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03. Habeas Corpus e ROC

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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
HABEAS CORPUS 
 
1.1 CARACTERÍSTICAS 
 
 O habeas corpus é um instituto processual que, assim como a revisão criminal, 
também tem a natureza jurídica de ação de impugnação, tendo em vista que não possui 
algumas características inerentes aos recursos: 
- É cabível o habeas corpus contra atos que não sejam emanados de juiz, como contra 
decisões de autoridade policial e até mesmo contra atos de particulares que venham a violar 
a liberdade de ir e vir. 
- O habeas corpus desencadeia o início de um novo processo, surgindo uma nova relação 
processual independente da existência de um processo prévio. 
- Outra característica marcante do habeas corpus é não possuir prazo para ser impetrado, 
sendo cabível toda vez em que alguém estiver ameaçado ou cerceado em sua liberdade 
ambulatorial, ou seja, em sua liberdade de ir, vir ou até mesmo permanecer, por ato ilegal ou 
abuso de poder. Assim, desde que presentes os seus requisitos, não há preclusão pela não 
utilização do habeas corpus em determinado momento procedimental. 
 
1.2 CONCEITO 
Desta forma, o habeas corpus pode ser conceituado como uma ação autônoma de 
impugnação que tem a finalidade de restabelecer a liberdade de ir e vir, sempre que alguém 
sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e 
vir, salvo nos casos de punição disciplinar, nos termos do art. 647 do CPP. 
A doutrina reconhece, pacificamente, a existência de duas espécies de habeas corpus, 
quais sejam: 
Liberatório – ocorre todas as vezes que o paciente estiver preso. 
Preventivo – ocorre todas as vezes que o paciente esteja prestes a ser preso, havendo a 
iminência da prisão. 
Há ainda quem defenda uma terceira modalidade: 
Profilático – ocorre todas as vezes que existir uma possibilidade remota de aplicação de pena 
privativa de liberdade. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
1.3. SUJEITOS 
No tocante aos sujeitos do habeas corpus existem três sujeitos: 
Paciente – é aquele que sofre a coação ilegal, ainda que esta coação esteja na iminência de 
ocorrer ou seja remotamente possível. Um detalhe muito importante é que apenas pessoas 
físicas podem ser pacientes do habeas corpus, já que a pessoa jurídica não pode sofrer 
restrição na liberdade de locomoção. 
Portanto, não se esqueça: pessoas jurídicas NÃO poderão figurar como paciente em 
um habeas corpus, pois a estas não podem ser aplicadas prisões ou ainda penas privativas de 
liberdade, somente sendo sujeitas a penas restritivas de direito. 
O habeas corpus é um remédio constitucional, daí a pessoal em favor de quem o 
mesmo é impetrado ser chamada de paciente. 
Impetrante – é justamente a pessoa que promove, propõe, impetra o habeas corpus, 
ou seja, aquele que confecciona a peça processual e a ajuíza. Vale ressaltar que nada impede 
que o impetrante seja o próprio paciente, tendo em vista que o habeas corpus não é 
considerado uma peça privativa de advogado. O impetrante pode ser qualquer pessoa do 
povo (inclusive analfabetos e estrangeiros), pessoas jurídicas, o Ministério Público, o 
Defensor Público e o advogado do paciente, como uma decorrência da interpretação do art. 
654, do CPP. 
Já os juízes e tribunais, enquanto órgãos jurisdicionais, possuem competência para 
expedir de ofício ordem de habeas corpus (art. 654, § 2º, do CPP), desde que estejam acima e 
na linha de reforma em relação à autoridade coatora, que é aquela responsável pela coação 
ilegal. Desta forma, se um juízo ou tribunal, no exercício de sua função jurisdicional, tiver 
conhecimento de uma coação ilegal ocorrida em um processo que seja de sua competência, 
deverá o mesmo conceder a ordem ex officio, independentemente de provocação, não 
havendo necessidade, ou mesmo possibilidade, de um juiz ou tribunal impetrar um HC. 
Assim, não é possível que um juiz conceda ordem de habeas corpus de ofício se o 
mesmo estiver no mesmo grau ou instância daquele que proferiu a decisão a ser impugnada. 
Coator ou autoridade coatora – é quem exerce a coação ilegal, nos termos do art. 
654, § 1º, “a”, do CPP, podendo ser autoridade ou particular. 
 
1.4. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
As hipóteses de cabimento do habeas corpus estão previstas no art. 648 do CPP 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
 
 
 
 
 
