Buscar

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES UEMG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES 
 
1. Introdução ao Direito das Obrigações 
 
O direito das obrigações tem por objeto determinadas relações jurídicas 
que alguns denominam direitos de crédito ou outros chamam de direitos pessoais ou 
obrigacionais. 
 
Para o direito das obrigações o termo é aplicado em sentido estrito, 
compreendendo apenas os vínculos de natureza patrimonial, estabelecidos entre as 
partes, classificadas como credora e devedora, onde uma tem o poder de exigir da 
outra a obrigação (direito/dever) assumida. 
Neste sentido, é importante ressaltar que o Direito Civil divide-se 
basicamente em dois grandes ramos, sendo eles: dos direitos não patrimoniais 
 
O vocábulo obrigação 
exprime a ideia de vínculo 
ou sujeição da pessoa, 
uma submissão a uma 
regra de conduta. 
 
Direito Civil
Direitos não
patrimoniais
da pessoa humana 
(direitos da 
personalidade)
direito de família
Direitos patrimoniais
direitos reais (das 
coisas)
direitos obrigacionais 
ou pessoais (das 
obrigações)
relativos à pessoa humana e os de família, e, dos direitos patrimoniais relativos aos 
direitos obrigacionais e reais. 
Deste modo, a finalidade dos direitos obrigacionais é justamente fornecer 
ao credor meios de exigir do devedor o cumprimento da obrigação. 
 
2. Principais características do direito das obrigações 
 
 Natureza pessoal 
 Conteúdo econômico ou ser suscetível de avaliação patrimonial 
 Direitos relativos 
 Prestação positiva ou negativa 
 
3. Diferença entre direitos reais e obrigacionais 
 
a) Quanto ao objeto 
b) Quanto a duração 
c) Quanto a formação 
 
O
b
je
to
cumprimento de uma 
determinada coisa
incide sobre uma coisa
D
u
ra
ç
ã
o transitórios
perpétuos
F
o
rm
a
ç
ã
o resulta da vontade das 
partes
deriva da lei
 
d) Quanto ao exercício 
e) Quanto ao sujeito passivo 
f) Quanto ao ação 
4. Figuras híbridas 
 
A doutrina menciona a existência de algumas figuras híbridas ou 
intermediárias, que se situam numa zona cinzenta entre direitos reais e obrigacionais, 
pois elas seriam uma mistura de obrigação com direito real, existem somente em 
decorrência da situação jurídica entre a pessoa e a coisa. Alguns doutrinadores as 
caracterizam como obrigação mista, obrigação real, ou também obrigações propter 
rem. 
 
E
x
e
rc
íc
io exige uma figura 
intermediária: devedor
incide diretamente sobre a 
coisa
S
u
je
it
o
determinado ou 
determinável
indeterminável
A
ç
ã
o
pessoal
real
Espécies
obrigações 
propter rem
ônus reais
obrigações 
com 
eficácia real
a) Obrigações propter rem 
É uma obrigação que recai sobre uma pessoa por força de algum direito 
real. Só existe em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de 
detentor da coisa. Exemplo: 
 Na obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas 
de conservação da coisa comum (art. 1315); 
 Na obrigação de indenizar benfeitorias (art. 1219); 
 Na dos donos de imóveis confinantes, de concorrerem para as 
despesas de construção e conservação de tapumes divisórios ou 
demarcação entre os prédios (art. Art. 1297); 
 Na obrigação do dono de coisa perdida indenizar o descobridor (art. 
1234). 
 
