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Aula 10 - Avaliação do Estresse Oxidativo como Indicador do Estado - Novo

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16/08/2013 
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Avaliação do Estresse Oxidativo como 
Indicador do Estado Nutricional 
Introdução 
 O estresse oxidativo pode ser definido como o 
desequilíbrio entre a formação e remoção de agentes 
oxidantes no organismo, decorrente: 
 da geração excessiva de espécies reativas de oxigênio e 
nitrogênio 
 diminuição de antioxidantes endógenos. 
Radicais Livres vs Espécies reativas de 
Oxigênio e Nitrogênio 
 Radical livre é definido como qualquer átomo, grupo de 
átomos ou molécula com um elétron não pareado. 
 ânion superóxido (O2
•-), hidroxila (HO•), óxido nítrico (NO•), 
etc. 
Ação dos radicais livres 
 
Consequência da ação dos radicais livres 
 
EXCESSO = stress oxidativo 
Radicais Livres vs Espécies reativas de 
Oxigênio e Nitrogênio 
 Existem, compostos igualmente reativos como os radicais 
livres que não possuem elétron não pareado e portando 
não podem ser classificados como radicais livres – nesse 
caso são conhecidos por espécies reativas de oxigênio 
(EROs ou ROS) e espécies reativas de nitrogênio 
(ERNs ou RNS). 
 peróxido de hidrogênio (H2O2), ácido hipocloroso (HOCl), 
ozônio (O3), oxigênio singlet, peróxidos lipídicos, etc. 
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Formação das Espécies reativas de Oxigênio 
e Nitrogênio 
 EROs e ERNs são formadas em diversas situações no 
organismo: 
 síntese de ácidos nucléicos 
 detoxificação de xenobióticos 
 atividade de células do sistema imunológico 
 como resposta do processo inflamatório 
 Mecanismo mais relevante - metabolismo energético, a nossa 
respiração. 
Formação das Espécies reativas de Oxigênio 
e Nitrogênio 
 Além disso há formação de EROs e ERNs quando há: 
 estresse emocional (depressão, medo, traição, frustração); 
 elevada ingestão de ácidos graxos trans; 
 ingestão excessiva de frituras e carnes vermelhas; 
 a contaminação por metais pesados; 
 alto consumo de bebidas alcoólicas; 
 sedentarismo; 
 excesso de exercícios físicos; 
 abuso do cigarro; 
 noites mal dormidas; 
 consumo exagerado de medicamentos. 
Ação das Espécies reativas de Oxigênio e 
Nitrogênio 
 A membrana celular constitui um dos focos de atuação de 
ERO, de ERN e de outras espécies reativas. 
 As membranas das organelas intracelulares, tais como 
mitocôndria, retículo endoplasmático, núcleo etc., apresentam 
uma estrutura bilipídica e uma variedade de proteínas e 
açúcares. 
 O dano celular resulta basicamente de ataque de ERO e ERN 
sobre as macromoléculas, tais como açúcares, DNA, proteínas 
e lipídios. 
Ação das Espécies reativas de Oxigênio e 
Nitrogênio 
 Açúcares: leva a quebra da cadeia. 
 Ácidos nucleicos: leva a quebra da cadeia de DNA, a ligação 
cruzada entre as fitas e modificações nas suas bases levando a 
mutações e apoptose. 
 Proteínas: leva a fragmentação das cadeias e oxidação de quase 
todos os tipos de aminoácidos. 
 Lipídeos: mudanças na propriedades físicas e químicas. 
 Nos lipídeos das membranas, leva a um aumento da fluidez e 
permeabilidade. Expansão do líquido intracelular e risco de ruptura da 
membrana das células e organelas com consequente morte celular. 
Ação das Espécies reativas de Oxigênio e 
Nitrogênio 
 A célula pode escolher uma das duas alternativas: 
 Ou ela se mata, num processo denominado de apoptose e 
quando este processo ocorre em grande quantidade temos a 
formação das doenças crônicas degenerativas pois haverá lesão 
no tecido e portanto no órgão; 
 Ou ocorre a transformação do DNA celular o que transforma 
esta célula numa célula diferente que se não barrada pelo 
organismo dará origem a diversos tipos de cânceres. 
Consequencias do Estresse Oxidativo 
 Está envolvido nos processos de envelhecimento e morte 
celular, com conseqüências diretas em muitos processos 
patológicos, entre eles: 
 indução do câncer; 
 propagação de AIDS em pacientes soropositivos (HIV+); 
 aterosclerose ; 
 fisiopatologia de doenças auto-imunes, cardiopatias, doenças do 
pulmão, intoxicação por xenobióticos e muitas outras. 
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Métodos de Avaliação do Estresse Oxidativo 
 Método HLB - consiste na avaliação microscópica de 
uma gota de sangue coagulada em campo escuro. 
 Gota de sangue normal: aspecto compacto, não há formação 
de espaços vazios (brancos); 
 Gota com estresse oxidativo: aparecimento de imagens 
brancas (espaços vazios) que correspondem ao aumento de 
estresse oxidativo . 
Métodos de Avaliação do Estresse Oxidativo 
 