 
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3 
A falta de justa causa para se ingressar com o habeas corpus ocorrerá todas as vezes 
que o motivo da coação ilegal for ilegítimo, sendo mais ampla que a justa causa referente as 
causas de rejeição liminar da denúncia, prevista no art. 395, III, do CPP, tendo em vista que 
nesta última somente poderá ser alegada se ocorrer a falta de indícios suficientes de autoria 
e falta de prova da materialidade do fato. 
É lógico que na eventualidade de uma denúncia ser oferecida e recebida sem que 
estejam presentes a prova da materialidade da infração e os indícios suficientes de autoria, 
ou seja, sem o lastro probatório mínimo que caracteriza a justa causa para ação penal, será 
possível impetrar habeas corpus com a finalidade de buscar o "trancamento" da ação penal, 
isto é, a extinção do processo sem julgamento do mérito. 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
Ocorrerá esta situação todas as vezes que a lei prever um prazo específico para a 
duração de uma prisão e este prazo se esgotar sem ter o réu sido posto em liberdade. 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
Nesta hipótese especifica, a autoridade que ordenou a coação simplesmente não tem 
autoridade para determiná-la, ou seja, a princípio, caso o ato fosse realizado por autoridade 
competente não haveria coação, entretanto, como a autoridade é incompetente, há coação 
ilegal. 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
Nesta situação, inicialmente não havia coação ilegal, entretanto, os motivos que 
autorizaram a coação não mais subsistem e o sujeito ainda permanece preso. 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
Esta hipótese de impetração de habeas corpus é bastante peculiar, tendo em vista 
que o objeto da coação ilegal é a falta de prestação de fiança mesmo existindo previsão 
expressa de seu arbitramento. Ou seja, a impetração com base neste fundamento é tão 
somente para que seja arbitrada fiança ao impetrante. O CPP, inclusive, traz previsão 
expressa neste sentido em seu Art. 660, § 3º. 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
Esta hipótese de impetração de habeas corpus também é bastante peculiar, pois 
possui a finalidade especifica de anular o processo, seja de forma total ou parcial. 
Quando a ordem de habeas corpus é concedida com base neste inciso, o processo 
será, em regra, devolvido ao momento do ato nulo, para que os atos sejam renovados, agora 
de forma válida. 
VII - quando extinta a punibilidade. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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Esta hipótese de impetração do habeas corpus tem como fundamento a ocorrência 
de alguma hipótese de extinção de punibilidade prevista no art. 107 do Código Penal, que, 
por alguma razão, ainda não foi reconhecida em favor do paciente, ou ainda cujo 
reconhecimento foi negado. 
 
1.5. REQUISITOS DA INICIAL 
Os requisitosda petição inicial do habeas corpus estão previstos expressamente 
previstos no Art. 654, § 1º, do CPP da seguinte forma: 
Art. 654, § 1º - A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, 
coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda 
o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação 
das respectivas residências. 
OBS 1: Conforme a doutrina e jurisprudência majoritária os Tribunais costumam 
flexibilizar os requisitos da petição inicial do habeas corpus, uma vez que é possível a 
concessão de ofício do habeas corpus pelo órgão jurisdicional competente. 
OBS 2: É perfeitamente possível o pedido de liminar na petição inicial do habeas corpus 
com a finalidade de suspender o processo, concessão liminar da ordem com a consequente 
expedição do alvará de soltura, por uma interpretação do art. 660, § 2º, do CPP, ao prever 
que o juiz ou o tribunal poderá ordenar que cesse imediatamente o constrangimento. 
Entretanto vale lembrar que uma vez indeferida a liminar NÃO cabe, via de regra, impetração 
de novo Habeas Corpus para atacar a decisão que julgou a liminar, neste sentido é o teor da 
Súmula n. 691 do STF. 
 
“Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator 
que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.” 
 
Negada a liminar, o recurso cabível seria o agravo regimental, previsto no Regimento 
Interno dos tribunais. 
Apesar da aplicabilidade da Súmula 691 do STF, a jurisprudência do próprio STF vem 
relativizando o teor da mesma em situações excepcionais, como nos casos de flagrante 
ilegalidade ou abuso de poder, nestes casos específicos o STF vem admitindo a impetração 
de novo habeas corpus contra decisão liminar que tinha indeferido habeas corpus anterior, 
neste sentido os seguintes julgados da 1ª e 2ª Turma do STF: 
 
HC 98687 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI 
Julgamento: 03/08/2010 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação: DJe-159 DIVULG 26-08-2010 PUBLIC 27-08-2010 
EMENT VOL-02412-02 PP-00242 
Parte(s) 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
5 
PACTE.(S) : FRANCISCO DE ASSIS DE MELO 
IMPTE.(S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO 
COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 131267 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL. WRIT IMPETRADO CONTRA DECISÃO 
QUE INDEFERIU MEDIDA LIMINAR NO STJ. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 691 DO SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. VERBETE QUE SÓ PODE SER FLEXIBILIZADO EM SITUAÇÕES 
EXCEPCIONAIS. INDEVIDA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. 
I - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de writ impetrado contra decisão que, em habeas 
corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. Incidência da Súmula 691 do STF. 
II - A relativização do entendimento sumulado só é admitida por este Tribunal em casos de flagrante 
ilegalidade ou abuso de poder, o que não se verifica nos autos. Precedentes. I 
II - O pleito não pode ser conhecido, sob pena de indevida supressão de instância e de extravasamento dos 
limites de competência do STF descritos no art. 102 da Constituição Federal. IV - Habeas corpus não 
conhecido. 
 
 
 
HC 103673 / SP - SÃO PAULO 
HABEAS CORPUS 
Relator(a): Min. AYRES BRITTO 
Julgamento: 14/09/2010 Órgão Julgador: Segunda Turma 
Publicação: DJe-200 DIVULG 21-10-2010 PUBLIC 22-10-2010 
EMENT VOL-02420-03 PP-00602 
Parte(s) 
PACTE.(S) : RENATO CEZAR RODRIGUES ALVES BATISTA 
IMPTE.(S) : FRANCISCO JOSÉ GÁY E OUTRO(A/S) 
COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 165785 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
EMENTA: HABEAS CORPUS. SÚMULA 691/STF. CRIMES DE ROUBO MAJORADO E RECEPTAÇÃO. PRISÃO EM 
FLAGRANTE. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA 
NECESSIDADE DA CUSTÓDIA CAUTELAR, NOS TERMOS DO ART. 312 DO CPP. AÇÃO CONSTITUCIONAL NÃO 
CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 
1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de 
habeas corpus, sem o julgamento de mérito da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf. HCs 79.776, da 
relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do 
ministro Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775, da relatoria do ministro 
Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu origem à Súmula 691, segundo a qual "não compete ao 
Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas 
corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar". 
2. Tal entendimento jurisprudencial sumular comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à 
liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da 
CF/88). 
3. A garantia da fundamentação importa o dever judicante da real ou efetiva demonstração de que a 
segregação atende a pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. Sem o que se dá 
a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a presunção de não-culpabilidade é de 
prevalecer até o momento do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Por isso mesmo foi que 
este Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por maioria, entendeu inconstitucional a 
 