São características das obrigações propter rem: 
 Originam-se da existência de um direito real, impondo-se a seu 
titular. 
 A transmissão da obrigação é automática. 
 
b) Ônus reais 
São obrigações que limitam o uso e gozo da coisa (propriedade), 
constituindo gravames erga omnes, como por exemplo a renda constituída sobre o 
imóvel. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ônus real
responsabilitada ao bem onerado
Perecendo o objeto deseparece a 
obrigação
ação de natureza real
o titular da coisa responde mesmo 
pelas obrigações assumidas antes da 
aquisição do seu direito
Obrigação Propeter 
Rem
o deverdor responde ilimitadamente, 
pois é ele que se encontra vinculado 
Os efeitos da obrigação se perpetuam 
mesmo com o perecimento da coisa
ação de natureza pessoal
o titular da coisa só responde, em 
princípio, pelos vinculos contituídos na 
vigência do seu direito
c) Obrigações com eficácia real 
São as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, 
transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem. 
São obrigações resultantes de contratos, e que por força da Lei tem eficácia de direito 
real. Como por exemplo: o compromisso de compra e venda, em favor de promitente 
comprador, quando não se pactua o arrependimento e o instrumento é registrado no 
Cartório de Imóveis, adquirindo este direito real à aquisição do imóvel e à sua 
adjudicação compulsória (art. 1418). 
 
5. Noções Gerais de obrigação 
Como já dito a obrigação é um vínculo jurídico em virtude do qual uma 
pessoa (direito à prestação) pode exigir da outra (o dever de prestar correlativo) uma 
prestação economicamente apreciável. 
O direito subjetivo contrapõe-se o dever jurídico, situação passiva que se 
caracteriza pela necessidade de o devedor observar certo comportamento (positivo 
ou negativo) compatível com o interesse do titular subjetivo. Caso haja o 
descumprimento deste dever jurídico a parte devedora pode sofrer uma sanção. 
No direito obrigacional as partes estão em estado de sujeição. Em que, a 
parte credora terá direito potestativo de ação. Insta salientar que, o direito potestativo 
nada mais é que o poder do titular do direito em produzir efeitos jurídicos mediante a 
sua declaração unilateral de vontade, gerando na outra parte somente a sujeição da 
vontade alheia por força da lei. Podemos exemplificar através do direito de passagem. 
 
fazer
dar
Prestação
não
fazer
Conduta 
humana
Atualmente a doutrina majoritária considera existir três elementos. Sendo 
eles: elemento subjetivo, objetivo e abstrato. 
 
5.1 Elementos constitutivos da obrigação 
O direito obrigacional possui três elementos essenciais: 
 
a) Sujeitos da relação (elemento subjetivo) 
O elemento subjetivo é composto pelo sujeito ativo (é o credor da 
obrigação, ou seja, aquele que o devedor deverá cumprir com determinada prestação) 
e o sujeito passivo (é o devedor da prestação que deverá ser cumprida). Tanto o 
sujeito passivo quanto o ativo podem ser pessoas de direito natural ou jurídica de 
qualquer natureza. Se a pessoa natural não possuir capacidade plena de exercício 
dos direitos deve esta ser representada ou assistida por um representante legal. 
 
 
 Ressaltamos que, se o devedor for à mesma pessoa do credor, extingue-
se a obrigação, conforme o art. 381 do Código Civil de 2002 assim redigido: “Extingue-
se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor 
e devedor”. 
 
sujeitos
objeto
obrigações
vínculo ou 
conteúdo 
da relação
ativo
(credor) passivo
(devedor)
O credor da obrigação é aquele 
em favor de quem o devedor 
contraiu determinada prestação, 
podendo-a exigir nos termos da 
lei. 
É a pessoa sobre a qual recai o 
dever de cumprir a prestação 
convencionada. 
b) Objeto da relação obrigacional (elemento objetivo) 
O objeto da obrigação é uma ação ou ato humano de dar, fazer ou não 
fazer, isso se chama prestação que pode ser: positiva (dar e fazer) e negativa (não 
fazer). Conforme o Código Civil art. 104 inciso II, o objeto deverá ser licito, possível, 
determinado ou determinável, e economicamente apreciável. 
O objeto imediato da obrigação é a prestação (dar, fazer e não fazer). Na 
compra e venda de uma motocicleta o vendedor éobrigado a dar uma coisa certa. 
Dar a coisa seria então o objeto imediato da obrigação. Para saber qual é o objeto 
mediato da obrigação basta fazer a seguinte pergunta: dar, fazer ou não fazer o que? 
Conforme o exemplo acima, neste o objeto mediato seria a motocicleta, também 
chamado de “objeto da prestação”, ou seja, a prestação em si. 
 
