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www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 1 HABEAS CORPUS 1.1 CARACTERÍSTICAS O habeas corpus é um instituto processual que, assim como a revisão criminal, também tem a natureza jurídica de ação de impugnação, tendo em vista que não possui algumas características inerentes aos recursos: - É cabível o habeas corpus contra atos que não sejam emanados de juiz, como contra decisões de autoridade policial e até mesmo contra atos de particulares que venham a violar a liberdade de ir e vir. - O habeas corpus desencadeia o início de um novo processo, surgindo uma nova relação processual independente da existência de um processo prévio. - Outra característica marcante do habeas corpus é não possuir prazo para ser impetrado, sendo cabível toda vez em que alguém estiver ameaçado ou cerceado em sua liberdade ambulatorial, ou seja, em sua liberdade de ir, vir ou até mesmo permanecer, por ato ilegal ou abuso de poder. Assim, desde que presentes os seus requisitos, não há preclusão pela não utilização do habeas corpus em determinado momento procedimental. 1.2 CONCEITO Desta forma, o habeas corpus pode ser conceituado como uma ação autônoma de impugnação que tem a finalidade de restabelecer a liberdade de ir e vir, sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar, nos termos do art. 647 do CPP. A doutrina reconhece, pacificamente, a existência de duas espécies de habeas corpus, quais sejam: Liberatório – ocorre todas as vezes que o paciente estiver preso. Preventivo – ocorre todas as vezes que o paciente esteja prestes a ser preso, havendo a iminência da prisão. Há ainda quem defenda uma terceira modalidade: Profilático – ocorre todas as vezes que existir uma possibilidade remota de aplicação de pena privativa de liberdade. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 2 1.3. SUJEITOS No tocante aos sujeitos do habeas corpus existem três sujeitos: Paciente – é aquele que sofre a coação ilegal, ainda que esta coação esteja na iminência de ocorrer ou seja remotamente possível. Um detalhe muito importante é que apenas pessoas físicas podem ser pacientes do habeas corpus, já que a pessoa jurídica não pode sofrer restrição na liberdade de locomoção. Portanto, não se esqueça: pessoas jurídicas NÃO poderão figurar como paciente em um habeas corpus, pois a estas não podem ser aplicadas prisões ou ainda penas privativas de liberdade, somente sendo sujeitas a penas restritivas de direito. O habeas corpus é um remédio constitucional, daí a pessoal em favor de quem o mesmo é impetrado ser chamada de paciente. Impetrante – é justamente a pessoa que promove, propõe, impetra o habeas corpus, ou seja, aquele que confecciona a peça processual e a ajuíza. Vale ressaltar que nada impede que o impetrante seja o próprio paciente, tendo em vista que o habeas corpus não é considerado uma peça privativa de advogado. O impetrante pode ser qualquer pessoa do povo (inclusive analfabetos e estrangeiros), pessoas jurídicas, o Ministério Público, o Defensor Público e o advogado do paciente, como uma decorrência da interpretação do art. 654, do CPP. Já os juízes e tribunais, enquanto órgãos jurisdicionais, possuem competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus (art. 654, § 2º, do CPP), desde que estejam acima e na linha de reforma em relação à autoridade coatora, que é aquela responsável pela coação ilegal. Desta forma, se um juízo ou tribunal, no exercício de sua função jurisdicional, tiver conhecimento de uma coação ilegal ocorrida em um processo que seja de sua competência, deverá o mesmo conceder a ordem ex officio, independentemente de provocação, não havendo necessidade, ou mesmo possibilidade, de um juiz ou tribunal impetrar um HC. Assim, não é possível que um juiz conceda ordem de habeas corpus de ofício se o mesmo estiver no mesmo grau ou instância daquele que proferiu a decisão a ser impugnada. Coator ou autoridade coatora – é quem exerce a coação ilegal, nos termos do art. 654, § 1º, “a”, do CPP, podendo ser autoridade ou particular. 1.4. HIPÓTESES DE CABIMENTO As hipóteses de cabimento do habeas corpus estão previstas no art. 648 do CPP Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 3 A falta de justa causa para se ingressar com o habeas corpus ocorrerá todas as vezes que o motivo da coação ilegal for ilegítimo, sendo mais ampla que a justa causa referente as causas de rejeição liminar da denúncia, prevista no art. 395, III, do CPP, tendo em vista que nesta última somente poderá ser alegada se ocorrer a falta de indícios suficientes de autoria e falta de prova da materialidade do fato. É lógico que na eventualidade de uma denúncia ser oferecida e recebida sem que estejam presentes a prova da materialidade da infração e os indícios suficientes de autoria, ou seja, sem o lastro probatório mínimo que caracteriza a justa causa para ação penal, será possível impetrar habeas corpus com a finalidade de buscar o "trancamento" da ação penal, isto é, a extinção do processo sem julgamento do mérito. II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; Ocorrerá esta situação todas as vezes que a lei prever um prazo específico para a duração de uma prisão e este prazo se esgotar sem ter o réu sido posto em liberdade. III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; Nesta hipótese especifica, a autoridade que ordenou a coação simplesmente não tem autoridade para determiná-la, ou seja, a princípio, caso o ato fosse realizado por autoridade competente não haveria coação, entretanto, como a autoridade é incompetente, há coação ilegal. IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; Nesta situação, inicialmente não havia coação ilegal, entretanto, os motivos que autorizaram a coação não mais subsistem e o sujeito ainda permanece preso. V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; Esta hipótese de impetração de habeas corpus é bastante peculiar, tendo em vista que o objeto da coação ilegal é a falta de prestação de fiança mesmo existindo previsão expressa de seu arbitramento. Ou seja, a impetração com base neste fundamento é tão somente para que seja arbitrada fiança ao impetrante. O CPP, inclusive, traz previsão expressa neste sentido em seu Art. 660, § 3º. VI - quando o processo for manifestamente nulo; Esta hipótese de impetração de habeas corpus também é bastante peculiar, pois possui a finalidade especifica de anular o processo, seja de forma total ou parcial. Quando a ordem de habeas corpus é concedida com base neste inciso, o processo será, em regra, devolvido ao momento do ato nulo, para que os atos sejam renovados, agora de forma válida. VII - quando extinta a punibilidade. