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Direito Civil 1ª aula 23[1].07.2007 cursinho

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1 
Assuntos tratados: 
 
Direitos da personalidade 
1ª parte da aula 
� Introdução; 
� Natureza; 
� Sistemática; 
� Características; 
 2ª parte da aula 
� Características (continuação); 
� Teorias a respeito do início da personalidade; 
� Questões polêmicas a respeito dos direitos da 
personalidade. 
 
 
Introdução 
Em 1804, foi elaborado e entrou em vigor o Código Civil francês (Código 
Napoleônico). Este refletiu a quebra do Estado absolutista, aplicando as regras 
do antropocentrismo. Sai o Estado como figura principal e entra o particular. 
 Em 1896 surge, nas pegadas do Código francês, o Código Alemão 
(BGB). Eram valores que embasaram estes Códigos o patrimonialismo e 
individualismo. O particular tinha o seu patrimônio defendido erga omnes. O 
atual Código Civil modificou esta visão, passando a enfatizar mais o ser do que 
o ter. Os direitos da personalidade eram negados pelo CC/16, ao passo que o 
CC/02 os elevou a 3ª espécie de direitos subjetivos, ou seja, aqueles em que o 
indivíduo poderá se utilizar para satisfazer interesse particular. 
 
Direitos da personalidade: 
a) Natureza 
 Direitos da personalidade são os atributos essenciais da pessoa 
humana; é o valor ser contrapondo ao valor ter, predicado atribuído ao direito 
de propriedade. A tutela protecionista abrange: 
 
 Física � corpo; 
� Proteção à integridade Moral � honra 
Psíquica � intelecto. 
 
 Desta forma, os direitos da personalidade são direitos subjetivos de 
caráter extrapatrimonial, oponíveis erga omnes (contra todos). Havendo colisão 
entre direitos patrimoniais e direitos da personalidade, estes últimos deverão 
prevalecer, já que o ser humano é o fim do ordenamento jurídico. 
 
b) Sistemática 
 Os direitos da personalidade estão previstos nos artigos 11 a 20 do 
Código Civil, sendo que do art.13 ao art.20 estão elencados os direitos da 
personalidade em espécie. Entre tais dispositivos há previsão de normas gerais 
e lacunosas, sendo necessário que o juiz, ao aplicar a norma fundamente no 
 
 
 2 
princípio da dignidade da pessoa humana, já que este é o fundamento do 
estado democrático de direito. 
 
c) Características: 
 
Absolutos � oponíveis erga omnes (dever geral de abstenção); 
Efeitos: 
- Da infração ao direito da personalidade nasce a pretensão; 
- São relativizáveis quando houver ponderação de valores: 
Ex.: vedação do constrangimento do suposto pai em submeter-se ao exame de 
DNA em ação de investigação de paternidade � Fundamento: a pessoa não 
pode ser instrumentalizada; proibição da produção de prova contra si; há 
presunção relativa de paternidade quando houver recusa (Súmula 301 STJ). 
Poderá ser obrigado a realização do exame quando, por exemplo, em uma 
ação de conhecimento de origem genética este se recusar, visto que pela 
ponderação de valores o direito a vida é mais relevante. (Enunciado 274 CJF). 
Assim, havendo conflitos entre direitos fundamentais deverá ser utilizada a 
técnica da proporcionalidade ou da ponderação de valores. 
 
Imprescritíveis � o titular não os perde por ausência de uso, ou seja, não 
haverá a perda do direito em face da abstenção de seu titular no seu exercício. 
Para o professor Nelson, o que é imprescritível é o direito da personalidade e 
não a pretensão reparatória de sua violação, já que esta tem natureza 
patrimonial. Apesar disso, entende o professor correta a decisão recente 
proferida pelo STJ – Luis Fux – Resp. 529804 em que entende imprescritível o 
direito indenizatório na hipótese de tortura, visto que nesta hipótese trata-se de 
direitos humanos. 
 
Inatos – Diferença entre personalidade e capacidade: a capacidade, que tem 
origem com a vida, é a aptidão de ser titular de direito patrimonial, enquanto a 
personalidade é a aptidão de proteção de atributos da personalidade e se dá 
desde a concepção. A memória do falecido poderá ser defendida por seus 
herdeiros, porém estes estarão protegendo em nome próprio direito próprio. 
Ex.: Caso Garrincha – Resp.521697. 
 
Vitalícios � Os direitos da personalidade não são transmitidos para os 
herdeiros, porém podem ser protegidos por estes. A pessoa jurídica não tem 
direito da personalidade, uma vez que são atributos inerentes ao ser humano. 
A honra objetiva que lhe é atribuída é apenas uma criação feita pela lei, 
ensejando a indenização por dano moral. 
 
