urograndis”). 6.4 MONITORAMENTO Usa-se o método com armadilhas adesivas amarelas: "O monitoramento foi realizado em plantações de E. camaldulensis e clones híbridos de E. urophylla x E. grandis com idades entre 1 a 4 anos nas regiões de Sâo Manuel (Faz. São Manoel) e de Botucatu (Faz. Santa Fé), SP, no período de fevereiro de 2004 a setembro de 2005. Foram utilizadas, para a captura dos insetos, armadilhas amarelas adesivas de 12,25 x 10cm instalados a 1,60m de altura. Os cartões foram instalados em 4 pontos amostrais diferentes e georreferenciados e as coletas foram realizadas em média a cada 15 dias e eventualmente a cada 30 dias em meses de baixa infestação (Jan/Fev e Mar/Abr de 2005) e posteriormente enviados ao Laboratório de Controle Biológico de pragas Florestais, na UNESP/Botucatu para contagem dos insetos" 6.5 MÉTODOS DE CONTROLE 1)Métodos biológico: Recomenda-se a importação do parasitóide do psilídeo de concha, a Psyllaephagus bliteus (Hymenoptera: Encyrtidae); 2)Métodos químico: Há poucos trabalhos sobre controle químico dos psilideos de concha. Na Austrália, a maioria das espécies nao necessita controle por estarem em equilíbrio no ecossistema. 7) PERCEVEJO BRONZEADO 7.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO São da ordem Hemiptera, ordem que abrange as cigarras, cigarrinhas, pulgões e psilídeos. Apresentam aparelho bucal do tipo sugador labial adaptada para perfurar e sugar seiva e alimentos liquefeitos. Pertence a família Thaumastocoridae, que é uma família de percevejos fitófagos com características sinapomórficas de corpo achatado, placas mandibulares anteriormente prolongadas e genitália do macho assimétrica. Seu nome científico é Thaumastocoris peregrinus, trata-se de uma praga exótica. 7.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES Thaumastocoris peregrinus é um inseto hemimetabolo, ou seja, apresenta metamorfose incompleta. (ovo > ninfa > adulta) 7.2.1 OVOS Os ovos de Thaumastocoris peregrinus são de coloração preta brilhante quando recém postas, tornado-se opacos na eclosão das ninfas. 7.2.2 NINFA Apresentam cinco instares, e são de coloração laranja ou marrom claro com pontuações negras no tórax e nos primeiros segmentos abdominais, corpo achatado dorso ventralmente e um par de tecas alares visíveis a partir do quarto instar, com crescimento durante o quinto. 7.2.3 ADULTA Os adultos apresentam 3 mm de comprimento, são achatados, de cor marrom clara com regiões mais escuras. Os machos com genitália assimétrica, geralmente, orientada para a direita. 7.3 DANOS Thaumastocoris peregrinus se alimenta de folhas maduras dos hospedeiros e as ninfas recém emergidas iniciam a alimentação na superfície das folha quase imediatamente após eclodirem. Os danos são o prateamento de folhas, seguindo de secamento e quedas dessas folhas. As árvores ficam com aspecto ressecado, com a copa seca. Esse dano é devido ao hábito alimentar do percevejo, que perfura as folhas e ramos finos para sugar seiva, deixando as folhas secas. No Brasil, a praga vem sendo encontrada em plantios de E. camaudulensis e hibridos desta espécie. 7.4 MONITORAMENTO Usa-se métodos com armadilhas adesivas amarelas: Medindo 12x10 cm no tronco ou entre duas árvores a uma altura de 1,80 m do solo. Além disso, a coleta de ramos em povoamentos infestados por T. peregrinus e a contagem do numero de ninfas e adultos são realizadas. 7.5 MÉTODOS DE CONTROLE A)Controle químico: Inseticidas sistêmicos imidacloprido são preferidos para o controle de T. peregrinus em áreas urbanas devido as preocupações ambientais, além da dificuldade de acesso a copa de árvores, porém ele é proibido pelo IBAMA de ser espalhado por avião em áreas de cultivo.. B)Controle biológico: parasitoide de ovos Cleruchoides noackae Lin and Huber (Hymenoptera: Mymaridae C)Controle silvicultural: Evitar o plantio de especies e hibridos de eucaliptos com maior suscetibilidade ao percevejo bronzeado como por exemplo o E. camaldulensis. PRAGAS DO PINUS 1) ABERTURA O nosso país possui cerca de 7 milhões de hectares de florestas plantadas, dos quais, aproximadamente 1,7 milhões são espécies de Pinus, no qual destaca-se a araucária (Araucaria angustifolia), espécie nativa brasileira encontrada na região Sul do Brasil, porém com a alta densidade de plantio e a não adoção de regimes de manejo florestal adequados, proporcionam as condições ideais para o aparecimento de surtos de pragas. A primeira que iremos apresentar vai ser a Vespa da madeira, praga chave de florestas de Pinus. 