c) Vínculo jurídico da relação obrigacional (elemento abstrato) 
Também chamado de elemento imaterial, virtual e espiritual, é o liame 
jurídico entre as partes, ou seja, é o direito do credor cobrar a prestação do devedor, 
e o dever do devedor suprir a prestação que o deve. O vínculo jurídico divide-se em: 
 Débito: também conhecido como vinculo espiritual, abstrato ou 
imaterial, é o dever de satisfazer seus compromissos de modo 
honroso cumprindo a obrigação pontualmente. 
 Responsabilidade: também conhecido de vinculo material, é o direito 
do credor insatisfeito exigir judicialmente o pagamento a prestação, 
podendo até supri-la com os bens do devedor. 
 
Integral o vínculo obrigacional o direito à prestação, o dever correlativo de 
prestar e a garantia. E, caso haja necessidade, se o devedor não cumprir a sua 
obrigação, pode o credor exigi-la coercitivamente. Neste caso, o credor poderá exigir 
judicialmente nos termos do art. 789, do Código Processo Civil através de ação 
executiva o patrimônio do inadimplente. 
 
5.2 Fontes das obrigações 
Constituem fontes das obrigações os fatos jurídicos que dão origem aos 
vínculos obrigacionais, em conformidade com as normas jurídicas, ou melhor, os 
fatos jurídicos que condicionam o aparecimento das obrigações. 
 
Não resta dúvida de que a lei é a fonte primária ou imediata de todas as 
obrigações. Outras vezes, as obrigações resultam de uma declaração de vontade, 
bilateral (contrato) ou unilateral (promessa de recompensa), ou de ato ilícito. 
Todavia, tais fatos só geram obrigações porque a lei assim dispõe. 
 
5.3 Distinção entre obrigação e responsabilidade 
A obrigação nasce de diversas fontes, ao ser cumprida extingue-se. Se o 
devedor não a cumpre espontaneamente, surge a responsabilidade pelo 
inadimplente. Esta é, pois, a consequência patrimonial do descumprimento da relação 
obrigacional. 
 
6. Modalidades das obrigações 
As modalidades ou espécies de obrigações podem ser classificadas em 
categorias, reguladas por normas específicas, segundo diferentes critérios a seguir 
apresentados: 
 
a) Quanto ao objeto 
É uma classificação objetiva, porque considera a qualidade da prestação: 
 Dar 
 Fazer 
FO
N
TE
S Vontade do estado por intermédio da lei (fonte imediata)
Vontade humana
por meio do contrato, declaração 
unilateral da vontade e ato ilícito
a lei atua como 
fonte mediata
 Não fazer 
 
b) Quanto aos seus elementos: 
São aqueles elementos que constituem a obrigação: 
 Sujeitos 
 Objeto 
 Vínculo jurídico 
 
6.1 Obrigação de Dar 
As obrigações positivas de dar assumem as formas de entrega ou 
restituição de determinada coisa ao credor. Exemplificando na compra e venda o 
vendedor tem a obrigação de entregar (dar) a coisa vendida, e a do comprador de 
pagar pela coisa. 
Na obrigação de dar, a prestação do obrigado é essencial à constituição 
ou transferência do direito real sobre a coisa, que pode ser determinada (certa) ou 
indeterminada (incerta) conforme se infere nos artigos 243 a 246. Já a obrigação de 
restituir não tem por escopo a transferência de propriedade, destina-se apenas a 
Objeto
Dar
coisa certa
coisa 
incerta
Fazer Não fazer
El
em
en
to
s
Compostas
Multiplicidade de 
objetos
Cumulativas
Alternativas
Facultativas
Multiplicidade de 
Sujeitos
Divisíveis
Indivisíveis
Todas podem ser 
ativas (vários 
credores) ou 
passivas (vários 
devedores)
Solidárias
Simples
proporcionar, temporariamente, o uso, fruição ou posse direta da coisa. Ademais, os 
atos de entregar ou restituir podem ser resumidos em um único termo tradição. 
 