 
 
 
 
 
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execução provisória da pena. Na oportunidade, assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal 
ofende o direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua 
força quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se: "ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de 
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei" (inciso LXI do art. 5º). 
4. No caso, a decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória do acusado - que não foi preso em 
flagrante por crime hediondo - não demonstrou, minimamente que fosse, o vínculo operacional entre a 
necessidade da segregação cautelar e os pressupostos do art. 312 do Código de Processo Penal, tal como 
estabelece o parágrafo único do art. 310 do mesmo diploma processual. 
5. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, nos termos do voto do relator 
 
1.6. COMPETÊNCIA 
Em relação à competência para julgamento do habeas corpus, a regra é a de que ele 
seja julgado pela autoridade imediatamente superior à autoridade coatora, desta forma, 
pode-se fazer o seguinte esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMPETÊNCIA EM HABEAS CORPUS 
 
 STJ STJ TSE STF 
 roc roc roc roc 
 TJ TRF TRE STJ STF 
 hc hc hc hc hc 
AUTORIDADE 
COATORA 
 
JUIZ 
ESTADUAL 
 
JUIZ 
FEDERAL 
 
JUIZ 
ELEITORAL 
 TJ ou TRF STJ STF 
 
 
 
 
 
 
 
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1.7. PROCEDIMENTO 
 
Quanto aoprocedimento do habeas corpus deverá ser observada a seguinte ordem: 
Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o 
paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. 
(art. 656. CPP) 
Haverá a requisição de informações a autoridade coatora, determinando prazo para 
sua apresentação. 
Poderá o juiz requerer diligências e interrogar o paciente; 
Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, 
fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, nos termos do art. 660, CPP. 
Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por 
outro motivo dever ser mantido na prisão conforme art. 660, § 1º, CPP. 
Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão 
ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo. (art. 660,§ 5º, 
CPP). 
No caso de julgamento de habeas corpus por Tribunal deverá ser observado o 
seguinte procedimento: 
A petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará 
imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver 
reunida, ou primeiro tiver de reunir-se. (art. 661, CPP) 
COMPETÊNCIA EM HABEAS CORPUS (cont.) 
 
 STJ STJ TJ ou TRF TJ 
 roc roc rese rese 
 
TURMA 
RECURSAL 
 TJ ou TRF TJ JUIZ JUIZ 
 hc hc hc hc hc 
AUTORIDADE 
COATORA 
è JECRIM 
TURMA 
RECURSAL 
 
JUIZADO DE 
VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA 
 
DELEGADO 
DE POLÍCIA 
 PARTICULAR 
 
 
 
 
 
 
 
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Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se necessário, 
requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém, 
qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for 
apresentada a petição. (art. 662. , CPP). 
As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente entender que 
o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal, 
câmara ou turma, para que delibere a respeito. (art. 663, CPP) 
Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na primeira 
sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte. (art. 664, CPP). 
A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente não 
tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá 
a decisão mais favorável ao paciente. (art. 664, parágrafo único, CPP). 
DICA: 
NÃO CABERÁ HABEAS CORPUS: 
1. Das punições disciplinares militares no que diz respeito ao mérito da decisão, com 
fundamento no art. 142, §2º da Constituição e art. 647 do Código de Processo Penal. 
2. Durante o Estado de Sítio, vedação indireta dada pela Constituição Federal nos arts. 138, 
caput e 139, I e II, salvo se a prisão for determinada por quem não seja competente ou em 
desacordo com as formalidades legais. 
3. Contra imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função 
pública, nos moldes da Súmula 694 do STF. 
4. Quando já extinta a pena privativa de liberdade, com fundamento na Súmula 695 do STF. 
5. Se o intuito for resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade 
de locomoção, nos termos da Súmula 395 do STF. 
6. Da decisão condenatória a pena de multa ou relativo a processo em curso por infração 
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada, nos termos da Súmula 693 do STF. 
7. Contra omissão do relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja 
prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito, a teor da Súmula 692 do 
STF. 
 
1.8. ESTRUTURA DO HABEAS CORPUS. 
 
Endereçamento: 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ (Coator = delegado de polícia estadual) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE 
_______________________ (Coator = delegado de polícia federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA 
DE_______________________ (Coator = delegado de polícia estadual nos crimes de menor potencial ofensivo) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO 
JUDICIÁRIA DE _________ (Coator = delegado de polícia federal nos crimes de menor potencial ofensivo) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE 
_______________________ (Coator = Delegado nos crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA 
DE _______________________ (Coator = Delegado nos crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados da 
Competência da Justiça Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO 
DE_________________ (Coator = Juiz de Primeiro Grau Estadual ou Ministério Público Estadual) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 
____ REGIÃO (Coator = Juiz de Primeiro Grau Federal ou Ministério Público) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA COMARCA DE _____________ (Coator = Juizado Especial Criminal Estadual) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL 
CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA COMARCA DE ____________ (Coator = Juizado Especial Criminal Federal) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
(Coator = Tribunal Inferior ou pessoa com prerrogativa de foro no STJ) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
(Coator = Tribunal Superior ou pessoa com prerrogativa de foro no STF ou Tribunais Superiores) 
 