2) VESPA DA MADEIRA 2.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela é da ordem das Hymenoptera, um dos maiores grupos entre os insetos, onde fazem parte as vespas, abelhas e formigas. São caracterizadas por apresentarem dois pares de asas membranosas, por isso o nome de hymenoptera, sendoque as asas anteriores são maiores do que as posteriores. Pertence a família Siricidae, e são caracterizados, em geral, pelo porte relativamente grande, superior se comparado as demais famílias. O ovipositor é mais ou menos alongado e adaptado para furar o tronco das plantas. Suas larvas são xilófagas (brocas), desenvolvem-se em caule de coniferas, de preferencia em troncos de arvores doentes ou já abatidas, para que a larva não corra o risco de se afogar na seiva da planta. Essa vespa possui o nome cientifico Sirex Noctilio, trata-se de uma espécie exótica, responsável por perdas significativas nos recursos florestais. 2.2 CARACTERISTICAS DAS FASES A Sirex Noctilio é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 2.2.1 OVOS Os ovos da vespa da madeira são de forma alongada, coloração branca e superfície lisa. Durante a postura, Sirex noctilio pode realizar perfurações simples ou múltiplas no alburno das árvores de Pinus spp., a uma profundidade média de 12 mm .Durante a postura, além dos ovos, são introduzidos na árvore, esporos de um fungo simbionte Amylostereum areolatum (Agaricomycetidae), o qual provoca o fechamento dos vasos de condução de seiva, durante o processo de morte da árvore. Também é depositada uma mucosecreção, que está contida em uma glândula de muco, localizada na base do ovipositor. Esta mucosecreção provoca mudanças fisiológicas rápidas no metabolismo de Pinus spp., afetando a respiração, transpiração, fotossíntese e divisão celular, favorecendo o estabelecimento do micélio do fungo. O muco e o fungo agem juntos criando um “habitat” favorável para o crescimento contínuo do fungo e alimentação da larva. Ambos levam a árvore à morte. 2.2.2 FASE LARVAL As larvas possui formato cilíndrico e cor esbranquiçada, com 3 pares de pernas torácicas vestigiais, mandíbulas denteadas escuras e um espinho supra-anal. As larvas não ingerem a madeira, e sim extraem nutrientes do micélio do fungo, progredindo na madeira em que o fungo se desenvolve pelo cerne. As secreções salivares e os nutrientes dissolvidos são, posteriormente, ingeridos pela larva, e a serragem da madeira é acumulada na galeria. 2.2.3 FASE PUPA As pupas de Sirex noctilio são brancas, do tipo exarata (OU LIVRE) e apresentam um tegumento fino e transparente, tornando-se escurecidas próximo à emergência dos adultos 2.2.4 FASE ADULTA Os indivíduos adultos possuem tamanho entre 1 e 3,5 cm de comprimento e coloração azul-metálica, sendo que os machos possuem do terceiro ao sétimo segmento do abdome uma mancha de coloração marrom-alaranjado. Ambos os sexos possuem na extremidade do abdome uma estrutura em forma de espinho supra-anal. As fêmeas possuem ovipositor em forma de ferrão, que chega a atingir 2 cm de comprimento. OU Os adultos da vespa-da-madeira apresentam dimorfismo sexual muito acentuado. O macho é de cor azul metálico, sendo as asas, a fronte, as pernas anteriores e medianas e os segmentos abdominais, do terceiro ao sétimo, de cor laranja. As pernas posteriores são negras. A fêmea apresenta coloração azul escuro metálico, com as pernas e asas de coloração âmbar. Possuem um ovipositor em forma de projeção no final do abdômen, o qual é protegido por uma bainha. Ambos os sexos apresentam um proeminente espinho (cerco), no último segmento abdominal (Iede et al. 1988). As fêmeas ovipositam uma média de 226 ovos, variando de 20 a 430 ovos. Vivem cerca de 4 dias, enquanto que os machos, 5 dias. O período de incubação pode durar de 14 a 28 dias (Carvalho 1992). 