Relativamente indisponíveis (art.11 CC) � podem ser restringidos por uma 
lei, limitando assim, os direitos da personalidade. Poderá ainda ser restringido 
com base na autonomia privada. De qualquer forma, nunca pode ser objeto de 
renúncia por seu titular. (Ex.: contrato de cessão de imagens entre Ronaldinho 
e Nike). 
 
 
 
 
 3 
d) Teorias a respeito do início da personalidade: 
 
Teoria natalista � se da com o nascimento com vida (art.2º - 1 parte do 
CC) – Carlos Roberto Gonçalves; 
Teoria da personalidade condicionada � a pessoa que ainda não 
nasceu só terá considerada sua personalidade se nascer com vida. Maria 
Helena Diniz - Enunciado 1 do CJF. 
Teoria concepcionista � é uma personificação incondicional do nascituro; 
o nascimento com vida é uma condição suspensiva para a aquisição de 
direito patrimonial. Nelson Rosenvald. 
 
e) Questões polêmicas a respeito dos direitos da personalidade: 
 
Questão do transexual � é admitida a cirurgia de transgenitalização ou de 
redesignação do estado sexual. Deve haver inclusive a modificação do 
assento de nascimento (fundamentos): 
� Dignidade da pessoa humana; 
� Caso contrário seria uma medida preconceituosa, já que deixa o 
individuo a margem da sociedade. 
 
Observação: Enunciado 276 CJF: a modificação do nome pode ocorrer até 
mesmo antes da cirurgia. 
 
Questão da doação de órgãos humanos: § único do art.13 CC e Lei 
9434/97 �O Código civil admite a disposição de membro ou órgão do 
próprio corpo desde que seja órgão duplo, renovável e que seja 
gratuitamente. Pode haver a escolha do beneficiário? Poderá haver a 
escolha desde que seja parente, visto que nesta ocasião a solidariedade é 
presumida. No que tange aos não parentes somente poderá ser realizado 
se houver autorização judicial. Isto para evitar o comércio de órgão. – art9º 
da Lei de transplantes. Por outro lado, o transplante pós morte é um ato de 
solidariedade independente dos vínculos subjetivos ou de parentesco entre 
o doador e beneficiário. A questão do transplante pós morte tramitou por 
algumas fases: 1ª) Doação presumida � Todos eram doadores em 
potencial e somente se escusava desta imposição se manifestasse 
expressamente contra este ato antes da morte. 2ª) Doação Consentida � 
prevalecia a vontade da família. Atualmente com a entrada em vigor do 
Novo Código Civil prevalece a vontade do doador, ainda que a vontade da 
família seja divergente, uma vez que o art.14 derrogou o art4º da Lei de 
Transplante. Vide Enunciado 277 do CJF. 
 
Questão – art.15 CC: Conflito entre o princípio da beneficência e 
principio do consentimento informado � A intervenção cirúrgica só 
poderá ser realizada se todas as conseqüências e os riscos desta forem 
informados ao paciente e se este consentir com a execução. 
 
 
 
 
 
 4 
Questão dos Testemunhas de Jeová � Deve ser aplicado a estes 
técnicas alternativas a transfusão de sangue. Caso não seja possível, faz-
se a ponderação de valores: 
1º Corrente � STF: deve haver a transfusão de sangue ainda que não haja 
o consentimento do testemunha, uma vez que a vida é o maior valor. 
2º Corrente � Nelson Rosenvald � Não poderá haver a transfusão porque 
a ponderação de valores deve levar em conta os valores do testemunha de 
Jeová, sendo a religião e crença bem superior até a própria vida. 
 
Observação �Teorias que explicam o surgimento da pessoa: 
Visão genética � a pessoa surge no momento da concepção; 
Visão neurológica � a pessoa surge a partir do12ª semana de gestação, 
visto que é o início das conexões neurológicas. 
 
Questão da criança anencefálica � está sendo decidida pelo STF, com 
votos da maioria pela interrupção da gravidez. 
 
Questão do embrião excedentário (pré-implantatório) �Para a visão 
neurológica, pode haver a manipulação para a pesquisa de células-tronco. 
 
Questão da eutanásia � Diferenças: 
� Eutanásia � médico analisa as condições da paciente e por um 
ato material causa a morte deste; 
� Suicídio assistido � instrumentaliza a pessoa em estado terminal 
a se matar; 
� Distanásia ���� procedimento médico de prolongamento da vida, ou 
seja, é a intenção do profissional da medicina de 
manter a vida do indivíduo a qualquer preço. 
� Ortotanásia � quando o paciente mantido vivo apenas por 
instrumentos hospitalares vê sua morte pelo 
desligamento da tal aparelhagem. 
 
Observação � A doutrina e a religião admitem a ortotanásia. O Conselho 
Nacional de Medicina, no final de 2006, através da Resolução 1805/06, apesar 
de condenar a eutanásia, passou a admitir a ortotanásia, desde que 
preenchidos os pressupostos médicos e, ainda, desde que haja autorização da 
família e do doente. 
	
	Direitos da personalidade
	Introdução

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