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 4 Esta hipótese de impetração do habeas corpus tem como fundamento a ocorrência de alguma hipótese de extinção de punibilidade prevista no art. 107 do Código Penal, que, por alguma razão, ainda não foi reconhecida em favor do paciente, ou ainda cujo reconhecimento foi negado. 1.5. REQUISITOS DA INICIAL Os requisitosda petição inicial do habeas corpus estão previstos expressamente previstos no Art. 654, § 1º, do CPP da seguinte forma: Art. 654, § 1º - A petição de habeas corpus conterá: a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências. OBS 1: Conforme a doutrina e jurisprudência majoritária os Tribunais costumam flexibilizar os requisitos da petição inicial do habeas corpus, uma vez que é possível a concessão de ofício do habeas corpus pelo órgão jurisdicional competente. OBS 2: É perfeitamente possível o pedido de liminar na petição inicial do habeas corpus com a finalidade de suspender o processo, concessão liminar da ordem com a consequente expedição do alvará de soltura, por uma interpretação do art. 660, § 2º, do CPP, ao prever que o juiz ou o tribunal poderá ordenar que cesse imediatamente o constrangimento. Entretanto vale lembrar que uma vez indeferida a liminar NÃO cabe, via de regra, impetração de novo Habeas Corpus para atacar a decisão que julgou a liminar, neste sentido é o teor da Súmula n. 691 do STF. “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.” Negada a liminar, o recurso cabível seria o agravo regimental, previsto no Regimento Interno dos tribunais. Apesar da aplicabilidade da Súmula 691 do STF, a jurisprudência do próprio STF vem relativizando o teor da mesma em situações excepcionais, como nos casos de flagrante ilegalidade ou abuso de poder, nestes casos específicos o STF vem admitindo a impetração de novo habeas corpus contra decisão liminar que tinha indeferido habeas corpus anterior, neste sentido os seguintes julgados da 1ª e 2ª Turma do STF: HC 98687 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 03/08/2010 Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação: DJe-159 DIVULG 26-08-2010 PUBLIC 27-08-2010 EMENT VOL-02412-02 PP-00242 Parte(s) www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 5 PACTE.(S) : FRANCISCO DE ASSIS DE MELO IMPTE.(S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 131267 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. PROCESSO PENAL. WRIT IMPETRADO CONTRA DECISÃO QUE INDEFERIU MEDIDA LIMINAR NO STJ. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 691 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. VERBETE QUE SÓ PODE SER FLEXIBILIZADO EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS. INDEVIDA SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPETRAÇÃO NÃO CONHECIDA. I - Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de writ impetrado contra decisão que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar. Incidência da Súmula 691 do STF. II - A relativização do entendimento sumulado só é admitida por este Tribunal em casos de flagrante ilegalidade ou abuso de poder, o que não se verifica nos autos. Precedentes. I II - O pleito não pode ser conhecido, sob pena de indevida supressão de instância e de extravasamento dos limites de competência do STF descritos no art. 102 da Constituição Federal. IV - Habeas corpus não conhecido. HC 103673 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a): Min. AYRES BRITTO Julgamento: 14/09/2010 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação: DJe-200 DIVULG 21-10-2010 PUBLIC 22-10-2010 EMENT VOL-02420-03 PP-00602 Parte(s) PACTE.(S) : RENATO CEZAR RODRIGUES ALVES BATISTA IMPTE.(S) : FRANCISCO JOSÉ GÁY E OUTRO(A/S) COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 165785 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA EMENTA: HABEAS CORPUS. SÚMULA 691/STF. CRIMES DE ROUBO MAJORADO E RECEPTAÇÃO. PRISÃO EM FLAGRANTE. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA NECESSIDADE DA CUSTÓDIA CAUTELAR, NOS TERMOS DO ART. 312 DO CPP. AÇÃO CONSTITUCIONAL NÃO CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento de mérito da ação constitucional anteriormente ajuizada (cf. HCs 79.776, da relatoria do ministro Moreira Alves; 76.347-QO, da relatoria do ministro Moreira Alves; 79.238, da relatoria do ministro Moreira Alves; 79.748, da relatoria do ministro Celso de Mello; e 79.775, da relatoria do ministro Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu origem à Súmula 691, segundo a qual "não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar". 2. Tal entendimento jurisprudencial sumular comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). 3. A garantia da fundamentação importa o dever judicante da real ou efetiva demonstração de que a segregação atende a pelo menos um dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal. Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Por isso mesmo foi que este Supremo Tribunal Federal, no julgamento do HC 84.078, por maioria, entendeu inconstitucional a www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 6 execução provisória da pena. Na oportunidade, assentou-se que o cumprimento antecipado da sanção penal ofende o direito constitucional à presunção de não-culpabilidade. Direito subjetivo do indivíduo, que tem a sua força quebrantada numa única passagem da Constituição Federal. Leia-se: "ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei" (inciso LXI do art. 5º). 4. No caso, a decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória do acusado - que não foi preso em flagrante por crime hediondo - não demonstrou, minimamente que fosse, o vínculo operacional entre a necessidade da segregação cautelar e os pressupostos do art. 312 do Código de Processo Penal, tal como estabelece o parágrafo único do art. 310 do mesmo diploma processual. 5. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, nos termos do voto do relator 1.6. COMPETÊNCIA Em relação à competência para julgamento do habeas corpus, a regra é a de que ele seja julgado pela autoridade imediatamente superior à autoridade coatora, desta forma, pode-se fazer o seguinte esquema: COMPETÊNCIA EM HABEAS CORPUS STJ STJ TSE STF roc roc roc roc TJ TRF TRE STJ STF hc hc hc hc hc AUTORIDADE COATORA JUIZ ESTADUAL JUIZ FEDERAL JUIZ ELEITORAL TJ ou TRF STJ STF www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 7 1.7. PROCEDIMENTO Quanto aoprocedimento do habeas corpus deverá ser observada a seguinte ordem: Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. (art. 656. CPP) Haverá a requisição de informações a autoridade coatora, determinando prazo para sua apresentação. Poderá o juiz requerer diligências e interrogar o paciente; Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, nos termos do art. 660, CPP. Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão conforme art. 660, § 1º, CPP. Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo. (art. 660,§ 5º, CPP). No caso de julgamento de habeas corpus por Tribunal deverá ser observado o seguinte procedimento: A petição de habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-se. (art. 661, CPP) COMPETÊNCIA EM HABEAS CORPUS (cont.) STJ STJ TJ ou TRF TJ roc roc rese rese TURMA RECURSAL TJ ou TRF TJ JUIZ JUIZ hc hc hc hc hc AUTORIDADE COATORA è JECRIM TURMA RECURSAL JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DELEGADO DE POLÍCIA PARTICULAR www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 8 Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for apresentada a petição. (art. 662. , CPP). As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente entender que o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara ou turma, para que delibere a respeito. (art. 663, CPP) Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na primeira sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte. (art. 664, CPP). A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente. (art. 664, parágrafo único, CPP). DICA: NÃO CABERÁ HABEAS CORPUS: 1. Das punições disciplinares militares no que diz respeito ao mérito da decisão, com fundamento no art. 142, §2º da Constituição e art. 647 do Código de Processo Penal. 2. Durante o Estado de Sítio, vedação indireta dada pela Constituição Federal nos arts. 138, caput e 139, I e II, salvo se a prisão for determinada por quem não seja competente ou em desacordo com as formalidades legais. 3. Contra imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública, nos moldes da Súmula 694 do STF. 4. Quando já extinta a pena privativa de liberdade, com fundamento na Súmula 695 do STF. 5. Se o intuito for resolver sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção, nos termos da Súmula 395 do STF. 6. Da decisão condenatória a pena de multa ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada, nos termos da Súmula 693 do STF. 7. Contra omissão do relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito, a teor da Súmula 692 do STF. 1.8. ESTRUTURA DO HABEAS CORPUS. Endereçamento: www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 9 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE _______________________ (Coator = delegado de polícia estadual) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______________________ (Coator = delegado de polícia federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE_______________________ (Coator = delegado de polícia estadual nos crimes de menor potencial ofensivo) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _________ (Coator = delegado de polícia federal nos crimes de menor potencial ofensivo) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE _______________________ (Coator = Delegado nos crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE _______________________ (Coator = Delegado nos crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados da Competência da Justiça Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE_________________ (Coator = Juiz de Primeiro Grau Estadual ou Ministério Público Estadual) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ____ REGIÃO (Coator = Juiz de Primeiro Grau Federal ou Ministério Público) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE _____________ (Coator = Juizado Especial Criminal Estadual) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA COMARCA DE ____________ (Coator = Juizado Especial Criminal Federal) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (Coator = Tribunal Inferior ou pessoa com prerrogativa de foro no STJ) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (Coator = Tribunal Superior ou pessoa com prerrogativa de foro no STF ou Tribunais Superiores) Identificação (NOME DO IMPETRANTE), nacionalidade, identidade, CPF, profissão, residente e domiciliado no _______, (por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, procuração em anexo) (se for o caso), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, Com fundamento no art. 5º., LXVIII, da Constituição Federal, e no art. 