2.3 DANOS " Matam as árvores através da ação do muco fitotóxico e danificam a madeira através da abertura de galerias." Os principais danos provocados por este inseto são: perfurações na madeira, realizadas por larvas e adultos; deterioração da madeira, devido à ação do fungo A. areolatum; e ocorrência de partes debilitadas nos locais, onde as posturas são realizadas, com o escorrimento de resina, sendo também esta uma porta de entrada de patógenos secundários, como aqueles do gênero Botryodiplodia (Iede et al. 1998). Os sintomas externos mais visíveis são: progressivo amarelecimento da copa até atingir coloração marromavermelhada; esmorecimento da folhagem e perda das acículas; respingos de resina na casca (em função das perfurações realizadas para a postura) e orifício de emergência de adultos. Os sintomas internos são: presença de manchas marrons ao longo do câmbio (abaixo da casca), causadas pelo fungo A. areolatum, e galerias feitas pelas larvas, que possibilita a penetração de agentes secundários. Todos esses fatores comprometem a qualidade da madeira, limitando ou impedindo o seu uso para o mercado 2.4 MONITORAMENTO ARVORES ARMADILHAS: A vespa da madeira é atraída, preferencialmente para árvores debilitadas. Por esta razão são instaladas no campo árvores armadilha, que são arvores estressadas com aplicação de herbicida, tornando atrativa para a praga, permitindo a detecção precoce dela. Recomenda-se que os grupos de árvores armadilha devam ser revisados de dois a quatros após os picos de emergência dos adultos, para se verificar a presença do inseto. E durante a inspeção, deverão ser observado algumas caracteristicas, como por exemplo, presença de respingos de resinas, presença de manchas marron-alaranjadas do fungo simbionte Amylostereum areolatum, abaixo da casca, próximo a perfuração de postura de Sirex noctilio e se constatado estas duas características, a árvore deverá ser derrubada para inspeção, verificando a presença de galerias e larvas no interior da madeira. 2.5 MÉTODOS DE CONTROLE CULTURAL: Como o Sirex noctilio tem preferência por arvores abatidas, restos de desbastes, com diâmetro superior a 5 cm deverão ser queimados ou eliminados, pois poderão servir de criadouro da praga. BIOLÓGIO: Inoculação de nematóides: o nematóide Deladenus siricidicola esteriliza as fêmeas da vespa, sendo o inimigo natural mais eficiente, apresentando um controle médio de 70% da população da praga, devendo ser introduzido na área, imediatamente após a detecção da praga. Ele é produzido pela Embrapa Florestas e distribuído, pelas Associações de Reflorestadores do RS, SC e PR, aos produtores de Pinus com povoamento atacado. 3) LAGARTA DA ARAUCARIA 3.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela é da ordem das lepidopteras, ordem essa que abrange as borboletas e mariposas por possuírem asas escamosas, sendo que este, trata-se de uma mariposa, uma prova disso, é o posicionamento das asas quando ela está em repouso em uma parede por exemplo, elas permanecem abertas, estendidas horizontalmente sobre o corpo. Pertence a família Saturniidae, grupo que inclui mariposas de tamanho médio a muito grande, portadoras de corpo robusto e densamente piloso, suas asas podem apresentar manchas ocelares características (manchas que parecem olhos) ou áreas translúcidas e a maioria possui hábitos noturnos ou são crepusculares. Possui o nome científico Dirphia araucariae e tem ocorrência nas regiões do país onde existem as arvores chamadas de Araucária ou Pinheiro do Paraná. 3.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES A Dirphia araucariae é um inseto holometábolo, ou seja, apresenta metamorfose completa. 3.2.1 OVOS A postura é feita nos troncos das árvores, onde os ovos são colocados em pequenos grupos, sem nenhuma proteção contra os inimigos naturais. Encontram-se ovos a partir de 1,5 metros de altura do tronco até os ramos da copa. 3.2.2 FASE LARVAL Como é uma lepidoptera, sua larva é do tipo euriciforme, de cor verde, com espinhos muito compridos. Essas lagartas devoram as cascasdos ovos entre o primeiro e o segundo dia. Em seguida procuram, em procissão, atingir a copa, onde passam a se alimentar das acículas. No primeiro ínstar, observa-se uma grande mortalidade. As lagartas passam por sete ínstares, ocorrendo seis mudanças de cápsulas cefálicas. 