Identificação 
 (NOME DO IMPETRANTE), nacionalidade, identidade, CPF, profissão, residente e 
domiciliado no _______, (por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, 
procuração em anexo) (se for o caso), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, 
Com fundamento no art. 5º., LXVIII, da Constituição Federal, e no art. 647 e seguintes do 
Código de Processo Penal, impetrar 
 
HABEAS CORPUS 
 
 em favor de (nome do paciente), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da 
Cédula de Identidade número _________, expedida pela __________inscrito no Cadastro de 
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ___________, residência e domicílio, 
que se encontra atualmente custodiado na ___________________ (indicar o local em que se 
encontra preso o paciente, se for o caso), em razão de decisão manifestamente ilegal 
 
 
 
 
 
 
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proferida pelo __________, ora identificado como autoridade coatora, pelas razões de fato 
e direito a seguir expostas: 
 
1. Dos Fatos 
Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a impetração do habeas corpus, ou 
seja, indicar que foi, por exemplo, decretada uma prisão pelo Juízo ___, autoridade coatora, 
e que tal prisão é manifestamente ilegal, indicando os motivos pelos quais a prisão é ilegal, 
ou qual(is)a(s) ilegalidade(s) existente(s) que caracteriza(m) ameaça ou cerceamento ao 
direito de liberdade, ensejando o habeas corpus. 
2. Do Direito 
Ressaltar onde está a ilegalidade na prisão ou na ameaça ao direito de liberdade do 
paciente. 
3. Do pedido liminar. 
 Indicar encontrarem-se presentes o fumus boni iuris, caracterizado pela 
violação/cerceamento/ameaça ao direito de liberdade do paciente, e também o periculum in 
mora, que reside no fato de já estar o paciente submetido à uma prisão flagrantemente ilegal, 
que não pode prosperar. 
4. Do Pedido 
 Indicar ainda a necessidade de concessão da ordem liminarmente, bem como seja 
oficiada a autoridade coatora para que preste informações, e intimação do Ministério 
Público. 
 AO FINAL, deve-se fazer o pedido pleiteando a consequente concessão da ordem de 
Habeas Corpus para ... , com a consequente expedição do alvará de soltura. 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 
 Comarca, data 
 Advogado, OAB 
1.9. CASOS PRÁTICOS 
CASO PRÁTICO RESOLVIDO 
 
Robson, famoso empresário do ramo hoteleiro da cidade H foi denunciado pela 
prática do crime de omitir informação às autoridades fazendárias, com a finalidade de 
suprimir tributo estadual devido (art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990). Robson impugnou 
administrativamente o lançamento do tributo, tendo em vista que, no seu entender, este 
 
 
 
 
 
 
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11 
não ocorreu. O juiz criminal da 5ª Vara Criminal da Comarca X recebeu a denúncia e citou o 
réu para apresentar defesa, alegando a independência da via judicial frente à 
administrativa. 
Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Robson, 
apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
_______________ 
Nome do impetrante, advogado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem, com 
fundamento no art. 5º, LXVII da Constituição Federal e artigo art. 647 e 648, I, do Código de Processo Penal 
impetrar a presente ordem de 
HABEAS CORPUS 
 em favor de Robson, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número 
_________, expedida pela ___________inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o 
número ___________, residência e domicílio, ora paciente, que encontra-se ameaçado em sua liberdade de 
locomoção em face da decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da 
Comarca X, ora apontado como autoridade coatora, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: 
 
1. Dos Fatos 
O paciente é um famoso empresário do ramo hoteleiro da cidade H e foi denunciado pela suposta prática 
do crime contra a Ordem Tributária de omitir informação às autoridades fazendárias para suprimir tributo 
estadual devido art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990). 
O paciente impugnou administrativamente o lançamento do tributo, tendo em vista que no seu 
entender este não ocorreu. O juiz criminal da 5ª Vara Criminal da Comarca X, autoridade coatora, de forma 
equivocada, recebeu a denúncia e citou o réu para apresentar defesa, alegando a independência da via judicial 
frente a administrativa. 
 
2. Do Direito 
Conforme se depreende da narração dos fatos agiu de forma equivocada a autoridade coatora ao ter 
recebido a denúncia. Como é sabido, via de regra existe a independência da esfera judicial e da esfera 
administrativa, entretanto, existem ressalvas que ora são trazidas pela própria lei e ora pela jurisprudência pátria. 
No caso em concreto existe uma visível coação ilegal contra o paciente uma vez que não se tipifica crime 
material contra a ordem tributária de omitir informação a autoridade fazendária estadual para suprimir tributo 
devido, previsto no art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo, nos temor da 
Súmula Vinculante 24 do STF. 
Ora como ainda não houve, no presente caso, o lançamento definitivo do tributo, tendo em vista que 
ainda existe um processo administrativo pendente, não há como se tipificar o crime acima referido, havendo uma 
coação ilegal por falta de justa causa, pois o motivo que ensejou o recebimento da denúncia é ilegítimo, nos 
termos do art. 647 e 648, I, do Código de Processo Penal. 
 
