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CARRAPATOS FAUNA BRASILEIRA DE CARRAPATOS FAMÍLIAS GÊNEROS Nº DE ESPÉCIES IXODIDAE Ixodes Amblyomma Haemaphysalis Anocentor Rhipicephalus 8 33 3 1 1 ARGASIDAE Argas Ornithodoros Antricola Otobius 1 5 1 1 Classe Arachnida Ordem Acari Subordem Prostigmata (=Ixodida) CARRAPATOS MAIS IMPORTANTES Família Ixodidae (carrapatos duros) Rhipicephalus microplus Anocentor nitens Rhipicephalus sanguineus Amblyomma cajennense Família Argasidae (carrapatos moles) Argas miniatus MONOXENOS HETEROXENOS CARRAPATOS MONOXENOS Rhipicephalus microplus Anocentor nitens Rhipicephalus microplus HOSPEDEIROS Bovinos (Bos taurus e Bos indicus) Pode também parasitar: equídeos, bufalinos, ovinos, caprinos, caninos e alguns animais silvestres HABITAT NOS ANIMAIS CICLO BIOLÓGICO FASE DE VIDA LIVRE (PERÍODOS) Pré-postura (maturação dos ovários) Postura (2000 a 3000 ovos) Incubação dos ovos Geração da larva infectante FASE DE VIDA parasitaria(GERAÇÕES) Larva infectante Metalarva Ninfa Metaninfa Neandro Teleógina Neógina Partenógina Gonandro Ambiente (inicia fase de vida livre) ♂ ♀ EVENTOS BIOLÓGICOS ALIMENTAÇÃO (TELMOFAGIA) Peças Bucais Comportamento Alimentar CEMENT (CEMENTO OU SAPATA) Photograph by Darlyne A. Murawski, National Geographic AZUL: Hipostômio VERDE: Palpo Maxilar VERMELHO: Quelíceras “Cd”: dígitos das quelíceras; “bc” , “cm” e “c”: regiões anatômicas das quelíceras; “hy” hipostômio http://www.smithsonianmag.com/science-nature/watch-a-tick-burrowing-into-skin-in-microscopic-detail- 6649718/#wEMJdhImGhhebgQc.99 Follow us: @SmithsonianMag on Twitter Aparelho bucal do carrapato é fixado na pele do hospedeiro por um cone de cimento. No local de fixação de carrapato, é criado um pool hemorrágico. Durante a alimentação de sangue prolongada os carrapatos segregam um rico coquetel de moléculas bioativas (geralmente proteínas, como as prostaglandinas) pela saliva que facilitam sua evasão da resposta imune do hospedeiro (prurido, dor, hemostase, inflamação, reações imunes) para seu benefício, sendo que uma das primeiras e mais importantes funções da saliva neste processo de evasão, é a regulação da tríade da hemostasia, agregação plaquetária, vasoconstrição e coagulação. Cell. Infect. Microbiol., 20 August 2013 RESPOSTA IMUNE DO HOSPEDEIRO A alimentação é quase contínua com pulsos de salivação, alternando com períodos de alimentação para garantir a contínua supressão das defesas do hospedeiro TELEÓGINA 2 mm Uma carga parasitária entre 20 e 30 teleóginas em um lado do corpo do animal é considerada adequada para que os bovinos desenvolvam proteçao contra os agentes da tristeza parasitária (carrapato funcionando como um “vacinador natural” dos bovinos). FASES DE VIDA LIVRE DE PRÉ-POSTURA POSTURA GERAÇÃO DE LARVAS INFESTANTES FASE DE VIDA PARASITÁRIA LARVA PARASITÁRIA NINFA ADULTO TELEÓGINAS PARTENÓGINAS TELEÓGINAS (≥ 4,5mm) FASES DE INGURGITAMENTO DAS FÊMEAS TELEÓGINA (≥ 4,5 mm) NO ANIMAL Período de Pré- postura: 2 a 3 dias Fonte: www.ag.auburn.edu POSTURA (média 15 dias) POSTURA: Órgão de Gené Site para visualizara fêmea do carrapato fazendo a postura: “CICLO BIOLÓGICO DE LA GARRAPATA CAFÉ DEL PERRO (Rhipicephalus sanguineus)” Fonte:J. Robinson ECLOSÃO DOS OVOS (Início da eclosão no 22º dia após o início da postura) NEOLARVA OVOS LARVAS A ESPERA DO HOSPEDEIRO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1. Metalarva 2. Ninfa 3 a 5. Metaninfas 6. Macho 7 a 9. Fêmeas