3.2.3 FASE PUPA O empupamento se dá no solo, onde as lagartas na fase de pré-pupas tecem os seus casulos debaixo da matéria orgânica em decomposição. A seda do casulo é de qualidade grosseira e facilita a troca de umidade e de ar com o exterior. As pupas tem forma assemelhada a um charuto. Podem ser grandes, 39 mm de comprimento, ou pequenas, com 32 mm. 3.2.4 FASE ADULTA De 65 - 110 mm de envergadura, macho geralmente menor que a fêmea. Os adultos tem coloração avermelhada, com a asa anterior provida de uma linha branca que se inicia cerca de 6 mm antes do ápice, estendendo-se obliquamente para a margem interna, entre as veias CU2 e A2, e desviando-se em ângulo reto para o centro da célula. Segue formando uma pequena cavidade até a margem costal. Abaixo do vértice do ângulo reto, encontra-se uma outra linha semelhante à anterior, em arco aberto. São facilmente atraídos pela luz. 3.3 DANOS Devoram as acículas, preferindo as mais velhas. Os brotos apicais não são atingidos e por isso, o pinheiro do paraná pode se recuperar em cerca de dois períodos vegetativos, mas isso, afeta diretamente no rendimento da madeira, tornando essa praga, tipo indireta. 3.4 MONITORAMENTO O monitoramento do Dirphia araucariae é feito através de amostragens de detecção utilizados para lepidópteras desfolhadores, usando a técnica de armadilhas luminosas para estimar população dos adultos, usando contagem de numero de lagartas/100 folhas ou percentual de desfolha para assim, discutir que tipo de atitude deverá ser feito, se precisa ou não de um controle. 3.5 CONTROLE 1) Biológico: A mosca Leschenaultia lencophrys (Diptera:Tachinidae) é o mais eficiente parasitóide, porém sua atuação é lenta, pois apesar de parasitar a lagarta, a morte só ocorre no desenvolvimento pupal, não evitando a desfolhagem. 2) Inseticidas biológicos: à base de Bacillus Thuringiensis têm sido usados com sucesso. Na foto, mostra um avião realizando a aplicação deste método em um cultivo de eucalipto. 3) Químico: Aplicação de piretróides pode ser recomendada. Lembrar que o controle quimico traz uma série de desvantagens ao ambiente, podendo inclusive ser letal aos inimigos naturais desses desfolhadores. 4) Preventivo: A queima controlada do sub-bosque é uma medida preventiva. 4)BESOUROS DA AMBROSIA 4.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela pertence a ordem dos coleópteras, grupo que abrange os besouros, joaninhas entre outros. A sua característica importante é seu primeiro par de asas serem rígidas, conhecidas como élitros, que protegem como um estojo as asas posteriores que são membranosas. Pertence a família Scolytidae, cujos membros são xilófagos e vulgarmente conhecidos como besouros da casca ou besouros da ambrosia. Os Scolytidae são insetos de forma cilíndrica e compacta, com pernas curtas e tendo as extremidades do corpo arredondadas. A cabeça é abrigada sob o pronoto, as antenas são geniculadas e os tarsos são penta-segmentados. Tanto os adultos como as larvas vivem sob a casca das árvores A família Scolytidae é considerada como a mais evoluída e mais importante para o setor florestal. Os “besouros de ambrósia”, como são chamados os representantes desta família, carregam consigo esporos de um fungo simbionte, e quando abrem galerias na madeira causam o seu posterior manchamento, depreciando desta forma o valor de produtos como peças estruturais e lâminas de madeira. Dentre eles, destacam-se Xyleborus affinis e Xyleborus ferrugineus. 4.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES 4.2.1 OVOS Os adultos penetram primeiro e escavam uma galeria ou grupo de galerias características, dentro das quais os vos são depositados. Estas galerias podem ser construídas por um casal, ou um macho com duas ou mais fêmeas. Os ovos são depositados em pequenas reentrâncias, em intervalos mais ou menos regulares ao longo dos lados das galerias, formando uma figura bastante característica sob a casca da árvore. 4.2.2 FASE LARVAL As larvas, são do curcunlioniformes brancas, ápodas, com cabeça levemente esclerotinizada. 4.2.3 FASE PUPAL Quando a larva completa seu desenvolvimento, transforma-se em pupa na extremidade distal da galeria principal. 