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10/4/2012 1 FI SI O LO G IA D O E X ER C ÍC IO � As fibras musculares podem ser classificadas por meio de sua propriedade contráctil e por sua coloração: fibras lentas, fibras vermelhas ou do tipo I e fibras de contração rápida, branca ou do tipo II. 10/4/2012 2 Nomenclatura variada dos tipos de fibras Característica Tipo I Resistência Vermelhas Tônicas Lentas Slow twitch fibers (ST) Tipo II Força e velocidade Brancas Fásicas Rápidas Tipo IIA – rápida oxidativa Tipo IIB – rápida glicolítica Fast twitch fibers (FT) � A Fibra Branca ou Tipo II: espessa e rápida, denominada também “Fibra FT” (Fast Twitch = contração rápida). Caracteriza-se pela abundância em fosfatos ricos em energia, glicogênio e em enzimas relacionadas com a obtenção anaeróbica de energia. São inervadas por grandes motoneurônios alfa de condução rápida. � As fibras tipo II apresentam subcategorias: Fibras Tipo IIa; Fibras doTipo IIb e Fibras doTipo IIc ou intermediárias. 10/4/2012 3 � A Fibra Vermelha ou Tipo I: fina, lenta, denominada “Fibra ST” (SlowTwitch = contração lenta). � A fibra vermelha tem em abundância enzimas do metabolismo aeróbico; tem um grande número de mitocôndrias; a atividade enzimática glicolítica é reduzida, mas existe. São inervadas por pequenos motoneurônios alfa de condução lenta (neurônios sem mielina). � A proporção, entre um e outro de fibra é determinado geneticamente. � A proporção entre as fibras ST e FT permanece imutável com o treinamento (pode haver alteração desta proporção exceto sob condições extremas de treinamento). Howald (1984 – apud Weineck, 1999 pg 84) menciona uma transformação de fibras FT em ST, causada por um treinamento para desenvolver resistência em atletas de alto desempenho. 10/4/2012 4 � Transformar fibras ST em FT é impossível. � Cabe salientar que, após cessar o estímulo, a fibra retoma sua condição inicial. � O treinamento de força provoca transformação dentro de um determinado subtipo de fibra muscular sendo uma adaptação comum em função do tipo e também da duração do treinamento. Provavelmente a transformação das fibras musculares dá-se apenas de forma gradual dentre os subtipos de fibras e não diretamente de um tipo para outro. "Uma fibra do Tipo IIb não pode ser diretamente convertida em Tipo I , devendo antes ser convertida numa fibra Tipo IIa". Howley & Powers; 2000. � Os três tipos de fibras podem ser encontrados em um mesmo músculo, o que varia é a quantidade de cada tipo de fibra em cada músculo. Os parâmetros podem variar conforme a espécie. 10/4/2012 5 ALTERAÇÕES DO TIPO DE FIBRA � Estudos iniciais justificaram que elas alterariam decorrentes ao tipo de treinamento. � � Pesquisas recentes = inervação cruzada (unidade motora de CR é artificialmente inervada por um moto neurônio CL e vice-versa). � Características das fibras musculares Característica Tipo I (contração lenta) (resistência) Tipo IIA (contração rápida) (glicolítica oxidativa) (intermediária) Tipo IIB (contração rápida) (glicolítica)(força) Velocidade de contração Lenta Rápida Rápida Capacidade anaeróbia Baixa Moderada Alta Capacidade oxidativa Alta Moderada Baixa Estoque de triacilgliceróis Alto Moderado Baixo Estoque de glicogênio Moderado Moderado Alto Volume de mitocôndrias Grande Moderado Pequeno Enzimas oxidativas Alta Moderada Baixa Enzimas glicolíticas Baixa Moderada Alta Capilaridade Elevada Moderada Reduzida 10/4/2012 6 � As fibras brancas hipertrofiam-se sob a aplicação de treinos de velocidade e de força na presença de estímulos com grande sobrecarga, e reduzido número de repetições. A hipertrofia das fibras lentas, dá-se sob estímulo caracterizado com baixa sobrecarga e um alto volume de repetições (Fleck & Kraemer,1999). Fibra TIPO II � C = indefinida (até +/- 14 anos) � B = mais fortes (usa ATP-CP, anaeróbia alatica) � A = intermediária (são fortes mas tem uma boa resistência, glicólise anaeróbia) � � B = ausência de mioglobina � A = Pouca mioglobina � � Mioglobina: proteína presente no músculo para armazenamento de oxigênio na fibra muscular. 