3. Do Pedido 
Desta forma, requer-se a concessão da presente ordem de habeas corpus para que seja anulado o 
recebimento da denúncia e decretar a extinção do processo em face da visível coação ilegal sofrida pelo paciente. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 Comarca, data 
 Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
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CASO PRÁTICO PROPOSTO 
Juliano cometeu o crime de roubo na cidade Sossego, uma pacata cidade no interior 
da Paraíba que nunca tinha tido nenhuma ocorrência de um crime desta gravidade. Como o 
crime teve uma grande repercussão social, apesar de ter havido uma condenação com pena 
mínima de 3 anos de reclusão e multa, o juiz estabeleceu o regime prisional mais gravoso 
para o réu, o regime fechado, alegando a gravidade em abstrato do delito. Ocorre que a 
decisão transitou em julgado. 
Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Juliano, 
apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado. 
 Peça – Habeas Corpus. 
 Endereçamento – Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba 
 Tese – alegar que o juiz não agiu corretamente tendo em vista que a gravidade em 
abstrato do crime, por si só, não é fundamento suficiente para o estabelecimento de 
regime prisional mais severo do que o que o réu teria direito, conforme consolidado 
entendimento do STJ na Súmula 440, bem como afronta o art. 33, § 2.º, “c” do CP, 
tendo em vista que o condenado a pena igual ou inferior a 4 anos e não reincidente, 
como no caso em análise, pode cumprir a pena, desde o início, no regime aberto, 
existindo não existindo justa causa para a coação ilegal sofrida pelo paciente, 
conforme art. 648, I, do Código de Processo Penal. 
 
 Pedido – concessão da ordem para que se estabeleça, na sentença condenatória, o 
regime prisional aberto para o paciente. 
 
 
 
 
 
 
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13 
 RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL (ROC) 
 
 
1. CARACTERÍSTICAS. 
O recurso ordinário é um recurso de índole constitucional, tendo em vista que está 
previsto expressamente na Constituição Federal. 
O recurso ordinário constitucional é peça privativa de advogado, o que amplia as chances 
de cobrança do referido recurso na peça prático profissional do Exame da OAB. 
O ROC é na verdade, O NOME DO RECURSO EM SEDE DE HABEAS CORPUS. Assim, 
denegada a ordem de habeas corpus por um TRIBUNAL, o recurso cabível será o ROC. 
Já se a ordem de habeas corpus for concedida ou denegada por um Juiz, o recurso é o 
RESE para o TJ ou TRF, embora em caso de denegação a via mais rápida seja mesmo o HC. 
 
As hipóteses de cabimento do ROC, em matéria penal podem ser sistematizadas da 
seguinte forma: 
 
ROC para o STF 
 
a) Quando houver decisão denegatória de Habeas Corpus decidido em única instância pelos 
Tribunais Superiores. (Art. 102, II, a, CRFB/88) 
b) Quando houver decisão que julgar crime político. (Art. 102, II, b, CRFB/88) 
Contudo, atenção aos seguintes detalhes: 
1. Somente cabe ROC de decisões denegatóriasde Habeas Corpus, ou seja, NÃO caberá ROC 
diretamente para o STF se a decisão for concessiva de Habeas Corpus; 
2. A decisão denegatória deve ser em única instância, ou seja, deve ser uma hipótese de 
habeas corpus julgado em competência originária, portanto decidido por Tribunais 
Superiores (são considerados Tribunais Superiores o STJ, o TSE, o TST e o STM); 
3. Em relação ao ROC contra decisão que julgar crime político, vale lembrar que os mesmos 
estão definidos na Lei 7.170/1983, que elenca os crimes contra a segurança nacional, a 
ordem política e social. Em relação a esta hipótese de ROC o que vale é que a decisão seja 
relacionada a um crime político, podendo ser decisão de juiz de primeiro grau (a 
competência é do juiz federal, conforme art. 109, IV, da CRFB/88), de Tribunal (o Tribunal 
competente é o Tribunal Regional Federal quando houver autoridade com foro 
privilegiado neste Tribunal) ou de Tribunal Superior (Tribunal Superior é o Superior 
Tribunal de Justiça quando houver autoridade com foro privilegiado neste Tribunal). Em 
qualquer das decisões proferidas por estes órgãos do poder judiciário relacionadas ao 
crime político, o recurso cabível das decisões será o ROC diretamente para o STF. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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14 
 
. ROC para o STJ 
 
a) Quando houver decisão de denegação de Habeas Corpus decididos em única ou última 
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios. (Art. 105, II, a, da CRFB/88) 
Atenção aos seguintes detalhes: 
1. Somente cabe ROC de decisões denegatórias de Habeas Corpus, ou seja, NÃO caberá ROC 
diretamente para o STJ se a decisão for concessiva de Habeas Corpus; 
2. A decisão denegatória do HC deve ter sido proferida em única instância, ou seja, deve ser 
uma hipótese de competência originária, ou em última instância, neste caso houve o 
exaurimento das instâncias até chegar ao STJ, e decidida por Tribunais (são considerados 
Tribunais o TJ do Estados e do Distrito Federal e Territórios e o TRF). 
 
Ou seja, só é possível ROC para os Tribunais Superiores 
Fundamento: 
STF = art. 102, II a, CRFB/88 
STJ = art. 105, II a, CRFB/88 
 
 
2. PROCEDIMENTO. 
Por fim, o ROC possui o seguinte procedimento: 
I. Prazo ROC para o STF. 
Habeas Corpus: 
. 5 dias – Petição de Interposição com as Razões ou Contrarrazões inclusas. 
 
OBS.: O prazo acima decorre da lei 8.038/90 que regula o procedimento no caso 
de competência originária dos Tribunais, em especial perante o Supremo Tribunal Federal e 
Superior Tribunal de Justiça. Dispõe o art. 30 da referida lei: 
Art. 30 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões denegatórias 
de Habeas Corpus, proferidas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos 
Estados e do Distrito Federal, será interposto no prazo de cinco dias, com as razões do 
pedido de reforma. 
Além disso, também dispõe a Súmula 319 do STF: “O prazo do recurso ordinário para o 
Supremo Tribunal Federal, em “habeas-corpus” ou mandado de segurança, é de cinco dias” 
e também o próprio Regimento Interno do STF em seus arts. 310 e 311, abaixo transcritos: 
Seção II 
DO RECURSO DE HABEAS CORPUS 
CRFB/88: art. 102, II, a – art. 5°, LXXVII (isenção). 
Art. 310. O recurso ordinário para o Tribunal, das decisões denegatórias de habeas corpus, 
será interposto no prazo de cinco dias, nos próprios autos em que se houver proferido a 
decisão recorrida, com as razões do pedido de reforma. 
RISTF: art. 56, I (classe) – art. 56, X e XI (não se altera a classe). CPP: art. 574 a art. 580 
(disposições gerais) – art. 667 (obedece ao RISTF). 
 