4.2.4 FASE ADULTA O adulto emerge através de um orifício redondo, escavado com as mandíbulas através da casca, assemelhando-se aos produzidos por tiros de chumbo finos dirigidos contra a árvore. São besouros que apresentam corpo bastante esclerotizado, cilíndrico, de cor marrom ou preta, os élitros apresentam grande quantidade de cerdas e são providos de estrias mais ou menos distintas. Vivem sob a casca das árvores, alimentando-se da superfície do alburno, porém não penetram nele. Os besouros ambrósia recebem esta denominação porque alimentam-se de fungos por eles transportados e cultivados na madeira. Constroem galerias profundas, atingindo o alburno e muitas vezes o cerne. Todas as espécies de besouros ambrósia pertencem à tribo Xileborini, e pelo fato destas espécies selecionarem para seu ataque hospedeiros enfraquecidos, decadentes, árvores recémabatidas, madeira verde e madeira úmida, além de restos de exploração madeireira, são considerados insetos secundários, uma vez que não causam a morte da planta. 4.3 DANOS As espécies do gênero Xyleborus, causam grandes prejuízos a Pinus elliiotii, quando a madeira desta espécie e cortada e armazenada de maneira inadequada no campo, pois ao armazenar toras no campo ou no pátio de madeiras ocorre uma fermentação dos componentes alcóolicos que existem no interior da madeira, atraindo este grupo de insetos que passa a habitar as toras. Quando isto acontece dentro das toras são abertas inúmeras galerias que desvalorizam a madeira e impedem a sua utilização nas indústrias de papel, pois o fungo que cultivam na madeira impede o branqueamento da celulose. 4.4 MONITORAMENTO E CONTROLE O controle químico destes insetos e inviável economicamente, sendo o monitoramento das florestas com o uso de armadilhas etanólicas a medida mais recomendável. Em casos de infestação em toras ou em madeiras cortada deve-se observar um tempo de estocagem mínimo em campo ou no pátio de madeiras. 5) GORGULHO VERDE METÁLICO DO PINUS 5.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela pertence a ordem dos coleópteras, grupo que abrange os besouros, joaninhas entre outros. A sua característica importante é seu primeiro par de asas serem rígidas, conhecidas como élitros, que protegem como um estojo as asas posteriores que são membranosas. Pertence a família Curculionidae, compõem uma grande família de besouros, também conhecidos como gorgulhos, cuja principal característica é o rostro comprido (bico encurvado ou tromba) que possuem. Devido a essa característica peculiar, esses insetos também recebem nomes populares tais como bicudo e broca. Seu nome científico é Naupactus auricinctus, tem ocorrências registradas no leste e sul do Brasil. 5.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES O Naupactus auricinctus é um inseto holometabolo, ou seja, possui metamorfose completa. (ovo > larva > pupa > adulto) 5.2.1 OVOS, FASE LARVAL E PUPA Em geral, as fêmeas faz a postura no solo, em locais protegidos por torrões e contra a luz. As larvas permanecem subterrâneas nas raízes de plantas, abrindo galerias características nas raízes. O empupamento ocorre no solo. 5.2.2 ADULTO São possuidoresde cores vivas, tem 13 a 15mm de comprimento e corpo ligeiramente achatado em relação as outras espécies de Naupactus sp. Sua coloração é verde musgo metálico, com uma listra verde clara ao longo do élitro e outra na base. Os adultos locomovem-se lentamente e em dadas ocasiões formam caravanas que se deslocam de uma planta para outra. No período mais quente do dia, eles alcançam as partes mais altas das plantas. Neste caso, quando notam a presença de um inimigo ou pessoa, deixam-se cair bruscamente ao solo. Também podem esconder-se por detrás de ramos, folhas ou flores. 