Observação 1: Direitos aos melhoramentos e acréscimos 
 
Enquanto não ocorrer a tradição na obrigação de entregar, a coisa 
continuará pertencendo ao devedor, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos 
quais poderá exigir aumento no preço, e se o credor não anuir, poderá o devedor 
resolver a obrigação (art. 237). Também os frutos percebidos são do devedor, 
cabendo ao credor os frutos pendentes. Isto porque, na obrigação de entregar temos 
o princípio de que o acessório segue o principal, sendo que se os frutos já foram 
percebidos eles não mais integram a coisa. 
Na obrigação de restituir, o dono é o credor, como direito à devolução, 
deste forma caso ocorra cômodos sem esforço do devedor, o credor lucrara e 
estará desobrigado à indenização. Caso ocorra esforço do devedor deverá 
verificar a sua boa fé. 
O devedor somente será indenizado pelas melhorias necessárias e 
úteis, podendo, ainda, levantar as voluptuárias em caso de boa fé. Se estiver de 
má fé poderá somente ser indenizado quanto as melhorias necessárias, não 
podendo levantar as voluptuárias. 
Quanto aos frutos, caso esteja de boa fé serão dele até a efetiva tradição, 
e, em caso de má fé deverá responder pelos frutos percebidos e pelos que 
culposamente deixou de receber, tendo direito de ser indenizado pelas despesas 
de produção e custeio (art. 241 e 242). 
 
 
o
b
ri
ga
çã
o
 d
e
 d
ar
entregar
TRADIÇÃO
dar coisa 
certa
dar coisa 
incerta
restituir
 
Entregar Restituir 
CÔMODOS 
(Vantagem) 
Melhoramento 
Mudança para melhor: em 
valor, utilidade, 
comodidade, condição, 
estado físico 
PERTENCE AO 
DEVEDOR 
PERTENCE 
AO CREDOR** 
Acrescido 
Tudo que se ajunta, que 
acrescenta à coisa, 
aumentando-a 
PERTENCE AO 
DEVEDOR 
PERTENCE 
AO CREDOR** 
.* pendentes ou conhecidos na 
contratação serão do credor. 
** na hipótese de boa fé será indenizado 
pelas melhorias úteis e necessárias. 
*** na hipótese de boa fé pertencerá ao 
devedor até a tradição. 
Frutos 
São utilidades que a coisa 
produz periodicamente. 
PERCEBIDOS 
SÃO DO 
DEVEDOR* 
PERTENCE 
AO 
CREDOR*** 
 
Observação 2: Perecimento e Deterioração 
 
Perecimento importa na perda total da coisa, enquanto deterioração é 
sua perda parcial. Assim, algumas vezes a obrigação de dar não é adimplida porque, 
antes da tradição, a coisa pereceu ou deteriorou, com ou sem culpa do devedor. O 
princípio básico é res perti domino, no qual a coisa perece para o dono, ou seja, o 
outro contratante que não é o dono nada perde com o seu desaparecimento. Todavia, 
o Código Civil com base na atribuição dos riscos aplica na obrigação de dar frustrada 
soluções diversas para cada hipótese. 
 