 
 
 
 
 
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Art. 311. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos com vista ao 
Procurador-Geral, pelo prazo de dois dias. Conclusos ao Relator, este submeterá o feito a 
julgamento do Plenário ou da Turma, conforme o caso. 
RISTF: art. 6°, III (Pleno), a, primeira parte (TSE), e b (coator: Ministro de Estado) – art. 9°, II, 
a (Turmas) – art. 21, XIV (em mesa) – art. 52, III (vista obrigatória) – art. 66 (distribuição) – art. 
68, caput e § 2° (redistribuição) – art. 69 (prevenção). 
Crime Político: 
. 5 dias – Petição de Interposição. 
. 8 Dias – Razões ou Contrarrazões. 
 
OBS.: No caso de crime político o processamento do ROC será igual ao da apelação, 
tendo em vista que o próprio Regimento Interno do STF em seu Capítulo II, referente aos 
recursos criminais, Seção I, ao se referir ao ROC, determina que se aplique o processamento 
da apelação para o ROC de crime político, conforme transcrição abaixo: 
RISTF 
Capítulo II 
DOS RECURSOS CRIMINAIS 
Seção I 
DOS RECURSOS ORDINÁRIOS6 
6 Norma introduzida pela CRFB/88: art. 102, II, b (crime político). CPP: art. 593, I e II, a art. 603 
(crime político: processamento igual ao da apelação). 
II. Prazo ROC para o STJ. 
Habeas Corpus: 
. 5 dias – Petição de Interposição e Razões ou Contrarrazões inclusas. 
 
OBS.: O prazo de 5 dias para a apresentação da petição de interposição com as razões 
ou contrarrazões inclusas é uma decorrência do Art. 30 da Lei 8.038/90 que institui normas 
procedimentais para os processos perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo 
Tribunal Federal. 
 
III. Endereçamento ROC para o STF. 
Habeas Corpus: 
. Petição de Interposição – Ministro Presidente do Tribunal Superior respectivo. 
. Razões ou Contrarrazões – Turma do STF. 
 
Crime Político: 
. Petição de Interposição – Ministro Presidente do Tribunal Superior respectivo ou 
Juiz Federal respectivo. 
. Razões ou Contrarrazões – Turma do STF. 
 
IV. Endereçamento ROC para o STJ. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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Habeas Corpus: 
. Petição de Interposição – Presidente do Tribunal respectivo. 
. Razões ou Contrarrazões – Turmas do STJ. 
 
OBS.: O ROC não necessita de prequestionamento para ser apresentado e processado, 
diferindo do Recurso Especial e Extraordinário, além disso como no caso de ROC em razão 
de crime político o seu processamento é igual ao da apelação ele é chamado por alguns 
doutrinadores de apelação constitucional, expressão que também pode ser usada para 
designar o ROC. 
 
3. ESTRUTURA DO ROC PARA O STF OU STJ. 
3.1. Petição de interposição. 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ou 
TSE ou STM - Regra Geral – ROC para o STF) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
_________________ (ou TJDFT - Regra Geral – ROC para o STJ) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (Crimes 
da Competência da Justiça Federal – ROC para o STJ) 
Habeas Corpus número: (ROC para o STF ou STJ) 
Processo número: (Crime Político – ROC para o STF) 
 (Nome do Recorrente/Impetrante), já qualificado nos autos do Habeas Corpus supra indicado (ou do 
processo, em caso de crime político), por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, procuração 
em anexo (se for o caso), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão 
denegatória de Habeas Corpus de fls._____, interpor tempestivamente o presente 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
com fundamento no art. 102, II, (indicar a alínea “a” ou “b” ou art. 105, II, “a”) da Constituição Federal. 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária,sejam os autos 
remetidos à instância superior, para consequente conhecimento e provimento. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
3.2. Razões ou Contrarrazões. 
 
Endereçamento: 
 
RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
PACIENTE: 
IMPETRANTE: 
HABEAS CORPUS NÚMERO: 
 
 
 
 
 
 
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17 
 
ou 
 
RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
RECORRENTE: 
RECORRIDO: 
PROCESSO NÚMERO: 
 
EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (OU SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA) 
COLENDO TRIBUNAL 
DOUTA TURMA 
 
1. Dos Fatos. 
Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a interposição do ROC, ou seja, indicar que foi, por exemplo, 
decretada uma prisão pelo Juízo ___, autoridade coatora, e que em razão da ilegalidade daquela prisão, foi 
impetrado um habeas corpus perante o Tribunal _____, que denegou a ordem. 
Indicar os motivos pelos quais a prisão é ilegal, ou qual(is) a(s) ilegalidade(s) existente(s) que caracteriza(m) 
ameaça ou cerceamento ao direito de liberdade, tal qual no habeas corpus. 
No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: 
“A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.” 
2. Do Direito. 
Falar inicialmente qual foi o equívoco cometido pelos julgadores para, depois, mencionar o direito aplicado 
ao caso concreto que será o fundamento do ROC. 
3. Do Pedido. 
Deve-se fazer o pedido pleiteando o provimento do recurso para reformar a decisão proferida, com a 
consequente concessão da ordem de Habeas Corpus para ... 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
4. CASOS PRÁTICOS 
 