5.3 DANOS Consistem no desaciculamento do Pinus taeda. O ataque ocorre logo acima do fascículo da acícula, sendo que somente uma pequena porção é devorada e o restante, maior volume, é perdido. Aqui reside a maior gravidade deste grupo de insetos, isto é, o desperdício ocorrido durante o ataque. Os carneirinhos Naupactus auricinctus, a partir do 2o. ano de plantio até o quinto ou sexto ano de idade. Eles consomem áreas intermediárias das acículas promovendo a queda da parte apical das mesmas ou, quando não amputada, a seca desta parte. Este estrago ocorre tanto em acículas velhas como em novas, mas é iniciado naquelas de galhos inferiores e continuado, gradativamente, para o ápice da copa. Neste estágio avançado as árvores ficam com aspecto de sapecadas por fogo devido ao destaque das acículas secas. Nas árvores portadoras de "Fox-tail", os insetos atacam intensivamente as acículas desta parte, sendo até preferidas em relação às dos galhos inferiores. Os insetos têm hábito basicamente noturno; durante o dia ficam em repouso na base das acículas. Dentro do gênero Pinus as espécies mais danificadas são Pinus caribaea var. bahamensis e P. oocarpa, seguidas por P. caribaea var. hondurensis sendo P. caribaea var. caribaea muito pouco atacada pelos besouros. Em eucaliptos os danos são mal conhecidos, mas eles destroem, basicamente, as folhas e comumente aprecem associados a surtos de besouro-amarelo. 5.4 MONITORAMENTO Usa-se o método do transecto em linha: Essa amostragem é feita durante as operações de ronda pós plantio, com o lançamento de transectos ao acaso, correspondentes as linhas de plantio. Selecionam-se 3% das linhas de plantio, com no mínimo duas linhas por talhão. Em cada linha, conta-se o número total de mudas e o número de mudas atacadas, anotando-se a informação na ficha de amostragem e calcula-se a percentagem de mudas atacadas. O nível de controle é de 2 a 3% de mudas atacadas. 5.5 MÉTODOS DE CONTROLE O combate aos besouros desfolhadores é dificultado pelo fato da maioria das espécies terem larvas que vivem no solo e se alimentam em plantas que nem sempre é a atacada pela fase adulta. Entretanto, destruindo-se o adulto nas folhas, não haverá larvas nas raízes, assegurando-se, assim, maior produção à cultura florestal. Controle químico: Os produtos químicos têm sido a única alternativa para o combate aos besouros desfolhadores, devido à quase completa ausência de inimigos naturais e a inexistência de estudos visando o seu combate biológico. Embora possa parecer fácil combater tais, há poucas recomendações de combate e já se ressaltou o fato de que o uso de produtos químicos é, até então, a única medida indicada para o combate dessas pragas florestais. 6) PULGÕES DA CONIFERA 6.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO São da ordem Hemiptera, ordem que abrange as cigarras, cigarrinhas, pulgões e psilídeos e apresentam normalmente dois pares de asas, o anterior, em geral, total ou parcialmente mais duro que o par posterior. Apresentam aparelho bucal do tipo sugador labial adaptada para perfurar e sugar seiva e alimentos liquefeitos. Pertence a família Aphilidae, grupo que abrange espécies exclusivamente fitófagos, causando danos diretos, devido à sucção da seiva e injeção de saliva tóxica (algumas espécies) e algumas vezes, danos indiretos, ocasionados pela transmissão de patógenos. Seu nome científico é Cinara sp, destacando-se as espécies Cinara pinivora e Cinara atlantica e são espécies nativas da América do norte. 6.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES O grande sucesso dos afídeos como praga deve-se a fatores como,a alta fecundidade. Por partenogenia, geralmente em regiões tropicais e subtropicais, dando origem apenas a fêmeas vivíparas e, em regiões temperadas, no final do outro e começo do inverno, ocorre a reprodução bissexuada, dando origem a machos e fêmeas ovíparas. Embora similares Cinara pinivora e Cinara atlantica apresentam algumas características distintas. A mais marcante é a forma dos sifúnculos, estrutura de coloração escura, localizada no abdômen, uma em cada lado do corpo. Em C. pinivora, ele apresenta uma base menor e o formato assemelha-se a um cone. Em C. atlantica, o sifúnculo é achatado, com a base mais larga, assemelhando-se a um "ovo frito". A diferenciação do sifúnculo é mais facilmente visível em insetos adultos. 