10/4/2012 7 BIÓPSIA MUSCULAR ÓRGÃOS TENDINOSOS DE GOLGI � São terminações nervosas localizadas nos tendões e que registram e informam ao sistema nervoso a tensão exercida pelo músculo o se contrair causando relaxamento quando esta tensão alcançar valores perigosos. � 10/4/2012 8 FUSO MUSCULAR FUSO MUSCULAR NEURÔNIOS - Motor ALFA - Motor GAMA 10/4/2012 9 DOR MUSCULAR AGUDA � Após o exercício; � Acúmulo de produtos metabólitos (íons H+); � Edema tecidual (desvio do líquido do plasma sangüíneo para o interior dos tecidos). DOR MUSCULAR DE INÍCIO RETARDADO OU LESÃO � Se dá: 24 a 48 horas após o exercício. � � Maior ocorrência decorrente ao exercício de contração excêntrica e corrida em declive. � � Ocorre devido a: � � Lesão estrutural (enzimas musculares no sangue após exercícios intensos); � Degradação da linha Z (ocorre lesão estrutural); � Reações inflamatórias; � Ruptura da membrana celular (sarcolema) de uma fibra muscular. 10/4/2012 10 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARESTIPOS DE FIBRAS MUSCULARES MICRO LESÃO MUSCULARMICRO LESÃO MUSCULAR 10/4/2012 11 O MODELO DA SEQÜÊNCIA DE EVENTOS QUE CAUSAM A O MODELO DA SEQÜÊNCIA DE EVENTOS QUE CAUSAM A DMIR PROPOSTO POR ARMSTRONG INCLUI:DMIR PROPOSTO POR ARMSTRONG INCLUI: � Tensão elevada do sistema contrátil – elástico do músculo resultando em lesão estrutural do músculo e de sua membrana celular. � A lesão da membrana celular altera a homeostasia do cálcio na fibra lesada, acarretando necrose (morte celular) que atinge seu máximo aproximadamente 48h após o exercício. � Os produtos da atividade dos macrófagos e o conteúdo intracelular (como a histamina, as cininas e o K+) acumulam-se fora das células. Essas substâncias estimulam as terminações nervosas livres do músculo. Esse processo parece ser acentuado no exercício excêntrico, no qual grandes forças são distribuídas sobre áreas transversas do músculo relativamente pequenas. TIPOS DE COORDENAÇÃO MUSCULAR � Coordenação intramuscular: é a capacidade do sistema nervoso de enviar uma grande quantidade de estímulo elétrico por unidade de tempo ativando assim, muitas unidades motoras de modo a gerar uma grande força. � Coordenação intermuscular: Está relacionada a capacidade de relaxar os antagonistas mantendo contração somente nos músculos necessários ao movimento. 10/4/2012 12 CONTROLE NEURAL � Recrutamento de Unidades Motoras adicionais. � Inibição autogênica (órgãos tendinosos de golgi) � A inibição autogênica pode ser atenuada pelo treinamento de força, permitindo uma maior produção de força pelos músculos treinados, independentemente dos aumentos da massa muscular. � � Inibição autogênica: é o controle necessário para impedir que os músculos exerçam mais força do que os ossos e o tecido conjuntivo podem suportar, � Órgãos Tendinosos de Órgãos Tendinosos de GolgiGolgi CONTROLE NEURAL � Co-ativação dos músculos agonistas e antagonistas (necessário minimizar a magnitude da co-ativação). Co-ativação = interação entre neurônios do músculo esquelético que resulta em uma contração muscular dinâmica, harmônica e controlada. 10/4/2012 13 CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO � O córtex motor primário é responsável pelo controle dos movimentos musculares finos e definidos. � Os neurônios dessa região, conhecidos como células piramidais, permitem que controlemos conscientemente os movimentos dos nossos músculos esqueléticos. 10/4/2012 14 VIAS MOTORAS � Os neurônios motores superiores originam-se do encéfaloe formam dois principais sistemas: � O sistema piramidal � O sistema extrapiramidal SISTEMA PIRAMIDAL � É responsável pelos movimentos finos, habilidosos, do músculo esquelético. � Os impulsos neste sistema viajam desde o córtex motor através da cápsula interna até o bulbo. No bulbo, cruzam par ao lado oposto e continuam descendo pela medula espinal. 10/4/2012 15 SISTEMA EXTRAPIRAMIDAL � É responsável pelos movimentos motores grosseiros. � Os impulsos originam na área pré-motora dos lobos frontais e viajam até a ponte. Na ponte, os impulsos cruzam par ao lado oposto. Então viajam para baixo pela medula espinal até os cornos anteriores, onde eles são distribuídos para os neurônios inferiores. Estes neurônios, por sua vez, transportam os impulsos até os músculos. 10/4/2012 16 CEREBELO � É fundamental para o controle de todas as atividades musculares rápidas e complexas. � Ele auxilia na coordenação do timming das atividades motoras e da progressão de um movimento ao seguinte. 