Caso Prático Resolvido 1. 
Vamos usar como exemplo, o caso prático resolvido sobre Revogação da Preventiva, 
envolvendo Mévio. Este era o caso: 
No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou por 
Fernando, seu desafeto. Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o mesmo foi 
surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos seus integrantes 
tentou evadir-se do local. 
Contudo, depois de grande resistência, Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, 
acabou entrando no citado carro. Para tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do 
veículo levaram Fernando para um município próximo onde o mesmo foi cruelmente 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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assassinado com um tiro na testa. Após aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade 
policial encontrou o corpo de Fernando amarrado a um tronco de uma árvore. 
Durante o inquérito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou que ouviu 
falar que Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante do crime. Após 
as investigações, o Ministério Público denunciou Mévio, Vicente, Augusto e Renato por 
homicídio qualificado. 
A denúncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Júri da Comarca X decretou a prisão de 
Mévio fundamentando-a na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução 
criminal. 
Ocorre que durante a instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem como as 
demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas ouviram dizer que 
Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes 
do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas 
que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram 
dizer que os dois não se davam. 
Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça processual pertinente na busca por 
sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus. 
 
AGORA VAMOS IMAGINAR QUE VOCÊ, ADVOGADO DE MÉVIO, TENHA REQUERIDO AO 
JUIZ A REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA, MAS O JUIZ TENHA INDEFERIDO SEU PEDIDO NO CASO 
CONCRETO, E QUE VOCÊ JÁ TENHA IMPETRADO HABEAS CORPUS PERANTE O TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DAQUELE ESTADO, QUE TAMBÉM DENEGOU A ORDEM. 
NESTE CASO, DENEGADA A ORDEM DE HABEAS CORPUS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, 
CABÍVEL RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PARA O STJ: 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE 
_________________ 
Habeas Corpus número: 
MÉVIO, já qualificado nos autos do Habeas Corpus, por seu advogado formalmente constituído que esta 
subscreve, procuração em anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a 
decisão denegatória de Habeas Corpus de fls._____, interpor tempestivamente o presente 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
com fundamento no art. 105, II, “a” da Constituição Federal. 
Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos 
remetidos à instância superior, para consequente conhecimento e provimento. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
PACIENTE: 
IMPETRANTE: 
 
 
 
 
 
 
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HABEAS CORPUS NÚMERO: 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDO TRIBUNAL 
DOUTA TURMA 
1. Dos Fatos 
O acusado teve sua custódia cautelar decretada pelo douto juízo do Tribunal do Júri da Comarca _________, 
tendo posteriormente desaparecido os motivos que autorizavam a custódia cautelar, foi requerida a revogação 
da prisão preventiva. 
Contudo, tendo sido negada pelo juízo a quo a justa e devida revogação, impetrou-se perante o Tribunal de 
Justiça do Estado _____ Habeas Corpus, sendo, em ___/___/___, denegada por aquele tribunal a referida ordem. 
Assim, não se conformando o impetrante com a decisão proferida, tem o presente recurso o objetivo de 
reverter a injusta prisão que recai sobre o paciente, que foi preso sob o suposto fundamento de ter ordenado aos 
seus capangas, Vicente, Augusto e Renato, a execução de seu desafeto Fernando no dia 5 de fevereiro. Os fatos 
narrados na denúncia relatam que, após a vítima ser surpreendida por um carro escuro, foi a mesma levada para 
um município próximo, para garantir o sigilo do fato, onde houve a execução com um tiro na testa e logos após, 
o corpo da mesma foi amarrado a um tronco de uma árvore. 
Por tais motivos foi o paciente denunciado e preso preventivamente por aquele Juízo, sendo certo que sua 
prisão fora decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. 
Ocorre que, realizada a instrução criminal, foram ouvidas as testemunhas Maria, Rodolfo e Pedro, que 
relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado 
por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas 
que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se 
davam. 
2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar 
A prisão preventiva é medida de extrema exceção, somente cabível quando evidentes os pressupostos 
previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. 
O réu, ora paciente, teve sua prisão decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução 
criminal. Ocorre que todas as testemunhas já foram ouvidas por esse douto juízo sendo certo que as mesma foram 
contundentes em afirmar que não presenciaram qualquer envolvimento do ora paciente com os fatos, e que 
somente ouviram dizer que o mesmo não se dava coma vítima. 
Desta forma, evidencia-se a absoluta ausência de fundamentos para a manutenção de sua custódia cautelar, 
uma vez que inexistente a garantia da ordem pública ou ainda a conveniência da instrução criminal. Ressalte-se, 
inclusive, que a prova testemunhal já foi colhida. 
Desta feita, tendo desaparecido todo e qualquer motivo que autorizasse a prisão preventiva, deve a mesma 
ser revogada, conforme arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal. 
Assim, a respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir 
aduzidos. 
3. Do Pedido. 
Ante o exposto, postula-se a esse Egrégio Superior Tribunal de Justiça, seja conhecido e provido o presente 
recurso, com a consequente concessão da ordem de habeas corpus, na forma do art. 648, IV, do Código de 
Processo Penal, para, nos termos dos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal, que seja revogada 
a prisão preventiva do ora paciente, com a consequente expedição do alvará de soltura. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
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20 
Caso Prático Resolvido 2. 
Romero, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua W, no Rio de Janeiro, foi 
preso em flagrante delito pela prática de furto, tendo em vista que por volta das 20.00h 
subtraiu, sem violência ou grave ameaça, um celular no valor de R$ 1.000 (mil) reais. 
O réu foi preso em flagrante, convertendo o juiz da 10ª Vara Criminal da Comarca do Rio 
de Janeiro a prisão em flagrante em preventiva, com base na gravidade em abstrato do 
crime de furto. 
Inconformado com a decretação da prisão preventiva, o réu impetrou, através de 
advogado constituído, Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de 
Janeiro, alegando que o fundamento da preventiva não era válido e que era réu primário e 
tinha bons antecedentes, devendo responder ao processo em liberdade. O Tribunal 
denegou a ordem com base nos mesmos fundamentos do juízo a quo. 
Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado por 
Romero, redija a peça cabível, para impugnar a decisão do Tribunal. 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO 
RIO DE JANEIRO. 
Habeas Corpus número: 
Romero, já qualificado nos autos do Habeas Corpus n.______, às fls.___________, por seu advogado formalmente 
constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a 
respeitável decisão denegatória de Habeas Corpus conforme fls._________________, interpor tempestivamente 
o presente 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
com fundamento no art. 105, II, a, da Constituição Federal. 
Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos 
encaminhados à superior instância onde serão processados e provido o presente recurso. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, data 
Advogado, OAB 
 