OBRIGAÇÃO DE 
DAR 
ENTREGAR RESTITUIR 
CULPABILIDADE 
COM CULPA 
DO DEVEDOR 
SEM CULPA 
DO DEVEDOR 
COM CULPA 
DO DEVEDOR 
SEM CULPA 
DO 
DEVEDOR 
PERECIMENTO 
Pagamento 
equivalente em 
dinheiro + 
perdas e danos* 
Resolve-se a 
obrigação 
Art. 234 
Pagamento 
equivalente em 
dinheiro + 
perdas e danos* 
Art. 239 
Resolve-se a 
obrigação 
Art. 238 
DETERIORAÇÃO 
Resolve-se a 
obrigação ou 
paga o preço 
abatido + perdas 
e danos* 
Art. 236 
Resolve-se a 
obrigação ou 
paga preço 
abatido 
Art. 235 
Paga o 
equivalente em 
dinheiro + 
perdas e danos* 
Art. 239 c/c 240 
Restituição 
conforme se 
encontra 
Art. 240 
*compreende o dano emergente e os lucros cessantes 
 
Observação 3: Das obrigações pecuniárias 
 
São as obrigações de entregar dinheiro,solver o débito em moeda. Nelas 
o Código Civil adotou o princípio do nominalismo, pelo qual se considera como valor 
da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado no ato da emissão ou cunhagem. 
Portanto, o devedor libera-se entregando a quantia descrita no contrato (não 
importando flutuação cambiária). 
Vale ressaltar que, existe diferença entre dívida em dinheiro e dívida em 
valor. A primeira corresponde a uma quantia específica, enquanto a segunda 
corresponde monetariamente a um bem lesado. 
 
a) Tradição 
No direito brasileiro, o contrato, por si só, não basta para a transferência do 
domínio. Para tanto é necessário que seja realizada a tradição, que nada mais é que 
o ato de entregar, transmitir ou transferir a coisa. O código civil determina que o 
domínio só se adquiri para o bens móveis por meio da tradição, e para os bens imóveis 
por meio do registro (art.1226 e 1227). Deste modo, até que haja a efetiva tradição o 
credor possui tão somente um vínculo obrigacional. Deste modo, a tradição divide-se 
nas seguintes espécies: 
Obrigação de dar coisa certa Obrigação de dar coisa incerta 
A prestação tem, desde logo, conteúdo, 
determinado, pois concerne num objeto 
singular, perfeitamente individualizado. 
A prestação não é determinada, mas 
determinável, dentre uma pluralidade 
indefinida de objetos. 
Tradição
Real Simbólica Ficta
Portanto, cumpre-se a obrigação de dar coisa certa mediante entrega 
(como na compra e venda) ou restituição (como no comodato), mediante a tradição. 
Enquanto esta não ocorrer, a coisa continuará pertencendo ao devedor, “com os seus 
melhoramentos e acréscimos”. (art. 237) 
 
b) Obrigação de dar coisa certa 
É aquela em que o devedor se obriga a dar coisa individualizada, que se 
distingui por características próprias, e pode ser móvel ou imóvel. Confere ao credor 
simples direito pessoal. E, abrangerá todos os acessórios da coisa, salvo convenção 
ao contrário (art. 233). 
Caso incorra no perecimento (perda total) ou deterioração (perda parcial) 
da coisa, com culpa ou sem culpa do devedor, deve-se verificar à atribuição dos riscos 
na obrigação frustrada. 
 