ingurgitadas Fonte: Samuel, W.M. 1988. FASE PARASITÁRIA Rhipicephalus microplus VÁRIOS ESTÁGIOS DE INGURGITAMENTO DA FÊMEA (1 NEÓGINA 2 PARTENÓGINA (4,5mm) 3TELEÓGINA 4,5mm ) Fonte: www.dpi.qld.gov.au/images/Biosecurity_General METANINFAS 1 NINFA 2 3 0,5 cm. Tamanho dos diferentes estágios do carrapato 1- ovo; 2- larva; 3- partenógina; 4- teleógina Fonte: www.cbiot.ufrgs.br TELEÓGINA 4,5mm Processo de Muda EPICUTICULA EPIDERME MEMBRANA BASAL Após a separação, o fluido da muda é secretado no espaço entre a cutícula velha e a epiderme (o espaço exuvial - seta). Este contém enzimas inativas (proteases e quitinases) que serão ativadas somente após a secreção da nova cutícula. A Cutícula O hormônio ecdisona A região abaixo da cutícula velha é então digerida pelas enzimas e subsequentemente absorvida. O processo de muda pode encerrar (Apólise) A nova cutícula O hormônio ecdisona Cutícula a ser substituída ECDISE APÓLISE Expansão Cutícula substituída Cutícula do Novo Estádio ou Estágio Evolutivo o exoesqueleto deve ser mudado quando ocorre o crescimento. Fluído da muda digerindo a cutícula a ser substituída. Fonte:John Howard, DO John Loiselle, MD Etapas de remoção do carrapato IMPORTÂNCIA ingestão de sangue (uma fêmea pode ingerir até 2 mililitros de sangue durante sua alimentação sobre o hospedeiro) inoculação de toxinas através da saliva que afetam o metabolismo do hospedeiro, ocasionando debilidade, decréscimo do hematócrito devido a espoliação sanguínea , lesões na pele, paralisias e até a morte. vetoroção biológica de bioagentes da tristeza parasitária bovina (Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale). IMPORTÂNCIA ESFREGAÇO SANGUÍNEO ESFREGAÇO SANGUÍNEO Seta: Dois merozoítos de Babesia bigemina na hemácia Seta: hemácia com 1 ou 2 corpúsculo inicial de Anaplasma marginale redução da qualidade do couro do animal (formação de cicatrizes que são visíveis durante o beneficiamento no cortume). IMPORTÂNCIA Anocentor nitens (= Dermacentor nitens) DERMACENTOR NITENS PAVILHÃO AURICULAR DE EQUINO COLÔNIAS DE D. nitens NAS REGIÕES PERI-ANAL E PERI- VULVAR COLÔNIA DE D. nitens NA REGIÃO AURICULAR DIVERTÍCULO NASAL LESÃO NA CARTILAGEM (CAVALO TRONCHO) EQUINO PARASITADO PELO CARRAPATO R. microplus DERMATITE ALÉRGICA (HIPERSSENSIBILIDADE) IMPORTÂNCIA Vetor biológico dos bioagentes da tristeza parasitária equina: Theileria equi (1) e Babesia caballi (2) Ambas espécies de protozoários parasitam as hemácias formando 4 merozoítos (T. equi) ou 2 merozoítos (B. caballi) Figura 1 Figura 2 CARRAPATOS HETEROXENOS RHIPICEPHALUS SANGUINEUS GENERALIDADES: - Carrapato marrom do cão - Pode completar ciclo em ambientes fechados (único) - Cosmopolita (inclusive climas frios) - Pode se alimentar em outros mamíferos, porém preferência pelo cão - “Onde tem cão, tem Rhipicephalus” - Infestações domésticas (cortinas, paredes, sofás, etc…) ♂ ♀ Ghosh; M J Parasit Dis (July-Dec 2012) 36(2):239–250 PULVILO ( GARRAS ESCALA = 50 μm PULVILO é utilizado na movimentação em ambientes compactos(ex. paredes, pisos) e as GARRAS em ambientes não sólidos (ex. capim, areia) • HOSPEDEIROS - Cães -Pode parasitar gato, carnívoros silvestres e homem CICLO BIOLÓGICO: - Carrapato trioxeno - Todas as mudas realizadas fora do hospedeiro - Teleóginas põem > 5.000 ovos (aglutinados) - Terminada ovoposição fêmea morre (quenógena) MENESES, AMC 1 2 3 1: Ovos eclodidos (cor clara) e ovos não eclodidos (cor escura) 2: Quenógena 3: Larva