10/4/2012 17 ENGRAMAS � São padrões motores específicos memorizados e aprendidos que são armazenados no encéfalo sendo repetidos sempre que solicitados. Ele é nada mais e nada menos que nossa memória celular/ motora. Uma soma de experiências cognitivas e emocionais anteriores. E essa memória motora pode ser positiva ou negativa, no dia-a-dia geralmente o padrão que se grava é o negativo. Memorizam-se diversas vias sinápticas "erradas", ex: sentado no computador em posição relaxada, essas posturas ocorrem de forma automática, via cerebelo. RECRUTAMENTORECRUTAMENTO ORDENADOORDENADO DASDAS FIBRASFIBRAS MUSCULARESMUSCULARES EE OO PRINCÍPIOPRINCÍPIO DODO TAMANHOTAMANHO � As unidades motoras com neurônios menores (unidades motoras de contração lenta) são solicitadas antes daquelas com neurônios maiores (unidades motoras de contração rápida). � As unidades motoras com motoneurônios menores são recrutadas primeiro. � As unidades motoras de contração rápida são recrutadas quando a força necessária para a realização do movimento aumenta. 10/4/2012 18 RECRUTAMENTORECRUTAMENTO ORDENADOORDENADO DASDAS FIBRASFIBRAS MUSCULARESMUSCULARES EE OO PRINCÍPIOPRINCÍPIO DODO TAMANHOTAMANHO � SENDOASSIM....... � PRINCÍPIO DO TAMANHO = As unidades motoras contração LENTA são recrutadas primeiro, durante o exercício progressivo, seguidas pelas unidades de contração rápida. � Intensidade de exercício baixa e moderada = recrutamento das unidades de contração lenta Atividades de contração intensa contra muita carga ou contração muito rápida = recrutamento de unidades de contração lenta e .rápida �� O QUE FAZ MAIS EFEITO NO TREINAMENTO O QUE FAZ MAIS EFEITO NO TREINAMENTO DE FORÇA?DE FORÇA? � TRABALHAR COM: � ( ) Pesos livres � ( ) Pesos em máquinas �� PORQUEPORQUE? 10/4/2012 19 HIPERTROFIA � É o aumento do tamanho do músculo. � Podem ocorrer dois tipos de hipertrofia: � Hipertrofia transitória: é o aumento de volume do músculo que ocorre durante uma sessão de exercício simples. � Hipertrofia crônica: refere-se ao aumento do tamanho muscular que ocorre com o treinamento de força de longa duração Decorrente do acúmulo de líquido (edema) nos espaços intersticial e intracelular do músculo. Originário do plasma sanguíneo (após algumas horas esse líquido retorna ao sangue. HIPERTROFIA � Existem dois tipos de hipertrofia: � � Hipertrofia Transitória: aumento do volume do músculo em uma sessão de exercícios simples. � Acúmulo de líquido (edema) nos espaços intersticiais e intracelular do músculo (líquido originário do plasma sangüíneo). � � Hipertrofia Crônica: aumento do volume do músculo como conseqüência do treinamento de força. 10/4/2012 20 HIPERPLASIA e ATROFIA � HIPERPLASIA = Aumento do número de células. � ATROFIA = diminuição do tamanho da célula. � Pode ocorrer por desuso. Alguns exemplos: período forçado de restrição ao leito ou imobilização de um membro, ou desnervação (lesão medular). FADIGA MUSCULAR � Normalmente, utilizamos o termo fadiga para descrever as sensações gerais de cansaço e a concomitante redução do desempenho muscular. 10/4/2012 21 CAUSAS RESPONSÁVEIS PELA FADIGA � Os sistemas energéticos (ATP-CP, glicólise e oxidação) � O acúmulo de subprodutos metabólicos � O sistema nervoso � A falha do mecanismo contrátil das fibras musculares As sensações de cansaço que frequentemente sentimos no final de um dia de trabalho tem pouco a ver com a disponibilidade de ATP. A fadiga também pode ser resultante da alteração da homeostasia pelo estresse ambientalestresse ambiental. SISTEMAS ENERGÉTICOS E A FADIGA � A fadiga pode ser resultante da depleção de creatina fosfato ou de glicogênio. Ambas as situações reduzem a produção de ATP. 10/4/2012 22 SUBPRODUTOS METABÓLICOS E A FADIGA � O ácido lático foi frequentemente acusado como responsável pela fadiga, mas, na realidade, é o H+ gerado pelo ácido lático que leva a fadiga. � O acúmulo de H+ reduz o pH muscular, o qual compromete os processos celulares que produzem energia e a contração muscular. SUBPRODUTOS METABÓLICOS E A FADIGA � pH de repouso = 7,1 � pH inferior a 6,9 inibe a ação da fosfofruto quinase, uma importante enzima glicolítica, diminuindo a velocidade da glicólise e da produção deATP. � Num pH de 6,4, a influência do H+ cessa a degradação do glicogênio, provocando uma rápida diminuição de ATP e, em última instância, a exaustão. � O H+ pode deslocar o cálcio do interior da fibra, interferindo no acoplamento das pontes cruzadas entre a actina e a miosina e reduzindo a força contrátil do músculo. 