c) Obrigação de dar coisa incerta 
É aquela cujo objeto é indicado pelo gênero e pela quantidade, faltando 
apenas determinar a qualidade (art. 243). Não haverá obrigação se faltar também 
qualquer destas especificações, pois neste caso temos uma indeterminação 
absoluta. O estado de indeterminação é meramente transitório, sob pena de faltar 
objeto à obrigação, e cessará com a escolha (art. 245). 
A principal característica desta obrigação reside no fato de o objeto 
(geralmente peso, número, medida) ou conteúdo da prestação, indicado 
genericamente no começo da relação, vir a ser determinado por um ato de escolha, 
no instante do pagamento. Feita a escolha e cientificado o credor, acaba a 
incerteza e a coisa torna-se certa, aplicando-se neste ponto todas as disposições 
anteriores. 
Este ato unilateral de escolha chama-se concentração. Para que isto ocorra 
não basta a escolha, é necessário que se exteriorize pela entrega, pelo depósito em 
pagamento, pelo constituição em mora ou por outro ato jurídico que importe a 
cientificação do credor. A escolha competirá a quem os contratantes a confiaram no 
título constitutivo da obrigação de dar coisa incerta (terceiro ou credor como se vê nos 
arts. 342 e 1930). Se nada a respeito houve sido convencionado, a concentração 
caberá ao devedor que, por sua vez, não poderá escolher a pior, nem estará obrigado 
a prestar a melhor, devendo guardar o meio termo (art. 244) – Critério da qualidade 
média ou intermediária. 
 
Observação 1: Perecimento e Deterioração 
Enquanto perdurar a incerteza sobre a coisa, até a sua concentração e 
cientificação do credor, não pode ser alegada pelo devedor sua perda ou 
deterioração, ainda que por caso fortuito ou força maior (art.246). Excetuando a 
hipótese de gênero limitado. 
 
6.2 Obrigação de Fazer 
A obrigação de fazer é a que vincula o devedor à prestação de um serviço 
ou ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiros, em benefício do credor ou 
de terceira pessoa (art. 247). Neste tipo de obrigação, as características pessoais ou 
qualidades do devedor são relevantes para o cumprimento da obrigação. São assim 
divididas: 
 
a) Inadimplemento 
As obrigações inadimplidas, acarretam responsabilidade do devedor, e 
podem ser motivadas por: 
 Recusa do devedor em cumprir a prestação: se fungível o credor 
pode optar por execução específica, requerendo que ela seja 
executada por terceiro, à custa do devedor (art. 249); se for 
infungível não há como compelir o devedor, devendo ser cobrada 
perdas e danos cumuladas com pedidos alternativos, como por 
exemplo astreintes (multa diária), ou outras medidas práticas que 
forcem a execução (art. 247). 
Fa
ze
r
Infungível, personalíssima ou intuito personae
Fungível ou impessoal
Obrigação de fazer consistente em emitir declaração de vontade
 Impossibilidade do cumprimento da prestação por culpa do 
devedor: independente da fungibilidade da obrigação o credor 
sempre poderá converter a obrigação em perder e danos (art. 248). 
 Inexistência de culpa do devedor: não havendo culpa fica afastada 
a sua responsabilidade 
 
A impossibilidade sem culpa, tendo efeito liberatório, é necessário que 
este se desincumba satisfatoriamente do ônus, que lhe cabe, de cumpridamente 
prová-la. Devendo a impossibilidade ser absoluta e atingir a todos 
indistintamente, deve ser também permanente e irremovível. 
 
6.3 Obrigação de Não Fazer 
A obrigação de não fazer é aquela em que o devedor assume o 
compromisso de se abster de algum fato que poderia praticar livremente se não 
tivesse obrigado para atender interesse jurídico do credor ou de terceiro. 
 
Obrigações negativas Servidões 
O devedor é quem se acha 
pessoalmente vinculado e adstrito à 
abstenção. Transferindo o imóvel a 
outrem, extingue-se a obrigação 
Ônus real recai sobre próprio imóvel, 
continuando a grava-lo mesmo que seja 
alienado a terceiro 
O non facere é o próprio conteúdo da 
relação jurídica 
O non facere é mera consequência do 
direito real 
 
Caso reste a impossibilidade de abstenção do fato, sem culpa do devedor, 
em razão de caso fortuito ou força maior, resolver-se-à exonerando o devedor. Por 
outro lado se for por inexecução culposa do devedor por negligência ou interesse, o 
credor poderá exigir e havendo urgência, até mesmo sem autorização judicial, que o 
desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa e de ele, o credor, obter ressarcimento 
de perdas e danos. 
 