6.3 DANOS Os pulgões se alimentam em colônias localizadas nos brotos, ramos, caule e nas raízes. Onde há alternância de períodos secos e úmidos, os pulgões são mais abundantes em períodos secos. Os ataques mais intensos e com danos severos ocorrem em mudas e em plantios novos. As árvores atacadas pelos pulgões podem apresentar os seguintes sintomas: clorose; deformação e queda prematura das acículas; redução significativa do crescimento em diâmetro e altura da planta; entortamento do fuste; seca dos brotos e superbrotação devido à destruição do broto apical; presença de um fungo, denominado fumagina, de coloração escura, que se desenvolve sobre a substância açucarada ("honeydew") produzida pelos pulgões. Este fungo recobre os ramos e a folhagem, interferindo no desenvolvimento da planta; associação com formigas que se alimentam do "honeydew" e protegem os pulgões de seus inimigos naturais; seca progressiva dos ramos e, eventualmente, a morte das plantas infestadas, desaciculação e distúrbio no crescimento, assim como redução da resistência ao ataque de outros insetos ou patógenos. 6.4 MONITORAMENTO Utilização de armadilhas coloridas para o monitoramento do pulgão do pinus: Esta armadilha foi descrita por Moerick em 1951, consta de um depósito do tipo de forma de bolo, seu interior é pintado de amarelo onde se coloca água com detergente. Esta armadilha atrai várias ordens de insetos quando estão em vôo. 6.5 MÉTODOS DE CONTROLE Controle biológico: O parasitóide dos cinara spp é o Xenostigmus bifasciatus. Uso de predadores como as joaninhas. Uso de fungos entomopatogênicos, como a espécie Lecanicillium lecanii. Controle químico: Uso de alguns inseticidas tem alta eficiencia no controle do pulgão do pinus, como o acefato e o imidacloprid. 7) MELANOLOFIA 7.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela é da ordem das lepidopteras, ordem essa que abrange as borboletas e mariposas por possuírem asas escamosas, sendo que este, trata-se de uma mariposa, uma prova disso, é o posicionamento das asas quando ela está em repouso em uma parede por exemplo, elas permanecem abertas, estendidas horizontalmente sobre o corpo e sem falar que ela possui um tom mais fosco, diferente das borboletas que apresentam cores mais fortes e vibrantes (com exceção de algumas espécies de mariposas). Essa lagarta pertence a família geometridae, família que está entre as três maiores famílias de Lepidoptera, e são caracterizados pelos adultos possuírem hábito noturno ou crepuscular, frequentemente atraídos por luz, e isso é uma vantagem que vai ser comentado mais na frente quando falarmos sobre monitoramento. Seu nome cientifíco é Melanolophia apicalis, é um praga indireta e tem ocorrencia naregião sudeste e sul do Brasil. 7.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES A Melanolophia apicalis é um inseto holometabolo, ou seja, possui metamorfose completa. (ovo > larva > pupa > adulto) 7.2.1 OVOS, FASE LARVAL E PUPA Os ovos possuem formato ovais, medindo 0,55 x 0,75 mm e são de dificil observação, já que são colocados em tronco, protegidos, geralmente no interior das fendas da casca. As larvas são tipo euriciforme, característica das lepidópteras, apresentam 6 instares e em todas elas, possuem uma coloração verde clara com duas listras amarelas bem visíveis, lateralmente, uma de cada lado, prolongando-se até a cabeça. As pupas são do tipo obtectas e de coloração marrom. No periodo pré-pupa, as lagartas adotam uma posiçào encurvada e direcionam-se para debaixo dos detritos do solo. 7.2.2 FASE ADULTA Os adultos são de hábitos noturnos e durante o dia permanecem pousados. Os sexos são facilmente distinguíveis pelas antenas pectinadas nos machos e filiformes nas fêmeas. 7.3 DANOS As lagartas da Melanolophia apicalis se alimentam das acículas do Pinus taeda. As maiores consequências da desaciculação das árvores são: a mortalidade, as perdas de crescimentos e aumento da suscetibilidade das árvores para a entrada de insetos secundários, como por exemplo a vespa da madeira, e doenças. 7.4 MONITORAMENTO Antes de se iniciar qualquer medida de controle é imprescindível realizar corretamente o monitoramento. Isso serve para aumentar a eficiência e reduzir os custos de combate, bem como reduzir o impacto ambiental. Como é praticamente impossível contar todos os insetos de um habitat natural, é necessário realizar os levantamentos populacionais por meios de métodos de amostragens. 