Fibrina solúvel EROs e ERNs influenciam a coagulação 
tornando a fibrina insolúvel, o que causa 
os espaços brancos. 
Métodos de Avaliação do Estresse Oxidativo 
 MDA : A dosagem do malondialdeido (MDA) é um método 
muito simples que pode ser feito no consultório através de kits 
próprios. Utiliza-se urina aquecida e depois ela é misturada ao 
ácido tiobarbitúrico (TBA), o que irá resultar numa reação 
colorimétrica que conforme a intensidade nos revela o grau de 
peroxidação lipídica, uma fase importante na cadeia do stress 
oxidativo. 
 O MDA pode também ser medido no sangue. 
O que fazer para combater EROs e ERNs 
 Diminuir as causas da formação de EROS e ERNs possíveis. 
 Administrar ou estimular a produção de enzimas antioxidantes 
(Glutationa peroxidase, catalase, etc). 
 Administrar antioxidantes não enzimáticos (Vitamina E, beta 
caroteno, vitamina C, ácido lipóico, coenzima Q10, zinco, 
selênio, cobre, ferro, manganês e flavonóides.) 
 
Cuidado 
 O excesso de ferro, vitamina E e cobre, ao invés de 
favorecer uma defesa antioxidante eficiente, favorecem o 
aumento de EROs. 
Antioxidantes 
 A vitamina E é o mais importante antioxidante lipossolúvel, pois está 
inserida nas membranas lipídicas e as protege contra o ataque de 
radicais superóxido (PASCHOAL et al, 2003). 
 Segundo CERQUEIRA et al (2007), a vitamina C é um potente 
antioxidante redutor, capaz de reduzir a maioria dos agentes 
oxidativos. No trato respiratório pode reagir rapidamente com 
poluentes do ar e fumaça de cigarro. Além de eliminar diretamente 
agentes oxidativos e, portanto participa do mecanismo protetor 
contra lipoperoxidação. 
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Antioxidantes 
 O licopeno aparece atualmente como um dos mais 
potentes antioxidantes, pois possui a maior capacidade 
sequestrante do oxigênio, sendo sugerido na prevenção 
da carcinogênese e aterogênese por proteger moléculas 
como lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), 
proteínas e DNA (SHAMI e MOREIRA, 2004). 
Antioxidantes 
 O mineral zinco atua como um estabilizador das membranas 
celulares e proteínas estruturais e pode ser classificado como 
um antioxidante de prevenção. 
 Sua deficiência provoca lesões oxidativas (KOURY e DONANGELO, 
2003). 
 O selênio (KOURY e DONANGELO, 2003; PASCHOAL et al, 
2003), um mineral essencial presente nos tecidos do corpo 
também atua como estabilizador de membranas celulares. 
Alimentos Ricos em Antioxidantes 
 VITAMINA C: frutas cítricas (laranja, lima, limão), melão, 
acerola, caju, kiwi, morango, vegetais verdes escuros e tomate. 
 Melhores fontes: Acerola e camu-camu 
 VITAMINA E: óleos de frutos e sementes, germe de cereais, 
amêndoas, nozes, castanha do Pará, gema de ovo, verduras de 
folhas verdes escuras e legumes. 
 Melhores fontes: Óleos de milho, de semente de algodão, de soja, 
germe de trigo e nozes 
Alimentos Ricos em Antioxidantes 
 BETA CAROTENO: verduras de folhas verdes escuras, 
abóbora, cenoura, beterraba, mamão, couve, repolho, 
espinafre, agrião, brócolis e tomate. 
 Melhores fontes: cenoura, abóbora, beterraba, mamão,manga 
 ZINCO: cereais integrais, germe de trigo, peixes, mariscos 
e crustáceos, carnes, aves e leite. 
 Melhores fontes: carne vermelha e ostras 
Alimentos Ricos em Antioxidantes 
 SELÊNIO: castanha do Pará, germe de trigo, peixes, 
mariscos, fígado, carnes e aves. 
 Melhor fonte: castanha do Pará 
 