Local de ovoposição das teleóginas (parede localizada atrás do quadro negro) 3 4 2 3 1: Ovos eclodidos 2 Ovos não eclodidos 2: Quenógena 4: Colônia de larvas 1 Teleógina procurando abrigo para ovopositar a: Ninfa (seta); b: exúvia ninfal (seta) (Dantas-Torre, 2010) a: macho firmemente fixado b: fêmea exibindo o “cone de cimento” após sua retirada forçada (Dantas-Torre 2010) (Dantas-Torre, 2010) HÁBITOS DA TELEÓGENA: NIDÍCOLA E GEOTROPISMO NEGATIVO a: comportamento de “namoro” dos carrapatos (ventre-ventre). b: Um espermatóforo (seta) anexado a abertura genital feminina. (Dantas-Torre, 2010) CICLO BIOLÓGICO: - Pré-postura: 3 dias - Incubação: 17-60 dias - Sucção da larva: 2-7 dias - Muda da larva: 5-23 dias - Sucção da ninfa: 4-9 dias - Muda da ninfa: 11-73 dias - Sucção da fêmea: 6-30 dias - Larvas não alimentadas podem sobreviver até 8 meses - Ninfas 6 meses - Adultos: 19 meses IMPORTÂNCIA EM MEDICINA VETERINÁRIA E SAÚDE PÚBLICA: 1) Este carrapato é comum em cães e pode provocar desde irritação local até anemia por ação espoliadora; 2) O carrapato pode atacar qualquer região do corpo; 3) É considerado o principal transmissor dos bioagentes da Tristeza Parasitária Canina: Babesiose (Babesia canis), Ehrlichiose (Ehrlichia canis) e Anaplasmose (Anaplasma platys) 4) Pode atacar homem causando dermatites 2 Merozoítos de Babesia canis em hemácia Mórula de Ehrlichia canis em monócito MÓRULAS DE EHRLICHIA PLATYS EM PLAQUETAS CONTROLE: 1) Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento duas ou três vezes com intervalos de 14 dias 2) Limpeza dos canis 3) Animais que có-habitam com o homem levar em consideração o hábito nidícola do carrapato (locais na residência que podem servir de proteção). 3) Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações 4) Higiene e isolamento dos cães MENESES, AMC AMBLYOMMA EVENTOS BIOLÓGICOS HOSPEDEIROS NO BRASIL • Animais Domésticos (4 espécies). • Animais Silvestres: (mais de 33 espécies, a maioria do gênero Amblyomma). • O Amblyomma parasita aves, mamíferos, répteis e anfíbios. FASE PARASITÁRIA • No Brasil, mais de 16 espécies de Amblyomma já foram registradas parasitando humanos. •Recentemente diagnosticamos um caso em um paciente de Capanema. EVENTOS BIOLÓGICOS FASE PARASITÁRIA Parasitismo no Homem Amblyomma cajennense MACHO DE A. cajennense Dantas-Torres Parasites & Vectors 2008 1:25 doi:10.1186/1756-3305-1-25 NO EQUINO www.labcdl.com.br IMPORTÂNCIA NA SAÚDE ANIMAL BIOAGENTES Vetor biológico dos bioagentes Theileria equi) (1) e Babesia caballi (2) 1 2 IMPORTÂNCIA NA SAÚDE PÚBLICA Vulgarmente conhecido como carrapato-estrela ou carrapata rodeleiro na fase adulta, está amplamente difundido no território brasileiro. Na fase de ninfa como vermelhino e na fase de larva como “micuin” Os eqüídeos se constituem nos principais hospedeiros desse carrapato. Devido sua baixa especificidade, assume um importante papel na transmissão de patógenos entre os animais e o homem. “micuin” “micuin” Multiplas pápulas eritematosas (Fisher et al., 2006) ESCOLA BOSQUE EM OUTEIRO ESCOLA BOSQUE EM OUTEIRO ESCOLA BOSQUE EM OUTEIRO (SERRA-FREIRE, 2010) PARASITISMO EM HUMANOS AÇÕES DIRATAS E INDIRETAS Toxicose Paralisia Reações alérgicas Vetoração e reservatório de bioagentes transmitidos por carrapatos (BTC) (bactérias, virus e protozoários). No Brasil, registros de Febre maculosa, Doença de Lyme, Babesiose e Ehrliquiose.
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