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar HABEAS CORPUS em favor de (nome do paciente), nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _________, expedida pela __________inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ___________, residência e domicílio, que se encontra atualmente custodiado na ___________________ (indicar o local em que se encontra preso o paciente, se for o caso), em razão de decisão manifestamente ilegal www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 10 proferida pelo __________, ora identificado como autoridade coatora, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: 1. Dos Fatos Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a impetração do habeas corpus, ou seja, indicar que foi, por exemplo, decretada uma prisão pelo Juízo ___, autoridade coatora, e que tal prisão é manifestamente ilegal, indicando os motivos pelos quais a prisão é ilegal, ou qual(is)a(s) ilegalidade(s) existente(s) que caracteriza(m) ameaça ou cerceamento ao direito de liberdade, ensejando o habeas corpus. 2. Do Direito Ressaltar onde está a ilegalidade na prisão ou na ameaça ao direito de liberdade do paciente. 3. Do pedido liminar. Indicar encontrarem-se presentes o fumus boni iuris, caracterizado pela violação/cerceamento/ameaça ao direito de liberdade do paciente, e também o periculum in mora, que reside no fato de já estar o paciente submetido à uma prisão flagrantemente ilegal, que não pode prosperar. 4. Do Pedido Indicar ainda a necessidade de concessão da ordem liminarmente, bem como seja oficiada a autoridade coatora para que preste informações, e intimação do Ministério Público. AO FINAL, deve-se fazer o pedido pleiteando a consequente concessão da ordem de Habeas Corpus para ... , com a consequente expedição do alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB 1.9. CASOS PRÁTICOS CASO PRÁTICO RESOLVIDO Robson, famoso empresário do ramo hoteleiro da cidade H foi denunciado pela prática do crime de omitir informação às autoridades fazendárias, com a finalidade de suprimir tributo estadual devido (art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990). Robson impugnou administrativamente o lançamento do tributo, tendo em vista que, no seu entender, este www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 11 não ocorreu. O juiz criminal da 5ª Vara Criminal da Comarca X recebeu a denúncia e citou o réu para apresentar defesa, alegando a independência da via judicial frente à administrativa. Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Robson, apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _______________ Nome do impetrante, advogado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem, com fundamento no art. 5º, LXVII da Constituição Federal e artigo art. 647 e 648, I, do Código de Processo Penal impetrar a presente ordem de HABEAS CORPUS em favor de Robson, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número _________, expedida pela ___________inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ___________, residência e domicílio, ora paciente, que encontra-se ameaçado em sua liberdade de locomoção em face da decisão proferida pelo Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca X, ora apontado como autoridade coatora, pelas razões de fato e direito a seguir expostas: 1. Dos Fatos O paciente é um famoso empresário do ramo hoteleiro da cidade H e foi denunciado pela suposta prática do crime contra a Ordem Tributária de omitir informação às autoridades fazendárias para suprimir tributo estadual devido art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990). O paciente impugnou administrativamente o lançamento do tributo, tendo em vista que no seu entender este não ocorreu. O juiz criminal da 5ª Vara Criminal da Comarca X, autoridade coatora, de forma equivocada, recebeu a denúncia e citou o réu para apresentar defesa, alegando a independência da via judicial frente a administrativa. 2. Do Direito Conforme se depreende da narração dos fatos agiu de forma equivocada a autoridade coatora ao ter recebido a denúncia. Como é sabido, via de regra existe a independência da esfera judicial e da esfera administrativa, entretanto, existem ressalvas que ora são trazidas pela própria lei e ora pela jurisprudência pátria. No caso em concreto existe uma visível coação ilegal contra o paciente uma vez que não se tipifica crime material contra a ordem tributária de omitir informação a autoridade fazendária estadual para suprimir tributo devido, previsto no art. 1º, inciso I, da lei 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo, nos temor da Súmula Vinculante 24 do STF. Ora como ainda não houve, no presente caso, o lançamento definitivo do tributo, tendo em vista que ainda existe um processo administrativo pendente, não há como se tipificar o crime acima referido, havendo uma coação ilegal por falta de justa causa, pois o motivo que ensejou o recebimento da denúncia é ilegítimo, nos termos do art. 647 e 648, I, do Código de Processo Penal. 3. Do Pedido Desta forma, requer-se a concessão da presente ordem de habeas corpus para que seja anulado o recebimento da denúncia e decretar a extinção do processo em face da visível coação ilegal sofrida pelo paciente. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 12 CASO PRÁTICO PROPOSTO Juliano cometeu o crime de roubo na cidade Sossego, uma pacata cidade no interior da Paraíba que nunca tinha tido nenhuma ocorrência de um crime desta gravidade. Como o crime teve uma grande repercussão social, apesar de ter havido uma condenação com pena mínima de 3 anos de reclusão e multa, o juiz estabeleceu o regime prisional mais gravoso para o réu, o regime fechado, alegando a gravidade em abstrato do delito. Ocorre que a decisão transitou em julgado. Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Juliano, apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado. Peça – Habeas Corpus. Endereçamento – Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba Tese – alegar que o juiz não agiu corretamente tendo em vista que a gravidade em abstrato do crime, por si só, não é fundamento suficiente para o estabelecimento de regime prisional mais severo do que o que o réu teria direito, conforme consolidado entendimento do STJ na Súmula 440, bem como afronta o art. 33, § 2.º, “c” do CP, tendo em vista que o condenado a pena igual ou inferior a 4 anos e não reincidente, como no caso em análise, pode cumprir a pena, desde o início, no regime aberto, existindo não existindo justa causa para a coação ilegal sofrida pelo paciente, conforme art. 648, I, do Código de Processo Penal. Pedido – concessão da ordem para que se estabeleça, na sentença condenatória, o regime prisional aberto para o paciente. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 13 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL (ROC) 1. CARACTERÍSTICAS. O recurso ordinário é um recurso de índole constitucional, tendo em vista que está previsto expressamente na Constituição Federal. O recurso ordinário constitucional é peça privativa de advogado, o que amplia as chances de cobrança do referido recurso na peça prático profissional do Exame da OAB. O ROC é na verdade, O NOME DO RECURSO EM SEDE DE HABEAS CORPUS. Assim, denegada a ordem de habeas corpus por um TRIBUNAL, o recurso cabível será o ROC. Já se a ordem de habeas corpus for concedida ou denegada por um Juiz, o recurso é o RESE para o TJ ou TRF, embora em caso de denegação a via mais rápida seja mesmo o HC. As hipóteses de cabimento do ROC, em matéria penal podem ser sistematizadas da seguinte forma: ROC para o STF a) Quando houver decisão denegatória de Habeas Corpus decidido em única instância pelos Tribunais Superiores. (Art. 102, II, a, CRFB/88) b) Quando houver decisão que julgar crime político. (Art. 102, II, b, CRFB/88) Contudo, atenção aos seguintes detalhes: 1. Somente cabe ROC de decisões denegatóriasde Habeas Corpus, ou seja, NÃO caberá ROC diretamente para o STF se a decisão for concessiva de Habeas Corpus; 2. A decisão denegatória deve ser em única instância, ou seja, deve ser uma hipótese de habeas corpus julgado em competência originária, portanto decidido por Tribunais Superiores (são considerados Tribunais Superiores o STJ, o TSE, o TST e o STM); 3. Em relação ao ROC contra decisão que julgar crime político, vale lembrar que os mesmos estão definidos na Lei 7.170/1983, que elenca os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social. Em relação a esta hipótese de ROC o que vale é que a decisão seja relacionada a um crime político, podendo ser decisão de juiz de primeiro grau (a competência é do juiz federal, conforme art. 109, IV, da CRFB/88), de Tribunal (o Tribunal competente é o Tribunal Regional Federal quando houver autoridade com foro privilegiado neste Tribunal) ou de Tribunal Superior (Tribunal Superior é o Superior Tribunal de Justiça quando houver autoridade com foro privilegiado neste Tribunal). Em qualquer das decisões proferidas por estes órgãos do poder judiciário relacionadas ao crime político, o recurso cabível das decisões será o ROC diretamente para o STF. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 14 . ROC para o STJ a) Quando houver decisão de denegação de Habeas Corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios. (Art. 105, II, a, da CRFB/88) Atenção aos seguintes detalhes: 1. Somente cabe ROC de decisões denegatórias de Habeas Corpus, ou seja, NÃO caberá ROC diretamente para o STJ se a decisão for concessiva de Habeas Corpus; 2. A decisão denegatória do HC deve ter sido proferida em única instância, ou seja, deve ser uma hipótese de competência originária, ou em última instância, neste caso houve o exaurimento das instâncias até chegar ao STJ, e decidida por Tribunais (são considerados Tribunais o TJ do Estados e do Distrito Federal e Territórios e o TRF). Ou seja, só é possível ROC para os Tribunais Superiores Fundamento: STF = art. 102, II a, CRFB/88 STJ = art. 105, II a, CRFB/88 2. PROCEDIMENTO. Por fim, o ROC possui o seguinte procedimento: I. Prazo ROC para o STF. Habeas Corpus: . 5 dias – Petição de Interposição com as Razões ou Contrarrazões inclusas. OBS.: O prazo acima decorre da lei 8.038/90 que regula o procedimento no caso de competência originária dos Tribunais, em especial perante o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça. Dispõe o art. 30 da referida lei: Art. 30 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões denegatórias de Habeas Corpus, proferidas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal, será interposto no prazo de cinco dias, com as razões do pedido de reforma. Além disso, também dispõe a Súmula 319 do STF: “O prazo do recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, em “habeas-corpus” ou mandado de segurança, é de cinco dias” e também o próprio Regimento Interno do STF em seus arts. 310 e 311, abaixo transcritos: Seção II DO RECURSO DE HABEAS CORPUS CRFB/88: art. 102, II, a – art. 5°, LXXVII (isenção). Art. 310. O recurso ordinário para o Tribunal, das decisões denegatórias de habeas corpus, será interposto no prazo de cinco dias, nos próprios autos em que se houver proferido a decisão recorrida, com as razões do pedido de reforma. RISTF: art. 56, I (classe) – art. 56, X e XI (não se altera a classe). CPP: art. 574 a art. 580 (disposições gerais) – art. 667 (obedece ao RISTF). www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 15 Art. 311. Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos com vista ao Procurador-Geral, pelo prazo de dois dias. Conclusos ao Relator, este submeterá o feito a julgamento do Plenário ou da Turma, conforme o caso. RISTF: art. 6°, III (Pleno), a, primeira parte (TSE), e b (coator: Ministro de Estado) – art. 9°, II, a (Turmas) – art. 21, XIV (em mesa) – art. 52, III (vista obrigatória) – art. 66 (distribuição) – art. 68, caput e § 2° (redistribuição) – art. 69 (prevenção). Crime Político: . 5 dias – Petição de Interposição. . 8 Dias – Razões ou Contrarrazões. OBS.: No caso de crime político o processamento do ROC será igual ao da apelação, tendo em vista que o próprio Regimento Interno do STF em seu Capítulo II, referente aos recursos criminais, Seção I, ao se referir ao ROC, determina que se aplique o processamento da apelação para o ROC de crime político, conforme transcrição abaixo: RISTF Capítulo II DOS RECURSOS CRIMINAIS Seção I DOS RECURSOS ORDINÁRIOS6 6 Norma introduzida pela CRFB/88: art. 102, II, b (crime político). CPP: art. 593, I e II, a art. 603 (crime político: processamento igual ao da apelação). II. Prazo ROC para o STJ. Habeas Corpus: . 5 dias – Petição de Interposição e Razões ou Contrarrazões inclusas. OBS.: O prazo de 5 dias para a apresentação da petição de interposição com as razões ou contrarrazões inclusas é uma decorrência do Art. 30 da Lei 8.038/90 que institui normas procedimentais para os processos perante o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. III. Endereçamento ROC para o STF. Habeas Corpus: . Petição de Interposição – Ministro Presidente do Tribunal Superior respectivo. . Razões ou Contrarrazões – Turma do STF. Crime Político: . Petição de Interposição – Ministro Presidente do Tribunal Superior respectivo ou Juiz Federal respectivo. . Razões ou Contrarrazões – Turma do STF. IV. Endereçamento ROC para o STJ. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 16 Habeas Corpus: . Petição de Interposição – Presidente do Tribunal respectivo. . Razões ou Contrarrazões – Turmas do STJ. OBS.: O ROC não necessita de prequestionamento para ser apresentado e processado, diferindo do Recurso Especial e Extraordinário, além disso como no caso de ROC em razão de crime político o seu processamento é igual ao da apelação ele é chamado por alguns doutrinadores de apelação constitucional, expressão que também pode ser usada para designar o ROC. 3. ESTRUTURA DO ROC PARA O STF OU STJ. 3.1. Petição de interposição. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ou TSE ou STM - Regra Geral – ROC para o STF) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _________________ (ou TJDFT - Regra Geral – ROC para o STJ) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL (Crimes da Competência da Justiça Federal – ROC para o STJ) Habeas Corpus número: (ROC para o STF ou STJ) Processo número: (Crime Político – ROC para o STF) (Nome do Recorrente/Impetrante), já qualificado nos autos do Habeas Corpus supra indicado (ou do processo, em caso de crime político), por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, procuração em anexo (se for o caso), vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão denegatória de Habeas Corpus de fls._____, interpor tempestivamente o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL com fundamento no art. 102, II, (indicar a alínea “a” ou “b” ou art. 105, II, “a”) da Constituição Federal. Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária,sejam os autos remetidos à instância superior, para consequente conhecimento e provimento. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB 3.2. Razões ou Contrarrazões. Endereçamento: RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PACIENTE: IMPETRANTE: HABEAS CORPUS NÚMERO: www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 17 ou RAZÕES (OU CONTRARRAZÕES) DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL RECORRENTE: RECORRIDO: PROCESSO NÚMERO: EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (OU SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA) COLENDO TRIBUNAL DOUTA TURMA 1. Dos Fatos. Falar os pontos principais dos fatos que ensejam a interposição do ROC, ou seja, indicar que foi, por exemplo, decretada uma prisão pelo Juízo ___, autoridade coatora, e que em razão da ilegalidade daquela prisão, foi impetrado um habeas corpus perante o Tribunal _____, que denegou a ordem. Indicar os motivos pelos quais a prisão é ilegal, ou qual(is) a(s) ilegalidade(s) existente(s) que caracteriza(m) ameaça ou cerceamento ao direito de liberdade, tal qual no habeas corpus. No final dos fatos, é para, sem pular linhas, fazer um parágrafo com o seguinte teor: “A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos.” 2. Do Direito. Falar inicialmente qual foi o equívoco cometido pelos julgadores para, depois, mencionar o direito aplicado ao caso concreto que será o fundamento do ROC. 3. Do Pedido. Deve-se fazer o pedido pleiteando o provimento do recurso para reformar a decisão proferida, com a consequente concessão da ordem de Habeas Corpus para ... Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB 4. CASOS PRÁTICOS Caso Prático Resolvido 1. Vamos usar como exemplo, o caso prático resolvido sobre Revogação da Preventiva, envolvendo Mévio. Este era o caso: No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou por Fernando, seu desafeto. Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos seus integrantes tentou evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistência, Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou entrando no citado carro. Para tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do veículo levaram Fernando para um município próximo onde o mesmo foi cruelmente www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 18 assassinado com um tiro na testa. Após aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo de Fernando amarrado a um tronco de uma árvore. Durante o inquérito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou que ouviu falar que Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante do crime. Após as investigações, o Ministério Público denunciou Mévio, Vicente, Augusto e Renato por homicídio qualificado. A denúncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Júri da Comarca X decretou a prisão de Mévio fundamentando-a na garantia da ordem pública e na conveniência da instrução criminal. Ocorre que durante a instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam. Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça processual pertinente na busca por sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus. AGORA VAMOS IMAGINAR QUE VOCÊ, ADVOGADO DE MÉVIO, TENHA REQUERIDO AO JUIZ A REVOGAÇÃO DA PREVENTIVA, MAS O JUIZ TENHA INDEFERIDO SEU PEDIDO NO CASO CONCRETO, E QUE VOCÊ JÁ TENHA IMPETRADO HABEAS CORPUS PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAQUELE ESTADO, QUE TAMBÉM DENEGOU A ORDEM. NESTE CASO, DENEGADA A ORDEM DE HABEAS CORPUS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, CABÍVEL RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PARA O STJ: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _________________ Habeas Corpus número: MÉVIO, já qualificado nos autos do Habeas Corpus, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, procuração em anexo, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão denegatória de Habeas Corpus de fls._____, interpor tempestivamente o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL com fundamento no art. 105, II, “a” da Constituição Federal. Requer que, após o recebimento desta, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos remetidos à instância superior, para consequente conhecimento e provimento. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PACIENTE: IMPETRANTE: www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 19 HABEAS CORPUS NÚMERO: EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDO TRIBUNAL DOUTA TURMA 1. Dos Fatos O acusado teve sua custódia cautelar decretada pelo douto juízo do Tribunal do Júri da Comarca _________, tendo posteriormente desaparecido os motivos que autorizavam a custódia cautelar, foi requerida a revogação da prisão preventiva. Contudo, tendo sido negada pelo juízo a quo a justa e devida revogação, impetrou-se perante o Tribunal de Justiça do Estado _____ Habeas Corpus, sendo, em ___/___/___, denegada por aquele tribunal a referida ordem. Assim, não se conformando o impetrante com a decisão proferida, tem o presente recurso o objetivo de reverter a injusta prisão que recai sobre o paciente, que foi preso sob o suposto fundamento de ter ordenado aos seus capangas, Vicente, Augusto e Renato, a execução de seu desafeto Fernando no dia 5 de fevereiro. Os fatos narrados na denúncia relatam que, após a vítima ser surpreendida por um carro escuro, foi a mesma levada para um município próximo, para garantir o sigilo do fato, onde houve a execução com um tiro na testa e logos após, o corpo da mesma foi amarrado a um tronco de uma árvore. Por tais motivos foi o paciente denunciado e preso preventivamente por aquele Juízo, sendo certo que sua prisão fora decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ocorre que, realizada a instrução criminal, foram ouvidas as testemunhas Maria, Rodolfo e Pedro, que relataram que apenas ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo. Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam. 2. Do desaparecimento dos motivos autorizadores da custódia cautelar A prisão preventiva é medida de extrema exceção, somente cabível quando evidentes os pressupostos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal. O réu, ora paciente, teve sua prisão decretada por garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ocorre que todas as testemunhas já foram ouvidas por esse douto juízo sendo certo que as mesma foram contundentes em afirmar que não presenciaram qualquer envolvimento do ora paciente com os fatos, e que somente ouviram dizer que o mesmo não se dava coma vítima. Desta forma, evidencia-se a absoluta ausência de fundamentos para a manutenção de sua custódia cautelar, uma vez que inexistente a garantia da ordem pública ou ainda a conveniência da instrução criminal. Ressalte-se, inclusive, que a prova testemunhal já foi colhida. Desta feita, tendo desaparecido todo e qualquer motivo que autorizasse a prisão preventiva, deve a mesma ser revogada, conforme arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal. Assim, a respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 3. Do Pedido. Ante o exposto, postula-se a esse Egrégio Superior Tribunal de Justiça, seja conhecido e provido o presente recurso, com a consequente concessão da ordem de habeas corpus, na forma do art. 648, IV, do Código de Processo Penal, para, nos termos dos arts. 282, § 5, e 316, ambos do Código de Processo Penal, que seja revogada a prisão preventiva do ora paciente, com a consequente expedição do alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. Comarca, data Advogado, OAB www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 20 Caso Prático Resolvido 2. Romero, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua W, no Rio de Janeiro, foi preso em flagrante delito pela prática de furto, tendo em vista que por volta das 20.00h subtraiu, sem violência ou grave ameaça, um celular no valor de R$ 1.000 (mil) reais. O réu foi preso em flagrante, convertendo o juiz da 10ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro a prisão em flagrante em preventiva, com base na gravidade em abstrato do crime de furto. Inconformado com a decretação da prisão preventiva, o réu impetrou, através de advogado constituído, Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, alegando que o fundamento da preventiva não era válido e que era réu primário e tinha bons antecedentes, devendo responder ao processo em liberdade. O Tribunal denegou a ordem com base nos mesmos fundamentos do juízo a quo. Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado por Romero, redija a peça cabível, para impugnar a decisão do Tribunal. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Habeas Corpus número: Romero, já qualificado nos autos do Habeas Corpus n.______, às fls.___________, por seu advogado formalmente constituído que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão denegatória de Habeas Corpus conforme fls._________________, interpor tempestivamente o presente RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL com fundamento no art. 105, II, a, da Constituição Federal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados à superior instância onde serão processados e provido o presente recurso. Termos em que, Pede deferimento. Rio de Janeiro, data Advogado, OAB RAZÕES RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL PACIENTE: IMPETRANTE: HABEAS CORPUS NÚMERO: EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA COLENDO TRIBUNAL DOUTA TURMA 1. Dos Fatos O paciente foi preso em flagrante delito pela prática de furto, tendo em vista que por volta das 20h00min teria subtraído, sem emprego de violência ou grave ameaça, um celular no valor de R$ 1.000,00 (mil) reais, sendo preso em flagrante e convertida em prisão em flagrante pelo juiz da 10ª Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, com base na gravidade em abstrato do crime de furto. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 21 Inconformado com a decretação da prisão preventiva, houve a impetração de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, alegando que o fundamento da preventiva não era válido e que era réu primário e tinha bons antecedentes, devendo responder o processo em liberdade, entretanto o Egrégio Tribunal de Justiça denegou a ordem com base nos mesmos fundamentos do juízo a quo. A respeitável decisão proferida merece ser reformada pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 2. Do Direito. O paciente teve a sua prisão preventiva decretada com base na gravidade em abstrato do crime de furto, o que não é admitido pelo ordenamento jurídico pátrio, razão pela qual ingressou com uma ordem de Habeas Corpus perante o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que equivocadamente denegou a ordem, razão pela qual é cabível o presente Recurso Ordinário Constitucional. Como é sabido, para haver a decretação da prisão preventiva, nos termos do art. 312 e 313 do Código de Processo Penal são necessário dois pressupostos (prova da existência do crime e indício suficiente de autoria), ao menos um fundamento (garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal) e uma condição de admissibilidade Ora, no presente caso, colendo Tribunal, não estão presentes nenhum dos fundamentos para a decretação preventiva, tendo em vista que inexiste qualquer perigo a ordem pública e econômica, pois não existe receio de que o paciente, se solto, volte a delinquir, não oferecendo periculosidade social, sendo, inclusive, réu primário e tendo bons antecedentes. Além disso, não há fundamento para a decretação da preventiva por conveniência da instrução criminal, pois inexistem indícios de que o paciente, se solto, venha a impedir a busca da verdade real e obstar a instrução processual. Por fim, não há fundamento para a decretação da preventiva para assegurar a aplicação da lei penal, pois inexiste receio de que o paciente, se solto, venha a evadir-se do distrito da culpa. Logo, não estão presentes nenhum dos fundamentos da prisão preventiva, valendo ressaltar que a gravidade em abstrato do crime de furto não é fundamento para a decretação da prisão preventiva, pois não está previsto expressamente no art. 312 do Código de Processo Penal, conforme entendimento consolidado. 3. Do Pedido. Diante do exposto, pleiteia-se o provimento do recurso presente Recurso Ordinário Constitucional para tornar sem efeito a decisão que denegou o Habeas Corpus e conceder a ordem. Termos em que, Pede deferimento. Rio de Janeiro, data Advogado, OAB Caso Prático Proposto. Marcelo foi indiciado pela Polícia Federal pela prática por crime político, em virtude de ter aliciado indivíduos do País X para invadir o território do Brasil, mais precisamente da cidade de Cuiabá, expondo a perigo de lesão a soberania nacional, nos temos do Art. 10 e 1º, inciso, I, da Lei n. 7.170/ 1983. Durante a fase inquisitiva, o réu alegou que na verdade era um refém do Grupo Paramilitar Z, e que foi obrigado a acompanhar o grupo paramilitar, não tendo participação no crime, depoimento confirmado na instrução criminal. O Meritíssimo Juiz da 1ª Vara Federal de Cuiabá condenou o réu pelo crime político referido. Na qualidade de advogado contratado por Marcelo, apresente o recurso cabível para atacar a sobredita decisão. Peça – Recurso Ordinário Constitucional. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 22 Endereçamento – petição de interposição ao Juiz Federal da 1ª Vara Federal da Comarca de Cuiabá, capital do Estado do Mato Grosso, e razões ao Egrégio SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Tese – não há provas de indícios suficientes de autoria e participação, nos termos do Art. 386, V, do CPP. Pedido – pedido de provimento do recurso e reforma da decisão para absolver o recorrente, nos termos do Art. 386, V, do CPP. www.cers.com.br OAB XIII EXAME DE ORDEM – 2ª FASE Direito Penal Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 23
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