 LICOPENO: tomate, mamão, melancia e goiaba 
 Melhor fonte: tomate 
Alimentos Ricos em Antioxidantes 
 BIOFLAVONÓIDES: 
 Quercitinas: são encontradas em altas concentrações na maçã, na 
amora, na cebola, na alface, no tomate, no brócolis, no chá e no vinho 
tinto; 
 Rutinas: estão presentes nas cascas da uva, da amora, das frutas cítricas, 
do pimentão, da cebola, no vinho tinto, na maçã, no brócolis e no tomate; 
 Catequinas: podem ser encontradas nos chás verde e preto, no cacau 
(consequentemente no chocolate), na pêra, na maçã e no vinho. 
 Tangeretinas: estão presentes principalmente nas frutas cítricas; 
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Alimentos Ricos em Antioxidantes 
 BIOFLAVONÓIDES: 
 Kaempferol: encontrado no brócolis, na endívia, no grapefruit e na 
uva. 
 Hesperidinas: estão presentes na pimenta e na laranja. 
 Isoflavonas: na soja, no tofu, no leite de soja, na farinha de soja, no 
grão-de-bico, na lentilha e no feijão branco. 
 Cianidinas: estão no rabanete, no morango, na cereja e na amora. 
Referências Bibliográficas 
 Vasconcelos, SML; Goulart, MOF; Moura, JBF; Vanusa ManfrediniI, V; Benfato, 
MS; Kubota, LT. Espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio, antioxidantes 
e marcadores de dano oxidativo em sangue humano: principais métodos 
analíticos para sua determinação. Quím. Nova vol.30 no.5 São Paulo 
Sept./Oct. 2007. 
 CERQUEIRA, F. M.; MEDEIROS, M. H. G. de; AUGUSTO, O. Antioxidantes 
dietéticos: controvérsias e perspectivas. Quím. Nova, São Paulo, v. 30, n. 2, 
abr. 2007 . Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422007000200036&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 24 abr 2009 
 
Referências Bibliográficas 
 PASCHOAL, J. J; ZANETTI, M. A.; CUNHA, José Aparecido. Suplementação 
de selênio e vitamina E sobre a contagem de células somáticas no leite de 
vacas da raça Holandesa. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 32, n. 6, dez. 2003 . 
Disponível em 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
35982003000800029&lng=pt&nrm=iso Acesso em 20 out 2011. 
 SHAMI, N. J. I. E.; MOREIRA, E. A. M. Licopeno como agente antioxidante. 
Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 2, jun. 2004 . Disponível em 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
52732004000200009&lng=pt&nrm=iso Acesso em 20 out 2011. 
Referências Bibliográficas 
 KOURY, J. C.; DONANGELO, C. M. Zinco, estresse oxidativo e 
atividade física. Rev. Nutr., Campinas, v. 16, n. 4, dez. 2003. 
Disponível em 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
52732003000400007&lng=pt&nrm=iso Acesso em 21 out 2011. 
 Flavonóides protegem a saúde. Revista Nestlé com você. Disponível 
em: 
http://www.nestle.com.br/site/revistanestlecomvoce/alimentacao-e-
saude/nutricao/d/os_flavonoides_protegem_a_saude.aspx Acesso 
em: 25 out 2011.

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