7 Das obrigações alternativas e cumulativas 
A obrigação alternativa é composta pela multiplicidade de objetos. Tem por 
conteúdo duas ou mais prestações, das quais somente uma será escolhida para 
pagamento do credor e liberação do devedor. Os objetos são ligados pela disjuntiva 
“ou” Difere da cumulativa, em que também há uma pluralidade de prestações, mas 
todas devem ser solvidas. 
O direito de escolha caberá ao devedor, se outra coisa não estipulou (art. 
252). Podendo ainda optar por terceiro, de comum acordo, e se este não aceitar a 
incumbência, caberá ao juiz escolher, se não houver acordo entre as partes. As 
consequências do inadimplemento encontram-se reguladas nos arts. 253, 254, 255 e 
256. 
A obrigação alternativa é uma obrigação sui generis de obrigação 
alternativa. Trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, 
ficando porém facultado ao devedor, e só a ele, exonerar-se mediante cumprimento 
de prestação diversa e predeterminada. É obrigação com faculdade de substituição.O credor só pode exigir a prestação obrigatória, que se encontra in obligatione. 
Na obrigação facultativa se perece o objeto in obligatione, sem culpa do 
devedor, resolve-se o vínculo obrigacional, não podendo o credor exigir a prestação 
acessória. A obrigação alternativa, no entanto, extingue-se somente com o 
perecimento de todos os objetos e será válida se apenas uma das prestações estiver 
eivada de vício, permanecendo eficaz a outra. 
 
8 Das obrigações Divisíveis e indivisíveis 
Em geral, numa obrigação existe apenas um credor e um devedor. Mas 
caso existam na mesma relação vários devedores ou vários credores, o razoável é 
que cada devedor pague apenas parte da dívida, e que cada credor tenha direito 
apenas a parte da prestação. Essa regra sofre exceção nos casos de indivisibilidade, 
e de solidariedade. Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, embora 
concorram várias pessoas, cada credor pode reclamar a prestação por inteiro, e cada 
devedor responde também pelo todo (259 e 264). Obrigações divisíveis são aquelas 
cujo objeto pode ser dividido entre outros sujeitos (art. 258). A indivisibilidade decorre: 
 Da natureza das coisas 
 Da determinação da lei 
 Por vontade das partes 
Obrigação divisível é aquela cuja prestação pode ser parcialmente 
cumprida sem prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida de cem reais 
pode ser paga em duas metades; um curso de Direito Civil pode ser ministrado em 
várias aulas). Mas a depender do acordo entre as partes, o devedor deve pagar de 
uma vez só, mesmo que a prestação seja divisível (314). 
Já na obrigação indivisível a prestação só pode ser cumprida por inteiro 
(ex: quem deve um cavalo não pode dar o animal em partes, 258; mas se tal cavalo 
perecer e a dívida se converter em pecúnia, deixa de ser indivisível, 263). 
 
9 Das obrigações solidárias 
Obrigação solidária é aquela em que, havendo vários devedores, cada um 
responde pela dívida inteira, como se fosse um único devedor. Se a pluralidade for de 
credores, pode qualquer um deles exigir a prestação integral como se fosse o único 
credor (art. 264). A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das 
partes (art. 265). 
 
Características Espécies 
Pluralidade de credores, devedores, e 
de uns de outros 
Obrigação solidária ativa - vários 
credores (art. 267, 268, 269, 271, 272) 
Integralidade da prestação Obrigação solidária passiva – vários 
devedores (art. 275, 285, 278) 
Corresponsabilidade dos interessados Obrigação solidária recíproca ou mista – 
simultaneidade de credores e devedores 
 
 
 
 
 
in
d
iv
is
ib
ili
d
ad
e
Natural
Legal
Convencional

Outros materiais