10/4/2012 23 ASSIM..... � A definição de ácido é uma molécula com propensão a liberar íons de hidrogênio, resultando em alta concentração desses íons em uma solução aquosa. A contrapartida dos ácidos são as bases, moléculas capazes de se combinarem com esses íons e diminuir sua concentração (POWERS; HOWLEY, 2000). � Essas definições são complementadas por Powers e Howley (2000) pela demonstração do sistema que define o meio como ácido ou alcalino. O pH (concentração de íons de hidrogênio) do sangue arterial é 7,4. Se a concentração de íons de hidrogênio aumenta, provoca queda levando o pH abaixo de 7,4. Já se existe balanço positivo de moléculas de bases, o pH irá acima de 7,4 tornando o meio alcalino. ASSIM..... � A alta concentração de ácido lático afeta o metabolismo durante o exercício físico, pois diminui o pH reduzindo a capacidade da célula muscular produzir ATP ou impedindo o processo contrátil, precisando de um sistema que o neutralize, chamado de tamponamento (POWERS; HOWLEY, 2000). 10/4/2012 24 ASSIM..... � O tamponamento é realizado por um tampão, que é a associação de um ácido fraco e sua base. Os tampões intracelulares são formados por proteínas, grupos fosfatos e sistema bicarbonato. Eles são grupos ionizáveis que aceitam o hidrogênio e regulam o pH. Segundo Powers e Howley (2000), os tampões intracelulares se resumem a: � sistema bicarbonato: converte o ácido forte em ácido fraco, e a base forte em base fraca; � sistema fosfato: converte o ácido forte em fraco; � sistema de proteínas: aceita íons de hidrogênio na presença de excesso de ácido. SISTEMA DE TAMPONAMENTO � Atividades de curta duração e alta intensidade � Ex.: Corrida e o nado de curta duração (sprint) Produzem grandes quantidades de lactato e de H+ nos músculos devido a glicólise anaeróbia. Felizmente, as células e os líquidos corporais possuem tampões, como o bicarbonato, o qual minimiza a influência desequilibradora do H+. Sem esses tampões, o H+ reduziria o pH em aproximadamente 1,5 matando as células. 10/4/2012 25 OUTRA FORMA...... � Já os tampões extracelulares contamtambém com as proteínas, que existem em pequenas quantidades, mas são capazes de receber os íons de hidrogênio. Já a hemoglobina é seis vezes mais eficiente, pois ao se tornar desoxigenada é capaz de receber o hidrogênio quando o gás carbônico entra no sangue a partir dos tecidos. Já o sistema do bicarbonato representa o mais importante tampão corporal. Nele o bicarbonato recebe o íon de hidrogênio e forma o ácido carbônico, que se dissocia e forma gás carbônico e água, relação representada abaixo (POWERS; HOWLEY, 2000): CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3- � Esse sistema ainda é regulado pela respiração, na qual os pulmões precisam “expirar” o gás carbônico; e pelos rins, que reduzem a excreção de bicarbonato (mas esse sistema é lento e não é relevante para o exercício). SNC e a FADIGA � A fadiga pode ocorrer na junção neuromuscular, impedindo a transmissão do impulso nervoso à membrana da fibra muscular. 10/4/2012 26 SNC e a FADIGA � Essa falha pode envolver um ou mais dos seguintes processos: � A liberação ou a síntese de acetilcolina, neurotransmissor que retransmite o impulso nervoso do nervo motor à membrana muscular, podem estar reduzidas. � A colinesterase, enzima que degrada a acetilcolina após ela ter retransmitido o impulso, pode tornar-se hiperativa, impedindo que haja uma concentração suficiente de acetilcolina para iniciar um potencial de ação. � A colinesterase pode tornar-se hipoativa (inibida), permitindo que ocorra um acúmulo excessivo de acetilcolina e paralisando a fibra. � A membrana da fibra muscular pode desenvolver um limiar mais elevado. � Algumas substâncias podem competir com a acetilcolina pelos receptores localizados sobre a membrana muscular sem ativação da membrana. � O potássio pode deixar o espaço intracelular do músculo em contração, diminuindo o potencial de membrana à metade do seu valor de repouso.
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