 
RAZÕES RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
PACIENTE: 
IMPETRANTE: 
HABEAS CORPUS NÚMERO: 
 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
COLENDO TRIBUNAL 
DOUTA TURMA 
 
1. Dos Fatos 
O paciente foi preso em flagrante delito pela prática de furto, tendo em vista que por volta das 20h00min 
teria subtraído, sem emprego de violência ou grave ameaça, um celular no valor de R$ 1.000,00 (mil) reais, sendo 
preso em flagrante e convertida em prisão em flagrante pelo juiz da 10ª Vara Criminal da Comarca do Rio de 
Janeiro, com base na gravidade em abstrato do crime de furto. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
21 
Inconformado com a decretação da prisão preventiva, houve a impetração de Habeas Corpus perante o 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, alegando que o fundamento da preventiva não era válido e que 
era réu primário e tinha bons antecedentes, devendo responder o processo em liberdade, entretanto o Egrégio 
Tribunal de Justiça denegou a ordem com base nos mesmos fundamentos do juízo a quo. 
A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 
2. Do Direito. 
O paciente teve a sua prisão preventiva decretada com base na gravidade em abstrato do crime de furto, o 
que não é admitido pelo ordenamento jurídico pátrio, razão pela qual ingressou com uma ordem de Habeas Corpus 
perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que equivocadamente denegou a ordem, razão pela 
qual é cabível o presente Recurso Ordinário Constitucional. 
Como é sabido, para haver a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 312 e 313 do Código de 
Processo Penal são necessário dois pressupostos (prova da existência do crime e indício suficiente de autoria), ao 
menos um fundamento (garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, 
ou para assegurar a aplicação da lei penal) e uma condição de admissibilidade 
Ora, no presente caso, colendo Tribunal, não estão presentes nenhum dos fundamentos para a decretação 
preventiva, tendo em vista que inexiste qualquer perigo a ordem pública e econômica, pois não existe receio de 
que o paciente, se solto, volte a delinquir, não oferecendo periculosidade social, sendo, inclusive, réu primário e 
tendo bons antecedentes. 
Além disso, não há fundamento para a decretação da preventiva por conveniência da instrução criminal, pois 
inexistem indícios de que o paciente, se solto, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instrução 
processual. 
Por fim, não há fundamento para a decretação da preventiva para assegurar a aplicação da lei penal, pois 
inexiste receio de que o paciente, se solto, venha a evadir-se do distrito da culpa. 
Logo, não estão presentes nenhum dos fundamentos da prisão preventiva, valendo ressaltar que a 
gravidade em abstrato do crime de furto não é fundamento para a decretação da prisão preventiva, pois não está 
previsto expressamente no art. 312 do Código de Processo Penal, conforme entendimento consolidado. 
3. Do Pedido. 
Diante do exposto, pleiteia-se o provimento do recurso presente Recurso Ordinário Constitucional para 
tornar sem efeito a decisão que denegou o Habeas Corpus e conceder a ordem. 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Rio de Janeiro, data 
Advogado, OAB 
 
Caso Prático Proposto. 
Marcelo foi indiciado pela Polícia Federal pela prática por crime político, em virtude de 
ter aliciado indivíduos do País X para invadir o território do Brasil, mais precisamente da 
cidade de Cuiabá, expondo a perigo de lesão a soberania nacional, nos temos do Art. 10 e 1º, 
inciso, I, da Lei n. 7.170/ 1983. Durante a fase inquisitiva, o réu alegou que na verdade era um 
refém do Grupo Paramilitar Z, e que foi obrigado a acompanhar o grupo paramilitar, não 
tendo participação no crime, depoimento confirmado na instrução criminal. O Meritíssimo 
Juiz da 1ª Vara Federal de Cuiabá condenou o réu pelo crime político referido. 
Na qualidade de advogado contratado por Marcelo, apresente o recurso cabível para 
atacar a sobredita decisão. 
 Peça – Recurso Ordinário Constitucional. 
 
 
 
 
 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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 Endereçamento – petição de interposição ao Juiz Federal da 1ª Vara Federal da 
Comarca de Cuiabá, capital do Estado do Mato Grosso, e razões ao Egrégio SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL. 
 Tese – não há provas de indícios suficientes de autoria e participação, nos termos do 
Art. 386, V, do CPP. Pedido – pedido de provimento do recurso e reforma da decisão para absolver o 
recorrente, nos termos do Art. 386, V, do CPP. 
 
 
 
 
 
 
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