7.4.1 MONITORAMENTO DE ADULTOS 1)ARMADILHA LUMINOSA: Um dos métodos de amostragem mais utilizados em monitoramento é a captura de adultos por meio de armadilhas luminosas, lembrando que como são mariposas da família geometridae, as armadilhas facilmente atraem e capturam os insetos de atividades noturnas ou crepuscular vesperais. 7.4.2 MONITORAMENTO DE LARVAS 1)CONTAGEM: Dentro de uma parcela, são escolhidos em torno de 9 a 20 arvores, seguindo um roteiro previamente determinado. Na árvore, seleciona-se um galho do terço médio da copa, cuja diâmetro foi padronizado antes da amostragem, e conta-se o número de lagartas e o de folhas por galho e anota-se a informação na ficha de amostragem. Depois calcula-se o número de lagartas/100 folhas, usando regra de 3 e a média por talhão. O nível de controle = 8 lagartas/100 folhas. 2) PESAGEM DE EXCREMENTOS: Basicamente é feito a coleta de excrementos com um pano branco colocado sob a planta, depois aplica-se os índices de digestibilidade para estimar a população presente. Esses dados podem servir de subsidio para estimar algumas informações como por exemplo o peso seco das folhas consumidas e assim indiretamente o seu dano na planta. 7.5 MÉTODOS DE CONTROLE 1) Biológico: Podisus nigrispinus (= P. connexivus) (Hemiptera:Pentatomidae) predador de lagartas de Thyrintheina. arnobia e possui a vantagem de serem facilmente criados em laboratórios. 2) Inseticidas biológicos: à base de Bacillus Thuringiensis têm sido usados com sucesso. Na foto, mostra um avião realizando a aplicação deste método em um cultivo de eucalipto. 3) Químico: Aplicação de piretróides pode ser recomendada. Lembrar que o controle quimico traz uma série de desvantagens ao ambiente, podendo inclusive ser letal aos inimigos naturais desses desfolhadores. 8) BROCA DO PINHÃO 8.1 ORDEM, FAMÍLIA E NOME CIENTÍFICO Ela é da ordem das lepidópteras, ordem essa que abrange as borboletas e mariposas por possuírem asas escamosas, sendo que este, trata-se de uma mariposa, uma prova disso, é o posicionamento das asas quando ela está em repouso em uma parede por exemplo, elas permanecem abertas, estendidas horizontalmente sobre o corpo e sem falar que ela possui um tom mais fosco, diferente das borboletas que apresentam cores mais fortes e vibrantes (com exceção de algumas espécies de mariposas). Pertence a família Tortricidae, são lepidópteros de pequeno e médio tamanho, entre 15 e 30 mm de envergadura, e as asas adotam uma forma trapezoidal típica. Seu nome científico é Cydia araucariae, e é relatada como a principal praga da araucária, tratando-se praga direta. 8.2 CARACTERÍSTICAS DAS FASES A Cydia araucariae é um inseto holometabolo, ou seja, possui metamorfose completa. ( ovo > lagarta > pupa > adulto ) Nas sementes, durante a fase de formação e desenvolvimento da pinha, os adultos da Cydia araucariae ovopositam, e ao eclodirem os ovos, as lagartas euriciformes passam a alimentar-se do endosperma da semente até completarem este estádio e empuparem. as pupas permanecem no interior da pinha, dentro das sementes ou na região intersticial entre estas. A pinha, ao completar sua maturação, libera as sementes que caem ao solo, facilitando a emergência dos adultos de Cydia araucariae. 8.3 DANOS As lagartas danificam os orgãos reprodutivos (pinha e estróbilo) e, mais raramente, vegetativos (gemas apicais) da araucária, prejudicando a germinação e o crescimento. Os danos mais graves ocorrem nas sementes (pinhões), sendo que, nessas últimas, ocorre a destruição do conteúdo, causando problemas na germinação, podendo reduzir a produção de sementes viáveis em até 64%. 8.4 MONITORAMENTO E MÉTODOS DE CONTROLE Não se conhece um meio efetivo e econômico de controle das espécies de Cydia em araucária. Existem estudos para elaboração de armadilhas com feronomios artificiais das fêmeas de Cydia araucariae para monitoramento. Recomenda-se o brometo de metila e bissulfeto de carbono como bons fumigantes para expurgo de sementes. Atualmente, sua utilização não é permitida para esses fins, além do fato do controle químico ter inconvenientes de ordem ambiental e de saúde que deve ser levado em consideração. Existem também o método de controle baseado na retirada de pinhões atacados flutuam na água, porém não é eficiente.
Compartilhar